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Atenção Não podemos afirmar que determinada região do país fala “o português mais correto”. Tal afirmação é falsa, pois o que há são variações da língua portuguesa. A pronúncia do cearense ou do carioca, por exemplo, não é errada ou certa, mas, simplesmente, o modo próprio de articular os sons numa determinada comunidade linguística. Grau de Formalismo Representa uma escala de formalidade no uso dos recursos da língua. Podemos ir de um estilo muito informal e popular (troca despretensiosa de mensagens no WhatsApp) até um excessivo grau de formalidade no uso da língua (redação de um ofício). Há pelo menos dois registros alusivos à formalidade: formal e informal. Logo, os diferentes estilos corresponderão ao grau de formalismo do contexto comunicativo, determinando as diferentes maneiras de usar a língua. Modo Representa as duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A língua falada pode usar recursos como entonação, ênfase de termos ou sílabas, duração dos sons, velocidade em que se dizem as sequências linguísticas etc. Além disso, a oralidade se caracteriza pelas hesitações, repetições, retomadas, correções e outras marcas que não são comuns à escrita. A escrita tende a ser mais formal e a fala mais informal, embora existam exceções; há textos altamente formais na língua falada e outros extremamente informais na língua escrita. Sintonia Representa o ajustamento na estruturação das mensagens do falante, com base em informações específicas acerca do ouvinte ou leitor (status do interlocutor, tecnicidade do conteúdo da mensagem, necessidade de cortesia no trato com o outro, norma a ser seguida, etc.). Imagine que um profissional da saúde, ao preparar ou orientar uma criança para determinado procedimento, usará um registro ou estilo de linguagem distinto da linguagem usada com um paciente adulto. Com a criança, por exemplo, o vocabulário será mais simples, com algumas palavras no diminutivo, e o tom de voz mais afetivo. Pense em outra situação: você precisa recusar dois convites que recebeu, um da pessoa que você namora e outro do diretor da empresa em que trabalha. Faz sentido usar as mesmas expressões ou estilo ao responder a pessoas com as quais você tem diferentes graus de intimidade? Certamente vamos usar estilos ou registros diferentes. Identifique a opção que apresenta um exemplo de variação linguística do português em função do baixo grau de escolaridade do falante. a) Depois daquele post misterioso, resolvi estalquear o Face dele. b) Que menino lindinho, vamos abrir a boquinha para a tia ver se o dentinho já está nascendo? c) Os dono pediu pra mim fazer a obra. d) #sextou! Partiu encontrar os amigos da facul no happy hour! A alternativa C apresenta marcas da variedade linguística em função da classe social e baixa escolaridade como: falta de concordância nominal e verbal em “os dono pediu” e uso de “pra mim fazer” no lugar de “para eu fazer”. As alternativas A e D apresentam características do Internetês. A opção B retrata um registro ou forma de falar ajustados ao interlocutor e à situação (verificação da saúde bucal de uma criança). Considere o texto a seguir: Mandioca: mais um presente da Amazônia Aipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira. As designações da Manihot utilissima podem variar de região, no Brasil, mas uma delas deve ser levada em conta em todo o território nacional: pão-de-pobre – e por motivos óbvios. Rica em fécula, a mandioca – uma planta rústica e nativa da Amazônia disseminada no mundo inteiro, especialmente pelos colonizadores portugueses – é a base de sustento de muitos brasileiros e o único alimento disponível para mais de 600 milhões de pessoas em vários pontos do planeta, e em particular em algumas regiões da África. (O melhor do Globo Rural, fev. 2005). De acordo com o texto, há no Brasil uma variedade de nomes para a Manihot utilissima, nome científico da mandioca. Esse fenômeno revela que: a) A planta é nomeada conforme as particularidades que apresenta, recebendo diversos nomes porque se trata de uma planta diferente em cada caso e, ainda, porque não é comum uma língua possuir mais de um nome para uma mesma planta ou ingrediente. b) Existem variedades regionais para nomear uma mesma espécie de planta, exemplificando a ocorrência da variação linguística. (Regionalismos) c) Os nomes designam espécies diferentes da planta, conforme a região, confirmando a uniformidade da língua portuguesa. d) A expressão “pão-de-pobre” confirma a uniformidade da língua, demonstrando a unidade e não variação da língua portuguesa. De acordo com o professor e linguista Luiz Travaglia (2001, p. 25-26), os argumentos ou as justificativas para o estabelecimento da norma culta são os seguintes: Estéticos Uso de critérios como elegância, colorido, beleza, finura, expressividade. Rejeição de vícios como a cacofonia, colisão, eco, pleonasmo etc. Elitistas ou Aristocráticos Opção pelo uso da língua pertencente à classe de prestígio em detrimento do uso das classes populares. Políticos Critério de purismo e vernaculidade. Rejeição de estrangeirismo ou qualquer aspecto que “ameace” a identidade ou soberania da nação ou da cultura nacional. Comunicacionais Critérios relacionados com a facilidade de comunicação e compreensão. As construções e o léxico devem resultar na “expressão do pensamento”. Históricos Recorre-se à tradição para critérios de exclusão e permanência de usos da língua. Qual opção apresenta o uso da língua portuguesa conforme a norma culta e a gramática normativa? a) Eu vi ela ontem na biblioteca. b) A gente sempre vamos naquele barzinho. c) Me empresta o carregador de celular. d) Nós vamos ao cinema. A opção D deve ser assinalada porque o uso do pronome pessoal “nós” e a da forma verbal “vamos” é aceito pela gramática normativa. A opção A deveria trazer “Eu a vi” no lugar de “Eu vi ela”. A alternativa B deveria ser, de acordo com a norma culta, “Nós sempre vamos àquele barzinho”. A opção C deveria trazer “Empresta-me” em vez de “Me empresta”. Conhecer e dominar a norma culta implica: a) Utilizar indistintamente as prescrições da gramática normativa em qualquer situação, formal e informal, e com qualquer interlocutor, letrado e não letrado, não importando se somos compreendidos ou não. b) Comparar a língua a um guarda-roupa no qual existem somente vestuário a ser usado em situações muito formais. c) Usar a língua adequadamente, conforme cada situação e interlocutor, como se fosse um guarda-roupa no qual existem vestuários para diversas ocasiões. d) Frustrar as expectativas da comunidade linguística à qual pertencemos, ou seja, os segmentos sociais com alto grau de escolaridade. A língua pode ser comparada a um guarda-roupa que dispõem de peças para usarmos em qualquer situação. Quando dominamos a norma culta, teremos vestimenta adequada para qualquer situação formal. A alternativa A está incorreta porque as situações informais e os interlocutores não letrados podem exigir eventualmente de nós um uso coloquial da língua para que a comunicação aconteça. A opção B está incorreta porque a imagem da língua como um guarda-roupa deve incluir peças para qualquer situação, tantos as formais quanto as informais. A opção D está incorreta porque o domínio da norma culta não frustra uma comunidade linguística altamente letrada ou escolarizada. Assinale a alternativa que apresenta uma variação linguística característica de falantes com baixíssima escolaridade: a) Tu viste aonde o guri foi? b) Os hôme num saíram pra percurá o guri. c) Gostava que você procurasse a rapariga. d) Somos todos #AMAZONIA. e) A diretora acabou de sair, eu vi ela entrando em seu carro. Assinale a alternativa que contém uma frase adequada a uma situação formal de comunicação, em que se espera o uso da norma culta. a) A gente vai pra casa despois do feriado. b) O patrão vai com a gente pra outra cidade. c) Nós vai pra reunião agora. d) A reunião agora é conosco. e) Nos sentimos honrados por se reunir coma gente.
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