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Introdução ao Estudo do Direito ARA0297 Prof. Vicente Passos vicente.junior@estacio.br mailto:vicente.junior@estacio.br NOÇÕES ACERCA DA METODOLOGIA AURA METODOLOGIA AURA Inversão da metodologia tradicional (sala de aula invertida) Estudante como agente ativo do processo de aprendizagem Necessidade de acesso aos conteúdos digitais da disciplina antes da aula 3 horas-aulas teóricas presenciais + 1 hora-aula digital AVALIAÇÕES: 1ª AVALIAÇÃO: AV1 → 7 PONTOS + ATIVIDADES DIGITAIS 3 PONTOS = 10,0 2ª AVALIAÇÃO: AV2 → 10 PONTOS AVD → 10 PONTOS MÉDIA PARA APROVAÇÃO = AV1 + AV2 + AVD DIVIDIDO POR 3 = 6,0 NOÇÕES ACERCA DA METODOLOGIA AURA (2) AV3 → 10 PONTOS. Só será efetuada caso: a) o aluno não tenha obtido a média 6 (seis) entre as provas AV1 e AV2, b) tenha tirado nota inferior a 4 (quatro) na AV1 ou AV2, MESMO QUE TENHA OBTIDO MÉDIA PARA SER APROVADO, ou c) queira tentar melhorar sua média. AVDS → 10 PONTOS. Mesma lógica da AV3, só que aplicada para a AVD. O aluno não poderá exceder 25% de faltas, MESMO QUE TENHA OBTIDO MÉDIA PARA SER APROVADO. Cada aula tem conteúdo digital a ser estudado (vídeos, podcasts, atividades autônomas e textos, etc.) que serão discutidos na aula seguinte. Atividade Autônoma Aura → Acesse o Plano de Aula da disciplina e vá para o campo “Aprenda +”. Ementa da disciplina 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO 1.1 DIREITO ENQUANTO CIÊNCIA SOCIAL 1.2 DOMÍNIOS NORMATIVOS DO DIREITO 1.3 DEFINIÇÕES BÁSICAS DA DOGMÁTICA JURÍDICA 2. TEORIAS DO DIREITO 2.1 CONCEPÇÕES TEÓRICAS MAIS IMPORTANTES DO DIREITO NATURAL 2.2 COMPREENSÃO E RACIOCÍNIO CRÍTICO ACERCA DO POSITIVISMO 2.3 PÓS-POSITIVISMO 2.4 TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE MIGUEL REALE Ementa da disciplina (2) 3. TEORIA DA NORMA E DO ORDENAMENTO JURÍDICO 3.1 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS 3.2 CARACTERÍSTICAS DO ORDENAMENTO JURÍDICO 3.3 NORMAS JURÍDICAS EM REGRAS E PRINCÍPIOS 4. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS 4.1 FONTES DO DIREITO 4.2 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DO DIREITO E A SUA CLASSIFICAÇÃO 4.3 INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS NO DIREITO BRASILEIRO Ementa da disciplina (3) 5. TEORIA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS 5.1 TIPOS DE FATOS JURÍDICOS EM SENTIDO ESTRITO E O REGIME JURÍDICO PRÓPRIO DE CADA UM DELES 5.2 EFEITOS JURÍDICOS QUE DECORREM DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA 5.3 CATEGORIAS E OS TIPOS DE DIREITOS SUBJETIVOS E DE SITUAÇÕES JURÍDICAS ATIVAS E PASSIVAS 6. TEMAS APROFUNDADOS EM RELAÇÕES JURÍDICAS (CRÉDITO DIGITAL) 6.1 CONCEITO DE SUJEITO DE DIREITO E SEUS FUNDAMENTOS 6.2 CONCEITO DE FATOS JURÍDICOS E FATOS JURÍDICOS IMPREVISÍVEIS 6.3 DESAFIOS JURÍDICOS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO NO CONTEXTO DA DESTERRITORIALIZAÇÃO Ementa da disciplina (4) Bibliografia FERRAZ JÚNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 11ª ed.. São Paulo: GEN | Atlas, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021417/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.101 MASCARO, Alysson Leandro. Introdução do Estudo do Direito. 6ª ed. rev. atual. ampliada. São Paulo: GEN | ATLAS, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018677/cfi/6/2!/ 4/2/2@0:0 MOURA, Solange (org) HOGEMANN, Edna Raquel, MENDONÇA, Paulo Roberto e SHEAFFER,Fernanda. Introdução ao estudo do Direito. Rio de Janeiro: Editora Universidade Estácio de Sá, 2013. Disponível em: http://repositorio.novatech.net.br/site/index.html#/objeto/detalhes/F2286D 60B182 45E59B240DFCC34F0FC0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021417/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.101 AULA 1 - Tema 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO Estudo de caso 1: Juvêncio critica insistentemente seu vizinho Ademir, em função das festas que ele realiza aos finais de semana em sua casa. Ele alega que as festas não são coisa de Deus. Recrimina o uso de bebida alcoólica, e diz que suas filhas não usarão jamais as roupas que as filhas de seu vizinho usam. Um dia, enraivecido, por causa da música que nem estava tão alta, ele foi até a casa de Ademir, entrou sala adentro e quebrou o aparelho de som, gritando que o fogo do inferno o consumiria em breve. Diante do caso responda: a) Quais elementos distinguem questões de direito, moral e religião no caso? b) Houve comportamento que infringisse o direito? Por quê? Semana 1 Tema 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO (2) Estudo de caso 2: Em 2020, o juiz da Vara de Infância e da Juventude de São Mateus, no Espírito Santo autorizou a prática de aborto em uma criança de dez anos. A decisão foi despachada pelo, e causou uma série de manifestações nas redes sociais e um grupo de religiosos realizou um protesto em frente ao hospital onde a menina realizaria o procedimento médico, chamando a criança e o médico de "assassinos“. A decisão foi tomada após ter sido comprovado que a criança sofria abuso sexual do companheiro da tia, por, pelo menos quatro anos e a tia informou que não havia denunciado as práticas de abuso sexual porque era ameaçada pelo companheiro estuprador da criança. Diante do caso responda: a) Quais elementos distinguem questões de direito, moral e religião no caso? b) Houve comportamento que infringisse o direito? Por quê? Semana 1 Tema 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO (3) 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO 1.1 DIREITO ENQUANTO CIÊNCIA SOCIAL A ciência busca organizar e sistematizar o conhecimento humano comum (desorganizado). Busca a veracidade e a comprovação de seu conhecimento → enunciados e regras rigorosas. A relação de causa e efeito é um elemento norteador do pensamento científico, que pretende apontar os acontecimentos futuros → se um efeito x é ocasionado pelas causas a, b, c, toda vez que forem acionadas as causas a, b, c, nas mesmas condições que a anterior, ocorrerá novamente o efeito x → LEI CIENTÍFICA. O enunciado que ainda não pode ser comprovado, porque não existe conhecimento acumulado suficiente para tanto, ou porque é uma proposta inicial que visa a uma comprovação futura corresponde a uma hipótese. Semana 1 Tema 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO (4) Toda ciência tem um método de investigação para suas conclusões e, também, um objeto de estudo próprio; Seria, de fato, o Direito uma ciência? As ciências empíricas e as ciências sociais As ciências empíricas têm como objeto a análise a partir da observação e da experimentação de fenômenos e objetos naturais (Física, Química, Biologia etc.) 1 Observação 2 Questionamento 3 Hipóteses 4 Experimentação 5 Conclusão 6 Resultados Semana 1 Tema 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO (4) Principais representantes do empirismo: Thomas Hobbes e Francis Bacon Nas ciências naturais, a relação de causalidade tem uma certa previsibilidade. As ciências sociais estudam o comportamento humano e as relações sociais. Com isso surgem algumas questões: 1) Como dizer que o Direito seria ciência, se o objeto do estudo, o ser humano e as relações interpessoais trazem resultados, por vezes, imprevisíveis? 2) Se o investigador é alvo também da Investigação, porque sobre aquele que gerou a ação, ele próprio, pensa ou sente em relação a seu ato, bem como das inter-relações pessoais dali provenientes. 3) Quando o cientista faz a pesquisa, ele pode se livrar dos conceitos que ele já possui? Seria possível a neutralidade nas ciências sociais? Apesar disso, entende-se que o Direito é ciência, e está classificado pelo MEC entre as ciências humanas (ciências sociais aplicadas) Semana 1 Tema 1. FUNDAMENTOS DO DIREITO (5) O método da ciência do Direito Miguel Reale identificou 3 métodos para classificar a ciência do Direito: a) Indutivo → parte de fatos particulares, até atingir uma conclusão de ordem geral. Possibilita a extensão do conhecimento. b) Dedutivo (lógica aristotélica) → parte-se de generalizações aceitas para chegar aos casos concretos. Através de um processo regressivo, comprova a certeza do conhecimento obtido. • Premissa maior: Os suspeitos do crime estavam na sala entre as 13 e 14 horas. • Premissa menor: João não estavana sala entre as 13 e 14 horas. • Conclusão: Logo, João não é um dos suspeitos do crime. c) Analógico → quando uma forma de conduta não disciplinada especificamente por normas ou regras que lhe sejam próprias, é regulada por preceitos que regem relações semelhantes, mas cuja similitude coincida em pontos essenciais. Semana 1 Tema 1. Fundamentos do Direito (6) Considerando-se o Direito como uma ciência, qual seria seu objeto de estudo? Não se pode estudar um assunto sem se ter dele uma noção preliminar. Logo, necessário indagar: o que é “Direito”? O problema do objeto da ciência do Direito (7) Se são os fatos e a realidade legais (direito positivo vigente) num dado momento em um certo país, como estabelecer o objeto se esse direito é mutável e efêmero? Para alguns juristas, ela teria por objeto o conhecimento racional e sistemático dos fenômenos jurídicos, sendo um conhecimento de um só significado e não variado. Seria uma ciência estática (“dogmática jurídica”). Não tem natureza crítica; não entra na discussão quanto à conveniência social das normas jurídicas. Apenas define e sistematiza o conjunto de normas que o Estado impõe à sociedade. Surge, então, o questionamento: como o Direito pode permanecer alheio a valores, se o princípio fundamental dele é trabalhar com questões humanas, que são variáveis e não vinculadas à norma posta? O Direito deve se preparar para as modificações do progresso social. Semana 1 Tema 1. Fundamentos do Direito (8) Etimologia → originário da palavra directum ou rectum (direito ou reto) Outras sentidos ou noções ligadas à palavra Direito: a) norma b) faculdade c) justo d) ciência e) fato social Lei → tem como etimologia mais provável: ligação, liame, laço, relação. Jus → invoca a ideia de unir, ordenar, coordenar. Semana 1 Tema 1. Fundamentos do Direito (9) Conceito de direito → Conceito polissêmico. “Conjunto de prescrições que disciplinam a vida em sociedade, através de regras dotadas de juridicidade” (Francisco Amaral). A juridicidade garante eficácia e estabelece a separação entre as regras do direito das sociais. A Ciência do Direito investiga e estuda as normas jurídicas, as quais objetivam um “dever-ser” jurídico → prescrevem aos indivíduos certas regras de conduta que devem ser obedecidas. CF. Art. 5º II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Se a conduta é praticada (respeitada) ela vira um “ser”. Se não foi respeitada, ocorre um outro “ser”, porém, de conteúdo aparentemente contrário ao pretendido pelo regramento jurídico (violação) Semana 1 Tema 1. Fundamentos do Direito (10) Discussões possíveis dentro da Ciência do direito. Ex.: comando de parar no sinal vermelho. Hipótese a: obedeço o comando → conduta (“ser”) corresponde ao previsto na lei. Hipótese b: não obedeço ao comando normativo → conduta (“ser”) não corresponde ao previsto na lei. A violação também é um fato; é um acontecimento no mundo do ser. O sistema jurídico prescreverá uma sanção ao infrator → a multa. Embora a multa não seja o objetivo do Direito, mas a sanção faz parte da estrutura da norma para que ela seja cumprida, e não para que seja violada. ISSO ESGOTA A PROBLEMATIZAÇÃO POSSÍVEL SOBRE A SITUAÇÃO? Semana 1 Tema 1. Fundamentos do Direito (11) a) O sinal vermelho estava funcionando no momento da ultrapassagem? b) E se estivesse quebrado? Qual a consequência ? c) O motorista pode se livrar do pagamento da multa alegando que não viu o sinal, pois havia uma árvore tapando sua visão? d) Pode alegar que mora naquela rua e nem percebeu o sinal, pois foi instalado naquele dia? e) Pode alegar que ultrapassou o sinal, pois se aproximaram dois sujeitos suspeitos numa moto e pressentiu que ia ser assaltado? f) Se o motorista for menor de idade, vale a multa? g) Estará adequado o valor da multa? Semana 2: Tema 1 . Fundamentos do Direito (12) 1.2 DOMÍNIOS NORMATIVOS DO DIREITO Ciência do Direito (dogmática Jurídica) → disciplina que trata do Direito vigente em determinada sociedade e as questões relativas à sua interpretação e aplicação. O seu papel é revelar o ser do Direito, aquele que é obrigatório, que se acha posto à coletividade e se localiza, basicamente, nas leis e nos códigos. Costuma-se dizer que não é de natureza crítica, isto é, não penetra no plano de discussão quanto à conveniência social das normas jurídicas. Cabe definir e sistematizar o conjunto de normas que o Estado impõe à sociedade. Para os defensores da teoria positivista, seu estudo é suficiente, por terem uma concepção legalista do Direito. Já, os jusnaturalistas entendem que não basta estudar apenas o Direito, pois se preocupam com a justiça substancial e com o Direito Natural. Semana 1 Tema 1. Fundamentos do direito (13) Percebe-se, portanto, que o objeto da Ciência do Direito não pode ficar limitado apenas à questão da aplicação ou não das normas jurídicas, mas, também, tem de lidar com fatos sociais, aspectos sociológicos, econômicos, culturais e até climáticos, bem como com valores éticos e morais. Ex: módulo rural (art. 4º da Lei 4.504/1964) → Área da qual uma família consegue tirar seu sustento. Área variável a depender da produtividade da terra e do tipo da atividade agrícola predominante. Código Civil – Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Código Civil – Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. Semana 2: Tema 1 . Fundamentos do Direito (14) Filosofia do Direito. Transcende o plano meramente normativo, para questionar o critério de justiça adotado nas normas jurídicas. Reflete sobre os fundamentos do Direito. Preocupa-se com o dever ser, com o melhor Direito, com o Direito justo, é indispensável que o jusfilósofo conheça tanto a natureza humana quanto o teor das leis. Desenvolve a crítica às instituições jurídicas, sob a ótica dos valores justiça e segurança. Sociologia do Direito. Examina o fenômeno jurídico do ponto de vista social, a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais. As relações entre a sociedade e o Direito podem ser investigadas sob os seguintes aspectos principais: Semana 2: Tema 1 . Fundamentos do Direito (15) a) adaptação do Direito à vontade social; b) cumprimento pelo povo das leis vigentes e a aplicação destas pelas autoridades; c) correspondência entre os objetivos visados pelo legislador e os efeitos sociais provocados pelas leis. Epistemologia → “A epistemologia é a disciplina voltada ao estudo e ao controle das condições de possibilidade e validade do conhecimento científico” (GUERRA FILHO, Willis Santiago). Tem por objeto a crítica do conhecimento científico per si. É um meio de autorreflexão, de análise e de revisão do embasamento dos elementos que sustentam um dado conhecimento. Produz, por consequência, uma forma de atualização, de renovação, de adaptação à nova realidade vigente. Semana 2: Tema 1 . Fundamentos do Direito (16) • A epistemologia, de uma forma genérica, é o estudo da ciência ou a sua filosofia; e a Epistemologia Jurídica, então, é o estudo da ciência do Direito. • Entende-se que foi substituída pela metodologia. • é a disciplina voltada ao estudo e ao controle das condições de possibilidade e validade do conhecimento científico” (GUERRA FILHO, Willis Santiago). • Tem por objeto a crítica do conhecimento científico per si. É um meio de autorreflexão, de análise e de revisão do embasamento dos elementos que sustentam um dado conhecimento. Produz, por consequência, uma forma de atualização, de renovação, de adaptação à nova realidade vigente. Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito, Moral e Religião (17) Moral → teoria do comportamento humano, enquanto regido por princípios éticos (variáveis no tempo e espaço), grupo de regrasque visa dirigir as ações do homem, segundo a justiça, a honestidade e o pudor. Assim, define-se o ser humano moral como aquele que age bem ou mal, na medida em que acata ou transgride as regras do grupo. “A Moral, para realizar-se autenticamente, deve contar com a adesão dos obrigados. Quem pratica um ato, consciente da sua moralidade, já aderiu ao mandamento a que obedece. [...] A moral é incompatível com a violência, com a força, ou seja, com a coação, mesmo quando a força se manifesta juridicamente organizada.” (Miguel Reale). Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito, Moral e Religião (18) Os fatos morais possuem dois pólos contraditórios; de um lado, há o caráter social da moral e, de outro, a intimidade do sujeito. Já que a moral reflete nossa liberdade num certo momento, algumas normas tornam-se ultrapassadas e devem ser alteradas. A moral não serve apenas para nós mesmos, mas, essencialmente, para as relações interpessoais, como uma forma de regulação social. Tem influência para o Direito, haja vista que muitos valores morais são protegidos juridicamente, especialmente no plano do Direito Penal e do Direito de Família (atualmente, mais atenuado) Semana 1 Tema: Relações entre Direito, Moral e Religião (19) TEORIAS QUE TRATAM DAS RELAÇÕES ENTRE A MORAL E O DIREITO A) Teoria da exterioridade do Direito → Thomasius separou o Direito da Moral através de um denominador de “foro externo” e “foro íntimo”. O Direito deveria cuidar da ação humana depois de exteriorizada; a Moral, ao contrário, diz respeito àquilo que se processa no plano da consciência. Logo, a Moral e o Direito ficavam assim totalmente separados. Exemplo: o crime, apenas pensado (cogitatio), não é punido juridicamente. Problema: Não explica, por exemplo, o furto de uso, em que a conduta se exterioriza, mas, mesmo assim, não será punida juridicamente. FURTO PARA USO: ABSOLVIÇÃO 0001969-96.2016.8.19.0030 – APELAÇÃO - 1ª Ementa Des(a). JOAQUIM DOMINGOS DE ALMEIDA NETO - Julgamento: 27/06/2017 - SÉTIMA CÂMARA CRIMINAL. APELAÇÃO CRIMINAL. VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO E FURTO QUALIFICADO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. Conforme se depreende das declarações supracitadas, o apelante foi até à residência da vítima, oportunidade em que arrombou o portão, adentrou na casa, lá dormindo e fazendo refeições, se comportando como se proprietário fosse inclusive fazendo uso dos pertences que guarneciam a casa. Posteriormente, saiu dirigindo o quadriciclo que se encontrava na casa, deixando claro que pretendia voltar, ao deixar lá seus bens pessoais. Assim, pelo que se percebe da dinâmica incontroversa dos fatos a questão é de caráter civil, possessória, não se podendo admitir liquidez do sistema penal para tratar pela via extrema indistintamente qualquer conflito resultante da convivência humana. As garantias fundamentais do processo e do direito penal devem ser mantidas como contenedores do sistema, com mínima intervenção penal no fato social. O próprio alegado furto, que por si só afastaria por consunção eventual violação de domicílio, esbarra na dúvida de a apreensão seria para mero uso ou não. À conta de tais considerações, quer pela regra de intervenção mínima do direito penal, quer pela consunção, a solução absolutória se impõe. PROVIMENTO DO RECURSO. Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 27/06/2017. Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito, Moral e Religião (20) B) Teoria do mínimo ético → Jellinek diz que o Direito faz parte da Moral, sendo apenas uma fração de toda Moral. Logo, “tudo o que é jurídico é moral, mas nem tudo o que é moral é jurídico”. Existem normas jurídicas que nascem de preceitos morais estabelecidos pelos costumes de um determinado povo. SERIA CERTO AFIRMAR QUE TODAS AS LEIS DE UMA REGIÃO TÊM CONTEÚDO MORAL? 1 - Não explica situações que seriam moralmente injustas, mas legais (prescrição / decadência). Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; Art. 206. Prescreve: §3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil; Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito, Moral e Religião (21) 2 – Não explica a situação das normas com base em situações amorais (indiferente à moral) → mudança de sentido numa rua por autoridade de trânsito. Outro exemplo: as normas de regulação do tráfego aéreo não têm relação com a moral ou a religião. 3 - Não explica a situação das normas que podem afrontar a moral de alguns membros da coletividade: o divórcio, o casamento homoafetivo, a prostituição, etc. CRITÉRIO DISTINTIVO ENTRE AS NORMAS JURÍDICAS E AS NORMAS MORAIS Para Maria Helena Diniz, a imperatividade é um traço comum das normas morais e jurídicas → ambas determinam o que se deve ou não fazer. Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito, Moral e Religião (22) Para Maria Helena Diniz, o autorizamento é a característica distintiva, pois só a norma jurídica que concede ao lesado pela sua violação, a permissão para exigir a devida reparação pelo mal sofrido. O Poder Judiciário não poderá exigir que um particular, mesmo rico, conceda esmola a um mendigo. Religião → o conjunto de crenças, dogmas que regulam a relação do ser humano com o sagrado; instituição social caracterizada pela existência de uma comunidade de indivíduos unidos pela crença na existência de uma força sobrenatural concebida, que pode ser múltipla ou única (Deus). Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito, Moral e Religião (23) No passado, não havia uma separação clara entre religião e Direito pois seus mandos se intercambiavam e se confundiam, notadamente na Idade Média, com o poderio da Igreja Católica. Eram comuns os chamados “juízos de Deus”, cujas decisões ficavam condicionadas à sorte, pois se acreditava que Deus acompanhava os julgamentos e interferia no resultado. A transformação ocorre com o capitalismo, pois as relações sociais geradas por ele, são, também e necessariamente, relações de direito. Há o surgimento do Estado, em sua feição moderna, e, consequentemente, do seu papel, como ente regulador dos comportamentos, atos e vinculações sociais. Legislavam por uma série de normas compiladas até a criação do Código Canônico (1917), substituído em 1983. Influência presente em temas como divórcio (até 1977), aborto, casamento homoafetivo, união estável, etc. Semana 1 Tema 1. Relações entre Direito e Política (24) Há significativa influência da política no Direito, uma vez que as normas são fruto das deliberações do Poder Legislativo e Executivo. Assim, o conteúdo das normas refletirá as escolhas efetuadas pelos legisladores na sua elaboração. Judicialização da política → quando há a transferência da decisão de questões de maior relevância para o Poder Judiciário, ao invés de serem deliberadas pelo Congresso e pelo Poder Executivo. Logo, o Judiciário é visto como o órgão responsável por solucionar todas as questões político-sociais da sociedade, interferindo em funções e atividades que são tipicamente exercidas pelos outros poderes. Politização da justiça → quando agentes da área política, buscam o Judiciário para deliberar sobre questões políticas. Atividade Autônoma Aura 01) O Direito para o jurista Miguel Reale é um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim é possível dizer que: a) A Moral compreende conceitos normativos de caráter subjetivo que influenciam a conduta, mas não a lei. b) A religião traz normas de caráter moral obrigatório. c) O sistema jurídico brasileiro se firma na liberdade religiosa. d) Direito é norma. A Moral é fonte e a religião é normativa do direito. e) A religião traz normas gerais de obrigatoriedade que fundamentam a norma jurídica. Atividade Autônoma Aura (2) 02) Assinale a alternativa correta: a) O Direito é uma ciência aplicada,pois se destina a buscar o aprimoramento das relações humanas a partir de sua própria utilização como instrumento para o progresso social. b) Não chega a ser uma ciência autônoma, pois lhe falta metodologia própria. c) O direito é uma ciência empírica, a exemplo de outros ramos que partem da observação e da experimentação de fenômenos e objetos d) Miguel Reale aponta que o Direito faz uso de três métodos científicos principais: indutivo, dedutivo e principiológico. e) A natureza científica do Direito é negada pela doutrina. Os costumes Costumes - “o uso geral, constante e notório, observado socialmente e correspondente a uma necessidade jurídica” (Pablo Stolze e Pamplona Filho) Necessidade da presença de dois elementos essenciais para que uma conduta seja considerada um costume jurídico: a) o uso reiterado na sociedade b) a aceitação como norma jurídica por essa coletividade (Maria Helena Diniz) Atualmente, a lei é a fonte imediata do direito brasileiro, e o costume é fonte subsidiária do direito. Os costumes (2) É uma das fontes jurídicas mais antigas (talvez até a primeira), antes das leis escritas. Atualmente, a lei é a fonte imediata do direito brasileiro, e o costume é fonte subsidiária do direito. É uma fonte não formal e não escrita do Direito. Ausência de produção por órgão estatal responsável pela elaboração de normas jurídicas. Não escrita por decorrer de conduta da vida, aceita socialmente como norma reguladora de conduta. Os costumes (3) Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) Decreto-Lei N. 4.657/1942. Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Aplicação em casos de a) Lacuna normativa – quando não existe norma jurídica destinada a disciplinar o caso concreto. b) Lacuna ontológica – quando, embora exista norma reguladora, sua aplicação se apresenta como inadequada para solução, pois desconectada da realidade dos fatos (lei ultrapassada). c) Lacuna axiológica – quando, embora exista norma reguladora, sua norma se revela injusta ou descolada dos valores subjacentes. OBS – Uso é a prática reiterada de um determinado ato ou fato gerado pela coletividade. Já, o costume é a união do uso com a necessidade jurídica. Os costumes (4) Espécies de costumes a) Secundum legem → aqueles que a lei reconhece e admite a força obrigatória do costume; decorrem de imposição legal. Código Civil: Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. § 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, PELOS USOS LOCAIS, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Os costumes (5) Código Civil: Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade (prestação de serviço) Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza. (empreitada) Código de Processo Civil: Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar- lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Os costumes (6) b) praeter legem - com caráter supletivo; é aplicado quando a lei é omissa, sendo hipótese de integração normativa. Ex: cheque pós-datado (“pré-datado”) c) contra legem - quando é contrária ao disposto na lei. Parte da ideia da não aplicação da lei, com fundamento no desuso ou em um costume contrário a ela. a) O art. 178, §1º do CC de 1916 previa a anulação do casamento pela descoberta da não virgindade da esposa – situação que não era aplicada pelo Direito, mesmo antes da CF/88, estabelecer a isonomia. b) Jogo do bicho OBS – Posição da doutrina sobre os costumes contra legem Os costumes (7) Seu cliente, um investidor paulista faz uma negociação na região de Cabrália, próximo a Porto Seguro (Bahia), comprando 800 alqueires de terreno, que seria desmembrado de uma área muito maior. Contudo, as partes envolvidas não perceberam que não foi estabelecido que tipo de alqueire seria; se seria usado o alqueire paulista ou o mineiro. Além disso, na região existe uma medida local, chamada de alqueirão. Obs: 1 alqueire mineiro → 48 400 m2 → 4,84 ha. 1 alqueire paulista → 24 200 m2 → 2,42 ha 1 alqueire baiano → 96 800 m2 → 9,68 ha Como resolver a situação? Direito objetivo e subjetivo • O direito objetivo é constituído por um conjunto de regras destinadas a reger um grupo social, cujo respeito é garantido pelo Estado (norma agendi). • O ordenamento é o sistema de normas jurídicas que compreende as fontes de direito e todos os seus conteúdos e projeções, abrangendo tanto as regras explícitas como as elaboradas para suprir as lacunas do sistema, bem como as normas negociais. • O direito subjetivo “é o poder que a ordem jurídica confere a alguém de agir e de exigir de outrem determinado comportamento” (Francisco Amaral). • É expressão de liberdade, traduzida em um poder de agir conferido a uma pessoa individual ou coletiva, para realizar seus interesses nos limites da lei. • Historicamente, decorre de um movimento ideológico democrático e liberal, destinado a proteger o indivíduo contra os excessos do absolutismo estatal. Direito objetivo e subjetivo (2) O direito subjetivo apresenta duas esferas: a) da licitude → corresponde ao âmbito da liberdade da pessoa, pelo qual pode movimentar-se e atuar na vida social, dentro dos limites impostos a todos pelo ordenamento jurídico. É ela que ainda impõe a todos, o dever jurídico de respeitar essa faixa de liberdade. b) da pretensão → a pretensão é a aptidão que o direito subjetivo oferece ao seu titular de recorrer à via judicial, a fim de exigir do sujeito passivo a prestação que lhe é devida. O direito subjetivo apresenta-se sempre em relação jurídica. Apesar de relacionar-se com o direito objetivo, ele se opõe correlatamente é ao dever jurídico. Um não existe sem o outro. O sujeito ativo da relação é o portador de direito subjetivo, enquanto o sujeito passivo é o titular de dever jurídico. Este possui o encargo de garantir alguma coisa àquele. Direito objetivo e subjetivo (3) Teorias relativas ao direito subjetivo: a) da vontade (Windscheid - 1817 - 1892) → o direito subjetivo “é o poder da vontade reconhecido pela ordem jurídica”. Crítica: onde estaria a vontade do recém-nascido ou da pessoa sem consciência? b) do Interesse (Ihering - 1818-1892) → o direito subjetivo é “o interesse juridicamente protegido”. Crítica: No direitos de família, há interesses que não são dos titulares individualmente, mas da família. No direito de propriedade, sua função social implica em poderes-deveres que não representam identidade de interesses. Há também uma série de interesses difusos, interesses coletivos de grupos ou coletividades, que não são propriamente direitos subjetivos. OBS: Kelsen não aceita o dualismo direito objetivo-direito subjetivo; ele seria uma mera aplicação aos indivíduos do direito objetivo. Importância da teoria para o conceito de direito subjetivo (a) Constituição Federal de 1946, art. 141, §4º: A lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão de direito individual. Constituição Federal de 1988, art. 5º XXXV - a lei não excluirá da apreciação do PoderJudiciário lesão ou ameaça a direito. Antes (pela influência de Kelsen), a referência era a direito individual; agora indica a extensão da apreciação judicial, também, aos direitos coletivos, entre os quais os difusos. “Este conceito de um direito subjetivo que apenas é o simples reflexo de um dever jurídico, isto é, o conceito de um direito reflexo .... O homem em face do qual deve ter lugar a conduta conforme ao dever é apenas objeto desta conduta, tal como o animal, a planta ou o objeto inanimado em face do qual os indivíduos estão obrigados a conduzirem-se por determinada maneira” (Hans Kelsen) Importância da teoria para o conceito de direito subjetivo (b) Entendia-se que o direito subjetivo era necessariamente individual e implicava o poder de exigir do Judiciário, por meio de uma ação. Não havia, portanto, espaço para a tutela jurisdicional de interesses difusos, matéria que dizia respeito à Administração Pública. Os interesses difusos entravam na área de atuação do Judiciário só em matéria penal e essencialmente para resguardar os direitos do acusado. A CF/88 através do art. 129, III, concebeu a ação civil pública como meio de proteção de interesses difusos e coletivos. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; Direito objetivo e subjetivo (4) Classificação do direito subjetivo: 1) Quanto à oponibilidade (possibilidade de exigir de alguém). a) Direito absoluto → é o direito subjetivo oponível erga omnes (em relação a todos). Ex: Os direitos reais (art. 1.225, Código Civil) e os direitos da personalidade (art. 5º CF/1988) Art. 5º, X, CF: São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. b) Direito relativo → é o direito subjetivo oponível apenas à outra parte da relação jurídica. Ex: direitos de crédito, obrigações contratuais. Direito objetivo e subjetivo (5) Classificação do direito subjetivo: 2) Quanto à transmissibilidade. a) Direito transmissível → é aquele que pode ser transferido a terceiros. Exemplos: o direito de propriedade e o de crédito. b) Direito intransmissível → é aquele que seu titular não pode transferir a terceiros, por uma proibição estabelecida na lei, ou por disposição negocial. Código Civil, art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Código Civil, art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; Direito objetivo e subjetivo (6) Classificação do direito subjetivo: 2) Quanto à patrimonialidade. a) Direito patrimonial → é aquele que tem valor econômico em si mesmo (um direito de crédito, um bem material). Exemplos: o direito de propriedade e o de crédito. b) Direito não patrimonial (extrapatrimonial) → é aquele que não tem valor econômico em si mesmo, ainda que sua violação possa gerar uma repercussão econômica. Exemplos: os direitos da personalidade: honra, imagem, privacidade, vida. Direito objetivo e subjetivo (7) Classificação do direito subjetivo: 2) Quanto à natureza da relação. a) Direito pessoal (obrigacional) → é aquele em que uma pessoa, denominada de credor, pode exigir uma prestação (conduta: dar, fazer ou não fazer) de outrem, denominada de devedor. Exemplos: as obrigações derivadas dos contratos. b) Direito real → é aquele em que há uma relação de domínio entre seu titular e uma coisa. Exemplos: O direito de propriedade e todos os direitos citados no art. 1.225 do CC, que surgem em razão da propriedade. OBS1: Necessitam do registro para sua caracterização, exceto quanto aos bens móveis (art. 1.227 do Código Civil) Direito objetivo e subjetivo (8) Código Civil art. 1.226: Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. Código Civil art. 1.227: Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. OBS2 – O direito de sequela: poder que o proprietário tem de reaver seu bem do poder de quem o esteja detendo ou possuindo de forma injusta. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Direito objetivo e subjetivo (9) - violação A violação de um direito objetivo acarreta sanção que pode ter como responsável pela busca da sanção, o Ministério Público, como ocorre nos casos de crimes ou a invalidade da norma que foi publicada em conflito com outra hierarquicamente superior. Já a violação de um direito subjetivo gera a pretensão. A pretensão é “o poder de fazer valer em juízo, por meio de uma ação (em sentido material), a prestação devida, o cumprimento da norma legal ou contratual infringida ou a reparação do mal causado, dentro de um prazo legal (arts. 205 e 206 do CC)” (Maria Helena Diniz). Direito objetivo e subjetivo (10) - violação Código Civil, art. 189: Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. A prescrição é a extinção de uma pretensão pelo decurso de certo lapso de tempo previsto em lei. A prescrição não extingue o direito, portanto, se houver o cumprimento espontâneo da obrigação, o credor poderá reter o pagamento. A decadência, por sua vez, é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei. Direito potestativo é aquele que o titular exerce e que a outra parte cabe apenas aceitá-lo, sujeitando-se ao seu exercício. A ele não se contrapõe um dever, mas uma sujeição. Direito público e direito privado As divisões e subdivisões dos campos do direito têm mais utilidade didática → interpenetração dos campos jurídicos. Tentativas de estabelecer critérios distintivos para a “summa divisio” (divisão entre o direito público e o privado). a) Pelo interesse visado pela norma. b) Pelo titular da relação jurídica. c) Pela autoridade. Todos os critérios são falhos, porque comportam exceções. Impossibilidade de estabelecer uma firme linha divisória → critério distintivo centrado na preponderância do interesse individual. Direito público e direito privado (2) O direito público regula relações jurídicas concernentes à organização e atividade do Estado (acepção lata) e de seus agregados políticos, bem como as relações jurídicas travadas entre os cidadãos e essas organizações políticas. O direito público cuida dos interesses diretos ou indiretos do Poder Público (Estado-Administração, o Estado-Juiz e o Estado-Legislador). São ramos do direito público → Direito Internacional Público, constitucional, processual, administrativo, econômico, tributário e o penal, dentre outros. Direito público e direito privado (3) O direito privado cuida das relações jurídicas entre os particulares entre si ou entre os particulares e o Poder Público (ou os seus agregados), quando estes não estiverem atuando no exercício de suas funções de Poder Estatal (político ou soberano). Exemplos: Direito civil, empresarial, e o internacional privado. OBS - Direitos Difusos tratam dos direitos metaindividuais, tendo como titulares pessoas indeterminadas em um mesmo contexto jurídico. Exemplos: (“novos direitos sociais”) Direito do Trabalho, Econômico, da Seguridade Social, do Consumidor e o Ambiental. Direito público e direito privado (4) Inter-relações entre o direito público e o privado. Atuação do Estado no direito privado impondo sua vontade, limitando a iniciativa e autonomia do particular, comnormas inderrogáveis pela vontade dos interessados (chamadas de normas cogentes ou de ordem pública) . CDC, art. 1º: O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Código Civil, art. 2.035. Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos. Direito público e direito privado (5) Inter-relações entre o direito público e o privado. Atuação do Estado também em outras áreas do direito privado, a exemplo do direito de família (regulamentação do casamento, proteção aos filhos, etc.). A publicização do direito privado é o fenômeno pelo qual o Estado regula interesses particulares, disciplinando limites e regras para o exercício de direito dos particulares, como forma de garantir a segurança jurídica e a paz social. Exemplos: limitação da autonomia da vontade no direito contratual, função social dos contratos, função social da propriedade. Direito público e direito privado (6) A divisão do direito público. a) Externo (ou internacional) – regula as relações do Estado com outros países e com organizações jurídicas que estão reguladas pelo Direito Internacional Público (nações e outras organizações, ONU, Vaticano, OIT, UNESCO, Santa Sé) . b) Interno – regula as relações em que o Estado é considerado em si mesmo, com os particulares, quando age em razão de seu poder soberano (de império). Engloba o direito constitucional, direito administrativo, direito financeiro, direito tributário, direito penal, direito processual civil direito processual penal e direito eleitoral. Direito público e direito privado (7) b.1) direito constitucional – dispõe sobre a estrutura do Estado, define a função de seus órgãos e estabelece as garantias fundamentais da pessoa. Limita a ação do governo, pois estabelece faixas de competência para os poderes. É também um direito de garantia das pessoas, através das garantias fundamentais previstas na CF. b.2) direito administrativo – estabelece a fórmula jurídica para a realização do serviço público, o qual se define como “a toda organização de caráter permanente destinada a satisfazer as necessidades públicas de um modo regular e contínuo”. O serviço público é a atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas de ordem fundamental (energia, água, transporte, saúde, segurança, obras públicas, etc.) Direito público e direito privado (8) b.3) direito financeiro – regula sobre a receita e a despesa pública necessária para realizar os serviços públicos, que o Estado obtém mediante cobrança de impostos, contribuições, taxas, bem como por sua atividade empresarial. Engloba o direito tributário. b.4) direito penal – ramo que define os crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança. É o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, ligando ao delito, como pressuposto, a pena como consequência. Direito público e direito privado (9) b.3) direito financeiro – regula sobre a receita e a despesa pública necessária para realizar os serviços públicos, que o Estado obtém mediante cobrança de impostos, contribuições, taxas, bem como por sua atividade empresarial. Engloba o direito tributário. b.4) direito penal – ramo que define os crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança. É o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, ligando ao delito, como pressuposto, a pena como consequência. Direito público e direito privado (10) b.5) direito processual – é o ramo jurídico que reúne os princípios e normas reguladoras dos atos judiciais tendentes à aplicação do Direito aos casos concretos. * Tempos primitivos → solução jurídica dos conflitos feita pelos próprios particulares (autodefesa) * Posteriormente, o Estado assumiu o papel de dizer e aplicar o Direito, através dos Poderes Legislativo e Judiciário. * Fase sincretista do direito processual → mero desdobramento do direito material, até passar a ter autonomia científica, separando ação do direito. OBS: O direito material corresponde às normas que regulam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida Direito subjetivo privado e público 5) direito processual – é o ramo jurídico que reúne os princípios e normas reguladoras dos atos judiciais tendentes à aplicação do Direito aos casos concretos. * Tempos primitivos → solução jurídica dos conflitos feita pelos próprios particulares (autodefesa) * Posteriormente, o Estado assumiu o papel de dizer e aplicar o Direito, através dos Poderes Legislativo e Judiciário. * Fase sincretista do direito processual → mero desdobramento do direito material, até passar a ter autonomia científica, separando ação do direito. OBS: O direito material corresponde às normas que regulam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Decreto- lei nº 4657/42, Lei nº 12.376/10 e 13.655/18 (LINDB) 1 - Objetivo da LINDB - regula a vigência e a eficácia de todas as outras, trazendo critérios para os seus conflitos no tempo e espaço, bem como estabelecendo parâmetros para a interpretação normativa (regras de hermenêutica). 2 - Validade das normas: identificação de compatibilidade da norma ao sistema jurídico. Pode se verificar sob duas óticas: a) Formal: observância pelo processo de criação; se em conformidade do ato normativo, com o devido processo legislativo. CF/88: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; LINDB (2) III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Ex.: Art. 60 CF: § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. b) Material: se houve observância da matéria passível de normatização por parte das entidades federativas, ou se houve incompatibilidade de conteúdo. Ex: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; LINDB (3) 3 – Vigência das normas: critério puramente temporal. Refere-se ao período de validade da norma; ou seja, o lapso temporal que vai do momento em que ela passa a ter força vinculante até a data em que é revogada ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração (no caso de normas temporárias). 4 – Eficácia das normas: é a qualidade que se refere à aptidão para a produção concreta de efeitos. Pode ser: a) Social: produção concreta de efeitos, pois presentes as condições fáticas exigíveis para seu cumprimento. LINDB (4) b) Técnica: produção de efeitos, porque presentes as condições técnico-normativas exigíveis para sua aplicação. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; Classificação da eficácia das normas constitucionais segundo José Afonso da Silva: a) eficácia plena: as que não necessitam de regulamentação infraconstitucional, pois já estão aptas a produzir efeito, desde o momento da promulgação da Constituição. LINDB (5) Ex: Art. 5º §1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. b) eficácia contida: aquelas que o legislador infraconstitucional pode restringir seus efeitos. Surtem efeitos em sua plenitude, mas uma lei infraconstitucional pode restringi-los. Art. 5º - XIII - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofícioou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. c) eficácia limitada: necessitam de regulamentação infraconstitucional para que surtam efeito de maneira plena. Art. 7º, I, CF/88, já citado. LINDB (6) - A Interpretação e integração das normas A Interpretação (hermenêutica) das normas 1) Objeto: estudo das técnicas de interpretação e colmatação da norma. A finalidade da interpretação normativa é: a) revelar o sentido da norma; b) fixar o seu alcance. Não se admite mais o ditado que “in claris cessat interpretatio” (a regra clara não cabe interpretação). 2) Formas de interpretação: a) Literal (gramatical): exame de cada termo utilizado na norma, isolada ou sintaticamente. LINDB (7) - A Interpretação e integração das normas b) Lógico: utilização de raciocínios lógicos (dedutivos ou indutivos) para a análise metódica da norma em toda a sua extensão, desvendando seu sentido e alcance. CC, Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Como as causas de exclusão de responsabilidade são as mesmas da responsabilidade objetiva, entende-se que se trata, também, do mesmo caso. c) Sistemático: análise da norma a partir do ordenamento jurídico de que é parte, relacionando-a com todas as outras com o mesmo objeto, direta ou indiretamente. LINDB (8) - A Interpretação e integração das normas CC, Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. OBS – Como o artigo está após a previsão da responsabilidade objetiva, trata-se do mesmo tipo de responsabilidade. d) Histórico: parte dos seus antecedentes históricos, verificando as circunstâncias fáticas e jurídicas que lhe antecederam, bem como o próprio processo legislativo correspondente (a proposta legislativa que a originou, as emendas apresentadas, os vetos, as razões do veto, etc) e) Finalístico ou teleológico: análise da norma tomando como parâmetro a sua finalidade declarada, adaptando-a às novas exigências sociais. LINDB: Art. 5.º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. LINDB (9) - A Interpretação e integração das normas f) Judicial (jurisprudencial): busca também atualizar o entendimento da lei, dando-lhe uma interpretação atual que atenda aos reclamos das necessidades do momento histórico em que está sendo aplicada. Em algumas matérias, a interpretação dada pelos tribunais é de tal efeito que acaba antecipando muitas vezes a atividade legislativa posterior, especialmente quando ela dispõe sobre matéria ainda não regulada em lei. A INTEGRAÇÃO NORMATIVA (colmatação) Quando não existir lei a aplicar diretamente ao caso, deve o juiz se valer das outras fontes do Direito para encontrar a regra que efetivamente deve disciplinar a relação jurídica submetida à sua apreciação. LINDB: Art. 4º: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. LINDB (10) - A Aplicação das normas no tempo A aplicação temporal de normas: Para que uma norma, em regra, seja aplicável, é preciso que esteja vigente. A vigência surge com a publicação no Diário Oficial → presunção de conhecimento de todos sobre a regra. Porém, não começa a vigorar necessariamente, de imediato (vacatio legis): Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. §1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. OBS: 3 MESES ≠ 90 DIAS. Contagem pela data equivalente X contagem dia a dia LINDB (10.1) - A Aplicação das normas no tempo Art. 1º (continuação) §2º revogado §3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. §4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Não se admite, em regra, o erro de direito. Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece OBS: A REPRISTINAÇÃO Art. 2º § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Se a lei C revogar a lei B, que, por sua vez, havia revogado a lei A, isso não vai fazer ressurgir a lei A, SALVO POR EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. LINDB (11) - A Aplicação das normas no tempo DURAÇÃO DA NORMA: em regra, as normas jurídicas têm duração indeterminada, salvo quando criadas como temporárias (limitadas no tempo). Logo, as norma terão vigência até que outra lei as modifique ou revogue, de forma expressa ou tácita: LINDB, Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (revogação expressa ou tácita). §1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (revogação expressa), quando seja com ela incompatível (revogação tácita) ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. (revogação tácita). OBS: VIGOR refere-se ao poder que a lei tem de produzir efeitos, mesmo após revogada, por vincular os atos praticados durante sua vigência (ULTRATIVIDADE DA NORMA) LINDB (12) - A Aplicação das normas no tempo Exemplo de revogação expressa: CC/2002: Art. 2.045. Revogam-se a Lei n o 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. Exemplo de revogação tácita: O CC regulou, em 2002, toda a matéria sobre condomínios edilícios, que estava presente nos artigos 1º a 27 da Lei 4.591/1964. Logo, estes artigos foram tacitamente revogados pelo CC atual. Exemplo de revogação total = ab-rogação O CC/02 revogou totalmente o CC/1916 Art. 2.045. Revogam-se a Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L0556-1850.htm#parte%20primeira http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm LINDB (13) - A Aplicação das normas no tempo Exemplo de revogação parcial = derrogação CC/2002: Art. 2.045. Revogam-se a Lei n o 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. Contudo, não haverá revogação se: LINDB Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Conflito de normas no tempo (Direito Intertemporal) Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L0556-1850.htm#parte%20primeira LINDB (14) - A Aplicação das normas no tempo § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. CF, art. 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; (princípio da segurança jurídica) As leis são, em regra, irretroativas, a lei penal, se for benéfica, deverá retroagir. CF, art. 5º, XL: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. LINDB (15) - A Aplicação espacial das normas Em razão da noção de soberania estatal, a norma deve ser aplicada dentro dos limites territoriais do Estado que a editou. Princípio da territorialidade→ concepção tradicional de Estado, como reunião dos elementos: povo, governo e território. Por sua vez, a extraterritorialidade ocorre, quando os Estados permitem que, em seu território, sejam aplicadas, em certas hipóteses, normas estrangeiras, para tornar mais fáceis as relações internacionais, conciliando duas ou mais ordens jurídicas para uma solução mais adequada a uma questão jurídica. A extraterritorialidade é, portanto, a admissão de aplicabilidade, no território nacional, de leis de outro Estado, segundo princípios e convenções internacionais (situação de estrangeiros que fazem contratos no Brasil ou brasileiros que celebram contratos no exterior). LINDB (16) - A Aplicação espacial das normas Princípio da territorialidade → arts. 8º e 9º da LINDB Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. §1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. § 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. LINDB (16) - A Aplicação espacial das normas Admissão da extraterritorialidade → arts. 7º, 10, 12 e 17 da LINDB Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. §1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. LINDB (17) – outros tópicos 1) A não ignorância da lei → art. 3º da LINDB Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Embora o ordenamento brasileiro não crie a presunção de que a lei seja conhecida por todos, não admite que se possa alegar que não seja conhecida. O princípio da inescusabilidade do cumprimento da lei decorre do interesse social → segurança jurídica. 2) Os artigos 20 ao 30 da LINDB foram acrescentados pela Lei nº 13.655/2018 e se dirigem a decisões em esfera administrativa e têm sido objeto de críticas sobre sua adequação no corpo da LINDB. . Fontes do Direito A Teoria tradicional do Direito nos leva à ideia de que a lei é a fonte maior, e que se sobrepõe a todas as demais fontes jurídicas. As concepções mais conhecidas sobre o conceito de Direito seguem nessa linha. Kelsen chega a identificar o Direito à Lei (norma jurídica). Apesar do Direito não se limitar à lei, o princípio da legalidade acaba tornando importante seu papel para a formulação de qualquer raciocínio jurídico: “Ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º. II, CF). Contudo, o Direito é mais amplo que a lei: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito” (art. 4º, LINDB) → convenções coletivas; princípios; negócio jurídico; jurisprudência; doutrina jurídica; equidade. . Fontes do Direito (2) 1) Legislação (lei) – fonte primária (imediata). 1.1) Conceito: “Regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de cunho obrigatório e forma escrita” (SÍLVIO VENOSA) 1.2) Abrangência: Designa os atos normativos, em suas várias modalidades (leis, decretos-leis, portarias, circulares), através dos quais se regulamenta a vida social, a partir do Estado, sendo as regras constitucionais ou infraconstitucionais. A) Constituição – norma maior na hierarquia normativa. B) Emenda à Constituição - também se encontra no topo da pirâmide, como norma constitucional derivada. Tem o intuito de modificar a Constituição. Fontes do Direito (3) Só ocorre por meio de PEC (Proposta de Emenda à Constituição), em uma votação de dois turnos, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, alcançando três quintos de votos de cada Casa, conforme art. 60 da CF. C) Lei complementar - versa sobre matéria especificada na Constituição como carente de regulamentação (matéria reservada). Exige maioria absoluta, ou seja, considerando-se a totalidade dos parlamentares. D) Lei ordinária – versa sobre matéria que não foi tratada na Constituição (matéria residual). As leis ordinárias são discutidas e aprovadas tanto na Câmara como no Senado Federal, e necessitam de maioria simples para aprovação (metade dos votos favoráveis + 1 dos presentes na sessão) Fontes do Direito (4) OBS: Os Códigos correspondem a um conjunto de dispositivos normativos postos por lei que disciplinam de modo sistemático uma matéria. E) Lei delegada - Possui o mesmo patamar de hierarquia das leis ordinárias. Conforme art. 68 da CF, são propriamente criadas pelo Presidente da República que deve solicitar ao Congresso Nacional, que emitirá Resolução especificando a matéria e os termos do exercício. F) Medida Provisória – é elaborada pelo Presidente da República, apenas em casos de relevância ou urgência. Entra em vigor imediatamente, antes mesmo de ser colocada em votação. Deve ser votada dentro de 60 dias, para ser convertida em lei ou não. 1.3) Atributos: a validade, a vigência, o vigor e a eficácia, Fontes do Direito (5) 2) Costumes – fonte primária (imediata). Já abordados anteriormente. Conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado 3) Jurisprudência – fonte secundária. Conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre determinada matéria. Embora a jurisprudência dos tribunais não obrigue juridicamente, mas tem relevante importância, especialmente por ser hipótese de admissibilidade dos recursos perante o STF, STJ e TST. Ademais, há a importância das chamadas Súmulas Vinculantes Fontes do Direito (6) Ela não traz apenas pacificação jurisprudencial a respeito de um tema, mas, também, unifica um entendimento, e obriga todo o Poder Judiciário e a Administração Pública a seguir o que foi determinado. Súmula vinculante nº 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Súmula vinculante nº 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Fontes do Direito (7) 4) Analogia – “é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para uma outra hipótese fundamentalmente semelhante à não prevista. Destinada à aplicação do Direito, analogia não é fonte formal, porque não cria normas jurídicas, apenas conduz o intérprete ao seu encontro” (PAULO NADER) Ex: o CC não prevê, especificamente, a ineficácia de um legado, quando o beneficiário deixa de cumprir encargo estabelecido em testamento, contudo, quando isso acontece, pode aplicar o art. 562 do CC que permite a revogação da doação onerosa no mesmo caso. CC, Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatárioincorrer em mora. Fontes do Direito (8) 5) Doutrina - é a opinião dos doutos, conhecidos como juristas. Não chega a ser considerada formalmente uma fonte do direito, pois não há obrigatoriedade à seu aceitação, porém, é importante porque tem o papel de estabelecer os conceitos jurídicos, especialmente os indeterminados e abertos. 6) Princípios gerais de Direito – não há consenso sobre seu conceito. Para os positivistas, são os norteadores do ordenamento, extraídos das diversas regras particulares. Para os jusnaturalistas, se identificam com o Direito natural, como reflexos de leis permanentes da natureza humana e da natureza das coisas. O Direito brasileiro consagrou-os como o último elo a que o juiz deverá recorrer, na busca da norma aplicável a um caso concreto. Garantem, em última instância, o critério de julgamento. Fontes do Direito (9) Exemplos: Viver honestamente (honeste vivere), não lesar ninguém (neminem laedere) e dar a cada um aquilo que é seu (suum cuique tribuere). São os chamados “brocardos” A invocação desses princípios, pelo julgador, seja juiz ou árbitro, perante a lacuna da lei, ou mesmo na sua interpretação, constitui ideal da mais elevada justiça . 7) Equidade - na concepção aristotélica, é a “justiça do caso concreto”. Busca a atenuação do rigor da norma, quando a lei permite seu uso. OBS: O Código de Processo Civil/2015 dispõe no art. 140, parágrafo único que “o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei” Fontes do Direito (10) Ex1: CC Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, EQUITATIVAMENTE, a indenização. Ex2: o CPC diz que, nos procedimentos de jurisdição voluntária: “o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna” (art. 723 Parágrafo único). Em todos esses casos, é facultado expressamente ao julgador valer-se de seus próprios critérios de justiça, quando for decidir, não estando adstrito às regras ou métodos de interpretação preestabelecidos. Teoria da norma e do ordenamento jurídico Para Norberto Bobbio, o Direito é um termo “utilizado indiferentemente tanto para indicar uma norma jurídica particular quanto a um determinado complexo de normas jurídica” Essas normas, sejam elas individuais ou complexas, criam um tipo de sistema normativo, ao qual se dá o nome de ordenamento jurídico. Bobbio: “As normas jurídicas não existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si, esse contexto de normas costuma ser chamado de ordenamento”. Essas normas são tidas como jurídicas porque compõem o ordenamento e são dotadas de sanção, eficácia e validade. A sanção corresponderia à pena ou recompensa que corresponde à violação ou execução de uma lei. Teoria da norma e do ordenamento jurídico (2) Bobbio afirma que há sanções negativas (imposição de penalidades aos que, violam a norma jurídica) e sanções positivas (através de “bônus”, como isenção de taxas, para motivar o cumprimento da norma legal). A eficácia corresponde à produção de efeitos, e a validade, sua adequação ao ordenamento. Como algumas normas não possuem essa estrutura (podem ser válidas e não serem eficazes), Bobbio expõe sua critica, dizendo que não se pode definir o termo “Direito” com base nas normas isoladas, mas sim, no conjunto complexo de normas que compõem o todo do sistema jurídico. Ademais, há normas que prescrevem condutas (permitindo, obrigando ou proibindo algo); e outras que são normas de estrutura ou competência. Teoria da norma e do ordenamento jurídico (3) Ele aborda em suas obras (Teoria da norma e Teoria do ordenamento jurídico) problemas relativos à antinomia das normas (choque entre as normas), as lacunas do ordenamento e a questão da completude do ordenamento(sistema sem ausência de nenhuma norma). Ele define o sistema jurídico como sendo o próprio ordenamento, e o trata como “uma totalidade ordenada”. Logo, as normas integrantes possuem coerência entre elas. O sistema jurídico é o conjunto de normas jurídicas interdependentes, reunidas segundo um princípio unificador, ou seja, o próprio ordenamento jurídico é esse princípio e possui uma norma fundamental na qual as demais normas se justificam, sendo essa norma fundamental que confere a unidade do ordenamento. Teoria da norma e do ordenamento jurídico (4) O poder constituinte (“originário de fonte das fontes”) é o poder supremo no qual o ordenamento jurídico encontra sua justificação. Bobbio usa a teoria da construção escalonada do ordenamento jurídico, elaborada por Kelsen → “as normas de um ordenamento não estão todas num mesmo plano”. Com isso, há normas superiores e normas inferiores, estas dependem daquela. No topo da pirâmide está a norma suprema, considerada por Bobbio como norma fundamental, que não depende de nenhuma outra e sobre a qual repousa a unidade do ordenamento. Para Bobbio, quem fundamenta a constituição federal é a norma fundamental, que é o poder constituinte originário. Para Kelsen, quem a fundamenta é a norma hipotética fundamental. A norma jurídica e suas características “Regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de cunho obrigatório e forma escrita” (SÍLVIO VENOSA) 1) Generalidade e abstração - não deve regular um caso em particular, mas todas as situações fáticas que se subsumem à sua descrição. É abstrata por prescrever uma conduta; geral por se destinar a um número indeterminado de pessoas. A generalidade das normas garante o tratamento igualitário e imparcial. Como consequência da generalidade pode ser também mencionada a heterogeneidade ou heteronomia da norma, ou seja, ela prevalece independentemente de os destinatários desejarem cumpri-la. A norma jurídica e suas características (2) 2) Coercibilidade e sanção - É meio pelo qual se perfaz a norma na hipótese de violação. “Não se confunde a coercibilidade com a imperatividade. A imperatividade é conceitual e potencial e, como regra, está dentro do conteúdo da norma. A coercibilidade é externa à norma, embora relacionada a ela, e ganha contornos materiais na hipótese de violação. A coercibilidade é um corolário da imperatividade” (SÍLVIO VENOSA). A sanção visa a neutralizar, desfazer ou reparar um mal causado por um ato ilícito. A evolução social fez com que a autotutela cedesse espaço para a heterotutela, impedindo o ofendido fazer justiça de mão própria, salvo quando previsto (autodefesa, desforço imediato, legítima defesa). A norma jurídica e suas características (3) 3) Imperatividade - Não está presente em todas as normas. Contudo, a norma jurídica típica será um comando legal, portanto, imperativo. Essas normas indicam que certa conduta fica sujeita à sanção. As disposições de caráter não imperativo, encontráveis no sistema, devem ser vistas como complementares aos imperativos legais, formando um conjunto, ou seja, o ordenamento. Da mesma forma devem ser entendidas as chamadas normas supletivas ou dispositivas, isto é, aquelas não obrigatórias e que somente atuam no silêncio ou omissão das partes. As normas dispositivas têm maior campo de atuação no direito privado. A norma jurídica e suas características (4) 4) Bilateralidade - O Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade significa, portanto, que a norma jurídica possui dois lados: um representado pelo direito subjetivo e outro pelo dever jurídico, de tal sorte que um não pode existir sem o outro. Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico. 5) Hipotecidade - a regra de direito é um juízo hipotético do qual decorrem certas consequências (Kelsen). A norma definea conduta que evita a sanção, porém, há normas, que não possuem uma descrição hipotética, como as que atribuem direitos subjetivos, as que definem institutos, e as meramente supletivas. Teoria do fato jurídico 1 - O fato jurídico: “fato a que a norma jurídica atribui, especificamente, certas consequências no relacionamento inter-humano” (Marcos Bernardes de Mello) 2 - Suporte Fático (Tatbestand) 2.1 – Divisão do suporte fático a) Suporte fático hipotético: é a descrição abstrata do fato, é o conjunto de elementos que compõem o fato previsto na norma, é o conteúdo do preceito. b) Suporte fático concreto: é a confirmação de que o fato do mundo da vida preenche os elementos do suporte fático abstrato. O fato jurídico acontece quando ocorre o suporte fático concreto Teoria do fato jurídico (2) 3 – Elementos do suporte fático • Atos humanos • Fatos da natureza e do animal • Fatos do mundo jurídico (fatos e efeitos jurídicos) • Decurso do tempo 4 – Prescrição (consequente): refere-se ao dever-ser, ou seja, se refere à consequência jurídica esperada diante da ocorrência daquele fato estabelecido no preceito. Teoria do fato jurídico (3) 3 – Elementos do suporte fático • Atos humanos • Fatos da natureza e do animal • Fatos do mundo jurídico (fatos e efeitos jurídicos) • Decurso do tempo 4 – Prescrição (consequente): refere-se ao dever-ser, ou seja, se refere à consequência jurídica esperada diante da ocorrência daquele fato estabelecido no preceito. Classificação dos fatos jurídicos Fato jurídico lato sensu Fato jurídico stricto sensu Ato-fato jurídico Ato jurídico lato sensu Ato jurídico stricto sensu (não negocial) Negócio jurídico Teoria do fato jurídico (5) 1 - Ato jurídico lato sensu a) ato humano volitivo b) consciência dessa exteriorização da vontade c) ato direcionado ao alcance de um resultado protegido ou não- proibido * Espécies de ato jurídico lato sensu 1.1 – Ato jurídico stricto sensu (não negocial) → efeitos ex-lege a) atos materiais (reais) b) participações Teoria do fato jurídico (6) 1.2 – Negócio jurídico 2 – O ato-fato jurídico
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