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Antropologia e cultura brasileira Atividade 3 – Renata Barcellos Etnocentrismo O etnocentrismo e o relativismo cultural estão enredados em nossos cotidianos de diversas formas, sendo sua reflexão de extrema importância nos mais diferentes âmbitos, sejam familiares, acadêmicos, profissionais, de lazer, assim como políticos, econômicos e históricos, de modo que devem ser pensadas não somente de uma forma individualista e centrado no presente, mas levando em consideração uma abordagem social e abrangente, para que possamos enxergar e repensar suas consequências. Apesar da suma importância de ambos assuntos, neste texto, irei me ater e dar ênfase ao etnocentrismo. Desmembrando a palavra etnocentrismo, encontramos o prefixo etno, advindo de etnia, e centrismo, que é ato de colocar algo no centro, ou seja, tornar algo fundamental ou principal. Enxergar o mundo de maneira etnocentrista significa perceber o mundo, a sua diversidade e as suas características tendo como base, apenas uma visão distorcida por aquilo que você acha que é culturalmente melhor ou correto. O etnocentrismo se ancora em um reforço da identidade do “eu”. Na sociedade ocidental em particular, ele possui aliados muito fortes, de modo que se forma, também, a partir de uma lógica de progresso, desejo de riqueza e ânsia por conquista, suprimindo e eliminando a diferença. A intolerância religiosa, os preconceitos raciais, a xenofobia, o machismo, a homofobia e a transfobia são maneiras através das quais se expressam o etnocentrismo, que, infelizmente, ainda estão enraizadas em nossa cultura. A visão etnocêntrica na religião, por exemplo, causa a intolerância religiosa e o preconceito contra as manifestações espirituais diferentes das que o observador etnocêntrico segue. Tomemos como exemplo o Ocidente, que é majoritariamente cristão. O cristianismo foi amplamente difundido dentro da Europa, e a colonização das Américas pelos povos europeus forçou a entrada e disseminação dessa religião em nosso continente. Os povos nativos daqui tiveram as suas crenças forçadamente desonradas pelos colonizadores, que incrementaram, inclusive, grandes campanhas de catequização dos nativos. Para os europeus, o cristianismo era a religião correta, que levaria à salvação da alma, enquanto a religião dos povos nativos era inferior, errada e pecadora. Ainda hoje existem casos de etnocentrismo religioso, quando, por exemplo, religiões de matriz africana são desrespeitadas por cristãos, que as associam ao pecado e ao que é considerado demoníaco. Isso acontece porque o praticante de uma certa religião tem a tendência de considerar o seu grupo religioso como a única manifestação correta, e as outras como algo ruim e errado. Essa percepção etnocêntrica sobre o mundo, onde a visão do etnocentrista é sempre superior as outras, causa muitos males a sociedade, desde muito tempo e até os dias atuais. Podemos ver isso, ao lembrarmos do no governo nazista de Hitler, que é um exemplo marcante de etnocentrismo, na Alemanha. Hitler julgou existir uma superioridade da suposta raça ariana branca em relação às demais, o que justificava a apreensão, a expulsão e até a morte de povos de outras origens, em especial os judeus. https://brasilescola.uol.com.br/religiao/cristianismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nazismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/hitler.htm Apesar de olharmos essa referência histórica sobre Hitler e acharmos um absurdo o que aconteceu, e que não aconteceria mais, não podemos nos enganar, afinal esse episódio aconteceu não faz tanto tempo atrás, e nos dias de hoje, podemos ver que o etnocentrismo ainda prevalece muito, com racismo, xenofobia e preconceitos. Existem muitos exemplos que mostram explicitamente isso, como o homem branco que aqui vive, ainda enxerga o indígena como alguém atrasado socialmente, ou até mesmo a visão, ainda existente, de que o continente africano é somente um local atrasado, devastado por mazelas e pela fome. Os exemplos de etnocentrismo podem ser percebidos nos mais minuciosos detalhes, como nos preconceitos empregados pela linguagem, em piadas e até em atos de violência. Relacionado aos preconceitos, o etnocentrismo pode ser expresso por piadas que ridicularizem a linguagem, a cultura e a religião dos outros povos. Como visão de análise, o etnocentrismo é expresso pela maneira de enxergar o outro como alguém inferior. É necessário entender que existem diferenças culturais entre os povos, mas quando essas diferenças são usadas para diminuir, classificar e subjugar os outros, cai-se numa visão etnocentrista. Não há uma fórmula mágica que erradique de vez o etnocentrismo em toda uma sociedade. Talvez a maior força combativa seja o estudo. O incentivo ao estudo e o investimento em educação são as principais armas para combater-se, gradativamente, o preconceito enraizado na cultura de um povo. Referências: ROCHA, E. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 2017. PORFíRIO, Francisco. "Etnocentrismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm. Acesso em 10 de abril de 2021.
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