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A3- ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA Thais Ventura Bennicar Ra:1169247 ENUNCIADO: O etnocentrismo é o ato de pôr uma cultura, nacionalidade, raça, religião no centro de tudo, ou seja, como se fosse a única, e como se fosse a melhor de todas em relação às outras. O etnocentrismo é praticado tanto individualmente como coletivamente. Acontece que o etnocentrismo não é nada saudável, pois engendra consequências como o racismo e a discriminação, e às vezes chega ao extremo, levando pessoas etnocêntricas a matarem outras por serem diferentes. [...] pode levar a atrocidades e massacres, assim como as atitudes de Hitler que perseguiu, discriminou e dizimou milhões de judeus apenas por achar sua raça melhor. Ninguém sai ganhando por ser etnocêntrico, seja uma pessoa ou até mesmo um povo. Por descriminarem outras culturas, acabam se isolando no seu ‘’mundo’’ e perdendo a oportunidade de conhecer algo diferente e aprender algo novo. HERCULANO, Gabriel. Etnocentrismo e suas consequências. SCRIBD, 2019. Disponível em: < https://pt.scribd.com/doc/127699335/Etnocentrismo-e-suas-consequencias>;. Acesso em: 24 de jun. de 2019 (adaptado). ● Identifique situações de etnocentrismo e/ou relativismo cultural nas relações cotidianas. Associe essas questões do dia a dia às questões históricas mencionadas no texto. CONTEÚDO EXPLICATIVO: Considerando o etnocentrismo como um conjunto de preconceitos sobre uma determinada cultura ou povos, religiões ou etnias, tendo como principal característica o hábito de julgar interiormente uma cultura da diferente em que esse sujeito pertence, considerando apenas a sua cultura e etnia válida e correta. Segundo "Everardo Rocha, antropólogo e professor do departamento de Comunicação Social da PUC-Rio e um grande estudioso brasileiro do etnocentrismo, afirma que o “etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc.”. No século XIX tentava-se associar o nível de desenvolvimento cultural com a “raça”, denominando-se as raças “superiores” é inferiores" segundo os homens brancos europeus no período de exploração de povos africanos, indígenas, asiáticos por parte dos europeus. Podemos pegar por exemplo o etnocentrismo religioso no nosso cotidiano que tem uma relação muito grande com a visão etnocêntrica racial, pegamos por exemplo as religiões de matrizes africanas como o candomblé e umbanda, essas religiões desenvolvem preconceitos entre pessoas que geralmente possuem a base familiar religiosa cristã, fazendo comparações e comentários preconceituosos e negativos dando como essa religião inferior, negativa e do “inferno”. Na literatura brasileira identificamos no período colonial só Brasil, o período em que indígenas eram radicalmente “convertidos” por uma onda cristã/católica enviadas de Portugal, essas pessoas eram padres jesuítas que vinham na intenção de e converter os povos indígenas, impondo assim apenas o cristianismo como a salvação, sua religião politeísta então não poderia ser considerável aceitável. Observarmos que atualmente temas como esse são mais repercutidos no meio social, através da mídias sociais estamos tendo mais informação e conteúdo sobre como não cometer um ato preconceituoso envolvendo etnocentrismo sobre um indivíduo. Porém sabemos que muitas vezes passa despercebido comentários passados como uma “hierarquia” de vocabulário, como comentários que as pessoas paulistas geralmente fazem apelidando pessoas do Nordeste do Brasil, como “Ceará”, “Paraíba”, entre outros. Pegamos como exemplo as atrocidades que aconteceram na segunda guerra mundial, quando o patriotismo tomou conta de Hitler na Alemanha, que julgou existir uma superioridade da suposta raça ariana branca em relação às demais, o que justificava a apreensão, a expulsão e a morte de povos de outras origens, em especial os judeus. Podemos afirmar que na idade média foi um período aonde preconceitos e o etnocentrismo foram realmente presentes, citando um exemplo extremamente importante para a história sobre o etnocentrismo foi contra as mulheres iniciado em 1450 até 1750, com o tema de “caça às bruxas”. A igreja católica na época era bem certa de que apenas o cristianismo era o caminho certo, ridicularizando culturas de mulheres camponesas na época que tinham hábitos rurais de cura corporal, alimentares como chá e ervas e muita das vezes eram má interpretadas, sendo denominadas e julgadas como “bruxas”. Estima-se que aproximadamente 9 milhões de pessoas foram acusadas, julgadas e mortas neste período, onde mais de 80% eram mulheres, incluindo crianças e moças que haviam sido julgadas por serem criaturas das trevas ou “bruxas". No contexto da “caça às bruxas” haviam várias acusações contra as mulheres. As vítimas eram acusadas de praticar crimes sexuais contra os homens, tendo firmado um “pacto como demônio”. Também eram culpadas por se organizarem em grupos, geralmente reuniam-se para trocar conhecimentos acerca de ervas medicinais, conversar sobre problemas comuns ou notícias. Outra acusação levantada contra elas, era de que possuíam “poderes mágicos”, os quais provocavam problemas de saúde na população, problemas espirituais e catástrofes naturais, o fato dessas mulheres usarem seus conhecimentos para a cura de doenças e epidemias ocorridas em seus povoados, acabou despertando a ira da instituição médica masculina em ascensão. Contudo, podemos concluir que o etnocentrismo é algo de forte hierarquia porém ele vai enfraquecendo durante o tempo, mas não desconsiderando sua existência é algo muito presente em nosso cotidiano principalmente com atos de xenofobia e preconceitos religiosos, resolvemos esse problema espalhando mais informação para a sociedade , mostrando que cada cultura tem um contexto social e cultural totalmente distinto e que isso não faz nenhuma mais superior ou inferior que a outra. Através da informação e da educação podemos educar cidadãos totalmente informados e respeitosos com o outro, explicando a importância da relação interpessoal e de respeito com o outro. Finalizo deixando uma citação sobre educação, antropologia e informação do Filósofo Lévi Strauss (1908- 2009) – “O antropólogo é o astrônomo das ciências sociais: ele está encarregado de descobrir um sentido para as configurações muito diferentes, por sua ordem de grandeza e seu afastamento, das que estão imediatamente próximas do observador”. REFERÊNCIAS: • https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm • https://citacoes.in/autores/claude-levi-strauss/ • https://pt.scribd.com/doc/127699335/Etnocentrismo-e-suas-consequencias SÃO PAULO 10/06/2022 https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm https://citacoes.in/autores/claude-levi-strauss/ https://pt.scribd.com/doc/127699335/Etnocentrismo-e-suas-consequencias