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2º Trim. de 2022: OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do 
monte para a Igreja de Cristo 
Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br 
Ajude a manter este trabalho – Deposite qualquer valor em nome de: Associação para promoção do Ensino Bíblico – Banco 
do Brasil Ag. 1815-5 c/c 135720-4 – CNPJ 05.693.826-0001-05 (PIX) 
 
PORTAL ESCOLA DOMINICAL 
2º Trimestre de 2022 - CPAD 
OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do monte para a Igreja de 
Cristo 
Comentários da revista da CPAD: Osiel Gomes da Silva 
Comentário: Pr. Caramuru Afonso Francisco 
 
ESBOÇO Nº 3 
LIÇÃO Nº 3 – JESUS, O DISCÍPULO E A LEI 
 Jesus veio cumprir a lei. 
 
INTRODUÇÃO 
 
- Na sequência do estudo do sermão do monte, iniciaremos a parte do discurso em que Jesus mostra a 
superação da lei com a Sua vinda. 
 
- Jesus veio cumprir a lei e permitir que Seus discípulos estivessem num patamar superior ao estabelecimento 
pela lei. 
 
I – JESUS E A LEI 
 
- Na sequência do estudo do sermão do monte, começaremos a estudar a segunda parte do sermão, em que 
Jesus faz uma comparação entre a Sua doutrina e a lei de Moisés. 
 
- Já no introito desta parte do sermão, o Senhor Jesus vai mostrar que não tinha vindo para ab-rogar a lei, 
ou seja, revogá-la, declará-la sem validade, substituí-la, porquanto a lei fora dada por Deus e Deus não é 
homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm.23:19). 
 
- Quem entregou a lei para Israel foi Deus, por intermédio de Moisés (At.7:38; Gl.3:19,20) e sabemos que 
as palavras do Senhor não são “sim e não”, mas sempre são “sim e amém” (II Co.1:19,20). 
 
- Portanto, como as Escrituras não podem ser anuladas (Jo.10:35), o que foi dito alguma vez por Deus, não 
pode simplesmente ser revogado, ser deixado de lado. A lei, ademais, por ser proveniente do Senhor, é algo 
santo, justo e bom (Rm.7:12). 
 
- Tornava-se, pois, necessário e indispensável que o Senhor Jesus ensinasse aos Seus discípulos qual era o 
papel da lei e como deveria o cristão se posicionar diante da lei, tendo em vista o cumprimento do tempo da 
vinda do Messias e a chegada do reino de Deus, que era a pregação do Evangelho feita pelo próprio Jesus 
(Mc.1:14,15). 
 
- Cristo foi anunciado por Moisés como sendo um profeta que deveria ser ouvido pelo povo e que traria 
aquilo que Moisés não pôde trazer ao povo quando do estabelecimento do pacto entre Deus e Israel no monte 
Sinai (Dt.18:15-22). 
 
- O Senhor inicia Seu sermão ético apontando as bem-aventuranças (Mt.5:1-12), que nada mais são que as 
qualidades que deve ter o discípulo de Cristo Jesus. Quando analisamos as bem-aventuranças, percebemos 
2º Trim. de 2022: OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do 
monte para a Igreja de Cristo 
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que o discípulo de Jesus é alguém que tem qualidades que não se encontram em a natureza humana depravada 
pelo pecado, mas que exige uma nova criação para se manifestar. 
 
- Como diz o Catecismo da Igreja Romana, o fim último do homem, criado à imagem e semelhança de Deus, 
é a bem-aventurança, à qual se chega mediante um agir reto e livre, com a ajuda da fé e da graça de Deus. Ora, 
esta bem-aventurança, este agir reto e livre somente se obtém mediante o novo nascimento, pois é preciso que 
se tenha uma nova criação para se atingir tal estágio, pois, como ensinou o Senhor Jesus ao grande mestre da 
lei, Nicodemos, “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo.3:6). 
OBS: Reproduzimos aqui o mencionado parágrafo do Catecismo da Igreja Romana: “A terceira parte do Catecismo apresenta o fim último do 
homem, criado à imagem de Deus: a bem-aventurança e os caminhos para chegar a ela: mediante um agir reto e livre, com a ajuda da fé e da graça 
de Deus (Seção I), por meio de um agir que realiza o duplo mandamento da caridade, desdobrado nos dez Mandamentos de Deus (Seção II)” (§ 
16 CIC). 
 
- A natureza pecaminosa do homem não pode gerar a bem-aventurança, pois a carne não pode produzir o que 
é espiritual. Por isso, é necessário que nasçamos de novo e este novo nascimento somente é possível mediante 
a fé em Cristo Jesus. 
 
- Por isso, o Senhor Jesus, após enunciar as qualidades que devem ter Seus discípulos, diz que eles serão sal 
da terra e luz do mundo (Mt.5:13-16), a mostrar que serão nova criação que contribuirá para que o mundo 
possa crer em Cristo e alcançar a salvação. 
 
- Após indicar este estado espiritual de Seus discípulos, Jesus, então, Se volta para a lei e nos mostra qual é o 
Seu papel em relação a ela. O Senhor diz, com todas as letras, que não veio destruir a lei, não veio ab-rogá-la, 
ou seja, revogá-la, anulá-la, mas, sim, cumpri-la (Mt.5:17). 
 
- Este texto tem sido mal compreendido ao longo dos anos e precisa, pois, ser bem interpretado para que 
entendamos o papel de Cristo em relação a lei e vice-versa. Para tanto, precisamos contemplar o texto original. 
 
- As palavras fundamentais para a compreensão deste texto são os verbos, a saber: “destruir”, “ab-rogar” e 
“cumprir”. Jesus disse textualmente que não veio destruir nem ab-rogar a lei, mas, sim, cumpri-la. Que isto 
significa? 
 
- A palavra grega utilizada e que é traduzida por “destruir” na Versão Almeida Revista e Corrigida é “katalúo” 
(καταλύω), cujo significado é “lançar abaixo, derrubar, destruir, demolir, desmantelar, anular, invalidar, 
arruinar, levar ao fim, largar, desintegrar”. 
 
- Vemos, portanto, que Jesus não veio para destruir a lei, lançá-la abaixo, anulá-la, invalidá-la. Jesus, sendo 
Deus, sendo o Verbo (Jo.1:1-3,14), não poderia desfazer aquilo que Ele mesmo fizera, pois Deus é imutável 
(Ml.3:6), não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm.23:19). 
 
- O mandamento é justo, bom e santo (Rm.7:12), é a expressão da vontade de Deus e não poderia, por isso 
mesmo, ser anulado, invalidado pelo próprio Deus que o deu. 
 
- Jesus não pode destruir a lei, pois a lei foi estabelecida por Deus desde a criação do homem, como um 
regramento moral necessário e indispensável para seres morais criados por Deus e que não serão jamais 
aniquilados pelo Criador. 
 
- A palavra grega utilizada e que é traduzida por “ab-rogar” na Versão Almeida Revista e Corrigida é a mesma 
palavra “katalúo”, que, no texto original, é repetida por duas vezes, a revelar a ênfase como o Senhor Jesus 
tratou a questão. 
 
- “Ab-rogar” é um termo jurídico que significa a perda de validade de uma lei por outra, a substituição da lei 
por outra, a mudança de lei. Como dizem os juristas: “É a revogação total de uma lei pela edição de uma nova 
2º Trim. de 2022: OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do 
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(…). É também considerado o ato de tornar nulo ou sem efeito a norma jurídica anterior” (Ab-rogação. In: 
Dicionário Direito Net. Disponível em: http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/514/Ab-rogacao 
Acesso em 12 jan. 2015). 
 
- Jesus foi incisivo, portanto, ao mostrar que não veio invalidar a lei, não veio desintegrá-la, anulá-la nem 
destruí-la, até porque, como Deus, não poderia fazê-lo, pois Deus não é contraditório, é imutável, não pode 
negar-Se a Si mesmo (II Tm.2:13). 
 
- Jesus, entretanto, disse que veio “cumprir” a lei. A palavra grega utilizada aqui é “pleróo” (πληρόω), cujo 
significado é o de “encher completamente, encher até a boca, satisfazer, executar, concluir, verificar, realizar, 
aperfeiçoar, estar completo” (Bíbliade Estudo Palavra-Chave. Dicionário do Novo Testamento, n.4137, 
p.2358). 
 
- Jesus, portanto, disse que veio para cumprir a lei. E o que significa cumprir? Significa aperfeiçoar, 
completar, realizar. Jesus não só cumpriu a lei no sentido de tê-la executado, algo que homem algum tinha 
feito antes, como também lhe trouxe o seu significado real, completo. 
 
- A lei não havia sido inscrita nos corações dos israelitas, que se distanciaram do monte Sinai logo após Deus 
ter pronunciado a síntese da lei, os dez mandamentos (Ex.20:18). 
 
- Não subiram ao monte e, por isso, a lei teve de ser escrita num livro (Ex.24:1-4; Dt.31:9-13), sendo que a 
síntese dela, além de escrita no livro, foi escrita, também, em duas tábuas de pedra (Ex.34:28,29), tábuas estas 
inseridas na arca (Ex.25:16; I Rs.8:9; II Cr.5:10), que era inacessível ao povo, por causa do véu que separava 
o lugar santo do lugar santíssimo no tabernáculo. 
 
- Eis, aliás, a grande diferença entre os israelitas e os discípulos de Jesus, que têm a lei divina gravada em seus 
corações (II Co.3:3). Aliás, o próprio Moisés, ao apontar a vinda do profeta semelhante a ele, indicou que os 
israelitas deveriam dar ouvidos a este profeta (Dt.18:18,19), realizando a circuncisão do coração (Dt.10:16), 
estabelecendo o novo concerto que seria prometido e profetizado posteriormente por Jeremias (Jr.31:31-33). 
 
- Jesus veio ao mundo para cumprir esta lei que ninguém havia cumprido, veio realizá-la, ou seja, torná-la um 
fato histórico e não apenas preceitos escritos que jamais haviam se tornado realidade. 
 
- Jesus veio ao mundo para completar esta lei, levar-lhe ao seu sentido completo, sentido este não 
somente de dar o devido alcance, conforme a vontade de Deus, inclusive desconsiderando a restrita 
interpretação que era dada pelos doutores da lei, mas também o sentido de realização, ou seja, de sua 
inserção na história da humanidade, retirando, portanto, a lei do livro para colocá-la como realidade, 
como um fato, como um acontecimento real. 
 
- Jesus não somente fez o que a lei mandava, não somente a cumpriu integralmente, mas, primeiramente com 
o Seu exemplo e, depois, com o Seu ensino, mostrou como a lei poderia ser também cumprida por todos 
aqueles que O seguissem (At.1:1). 
 
- Como diz o Papa Emérito Bento XVI : “…Esperava-se do Messias que trouxesse uma nova Torá – a sua 
Torá.(…). A ‘Torá do Messias’ é totalmente nova, diferente, mas justamente assim é que ‘cumpre’ a Torá de 
Moisés (…). Mas como é que se apresenta agora esta Torá do Messias? (…). Não se trata, portanto, de abolir, 
mas sim de cumprir, e este cumprimento exige mais, e não menos, justiça, como diz Jesus…(Mt.5:20)(…). O 
Eu de Jesus avança para uma dignidade que nenhum doutor da lei podia permitir-se. A multidão sente isso; S. 
Mateus diz-nos expressamente que o povo se ‘assustou’ por causa do modo como ensinava. Ele ensina não 
como fazem os rabinos mas como alguém que tem ‘autoridade’ (Mt.7:28; Mc.1:22; Lc.4:32). Com isto não se 
visa naturalmente uma qualidade retórica do discurso de Jesus, mas sim à clara pretensão de se colocar ao 
nível do autor da lei — ao nível de Deus. O ‘susto’ (…) é precisamente o susto que decorre de alguém ousar 
falar com a alteza de Deus. Deste modo, ou Ele se agarra impropriamente à majestade de Deus, o que seria 
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terrível, ou então, o que quase aprece difícil de conceber, Ele Se encontra realmente à altura de Deus.…” 
(Jesus de Nazaré - primeira parte: do batismo no Jordão à transfiguração. Trad. de José Jacinto Ferreira de 
Farias, SCJ, pp.99-101). 
OBS: “…Jesus apareceu aos olhos dos judeus e de seus chefes espirituais como um "rabi". Com frequência argumentou na linha da interpretação 
rabínica da Lei. Mas ao mesmo tempo Jesus só podia chocar os doutores da Lei, já que não se contentava em propor sua interpretação em pé de 
igualdade com as deles, senão que "ensinava como alguém que tem autoridade, e não como os escribas" (Mt 7,28-29). Nele, é a mesma Palavra de 
Deus que tinha ressoado no Sinai para a Moisés a Lei escrita, que se faz ouvir novamente sobre o Monte das Bem-aventuranças. Ela não abole a 
Lei, mas a cumpre, fornecendo de modo divino a interpretação última dela: "Aprendestes o que foi dito aos antigos... eu, porém, vos digo" (Mt 
5,33-34). Com esta mesma autoridade divina, Ele desabona certas "tradições humanas" dos fariseus que "invalidam a Palavra de Deus". (Parágrafo 
relacionado: 2054) (§ 581 CIC). 
 
- Jesus leva a lei até o seu sentido pleno, pois é Deus, está acima da lei, e pode trazer para o homem aquilo 
que Moisés não pôde trazer a Israel, precisamente porque Israel não o quis, distanciando-se de Deus, não 
subindo ao monte que, como ensina o pastor Alderi Nelson Rocha, representava o “lugar santíssimo” daquele 
“tabernáculo natural” em que havia se tornado o monte Sinai quando da descida do Senhor para selar o pacto 
com Israel. 
 
- É neste sentido que devemos compreender a afirmação de João segundo a qual “a lei foi dada por Moisés; a 
graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo.1:17). Moisés somente pôde trazer a lei escrita num livro, tendo 
sua síntese em tábuas de pedra, diante da incredulidade e da falta de amor do povo de Israel, pois onde há 
medo não há amor (I Jo.4:18), mas o Senhor Jesus pôde trazer a graça e a verdade, ou seja, pôde trazer à 
humanidade a salvação, por um favor imerecido (graça), pela Palavra (a verdade), Palavra esta que pôde ser 
inscrita nos corações de tantos quantos crerem n’Ele e, por isso, nascerem de novo, passando a ser “novas 
criaturas”, criaturas que podem, então, em Cristo, cumprir a lei, que é, assim, realizada, tornada fato e não 
apenas uma proposta inalcançável para o homem pecador. 
 
- Para se entrar no reino de Deus, portanto, é necessário que se vá além do que estatuído na lei (Mt.5:20). 
“…Como devemos agora entender esta Torá do Messias? Que caminho ela nos mostra? O que ela nos diz 
sobre Jesus, sobre Israel, sobre a Igreja, sobre nós mesmos e a nós? (…) Jesus não diz nada de inaudito e de 
totalmente novo quando contrapõe às normas casuísticas desenvolvidas praticamente na Torá a pura vontade 
de Deus, como a ‘maior justiça’ que devia esperar-se dos filhos de Deus (Mt.5:20). Ele assume a dinâmica 
interior da Torá desenvolvida pelos profetas e, como o eleito, como o profeta que está com Deus mesmo face 
a face (Dt.18:15) dá-lhe a sua forma radical.(…). Nas antíteses do Sermão da Montanha, Jesus não Se situa 
diante de nós nem como rebelde nem como liberal, mas como o intérprete profético da Torá, que nada anula, 
mas cumpre, e cumpre precisamente na medida em que indica à razão que atua historicamente o seu lugar de 
responsabilidade.…(BENTO XVI. op.cit., pp.101, 119-120). 
 
- Jesus veio cumprir a lei e, neste sentido, não só fez tudo quanto estava previsto na lei, algo que jamais 
ninguém conseguira fazer até então, como também mostrou o verdadeiro alcance da lei, a fim de que Seus 
discípulos, aqueles que n’Ele cressem e que se tornassem “novas criaturas”, pudessem saber qual a conduta 
que deveriam ter, cumprindo, assim, como o Senhor, aquilo que era a vontade de Deus, mas não por si mesmos, 
mas, sim, pelo fato de estarem agora com suas vidas escondidas em Cristo (Cl.3:3), porque não mais vivem, 
mas é Cristo que neles vive (Gl.2:20). 
 
- Jesus cumpriu a lei integralmente, em todos os seus preceitos, sejam os morais, sejam os civis, sejam 
os cerimoniais. Como bem ensina Frank Brito, a lei continha preceitos morais, estabelecidos por Deus 
independentementedo pecado, desde o instante da criação do mundo, como também preceitos civis e 
cerimoniais, que foram estabelecidos por causa do pecado, já que o pecado persistiu existindo, ante a 
incredulidade e o distanciamento dos israelitas no monte Sinai. 
OBS: “…Isso reflete uma importante distinção entre leis morais e leis civis. Leis morais vigorariam e seriam obedecidas mesmo se não houvesse 
queda ou pecado. Ou seja, fazem parte da ordem natural da criação. Por outro lado, leis civis lidam com o problema do pecado, pressupondo que 
há queda, que o pecado entrou no mundo. Se não houvesse queda, então, haveriam leis morais, mas não haveriam leis civis.(…) Se não houvesse 
queda, não haveria necessidade de expiação. E, não havendo necessidade de expiação, não haveria necessidade de sacrifícios de animais 
prefigurando o sacrifício expiatório de Cristo. Sendo assim, esta lei também pressupõe que há queda, que o pecado entrou no mundo. Se não 
houvesse queda, haveriam leis morais, mas não haveriam as leis cerimoniais, que prefiguravam a obra redentora de Cristo.…” (BRITO, Frank. A 
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queda de Adão e os três aspectos da lei. 20 abr. 2014. Disponível em: http://resistireconstruir.wordpress.com/2014/04/20/o-pecado-e-os-tres-
aspectos-da-lei/ Acesso em 12 jan. 2015). 
 
- Jesus cumpriu os preceitos morais da lei, visto que sempre teve um agir correto, nunca pecou (Jo.8:46; 
Hb.4:15), sempre fazendo a vontade de Deus, que era a sua própria razão de sobrevivência sobre a face da 
Terra (Jo.4:34) e os cumpriu no sentido pleno e completo, o que, como já vimos supra, causou admiração no 
meio do povo. 
 
- Jesus cumpriu os preceitos civis da lei, na medida em que sempre foi um cidadão exemplar, tanto que os 
Seus inimigos não tiveram de que o acusar seja perante o Sinédrio (Mt.26:59-66), seja perante o representante 
de César, que, inclusive, O considerou inocente (Lc.23:4,14,22). 
 
- Jesus cumpriu os preceitos cerimoniais da lei, na medida em que, com Seu sacrifício vicário na cruz do 
Calvário, realizou todos os sacrifícios e ofertas que eram tipificados pelo chamado “código da santidade”, 
realizando o sacrifício perfeito que, em uma única vez, tirou o pecado do mundo, sendo não só o perfeito sumo 
sacerdote, mas a perfeita vítima oferecida por toda a humanidade, o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do 
mundo (Jo.1:29; Hb.10:1-12). 
 
- Por isso, ao expirar na cruz, o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mt.27:51; Mc.15:38; Lc.23:45), a 
indicar que a barreira que existia entre Deus e o homem havia se rompido e que, agora, o homem podia, por 
Cristo, ter pleno acesso ao Senhor, podia entrar em comunhão com o Senhor, podia, finalmente, ser salvo e, 
portanto, poderia, em Cristo, cumprir a lei e na sua plenitude. 
 
II – A IGREJA E A LEI 
 
- Jesus veio cumprir a lei, ou seja, dar-lhe o verdadeiro sentido e torná-la uma realidade histórica, completando 
aquilo que ficara inconcluso quando do pacto entre Deus e Israel. Através de Jesus, vieram a graça e a verdade 
(Jo.1:17) e, por meio deste favor imerecido, a Palavra pode ser inserta em nossos corações e, assim, não mais 
vivemos, mas Cristo vive em nós, somos novas criaturas capazes de cumprir os preceitos morais que 
constavam da lei transmitida aos israelitas por intermédio de Moisés. 
 
- Ao cumprir a lei e tirar o pecado do mundo mediante o sacrifício perfeito ocorrido na cruz do Calvário, o 
Senhor Jesus, como diz o apóstolo Paulo, nos permitiu chegar perto de Deus (Ef.2:13), formando um novo 
povo, decorrente da união de judeus e de gentios, a Igreja, criando um novo homem, desfazendo a inimizade, 
ou seja, a lei dos mandamentos (Ef.2:14-16). 
 
- A lei dos mandamentos era a perfeita demonstração da inimizade que havia entre Deus e os homens, 
porquanto, como explica também o apóstolo Paulo, embora a lei fosse santa e o mandamento santo, justo e 
bom (Rm.7:12), o fato é que ela denunciava a existência do pecado em nós e, portanto, nos dava consciência 
de nossa condenação, de nossa carnalidade, da impossibilidade que tínhamos de ser salvos pelos nossos 
próprios méritos (Rm.7:13-24). 
 
- A lei, portanto, era um sinal de maldição, porquanto nos fazia conscientes de nossa perdição eterna, sem 
condições de nos salvar (Gl.3:11-13), sendo, neste sentido, o pacto da escravidão, pois demonstrava, com 
todas as letras, a nossa condição de escravos do pecado (Jo.8:34; Gl.4:21-25). Como afirma Martinho Lutero: 
“…’Assim, a lei revela um duplo mal, um interno e o outro externo. O primeiro, que nós causamos a nós 
mesmos, é o pecado e a corrupção da natureza; o segundo, que Deus causa, é a ira, a morte e a maldição’ 
(Contra Latomus, 3 – LW 32:224)…” (apud MATOS, Alderi de Souza. Os reformadores e a lei – valor, 
semelhanças e diferenças. Disponível em: http://www.mackenzie.br/6968.html Acesso em 12 jan. 2015). 
 
- Não estamos, pois, como Igreja, debaixo da lei. Cristo nos resgatou da maldição da lei, uma vez que, 
morrendo por nós e pagando o preço dos nossos pecados, pôde nos trazer a graça, ou seja, o favor imerecido 
de recebermos o perdão dos pecados, a retirada dos pecados, pela fé em Cristo Jesus, fazendo-nos, portanto, 
http://resistireconstruir.wordpress.com/2014/04/20/o-pecado-e-os-tres-aspectos-da-lei/
http://resistireconstruir.wordpress.com/2014/04/20/o-pecado-e-os-tres-aspectos-da-lei/
http://www.mackenzie.br/6968.html
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chegar perto de Deus. A lei, instituída por causa do distanciamento do povo de Israel, não se aplica àqueles, 
judeus ou gentios, que se chegam a Deus pelo sangue de Jesus, pela fé n’Ele. 
 
- Ainda citando Lutero: “…“Porém, agora eu descubro que a Lei é preciosa e boa, que ela me foi dada para a 
vida, e agora ela é agradável para mim. Antes ela me dizia o que fazer; agora estou começando a moldar-me 
aos seus apelos, de modo que agora eu louvo, engrandeço e sirvo a Deus. Isso eu faço por meio de Cristo, 
porque nele creio. O Espírito Santo entra em meu coração e gera em mim um espírito que se compraz nas suas 
palavras e obras, mesmo quando ele me repreende e me sujeita à cruz e à tentação” (Sermões sobre o 
Evangelho de João –LW 22:144)…” (apud MATOS, Alderi de Souza. end.cit.). 
 
- É o que diz o Catecismo de Heidelberg: “…1. Qual é o seu único fundamento, na vida e na morte? O 
meu único fundamento é meu fiel Salvador Jesus Cristo (I Co.3:23; Tt.2:14). A Ele pertenço, em corpo e alma, 
na vida e na morte (Rm 14:8; ITs 5:9,10) , e não pertenço a mim mesmo (ICo 6:19,20). Com seu precioso 
sangue Ele pagou (IPe 1:18,19; IJo 1:7; IJo 2:2,12) por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio 
do diabo (Jo 8:34-36; Hb 2:14,15; IJo 3:8). Agora Ele me protege de tal maneira (Jo 6:39; Jo 10:27-30; IITs 
3:3; IPe 1:5) que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo (Mt 10:29,30; Lc 
21:18). Além disto, tudo coopera para o meu bem (Rm 8:28). Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me 
garante a vida eterna (Rm 8:16; IICo 1:22; IICo 5:5; Ef 1:13,14) e me torna disposto a viver para Ele, daqui 
em diante, de todo o coração (Rm 8:14; IJo 3:3). 2. O que você deve saber para viver e morrer neste 
fundamento? R. Primeiro: como são grandes meus pecados e minha miséria (Mt 9:12; Jo 9:41; Rm 3:10; IJo 
1:9,10). Segundo: como sou salvo de meus pecados e deminha miséria (Lc 24:46,47; Jo 17:3; At 4:12; At 
10:43; ICo 6:11; Tt 3:3-7). Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação (Sl 50:14,15; Sl 116:12,13; 
Mt 5:16; Rm 6:12,13; Ef 5:10; 2Tm 2:15; 1Pe 2:9,12. Veja também Mt 11:28-30; Ef 5:8.).…” (Catecismo de 
Heidelberg. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm 
Acesso em 12 jan. 2015). 
 
- Nesta afirmação do Catecismo de Heidelberg, podemos inferir que a lei ainda cumpre um papel para a Igreja 
na medida em que, primeiro, dá-nos a conhecer os nossos pecados e as nossas misérias, mas, ante o anúncio 
do Evangelho, que nos faz saber como sou salvo dos pecados e da minha miséria, a lei é como que ultrapassada 
pela obra salvífica de Cristo e, por meio desta obra, uma vez salvos, acabamos por cumprir a lei, em gratidão 
a Deus por esta tão grande salvação. Como podemos concluir isto? Porque é, precisamente, na terceira parte 
deste Catecismo, quando se fala da gratidão a Deus, que se estudam os dez mandamentos. 
 
- Como explica o mencionado Catecismo: “…86. Visto que fomos libertados de nossa miséria, por Cristo, 
sem mérito algum de nossa parte, somente pela graça, por que ainda devemos fazer boas obras? R. 
Primeiro: porque Cristo não somente nos comprou e libertou com seu sangue, mas também nos renova, à sua 
imagem, por seu Espírito Santo, para que mostremos, com toda a nossa vida, que somos gratos a Deus por 
seus benefícios (Rm 6:13; Rm 12:1,2; 1Co 6:20; 1Pe 2:5,9) , e para que Ele seja louvado por nós (Mt 5:16; 
1Pe 2:12). Segundo: para que, pelos frutos da fé, tenhamos a certeza de que nossa fé é verdadeira (Mt 7:17,18; 
Gl 5:6,22; IIPe 1:10) e para que ganhemos nosso próximo para Cristo, pela vida cristã que levamos ( Mt 5:16; 
Rm 14:18,19; IPe 3:1,2).…” (end.cit.). 
 
- A Declaração de Fé das Assembleias de Deus caminha no mesmo sentido: “…Nossa obediência não é 
mais no estilo da lei escrita; agora, estamos livres para servir a Deus na direção do Espírito Santo: ‘estamos 
livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, 
e não na velhice da letra’ (Rm.7:6). Apesar de estarmos libertos da lei, essa liberdade significa que estamos 
livres para servir, e não para pecar [Rm.6:15], pois agora somos servos de Cristo, e não da lei. Assim sendo, 
servimos a Jesus e somos guiados pelo Espírito na obediência.…” (Cap.XVII.4, p.153). 
 
- Quando não mais vivemos, mas Cristo vive em nós, podemos cumprir os mandamentos, em sinal de gratidão 
a Deus e como resultado da vida de comunhão que temos com o Senhor. É esta a unidade que o Senhor Jesus 
diz ter vindo estabelecer, em Sua oração sacerdotal, quando afirma que esta unidade é constituída para que o 
mundo creia que Ele foi enviado pelo Pai (Jo.17:22,23). 
http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm
2º Trim. de 2022: OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do 
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- É evidente que, mesmo salvos em Cristo Jesus, não temos condição de cumprir integralmente os 
mandamentos, visto que a natureza pecaminosa ainda habita em nós e, vez ou outra, pecamos, visto que ainda 
não fomos glorificados. O mesmo Catecismo de Heidelberg atesta isto, em definições lapidares, que valem a 
pena transcrever: “…114. Mas aqueles que se converteram a Deus, podem guardar perfeitamente estes 
mandamentos? R. Não, não podem, porque nesta vida até os mais santos deles apenas começam a guardar os 
mandamentos (Ec 7:20; Rm 7:14,15; ICo 13:9; IJo 1:8,10). Entretanto, começam, com sério propósito, a viver 
não somente conforme alguns, mas conforme todos os mandamentos de Deus (Sl 1:2; Rm 7:22; IJo 2:3). 115. 
Para que, então, manda Deus pregar os Dez Mandamentos tão rigorosamente, já que ninguém pode 
guardá-los nesta vida? R. Primeiro: para que, durante toda a vida, conheçamos cada vez melhor nossa 
natureza pecaminosa (Sl 32:5; Rm 3:20; IJo 1:9) e, por isso, ainda mais desejemos buscar, em Cristo, o perdão 
dos pecados e a justiça (Mt 5:6; Rm 7:24,25). Segundo: para que sempre sejamos zelosos e oremos a Deus 
pela graça do Espírito Santo, a fim de que sejamos cada vez mais renovados segundo a imagem de Deus até 
que, depois desta vida, alcancemos o objetivo, a saber: a perfeição (ICo 9:24; Fp 3:12-14).…” (end.cit.). 
 
- Até a morte e ressurreição de Cristo, portanto, a lei apenas cumpria este seu papel de mostrar a miséria e o 
pecado humanos, não podendo salvar o homem, mas apenas conscientizá-lo da sua morte espiritual. 
 
- No entanto, com a vinda de Cristo, a lei continuou a exercer este papel de conscientização do pecado, 
mas o Senhor Jesus nos deu a oportunidade de, pela fé n’Ele, escapar desta maldição estabelecida pela 
lei. Uma vez salvos em Cristo, porém, não vivemos sem qualquer regra ou princípio, mas, antes, precisamente 
por estarmos salvos, somos levados a cumprir os preceitos morais estatuídos na lei, não para sermos salvos, 
mas, precisamente, porque estamos salvos em Cristo e, assim, não mais vivemos, e, sim, Cristo vive em nós 
e, deste modo, praticamos boas obras, obras conforme os preceitos morais constantes da lei dada no monte 
Sinai, a imutável lei de Deus, cujos preceitos foram revelados ao homem desde o jardim do Éden. 
 
- É por isso que o apóstolo Paulo diz que a fé não anula a lei, mas, antes, a estabelece (Rm.3:31), pois, a partir 
do momento que somos salvos pela graça, pela fé em Cristo, tendo os nossos pecados perdoados e nascendo 
de novo pelo Espírito, passamos a ser homens espirituais (I Co.2:14,15) e, como novas criaturas, podemos, 
então, cumprir os preceitos morais da lei, a chamada “lei de Cristo” (I Co.9:21; Gl.6:2). 
 
- “Estabelecer” é, no texto grego original, “istanómen” (ίστανομεν) cujo significado é de “estabelecer, 
confirmar”, ou seja, a lei é confirmada pela fé, na medida em que seus objetivos são plenamente alcançados 
quando cremos em Cristo Jesus e nos afeiçoamos à Sua imagem (Rm.8:29). 
 
- Somos, então, resgatados, ou seja, libertos da maldição da lei. A lei não pode mais nos condenar, porque, 
embora não tenhamos condição de cumpri-la, Cristo já a cumpriu por nós e, pela Sua graça, podemos ter vida 
eterna. Uma vida de santificação fará com que, cada vez mais, cumpramos os preceitos morais da lei até aquele 
dia em que, glorificados, quando o “velho homem”, a “carne” for aniquilada de nosso ser, chegaremos à 
perfeição. 
 
- Esta é a verdadeira libertação que Jesus Cristo opera no homem. Quando cremos em Jesus, Ele nos liberta 
do pecado e, como tal, não somos mais condenados pela lei, pois nos tornamos espirituais e não mais carnais 
e, com Cristo vivendo em nós, podemos, então, caminhar sempre no sentido do integral e pleno cumprimento 
dos preceitos morais da lei de Deus. 
 
- Assim, a graça e a verdade vindas de Jesus Cristo torna a lei algo real, factual, algo verificável pelos homens 
e não apenas um livro cujos preceitos são inatingíveis e inacessíveis. As duas tábuas de pedra que ficavam na 
arca, separada de todo o povo pelo véu, agora são inscritas nas carnes dos corações dos homens e, deste modo, 
os discípulos de Cristo se tornam “cartas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens” (II Co.3:2). 
 
- Não há, portanto, em absoluto, um “antinomismo” na graça, como alguns querem entender. O discípulo de 
Cristo, a nova criatura surgida pela fé em Cristo Jesus está, sim, submetida a lei de Deus. Como Paulo faz 
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questão de dizer na carta aos gálatas, as novas criaturas andam conforme “esta regra”, constituindo o Israel de 
Deus (Gl.6:15,16). 
 
- Reside aqui a verdadeira liberdade, que é a chamada liberdade heterônoma, ou seja, somente somos 
verdadeiramente livres quando nos submetemos à vontade de Deus. A liberdade não está em nos distanciarmos 
de Deus e fazermos as nossas próprias regras, em assumirmos indevidamente o lugar de Deus para dizer o que 
é certo e o que é errado, mas em crermos que Deus é o Senhor e, assim, passarmos a fazer a sua vontade, o 
que somente pode ser feito quando nos rendemos a Cristo Jesus e o recebemos como Senhor e Salvador. Esta 
é a “lei da liberdade” de que fala Tiago (Tg.2:12). 
 
- Por isso, não temos “liberdade” para pecar (Rm.6:1-7). É este o simbolismo do batismo nas águas: morremos 
para o pecado, não mais vivemos, mas agora Cristo vive em nós e, por isso, somos livres e resgatados do 
pecado, para viver conforme a vontade de Deus, o que significa que passaremos a cumprir os mandamentos, 
passaremos a ter qualidades especiais, presentes no fruto do Espírito (Gl.5:22). 
 
- Somente são discípulos de Cristo aqueles que têm as qualidades que o próprio Senhor enunciou na abertura 
do sermão do monte, ou seja, as “bem-aventuranças”, que, como afirma o Catecismo da Igreja Romana, 
“…retomam e completam as promessas de Deus desde Abraão, ordenando-as para o Reino dos Céus…” (§ 
1725 CIC). “A prometida bem-aventurança nos coloca diante de escolhas morais decisivas. Convida-nos a 
purificar nosso coração de seus maus instintos e a procurar o amor de Deus acima de tudo.…” (§ 1723 CIC). 
“Deus nos colocou no mundo para conhecê-l’O, servi-l’O e amá-l’O e, assim, chegar ao paraíso. A bem-
aventurança nos faz participar da natureza divina (I Pe. 1:4) e da vida eterna. Com ela, o homem entra na 
glória de Cristo e no gozo da vida trinitária. Tal Bem-Aventurança ultrapassa a inteligência e as forças 
exclusivamente humanas. Resulta de um dom gratuito de Deus…” (§§ 1722-3 CIC). 
 
- Em virtude da nossa fé em Cristo Jesus, portanto, podemos trilhar no caminho do cumprimento da 
lei, que não é perfeito, mas que caminha em direção à perfeição, já que não há mais nenhum entrave ou 
obstáculo para entrarmos em comunhão com Deus e podermos ter tal lei inscrita em nossos corações, 
mostrando, pela nossa vida, a presença de Deus em nós. 
 
- Portanto, o verdadeiro e genuíno cristão cumpre a lei e, neste cumprimento, revela a sua filiação divina. 
Estamos, pois, tornando realidade a lei divina em nossas vidas, visto que não mais vivemos pecando, 
glorificando, através de nossas obras, o nome do Senhor (Mt.5:16). De meio de maldição, portanto, a lei se 
torna demonstração de salvação, testemunho apto a levar outras pessoas a crer em Jesus. 
 
- Não estamos, pois, mais debaixo da maldição da lei, mas agora a lei está em nós e nos leva a testificar que 
somos discípulos de Jesus. 
 
- Por isso mesmo, o Senhor Jesus é bem claro ao dizer que toda a lei seria cumprida, nos seus mínimos 
pormenores (Mt.5:18), cumprimento que se faria não só por Ele, como, também, em todos os Seus discípulos 
que cressem n’Ele, pois o cristão cumpre a lei, por ter sido alcançado pela graça de Deus (Rm.13:8; Tg.2:8). 
 
- É, por este motivo, que o discípulo de Cristo está, em relação à lei, num patamar superior ao dos 
israelitas, porque, em Cristo, é capaz de cumprir a lei e ensiná-la, tendo a mesma autoridade que seu Mestre 
que, ao expor a Sua doutrina, mostrou toda a Sua autoridade à multidão (Mt.7:28,29), porque, ao contrário 
dos escribas e dos fariseus, fazia aquilo que ensinava, praticava aquilo que dizia (Mt.23:1-3). 
 
- Por isso, o discípulo de Cristo tem de exceder em justiça aos escribas e fariseus (Mt.5:19,20), pois, se assim 
não for, não entrará no reino de Deus. O reino de Deus é, portanto, muito mais exigente que a lei, a graça é 
muito mais exigente que a lei. Lembremos sempre disso! 
 
 
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Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco

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