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ENDOCRINOLOGIA ● Rede integrada de múltiplos órgãos, de diferentes origens embriológicas, que liberam hormônios, incluindo desde pequenos peptídeos a glicoproteínas, que exercem seus efeitos em células-alvo próximas ou distantes. ● Está integrada com o sistema nervoso central e periférico e com o sistema imune. ● Funções: ➢ Regulação do equilíbrio do sódio e da água, além de controle do volume sanguíneo e da pressão arterial (ADH, aldosterona). ➢ Regulação do equilíbrio do cálcio e do fosfato para preservar as concentrações no líquido extracelular necessárias à integridade da membrana celular e à sinalização intracelular (PTH, calcitonina). ➢ Regulação do balanço energético e controle da mobilização, da utilização e do armazenamento da energia para assegurar o suprimento das demandas metabólicas celulares (T3, T4). ➢ Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e metabólicas do hospedeiro ao estresse (adrenalina, cortisol). ➢ Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo de envelhecimento (LH, FSH, estradiol, estrogênio, testosterona, progesterona, GnRH). ● Composto por glândulas endócrinas, hormônios e órgãos-alvo. Glândulas: ● Estruturas originadas de tecido epitelial, mais especificamente o tecido epitelial glandular, cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente. Essas estruturas são responsáveis por produzir substâncias que são lançadas no corpo para desempenhar as mais variadas funções. Débora Rodrigues - MED 30 Hormônios: ● São produtos químicos, liberados pela célula em quantidades muito pequenas, que exercem uma ação biológica sobre uma célula-alvo. ● Eles podem ser liberados das glândulas endócrinas (i.e., insulina, cortisol), do cérebro (i.e., hormônio de liberação da corticotrofina [CRH], ocitocina e hormônio antidiurético) e de outros órgãos, como o coração (peptídeo natriurético atrial), o fígado (fator de crescimento semelhante à insulina 1) e o tecido adiposo (leptina). ❖ CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL: ➢ Proteicos ou peptidicos: constituem a maioria dos hormônios, sendo moléculas compostas por resíduos de aminoácidos. São armazenados em grânulos secretores e liberados por exocitose, uma vez que não são lipossolúveis. Ex: a insulina, o glucagon e o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), os hormônios gonadotróficos, hormônio luteinizante (LH), o hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio tireoestimulante (TSH) e a gonadotrofina. ➢ Esteróides: derivam do colesterol e são sintetizados no córtex da adrenal, gônadas e placenta. São lipossolúveis, logo, circulam no plasma ligados à proteínas. Além disso, atravessam a membrana. Ex: vitamina D, cortisol, aldosterona. Débora Rodrigues - MED 30 ➢ Derivados de amina: hormônios derivados de aminoácidos são sintetizados a partir do aminoácido tirosina Ex: catecolaminas, noradrenalina, adrenalina e dopamina, além dos hormônios tireoidianos. ❖ CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA: ➢ Hidrossolúveis: não têm capacidade de entrar na célula, pois a membrana plasmática é basicamente lipídica, atuam em receptores de superfície. Como o sangue é líquido, eles são transportados de forma livre (metabolismo é mais rápido → liberados e metabolizados; meia vida mais curta), ou seja, não ligados em proteínas. Ex: proteínas (insulina), peptideos (glucagon) e derivados de aminoácidos (adrenalina). ➢ Lipossolúveis: facilidade de entrar na membrana, atuam em receptores citoplasmáticos ou nucleares. Como o sangue é líquido, é transportado ligados em proteínas → meia vida mais longa, pois a parte ligada às proteínas não vão ser metabolizada Ex: esteróides (cortisol), hormônios tireoidianos, eicosanóides (prostaglandinas). ● SINALIZAÇÃO HORMONAL: ➢ Endócrina: hormônio é liberado na circulação e, em seguida, transportado pelo sangue para exercer um efeito na célula-alvo. Ex.: GHRH. ➢ Parácrina: hormônio liberado de uma célula exerce um efeito sobre uma célula vizinha, localizada no mesmo órgão ou tecido. Ex.: insulina e glucagon. ➢ Autócrina: hormônio produz um efeito sobre a mesma célula que o libera.(ele sai mas atua nas mesma célula) Ex.: GH (exerce um efeito inibitório direto (autócrino) sobre a secreção do somatotropo); IGF-1, que, por sua vez, atua de modo autócrino ou parácrino, estimulando a expansão clonal dos condrócitos em processo de diferenciação. ➢ Intrácrina: hormônio é sintetizado e atua intracelularmente na mesma célula que o produz. (não sai, atua apenas internamente). Ex.: T4 convertido em T3. Débora Rodrigues - MED 30 Receptores: ● São livres. ● Ponto de contato: liga-se para interagir com uma substância externa, por exemplo em um hormônio para gerar resposta dentro da célula. ● Permitem a comunicação entre as células. ● São responsáveis pela transdução de sinais → tradução. - substância que se liga a um receptor que vai gerar uma cascata de sinalização e vai ter uma ação final → ativação de enzimas, abertura de um canal iônico. ● Receptores intracelulares (citoplasmáticos ou nucleares): ➢ Os hormônios que atuarão serão lipossolúveis. ➢ São capazes de reconhecer e se ligar ao subgrupo de genes que será regulado pelos seus ligantes. O gene alvo contém sequências específicas de DNA que são chamadas de elementos responsivos ao hormônio (HRE). ➢ Alguns receptores já estão ligados ao DNA (nucleares) ou vão se ligar ainda (citoplasmáticos). ❖ AÇÃO HORMONAL: ● Ativação do gene ligante dependente: coativadores. ➢ Hormônio (bolinha rosa) se liga ao receptor, o qual está ligado aos elementos de resposta no DNA, gerando uma ativação da transcrição. ● Repressão do gene ligante: correpressores. ➢ Hormônio se liga ao seu receptor, migra pro núcleo, receptor ligado aos elementos de resposta recrutam correpressores, gerando inibição da transcrição. Débora Rodrigues - MED 30 ● Repressão do gene ligante independente: coativadores e correpressores. ➢ Quando não tem hormônio ligado ao seu receptor, o gene está reprimido, o receptor continua atuando, porém reprime a transcrição, há recrutamento de correpressores e quando tem ligação do hormônio ao seu receptor há dissociação dos correpressores, recrutamento de coativadores ativação da transcrição. Exemplo: hormônios tireoidianos nucleares. ● Receptor no citoplasma: receptores de cortisol e glicocorticoides, por exemplo. ➢ Na ausência de corticoides o receptor (inativo) no citoplasma está ligado a proteínas reguladoras (HSP) à quando o hormônio entra na célula há deslocamento das HSP, o hormônio se liga ao seu receptor, e esse complexo hormônio-receptor migra até o núcleo e se liga aos HRE. Débora Rodrigues - MED 30 ● Receptores de membrana: ➢ Localizados na membrana celular. ➢ Os hormônios que vão atuar serão hidrossolúveis. ➢ Glicoproteínas que possuem um componente extracelular que vai se ligar a um hormônio. ➢ Possui um componente que atravessa a membrana e outro componente intracelular. ❖ AÇÃO HORMONAL: ● Ligados a canais iônicos: ➢ Convertem um sinal químico em mudança no potencial de membrana da célula pós-sináptica, a qual é eletricamente excitável. ➢ Podem: ✓ Levar à despolarização celular; • Exemplos: alguns subtipos de receptores de acetilcolina (nicotínico) à muda a conformação do canal (vai abrir ou fechar) e glutamato, que abrem canais de Na+ ou Ca2+; ✓ Hiperpolarização; • Exemplos: receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA) e de glicina, que abrem canais de CI-. ● Acoplados à proteina G: ➢ São assim chamadas por ligarem-se a nucleotídeos de guanina (GDP e GTP). ➢ Proteína com porções alfa, beta e gama. ➢ 7 domínios, atravessa a membrana 7 vezes. ➢ Estado inativo: guanina ligada à subunidade alfa. ➢ Hormônio se liga ao receptor → mudança conformacional à desacoplamento do GDP e acoplamento do GTP subunidade alfa → porção alfa descola das outras subunidades → ativa ou inibe outras proteínas → ativa o segundo mensageiro. Débora Rodrigues - MED 30 ➢ Tipos: - Gs: GTP + porção alfa ativa Adenililciclase à produz AMP cíclico (2ºM) → ativa PKA → fosforila proteína celulares → gera resposta celular→ fosfodiesterases (cafeína as inibi) degradam AMPc revertendo a ativação da PKA. - Gq: GTP + porção alfa ativa fosfolipase C à quebra fosfolipídios de membrana PIP2 → forma DAG e IP3 → IP3 se liga a luz do retículo endoplasmático → libera cálcio. DAG com auxílio do cálcio → ativa proteína quinase C (PKC). Hormônios dessa cascata: catecolaminas, TRH, ADH, ocitocina. -Gi: inibe a Adenililciclase → hiperpolarização da célula . Exemplo: acetilcolina em receptores muscarínicos à inibe → adenililciclase → abre canais de K hiperpolarizando a célula. Débora Rodrigues - MED 30 ● Tirosinas cinases: ➢ Possui um domínio extracelular contendo sítio de ligação, outro transmembrana e um intracelular onde está a tirosina quinase. ➢ A ativação do receptor pelo ligante leva à ativação da porção quinásica do receptor, resultando em autofosforilação e fosforilação de substratos, o que culmina com a ativação de outras proteínas. ➢ Receptor da insulina: quando a insulina se liga ao receptor, há uma mudança conformacional, levando a uma autofosforilação e a enzima se ativa (tirosina quinase), então essa enzima começa a fosforilar os resíduos de tirosina no seu substrato (Os Substratos do Receptor de Insulina [IRS]) → a fosforilação das proteínas IRS, ativa-as e cria sítios de reconhecimento para outras enzimas. Sem ação da insulina: resíduos de tirosina ocupam o sítio catalítico de uma enzima (tirosina quinase), o substrato não pode se encaixar nesse sítio. Débora Rodrigues - MED 30 ● Serina/ treonina cinases: ➢ Receptor uma vez que se liga ao sinalizador há uma mudança conformacional → ativa a enzima que já está no receptor → fosforilam resíduos de serina e treonina em seus substratos protéicos (proteínas SMAD) →SMAD se movem até o núcleo e gera repressão ou estímulo da transcrição gênica. ● Guanililciclases: ➢ Ativação da guaniliciclases (acopladas ou não - solúveis - em seus receptores → gera GMPcíclico → ativação da PKG → ativa outras enzimas, gerando a cascata de sinalização → fosfodiesterases fosforila GMPc revertendo a ativação desse receptor. ● Citocinas: ➢ A enzima não está no receptor à ativam tirosinas quinases → fosforilam resíduos de tirosina em seus substratos. Exemplo: leptina → ativam tirosinas quinases → fosforilam resíduos de tirosina em seus substratos (Stat3) → vão até o núcleo e estimulam ou inibem a transcrição. Feedback - retroalimentação: ● Mecanismos em que um hormônio controla a sua produção e liberação. ● Os mecanismos de retroalimentação podem ser regulados tanto por hormônios como por substratos metabólicos, podendo envolver vários níveis de regulação. ● Quando o aumento do hormônio circulante estimula sua produção e liberação, esse feedback é chamado de positivo. ● Já quando o aumento do nível hormonal inibe sua síntese e liberação, é denominado feedback negativo: normalmente, uma vez que a concentração do hormônio aumenta, são ativados mecanismos inibidores da sua produção (síntese e secreção); e, uma vez que a concentração do hormônio diminui, são ativados mecanismos estimuladores da sua produção. Dessa maneira, ao longo do tempo, a concentração do hormônio se mantém oscilando em torno de um valor constante, o que chamamos de manutenção do equilíbrio de secreção. Ritmos biológicos: ● São atividades biológicas e funções que se repetem periodicamente (em ciclo), geralmente sincronizadas com os ciclos da natureza. ● As seqüências de eventos ambientais, recorrentes e periódicos, como a alternância entre o dia e a noite, os ciclos de gravitação, as estações do ano e os fenômenos físico químicos a elas associados (luminosidade, temperatura, tensão de oxigênio), possam ter sido fatores poderosos de pressão seletiva desde o momento da própria organização original do material biológico. ● Entretanto, para alguns hormônios a manutenção do equilíbrio de secreção hormonal pode variar, determinando o que chamamos de ritmo de secreção. Este pode variar tanto ao longo de 1 dia (a secreção de cortisol é maior pela manhã, diminuindo à noite; a isto chamamos de ritmo circadiano de secreção), como pode variar ao longo de vários dias (a secreção de gonadotrofinas hipofisárias na mulher eleva-se durante cerca de 24h a cada 28 dias, a isto chamamos de ritmo infradiano de secreção). ➢ Ritmo circadiano: ciclo de 24 horas, que inclui ciclos fisiológicos e comportamentais, como dormir. [duração de um dia]. (cortisol). ➢ Ritmo ultradiano: ciclo biológico com um período mais curto. [repetem várias vezes no dia, menos que 20 horas]. (maioria dos hormônios). ➢ Ritmo infradiano: ciclo biológico que dura mais de 28 horas, como um ciclo menstrual. [demoram mais que o tempo de um dia para se repetirem]. (ciclo menstrual). Débora Rodrigues - MED 30 Hipotálamo: ● Constitui parte do diencéfalo. ● O hipotálamo é um tecido especializado na síntese, armazenamento, por meio dos núcleos hipotalâmicos e secreção de hormônios hipotalâmicos, como CRH, GHRH, ADH, ACTH, dopamina, somatostatina, ocitocina. ➢ Dopamina e somatostatina são inibidores → dopamina, hormônio inibidor da liberação de prolactina (Prl) e a somatostatina (SS) ou GHRIH, inibe a síntese e liberação tanto de hormônio de crescimento (GH) quanto de TSH. Débora Rodrigues - MED 30 ● Os núcleos magnocelulares sintetizam os neuropeptídeos (ocitocina e vasopressina), esses hormônios são transportados em vesículas neurosecretoras pelo trato hipotálamo-neuro-hipofisário e armazenados na neuro-hipófise para alcançar a circulação sistêmica. ● Os núcleos paraventriculares liberam pequenas quantidades de neuro-hormônios, de liberação ou inibição, os quais controlam a função da adeno-hipófise. Eles são transportados pelas veias porta hipofisárias até a adeno-hipófise, onde vão estimular a liberação de hormônios hipofisários na circulação sistêmica. Débora Rodrigues - MED 30 Hipófise: ● Localizada na cavidade do osso esfenóide – a sela túrcica. ● Limitações: ● A hipófise é uma glândula endócrina, formada por tecido epitelial glandular e que possui duas regiões: ➢ Pituitária anterior (adeno): SECRETA ● De origem ectodérmica oral e torna-se funcional da 20 semana gestacional. ● É constituída de cinco tipos celulares fenotípicamente distintos que, durante o desenvolvimento, surgem na seguinte ordem temporal: corticotrofos, tireotrofos, gonadotrofos, somatotrofos e lactotrofos. Essas células são responsáveis pela síntese e secreção, respectivamente, de: hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio tireotrófico (TSH), gonadotrofinas (hormônio luteinizante ou LH e hormônio folículo-estimulante ou FSH), hormônio do crescimento (GH) e prolactina (Prl). Débora Rodrigues - MED 30 ➢ Pituitária posterior (neuro): ARMAZENA ● De origem neuroectodérmica. ● Consiste em fibras nervosas não mielinizadas e terminações axonais dos neurônios magnocelulares hipotalâmicos (ocitocina e ADH), estando os corpos celulares localizados principalmente nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo. Débora Rodrigues - MED 30 ● Disfunções da hipófise: ➢ Hipopituitarismo: deficiência de hormônios da adeno-hipófise, pode ser congênito ou adquirido. ● Causas: invasiva, infarto, infiltrativa, lesão, imunológica, iatrogênico, infecciosa, idiopática ou isolada. ➢ Hiperpituitarismo: produção excessiva de hormônios hipofisários. ● Causa: Em adultos, a causa mais comum de disfunção hipotálamo-hipofisária é um adenoma hipofisário; a maioria desses adenomas é hipersecretante. ● Deficiência da secreção no eixo: hipófise secreta menos hormônios. Eixos hormonais: ● O hipotálamo e a glândula hipófise formam uma unidade neuroendócrina em que o sistema nervoso exerce o sistema endócrino e a modulação que este efetua sobre a atividade do SNC e constituem os principais mecanismos reguladores de, basicamente, todos os processos fisiológicos. ➢ Eixo hipotalâmico-hipofisário: ● Constituído pela hipófise, hipotálamo, haste hipofisaria e sistema porta-hipotálamo-hipofisário. Débora Rodrigues - MED 30 Tireoide: ● A glândula tireoide é a primeira glândulaendócrina a se desenvolver. Começa a se formar com aproximadamente 24 dias a partir de um espessamento endodérmico mediano no assoalho da faringe primitiva. O folículo tireoidiano é uma unidade estrutural e funcional da glândula tireóide e por volta da 9ª semana de gestação, as células endodérmicas diferenciam-se em placas de células foliculares que se dispõe em folículos, e, em geral, a tireoide já atingiu sua localização final no pescoço. ● Possui dois lobos (direito e esquerdo) conectados pelo istmo. ● A glândula tireóide está localizada na região anterior do pescoço adjacente à laringe e à traquéia. ● Tecido epitelial glandular simples. ● CONSTITUIÇÃO CELULAR: 1. Células foliculares tireoidianas ou tireócitos: cuboides. - Delimitam um espaço interno chamado de lúmen, que habitualmente está preenchido por um material coloidal, formado por tireoglobulina e armazenados a ela os HT. - Formam o folículo, unidade funcional da glândula, onde ocorre o processo de biossíntese, armazenamento e secreção do HT. Débora Rodrigues - MED 30 2. Células parafoliculares ou células C: - Participam da homeostase do cálcio secretando calcitonina em resposta ao aumento da calcemia. - Atua no metabolismo do fosfato, também. ● CONSTITUIÇÃO HORMONAL: ➢ PRODUÇÃO: - TRH, hormônio estimulador da tireoide, liberado pelo núcleo arqueado do hipotálamo chega até as células tireotróficas da adeno-hipófise por meio do sistema porta hipofisário [interage com receptores de membranas (Gαq/11), ativando a fosfolipase C, responsável por produzir os segundos mensageiros, DAG e IP3 (ativa enzima PKC, que promove a síntese e exocitose de TSH na circulação sistêmica)], estimulando a liberação de TSH, hormônio hipofisário que atua nos tireócitos da tireóide estimulando a produção dos seus principais hormônios: T3 e T4, por meio da sua conexão com os receptores acoplados à proteína G. Obs: a somatostatina hipotalâmica e dopamina inibem a secreção de TSH. ➢ SECREÇÃO: - Há transporte de iodeto do sangue para as células da tireoide. O iodo é captado pelo cotransportador Na+/I+ (NIS – simporte de sódio e iodeto), a ação do NIS de transporte contra o gradiente negativo é permitida pela bomba Na+/K+ ATPase, que bombeia sódio para fora da célula e joga sódio para dentro da célula, por meio de difusão facilitada. O iodeto é, então, transportado para fora das células da tireoide, pela membrana apical, para o lúmen folicular, por meio da molécula cotransportadora de íons cloreto-iodeto denominada pendrina, que é um canal aniônico. Débora Rodrigues - MED 30 - No lúmen folicular há pouco iodeto (iodo inorgânico) porque ele é rapidamente oxidado pela enzima TPO (tireoperoxidase/ peroxidase tireoideana), que catalisa a oxidação do iodeto com a presença de peróxido de hidrogênio, que atua como doador de oxigênio para a oxidação do iodeto. O peróxido de hidrogênio é formado pela enzima duooxidase (DUOX). A oxidação de iodeto é necessária para que ele possa ligar-se diretamente à tirosina. - Uma vez transportado ao lúmen, o iodo oxidado é organificado: por ação da enzima tireoperoxidase, é conjugado a um resíduo de tirosina presente na molécula de tireoglobulina. Cada molécula de tireoglobulina contém resíduos de tirosina, aos quais se liga o iodo. - Assim, é possível afirmar que os HTs são formados no interior da molécula de tireoglobulina. As ligações do iodo com a molécula de tireoglobulina é chamada de organificação da tireoglobulina. Essa reação é catalisada pela enzima peroxidase tireoideana (tireoperoxidase). A tirosina é inicialmente iodada para monoiodotirosina (MIT), depois, para diiodototirosina (DIT). Em seguida, MIT+DIT podem acoplar-se formando triiodotironina (T3) ou T3 reverso, e DIT+DIT podem acoplar-se formando tiroxina (T4). O principal produto hormonal da reação de acoplamento é a tiroxina. Os hormônios tireoideanos formados ficam ligados à tireoglobulina no lúmen folicular. - A secreção tireoidiana é controlada pelo hormônio estimulante da tireoide (TSH), secretado pela hipófise anterior e pelo iodo (Fontes: alimentos de origem marinha além de frutas e vegetais provenientes de solos ricos em iodo (presentes no litoral. Quando ingerida, a forma orgânica do iodo é convertida em iodeto pela flora intestinal, sendo o iodeto absorvido no intestino delgado e transportado para o plasma. Pouco é eliminado pelas fezes). - Catabolismo de HT: ação de desiodases ou por conjugação. Débora Rodrigues - MED 30 ➢ TRANSPORTE: - T4 e T3 livres deixam a célula folicular através do transportador de membrana MCT8. Este tipo de transportador de membrana, específico para o transporte de hormônio tireoidiano, promove o efluxo e o influxo do hormônio tireoidiano em diferentes tipos celulares. - Ambos os hormônios tireóideos circulam no sangue ligados a proteínas plasmáticas; apenas 0,04% do r, e 0,4% do T3 não estão ligados a proteínas ou estão livres e, consequentemente, disponíveis para penetração e ação nos tecidos-alvo. Existem três proteínas de transporte dos hormônios tireóideos de maior importância: a TBG (globulina ligante ao HT); a transtiretina (TTR), anteriormente denominada pré-albumina ligadora de tiroxina (TBPA), e a albumina. ➢ MECANISMO DE AÇÃO: - O mecanismo molecular do HT ocorre pela ligação de T3 aos receptores nucleares de HT, cuja interação modifica a expressão gênica de diferentes genes positiva ou negativamente nas células-alvo, ou ainda pela atuação direta de T3 e T4 em vias de sinalização intracelular. Débora Rodrigues - MED 30 ● VASCULARIZAÇÃO: ➢ A irrigação sanguínea é proveniente das artérias tireóideas superiores (ramo anterior → supre superfície anterior da glândula e ramo posterior→ supre superfície medial e lateral da glândula) e inferiores (ramo superior → superfície posterior e ramo inferior → superfície inferior). ● DRENAGEM: ➢ Sua drenagem sanguínea é feita pelas veias tireóideas (superior e média - drenam para a veia jugular interna - e inferior - drena para a veia braquiocefálica e depois para a veia cava superior), que desembocam na veia jugular. ➢ Sua drenagem linfática é feita por vasos que seguem primeiro para os linfonodos pré-laríngeos (drenam para linfonodos cervicais superiores) → pré-traqueais → paratraqueais (os dois últimos drenam para os linfonodos cervicais profundos inferiores). Débora Rodrigues - MED 30 ● INERVAÇÃO: ➢ A glândula tireoide recebe inervação parassimpática e simpática do sistema nervoso autônomo. As fibras simpáticas derivam dos gânglios cervicais e chegam à glândula acompanhando os vasos sanguíneos, enquanto as parassimpáticas, derivadas do nervo vago, são ramificações dos nervos laríngeos. ● EIXO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO-TIREÓIDE. ➢ O TRH, hormônio estimulador da tireoide, liberado pelo núcleo arqueado do hipotálamo chega até as células tireotróficas da adeno-hipófise por meio do sistema porta hipofisário [interage com receptores de membranas (Gαq/11), ativando a fosfolipase C, responsável por produzir os segundos mensageiros, DAG e IP3 (ativa enzima PKC, que promove a síntese e exocitose de TSH na circulação sistêmica)], estimulando a liberação de TSH, hormônio hipofisário que atua nos tireócitos da tireóide estimulando a produção dos seus principais hormônios: T3 e T4, por meio da sua conexão com os receptores acoplados à proteína G. Quando T3 e T4 atingem um nível elevado de concentração no sangue, estes realizam uma sinalização no hipotálamo e na hipófise, via feedback negativo, promovendo a inibição da secreção de TRH e TSH, respectivamente. O T3 e o T4 realizam feedback negativo, atuando no ajuste tônico dos próprios níveis circulantes, inibindo a produção de TRH pelo hipotálamo e de TSH pela hipófise. Débora Rodrigues - MED 30 ● DISFUNÇÕES TIREOIDIANAS: ❖ Hipotireodismo: é uma síndrome clínica caracterizada pela deficiência de hormônios tireoidianos. Pode ser primário (HTP), quando resulta de condições que interfiram diretamente sobre a tireoide, ou central (HC) (por deficiência de TSH). ● No HTP, caracteristicamente há falta do feedbackdos HT sobre os tireotrofos e, assim, sempre se observa elevação do TSH, associada à redução dos níveis de T4 livre, e o T3 pode estar baixo ou normal. ● O HC caracteriza-se por deficiente produção de TSH e pode resultar de qualquer patologia da região hipotálamo-hipofisária manifesta-se por níveis séricos baixos de T4 livre, enquanto os do TSH em geral estão baixos ou normais. ● Níveis altos de TSH, sem alteração dos HT, caracterizam o hipotireoidismo subclínico (HSC). ❖ Hipertireoidismo: é uma síndrome clínica caracterizada pelo excesso de hormônios tireoidianos. ● As causas mais comuns de hipertireoidismo são a doença de Graves (DG), o bócio multinodular tóxico (BMNT) e o adenoma tóxico (AT). Nessas situações, existe produção autônoma de T3 e T4, portanto elas se manifestam por níveis suprimidos de TSH e elevação do T3 e do T4. Em alguns casos, o T4 pode estar normal, caracterizando a T3-toxicose. ● Supressão do TSH, sem modificação dos HT, é típica do hipertireoidismo subclínico (HSC). ● Excepcionalmente, o hipertireoidismo pode resultar de tumor hipofisário secretor de TSH (tireotropinoma). Nesses casos, o TSH encontra-se elevado ou normal. Débora Rodrigues - MED 30 ● Nas tireoidites subagudas (TSA), ocorre destruição da tireóide, com liberação de hormônios pré-formados pela glândula, o que pode levar a supressão do TSH e elevação das concentrações de T3 e T4. ❖ A tireotoxicose é a síndrome clínica que resulta da exposição dos tecidos a altos níveis de hormônios tireóideos circulantes. Como resultado, ocorre uma aceleração generalizada do processo metabólico. Na maioria das vezes, a tireotoxicose é causada por uma hiperatividade da glândula tireóide, ou hipertireoidismo. ❖ O Efeito Wolff-Chaikoff ocorre a partir da disponibilização de grandes quantidades de iodo no corpo, o que resulta na diminuição da síntese dos hormônios tireoidianos e da organificação do iodo, em decorrência do aumento intratireoidiano de iodeto inorgânico. O que se observa nesses casos é a variação nas concentrações de TSH (hormônio estimulador da tireoide), T4 total e livre, T3 total e livre e T3 reverso. ❖ Excesso de iodo - down regulation: o efeito mais dramático da autorregulação é observado em situação de grande excesso de iodo, sendo conhecido como efeito inibitório do iodo na glândula tireoide. Nessa situação, ocorrem: - Diminuição da atividade do transportador de iodo. - Redução da organificação do iodo (ou efeito Wolff-Chaikoff). - Inibição da secreção de T4 e T3 armazenados no colóide; - Esses efeitos em conjunto levam ao decréscimo do HT liberado pela glândula para a circulação. O iodo bloqueia a enzima DUOX, essencial na geração de H202 utilizado na organificação, e interfere nos processos dependentes de TSH, inibindo a atividade da sinalização via AMPc no folículo tireoidiano. O ponto crucial do efeito inibitório parece ser a quantidade de iodo organificado no interior da glândula; por isso, assim que o patamar desse iodo diminui, a inibição exercida pelo processo autorregulatório cessa. Débora Rodrigues - MED 30 Pancreas: ● O pâncreas é uma glândula, originada do endoderma, classicamente designada como mista por ser responsável tanto pela produção de enzimas digestivas (ou secreções exócrinas), secretadas no lúmen do duodeno (meio externo ao organismo), como pela produção de hormônios - insulina e glucagon - (ou secreções endócrinas), secretados no interstício, de onde alcançam a circulação sanguínea (ou meio interno). ● O pâncreas é uma glândula retroperitoneal dividida em cabeça, corpo e cauda, localizada próximo ao duodeno. ● O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e atravessa o parênquima da glândula até a cabeça do pâncreas: aí ele se volta inferiormente e tem íntima relação com o ducto colédoco. O ducto pancreático principal e o ducto colédoco geralmente se unem para formar a ampola hepatopancreática (de Vater) curta e dilatada, que se abre na parte descendente do duodeno, no cume da papila maior do duodeno. Débora Rodrigues - MED 30 ● SUPRIMENTO SANGUINEO: ➢ Ramos da artéria esplênica irrigam para o corpo e a cauda do pâncreas ➢ Ramos da artéria gastroduodenal : artéria pancreática duodenal superior anterior e posterior → irrigam para a cabeça do pâncreas. ➢ Ramos da mesentérica superior: artéria pancreática duodenal inferior anterior e posterior → irrigam para a cabeça do pâncreas. ● DRENAGEM VENOSA: ➢ É feita por meio das veias pancreáticas correspondentes, tributárias das partes esplênica e mesentérica superior da veia porta; a maioria delas drena para a veia esplênica. Débora Rodrigues - MED 30 ● INERVAÇÃO: ➢ Os nervos do pâncreas são derivados dos nervos vago e esplâncnico abdominopélvico que atravessam o diafragma. As fibras parassimpáticas e simpáticas chegam ao pâncreas ao longo das artérias do plexo celíaco e do plexo mesentérico superior. Além das fibras simpáticas que seguem para os vasos sanguíneos, fibras simpáticas e parassimpáticas são distribuídas para as células acinares e ilhotas pancreáticas. ● GLUT: ➢ São transportadores de glicose, mediado por transportadores de membrana específicos. Débora Rodrigues - MED 30 ● CONSTITUIÇÃO CELULAR: ➢ Pelo menos cinco tipos de células – alfa, beta, delta, épsilon e PP -, foram identificadas nas ilhotas. Cada uma destas células produz um hormônio peptídeo distinto: glucagon, insulina, somatostatina, grelina e PP, respectivamente. Dentro das ilhotas individuais, os diferentes tipos de células estão espalhados. ● CONSTITUIÇÃO HORMONAL: ★ INSULINA: leva glicose às células e ao fígado; diminui as concentrações de glicose no sangue. ➢ PRODUÇÃO: - A síntese da insulina inicia-se no RER, formando-se inicialmente a pré-pró-insulina,contendo cadeia única de aminoácidos que, após perder o peptídeo sinal, dá origem à pró-insulina. Durante o transporte dessa molécula através do complexo de Golgi para serem empacotadas na forma de grânulo, a pró-insulina dá origem à insulina. ➢ LIBERAÇÃO: - A estimulação da liberação de insulina induzida pela glicose resulta do metabolismo da glicose pela célula β. A partir do momento que a glicose entra na célula β pancreática através de transportadores GLUT 2 (transportadores de células β e hepática), vai sofrer glicólise e gerar aumento de ATP dentro da célula → fechamento dos canais de potássio sensíveis ao ATP (deixam de sair da célula) → aumento de cargas positivas dentro da célula → abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem → influxo de cálcio na célula β e fusão de grânulos contendo insulina com a membrana → liberação de insulina e peptídeo C na corrente sanguínea. - Além disso outros fatores podem estimular a liberação de insulina pela célula β: Refeições contendo proteínas. Hormônios como a acetilcolina (SNP). Hormônios contrarreguladores: tende a hiperglicemia → glucagon, noradrenalina, adrenalina, GH, cortisol → inibitórios. São liberados no controle da glicemia no período noturno (baixa glicemia → insulina baixa, glucagon alto e no meio da madrugada noradrenalina, adrenalina, GH e cortisol começam a subir → auxiliam no mantimento da glicemia no período de jejum). Incretina, em específico, o GLP 1 (secretado pelo tubo gastrointestinal em resposta ao alimento), se liga à célula β e estimula a secreção de insulina. - A insulina circulante normalmente não se liga a outras substâncias, permanecendo na forma livre e apresentando meia vida em torno de 5 min. Em torno de 3-8 minutos, circula não ligada a proteína, degradada no fígado e rim. ➢ INIBIÇÃO: Débora Rodrigues - MED 30 ➢ MECANISMO DE AÇÃO: - Assim que a insulina estiver na forma ativa (se ligar ao receptor), há uma mudança conformacional na enzima, uma autofosforilação dos resíduos de tirosina → ativação da enzima → fosforila os resíduos de tirosina e o sítio ativo adquire a capacidade de se ligar ao ATP e aos substratos protéicos, como as IRS – PI3-quinase. Uma vez nesta forma ativada, o IRS associa-se a PI3K, que se torna ativa, e converte PIP2 em PIP3, que vai ativar o PDKque ativa e converte PIP2 em PIP3, que vai ativar a PDK que ativa a PKB (essa via medeia boa parte das ações metabólicas da insulina dentro das células-alvo, como a translocação de vesículas contendo GLUT4 , ↑ glicogênio sintetase, responsável pela síntese do glicogênio. ➢ EFEITOS METABÓLICOS: ★ GLUCAGON: aumenta a concentração de glicose no sangue, pegando o glicogênio do fígado e o transformando em glicose de novo. ➢ PRODUÇÃO: - O glucagon é sintetizado na forma de pró-glucagon e, em seguida, proteoliticamente processado, liberando o glucagon. O pró-hormônio pró-glucagon é expresso não apenas no pâncreas, mas também em outros tecidos, como as células enteroendócrinas no trato intestinal e no cérebro. Todavia, o processamento do pró-hormônio difere entre os tecidos. Os dois principais produtos do processamento do pró-glucagon são o glucagon nas células α do pâncreas e o GLP 1 nas células intestinais. O GLP 1 é produzido em resposta a uma concentração elevada de glicose no lúmen intestinal, sendo conhecido como incretina, um mediador que amplifica a liberação de insulina das células b em resposta a uma carga de glicose. ➢ LIBERAÇÃO: - A liberação de glucagon é estimulada pela hipoglicemia (níveis baixos de glicemia). Uma refeição rica em carboidratos suprime a liberação de glucagon e estimula a liberação de insulina pelas células b por meio da liberação intestinal de GLP 1. Os níveis elevados de aminoácidos após uma refeição rica em aminoácidos estimulam essa liberação. - A adrenalina também estimula a liberação de glucagon por um mecanismo b2-adrenérgico (enquanto suprime a liberação de insulina das células b por um mecanismo a2-adrenérgico). A estimulação vagal (parassimpática) aumenta a liberação de glucagon. - O glucagon circulante tem uma meia-vida de 3 a 6 minutos por causa da remoção pelo fígado e rim. Débora Rodrigues - MED 30 ➢ INIBIÇÃO: - A liberação de glucagon é inibida pela hiperglicemia (níveis elevados de glicemia). A somatostatina, glicose, insulina e GABA também inibe a liberação de glucagon. ➢ MECANISMO DE AÇÃO: - Efeitos celulares mediados pelo receptor de glucagon. O glucagon liga-se ao receptor acoplado à proteína G (Gαs) nas células-alvo, levando a ativação da adenilato-ciclase, elevação do AMPc e aumento da atividade da PKA, resultando em fosforilação das enzimas responsáveis pelo controle do metabolismo da glicose. O resultado consiste no aumento da produção hepática de glicose por meio de aumento da gliconeogênese e glicogenólise. ➢ EFEITOS METABÓLICOS: - Efeitos no metabolismo de carboidratos: glicogenólise. - Efeitos no metabolismo de lipídeos: lipólise, liberando ácidos graxos que são captados pelo fígado e oxidados a acetil-CoA, usada para a síntese de corpos cetônicos. - Efeitos no metabolismo de proteínas: aumenta a captação de aminoácidos, resultando na disponibilidade de carbonos para a gliconeogênese. ★ SOMATOSTATINA: inibe a liberação do hormônio do crescimento, do glucagon e da insulina. ➢ PRODUÇÃO: - O gene da pró-somatostatina está localizado no cromossomo 3 e codifica uma proteína precursora de 116 aminoácidos, que, por processamento pós-traducional (ou clivagem), gera a somatostatina (que inclui a sequência carboxílica terminal). Ele foi identificado primeiramente no hipotálamo, onde se observou que o hormônio gerado era capaz de inibir a secreção do GH hipofisário (ou somatotrofina), daí a origem do nome. Semelhante ao gene do pró-glucagon, o gene da pró-somatostatina é transcrito em diferentes locais do organismo (algumas áreas do sistema nervoso central, trato gastrointestinal e pâncreas) com processamentos pós-traducionais distintos. - Duas somatostatinas biologicamente ativas podem ser geradas: SS-14 (com 14 aminoácidos carboxiterminal) ü O pâncreas secreta exclusivamente SS-14; ü SNC, preferencialmente SS-14; Débora Rodrigues - MED 30 SS-28 (formada pela SS-14 mais 14 aminoácidos da sequência aminoterminal da pró-somatostatina. ü o intestino, preferencialmente SS-28. - A SS-28 é muito mais potente como inibidora do GH, enquanto a SS-14, bem mais potente como inibidora do glucagon e da insulina. ➢ LIBERAÇÃO: - Recentemente, foram identificados canais KATP nas células D que respondem ao aumento do metabolismo da glicose nestas células. Assim, a resposta secretória de somatostatina é bastante similar àquela descrita para a insulina, pelo menos no que concerne aos eventos iônicos relacionados com os canais KATP. - A eliminação metabólica da somatostatina infundida exogenamente em humanos é muito rápida; a meia-vida do hormônio é menor que 3 minutos. ● DIABETES MELLITUS: ➢ Consultoria da Fabi. Débora Rodrigues - MED 30