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NOÇÕES DE DIREITO

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Noções de direito
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S211n
 Sanches, Ana Paula Tabosa dos Santos
 Noções de direito. / Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches. –
Indaial: UNIASSELVI, 2020
 235 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-331-2
 ISBN Digital 978-65-5663-327-5
 1. Direito. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 340
ApreseNtAção
Prezados acadêmicos! Desde que o homem passou a viver em 
sociedade, tornou-se necessário estabelecer regras que regulassem as 
relações humanas, a fim de garantir a paz social. Estas normas de conduta 
buscam evitar que cada um “faça justiça com as próprias mãos”, o que 
significa a prevalência da força, uma vez que a vontade do mais forte sempre 
prevalecerá, gerando desordem na sociedade. Assim, desde os primórdios 
da civilização, afirma-se que ubu homo, ibi jus, o que significa “onde está o 
homem está o Direito”. Em uma visão ampla, podemos dizer, que o Direito 
é a ciência que estuda estas normas de conduta.
Em sua futura atividade profissional, você se deparará com situações 
que demandam um conhecimento básico da ciência jurídica, que é objeto de 
nossa disciplina. Serão parte de seu dia a dia situações que envolvem contratos, 
direitos trabalhistas, títulos de crédito, reclamações de consumidores, entre 
muitas outras em que você necessitará de conhecimentos jurídicos.
Na Unidade 1 teremos uma ampla visão do Direito e sua inter-relação 
com a ética e a moral, facilitando o entendimento do o que é Direito Positivo, 
quem são os sujeitos de direito, o que são normas jurídicas e como elas são 
aplicáveis aos fatos jurídicos. 
Na Unidade 2 estudaremos conteúdos de Direito Público, entendendo 
aspectos importantes desse conteúdo em cada um dos seus ramos. A 
importância de conheceremos os principais direitos e garantias fundamentais, 
quais são os direitos sociais, vamos estudar o Direito Administrativo que traz 
as regras que disciplinam a atividade da Administração Pública, o Direito 
Penal composto por um conjunto de normas jurídicas que regulam o poder 
punitivo do Estado. Finalizando com o estudo do Direito tributário, Direito 
eleitoral e Direito militar.
 
Por fim, na Unidade 3, estudaremos alguns ramos especiais do 
Direito, com ênfase no Direito do Trabalho, Direito do Consumidor e o 
Direito ambiental.
Desejo a você uma feliz trajetória. Bons estudos!
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ........................................................................... 1
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO” ................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE É DIREITO? ............................................................................................................................ 3
2.1 INTERPRETAÇÕES DA DIMENSÃO SOCIAL DO HOMEM ................................................. 4
2.2 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ...................................................................................... 6
2.3 INTERAÇÃO SOCIAL ................................................................................................................... 7
2.4 DIREITO, ÉTICA E MORAL ....................................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ....................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 CONCEITO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ............................................................... 19
3 FONTES DO DIREITO ..................................................................................................................... 20
3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO ................................................................ 21
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA HIERARQUIA DAS LEIS .................................................................... 21
3.3 COSTUMES ................................................................................................................................... 24
3.4 JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................... 25
3.5 DOUTRINA ................................................................................................................................... 25
3.6 EQUIDADE .................................................................................................................................... 26
3.7 ANALOGIA ................................................................................................................................... 26
3.8 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO .......................................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................30
TÓPICO 3 — NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA ...................................................... 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA ............................................................................................ 33
2.1 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA ........................................................................ 36
2.1.1 Bilateralidade........................................................................................................................ 37
2.1.2 Generalidade ........................................................................................................................ 37
2.1.3 Abstratividade ...................................................................................................................... 38
2.1.4 Imperatividade ..................................................................................................................... 39
2.1.5 Coercibilidade ...................................................................................................................... 39
3 RELAÇÃO JURÍDICA ...................................................................................................................... 41
3.1 CONCEITO DE RELAÇÃO JURÍDICA ..................................................................................... 41
3.2 ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA ........................................................................................ 42
3.3 ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA ................................................................................. 45
3.3.1 Sujeitos da relação jurídica ................................................................................................. 46
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 47
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 53
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 55
UNIDADE 2 — RAMOS DO DIRIETO PÚBLICO ........................................................................ 57
TÓPICO 1 — DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................ 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO ................................... 59
2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .................................................................................. 61
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES .............................................................................. 64
2.2.1 Quanto ao conteúdo ........................................................................................................... 65
2.2.2 Quanto à forma .................................................................................................................... 65
2.2.3 Quanto ao modo de elaboração ......................................................................................... 66
2.2.4 Quanto à origem .................................................................................................................. 66
2.2.5 Quanto à estabilidade ......................................................................................................... 67
2.2.6 Quanto à extensão e finalidade .......................................................................................... 68
2.3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ................. 69
2.4 DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS ................................................................................ 71
2.5 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................. 73
2.6 DIREITOS SOCIAIS ...................................................................................................................... 76
2.7 DIREITO DE NACIONALIDADE .............................................................................................. 80
2.8 DIREITOS POLÍTICOS ................................................................................................................. 82
2.8.1 Direitos relacionados à organização, participação e funcionamento 
 dos partidos políticos .......................................................................................................... 83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 86
TÓPICO 2 — DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO PROCESSUAL E 
 DIREITO PENAL ......................................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................... 87
2.1 ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................ 88
2.2 PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................. 94
2.2.1 Princípio da legalidade ....................................................................................................... 95
2.2.2 Princípio da impessoalidade .............................................................................................. 96
2.2.3 Princípio da moralidade ..................................................................................................... 97
2.2.4 Princípio da publicidade .................................................................................................... 98
2.2.5 Princípio da eficiência ....................................................................................................... 100
3 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS .......................................................................................... 101
4 DIREITO PROCESSUAL ............................................................................................................... 105
5 DIREITO PENAL ............................................................................................................................. 107
5.1 CONCEITO E FUNÇÃO ........................................................................................................... 108
5.2 DIVISÃO DO DIREITO PENAL ............................................................................................... 108
5.3 FATO TÍPICO – CRIME E CONTRAVENÇÃO ...................................................................... 109
5.4 DOLO E CULPA ......................................................................................................................... 111
5.4.1 Causas excludentes da antijuridicidade ......................................................................... 113
5.4.2 Culpabilidade ..................................................................................................................... 114
5.4.3 Imputabilidade penal ........................................................................................................ 115
5.4.4 Penas e medidas de segurança ......................................................................................... 116
5.4.5 Açõespenais ....................................................................................................................... 118
5.4.6 Crimes contra o patrimônio ............................................................................................. 119
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
TÓPICO 3 — DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ELEITORAL E 
 DIREITO MILITAR ................................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127
2 DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................................ 127
3 DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................... 129
4 DIREITO MILITAR ......................................................................................................................... 131
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 139
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 140
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 142
UNIDADE 3 — RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO DO 
 TRABALHO, DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO 
 AMBIENTAL E O DIREITO PRIVADO ............................................................ 145
TÓPICO 1 — RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO ....................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................................ 147
2.1 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 149
2.2 FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO ............................................................................. 151
2.3 NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO ..................................................... 152
2.4 DIVISÃO DO DIREITO DO TRABALHO .............................................................................. 153
2.5 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ......................................................................... 155
3 DIREITO DO CONSUMIDOR ..................................................................................................... 157
3.1 CONCEITOS DE CONSUMIDOR E FORNECEDOR ........................................................... 157
3.2 DIREITOS E DEVERES DO CONSUMIDOR.......................................................................... 161
3.3 RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR ........................................................................... 162
3.4 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO .............................................................................................. 163
3.5 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ................................................ 164
3.6 PROTEÇÃO DOS CONTRATOS DE CONSUMO ................................................................. 164
3.7 PUBLICIDADE E PROPAGANDA .......................................................................................... 165
4 DIREITO AMBIENTAL .................................................................................................................. 166
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 168
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 169
TÓPICO 2 — DIREITO CIVIL NOÇÕES E ESTRUTURAS ...................................................... 171
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171
2 NOÇÕES E ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL ....................................................................... 171
2.1 PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL – LIVRO I: DAS PESSOAS ........................................ 172
2.1.1 Pessoa física ........................................................................................................................ 172
2.1.2 Pessoa jurídica .................................................................................................................... 179
2.2 PARTE GERAL – LIVRO II: DOS BENS .................................................................................. 183
2.2.1 Conceito de bem ................................................................................................................ 183
2.2.2 Classificação dos bens ....................................................................................................... 184
2.3 PARTE GERAL – LIVRO III: DOS FATOS JURÍDICOS......................................................... 190
2.3.1 Conceito de fato jurídico ................................................................................................... 190
2.3.2 Classificação dos fatos jurídicos ...................................................................................... 191
2.3.3 Negócio jurídico ................................................................................................................. 192
2.4 CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL ...................................................................................... 194
2.4.1 Direito das obrigações ....................................................................................................... 194
2.4.2 Direito empresarial ............................................................................................................ 200
2.4.3 Direito das coisas ............................................................................................................... 201
2.4.4 Direito de família ............................................................................................................... 209
2.4.5 Direito das sucessões ......................................................................................................... 213
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 215
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 216
TÓPICO 3 — DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO INTERNACIONAL 
 PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ...................................... 219
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 219
2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO.................................................................................... 219
2.1 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ................................................. 220
2.2 SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ...................................................... 221
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ................................................................................... 223
LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................225
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 229
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 230
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 232
1
UNIDADE 1 — 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar uma visão geral da ciência do Direito;
• compreender a inter-relação entre Direito, Ética e Moral;
•	 identificar	e	diferenciar	os	conceitos	de	Direito	Objetivo	e	Direito	Subjetivo;	
 
•	 reconhecer	as	fontes	do	Direito;	
• compreender o conceito e as características das Normas e Relações Jurídicas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	CONCEPÇÃO	DE	“DIREITO”
TÓPICO	2	–	DIREITO	OBJETIVO	E	SUBJETIVO
TÓPICO	3	–	NORMA	JURÍDICA	E	RELAÇÃO	JURÍDICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
1 INTRODUÇÃO
O	Direito	é	a	ciência	que	estuda	as	normas	de	conduta	que	regem	a	vida	
em sociedade, trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as áreas do 
conhecimento.	Nesta	unidade,	vamos	obter	conhecimentos	básicos	referentes	à	
ciência	do	Direito	que	irão	auxiliar	em	nossos	estudos	futuros.	
Para	que	possamos	 estudar	 a	 interligação	 entre	 o	Direito	 e	 a	 atividade	
profissional,	é	importante	que	primeiro	entendamos	alguns	conceitos	ligados	à	
ciência do Direito.
2 O QUE É DIREITO?
Das	palavras	de	Nader	 (2019,	p.	21),	extraímos	que	o	homem	é	um	ser	
essencialmente programado para viver em sociedade:
A	 própria	 constituição	 física	 do	 ser	 humano	 revela	 que	 ele	 foi	
programado	para	conviver	e	se	completar	com	outro	ser	de	sua	espécie.	
A	 prole,	 decorrência	 natural	 da	 união,	 passa	 a	 atuar	 como	 fator	 de	
organização	 e	 estabilidade	 do	 núcleo	 familiar.	 O	 pequeno	 grupo,	
formado	 não	 apenas	 pelo	 interesse	 material,	 mas	 pelos	 sentimentos	
de	 afeto,	 tende	 a	 propagar-se	 em	 cadeia,	 com	 a	 formação	 de	 outros	
pequenos	núcleos,	até	se	chegar	à	formação	de	um	grande	grupo	social.
Não	é	uma	tarefa	fácil	definir	o	conceito	de	Direito,	em	razão	dos	diversos	
aspectos	que	nos	levam	a	uma	mistura	de	várias	concepções	que	lhe	são	atribuídos.		
Sob	 o	 aspecto	 formal,	 o	Direito	 é	 regra	 de	 conduta	 imposta	 coativamente	 aos	
homens.	Sob	o	aspecto	material,	é	a	norma	nascida	da	necessidade	de	disciplinar	
a	convivência	social	(GOMES,	2019).
Afinal, o que é Direito? De acordo com a definição etimológica a origem do 
vocábulo “Direito é originária do adjetivo latino directum, trazendo à mente a concepção 
de que o direito deve ser uma linha direta, que provém do particípio passado do verbo 
dirigo, is, rexi, rectum, dirigere, equivalente a guiar, conduzir, traçar e alinhar” (NADER, 2016, 
p. 75). O termo tem muitos significados e não é possível resumi-lo em um só conceito.
NOTA
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
4
Para	Gusmão	(2018,	p.	48):
De	modo	muito	 amplo,	 pode-se	 dizer	 que	 a	 palavra	 “direito”	 tem	
três	 sentidos:	 1°,	 regra	 de	 conduta	 obrigatória	 (direito	 objetivo);	 2°,	
sistema	de	conhecimentos	jurídicos	(ciência	do	direito);	3°,	faculdade	
ou	poderes	que	tem	ou	pode	ter	uma	pessoa,	ou	seja,	o	que	pode	uma	
pessoa	exigir	de	outra	(direito	subjetivo).	
A	 palavra	 direito,	 intuitivamente,	 nos	 remete	 à	 noção	 do	 que	 é	 certo,	
correto,	justo,	reto,	equânime.	A	palavra	direito,	no	uso	comum,	é	sintaticamente	
imprecisa: o meu direito será protegido; ele deve andar direito; não se trata 
de	um	homem	direito;	ele	é	seu	braço	direito;	ele	estuda	Direito	dentre	outros	
significados	(VENOSA,	2019):
O	Direito	 como	 arte	 ou	 técnica	 procura	melhorar	 as	 condições	 sociais	
ao	 sugerir	 e	 estabelecer	 regras	 justas	 e	 equitativas	 de	 conduta.	 Pois	 é	
justamente	como	arte	que	o	Direito,	na	busca	do	que	pretende,	se	vale	
de	outras	ciências,	como	Filosofia,	Antropologia,	Economia,	Sociologia,	
História,	Política.	Embora	Hans	Kelsen	tenha	tentado	demonstrar	que	há	
uma	teoria	pura	do	direito,	livre	de	qualquer	ideologia	política,	o	quadro	
do	dia	a	dia	do	Direito	traduz	outra	realidade	(VENOSA,	2019,	p.	8).
2.1 INTERPRETAÇÕES DA DIMENSÃO SOCIAL DO HOMEM
O	homem,	a	sociedade	e	o	direito	são	essencialmente	 ligados,	e	os	elos	
que	os	unem	estão	expressos	no	seguinte	argumento	da	sociabilidade:	ubi homo, 
ibi societas	(onde	o	homem,	aí	a	sociedade);	ubi societas, ibi jus (onde a sociedade, 
aí	o	direito);	ubi homo, ibi jus	 (logo,	onde	o	homem,	aí	o	direito).	Sendo	que	“o	
argumento	maior	é	o	homem;	a	menor,	a	sociedade;	e	a	conclusão,	o	direito:	onde	
existe	o	homem,	surge	a	sociedade,	e,	onde	há	sociedade,	manifesta-se	o	direito”	
(BETIOLI,	2015,	p.	54).
QUADRO 1 – PRINCIPAIS PENSADORES SOBRE A NATUREZA SOCIAL DO HOMEM
Platão (428-348 a.C.)
O	 homem	 é	 essencialmente	 alma;	 ele	 realiza	 a	
sua	perfeição	e	chega	a	alcançar	sua	 felicidade	na	
contemplação	das	ideias,	que	povoam	um	mundo	
denominado	metaforicamente	por	ele	de	celeste.
A	sociabilidade	é,	portanto,	uma	consequência	da	
corporeidade,	 e	 dura	 apenas	 enquanto	 as	 almas	
estiverem ligadas ao corpo.
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
5
Aristóteles (384-322 a.C.)
O	 homem	 como	 constituído	 essencialmente	 de	
alma e corpo, e, movido por tal constituição, 
é	 necessariamente	 ligado	 aos	 vínculos	 sociais.	
Portanto,	a	própria	natureza	que	induz	o	indivíduo	
a associar-se com os outros indivíduos e a organizar-
se em uma sociedade.
Em	 suma,	 para	 Aristóteles,	 “o	 homem	 é	 um	
animal político, destinado por natureza a viver em 
sociedade	de	sorte	que	a	ideia	de	homem	exige	a	de	
convivência	civil”.
São Tomás de Aquino 
(1225-1274)
O	homem	 é	 naturalmente	 sociável:	 “O	 homem	 é,	
por natureza, animal social e político, vivendo em 
multidão,	ainda	mais	que	todos	os	outros	animais,	
o	que	se	evidencia	pela	natural	necessidade”.
Thomas Hobbes
(1588-1679)
Defendia	 que	 o	 homem	 não	 possui	 o	 instinto	
natural	 de	 sociabilidade;	 por	 sua	 natureza,	 é	 um	
ser mal e antissocial. Por isso, cada homem encara 
seu	semelhante	como	um	concorrente	que	precisa	
ser	 dominado.	A	 consequência	 dessa	 disputa	 dos	
homens entre si teria gerado um permanente estado 
de	guerra	nas	comunidades	primitivas:	“a	guerra	de	
todos	contra	 todos”	 (bellum omnium contra omnes);	
ou	“o	homem	era	o	lobo	do	próprio	homem”	(homo	
homini lupus).
Jean-Jacques Rousseau 
(1712-1778)
O	 homem	 é	 essencialmente	 bom	 e	 livre.	 É	 o	
aparecimento	da	propriedade	privada	que	marca	o	
fim	desse	estado	e	o	início	de	uma	época	de	conflitos,	
males	e	guerras.	O	primeiro	homem	que	cercou	um	
campo	e	disse	“isto	é	meu”	foi	o	primeiro	fator	da	
infelicidade	 humana.	 A	 sociedade	 dividiu-se	 em	
ricos	 e	 pobres	 (Rousseau).	 Aconselhados	 pelos	
ricos, os homens são levados a viver em sociedade 
e	 sob	 o	 poder	 de	 uma	 autoridade,	 que	 deveria	
manter	a	paz	e	a	justiça	por	meio	das	leis.	Contudo,	
deram	assim	mais	 força	aos	ricos,	que	destruíram	
as	liberdades	naturais,	endeusaram	a	propriedade,	
fixaram	 as	 desigualdades	 e	 sujeitaram	 os	 demais	
homens	ao	trabalho,	à	servidão	e	à	miséria.
FONTE: Adaptado de Betioli (2015)
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
6
2.2 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE
Para	 Betioli	 (2015)	 são	 três	 as	 características	 de	 qualquer	 sociedade:	
multiplicidade de indivíduos, interação e previsão de comportamentos.
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE
Multiplicidade de 
indivíduos
As	 realidades	 que	 consideramos	 com	 a	
denominaçãogenérica	de	sociedade	apresentam	
como pressuposto primeiro a multiplicidade 
de	 indivíduos;	 trata-se	 de	 um	 conjunto	 ou	
agrupamento	 de	 indivíduos;	 na	 definição	 de	
Tomás	de	Aquino:	 “a	 reunião	de	homens	para	
fazer	algo	em	comum”.
Interação
Não	 basta,	 porém,	 para	 a	 existência	 de	 uma	
sociedade,	 que	 indivíduos,	 em	 número	
maior ou menor, unam-se. É indispensável, 
conforme	 acentua	 Jean	 Piaget,	 que	 entre	 eles	
haja	 “interações”,	 ou	 seja,	 que	 desenvolvam	
ações	 recíprocas,	 de	 forma	 que	 à	 ação	 de	 uns	
correspondam ações correlatas de outros, 
dentro	 de	 uma	 estrutura	 bem	 definida.	 Daí	
a	 conceituação	 precisa,	 de	 Piaget,	 de	 que	 a	
sociedade	 se	define	como	a	“multiplicidade	de	
interações	de	indivíduos	humanos”.
Previsão de comportamento
A	 interação,	 por	 seu	 turno,	 pressupõe	 uma	
previsão de comportamento, ou de reações ao 
comportamento de outros. Na verdade, cada um 
atua	na	expectativa	de	que	os	demais	indivíduos	
corresponderão	 às	 atitudes	 que	 assumimos	
dentro	 de	 um	 quadro	 de	 significações	 bem	
definidas.	 Cada	 um	 age	 orientando-se	 pelo	
provável	 comportamento	 do	 outro	 e	 também	
pela	 interpretação	 que	 faz	 das	 expectativas	 do	
outro com relação a seu comportamento.
FONTE: Adaptado de Betioli (2015)
Betioli	(2015,	p.	50)	podemos	entender	a	organização	da	sociedade:
O	elemento	organização	não	é,	a	nosso	ver,	essencial	para	a	existência	
de	uma	sociedade.	Em	geral,	 toda	sociedade	se	organiza,	ou	seja,	se	
arma	 dos	 meios	 necessários	 para	 obter	 seus	 fins.	 Mas	 pode	 existir	
uma	 sociedade	 não	 organizada.	 O	 contrário	 pensa	 Santi	 Romano,	
para	 quem	 a	 organização	 é	 essencial	 à	 sociedade;	 é	 essa	 sociedade	
organizada	que	ele	chama	de	“instituição”.	
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
7
Na interação social, as pessoas e os grupos sociais se relacionam 
estreitamente,	na	busca	dos	seus	propósitos.	Os	processos	de	mútua	influência,	
de	relações	interindividuais	e	intergrupais,	que	se	formam	sob	a	força	de	variados	
interesses	(NADER,	2019).
Para	Betioli	(2015,	p.	50-51):
A	interação	compõe	o	tecido	fundamental	da	sociedade	e	se	apresenta	
sob	as	formas	de	“cooperação”,	“competição”	e	“conflito”,	encontrando	
no	direito,	como	veremos,	a	sua	garantia.	Segundo	Paulo	Nader,	“na	
cooperação,	as	pessoas	estão	movidas	por	um	mesmo	objetivo	e	valor	
e	por	 isso	 conjugam	o	 seu	 esforço.	Na	 competição	há	uma	disputa,	
uma	concorrência,	em	que	as	partes	procuram	obter	o	que	almejam,	
uma	visando	à	exclusão	da	outra.	O	conflito	se	faz	presente	a	partir	do	
impasse,	quando	os	interesses	em	jogo	não	logram	uma	solução	pelo	
diálogo	e	as	partes	recorrem	à	agressão,	moral	ou	física,	ou	buscam	a	
mediação	da	justiça”.	Assim,	se	a	cooperação	une	e	inclui,	a	competição	
cria	oposição	e	exclusão.	Em	relação	aos	conflitos,	eles	são	fenômenos	
naturais	a	qualquer	sociedade;	e,	quanto	mais	esta	se	desenvolve,	mais	
se	sujeita	a	novas	formas	de	conflito,	tornando-se	a	convivência,	se	não	
o	maior,	certamente	um	dos	seus	maiores	desafios.	
2.3 INTERAÇÃO SOCIAL
Qualquer	lugar	que	se	observe	o	homem,	seja	qual	for	a	época	e	por	mais	
rude	e	selvagem	que	possa	ser	na	sua	origem,	ele	sempre	é	encontrado	em	estado	
de	convivência	com	os	outros.	De	fato,	desde	o	seu	primeiro	aparecimento	sobre	a	
Terra,	surge	em	grupos	sociais,	inicialmente	pequenos	como	a	família,	clã	ou	tribo	
e	depois	maiores	como	aldeia,	cidade	e	Estado	(BETIOLI,	2015).
Betioli	 (2015,	 p.	 44)	 afirma	 ainda	 que	 o	 homem	 além	de	 um	 ser	 social	
é	 também	um	ser	político,	 e	 ainda	apresenta	duas	dimensões	 fundamentais:	 a	
sociabilidade	que	vem	a	ser	“a	propensão	do	homem	para	viver	 junto	com	os	
outros	e	comunicar-se	com	eles,	torná-los	participantes	das	próprias	experiências	
e	dos	próprios	desejos,	conviver	com	eles	as	mesmas	emoções	e	os	mesmos	bens”	
e	a	politicidade	que	é	“o	conjunto	de	relações	que	o	indivíduo	mantém	com	os	
outros,	enquanto	faz	parte	de	um	grupo	social”	(BETIOLI,	2015,	p.	44).
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
8
FIGURA 1 – QUADRO EXPLICATIVA SOBRE INTERAÇÃO SOCIAL
FONTE: Adaptada de Nader (2019)
Ao	analisar	a	ação	do	Direito,	Nader	(2019,	p.	24)	esclarece	que	“ao	separar	
o	lícito	do	ilícito,	segundo	valores	de	convivência	que	a	própria	sociedade	elege,	o	
ordenamento	jurídico	torna	possível	os	nexos	de	cooperação,	disciplina	e	competição,	
estabelecendo	as	limitações	necessárias	ao	equilíbrio	e	à	justiça	nas	relações”.
Deste	 modo	 podemos	 compreender	 que	 o	 direito	 é	 usado	 como	
instrumento	 de	 controle	 social,	 buscando	 regulamentar	 as	 relações	 sociais	 na	
busca	da	paz	social.	Na	existência	do	conflito	o	Direito	atua	de	duas	formas	e	em	
dois momentos distintos:
• Preventivamente	–	de	forma	a	evitar	o	desentendimento	quanto	aos	direitos	
que	cada	parte	julga	ser	portadora.
• Concretamente	–	o	direito	apresenta	solução	de	acordo	com	a	natureza	do	caso.
FIGURA 2 – Interação social
FONTE: <https://psicoativo.com/wp-content/uploads/2018/02/vicio_em_celular_smartpho-
ne_nomofobia.jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
9
FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE PESSOAS
FONTE: <http://www.pacce.ufc.br/pacce//images/e130e03472321169710f6f750833b712.jpg>. 
Acesso em: 17 ago. 2020.
Essa relação entre pessoas e grupos sociais gera:
FIGURA 4 – COOPERAÇÃO, COMPETIÇÃO, CONFLITO
FONTE: Adaptada de <http://4.bp.blogspot.com/-4N-pe-gATwc/T7_fbpNEW5I/AAAAAAAABCo/y-
-je6lwC_to/s320/trabalho_em_equipe.jpg>; <https://cutt.ly/IgHtav0>; <https://cutt.ly/4gHti3l>. 
Acesso em: 17 ago. 2020.
E para resolução temos o:
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
10
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO DIREITO
FONTE: <https://cutt.ly/EgHtx1w>. Acesso em: 17 ago. 2020.
O	direito	está	em	função	da	vida	social	e	sua	finalidade	é	favorecer	o	amplo	
relacionamento	 entre	 as	 pessoas	 e	 os	 grupos	 sociais,	 que	 é	 uma	das	 bases	 do	
progresso	da	sociedade	(NADER,	2016).	Ainda	sobre	a	relação	entre	a	sociedade	
e	o	Direito,	Nader	(2019,	p.	19)	afirma	que:
A	vida	em	sociedade	pressupõe	organização	e	implica	a	existência	do	
Direito.	A	sociedade	cria	o	Direito	no	propósito	de	formular	as	bases	
da	 justiça	 e	 segurança.	 Com	 este	 processo	 as	 ações	 sociais	 ganham	
estabilidade.	A	vida	social	torna-se	viável.	O	Direito,	porém,	não	é	uma	
força	que	gera,	unilateralmente,	o	bem-estar	social.	Os	valores	espirituais	
que	apresenta	não	são	inventos	do	legislador.	Por	definição,	o	Direito	
deve	ser	uma	expressão	da	vontade	social	e,	assim,	a	 legislação	deve	
apenas	assimilar	os	valores	positivos	que	a	sociedade	estima	e	vive.	O	
Direito	não	é,	portanto,	uma	 fórmula	mágica	capaz	de	 transformar	a	
natureza	humana.	Se	o	homem	em	sociedade	não	está	propenso	a	acatar	
os	valores	fundamentais	do	bem	comum,	de	vivê-los	em	suas	ações,	o	
Direito será inócuo, impotente para realizar a sua missão.
Como	vimos,	 a	vida	 em	 sociedade	 é	 regulamentada	por	normas.	Estas	
normas	valem	para	todos,	sendo	seu	conhecimento	e	cumprimento	obrigatórios,	
como	se	lê	do	artigo	3º	da	Lei	de	Introdução	do	Código	Civil:	“ninguém	se	escusa	
de	cumprir	a	lei	alegando	que	não	a	conhece”.	
Neste	 sentido	 entende-se	 que,	 depois	 de	 publicada,	 uma	 lei	 passa	 a	
ser	 obrigatória	 para	 toda	 a	 sociedade,	 e	 ninguém	 poderá	 omitir-se	 de	 seu	
cumprimento	mesmo	sob	a	argumentação	de	erro	ou	ignorância,	ou	seja,	mesmo	
sob	a	alegação	de	desconhecimento	da	lei.
Assim,	vale	lembrar	que:
Onde	há	a	sociedade,	há	o	Direito	(ubi societas ibi jus).
Cabe	apenas	ressaltar	que,	também,	a	política	e	a	religião	desempenham	
importante	papel	no	sentido	de	minimizar	os	conflitos	na	sociedade,	como	mostra	
a	figura	a	seguir:
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
11
FIGURA 6 – FORMAS DE CONTROLE E RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS
FONTE: A autora
2.4 DIREITO, ÉTICA E MORAL
Vimos	anteriormente,	na	Figura	6,	que	o	Direito,	juntamente	com	a	Moral,	
a	Religião	e	a	Política,	desempenha	papel	fundamental	na	prevenção	dos	conflitos	
que	nascemdo	convívio	social.	A	partir	de	agora,	vamos	focar	nossa	atenção	nos	
conceitos de Direito, Ética e Moral:
A	 atividade	 humana,	 além	 de	 subordinar-se	 às	 leis	 da	 natureza	 e	
conduzir-se	 conforme	 as	 normas	 éticas,	 ditadas	 pelo	 direito,	moral,	
religião e regras de trato social, tem necessidade de orientar-se pelas 
normas	técnicas,	ao	desenvolver	o	seu	trabalho	e	construir	os	objetos	
culturais.	Enquanto	as	normas	éticas	determinam	o	agir	social	e	a	sua	
vivência	já	constitui	um	fim,	as	normas	técnicas	indicam	formulas	de	
fazer	e	são	apenas	meios	que	capacitam	o	homem	a	atingir	resultados	
(NADER,	2019,	p.	32).
O	 homem	 é	 um	 ser	 fundamentalmente	 social;	 é	 obrigado	 a	 viver	
necessariamente	 em	 conjunto,	 necessitando,	 portanto,	 de	 regras	 de	
comportamento. Este mesmo homem está condicionado, então, a regras sociais 
éticas,	morais,	 religiosas	e	 jurídicas,	regras	que	foram	ou	são	constituídas	pelo	
próprio.	Está,	 ainda,	 subordinado	a	 regras	ou	 leis	da	 física,	 sujeito,	 assim,	aos	
fenômenos	da	natureza	(RIZZARDO,	2015).
É	de	grande	importância	saber	diferenciar	o	conceito	de	Ética	da	Moral	
e	 Direito.	 Estas	 três	 áreas	 de	 conhecimento	 se	 diferenciam,	 porém,	 possuem	
grandes	vínculos	e	até	mesmo	sobreposições.
Conforme	Betioli	(2015),	a	ética	estuda	a	conduta	do	homem,	seja	perante	
ele	mesmo,	seja	perante	a	sociedade,	para	compreensão	da	Moral	e	do	Direito	
destaca o seguinte conceito:
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
12
QUADRO 3 – CONCEITOS DE ÉTICA, MORAL E DIREITO
Identidade semântica de “ética” e “moral”:	assim	como	a	palavra	“moral”	vem	
do latim (mos, moris),	a	palavra	“ética”	vem	do	grego	(ethos)	e	ambas	se	referem	
a costumes, indicando as regras do comportamento, as diretrizes de conduta a 
serem seguidas. Etimologicamente indicam, a rigor, a mesma realidade.
Acepção ampla e estrita:	colocamos	aqui	as	normas	morais	como	uma	espécie	
de	 normas	 éticas,	 porque	 a	 palavra	 “moral”	 pode	 ser	 empregada	 em	 duas	
acepções distintas: ampla e estrita.
Num	sentido	amplo,	abrange	todas	as	ciências	normativas	do	agir	humano;	e	a	
palavra	ética	ficaria	reservada	para	essa	acepção	ampla.	A	ética,	compreendida	
como	a	ciência	axiológica	ou	valorativa,	tem	por	objeto	os	valores	que	presidem	
o	comportamento	humano	em	todas	as	suas	expressões	existenciais.	
Moral social: cuida dos deveres do indivíduo como indivíduo para com o todo, 
para	com	a	coletividade	em	que	atua;	ela	visa	o	bem	enquanto	social.
O	direito,	igualmente,	preocupa-se	de	maneira	direta,	imediata	e	prevalecente,	
do	bem	enquanto	do	todo	coletivo,	isto	é,	do	bem	comum.	Mas,	vale	ressaltar,	
isso	não	significa	que	o	direito	descuida	do	problema	do	indivíduo,	muito	menos	
que	ignora	a	importância	que	o	elemento	intencional	e	subjetivo	representa	na	
experiência	jurídica.	
A	ética	–	enquanto	ordenação	dos	comportamentos	em	geral,	na	medida	em	
que	se	destinam	à	realização	de	um	bem.	
FONTE: Adaptado de Betioli (2015)
FIGURA 7 – CONCEITO DE MORAL
FONTE: A autora
A	moral	restringe-se	unicamente	ao	plano	íntimo,	à	consciência	e	sua	pena	
máxima,	se	restringe	no	campo	do	remorso,	do	arrependimento,	do	desgosto,	do	
pesar. Já no plano do direito, a norma comina as sanções, ou as penalidades, 
que	lhe	dão	eficácia	na	prática.	A	moral	dirige-se	à	abstinência	de	erros	ou	atos	
nocivos	 e	 à	 prática	 do	 bem.	 Impõe	 que	 se	 abstenha	 a	 pessoa	de	 cometer	 atos	
errados	e	a	que	pratique	atos	positivos	dirigidos	para	o	bem.	Já	o	direito	dirige-se	
a	evitar	que	se	lese	ou	prejudique	a	outrem	(RIZZARDO,	2015).
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
13
FIGURA 8 – CONCEITO DE ÉTICA
FONTE: A autora
Para	 RIZZARDO	 (2015)	 a	 ética	 um	 conjunto	 de	 conhecimentos	 e	
princípios dirigidos a imprimir um comportamento humano moral em campos 
especificados.	Seu	conceito	constitui	os	valores	morais	e	princípios	que	norteiam	
a	conduta	humana	na	sociedade.	Segundo	a	filosofia,	corresponde	a	uma	ciência	
que	estuda	os	valores	e	princípios	morais	de	uma	sociedade	e	seus	grupos.
As	regras	da	ética	são	aplicáveis	nos	diversos	campos	das	atividades	
humanas, como na medicina, na advocacia, na economia, na engenharia, 
formando	um	conjunto	de	preceitos	que	impõem	o	respeito	na	prática	
do	 trabalho,	 sem	 ofender	 o	 exercício	 da	 profissão	 dos	 que	 atuam	
no	mesmo	ramo,	e	em	respeito	às	pessoas	para	as	quais	 se	presta	os	
serviços.	Concebe-se,	acima	de	tudo,	como	um	dever	que	o	profissional	
tem	com	aquele	que	contrata	o	seu	serviço	(RIZZARDO,	2015,	s.p.).	
FIGURA 9 – QUADRO EXPLICATIVO DE DIREITO
FONTE: A autora
O	direito	por	meio	da	norma	contida	no	ordenamento	 jurídico,	orienta	
como	 a	 pessoa	 deve	 proceder,	 ou	 determina	 caminhos	 a	 serem	 obedecidos.	
“Maior	é	sua	 integração	nesse	campo	se	aparece	 feita	e	ordenada	pelo	Estado.	
Deste	modo,	 a	norma	pode	 ser	 qualificada,	 então,	 como	 formadora	do	direito	
positivo”	(RIZZARDO,	2015,	s.p.).
Deste	modo,	Rizzardo	(2015,	s.p.)	acredita	que:
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
14
A	ética,	a	moral	e	o	direito	estão	interligados.	Em	princípio,	o	direito	tem	
sua	origem	em	valores	que	estão	na	esfera	interna	da	pessoa,	ditados	pela	
consciência,	isto	é,	pelos	valores	que	integram	a	moral	e,	em	determinados	
campos,	 mormente	 no	 que	 se	 externa	 em	 condutas,	 em	 atitudes	 na	
execução	de	atividades,	transmuda-se	em	normas	éticas.	Há	o	direito	a	
partir	do	momento	em	que	se	declara	o	dever	ser	ou	a	obrigatoriedade	
das	normas	éticas,	que	se	inspiram	em	princípios	da	moral.
Pode-se	 concluir	 que,	 pelo	 fato	 de	 os	 princípios	 e	 valores	 internos	 da	
pessoa	ditarem	as	 condutas	 seguidas	nas	 relações	mútuas	 entre	os	 indivíduos	
ou	entre	estes	e	a	comunidade,	e	desde	que	passem	a	adquirir	obrigatoriedade,	
ou	 revestindo-se	 de	 coercibilidade,	 o	 direito	 decorre	 da	 moral	 e	 da	 ética	
(RIZZARDO,2015,	s.p.).
FIGURA 10 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE ÉTICA, MORAL E DIREITO
FONTE: <https://cutt.ly/tgHyDAr>. Acesso em: 17 ago. 2020.
Propriamente, o termo ‘moral’ (do latim mos = costume) refere-se à vida 
moral (o que Aranguren chama de ‘moral vivida’ e Santo Alberto Magno denominava 
ethica utens) e o termo ‘ética’ refere-se à reflexão sobre esta vida moral (na terminologia 
de Aranguren: ‘moral formulada’ ou ‘moral pensada’; e na terminologia de Santo Alberto: 
ethica docens). Embora essa distinção terminológica seja exata, contudo, o uso ordinário 
dá o mesmo significado à ‘ética’ e à ‘moral’. Através do contexto pode-se determinar se se 
trata da vida ou da reflexão.
FONTE: BETIOLI, A. B. Introdução ao direito: lições de propedêutica jurídica tridimensional. 
14. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 97.
IMPORTANT
E
15
Neste tópico, você aprendeu que:
• O	Direito	é	fruto	da	vida	em	sociedade	(onde	está	o	homem,	está	o	Direito).
• De	uma	 forma	 ampla,	 o	Direito	 pode	 ser	 considerado	 como	 a	 ciência	 que	
estuda	as	normas	que	regulamentam	a	vida	em	sociedade.
• Para	diminuição	e	resolução	dos	conflitos,	também	são	utilizadas	a	Política,	a	
Moral e a Religião.
• Direito,	ética	e	Moral	não	se	confundem.
• A	Moral	tem	um	campo	de	ação	mais	amplo	do	que	o	Direito.
• O	Direito	sofre	influência	da	Moral.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1	 Conforme	Betioli	(2015),	o	homem,	a	sociedade	e	o	direito	são	essencialmente	
ligados	 e	 qualquer	 sociedade	 possui	 três	 características	 como:	 a	
multiplicidade de indivíduos, a interação e a previsão de comportamentos. 
Com	 base	 nessa	 informação,	 associe	 as	 duas	 colunas	 relacionando	 os	
conceitos de cada característica.
(1)	 Multiplicidade	de	
indivíduos.
(			)	Trata-se	de	um	conjunto	ou	agrupamento	
de	 indivíduos;	 na	 definição	 de	 Tomás	 de	
Aquino:	“a	reunião	de	homens	para	 fazer	
algo	em	comum”.
(2)	 Interação.
(			)	A	interação,	por	seu	turno,	pressupõe	uma	
previsão de comportamento, ou de reações 
ao comportamento de outros.
(3)	 Previsão	de	
comportamentos.
(			)	Não	basta,	porém,	para	a	existência	de	uma	
sociedade,que	 indivíduos,	 em	 número	
maior ou menor, unam-se.
A	sequência	CORRETA	dessa	associação	é:
a)	(			)	 (1),	(3),	(2).
b)	(			)	 (1),	(2),	(3).
c)	(			)	 (2),	(1),	(3).
d)	(			)	 (3),	(2),	(1).
2	 O	 homem	 é	 um	 ser	 fundamentalmente	 social	 e	 obrigado	 a	 viver	
necessariamente	 em	 conjunto,	 necessitando	 de	 regras	 de	 sociais	 éticas,	
morais,	 religiosas	 e	 jurídicas.	 Com	 base	 nessa	 informação,	 assinale	 a	
alternativa	CORRETA	que	aponta	o	conceito	de	moral.
a)	(			)	 Os	 processos	 de	 mútua	 influência,	 de	 relações	 interindividuais	 e	
intergrupais,	que	se	formam	sob	a	força	de	variados	interesses.
b)	(			)	 Norma	contida	no	ordenamento	jurídico,	orienta	como	a	pessoa	deve	
proceder,	ou	determina	caminhos	a	serem	obedecidos.
c)	(			)	 Estabelecendo	 as	 limitações	 necessárias	 ao	 equilíbrio	 e	 à	 justiça	 nas	
relações.
d)	(			)	 A	moral	restringe-se	unicamente	ao	plano	íntimo,	à	consciência	e	sua	
pena	máxima,	se	restringe	no	campo	do	remorso,	do	arrependimento,	
do desgosto, do pesar.
3	 Como	vimos,	a	vida	em	sociedade	é	regulamentada	por	normas	e	o	direito	está	
em	função	da	vida	social	e	sua	finalidade	é	favorecer	o	amplo	relacionamento	
entre	as	pessoas	e	os	grupos	sociais.	Com	base	nessa	afirmação,	assinale	a	
alternativa	CORRETA	que	aponta	o	conceito	de	Direito.
AUTOATIVIDADE
17
a)	(			)	 A	 ciência	 que	 estuda	 as	 normas	 de	 conduta	 que	 regem	 a	 vida	 em	
sociedade, trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as 
áreas do conhecimento.
b)	(			)	 Restringe-se	 unicamente	 ao	 plano	 íntimo,	 à	 consciência	 e	 sua	 pena	
máxima,	 se	 restringe	no	 campo	do	 remorso,	do	arrependimento,	do	
desgosto, do pesar
c)	(			)	 É	usado	como	instrumento	de	controle	social,	buscando	regulamentar	
as	relações	sociais	na	busca	da	paz	social	apenas	no	campo	da	moral	
sem o uso de regras.
d)	(			)	 É	usado	como	instrumento	de	controle	social,	buscando	regulamentar	
as	 relações	sociais	na	busca	da	paz	social	apenas	no	campo	da	ética	
sem o uso de regras.
4	 O	direito	está	em	função	da	vida	social	e	sua	finalidade	é	favorecer	o	amplo	
relacionamento	entre	as	pessoas	e	os	grupos	sociais,	que	é	uma	das	bases	
do	progresso	da	sociedade.	Com	base	nessa	afirmação,	disserte	sobre	do	
Direito Positivo na sociedade.
5	 O	homem	está	condicionado,	então,	a	regras	sociais	éticas,	morais,	religiosas	
e	 jurídicas,	regras	que	foram	ou	são	constituídas	pelo	próprio.	Com	base	
nessa	afirmação,	disserte	sobre	a	ética.
18
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
1 INTRODUÇÃO
Do	que	estudamos	até	agora,	você	viu	que	o	direito	traz	o	conjunto	de	normas	
aplicáveis	às	relações	sociais.	É	a	este	conjunto	de	normas	vigentes	e	impostas,	que	
devem	ser	conhecidas	e	cumpridas	por	todos,	que	se	denomina	direito	objetivo.
Quando	 mencionamos	 as	 fontes	 do	 direito,	 nos	 deparamos	 com	 um	
assunto	cheio	de	contradições	doutrinárias.	Entretanto,	tal	contradição	é	quanto	a	
aceitar	o	que	realmente	deve	ser	considerada	como	uma	fonte	do	direito	e	aquelas	
que	não	podem,	sendo	que	todos	concordam	em	destacar	o	papel	relevante	que	
elas	possuem	no	ordenamento	jurídico,	sendo	elas	escritas	ou	não,	materiais	ou	
formais,	são	necessárias	a	qualquer	sistema	jurídico.
2 CONCEITO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
O	direito	dito	objetivo	é	a	norma;	a	lei	que	vigora	em	determinado	Estado;	
tem	 por	 escopo	 regular	 a	 sociedade	 em	 busca	 do	 ordenamento	 das	 relações	
jurídicas	e	da	paz	social	(VENOSA,	2018).
Para	Nader	(2019)	do	ponto	de	vista	objetivo,	o	Direito	é	norma	de	organização	
social. É o chamado Jus norma agendi.		E	quando	se	trata	de	direito	subjetivo:	
O	direito	subjetivo	decorre	da	incidência	de	normas	jurídicas	sobre	fatos	
sociais.	As	 regras	podem	qualificar	os	direitos	 tanto	pela	 imposição	
de	deveres	jurídicos	aos	sujeitos	que	se	encontrem	em	determinadas	
situações ou reconhecendo, diretamente, vantagens aos portadores 
de	situações	jurídicas	específicas.	O	direito	subjetivo	consiste,	assim,	
na	possibilidade	de	agir	e	de	exigir	aquilo	que	as	normas	de	Direito	
atribuem	a	alguém	como	próprio	(NADER,	2019,	p.	289).
O direito objetivo é obrigatório, enquanto o subjetivo é uma faculdade (eu 
exerço esta possibilidade se eu quiser).
IMPORTANT
E
20
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
Porém,	apesar	de	diferentes	e	inconfundíveis,	o	direito	subjetivo	e	o	objetivo	
estão	ligados.	“Não	são	duas	realidades	distintas,	mas	dois	lados	de	um	mesmo	
objeto.	Entre	ambos,	não	há	uma	antítese	ou	oposição”	(NADER,	2019,	p.	75).
FIGURA 11 – Direito objetivo e subjetivo
FONTE: A autora
3 FONTES DO DIREITO
A	palavra	“fonte”	tem	o	sentido	de	“origem,	gênese,	de	onde	provém”	
(água):
Não	precisamos	sair	do	senso	comum	para	entender	o	seu	significado.	
Fonte	é	a	nascente	da	água,	e	especialmente	é	a	bica	donde	verte	água	
potável	para	uso	humano.	De	forma	figurativa,	então,	o	termo	“fonte”	
designa	a	origem,	a	procedência	de	alguma	coisa.	A	fonte	é	reveladora	
do	que	estava	oculto,	daquilo	que	ainda	não	havia	surgido,	uma	vez	
que	é	exatamente	o	ponto	de	passagem	do	oculto	ao	visível	(NUNES,	
2018,	p.	114).
Isto	posto,	podemos	dizer	que	a	lei	é	a	principal	fonte	do	Direito,	como	se	
vê	do	art.	4º	da	Lei	de	Introdução	do	Código	Civil:	“Art.	4º	Quando	a	lei	for	omissa,	
o	juiz	decidirá	o	caso	de	acordo	com	a	analogia,	os	costumes	e	os	princípios	gerais	
de	direito”	(BRASIL,	1942).	
Além	da	Lei,	também	são	fontes	do	Direito:	a	Doutrina,	a	Jurisprudência,	
a	Equidade,	a	Analogia	e	os	Princípios	Gerais	de	Direito.	Vejamos,	a	seguir,	de	
forma	sucinta,	como	se	caracteriza	cada	uma	destas	fontes.	“Em	síntese,	a	fonte	
de	direito	constitui	 sempre	uma	estrutura	normativa	que	processa	e	 formaliza	
determinadas	 diretrizes	 de	 conduta	 ou	 determinadas	 esferas	 de	 competência,	
conferindo-lhes	validade	objetiva”	(BETIOLI,	2015,	p.	181).
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
21
3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO
São	vários	os	critérios	para	se	estabelecer	uma	classificação	para	as	fontes	do	
direito,	mas,	de	forma	geral,	pode-se	classificar	em	fontes	materiais	e	fontes	formais.
FIGURA 12 – FONTES FORMAIS E MATERIAIS
FONTE: Adaptada de Betioli (2015)
Neste	sentido	conforme	Betioli	(2015,	p.	61)	discorre	sobre	o	assunto:
Temos,	 aí,	 a	 gênese	 do	 direito	 natural.	 Diz-se,	 então,	 que	 as	 fontes	
primeiras	do	direito	promanam	do	direito	natural,	da	oficialização	do	
direito natural, das concentrações de ideias comuns, de adaptações 
das	 condutas	 a	 padrões	 fixos	 e	 constantes.	 Estas	 são	 as	 fontes	
materiais,	 que	 nasceram	 com	 o	 indivíduo	 humano.	 Quando	 surgiu	
a necessidade de escrever esses ditames comuns e naturais, ou no 
momento	 em	que	 se	 tornou	 indispensável	 documentar	 a	 regra	 cuja	
obediência	 se	 impunha	 como	 questão	 de	 sobrevivência,	 iniciaram	
a	 ser	 impostas	 por	 quem	 representava	 o	poder,	 ou	pelo	mais	 forte,	
pelo líder. Eram escritas e divulgadas, constituindo a lei, o decreto, o 
regulamento,	a	norma,	o	 julgado,	o	enunciado.	Trata-se,	nesse	setor,	
das	fontes	formais,	assim	definidas	por	Ricardo	Luis	Lorenzetti:	“As	
fontes	 formais	 são	 as	 normas	 jurídicas	 gerais,	mediante	 as	 quais	 se	
estabelecem	obrigações,	 emanadas	de	 autoridade	 competente,	 e	nas	
que	se	pode	incluir	logicamente	as	normas	de	inferior	hierarquia.	Este	
princípio	 de	 autoridade	 que	 as	 sustenta	 brinda,	 aparentemente,	 as	
máximas	seguranças”.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA HIERARQUIA DAS LEIS
Legislação	é	o	conjunto	das	normas	jurídicas	emanadas	do	Estado,	através	
de	seus	vários	órgãos,	dentre	os	quais	se	realça,	com	relevo,	nesse	tema,	o	Poder	
Legislativo	(NUNES,	2018,	p.	116):
22
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
Como	“legislação”	é	um	conceito	que	advém	do	vocábulo	“lei”,	muitas	
vezes	 tais	 expressões	 são	 tomadas	 como	 sinônimas,	 definindo-se,	
então,	legislação	como	um	conjunto	de	leis.	Na	verdade,	é	preciso	que	
se	faça	um	esclarecimento	acerca	do	uso	do	termo	“lei”.	O	vocábulo	
“lei”apresenta	uma	série	de	 significados	diversos	 [...]	A	 lei	 jurídica	
propriamente,	de	sua	parte,	aponta	também	para	alguns	sentidos,	que	
são	análogos.	A	lei	é	tanto	constitucional	quanto	uma	lei	ordinária,	por	
exemplo	o	Código	Civil,	ou	até	uma	cláusula	contratual	que	se	diz	ser	
“leis	entre	as	partes”.
Para	Gusmão	(2018,	p.	115)	“o	Estado	tem	a	função	principal	de	elaboração	
das	 leis,	denominado	Assembleia	Legislativa	 (Câmara	dos	Deputados	etc.),	a	 lei	
formal	é	a	formulada	pela	Assembleia	Legislativa	e	promulgada	por	seu	presidente	
enunciada	em	um	texto,	publicada	no	órgão	oficial.	A	“lei	formal”	é	autônoma”.	
Lei	 delegada	 é	 a	 regra	 de	 direito	 outorgada	 pelo	 Poder	 Executivo,	 em	 virtude	
de	 delegação	 de	 poderes	 do	 Legislativo,	 que	 exclusivamente	 tem	 competência	
de	 formulá-la.	A	 lei	delegada	depende	de	 a	Constituição	permitir	delegação	de	
poderes.	Trazemos,	a	seguir,	algumas	noções	gerais	sobre	cada	uma	delas:
• Lei complementar:	são	complementares	da	Constituição,	a	ela	submetendo-
se.	“A	sua	elaboração	opera-se	em	obediência	a	dispositivos	constitucionais,	
regulando	 assuntos	 tratados	 genericamente	 pelo	 texto	 constitucional”	
(RIZZARDO,	2015,	p.	74).
• Lei ordinária:	“elaboradas	pelo	Poder	Legislativo,	não	tratando	de	matéria	
constitucional”	(RIZZARDO,	2015,	p.	74).
• Leis delegadas:	“embora	a	elaboração	de	 lei	seja	da	competência	do	Poder	
Legislativo,	o	art.	68	da	Constituição	Federal	prevê	a	hipótese	de	o	Presidente	
da	República	solicitar	delegação	ao	Congresso	Nacional	para	 legislar	sobre	
determinada	matéria”	(NADER,2019,	p.	143).	
As	 leis	 ‘delegadas’,	 as	 quais,	 como	 a	 palavra	 deixa	 antever,	 são	 ou	
deveriam	ser	elaboradas	pelo	Poder	Legislativo.	Entrementes,	em	vista	
da	 delegação,	 transfere-se	 a	 incumbência	 a	 outro	 Poder	 Executivo.	
O	 art.	 68	 da	Carta	Maior	 coloca	 como	 condição	 para	 a	 delegação	 a	
antecedente solicitação ao Congresso Nacional pelo Presidente da 
República.	 Seu	 §	 1o	 impede	 a	 delegação	 de	 atos	 da	 competência	
exclusiva	 do	 Congresso	 Nacional,	 os	 de	 competência	 privativa	 da	
Câmara	dos	Deputados	ou	do	Senado	Federal,	de	matéria	reservada	à	
lei	complementar,	nem	de	legislação	sobre:
I-	organização	do	Poder	Judiciário	e	do	Ministério	Público,	a	carreira	e	
a	garantia	de	seus	membros;
II- nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos 
(RIZZARDO,	2015,	p.	75).
• Decreto legislativo:	se	enquadram	no	gênero	de	normas,	mas	que	tratam	dos	
assuntos	 da	 exclusiva	 competência	 do	Congresso	Nacional,	 “como,	 dentre	
outros	casos,	a	ratificação	de	tratados	internacionais;	o	julgamento	das	contas	
do	Presidente	da	República;	a	autorização	do	Presidente	e	do	Vice-Presidente	
para	se	ausentarem	do	País,	em	prazo	superior	a	quinze	dias	(art.	49	da	CF)”	
(RIZZARDO,	2015,	p.	76).
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
23
Art.	49.	É	da	competência	exclusiva	do	Congresso	Nacional:
I-	 resolver	 definitivamente	 sobre	 tratados,	 acordos	 ou	 atos	
internacionais	que	acarretem	encargos	ou	compromissos	gravosos	ao	
patrimônio	nacional;
II-	autorizar	o	Presidente	da	República	a	declarar	guerra,	a	celebrar	
a	 paz,	 a	 permitir	 que	 forças	 estrangeiras	 transitem	 pelo	 território	
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos 
previstos em lei complementar;
III-	 autorizar	 o	 Presidente	 e	 o	 Vice-Presidente	 da	 República	 a	 se	
ausentarem	do	País,	quando	a	ausência	exceder	a	quinze	dias;
IV-	 aprovar	 o	 estado	 de	 defesa	 e	 a	 intervenção	 federal,	 autorizar	 o	
estado	de	sítio,	ou	suspender	qualquer	uma	dessas	medidas;
V-	 sustar	os	 atos	normativos	do	Poder	Executivo	que	 exorbitem	do	
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI-	mudar	temporariamente	sua	sede;
VII-	fixar	idêntico	subsídio	para	os	Deputados	Federais	e	os	Senadores,	
observado	o	que	dispõem	os	arts.	37,	XI,	39,	§	4º,	150,	II,	153,	III,	e	153,	
§	2º,	I;
VIII-	fixar	os	subsídios	do	Presidente	e	do	Vice-Presidente	da	República	
e	dos	Ministros	de	Estado,	observado	o	que	dispõem	os	arts.	37,	XI,	39,	
§	4º,	150,	II,	153,	III,	e	153,	§	2º,	I;
IX-	julgar	anualmente	as	contas	prestadas	pelo	Presidente	da	República	
e	apreciar	os	relatórios	sobre	a	execução	dos	planos	de	governo;
X-	fiscalizar	e	controlar,	diretamente,	ou	por	qualquer	de	suas	Casas,	
os	atos	do	Poder	Executivo,	incluídos	os	da	administração	indireta;
XI-	zelar	pela	preservação	de	sua	competência	legislativa	em	face	da	
atribuição	normativa	dos	outros	Poderes;
XII-	 apreciar	 os	 atos	 de	 concessão	 e	 renovação	 de	 concessão	 de	
emissoras de rádio e televisão;
XIII-	 escolher	 dois	 terços	 dos	 membros	 do	 Tribunal	 de	 Contas	 da	
União;
XIV-	 aprovar	 iniciativas	do	Poder	Executivo	 referentes	 a	 atividades	
nucleares;
XV-	autorizar	referendo	e	convocar	plebiscito;
XVI-	autorizar,	em	terras	indígenas,	a	exploração	e	o	aproveitamento	
de	recursos	hídricos	e	a	pesquisa	e	lavra	de	riquezas	minerais;
XVII-	aprovar,	previamente,	a	alienação	ou	concessão	de	terras	públicas	
com	área	superior	a	dois	mil	e	quinhentos	hectares	(BRASIL,1988).
• Decreto regulamentar:	constituem	atos	do	Poder	Executivo,	revelando	dupla	
finalidade:	de	um	lado,	como	atos	de	governo,	ou	a	execução	das	funções	e	da	
administração,	e	assim	sobre	a	destinação	de	verbas	autorizadas,	a	nomeação	
de	ministros,	a	intervenção	federal,	a	celebração	de	tratados;	de	outro	lado,	
constituem	atos	que	regulamentam	ou	completam	as	leis.
Dentro	 deste	 duplo	 caráter,	 ainda	 atual	 a	 lição	 de	 Décio	 Moreira:	
“O	decreto	é	a	 forma	do	Executivo	ditar	normas	disciplinadoras	de	
ordem	administrativa,	com	força	de	lei.	O	Estado	(Executivo),	seja	na	
ordem Federal, Estadual ou Municipal, como amplitude, disciplina 
seus	serviços	através	de	publicação	de	decretos.	O	decreto	que	nomeia	
funcionários,	o	que	disciplina	a	coleta	de	lixo	etc.	Paralelamente,	muitas	
vezes,	 em	decorrência	da	necessidade	de	 facilitação	da	 execução	da	
lei,	 esta	manda,	obriga	ao	Executivo	a	 regulamentá-la,	o	que	é	 feito	
através	do	Decreto”	(RIZZARDO,	2015,	p.	77).
 
24
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
• Resoluções:	 se	 definem	 como	 atos	 dos	 Poderes	 Executivo,	 Legislativo	 e	
Judiciário,	sobre	matéria	mais	de	ordem	interna,	concernente	à	administração.
No	caso	do	Poder	Legislativo,	mediante	resolução	a	Mesa	determinará	
a instauração do processo de perda de mandato do Deputado Federal 
ou	do	Senador	(art.	55,	§§	2º	e	3º,	da	Carta	Federal).	Além	disso,	das	leis	
ou dos decretos emanam o poder concedido a certos órgãos de emitir 
resoluções,	 disciplinando	 especificamente	 certos	 aspectos.	 Exemplo	
encontra-se	na	Lei	nº	 4.595,	de	 1964,	 cujo	 art.	 4º,	 inc.	 IX,	 confere	 ao	
Conselho	Monetário	Nacional	a	função	de	limitar	as	taxas	de	juros	às	
instituições	que	integram	o	Sistema	Financeiro	Nacional	(RIZZARDO,	
2015,	p.	77).
Além	das	resoluções,	temos	as	‘portarias’,	 ‘avisos’,	 ‘ordens	de	serviços’,	
‘as	 instruções’,	 produzindo	 atos	 de	 administração,	 ou	 de	 esclarecimentos,	 ou	
de	 imposições,	dirigidos	aos	órgãos	 internos	dos	ministérios	e	das	repartições,	
inerentes	 aos	 funcionários	 e	 ao	 funcionamento	 dos	 serviços	 que	 prestam	 ao	
público.	Contudo,	a	força	coativa	não	está	propriamente	nesses	atos,	e	sim	nas	leis	
em	que	se	embasam.	“Regem	os	atos	e	as	relações	das	partes,	ainda,	as	sentenças	
judiciais,	os	contratos,	os	tratados,	as	convenções,	os	estatutos,	os	regulamentos	
internos,	que	devem	ser	havidos	como	a	concretização	de	um	comando	 legal”	
(RIZZARDO,	2015,	p.	77).
3.3 COSTUMES
A	 necessidade	 e	 a	 conveniência	 em	 sociedade	 determinam	 a	 concepção	
do	 cumprimento	de	 certas	 regras,	 que	passam	a	 formar	 o	 costume.	As	pessoas	
criam	modos	de	agir,	de	 relacionamentos,	de	vizinhança,	de	 tratamento	mútuo,	
de	posturas	frente	a	certos	fatos,	como	de	remuneração	por	serviços	prestados,	de	
pagamento	em	valores	ajustados	pelotransporte	de	mercadorias,	de	contratação	de	
pessoas determinadas para a prestação de serviços em áreas portuárias, levando a 
um	ressarcimento	condigno,	apesar	de	não	legislada	a	situação.	“As	condutas,	as	
ideias,	o	modo	de	ser	adquirem	corpo,	repetem-se,	reproduzem-se,	multiplicam-se,	
formando	um	costume,	um	uso	da	população,	até	que	se	apresenta	tão	obrigatório	
como	se	fosse	lei”	(RIZZARDO,	2015,	p.	85).	Neste	sentido	temos	que:	
Costume,	 juridicamente	 pode	 ser	 definido	 como	 a	 regra	 de	 conduta	
usualmente	 observada	 em	 um	 meio	 social	 por	 ser	 considerada	
juridicamente	 obrigatória	 e	 necessária.	 É	 a	 forma	 usual	 de	 agir	
considerada	no	meio	social	juridicamente	obrigatória.	[...]	Os	elementos	
do	costume	são:	repetição	habitual,	uniforme,	ininterrupta.	Resumindo:	
repetição	 habitual,	 uniforme,	 ininterrupta,	 por	 longo	 tempo,	 em	 um	
meio	 social,	 de	um	ato	 ou	 conduta	de	 forma	 semelhante,	 da	 qual	 se	
deduz	a	sua	obrigatoriedade	e	necessidade	(GUSMÃO,2018,	p.	120).
Deste	modo	o	costume	pode	ser	definido	como	um	“conjunto	de	normas	
de	conduta	social,	criadas	espontaneamente	pelo	povo,	através	do	uso	reiterado,	
uniforme	e	que	gera	a	certeza	de	obrigatoriedade,	reconhecidas	e	impostas	pelo	
Estado”	(NADER,	2019,	p.	148).
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
25
3.4 JURISPRUDÊNCIA
A	 Jurisprudência	 é	 considerada	 um	 conjunto	 de	 decisões	 sobre	
interpretações	 de	 leis,	 feita	 pelos	 tribunais	 de	 determinada	 jurisdição.	 Neste	
sentido	NADER	(2019,	p.	162)	entende	que:
Em	seu	contínuo	labor	de	julgar,	os	tribunais	desenvolvem	a	análise	do	
Direito,	 registrando,	 na	 prática,	 as	 diferentes	 hipóteses	 de	 incidência	
das	normas	jurídicas.	Sem	o	escopo	de	inovar,	essa	atividade	oferece,	
contudo,	 importante	contribuição	à	experiência	 jurídica.	Ao	revelar	o	
sentido	e	o	alcance	das	leis,	o	Poder	Judiciário	beneficia	a	ordem	jurídica,	
tornando-a	mais	definida,	mais	clara	e,	em	consequência,	mais	acessível	
ao	conhecimento.	Para	bem	se	conhecer	o	Direito	que	efetivamente	rege	
as	relações	sociais,	não	basta	o	estudo	das	leis,	é	indispensável	também	a	
consulta	aos	repertórios	de	decisões	judiciais.	A	jurisprudência	constitui,	
assim,	a	definição	do	Direito	elaborada	pelos	tribunais.
FIGURA 13 – CONCEITO DE JURISPRUDÊNCIA
FONTE: A autora
3.5 DOUTRINA
A	doutrina	é	considerada	como	um	conjunto	de	indagações,	pesquisas	e	
pareceres	dos	estudiosos	do	Direito,	nesse	sentido,	a	doutrina	é	apreciada	como	
fonte	por	sua	contribuição	para	a	aplicação	e	também	preparação	à	evolução	do	
direito.	Deste	modo,	temos	o	entendimento	de	que:
A	 doutrina,	 ou	 Direito	 Científico,	 compõe-se	 de	 estudos	 e	 teorias,	
desenvolvidos	pelos	juristas,	com	o	objetivo	de	interpretar	e	sistematizar	
as	normas	vigentes	e	de	conceber	novos	institutos	jurídicos,	reclamados	
pelo momento histórico. É a communis opinio doctorum. Esse acervo 
de	conhecimentos	é	 resultado	da	experiência	de	 juristas,	mestres	de	
Jurisprudência	e	dos	juízes.	Os	estudos	doutrinários	localizamse	nos	
tratados,	monografias,	sentenças	prolatadas	pelos	mais	sábios	 juízes	
(NADER,	2019,	p.	172).
26
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
FIGURA 14 – CONCEITO DE DOUTRINA
FONTE: A autora
3.6 EQUIDADE
A	equidade	consiste	na	adequação	da	regra	existente	à	situação	concreta,	
obedecendo	aos	critérios	de	justiça.	Entende-se,	então,	que	a	equidade	concilia	a	
regra	a	um	caso	específico,	com	o	propósito	de	deixá-la	mais	justa.	É	uma	forma	
de	se	aplicar	o	Direito,	mas	sendo	o	mais	próximo	possível	do	justo	para	as	duas	
partes. Entende-se assim:
Equidade	 é	 uma	 das	 mais	 antigas	 e	 frequentemente	 usadas	 fontes	
do	 direito,	 com	 o	 sentido	 de	 se	 fazer	 justiça	 para	 o	 caso	 concreto.	
Compreende	 a	 justiça	 que	 se	 funda	na	 boa	 razão,	 na	 ética,	 no	 bom	
senso,	 no	 direito	 natural,	 visando	 suprir	 a	 imperfeição	 da	 lei	 ou	
amenizar	os	rigores	de	seus	comandos	(RIZZARDO,	2015,	p.	98).	
 
FIGURA 15 – CONCEITO
FONTE: A autora
3.7 ANALOGIA
No	ramo	jurídico,	a	analogia	é	uma	maneira	de	compor	as	brechas	da	lei.	
Ocorre	analogia	quando	é	realizada	uma	comparação	entre	casos	diferentes,	mas	
com	um	conflito	parecido	para	 seguir	 a	mesma	 resposta.	A	 analogia	 tem	 como	
suporte	 o	princípio	da	 igualdade	 jurídica,	 e	 também	afirma	que	deve	ocorrer	 a	
mesma	solução	para	a	mesma	infração	ou	razão	da	lei.	Neste	sentido	entende-se:
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
27
A	analogia	 é	 um	 recurso	 técnico	 que	 consiste	 em	 se	 aplicar,	 a	 uma	
hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada 
para	uma	outra	hipótese	fundamentalmente	semelhante	à	não	prevista.	
Destinada	à	aplicação	do	Direito,	analogia	não	é	fonte	formal,	porque	
não	cria	normas	jurídicas,	apenas	conduz	o	intérprete	ao	seu	encontro.	
O	 trabalho	 que	 desenvolve	 é	 todo	 de	 investigação.	 No	 sentido	 de	
criatividade,	 não	 elabora,	 pois	 o	 mandamento	 jurídico	 preexiste.	
Estabelecendo	 esse	 recurso	 técnico	 para	 a	 integração	 do	 Direito,	 o	
legislador	 simplifica	 a	 ordem	 jurídica,	 dando-lhe	 organicidade.	 A	
aplicação	da	analogia	legal	decorre	necessariamente	da	existência	de	
lacunas	da	lei	(NADER,	2019,	p.	184).
FIGURA 16 – CONCEITO DE ANALOGIA
FONTE: A autora
3.8 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Antes	de	 iniciarmos	o	 tema	“Princípios	Gerais	do	Direito”	é	necessário	
entender	qual	o	significado	da	palavra	princípio,	o	motivo	de	ser	utilizado	como	
meio	de	auxílio	pelo	legislador	no	âmbito	jurídico	de	uma	causa.
A	palavra	princípio	possui	dois	entendimentos:	o	primeiro	de	natureza	
moral,	em	que	são	declaradas	as	condutas,	as	virtudes,	em	argumentos	voltados	
às	razões	morais,	e	existe	o	segundo	entendimento	que	é	o	de	significado	lógico,	
são	 verdades	 ou	 juízos	 fundamentais	 que	 servem	 de	 base	 ou	 de	 garantia	 de	
exatidão	a	um	sistema	de	conhecimento,	filosófico	ou	científico.	Neste	sentido,	
temos o seguinte entendimento:
Os	princípios	gerais	de	Direito	garantem,	em	última	instância,	o	critério	
de	julgamento.	Malgrado	o	legislador	pátrio	se	refira	especificamente	
ao	 juiz,	 na	 realidade	 dirigem-se	 os	 princípios	 aos	 destinatários	 do	
Direito	em	geral.	Diante	de	uma	situação	fática,	os	sujeitos	de	direito,	
necessitando	conhecer	os	padrões	jurídicos	que	disciplinam	a	matéria,	
devem	 consultar,	 em	 primeiro	 plano,	 a	 lei.	 Se	 esta	 não	 oferecer	
a	 solução,	 seja	 por	 um	 dispositivo	 específico,	 ou	 por	 analogia,	 o	
interessado	deverá	verificar	da	existência	de	normas	consuetudinárias.	
Na ausência da lei, de analogia e costume, o preceito orientador há de 
ser	descoberto	mediante	os	princípios	gerais	de	Direito.	Nesta	situação,	
não	haverá	possibilidade,	teórica	ou	prática,	de	não	se	revelar	a	norma	
reitora,	 pois,	 como	 bem	 afirma	Clóvis	 Beviláqua,	 “o	 jurista	 penetra	
em um campo mais dilatado, procura apanhar as correntes diretoras 
do	pensamento	jurídico	e	canalizá-lo	para	onde	a	necessidade	social	
mostra	a	insuficiência	do	Direito	positivo”	(NADER,	2019,	p.	188).
28
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
FIGURA 17 – QUADRO INFORMATIVO DAS FONTES DO DIREITO
 FONTE: A autora
Os princípios também podem estar associados às proposições ou normas 
fundamentais que norteiam os estudos, sobretudo os que regem o pensamento e a conduta. 
ATENCAO
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma	 das	 principais	 classificações	 do	 Direito	 é	 a	 que	 o	 divide	 em	 direito	
objetivo	e	subjetivo.	
• O	que	diferencia	o	direito	objetivo	é	a	coatividade,	o	que	significa	que	o	direito	
objetivo	 são	as	normas	 impostas,	de	 cumprimento	obrigatório,	 enquanto	o	
direito	subjetivo	representa	a	permissão	de	agir	prevista	em	lei.
• Apesar	de	diferentes,	o	direito	objetivo	e	o	subjetivo	estão	ligados,	formando	
“um	todo”,	que	conhecemos	por	“direito”.
• As	“fontes	do	direito”	são	as	origens	do	Direito,	ou	seja,	é	através	dessas	que	
o direito nasce e evolui.
• A	principal	fonte	do	Direito	éa	Lei.
• Além	 da	 Lei,	 são	 também	 fontes	 do	 Direito:	 Doutrina,	 Equidade,	
Jurisprudência,	Analogia,	Costumes	e	os	Princípios	Gerais	de	Direito.
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1	 As	 normas	 aplicadas	 nas	 relações	 sociais	 são	 vigentes	 e	 impostas,	 que	
devem	 ser	 conhecidas	 e	 cumpridas	 por	 todos,	 que	 se	 denomina	 direito	
objetivo.	Com	base	nessa	 informação,	 assinale	a	alternativa	CORRETA	a	
respeito	do	conceito	de	Direito	Objetivo.
a)	(			)	 A	 lei	 que	vigora	 em	determinado	Estado;	 tem	por	 escopo	 regular	 a	
sociedade	em	busca	do	ordenamento	das	relações	 jurídicas	e	da	paz	
social.
b)	(			)	 Consiste,	 assim,	 na	 possibilidade	 de	 agir	 e	 de	 exigir	 aquilo	 que	 as	
normas	de	Direito	atribuem	a	alguém	como	próprio.
c)	(			)	 Decorre	da	incidência	de	normas	jurídicas	sobre	fatos	sociais,	depende	
a vontade do indivíduo.
d)	(			)	 Decorre	da	incidência	da	moral	jurídicas	sobre	fatos	sociais,	depende	a	
vontade do indivíduo.
2	 São	vários	os	critérios	para	se	estabelecer	uma	classificação	para	as	fontes	
do	direito,	mas,	de	 forma	geral,	pode-se	classificar	em	fontes	materiais	e	
fontes	formais.	Com	base	nessa	afirmação,	assinale	a	alternativa	CORRETA	
a respeito do conceito de Fonte Formal.
a)	(			)	 São	 as	 normas	 jurídicas	 gerais,	 mediante	 as	 quais	 se	 estabelecem	
obrigações,	 emanadas	de	autoridade	competente,	 e	nas	que	 se	pode	
incluir	logicamente	as	normas	de	inferior	hierarquia.
b)	(			)	 Promanam	do	direito	natural,	da	oficialização	do	direito	natural,	das	
concentrações de ideias comuns, de adaptações das condutas a padrões 
fixos	e	constantes.
c)	(			)	 Todas	as	autoridades,	pessoas,	grupos	e	situações	que	influenciam	a	
criação do direito em determinada sociedade.
d)	(			)	 Está	 inerente	 na	 elaboração	 de	 uma	 lei,	 ao	 valor	 que	 possui	 o	 fato	
social.
3	 Legislação	é	o	conjunto	das	normas	jurídicas	emanadas	do	Estado,	através	
de	seus	vários	órgãos,	dentre	os	quais	se	realça,	com	relevo,	nesse	 tema,	
o	Poder	 	 	Legislativo.	Com	base	nessa	 informação,	 assinale	a	alternativa	
CORRETA	a	respeito	do	conceito	de	Decreta	Legislativo.
a)	(			)	 São	 complementares	 da	 Constituição,	 a	 ela	 submetendo-se.	 A	 sua	
elaboração	 opera-se	 em	 obediência	 a	 dispositivos	 constitucionais,	
regulando	assuntos	tratados	genericamente	pelo	texto	constitucional.
b)	(			)	 Embora	a	elaboração	de	lei	seja	da	competência	do	Poder	Legislativo,	
o	art.	68	da	Constituição	Federal	prevê	a	hipótese	de	o	Presidente	da	
República	 solicitar	 delegação	 ao	 Congresso	 Nacional	 para	 legislar	
sobre	determinada	matéria.
AUTOATIVIDADE
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c)	(			)	 Se	enquadram	no	gênero	de	normas,	mas	que	tratam	dos	assuntos	da	
exclusiva	 competência	 do	Congresso	Nacional,	 como,	 dentre	 outros	
casos,	a	ratificação	de	tratados	internacionais.
d)	(			)	 se	definem	como	atos	dos	Poderes	Executivo,	Legislativo	e	Judiciário,	
sobre	matéria	mais	de	ordem	interna,	concernente	à	administração.
4	 A	necessidade	e	a	conveniência	em	sociedade	determinam	a	concepção	do	
cumprimento	de	certas	regras,	que	passam	a	formar	o	costume.	Com	base	
nessa	informação,	disserte	sobre	o	conceito	de	costume.
5	 Legislação	é	o	conjunto	das	normas	jurídicas	emanadas	do	Estado,	através	
de	seus	vários	órgãos,	dentre	os	quais	se	realça,	com	relevo,	nesse	 tema,	
o	 Poder	 Legislativo,	 de	 acordo	 com	 a	 classificação	 e	 hierarquia	 das	 leis,	
disserte	sobre	a	Jurisprudência.
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33
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
Já	vimos	anteriormente	que	o	Direito	é	uma	ciência	que	estuda	as	normas	
jurídicas.	Mas,	o	que	são	normas	jurídicas?	
Este	tópico	objetiva	estudar	a	teoria	da	norma	jurídica,	que	é	imprescindível	
no	estudo	do	Direito,	porque	é	a	sua	materialização.	“Conhecer	o	Direito	é	conhecer	
as	 normas	 jurídicas	 em	 seu	 encadeamento	 lógico	 e	 sistemático.	As	normas	 ou	
regras	jurídicas	estão	para	o	Direito	de	um	povo,	assim	como	as	células	estão	para	
um	organismo	vivo”	(NADER,	2019,	p.	79).	
Essas	palavras	de	Paulo	Nader	demonstram	quão	importante	é	o	estudo	
deste	tema	e	seu	entendimento	para	também	entendermos	o	Direito.	Iniciaremos	
pelo	 conceito	 de	 norma	 jurídica,	 para	 depois	 estudarmos	 suas	 características.	
Então,	vamos	em	frente...
Neste	último	tópico,	além	do	conceito	de	norma	jurídica,	vamos	estudar	
a	relação	jurídica.	
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA
Relembrando	 o	 que	 estudamos	 até	 agora,	 temos	 que	 o	 Direito	 é	 o	
responsável	por	traçar	normas	de	conduta	que	permitam	às	pessoas	e	aos	grupos	
sociais	viverem	em	harmonia,	agindo	preventivamente,	para	evitar	o	conflito,	ou	
após	sua	ocorrência,	a	fim	de	garantir	a	paz	social.
A	norma	jurídica	é,	pois,	o	meio,	o	instrumento	de	que	se	utiliza	o	Direito	
para	 atingir	 seu	 objetivo.	 É	 através	 da	 norma	 jurídica	 que	 o	 Direito	 revela	 à	
sociedade	os	padrões	de	comportamento	exigidos	pelo	Estado.
Podemos	afirmar,	assim,	que	a	norma	ou	regra	jurídica	“é	um	padrão	de	
conduta	imposto	pelo	Estado	para	que	seja	possível	a	convivência	dos	homens	
em	sociedade.	[...]	Ela	esclarece	ao	agente	como	e	quando	agir.	[...]	Em	síntese,	
norma	jurídica	é	a	conduta	exigida	ou	o	modelo	imposto	de	organização	social”	
(NADER,	2019,	p.	79).	No	mesmo	sentido:
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UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
As	considerações	precedentes	nos	permitiram	constatar	que	o	direito	
é	 “normativo”:	 disciplina	 o	 comportamento	 do	 homem,	 prescreve	
deveres	 para	 a	 realização	 de	 valores.	 E	 o	 faz	 por	 meio	 de	 certos	
esquemas	ou	padrões	de	organização	e	de	conduta,	que	denominamos	
“normas”	ou	modelos	jurídicos	(BETIOLI,	2015,	p.	173).
As	 normas	 jurídicas	 são	 necessárias	 devido	 à	 necessidade	 da	 natureza	
humana	de	viver	em	sociedade,	cabendo	a	elas	disciplinar	o	comportamento	de	
seus	membros,	 conforme	 (BETIOLI,	 2015)	o	 conceito	de	norma	 jurídica	possui	
três características:
FIGURA 18 – CONCEITOS DE NORMA JURÍDICA
FONTE: Adaptada de Betioli (2015)
FIGURA 19 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE NORMA JURÍDICA
Normas jurídicas
Homem ser social necessidade de associar-se a outros indivíduos para conseguir os 
seus	objetivos
deve	obedecer	a	determinadas	normas	disciplinadoras	para	viver	de	forma	segura
A	norma	jurídica	é	o	instrumento	de	definição	da	conduta	exigida	pelo	Estado.
Norma jurídica	é	a	conduta	exigida	ou	o	modelo	imposto	pela	organização	social	(esclarece	ao	
agente como e quando	agir).
FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/11649429/>. Acesso em: 17 ago. 2020.
TÓPICO 3 — NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
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“No	 direito	 brasileiro,	 as	 normas	 podem	 ser	 federais,	 estaduais	 e	
municipais,	de	acordo	com	os	entes	da	federação	e	a	repartição	de	competências	
previstas	pela	Constituição	Federal	de	1988”	(MASCARO,	2015,	p.	90).
De	acordo	com	Figueiredo	(2016),	objetiva-se,	com	a	criação	da	norma,	dar	
respostas	de	comportamento	e	conduta	à	sociedade,	em	face	dos	fatos	produtores	
de	 consequências	 nem	 sempre	 desejáveis,	 dentro	 de	 uma	 linha	 daquilo	 que	 é	
razoavelmente	necessário	e	estritamente	proporcional	a	 se	exigir	do	 indivíduo	
para a vida na coletividade. 
Conforme	magistério	consagrado	de	Hans	Kelsen	(2003),	a	norma	jurídica	
deve	ser	analisada	sob	diversos	planos	de	estudo,	o	qual	se	passa	a	discorrer,	de	
forma	sintética.	Acompanhe	o	quadro	a	seguir:
QUADRO 4 – FORMA SINTÉTICA DA NORMA JURÍDICA
Existência:	 trata-se	 da	 verificação	 se	 a	 norma	 ingressou	 no	 ordenamento	
jurídico,	 adquirindo	 vigência,	 mediante	 a	 obediência	 do	 devido	 processo	
legislativo para tanto.
Validade:	 cuida-se	 de	 verificar	 se	 a	 norma	 em	 vigor	 se	 encontra	
procedimentalmente	compatível	 (análise	 formal)	e	 com	conteúdo	consonante	
(análise	material),	dentro	do	ordenamento	jurídico	vigente,	com	a	norma	que	
lhe	é	hierarquicamente	superior.
Eficácia:	é	a	qualidade	e	a	aptidão	da	norma	para	produção	de	seus	regulares	
efeitos	jurídicos,	no	sentido	de	criar	vínculos	obrigacionais	entre	os	indivíduos,	
gerando direitos e deveres entre

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