Buscar

Atendimento Psicológico para Pessoas Trans

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR SOCIEDADE E COMPORTAMENTOS GRUPAIS 
Juliane Nascimento, Denise Pedretti, Alexia Cruz, 
Carolinne Barros, Mariana, Ivone
Transcorpos Periféricos
Rio de Janeiro 
06 de Junho de 2022 
Juliane Nascimento, Denise Pedretti, Alexia Cruz, Barros, Mariana 
Transcorpos Periféricos
Rio de Janeiro 06 de Junho de 2022
3 
Com base na entrevista realizada pelo CRP-MG, foi entendido que a Resolução CFP Nº 001, de 29 de janeiro de 2018, que estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestisfoi um grande avanço no sentido de subsídio para uma prática psi mais inclusiva e res- peitosa que garante as pessoas trans e travestis o cuidado da saúde mental e demandas psicológicas. Essa resolução protege o paciente trans do preconceito, estigma, estereótipos, patologização e discriminação dentro da prática psi, visando proteger o paciente trans no atendimento psicológico. Infelizmente muitos profissionais ainda não se adaptaram a resolução.
Pode-se entender também que, historicamente a psicologia já foi utilizada como instrumento normativo sobre gênero, sexualidade e corpos. Hoje o papel da psicologia é atuar e pensar além dos marcadores sociais pré-estabelecidos. É importante entender que o corpo não é meramente um objeto biológico, mas um conjunto de simbologias e marcasque vão além da questão do gênero. O espaço clínico deve ser um espaço de acolhimentopara pessoas trans e travestis, o que é possível quando há um entendimento de que ter uma identidade de gênero diversa daquela que foi designada no nascimento não é um problema.
É importante entender que, a pessoa trans é instituída socialmente a odiar o seu próprio corpo. O trabalho do psicólogo é para a desconstrução dessas normas pré- estabelecidas socialmente, possibilitando que essas pessoas possam ter protagonismo em suas vivências e sobre os processos de seus corpos. Essa desconstrução deve ser feita também nas ideias de como uma pessoa trans deve se portar socialmente. Entender que a identidade trans é um dos milhares aspectos importantes deste sujeito e não o único. Assim, é compreensível que não podemos reduzir essas pessoas apenas ao gênero que se identificam, é também entender que existem outras diversas questões que cercam este indivíduo.
Para um bom desenvolvimento da prática psi dentro deste meio, é importante ler, ouvir e aprender com essas histórias, dar a voz para o sujeito a todo momento. Esta é uma luta extremamente importante para que a psicologia venha se posicionando, e que assim, os profissionais dentro da área possam entender mais sobre o assunto e desconstruírem ideias e pensamentos cisnormativos, fazendo com que pessoas trans possam se sentir mais acolhidas.
[endnoteRef:1] [1: Entrevista com a psicológa Brune Coelho, mestra e doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizada pelo CRP-MG https://crp04.org.br/entrevista-o-atendimento-psicologico-as-pessoas-trans-demanda-uma-escuta-que-provoque-o-aprendizado/]

Continue navegando