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Aula 6 - Limpeza, Desinfecção e Esterilização

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Enfermagem na prevenção e controle de infecção hospitalar
Aula 6: Limpeza, Desinfecção e Esterilização
Apresentação
Nesta aula, vamos entender as diferenças no processamento de utensílios reutilizáveis de saúde, �nalidade de cada
processo e a importância dos mesmos no controle de infecções.
Estes processos, tão comuns e tão rotineiros em instituições de saúde, garantem a qualidade do cuidado e a segurança
do paciente tendo, portanto, papel fundamental dentro da CCIRAS.
Já está pronto para começarmos?
Objetivo
Entender os processos de limpeza, desinfecção e esterilização artigos hospitalares;
Entender a classi�cação dos artigos hospitalares;
Reconhecer funções CCIRAS nestes processos.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Processos de esterilização, limpeza e desinfecção
Nossa aula de hoje re�ete acerca dos artigos hospitalares e seus processos de esterilização.
Você sabe quais são os processos de esterilização?
Conhece os artigos hospitalares?
Já parou para pensar na importância dos processos de limpeza e desinfecção relacionado a cada tipo de produto e na
in�uência que isso tem no controle de infecções?
Todo o processo a que são submetidos os artigos de uso hospitalar
dependem da �nalidade de seu uso, do tipo de tecido em que entram em
contato e do material que é utilizado para sua confecção.
Segundo a classi�cação de Spaulding, em 1968, os artigos podem ser divididos em três grandes grupos: críticos, semicríticos e
não-críticos. Vamos ver cada um deles, a seguir.
Artigos críticos
São aqueles que penetram o tecido subepitelial da pele
e mucosa, além do sistema vascular e de outros órgãos
isentos de microbiota própria (drenos, cateteres, �o de
sutura, pinças etc.). O processo recomendado é a
esterilização.
Artigos semicríticos
São todos que entram em contato com a pele não
íntegra ou com as mucosas íntegras (máscaras de
nebulização, inaladores, circuitos de respiradores,
mamadeiras, copos, talheres etc.). O processo
recomendado é a esterilização ou desinfecção de alto
nível.
Artigos não-críticos
São os que não entram em contato com o paciente ou
entram em contato apenas com a pele não íntegra
(bancadas, aparelhos de raios X, superfície de armários,
termômetro etc.). O processo recomendado é
esterilização de nível intermediário, exceto quando a
sujidade for abundante, e se faz necessário uma
desinfecção mais profunda.
Com relação aos procedimentos clínicos, temos a seguinte classi�cação:
Procedimento crítico
Acontece quando há presença de sangue, pus ou
matéria contaminada.
Procedimento semicrítico
Acontece quando há presença de saliva (secreção
orgânica).
Procedimento não-crítico
Acontece quando não apresentam nenhuma perda de
sangue, pus, saliva e nenhuma outra secreção orgânica.
Para os artigos críticos, a esterilização é o procedimento padrão ouro. Se o artigo não for sensível à temperatura, a
autoclavação com pré-vácuo é o processo imbatível, pois é seguro, rápido, econômico, não-tóxico, e que permite ser
seguramente monitorizado. Se o artigo for termossensível, há que se recorrer à esterilização gasosa automatizada, por meio de
óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio ou vapor à baixa temperatura com o gás formaldeído.
Para os artigos não-críticos basta a limpeza com procedimento mínimo, que como já vimos em aulas anteriores, é a completa
remoção da sujidade presente nos artigos, utilizando água, sabão e ação mecânica, e que pode ser potencializada com a ação
de detergentes, como os enzimáticos, e água morna.
Para os artigos semicríticos, além da limpeza, há a necessidade de se complementar o processo através da termodesinfecção
ou desinfecção química de nível intermediário, como ácido paracético ou quaternário de amônia, garantindo a desinfecção de
alto nível: ou seja, além de viricida, bactericida, fungicida e micobactericida, é também parcialmente esporicida. Já outros
germicidas como o álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 1% e fenol sintético, são desinfetantes químicos sem ação esporicida,
porém adequados para processar os artigos semicríticos, por serem desinfetantes de nível intermediário (viricida, bactericida,
fungicida e micobactericida).
Comentário
Acreditamos que tenha �cado claro a importância da enfermagem e da CCIRAS nestes processos, atingindo ações que vão
desde o controle dos processos de esterilização até a manutenção das condições ideais de armazenamento e de integridade
de embalagem.
Vamos entender como devem ocorrer os processos de limpeza, desinfecção e esterilização dos artigos?
Limpeza
 Fonte: Shutterstock.com.
Todos os artigos hospitalares devem passar pelo processo de limpeza. A ordem dos procedimentos é sempre crescente, ou
seja: primeiro a limpeza, e caso seja necessário o artigo irá para desinfecção ou para esterilização.
É essencial para que se promova a redução da carga microbiana, favorecendo a e�cácia do processo.
A limpeza é a remoção de sujidade de um artigo, visível, aderida nas superfícies dos utensílios, nas fendas, nas serrilhas, nas
articulações e lúmens de instrumentos, dispositivos e equipamentos, por meio de um processo manual, realizando fricção com
escovas apropriadas, de variados tamanhos e formas, e por meio de enxágue utilizando água sob pressão, ou de forma
mecânica utilizando detergente e água em lavadoras com ou sem ultrassom. Em ambos são utilizados detergentes ou
produtos enzimáticos.
Durante a limpeza mecânica é fundamental uma vigorosa escovação dos materiais, com auxílio de sabão e escovas de
diferentes formatos. É essencial que o funcionário que irá realizar esta função esteja adequadamente equipado, com botas,
luvas de borracha, óculos e avental impermeável. Lavadoras automáticas realizam o processo de forma mecânica, portanto a
forma com que se dispõe o material dentro delas in�uencia na qualidade da limpeza.
Os detergentes utilizados neste processo devem ter registro na ANVISA e devem ser diluídos de acordo com a indicação de
cada fabricante. Em casos de imersão dos materiais, o tempo indicados pelo fabricante também deve ser respeitado, e varia de
10 a 30 minutos, dependendo da potência da solução.
Erros na diluição, no processo de fricção ou no tempo de imersão tornam o processo ine�ciente, assim como o acúmulo de
água nos instrumentais pode aumentar a diluição dos produtos utilizados, e prejudicar o processo.
Atenção
É muito importante ressaltar que, assim como nos processos de limpeza dos ambientes, se conseguimos remover a maior
parte da sujidade com a utilização de papel toalha ou similar, isso deve ser feito antes de se proceder o início da limpeza
mecânica dos utensílios. Um exemplo clássico é a remoção de fezes e urina das comadres e papagaios. Este processo
começa, em geral, nos expurgos dos setores, e termina nas centrais de materiais.
 Fonte: Shutterstock.
Alguns fatores interferem na efetividade da limpeza, como a
qualidade da água, tipo e qualidade dos agentes e
acessórios de limpeza, manuseio e preparação dos
materiais para a limpeza, método manual ou mecânico
usado, além do tempo-temperatura dos equipamentos de
limpeza mecânica, posicionamento do material e a
con�guração da carga das máquinas.
Assim, é preciso que se tenha em mente que os funcionários do expurgo das unidades de central de material devem ser
treinados e capacitados para a averiguação adequada dos artigos, pois este é um processo manual, e que sejam capazes de
dar encaminhamento adequado dos mesmos de acordo com a �nalidade a que se prestam, pois falhas no processo de limpeza
impedem desinfecção de alto nível ou esterilização adequadas.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Desinfecção
 Fonte: Shutterstock.
Este é o processo aplicado a um artigo ou superfície que visa a eliminação de microrganismos, exceto esporos, das superfícies
�xas de equipamentos e mobílias utilizadas em assistência à saúde, e que não são removidos a partir da limpeza convencional.
A desinfecção é indicadapara artigos semicríticos, ou seja: aqueles que entram em contato com membranas mucosas ou pele
não íntegra, sendo os mais comuns traqueias e demais acessórios usados para assistência respiratória, endoscópios,
espéculos e lâminas para laringoscopia. Leva em conta a resistência dos microrganismos a que os utensílios estão expostos,
conforme o quadro a seguir:
As escovas utilizadas no processo de limpeza também devem passar processo de desinfecção.
Comentário
Para uma adequada descontaminação, as escovas podem ser mergulhadas em hipoclorito de sódio a 1%, em recipiente
plástico, durante 30 minutos, sendo posteriormente enxaguadas e secas. Devem ser mantidas secas.
Os métodos de desinfecção podem ser físicos, por ação térmica, ou químicos, pelo uso de desinfetantes.

1
Físicos
São os equipamentos de pasteurização como
desinfetadoras e lavadoras de descarga.

2
Ação térmica
São os métodos cuja ativação ocorre por meio de alteração
da temperatura.

3
Químicos
Os desinfetantes mais utilizados são a base de aldeídos,
ácido peracético, soluções cloradas e álcool.
A desinfecção com produtos químicos através da imersão de instrumentais requer controle rigoroso pois, assim como
acontece com os detergentes, a água acumulada nos utensílios pode aumentar a diluição das soluções.
A escolha de um desinfetante deve levar em consideração diversos fatores, sendo o primeiro a sua recomendação e aprovação
pela ANVISA, que para a liberação do mesmo já efetuou testes relacionados à efetividade, toxicidade, compatibilidade, efeito
residual, solubilidade, estabilidade, odor e facilidade de uso. Além disso, é necessário estar atento ao custo do desinfetante,
uma vez que isso tem impacto no serviço de saúde.
Ainda, para efetuar a escolha do desinfetante, é necessário avaliar se o procedimento a ser realizado é invasivo ou não, e se o
paciente está mais ou menos susceptível a infecções, tendo por base para a escolha do método utilizado e a do desinfetante a
segurança do paciente. Muitas vezes, somente a desinfecção pode não ser um processo 100% seguro, devido à possibilidade
de recontaminação ou falhas na descontaminação do material.
Além disso, muitas substâncias desinfetantes podem ser corrosivas para determinados tipos de materiais, com borrachas ou
metais, e podem não ser letais para alguns tipos de microrganismos dependendo do tipo de processo realizado, e falhas
técnicas podem colocar todo o processo a perder, causando aumento de custos e perda de materiais. Assim, a escolha do
desinfetante e do processo se torna uma tarefa difícil, e que exige muito conhecimento do pro�ssional.
O ácido paracético é, atualmente, um dos desinfetantes mais utilizados dentro do ambiente hospitalar. Ele é corrosivo para
cobre, bronze, aço carbono e ferro galvanizado, porém é muito potente, mesmo em baixas temperaturas e na presença de
matéria orgânica, e não é tão agressivo para o meio ambiente.
Comentário
Os produtos disponíveis no mercado realizam desinfecção de alto nível em aproximadamente 10 minutos e esterilização em 30
minutos. Para garantir sua e�ciência, deve ser utilizada �ta teste para monitorar a Concentração Mínima E�caz (MEC) do
produto.
Apesar da e�cácia do produto ser comprovada para esterilização, devemos estar atentos também à A RDC nº 8/2009 da
ANVISA que dispõe sobre as medidas para redução da ocorrência de infecções por micobactérias de crescimento rápido (MCR)
em serviços de saúde, e que proíbe a esterilização química.
O glutaraldeído, outra substância bastante utilizada, tem sua concentração em 2%. Exige período de exposição de 20 a 30
minutos, com enxague abundante após sua utilização, pois impregna matéria orgânica e pode ser retido por materiais porosos,
além de ser irritante de vias aéreas, ocular e cutânea. Como vantagem, não produz corrosão de instrumentais e não altera
componentes de borracha ou plástico.
O destaque nos processos físicos para a desinfecção recai para as pasteurizadoras e lavadoras termodesinfectoras. Na
pasteurização, a desinfecção de alto nível acontece por exposição a água a 75ºC por 30 minutos. É muito utilizada para artigos
de terapia respiratória, e necessita secagem, pois o artigo sai quente, e pode causar queimaduras. Já as lavadoras
termodesinfectoras, além de lavar os artigos, fazem desinfecção de alto nível, jogando água entre 60 a 95ºC, sendo muito
utilizada para artigos de terapia respiratória, acessórios de respiradores, comadres, papagaios, cubas.
De modo geral, pode-se dizer que a qualidade do processo de desinfecção está ligada ao corretor processo de limpeza e
desmontagem dos artigos, imersão total na solução, monitoração adequada do tempo de imersão com identi�cação adequada
dos recipientes e validade/concentração das soluções, controle do processo de secagem e embalamento adequado.
Atenção
Para a embalagem, artigos submetidos à desinfecção devem estar secos, e podem ser armazenados em recipientes fechados,
após serem embalados individualmente em saco plástico transparente.
Esterilização
 Fonte Shutterstock.
A esterilização, por de�nição, é a destruição de todas as formas de vida microbiana, sejam elas vírus, bactérias, esporos,
fungos, protozoários e helmintos, através de processos que utilizam agentes químicos ou físicos, adequados ao tipo de
material que deve ser esterilizado.
Este processo pode ocorrer dentro dos próprios serviços de saúde ou dentro de unidades especializadas para este �m.
Acompanhe o diagrama a seguir:
Esterilização por Vapor Úmido (Autoclave)
Amplamente utilizada em serviços de saúde, a autoclave é um aparelho que se caracteriza pela capacidade de esterilização de
diversos tipos de materiais e utensílios. A esterilização leva em conta tempo, temperatura e pressão, além da exposição
adequada do material. Pode ser gravitacional ou pré-vácuo.
Na autoclave gravitacional, o ar é removido através da gravidade. O vapor entra na câmara, e o ar dentro dela, que é mais frio e
mais denso, vai para a parte de baixo, onde é eliminado por meio de uma válvula.
Comentário
Como este processo leva em consideração a física envolvida com as relações de massas de ar quente e frio, na autoclave
gravitacional pode haver a permanência de ar residual, então ela é pouco recomendada nos dias de hoje para a esterilização de
materiais densos ou porosos.
Na autoclave pré-vácuo, o ar dentro da câmara é removido pela formação de vácuo através de uma bomba, antes da entrada
do vapor; assim quando o vapor entra, consegue penetrar instantaneamente nos pacotes e materiais, dando a ela, portanto,
maior efetividade.
As autoclaves podem ainda ser do tipo horizontal ou vertical
As do tipo horizontal são maiores e possuem câmaras
horizontais, como o próprio nome diz; as paredes são
duplas, separadas por um espaço onde o vapor pode
circular para manter o calor na câmara interna durante a
esterilização, e permitem que os pacotes sejam melhor
distribuídos, de modo que o vapor consiga circular na
câmara livremente.
As do tipo vertical são menores, e com câmara vertical,
exigindo a sobreposição de pacotes; não são
consideradas adequadas pois a sobreposição exigida
para os pacotes di�culta a circulação do vapor, a
drenagem do ar e a penetração do vapor.
As autoclaves horizontais mais novas possuem abertura dupla, frontal e traseira, de modo a permitir que o material entre por
uma porta e saia esterilizado pela outra, facilitando o �uxo.
Ainda sobre as autoclaves mais modernas, as portas de entrada e saída são automáticas, facilitando o processo.
Autoclave hospitalar com interface digital Autoclave Horizontal retangular
O efeito de esterilização (eliminação total ou quase total dos germes) decorre da ação conjunta da temperatura e umidade
sob pressão. O vapor de água é imposto por este processo através da pressão, e em contato com uma superfície mais fria do
material, umedece, superaquece e penetra nos materiais, possibilitando a desnaturação das proteínas dos microrganismos,
ocasionando a suamorte.
O ciclo de esterilização compreende remoção do ar; admissão do vapor; exaustão do vapor e secagem dos artigos. Este é
processo mais seguro, rápido, e�ciente e econômico disponível para instrumentos termorresistentes.
Este processo pode ser controlado através de indicadores físicos, químicos ou biológicos.
Indicadores físicos
São �tas adesivas especí�cas ou papéis de embalagem
com marcadores especí�cos, que mudam de cor após a
esterilização, indicando que o material passou pelo
processo de esterilização. Seu uso é recomendado em
todos os pacotes ou caixas para sinalizar que o material
foi submetido ao processo de esterilização.
Indicadores químicos
São �tas de papel impregnadas com tinta
termocrômica, que muda de cor quando expostas à
temperatura elevada por certo tempo. Elas podem
apenas indicar a exposição ou não ao calor (indicadores
especí�cos de temperatura) ou ainda indicar a ação de
diferentes componentes como tempo, temperatura e
vapor (integradores).
Indicadores biológicos
São cepas de microrganismos resistentes,
encapsulados, que comprovam a e�cácia da
esterilização com a morte da colônia residente no
frasco. Exigem período de incubação para a garantia da
e�cácia do processo.
A validade do processo está diretamente relacionada à comprovação de sua e�cácia e tipo de invólucro utilizado. Para
embalagens em tecido duplo, a validade, em geral, é de 7 dias; para papel grau cirúrgico e similares, com a devida certi�cação e
condições de armazenamento, a validade do processo pode chegar a 180 dias.
 Johnson & Johnson ASP Sterrad 100S / Site inCAV.
Plasma de Peróxido de Hidrogênio
A esterilização por peróxido de hidrogênio, feita através da
Sterrad®, provoca a eliminação microbiana através da
oxidação de radicais livres dos microrganismos. É um
processo que ocorre em baixa temperatura, sendo, portanto,
ideal para materiais termossensíveis.
Os parâmetros utilizados para a realização deste processo
são a temperatura, pressão, concentração de peróxido de
hidrogênio, energia do plasma e o tempo, que vai de 28 a 75
minutos, variando conforme ciclo programado e o tipo de
material a ser esterilizado e o tipo de máquina.
Atenção
Este processo é incompatível com artigos que contenham celulose, artigos de comprimento maior que 1 ou 2 metros
(dependendo da máquina utilizada) e exige invólucro próprio, além do cassete de peróxido de hidrogênio, e as câmaras de
esterilização são pequenas, tornando este processo mais caro do que a autoclavação por vapor.
 Estufa de secagem / Site Loja Bunker.
Calor Seco (Estufa)
O calor seco é indicado quando a esterilização em
autoclaves é impossibilitada pela natureza do artigo, isto é,
quando eles sofrem dano em presença de umidade ou
quando são impermeáveis, como pós e óleos.
A esterilização em calor seco é feita em estufas elétricas
equipadas com resistências e termostato. A circulação de ar
quente e o aquecimento dos materiais se fazem de forma
lenta e irregular, mesmo quando possuem ventiladores para
dispersão do calor.
Para atingir os parâmetros de esterilização, longos períodos
de exposição são necessários e a temperatura é bem mais
elevada quando comparada ao calor úmido. Além disso, o
calor seco dani�ca estruturas e corte dos metais, sendo um
método pouco utilizado.
 Autoclave esterilização por ETO/ Site Produmed.
Óxido de Etileno (ETO)
O método de esterilização conhecido como gás óxido de
etileno é realizado em autoclave própria para óxido de
etileno, em unidades especí�cas para este �m. É um gás
incolor à temperatura ambiente, que pode ser tóxico para
humanos e é altamente in�amável. Em sua forma líquida é
miscível com água, solventes orgânicos comuns, borracha e
plástico. Para que possa ser utilizado o óxido de etileno é
misturado com gases inertes, que o torna não-in�amável e
não-explosivo.
O processo de esterilização por ETO é classi�cado como
processo físico-químico, pois além do gás se utiliza uma
autoclave para o processo. Seu mecanismo de eliminação
microbiana é conseguido através da alquilação proteica,
impedindo o metabolismo celular normal e a replicação
microbiana. A alquilação consiste na substituição do H dos
grupos funcionais OH e SH pelos radicais Etil e Metil. Esta
ligação inibe a produção de proteínas especi�cas, e com
isto a morte do agente infectante.
Os parâmetros utilizados para a realização deste processo
são a temperatura, pressão, tempo, umidade relativa,
remoção do ar da câmara interna, concentração do gás e
disposição da carga.
O tempo utilizado para promover a esterilização por este método é de 3 a 4 horas de exposição mais tempo de aeração
forçada (2 a 3 horas) e o tempo de aeração natural, que é variável, e pode durar até 48 horas.
A validade do processo pode chegar a 2 anos, porém é incompatível com líquidos e materiais que contenham resíduos de
cloro.
Vantagens
monitoração fácil através de parâmetros físicos,
indicadores químicos e indicadores biológicos;
grande poder de penetração e difusibilidade –
para artigos estreitos, longos, delicados e
porosos; solúvel em água; e�cácia em baixas
temperaturas – para artigos termossensíveis;
compatível que a maioria dos polímeros
plásticos.

Desvantagens
Ao �nal do processo pode haver resíduos tóxicos
(etilenocloridrina, etilenoglicol), sendo necessário
aeração do produto esterilizado para diminuição
da concentração do ETO; é incompatível com
líquidos, gorduras, óleos e pó; é tóxico,
carcinogênico, mutagênico e neurotóxico; expõe
os trabalhadores a risco ocupacional (riscos
reais e/ou potenciais à saúde).
 Autoclave esterilização por ETO/ Site Produmed.
Radiação
Este tipo de esterilização é utilizada, especialmente, em
artigos descartáveis produzidos em larga escala, como
gazes, �os de sutura, luvas e outros.
É um processo que ocorre em baixas temperaturas, uma
vez que a radiação não precisa de vapor ou calor, sendo,
portanto, um processo indicado para materiais
termossensíveis. A destruição dos microrganismos ocorre
por alterações decorrentes da radiação na membrana ou
DNA do germe.
Atenção
Tenha em mente que, a exemplo de outros processos, os microrganismos também podem apresentar resistência a este tipo de
esterilização. Alguns esporos bacterianos, leveduras e fungos têm resistência considerada média contra a radiação, e os
microrganismos gram-negativos têm baixa resistência.
Quanto aos elementos que podem ser utilizados na esterilização por radiação, temos como mais comum a utilização de Rádio
e o Urânio, que são naturalmente radioativos, pois possuem seus núcleos instáveis, e elementos como o Césio 137, que são
produzidos arti�cialmente. A indústria de insumos hospitalares utiliza, na maior parte dos processos, fontes de raios Beta e
Gama, produzidas a partir destes elementos.
A radiação Beta é obtida através da desintegração natural de elementos como o Iodo 131 ou Cobalto 60, ou ainda
arti�cialmente por meio de máquinas aceleradoras de elétrons (Eléctron Beam), sendo este processo mais utilizado em
materiais plásticos de baixa espessura. A radiação Gama é obtida pela desintegração, principalmente, do Cobalto 60, formando
raios que possuem grande penetração nos materiais.
Vantagens
Este processo tem como vantagens o alto poder
de penetração e não dani�ca os materiais. 
Desvantagens
Tem um custo elevado, precisa de controles
rigorosos e pessoal altamente treinado.
E então? Consegue compreender o papel da CCIRAS neste processo todo?
Além de atuar junto à padronização de todo este processo e agentes utilizados, a CCIRAS também é responsável pelo controle
dos processos e pessoas dentro dele, de forma a garantir a segurança tanto do paciente como dos pro�ssionais.
Ressalta-se que o processo de avaliação da qualidade da esterilização dos materiais através do tempo deve contar com ajuda
do serviço de análises clínicas, para identi�car o momento em que o processo de limpeza, desinfecção ou mesmo esterilização
perdem a validade pelo crescimento de colôniasgermes.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atividade
1. Ao pensar nas atividades da CCIRAS em relação aos processos de esterilização, não compete ao Enfermeiro da CCIRAS:
a) padronização de produtos
b) controle direto das validades de esterilização
c) determinação de protocolos
d) fiscalização dos processos
e) educação e treinamento de profissionais
2. Para a esterilização, dentro das unidades de saúde, de pós ou óleos, é indicado:
a) calor úmido
b) Sterrad®
c) óxido de etileno
d) radiação
e) calor seco
3. Dentre os artigos abaixo, são considerados críticos:
a) seringas e comadres
b) agulhas e máscaras de inalação
c) cânulas orotraqueais e espéculos vaginais
d) sondas orogástricas e pinças cirúrgicas
e) fios de sutura e dispositivo intravenosos
4. A escolha do processo de esterilização recai sobre:
a) sensibilidade do material
b) tipo de material
c) tecnologia disponível
d) quantidade de material por carga
e) todas as alternativas acima
5. A esterilização mata, a mais do que a desinfecção de alto nível:
a) vírus
b) bactérias
c) esporos
d) fungos
e) protozoários e helmintos
Notas
Serviço de higienização1
O colaborador responsável por essa função deve manter seu carrinho organizado, deve ser instruído a não utilizar vassouras e
a seguir a ordem correta no procedimento, sempre em sentido unidirecional, do teto ao chão, com o produto adequado.
Referências
ACOSTA-GNASS, S. I.; STEMPLIUK, V. A. Organização Panamericana de Saúde. Manual de esterilización para centros de salud.
Organização Mundial da Saúde, 2008. 188p. Disponível em https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_docman&view=download&category_slug=seguranca-do-paciente-970&alias=892-manual-esterilizacion-para-
centros-salud-2&Itemid=965 <https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_docman&view=download&category_slug=seguranca-do-paciente-970&alias=892-manual-esterilizacion-para-
centros-salud-2&Itemid=965> . Acesso em 09 Maio 2019.
RUTALA, W. A.; WEBER, D. J. Center for Deseases Control (CDC). Guideline for disinfection and sterilization in healthcare
facilities. 2008. 161p. Disponível em https://www.cdc.gov/infectioncontrol/pdf/guidelines/disinfection-guidelines.pdf
<https://www.cdc.gov/infectioncontrol/pdf/guidelines/disinfection-guidelines.pdf> . Acesso em 05 Maio 2019.
POSSARI, J. F. Central de Material e Esterilização: Planejamento e Gestão, 3ª. ed., São Paulo: Iátria, 2007.
Próxima aula
Procedimentos invasivos;
Curativos;
Características da pele e anexos.
Explore mais
Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto.
Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
Vamos ver uma central de materiais automatizada em funcionamento? <https://www.youtube.com/watch?
v=JbIYQWVDgqE>
Que tal assistir um vídeo sobre a classi�cação dos materiais? <https://www.youtube.com/watch?v=vlDwTbFmBFs>
Vamos conhecer métodos de monitorização da esterilização? <https://www.youtube.com/watch?v=b3vma50_h7U>
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&view=download&category_slug=seguranca-do-paciente-970&alias=892-manual-esterilizacion-para-centros-salud-2&Itemid=965
https://www.cdc.gov/infectioncontrol/pdf/guidelines/disinfection-guidelines.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=JbIYQWVDgqE
https://www.youtube.com/watch?v=vlDwTbFmBFs
https://www.youtube.com/watch?v=b3vma50_h7U

Outros materiais