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Aula 3 - Microrganismos e doenças associadas à infecção

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Enfermagem na prevenção e controle de infecção hospitalar
Aula 3: Microrganismos e doenças associadas à infecção
hospitalar
Apresentação
Nesta aula, nosso foco vai para os microrganismos que causam infecções e para como as bactérias podem começar a se
tornar resistentes aos antibióticos.
Também vamos entender como trabalhadores de saúde e usuários do sistema de saúde podem in�uenciar na
transmissão de infecções e na formação das superbactérias.
Vamos começar?
Objetivo
Enumerar os principais patógenos hospitalares, suas manifestações e topogra�a que atingem;
Esclarecer os fatores que interferem nas mutações genéticas de vírus e bactérias e a importância das CCIRAS nos
processos que envolvem antibióticos;
Reconhecer o papel e as competências de pro�ssionais de saúde e da população em geral na formação das
superbactérias.
Palavras iniciais
 Streptococcus pneumoniae (Fonte: Maxx-Studio / Shutterstock).
Nas aulas anteriores, vimos a importância da evolução do conhecimento e da legislação acerca das IRAS, além das demais
legislações pertinentes, diferenças básicas entre os microrganismos e, principalmente, você pôde compreender a magnitude do
trabalho de uma CCIRAS.
Você conseguiu perceber que o trabalho de um enfermeiro de CCIRAS não se restringe à infecção propriamente dita, mas
também a todos os fatores que podem potencializar e diminuir a incidência desse quadro. Realmente é um trabalho muito
complexo, que demanda um conhecimento sobre diversos aspectos relativos ao cuidado em saúde e que muitas vezes nem
mesmo tinha passado pela sua cabeça.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Dada a complexidade desse trabalho, a aula de hoje vai explorar os
micróbios de acordo com os sistemas em que são encontrados com mais
frequência e os sinais e sintomas mais demonstrados para que você possa
fazer a analogia adequada e saiba participar de escolhas mais acertadas em
relação a terapêuticas que envolvem antibióticos. Esse conhecimento
ajudará a diminuir a incidência das tão temidas superbactérias, promoverá
um cuidado mais seguro ao seu paciente e auxiliará na recuperação mais
rápida dos quadros infecciosos, além de ser um dos elos que encerram a
cadeia de transmissão de microrganismos.
Você se lembra do que é topogra�a quando falamos em saúde?
Esse termo se refere ao detalhamento do local onde a infecção começou, pois ela pode ou não atingir todo um sistema
corporal. Assim, a topogra�a ou sítio da infecção, pode ser o sistema urinário, respiratório, corrente sanguínea ou sítio cirúrgico.
Raramente serão observadas infecções hospitalares em sistema reprodutor e sistema gastrointestinal não relacionadas a
procedimentos cirúrgicos.
É muito importante ter em mente o custo envolvido com essas
infecções. Diversos estudos já comprovaram que o gasto com a
prevenção das IRAS é in�nitamente menor do que o gasto com o seu
tratamento. Portanto, prevenção é o melhor remédio e ainda permite
que o dinheiro seja aplicado em outras necessidades da entidade de
assistência à saúde.
Infecções de trato urinário
 Bactéria causadora da pneumonia (Fonte: Albina Glisic / Shutterstock).
A urina tem a capacidade de formar um bio�lme no trato urinário e dessa forma consegue impedir, em estados normais, boa
parte das infecções. Esse mecanismo ainda não foi completamente esclarecido pela ciência, no entanto disfunções urinárias
por obstrução ou lesão alteram esse mecanismo, causando as infecções.
Uma das possíveis obstruções remete ao uso de cateteres vesicais, pois:
1
Podem dilatar a uretra ou não a recobrirem totalmente.
2
Obstruem glândulas periuretrais.
3
Permitem �uxo retrógrado de urina.
4
Possibilitam migração ascendente de micróbios pelos lúmens.
5
Ocasionam estase urinária ao utilizarem balões de contenção.
Além disso, há que se ter em mente a própria colonização local e que, mesmo diante de técnicas assépticas rigorosas, pode
haver ascensão microbiana pelo canal urinário.
As infecções de trato urinário (ITU) são as mais recorrentes
dentro do ambiente hospitalar, sendo cerca de 40% das
infecções hospitalares e estão fortemente associadas ao
uso de cateteres vesicais.
Devido às diferenças anatômicas, são mais comuns em
mulheres. Podem se apresentar sob diversas formas,
incluindo a forma mais simples, representada pela
bacteriúria, até a quadros mais graves, como pielonefrites,
passando pelos quadros de bacteremia.
As ITU relacionadas à sondagem representam um risco
maior de morte, além de aumentarem a morbidade e a
mortalidade. Essas infecções, além de aumentarem o
tempo de permanência dos pacientes no hospital, exigem
mais medicamentos. Isso nos leva a um aumento
signi�cativo dos custos hospitalares referentes à
internação.
Em geral, os germes envolvidos nesta infecção são pertencentes à �ora
natural do paciente, provenientes da �ora intestinal e são principalmente a
Escherichia coli, Klebsiella e enterobactérias, seguidas pela Pseudomonas
aeruginosa, pelos enterococos e pela Candida albicans. O Staphylococcus
aureus também pode ser encontrado, em geral em pacientes com
bacteremia ou endocardite previas.
Tenha em mente que quanto maior o tempo decorrido desde o início da infecção, maior a chance de se ter uma infecção por
mais de uma bactéria ao mesmo tempo. Assim, essas ITU também podem ser consideradas uma das maiores causas de
aumento da resistência microbiana.
Os sinais e sintomas podem englobar um ou mais dos seguintes itens a seguir:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
1. Bacteriúria
2. Bacteremia
3. Distorção de exames
laboratoriais
4. Disúria
5. Dor lombar
6. Dor pélvica
7. Febre
8. Polaciúria
9. Polaquiúria (aumento na
frequência urinária)
10. Urgência urinária
11. Incontinência urinária
No entanto, as ITUs também podem cursar de maneira assintomática, sendo detectadas somente através de exames de urina.
Assim, a indicação do uso de cateteres vesicais deve ser ponderada e os mesmos não devem ser utilizados caso haja uma
alternativa ao seu uso, mesmo que seja uma sondagem vesical de alívio.
Atenção
Se houve algum procedimento cirúrgico no trato urinário com infecção subsequente, essa infecção é de sítio cirúrgico, não de
trato urinário.
Infecções de trato respiratório
Dentro do ambiente hospitalar, as infecções de trato respiratório se manifestam, em geral, sob a forma de pneumonia,
associada ou não à ventilação mecânica. O mais comum é que sejam relacionadas à intubação e ocorram em pacientes
internados em unidades intermediárias ou de terapia intensiva que apresentem um ou mais fatores de risco para infecções,
como doenças crônico-degenerativas, senilidade e imunossupressão.
 Paciente em hospital em cuidados respiratórios (Fonte: Wavebreakmedia / Shutterstock).
As IRAS de trato respiratório respondem por cerca de 15% do total de infecções e cerca de 25% das IRAS de pacientes em UTIs,
sendo, portanto, de grande importância também para as CCIRAS. Além disso, contribuem de forma generosa para a elevação
dos custos hospitalares e incidem em grande aumento na morbimortalidade, sendo estimado que 1/3 dos pacientes em
ventilação mecânica evoluam a óbito em decorrência deste tipo de infecção.
Esse quadro ainda tem relação direta com as alterações hemodinâmicas causadas pela ventilação mecânica, como aumento
na produção do muco traqueobrônquico e diminuição da eliminação espontânea e alterações hidroeletrolíticas, que levam a
edema e sobrecarga do sistema circulatório.
Há que se ter em mente que os circuitos ventilatórios ainda podem
acumular água, sendo um ambiente propício à
colonização/multiplicação bacteriana. Soma-se a isso o rebaixamento
de consciência necessário ao uso da ventilação mecânica, e
completamos uma equação cujo resultado não é favorável. A
utilização de ventilação mecânica exige atenção redobrada, assim
como o processamento dos circuitos ventilatórios.
Segundo a ANVISA, as pneumonias hospitalares associadas à ventilação mecânicapodem ser divididas em dois subgrupos,
cujo separador é o tempo decorrente entre a intubação e a manifestação dos primeiros sintomas.
Pacientes que desenvolvem a pneumonia até 72 horas após a intubação em geral sofreram aspiração dos micróbios da própria
faringe, e a colonização pulmonar ocorre, na maior parte dos casos, por Streptococcus pneumoniae, Haemophilus in�uenzae ou
Staphylococcus aureus sensível a oxacilina, germes em geral com baixa resistência microbiana.
Após esse período, a pneumonia normalmente se relaciona a colonizações secundárias e germes resistentes (destacando-se o
Staphylococcus aureus resistente a oxacilina), as enterobactérias e os bacilos gram-negativos não fermentadores (destacando-
se a Pseudomonas aeruginosa e o Acinetobacter spp).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
As alterações encontradas, em geral, são a da saturação de oxigênio e
aumento na produção de muco na vigência ou não de febre. Lembre-se de
que, devido à ventilação mecânica e rebaixamento da consciência, o padrão
ventilatório seguirá o estipulado nos parâmetros do aparelho, não sendo
uma medida con�ável, e, devido à sedação e intubação, o paciente não é
capaz de referir dor. Os exames laboratoriais e de imagem também estarão
alterados.
Infecções de sítio cirúrgico
 Procedimento cirúrgico (Fonte: MAD.vertise / Shutterstock).
As infecções de sítio cirúrgico (ISC) representam outro montante volumoso das infecções hospitalares, representando cerca de
15% de todas as infecções. Desse montante, mais da metade poderia ter sido evitada. Podem ser diagnosticadas até 30 dias
após procedimentos cirúrgicos que não utilizam implantes e até 90 dias da data da cirurgia se utilizarem. Se você se recorda de
disciplinas e aulas anteriores, deve ter achado este número estranho. Mas está correto. Atualmente, preconiza-se a vigilância
constante das cirurgias nos primeiros 30 dias se não houver utilização de implantes/próteses ou 90 dias caso haja.
As ISC podem ser classi�cadas de acordo com a profundidade do alcance da infecção em:
Super�cial - acomete somente a incisão cirúrgica e o tecido subcutâneo sem adentrar os tecidos mais profundos e um
exemplo clássico é a deiscência das suturas;
Profunda - atinge as camadas basais da derme, fáscia e mesmo músculos, e um exemplo típico é miofasceíte;
De cavidade - atinge órgãos ou cavidades manipuladas durante a cirurgia, podendo não atingir camadas mais super�ciais.
A classi�cação obedece a ordem do mais grave. Por exemplo, uma
deiscência de sutura com infecção da parede muscular, classi�ca-se como
ISC profunda.
Para a prevenção das ISC, temos que ter em mente outro conceito importante: o de classi�cação do potencial de
contaminação das cirurgias. Você se recorda desses conceitos? Eles levam em consideração a colonização do tecido e a
ocorrência ou não de falhas técnicas no procedimento cirúrgico, classi�cando as cirurgias em:
Limpa, quando não há microrganismos no tecido a ser operado;
Potencialmente contaminada, quando há microrganismos mas não infecção;
Contaminada, quando há microrganismos não comuns à �ora local no sítio cirúrgico e há indícios de processo infeccioso;
Infectada, quando há ocorrência de processo infeccioso intenso, com ou sem formação de pus ou necrose locais.
A ocorrência de falhas técnicas leva o procedimento para o patamar de potencialmente contaminado, ou, se a falha for grande,
para contaminado.
Como existe uma grande diversidade de procedimentos cirúrgicos e
técnicas, é muito difícil se estabelecer um padrão esperado de
microrganismos. Assim, para que o diagnóstico do micróbio seja
adequado, é necessário que se conheça a �ora do hospital ou clínica
de assistência à saúde, além de conhecimentos básicos sobre os
germes comuns em cada tecido humano, para que as adequadas
correlações sejam feitas e os tratamentos sejam certeiros.
Infecções relacionadas a cateteres intravenosos
Uma das piores infecções possíveis advindas do uso de cateteres intravenosos é a infecção primária de corrente sanguínea.
Essas infecções constituem uma parte muito importante do trabalho de vigilância das CCIRAS no Brasil, visto que acarretam
uma mortalidade de quase 40% na vigência da infecção e a maior parte dos micróbios associados a elas são multirresistentes,
isto é, não são afetados por pelo menos 3 classes de antibióticos, sendo muito difícil controlar a infecção.
 Bactéria causadora da pneumonia (Fonte: Daria Serdtseva / Shutterstock).
Os dados brasileiros relativos ao aumento dos custos hospitalares devido às infecções de corrente sanguínea ainda são bem
escassos, mas nos Estados Unidos, a estimativa é de que os gastos para controle dessa infecção possam chegar a 40 mil
dólares por pessoa infectada. Sabendo que essas infecções derivam da utilização de dispositivos intravenosos, também é fácil
entender que também são as que possuem maior potencial de prevenção.
Quanto à sintomatologia e sinais deste tipo de infecção, podemos observar a infecção com curso subclínico, sem outros sinais
e/ou sintomas associados, ou a ocorrência de febre, tremores, oligúria e hipotensão. Pode ocorrer ainda quadro de bacteremia,
que se caracteriza por febre, aumento na frequência cardíaca, tremores, queda na pressão arterial, associados ou não a
sintomas gastrointestinais (como dor abdominal, enjoo, vômito e diarreia) e aumento da frequência respiratória.
Atenção
Se junto aos sintomas de bacteremia houver alterações do nível de consciência, pode-se iniciar as suspeitas de quadros de
choque séptico.
É muito importante falarmos que, quando se trata de infecções primárias de corrente sanguínea, os micróbios envolvidos não
podem estar relacionados a outras infecções e, em geral, são microrganismos comuns da pele, como difteroides, bacilos,
Propionibacterium spp., esta�lococos coagulase negativa ou micrococos.
Outra manifestação das infecções relacionadas ao uso de cateteres
intravenosos muito comum no ambiente de cuidado em saúde é a
�ebite e decorre do uso de cateteres periféricos. Podem se manifestar
de forma bastante simples, provocando reações locais como
endurecimento do vaso, vermelhidão, dor e tumefação local, ou de
forma mais grave, com a formação de abcessos e infecção de todo o
tecido local, podendo culminar, inclusive, em necrose tecidual local.
Também temos as infecções relacionadas ao uso de cateteres intravenosos centrais, que podem se manifestar tanto com
reações locais (�ebites) como com reações sistêmicas (infecções primárias de corrente sanguínea). O diagnóstico diferencial
de infecções primárias de corrente sanguínea e de infecções de acesso intravenoso central é muito importante.
Ressaltamos que os cateteres não são inertes e que na vigência do seu uso
o organismo produz reações locais, podendo chegar a processos
in�amatórios. Além disso, eles também criam uma porta de entrada para
microrganismos ao romper barreiras naturais de proteção.
Apesar de o uso de dispositivos intravenosos ser indispensável na prática de saúde atual, temos que atentar para todos os
fatores inerentes a esse processo e à antissepsia da pele ao fazer a inserção deles, prezando por boas técnicas e boas práticas,
inclusive de trocas de acesso, curativos e equipamentos utilizados.
Agora que já absorvemos uma
boa parte dos conteúdos
básicos, você consegue
identi�car grupos que são
possivelmente mais
vulneráveis a infecções?
Estão potencialmente mais
propensos a infecções todas as
pessoas que:
Tenham doenças crônicas;
Estados de
imunossupressão;
Imaturidade imunológica;
Desequilíbrios nutricionais
ou hídricos;
Falhas nas barreiras
naturais.
 
 
 
Assim, entram nesse grupo:
Idosos;
Pessoas desnutridas;
Pessoas desidratadas;
Hipertensos e diabéticos
descompensados;
Pacientes com
insu�ciência renal crônica
– compensada ou não;
Queimados;
Imunodeprimidos;
Recém-nascidos;
Pacientes com internação
prolongada;
Os que estão em uso de
sondas alimentares... e
muitos outros.
Seráque as instituições de saúde têm muitos ou poucos pacientes
nessas condições? São muitos, não é? E isso nos faz acreditar que o
papel de �scalização da CCIRAS é constante, e sua importância,
máxima! Vamos falar um pouco do papel da CCIRAS e da resistência
microbiana?
A escolha dos antimicrobianos e o papel da CCIRAS
Pelo que vimos até aqui, acredito que você já percebeu a importância do papel da CCIRAS dentro das instituições de saúde. Um
dos itens mais importantes pelos quais responde a CCIRAS é a descrição do per�l microbiano das instituições, o que inclui o
estudo sobre a resistência dos germes aos antibióticos. Esse per�l é traçado por meio do acompanhamento dos quadros
infecciosos, estudos de culturas e realização de antibiogramas. Isso é importante porque consegue delimitar qual a �ora mais
comum nas infecções e qual a susceptibilidade dos germes aos antibióticos disponíveis, diminuindo a chance de formação das
superbactérias.
Além disso, a CCIRAS também tem como função o estabelecimento de normas e diretrizes para o cuidado como:
1
O tipo de cateteres a serem utilizados.
2
A técnica de assepsia correta.
3
Orientações sobre cuidados básicos com aspiração de
pacientes em intubação orotraqueal.
4
Possibilitam migração ascendente de micróbios
Procedimentos a serem realizados na troca de curativos
limpos de inserção de cateteres.
5
Promoção da educação continuada e permanente referente a
esses processos.
Outra função importante é a criação de protocolos de uso de agentes
antimicrobianos, com indicação de doses e tempo de uso a partir de
topogra�as, que levam em consideração todo o per�l microbiano da
instituição.
O papel das CCIRAS é um dos elos mais fortes na interrupção da formação das superbactérias, multirresistentes. Elas se
formam, ou são selecionadas, a partir do uso indevido de antimicrobianos. Isso inclui utilizar o agente errado, pelo tempo
errado ou de maneira errada.
Exemplo
Vírus são causadores de gripes, e é comum a utilização de agentes bactericidas na tentativa de cura das infecções virais. Isso,
além de não curar o processo de infecção viral, vai selecionar bactérias comuns da �ora natural que sejam resistentes à
medicação, já que as bactérias sensíveis serão extintas. Assim, diante da primeira possibilidade, essa �ora mais resistente vai
se manifestar e não será afetada pelo antimicrobiano que foi previamente utilizado. Outro erro muito comum é a utilização das
penicilinas nos quadros gripais intensos.
Esse mesmo processo de seleção de bactérias resistentes ocorre quando não se utilizam os antimicrobianos pelo tempo
adequado, quando os utilizam em doses mais baixas do que as necessárias ou mesmo quando não se respeita o intervalo
entre as doses, auxiliando as bactérias a evoluírem e criarem mutações que levam à resistência. Apesar desse problema ser
mais frequente com antibióticos, ele também afeta antivirais, antifúngicos e antiparasitários.
Bactérias que são resistentes a mais do que três classes de antibióticos são
chamadas de multirresistentes. As superbactérias, em geral, são resistentes
a uma das classes de antibióticos mais fortes existente: os
carbapenêmicos. Vale relembrar que desde 1987 não se descobre uma nova
classe de antibióticos e que apesar de estudos de 2015 estarem testando
uma nova classe, ela ainda não está apta ao uso em humanos. Portanto,
tudo o que se conhece de antibióticos veio do intervalo entre a descobertas
da Arsfenamina (1909) e da Daptomicina (1987).
Observe o modo de ação das classes de antibióticos na �gura que segue:
 Fonte: https://bit.ly/2QTJdyS <https://bit.ly/2QTJdyS>
Eles podem interferir na estrutura da parede celular das bactérias, da membrana celular, na síntese proteica, na síntese de
purinas ou do ácido fólico, ou na estrutura da �ta DNA bacteriana. Assim, como os sítios de ação são muito especí�cos,
qualquer mínima alteração nestas estruturas já impede a ação dos antimicrobianos e assim as superbactérias vão se
formando.
Atenção
A segurança do paciente e a qualidade do cuidado são relacionadas diretamente às taxas de infecção, as quais são controladas
através de indicadores.
https://bit.ly/2QTJdyS
Atividades
1. M.J.T., 43 anos, passou por uma cirurgia de laparotomia exploradora devido massa abdominal a esclarecer. Teve alta com 5
dias de pós-operatório e na busca ativa no 7º dia foi detectado que estava com muita dor abdominal, incompatível com o
quadro esperado. Reinternou e nos exames de imagem foi detectado infecção de alça intestinal. O achado sugere:
a) Infecção comunitária.
b) Virose.
c) Infecção de parede abdominal.
d) Infecção de sítio cirúrgico profunda.
e) Nenhuma das anteriores.
2. Ajudam a fazer a seleção de microrganismos resistentes a antimicrobianos as alternativas abaixo, exceto:
a) Ausência de protocolos de antimicrobianos.
b) Uso hospitalar intravenoso de antimicrobianos.
c) Uso indevido de antimicrobianos.
d) Interrupção do uso de antimicrobianos antes do tempo.
e) Dispensa de antibiogramas.
3. Sobre as infecções de trato respiratório, assinale a correta:
a) Os microrganismos são sempre multirresistentes.
b) O uso de ventilação mecânica não é associado a esse tipo de infecção.
c) Serão observadas as mudanças no padrão respiratório em todos os casos.
d) A contaminação é sempre decorrente da flora do próprio paciente.
e) Nenhuma das anteriores.
4. Dentre as medidas abaixo, a que não contribui diretamente para a prevenção de infecções é:
a) Higienização adequada das mãos.
b) Confecção de protocolos técnicos.
c) Controle dos processos.
d) Controle rotineiro da sensibilidade dos micróbios.
e) Fiscalização ativa do uso de antibióticos.
5. A infecção mais comum no ambiente de cuidado à saúde é:
a) Trato urinário.
b) Corrente sanguínea.
c) Flebite.
d) Sítio cirúrgico.
e) Trato respiratório.
Notas
Referências
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de referência técnica para a higiene das mãos. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, 2015. 35p. Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/manual-
de-referencia-tecnica-para-a-higiene-das-maos
<https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/manual-de-referencia-tecnica-para-a-higiene-
das-maos> . Acesso em: 29 abr. 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nota Técnica n.1 de 24 de fevereiro de 2014. Vigilância e monitoramento das infecções
relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e resistência microbiana (RM) em serviços de saúde. Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. 2014. 14p. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+t%C3%A9cnica+n%C2%BA+01+de+2014/d8a1b82e-1eb7-4c10-
badd-64e7b64b82e2
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+t%C3%A9cnica+n%C2%BA+01+de+2014/d8a1b82e-1eb7-4c10-
badd-64e7b64b82e2> . Acesso em: 29 abr. 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pediatria - prevenção e controle de infecção hospitalar. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. 2006. 116p. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?
p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=271959&_101_type=document
<http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?
p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=271959&_101_type=document>
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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 2616 de 12 de maio de 1998. Expede na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes
e normas para prevenção e o controle das infecções hospitalares e revoga a Portaria nº 930, de 27/08/92. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html> . Acesso em: 29 abr. 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma regulamentadora 32. Dispõesobre segurança e saúde no trabalho em serviços de
saúde. Disponível em: http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf
<http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf> . Acesso em: 29 abr. 2019.
OLIVEIRA, H. M.; SILVA, C. P. R.; LACERDA, R. A. Políticas de controle e prevenção de infecções relacionadas à assistência à
saúde no Brasil: análise conceitual. In: Rev. Esc. Enferm. v. 50, n. 3, p. 505-511. São Paulo: USP, 2016. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016000300505&lng=en&nrm=iso
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016000300505&lng=en&nrm=iso> . Acesso em 29 abr.
2019.
SECRETARIA DE SAÚDE DE SÃO PAULO. Manual de orientações e critérios diagnósticos. Centro de Vigilância Sanitária, 2019.
13p. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-
vigilancia/infeccao-hospitalar/2019/de�nicoeseconceitos.pdf <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
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TORTORA, G. J. (Org). Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 936p.
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/manual-de-referencia-tecnica-para-a-higiene-das-maos
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+t%C3%A9cnica+n%C2%BA+01+de+2014/d8a1b82e-1eb7-4c10-badd-64e7b64b82e2
http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=271959&_101_type=document
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html
http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016000300505&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342016000300505&lng=en&nrm=iso
Próxima aula
Biossegurança e as precauções padrão e especí�cas;
Normas mínimas em isolamentos;
EPIs.
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Vamos aprender mais sobre os antimicrobianos?
• No site da Anvisa você consegue rever conceitos básicos, mecanismos de ação, classes e recomendações seguindo o padrão
internacional proposto pela Organização Mundial da Saúde. Acesse:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/conceitos.htm
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/conceitos.htm>
Que tal descobrir mais sobre as superbactérias e tentativas de controle?
• Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos – Ação da ANVISA de acordo com o preconizado pela OMS;
http://portal.anvisa.gov.br/antibioticos <http://portal.anvisa.gov.br/antibioticos>
• A nova classe de antimicrobianos em forma de notícia de jornal (ano 2015);
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/01/1572025-pela-1-vez-desde-87-grupo-descobre-nova-classe-de-
antibioticos.shtml <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/01/1572025-pela-1-vez-desde-87-grupo-descobre-
nova-classe-de-antibioticos.shtml>
• Programa Nacional de Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde.
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3074175/PNPCIRAS+2016-2020/f3eb5d51-616c-49fa-8003-0dcb8604e7d9
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3074175/PNPCIRAS+2016-2020/f3eb5d51-616c-49fa-8003-0dcb8604e7d9>
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/conceitos.htm
http://portal.anvisa.gov.br/antibioticos
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2015/01/1572025-pela-1-vez-desde-87-grupo-descobre-nova-classe-de-antibioticos.shtml
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3074175/PNPCIRAS+2016-2020/f3eb5d51-616c-49fa-8003-0dcb8604e7d9

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