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DESCRIÇÃO Visão geral do processo de análise de demonstrativos financeiros, além de seus principais usuários e aplicações. PROPÓSITO Compreender o processo de análise dos principais demonstrativos contábeis para o subsídio das decisões tomadas pelos diversos usuários dessas informações, como, por exemplo, investidores, analistas de investimento e credores. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o estudo do conteúdo deste tema, tenha em mãos recursos computacionais com acesso a planilhas eletrônicas (Excel) e calculadora para que seja possível efetuar o cálculo dos indicadores utilizados para o desenvolvimento da análise dos demonstrativos financeiros. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever os principais objetivos, as aplicações, as ferramentas e os usuários da análise de demonstrativos financeiros MÓDULO 2 Distinguir os componentes do balanço patrimonial e os princípios de sua estruturação MÓDULO 3 Identificar as contas componentes da demonstração de resultado do exercício e do demonstrativo do fluxo de caixa MÓDULO 4 Empregar a análise horizontal e vertical no balanço patrimonial dos principais demonstrativos financeiros da empresa INTRODUÇÃO Neste tema, abordaremos conceitos fundamentais relativos à análise econômico-financeira de empresas, apontando, nesse contexto, seus usuários. Além disso, discutiremos suas aplicações e as características dos principais demonstrativos financeiros: o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a demonstração do fluxo de caixa. Também apresentaremos o uso da análise horizontal e vertical. Ela é muito importante, pois permite a mensuração da relevância das principais contas patrimoniais e de resultado das empresas, bem como a identificação de suas variações intertemporais. O uso das técnicas de análise de demonstrativos financeiros é de interesse de diversos agentes em diversas situações de seu cotidiano profissional: Investidores e analistas de mercado de capitais na busca de oportunidades de investimento; Instituições financeiras e analistas de crédito na concessão de crédito corporativo; Gestores de empresas na análise dos resultados de suas empresas e de outros parceiros de sua cadeia de valor; Agências reguladoras e outros órgãos governamentais na fiscalização de participantes do mercado. Por fim, o domínio das técnicas de análise de demonstrativos financeiros é fundamental para o entendimento de diversos assuntos em finanças corporativas. Entre eles, podemos citar o orçamento de capital, a gestão do capital de giro e a estrutura de capital. MÓDULO 1 Descrever os principais objetivos, as aplicações, as ferramentas e os usuários da análise de demonstrativos financeiros Fonte: PopTika / Shutterstock A ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS, APLICAÇÕES E SEUS PRINCIPAIS USUÁRIOS No dia a dia das atividades corporativas e no mercado financeiro, analistas e gestores necessitam, em diversas situações, de informações financeiras para embasar suas conclusões e tomadas de decisão. Como exemplo, temos o caso dos investidores no mercado de capitais. Eles têm a dura tarefa de escolher ações para compor seu portifólio de investimentos. Para tanto, buscam entender o potencial de lucratividade das empresas nas quais pretendem alocar recursos. Da mesma forma que os investidores no mercado de capitais, os próprios gestores das corporações precisam tomar decisões empresariais que carecem de embasamento financeiro. Podemos citar como exemplos: Investimentos em novos projetos; Captação de recursos; Concessão de crédito a clientes. Fonte: echoevg / Shutterstock Nesse sentido, é fundamental ter acesso a dados contábeis produzidos com qualidade (fidedignos à realidade vivida pelas corporações) que sejam provenientes dos demonstrativos financeiros das empresas: ETAPA 01 Balanço patrimonial (BP) ETAPA 02 Demonstração de resultado de exercício (DRE) ETAPA 03 Demonstração do fluxo de caixa (DFC). IMPORTANTE javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) No entanto, cabe observar que as informações advindas dos demonstrativos financeiros geralmente requerem um tratamento. A partir dele, é possível haver a efetuação de análises mais completas e aprofundadas, para que possam ser utilizadas no suporte à tomada de decisão. É no tratamento das informações dos demonstrativos financeiros que são aplicadas as técnicas de análise de demonstrativos financeiros. A figura abaixo sintetiza o processo de transformação de dados contábeis provenientes desses demonstrativos em informações úteis para análise e tomada de decisão. Fonte: YDUQS, 2020 O processo da análise de demonstrativos financeiros. Esta figura mostra que os dados do balanço patrimonial (BP), do demonstrativo de resultados (DRE) e do demonstrativo de fluxo de caixa são os insumos a serem estudados na análise dos demonstrativos. Desse estudo, sairão as informações para a futura tomada de decisão. FERRAMENTAS E PRINCIPAIS INDICADORES UTILIZADOS NA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS O primeiro e mais tradicional tipo de análise de demonstrativos financeiros é a análise horizontal e vertical. Ela permite um rápido entendimento da situação econômico-financeira das empresas e o levantamento dos “pontos de atenção” que deverão ser explorados em maior profundidade em análises posteriores. Enquanto a análise horizontal demonstra a evolução histórica de uma conta ou grupo de contas... A vertical denota a relevância da conta — o peso relativo — no demonstrativo analisado. Além da análise horizontal e vertical, são sugeridos, na literatura sobre finanças e contabilidade, uma infinidade de indicadores utilizados para a análise de demonstrativos financeiros. De forma geral, é possível categorizá-los em três grupos principais: INDICADORES DE RENTABILIDADE E ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO DAS EMPRESAS Os indicadores de rentabilidade e análise do desempenho econômico das empresas são usados para o entendimento da capacidade das companhias gerarem lucro e remunerarem os investidores. Os principais interessados na lucratividade das empresas são os sócios, que desejam entender se os recursos aportados estão rendendo adequadamente. Em termos práticos, isso poderia ser efetuado pela comparação com o custo do capital próprio (também chamado de taxa mínima de atratividade ou custo de oportunidade). Entre os principais indicadores utilizados nessa tarefa, podemos citar os índices de retorno, as margens de lucro e o giro dos recursos investidos. Contemporaneamente, muitos analistas vêm utilizando indicadores que visam a calcular o lucro econômico, estimando o quanto o lucro contábil supera os encargos financeiros dos recursos investidos na empresa. Além dos sócios das empresas, outros agentes — como credores e analistas de risco de crédito — também se interessam pelo diagnóstico da rentabilidade e da situação econômica. Várias pesquisas apontam a habilidade preditiva desses indicadores no que tange à capacidade de as empresas honrarem seus compromissos com terceiros no longo prazo. INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO E ANÁLISE DO RISCO DE INADIMPLÊNCIA Os indicadores de risco de inadimplência e endividamento são bastante utilizados no mercado para o diagnóstico da estrutura de capital e do nível de alavancagem das empresas. Eles têm como principais usuários os próprios gestores das corporações e os emprestadores (debenturistas e bancos). De forma prática, essa análise busca informar se as empresas estão muito ou pouco endividadas e qual é sua probabilidade de calote (risco de inadimplência ou de crédito). Entre os principais índices de risco de inadimplência e endividamento, temos: Relação entre a dívida e o patrimônio líquido: indica a proporção de recursos de sócios e terceiros na empresa; Relação entre a dívida de curto prazo e a total: auxilia na mensuração da relevância das dívidas contidas no passivo circulante da empresa; Índices de coberturade juros e de dívida: relacionam o volume de obrigações com credores (juros e principal dívida); Geração de caixa operacional das empresas (LAJI e LAJIDA): Os lucros antes de juros e impostos (LAJI) e aqueles antes de juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA) são, respectivamente, índices que medem a eficiência produtiva de uma empresa, a capacidade de geração de caixa de sua atividade-fim e o potencial competitivo do negócio em relação aos seus concorrentes. Esses dois tipos de lucros também são bastante conhecidos pelos nomes em inglês: earning before interests, taxes, depreciation and amortization (EBITDA) e earning before interests and taxes (EBIT). Além dos gestores e credores das empresas, outros grandes interessados nesses índices de risco de inadimplência e endividamento são as agências de rating. Elas analisam o risco de crédito corporativo atribuindo notas às empresas, que, por sua vez, auxiliam o mercado na determinação das taxas de juros aplicadas sobre empréstimos e financiamentos. INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO Os indicadores da situação financeira de curto prazo são bastante utilizados no mercado para o diagnóstico da capacidade de as empresas honrarem seus compromissos com terceiros. Além disso, eles dimensionam as necessidades de recursos para financiamento das atividades operacionais de curto prazo. Os principais indicadores usados nessa tarefa são os índices de liquidez, os prazos médios dos componentes do ativo e passivo circulante, os ciclos operacional e financeiro e os indicadores de capital de giro. Esse ferramental tem aplicação direta na gestão financeira corporativa, dando suporte ao estudo e à definição de políticas comerciais (compra e venda) e de estoques, visando a garantir níveis adequados de liquidez para as empresas. Ele também pode ser utilizado para a análise de crédito de curto prazo tanto por instituições financeiras (financiamento do capital de giro) quanto pelas próprias empresas para concessão de crédito aos seus clientes. A tabela abaixo apresenta, de forma resumida, os principais tipos de indicadores utilizados na análise de demonstrativos financeiros e aponta suas funções. Indicadores de rentabilidade e análise do desempenho econômico Indicadores da situação financeira de curto prazo Indicadores de risco de inadimplência e endividamento Índices de retorno; Índices de liquidez; Índices de endividamento; Margens de lucro; Giro dos investimentos; Lucro econômico. Prazos médios e ciclos; Indicadores de capital de giro. Índices de cobertura de juros e dívida. Função: auxiliam no entendimento da capacidade de as companhias gerarem lucro e remunerarem os investidores. Função: auxiliam no diagnóstico da capacidade de a empresa honrar com seus compromissos de curto prazo. Função: auxiliam no diagnóstico da estrutura de capital e nível de alavancagem das empresas. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 1: Principais indicadores da análise de demonstrativos financeiros. É comum o “uso cruzado” de algumas técnicas, mesmo com a aplicação dos indicadores da tabela acima. Isso vai depender muito do grau de interdependência: Da situação econômica (capacidade de geração de retorno dos capitais investidos); Da situação financeira de curto prazo (capacidade de honrar com os compromissos); Do risco de inadimplência e endividamento (capacidade de pagamento dos credores e risco de calote das dívidas). COMENTÁRIO Considerando seu caráter introdutório, este texto não pretende detalhar o uso desses indicadores, limitando-se às análises horizontal e vertical. USUÁRIOS DA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS Conforme enunciamos nos parágrafos anteriores, a análise de demonstrativos financeiros é de interesse de diversos agentes no meio corporativo e no mercado financeiro. Entre eles, podemos destacar: Fonte: SFIO CRACHO /shutterstock Investidores Sócios e acionistas utilizam a análise de demonstrativos financeiros de empresas para acompanhar a lucratividade e avaliar o risco dos seus investimentos; javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: everything possible /shutterstock Analistas de valores mobiliários Empregam a análise de demonstrativos financeiros para embasar projeções de resultado e tecer avaliações sobre os preços (cotações) das ações no mercado de ações; javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: fizkes /shutterstock Gestores de empresas Usam a análise de demonstrativos financeiros para embasar decisões corporativas, como, por exemplo, investimento em projetos, tomada de recursos (dívida ou capital próprio), concessão de crédito aos seus clientes e definição de políticas de compra e estoque; Fonte: SFIO CRACHO /shutterstock Bancos e outros tipos de credores Bancos (comerciais, de fomento e de investimento) e debenturistas utilizam a análise de demonstrativos financeiros para avaliar a concessão de crédito às empresas e determinar as taxas de juros cobradas em suas operações; javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: everything possible /shutterstock Agências de rating Empregam a análise de demonstrativos para avaliar e classificar o risco de crédito das empresas, consistindo na probabilidade de inadimplência das dívidas das corporações (informação usada por credores na concessão de crédito); javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: fizkes /shutterstock Reguladores Usam a análise de demonstrativos para acompanhar o desempenho de empresas em mercados regulados, visando a estabelecer tarifas justas (para empresas e seus clientes) e zelar pelo bom desempenho delas na prestação de seus serviços. IMPORTANTE No caso de pequenas empresas, cabe ressaltar que a obtenção de informações para análise pode se tornar mais complexa que obtida em empresas de grande porte, como, por exemplo, as SAs cotadas em bolsas de valores. Isso ocorre pelo fato de, muitas vezes, elas estarem preocupadas unicamente em efetuar registros contábeis com o intuito de efetuar o levantamento de impostos. É importante observar que existem situações específicas em empresas cujo foco não está voltado para a análise de demonstrativos com os fins descritos neste módulo. Conheceremos algumas delas a seguir: javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Mr. Whiskey /Shutterstock Empresas de auditoria financeira têm como objetivo em suas atividades o exame dos demonstrativos contábeis. Elas buscam emitir opinião sobre a fidedignidade da situação patrimonial, financeira e contábil do auditado, bem como a verificação de conformidade e a de prevenção e detecção de fraude. A análise para a tomada de decisões não é seu objetivo. Fonte: Flamingo Images /Shutterstock Analistas técnicos, também conhecidos como grafistas, embasam suas decisões de investimento em ações pela análise dos gráficos de cotações das ações no tempo, não se fundamentando na análise dos demonstrativos financeiros. Fonte: Budimir Jevtic /Shutterstock Consumidores não corporativos (de forma distinta dos clientes corporativos, que possuem maior grau de dependência de seus fornecedores) não têm, em geral, interesse no entendimento da situação econômico-financeira das empresas produtoras dos produtos ou serviçosque consomem. Fonte: dotshock /Shutterstock Organizações não governamentais e funcionários comuns das empresas (desde que não sejam gestores de orçamento ou não tenham interesse no entendimento do desempenho da companhia) não são usuários frequentes da análise de demonstrativos financeiros. APLICAÇÕES E USUÁRIOS DA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS Neste vídeo, versaremos um pouco sobre o tópico Usuários da análise de demonstrativos financeiros e suas aplicações. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PODEMOS AFIRMAR QUE AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS SÃO: A) Análise da estrutura de negócios e da capacidade de geração de lucro da empresa. B) Análise de Indicadores (rentabilidade, situação financeira, risco de inadimplência e endividamento) e a análise horizontal e vertical. C) Análise do capital de giro, do posicionamento estratégico e auditoria das demonstrações financeiras. D) Análise da estrutura de capital, orçamento empresarial e da estratégia de negócios da empresa. E) Análise do orçamento empresarial e do capital de giro e auditoria das demonstrações financeiras. 2. A ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS POSSUI DIVERSAS APLICAÇÕES E USUÁRIOS. A ALTERNATIVA QUE MELHOR DESCREVE O GRUPO DE USUÁRIOS TÍPICOS DESSA METODOLOGIA SERIA: A) Bancos comerciais, empresas de auditoria financeira, agências classificadoras de risco (rating), agências reguladoras, gestores corporativos e organizações não governamentais (ONGs). B) Agências reguladoras, empregados das empresas, analistas do mercado de ações, bancos comerciais, organizações não governamentais (ONGs) e analistas de crédito. C) Agências classificadoras de risco (rating), reguladores, bancos de investimento, investidores no mercado de capitais, gestores corporativos e analistas do mercado de ações. D) Analistas técnicos (grafistas), agências classificadoras de risco (rating), agências reguladoras, bancos de fomento, consumidores não corporativos e analistas do mercado de ações. E) Bancos comerciais, analistas técnicos (grafistas), entidades de classe, organizações não governamentais (ONGs) e analistas de crédito. GABARITO 1. Podemos afirmar que as principais ferramentas utilizadas na análise de demonstrativos financeiros são: A alternativa "B " está correta. As principais ferramentas da análise de demonstrativos financeiros são a análise horizontal e vertical e a de indicadores de rentabilidade e análise do desempenho econômico, endividamento e risco de inadimplência e situação financeira de curto prazo. As análises de estrutura de negócios, do posicionamento estratégico e da estratégia da empresa não são relacionadas à análise de demonstrativos financeiros. O orçamento empresarial e a auditoria dos demonstrativos financeiros, apesar de estarem relacionados às finanças corporativas, têm escopo distinto ao da análise de demonstrativos. 2. A análise de demonstrativos financeiros possui diversas aplicações e usuários. A alternativa que melhor descreve o grupo de usuários típicos dessa metodologia seria: A alternativa "C " está correta. Os principais usuários da análise de demonstrativos financeiros são os investidores no mercado de ações, os analistas de mercado de capitais, os gestores das empresas, os bancos comerciais, de fomento e de investimento, as agências de rating e as agências reguladoras. Empresas de auditoria financeira, analistas técnicos (também conhecidos como grafistas), consumidores não corporativos, organizações não governamentais e funcionários comuns das empresas não têm como foco a análise de demonstrativos financeiros. MÓDULO 2 Distinguir os componentes do balanço patrimonial e os princípios de sua estruturação Fonte: s_oleg / Shutterstock O BALANÇO PATRIMONIAL Antes de apresentarmos e discutirmos as técnicas de análise de demonstrativos financeiros, é fundamental conhecermos a matéria-prima de nosso trabalho: os próprios demonstrativos financeiros. Mais especificamente, vamos nos dedicar a compreender as características dos principais documentos contábeis utilizados nesse processo: Balanço patrimonial (BP) Demonstração de resultado do exercício (DRE) Demonstração do fluxo de caixa (DFC) Vamos nos restringir à exploração da estrutura desses demonstrativos sem nos preocuparmos com os procedimentos contábeis utilizados em suas confecções, já que eles seriam próprios e adequados a um curso introdutório sobre fundamentos da contabilidade. O PRIMEIRO DEMONSTRATIVO QUE APRESENTAREMOS É O BALANÇO PATRIMONIAL (BP). ELE CONSISTE EM UMA APRESENTAÇÃO ESTÁTICA, ORDENADA E RESUMIDA DE TODAS CONTAS PATRIMONIAIS — BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES — DE UMA EMPRESA EM DETERMINADA DATA. O QUADRO A SEGUIR APRESENTA A ESTRUTURA TÍPICA DE UM BP: Ativo Passivo Ativo circulante Disponibilidades Clientes Estoques Adiantamento a fornecedores Impostos a recuperar Outros Passivo circulante Empréstimos e financiamentos Fornecedores e contas a pagar Salários Impostos Dividendos Outros Ativo não circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo não circulante Empréstimos e financiamentos Outros Patrimônio líquido Capital social Reserva de lucros Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 2: Estrutura típica de um balanço patrimonial. O BP é uma apresentação: 1 Estática, porque não descreve as movimentações que determinaram os saldos das contas patrimoniais da empresa; Ordenada, pois as contas no ativo são organizadas por ordem de liquidez (conversibilidade em dinheiro), enquanto as do passivo o são por ordem de exigibilidade; 2 3 Resumida, já que o BP não apresenta o detalhamento das contas patrimoniais exibidas de forma sumarizada; Em uma data, que pode ser o final de um ano (31/12), de um trimestre ou de determinado mês (disponível geralmente em relatórios internos das empresas). 4 O BP é dividido em dois grandes grupos: ativo e passivo. Eles, por sua vez, são subdivididos em subgrupos de contas conforme suas características e o prazo de maturação. Fonte: Bakhtiar Zein /shutterstock O ativo é composto das aplicações de recursos da empresa (bens e direitos)... Fonte: Bakhtiar Zein /shutterstock Enquanto o passivo o é das fontes de recursos da companhia (obrigações com sócios e terceiros). O ATIVO CIRCULANTE O ativo circulante (AC) é composto tanto por recursos disponíveis — caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo — quanto por bens e direitos cuja empresa pretenda converter em dinheiro em prazo inferior a um ano da data de fechamento do BP. COMENTÁRIO Como exemplo, suponha que uma empresa possua um saldo de R$500 mil em sua conta Clientes no BP fechado em 31/12/20X1. Isso significa que os recebíveis contidos nessa conta têm prazo de vencimento igual ou inferior a 31/12/20X2. Além de disponibilidades e clientes, uma conta que geralmente possui relevância no AC é a dos estoques. Outras contas comumente encontradas nele são os adiantamentos a fornecedores e os impostos a recuperar. Fonte: s_oleg/Shutterstock Contas que possuem pouca relevância (baixo valor) e não se enquadram nas demais descritas anteriormente são, em geral, sumarizadas na conta Outros ativos circulantes. O quadro a seguir apresenta um resumo das características das contas que compõem o ativo circulante: Componentes do ativo circulante: Disponível — caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo. Em geral, as aplicações financeiras que constam do ativo circulante se referem a investimentos em renda fixa com baixo risco e alta liquidez; Clientes — recebíveis, como duplicatas a receber e cartões de crédito, relativos ao financiamento de vendas efetuadas a prazo pela empresa com vencimento inferior a um ano; Estoques — em empresas comerciais, referem-se às mercadorias registradas a preço de custo (valor pago na aquisição delas). Em indústrias — dependendo da fase no processo produtivo —, osestoques podem ser classificados como matéria-prima (ou insumo), produto em processo ou produto acabado; Adiantamento a fornecedores — recursos transferidos a fornecedores antecipadamente à entrega de produtos adquiridos com a expectativa de compensação (mediante entrega futura) em prazo inferior a um ano da data de fechamento do balanço; Impostos a recuperar — trata-se daqueles pagos na compra de mercadorias e insumos que serão recuperados (deduzidos) quando a empresa apurar os impostos a recolher referentes à venda de seus produtos ou revender as mercadorias previamente adquiridas. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 3: Características das contas do ativo circulante. O ATIVO NÃO CIRCULANTE Um segundo grupo do ativo é o ativo não circulante (ANC), que consiste nas aplicações de recursos de longo prazo da empresa. COMENTÁRIO Na contabilidade, ativos de longo prazo são aqueles que se espera transformar em dinheiro no prazo superior a um ano ou que não haja um prazo definido para sua realização. O ANC é composto por quatro grupos de contas: Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível O realizável a longo prazo (RLP) contém, em geral, direitos com vencimento superior a um ano ou, por prudência, indica que a empresa não deve contar com o recebimento já no exercício seguinte. EXEMPLO Recebíveis de clientes com prazo de vencimento superior a 12 meses provenientes de vendas parceladas e financiadas pela própria empresa, assim como os empréstimos concedidos a executivos da companhia que, por prudência, mesmo que o prazo estabelecido para restituição seja inferior a um ano, são alocados no RLP. Em geral, o realizável a longo prazo é um grupo de pouca expressão no BP das empresas. Os investimentos no ANC consistem em bens e direitos que a empresa possua em caráter permanente (sem prazo definido para realização), buscando gerar rendimentos, ainda que não sejam utilizados em suas atividades normais. EXEMPLO Ações ou participações de outras empresas. Caso a empresa possua a propriedade de imóveis e terrenos que não estejam sendo utilizados em suas operações, eles também são classificados como investimentos. Alternativamente, quando a empresa conta com imóveis sendo utilizados em suas atividades operacionais, eles são classificados em outro grupo de contas: o imobilizado. No imobilizado de uma empresa, constam todos os ativos de caráter permanente empregados na produção de mercadorias e serviços que a companhia comercializa no mercado. Fonte: leolintang /Shutterstock EXEMPLO Edificações (utilizadas para abarcar as operações da empresa), máquinas, móveis, veículos e infraestrutura de informática. Uma característica importante dos itens do imobilizado é que, em geral, eles sofrem depreciação. Esse fenômeno consiste em um artifício contábil que visa a reduzir gradativamente o valor dos ativos tangíveis da empresa, buscando, com isso, evidenciar sua degradação ou envelhecimento – e consequente perda valor. A depreciação também é lançada como despesa na DRE, embora não constitua saída de caixa (dispêndio). Os prazos de depreciação de ativos são determinados pela Receita Federal. Cabe observar que as regras contábeis postulam que os terrenos de propriedade das empresas não podem ser depreciados. Fonte: Jo Galvao /Shutterstock O quarto e último grupo do ANC é o intangível, que é um grupo de contas que abarca os ativos não corpóreos de posse da empresa, ainda que eles — direta ou indiretamente — agreguem no desenvolvimento de suas atividades. EXEMPLO Marcas que as organizações adquirem de outras empresas, sendo utilizadas para identificar produtos e auxiliar no processo de comercialização, além do valor pago em licenças para funcionamento, direitos de uso de ativos, softwares e valores pagos na aquisição de franquias. É importante observar que, dada a natureza não corpórea dos ativos intangíveis, a contabilidade trabalha com regras rígidas com o objetivo de evitar ilusões relativas aos valores registrados nos balanços. EXEMPLO Graças ao conservadorismo no registo do valor de marcas, elas somente podem ser “ativadas” (lançadas no ativo) quando compradas. Portanto, não é possível efetuar o registro contábil do valor daquelas geradas pela própria empresa. Por fim, vale destacar que diversos componentes do intangível são amortizados ao longo do tempo, o que constitui um processo similar ao da depreciação de bens corpóreos do imobilizado e investimentos (cujo prazo também é determinado pela Receita Federal). O quadro a seguir apresenta um resumo das características das contas que compõem o ativo não circulante: Componentes do ativo não circulante: Realizável a longo prazo — clientes e outros recebíveis com prazo de recebimento superior a um ano ou nos casos em que houver incerteza no prazo de recebimento de contas que originalmente constariam do AC. É o caso, por exemplo, de empréstimos efetuados a diretores da empresa e depósitos judiciais; Investimentos — ações e participações em outras empresas, obras de arte, imóveis e terrenos de propriedade da organização que estejam alugados para terceiros ou simplesmente não sejam utilizados nas suas operações; Imobilizado — imóveis, terrenos, máquinas, móveis, veículos, infraestrutura de informática e outros bens corpóreos de propriedade da empresa que sejam empregados em suas atividades. Em geral, os itens do imobilizado sofrem depreciação ao longo do tempo de acordo com prazos definidos pela Receita Federal (uma das exceções seriam os terrenos, pois eles não têm depreciação); Intangível — marcas, patentes, licenças de funcionamento, softwares, direitos de uso de propriedade e outros bens não corpóreos que contribuam direta ou indiretamente para o desenvolvimento das atividades da empresa. Somente o valor das marcas compradas pela organização pode ser registrado no intangível. O valor daquelas criadas pela empresa não pode ser “ativado”. De forma análoga à depreciação aplicada nos ativos de longo prazo corpóreos das empresas, os ativos intangíveis podem ser amortizados. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 4: Características das contas do ativo não circulante. O PASSIVO CIRCULANTE O passivo circulante (PC) consiste nas obrigações de curto prazo das empresas. Fazem parte desse grupo contas, como, por exemplo, fornecedores, impostos a pagar, salários e obrigações trabalhistas, empréstimos e financiamentos, dividendos a pagar e adiamento de clientes. COMENTÁRIO Na realidade, o nome de todas aquelas que integram o PC pode ser seguido do termo “a pagar”, o que muitas vezes é efetuado para diferenciá-las das contas de resultado homônimas que constam na DRE. De forma similar ao verificado no AC, as contas que compõem o PC possuem prazo de vencimento inferior a um ano da data de fechamento do BP. Cabe ressaltar que não constam no PC lançamentos associados a perspectivas de atividades futuras. Somente são registrados fatos e eventos econômico-financeiros já concretizados pela empresa. Como exemplo, peguemos a conta Fornecedores. Nela, somente estão registradas as obrigações já contraídas com os fornecedores de produtos ou mercadorias já recebidos pela empresa. Fonte: echoevg/Shutterstock Pagamentos futuros a fornecedores referentes a pedidos efetuados e ainda não recebidos pela empresa não são registrados nessa conta. O quadro a seguir expõe um resumo das características das contas que compõem o passivo circulante: Componentes do passivo circulante: Empréstimos e financiamentos — valor do principal das dívidas contraídas com bancos, debenturistas e outros tipos de credores. Em geral, os passivos registrados nesse grupo são onerosos, isto é, incide sobre eles a cobrança de juros. Constam no PC os empréstimos e o financiamento com prazo inferior a 12 meses do fechamento do BP; Fornecedores — obrigações contraídas com fornecedores de mercadorias,insumos ou serviços vendidos (entregues) ou prestados à empresa com data de pagamento inferior a um ano da data de encerramento do BP. Em muitos BPs, essa conta pode ser denominada como duplicatas a pagar; Contas a pagar — contas de luz, telefone, internet e outras prestações de serviço necessárias ao funcionamento das atividades operacionais da empresa; Salários e provisões trabalhistas a pagar — consistem no compromisso futuro dos salários que devem ser pagos aos colaboradores da empresa referente a períodos passados (horas de trabalho já executadas). Neste grupo, também são lançados valores referentes a férias e 13º salário já acumulados que sejam proporcionais ao tempo trabalhado pelo colaborador na empresa; Imposto de renda e outros tipos de tributos a pagar — obrigações relativas a imposto de renda e contribuição, como ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS, além de outros tipos de tributos já apurados pela empresa. Em geral, impostos em atraso são destacados em contas separadas; Dividendos a pagar — parcela do lucro líquido de exercícios anteriores destinada à remuneração dos sócios da empresa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 5: Características das contas do passivo circulante. O PASSIVO NÃO CIRCULANTE De forma análoga à do RLP, o passivo não circulante (PNC) consiste nas obrigações de longo prazo das empresas, ou seja, aquelas que possuem vencimento posterior a um ano da data de encerramento do BP. O grupo de contas mais comum no PNC é o de empréstimos e financiamentos, que compreende as dívidas (ou parcelas das dívidas) da empresa com bancos e debenturistas com prazo superior a 12 meses. EXEMPLO Imagine uma empresa que, em dezembro do exercício anterior (dezembro de 20X1), tenha contraído um empréstimo com pagamento futuro em 36 meses. As 12 primeiras parcelas do principal serão amortizadas no ano seguinte (vencimento em 20X2) e constarão no PC no BP fechado em 20X1, enquanto as demais parcelas (as 24 restantes) ficarão no PNC (vencimento a partir de 20X3). IMPORTANTE O valor lançado nos empréstimos e financiamentos (tanto no PC como no PNC) sempre se refere ao valor do principal da dívida e não inclui expectativa de juros referentes a períodos futuros. Também constam no PNC parcelamentos de impostos, fornecedores de longo prazo e provisões, entre outras contas, com vencimento superior a um ano. O quadro a seguir estabelece um resumo das características das contas que compõem o passivo não circulante. Fonte: eggeegg/Shutterstock Componentes do passivo não circulante: Empréstimos e financiamentos — valor do principal das dívidas contraídas com bancos, debenturistas e outros tipos de credores com prazo superior a um ano; Fornecedores — obrigações contraídas com fornecedores de mercadorias, insumos ou serviços vendidos (entregues) ou prestados à empresa com data de pagamento superior a um ano da data de encerramento do BP; Parcelamentos de tributos em atraso — impostos que não foram pagos no período adequado e tiveram prazo de pagamento e valores renegociados com o governo; Provisões para contingências — despesas relacionadas a valores financeiros que ainda não foram desembolsados pela empresa referentes a fatos e eventos econômico-financeiros já ocorridos em exercícios passados. Como exemplo disso, temos as provisões para contingências trabalhistas que derivam da possibilidade de pagamentos relacionadas a litígios com ex-funcionários da empresa que estejam sendo discutidos na justiça do trabalho. As provisões para contingências têm contrapartida em despesas lançadas na DRE e reduzem o lucro da empresa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 6: Características das contas do passivo não circulante. O PATRIMÔNIO LÍQUIDO O último grupo de contas que analisaremos do passivo e do próprio BP é o patrimônio líquido (PL). Em termos práticos, ele pode ser apresentado de duas formas. Matematicamente, o PL corresponde à diferença entre o conjunto de bens e direitos (contidos no ativo) e as obrigações da empresa (contidas no PC e no PNC)... Conceitualmente, ele diz respeito à informação dos recursos alocados pelos sócios (acionistas nas SAs e cotistas nas limitadas) na empresa. Juntando as duas informações, podemos afirmar que o montante de recursos registrado no PL seria uma previsão de quanto os sócios receberiam ao final de um exercício contábil. Isso seria possível na hipótese de encerramento das atividades da empresa e da liquidação dos ativos e passivos exigíveis pelo valor registrado na contabilidade. Os principais componentes do PL são: O CAPITAL SOCIAL O capital social consiste nos recursos aportados na empresa pelos sócios no ato da constituição da sociedade ou em momentos posteriores. Fonte: Freedomz /shutterstock AS RESERVAS DE CAPITAL E DE LUCRO As reservas de lucro são os lucros gerados pela empresa em períodos anteriores que ainda não foram distribuídos aos sócios, enquanto as reservas de capital correspondem ao registro de valores aportados por sócios na organização que excederam o valor patrimonial das ações registrado no capital social. Fonte: Freedomz /shutterstock AS AÇÕES EM TESOURARIA As ações em tesouraria indicam o registro de valores pagos na compra de ações da própria empresa no mercado. Quando ela adquire uma ação de outra companhia, ocorre a contabilização de recursos que saíram das disponibilidades e simultaneamente o registro dos valores pagos nas ações da conta Investimentos no ANC. Quando a empresa adquire as próprias ações no mercado, o processo é diferente. No lugar do lançamento das ações no ANC, ele é efetuado no PL como uma conta redutora (valores negativos), correspondendo a uma saída de recursos para os sócios. Em muitos casos, as ações em tesouraria são posteriormente canceladas. Fonte: Roman Samborskyi /shutterstock OS AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL Os ajustes de avaliação patrimonial consistem em correções de valores de ativos ou passivos em relação ao seu valor justo. Fonte: Freedomz /shutterstock O quadro a seguir contém um resumo das características das contas que compõem o passivo não circulante. Componentes do patrimônio líquido: Capital social — registro dos recursos aportados pelos sócios da empresa em sua constituição ou em aportes posteriores; Reservas de lucro — lucros gerados pela empresa que ainda não foram distribuídos aos sócios; Reservas de capital — valores aportados por sócios na empresa que excederam o valor patrimonial das ações registrado no capital social; Ações em tesouraria — registro no PL (como conta redutora) de valores pagos na compra de ações da própria empresa no mercado, correspondendo a uma saída de recursos para os sócios; Ajustes de avaliação patrimonial — correções de valores de ativos ou passivos em relação ao seu valor justo. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 7: Características das contas do patrimônio líquido. PARA TERMOS UM MELHOR ENTENDIMENTO DO BP, APRESENTAREMOS UM EXEMPLO DE UMA EMPRESA FICTÍCIA SIMPLIFICADA: A FÁBRICA DE EMBALAGENS S.A. POSTERIORMENTE, NO ÚLTIMO MÓDULO, ELE SERÁ UTILIZADO NA APLICAÇÃO DA ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL. Os quadros abaixo apresentam, respectivamente, os resultados apurados de dois anos (20X1 e 20X2) do ativo e do passivo da Fábrica de Embalagens. Ativo circulante 20X2 20X1 Disponível 583.465 341.975 Clientes 325.355 137.898 Estoques 418.843 245.325 Outros 72.238 61.200 1.399.900 786.398 Realizável a longo prazo 74.835 41.793 Imobilizado 1.337.945 1.137.925 2.812.680 1.966.115 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 8: Ativo da Fábrica de Embalagens. Passivo circulante 20X2 20X1 Empréstimos e financiamentos 932.193 590.178 Fornecedores 284.048 144.415 Impostos, salários e outros 59.633 60.443 1.275.873 795.035 Não circulante 646.375 518.685 Patrimônio líquido 890.433 652.3952.812.680 1.966.115 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 9: Passivo da Fábrica de Embalagens. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL Neste vídeo, falaremos de maneira mais detalhada sobre a estrutura do balanço patrimonial: passivo (origens dos recursos) e ativo (investimento deles). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM DOS PRINCIPAIS ITENS DO BALANÇO PATRIMONIAL É O PATRIMÔNIO LÍQUIDO, QUE REVELA A INFORMAÇÃO DO MONTANTE DE RECURSOS ALOCADOS NA EMPRESA PERTENCENTES AOS SÓCIOS. MATEMATICAMENTE, O PATRIMÔNIO LÍQUIDO PODE SER CALCULADO PELA DIFERENÇA ENTRE: A) O ativo circulante e o passivo circulante da empresa. B) Os ativos circulante e não circulante e o passivo não circulante da empresa. C) O ativo não circulante e o passivo não circulante da empresa. D) O ativo total e o passivo exigível (circulante e não circulante) da empresa. E) O passivo total e o ativo circulante. 2. O BALANÇO PATRIMONIAL CONSISTE NUMA APRESENTAÇÃO ESTÁTICA, ORDENADA E RESUMIDA DE TODAS AS CONTAS PATRIMONIAIS – BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES – DE UMA EMPRESA, NUMA DETERMINADA DATA. NESSE SENTIDO PODEMOS AFIRMAR QUE O PRINCIPAL CRITÉRIO PARA ORDENAÇÃO DAS CONTAS DO ATIVO SERIA A: A) Liquidez B) Exigibilidade C) Prudência D) Realização da receita E) Continuidade GABARITO 1. Um dos principais itens do balanço patrimonial é o patrimônio líquido, que revela a informação do montante de recursos alocados na empresa pertencentes aos sócios. Matematicamente, o patrimônio líquido pode ser calculado pela diferença entre: A alternativa "D " está correta. O patrimônio líquido pode ser obtido pela diferença do ativo total (circulante e não circulante) e o passível exigível da empresa (circulante e não circulante). A diferença entre o ativo e o passivo circulante nos leva ao conhecimento do capital de giro líquido da empresa. A diferença entre o ativo total (ativos circulante e não circulante) e o passivo não circulante não geram nenhum indicador específico ou de interesse na análise. Isso também vale para a diferença entre o ativo não circulante e o passivo não circulante da empresa. 2. O Balanço Patrimonial consiste numa apresentação estática, ordenada e resumida de todas as contas patrimoniais – bens, direitos e obrigações – de uma empresa, numa determinada data. Nesse sentido podemos afirmar que o principal critério para ordenação das contas do ativo seria a: A alternativa "A " está correta. O principal critério para ordenação do ativo é a liquidez, que consiste na conversibilidade em dinheiro: prazo que se espera que determinada conta se transforme em caixa para empresa. A exigibilidade é um conceito pertinente ao passivo. A prudência também é um critério que pode ser usado para a classificação de contas entre os subgrupos do ativo ou passivo, mas é secundária em relação à liquidez. A realização da receita é um princípio que não tem relação com a ordenação das contas do ativo. MÓDULO 3 Identificar as contas componentes da demonstração de resultado do exercício e do demonstrativo do fluxo de caixa