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Nicolau Maquiavel. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio

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FILOSOFIA GERAL I/ MC1
AVALIAÇÃO PRÁTICA - 2 BIM
N. Maquiavel. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, cap 1
1. Explicar, qual a relação entre o tempo e a possibilidade da maldade, segundo
Maquiavel.
Na obra “Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio”, Maquiavel propõe uma
ruptura com o método de pensamento filosófico antigo, em especial quando se trata
sobre política. O comum era criar uma teoria e com base nela analisar a realidade,
mas Maquiavel faz uso do método indutivo, ou seja, usar o passado como referência
para resolver e analisar problemas do presente e do futuro, especificamente no caso
da política o autor analisa situações reais da antiga República romana.
Para que possamos entender seu pensamento, precisamos entender os conceitos
de virtú e fortuna, a capacidade de ação e estratégia, que foi corrompida pela moral
judaico-cristã na modernidade, e a sorte, o acaso e a influência das circunstâncias,
respectivamente. Na fortuna existe a possibilidade de virtú, já que o acaso coloca
em teste nossas habilidades de formular estratégias.
A partir desses dois conceitos, analisamos a natureza humana, que, para
Maquiavel, está associada à maldade e ao egoísmo. Somos naturalmente seres
oportunistas, dissimulados e mesquinhos, e fazemos o bem apenas quando
necessário ou obrigatório.
O tempo é onde nós existimos, onde agimos, e certas vezes, esse tempo nos
mostra que é necessário agir de maneira mais bruta, usar da maldade como forma
de penalização. À medida que o tempo avança, ele reflete a incerteza e
instabilidade da condição humana, mas, apesar da mudança temporal aparente, há
sempre algo atemporal, se não seria impossível fazer uso do método indutivo, como
podemos usar o passado como referência se tudo muda?
Justamente, certas coisas podem mudar, mas a natureza humana permanece a
mesma, independente do contexto no qual estamos inseridos, continuamos sendo
seres malvados e egoístas por natureza.
2. Para Maquiavel, há relação entre a liberdade e a república mista? Explique a
resposta positiva ou negativa.
Para Maquiavel existe uma relação entre a liberdade e a república mista. Ele cria
um paradoxo da liberdade, diz que só é possível a liberdade e uma vida melhor se
somos controlados, o que parece contraditório, liberdade e controle dependerem um
do outro, mas sem o controle a liberdade acaba virando caos.
A república mista é, como o próprio nome diz, uma mistura de características
monárquicas, aristocráticas e populares, formando um governo harmonioso e
perfeito, na concepção de Maquiavel.
Na república mista existe um controle, leis que regram a vida das pessoas, portanto
existe uma liberdade negativa (aquela que é controlada). Além disso, para
Maquiavel, o povo é o guardião da liberdade, visto que não deseja ser dominado,
nem possui o desejo dos grandes de comandar, e como a república mista tem
características populares, é impossível não estar por conceito, atrelada a liberdade.
3. Como relacionar, para o autor, leis, educação e virtude?
Segundo o autor, para estudar política, os homens devem deixar de lado os regimes
idealizados e se concentrar na verdade efetiva das coisas, o que significa que, o
território da política não pode ser estudado se nos preocuparmos com o mundo do
dever ser, ao invés do mundo do ser. Dessa forma, ao analisar a verdade efetiva
das coisas, Maquiavel discorre que a bondade, ou a virtude não fazem parte da
natureza humana. A sua condição é definida por uma mediana (os homens
raramente são totalmente bons ou totalmente ruins) sem virtude, o que torna a
verdadeira virtú, a capacidade de bem agir na cena pública, tão rara. Assim, ele
discorre que o ser humano é ruim e sempre está pronto para agir contra as leis,
quando tem ocasião. Portanto, ninguém faz o bem se não for necessário, sobretudo
se não existirem leis que obriguem as pessoas a agir desse modo. Logo, o
legislador não poderá deixar de lado a natureza egoísta e maldosa do ser humano
na hora de redigir as leis, tendo que balizar corretamente a análise do passado e do
presente. Por fim, a República deve contar com Instituições fortes que apliquem leis
que garantam a ordem, eduquem e canalizem o comportamento maldoso do ser
humano, produzindo indivíduos com virtú, porque segundo Maquiavel “homens bons
nascem da boa educação, das boas leis” p.22.
4.Para Maquiavel, leis do bom senso e prudência são sinônimos?
Para Maquiavel, as leis devem garantir que o ser humano canalize suas boas
ações, e abandone sua natureza aproveitadora e egoísta. Paralelamente, a
prudência, segundo o autor, é a qualidade fundamental dos ordenadores da
República, que observam os acontecimentos históricos e refletem sobre eles no
presente para tomada de decisões. Assim, prudência e virtú podem ser
interpretados como sinônimos, na medida em que se referem a qualidade do
príncipe em canalizar conflitos ao reagir de maneira estratégica frente aos
problemas da República. Dessa forma, pode-se dizer que o bom senso, enquanto
qualidade de discernimento do certo e do errado, pode ser fomentado pelo
estabelecimento de leis por um líder com prudência e logo, com virtú. No entanto,
possuir bom senso, não é sinônimo de ser prudente, ou possuir virtú, visto que,
essas qualidades envolvem não somente uma capacidade de diferenciar o bom e o
ruim com cautela e sensatez, como também exigem habilidades analíticas dos
acontecimentos do passado e do presente, para que se tenha uma ação e reação
eficientes e estratégicas frente aos problemas da República.

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