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0 IRAS- Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde Prof. Natale Souza 1 Infecção relacionada à assistência à saúde - IRAS 2 Sumário 1. Introdução ...................................................................................................................... 4 2. Infecção Hospitalar ou Infecção Relacionada à Assistência à Saúde - IRAS ........................ 5 2.1 Relevância do tema Infecção Relacionada à assistência à saúde na atualidade ................................. 5 2.2 Programa de controle de Infecção Hospitalar - PCIH .................................................................................... 6 2.3 Comissão de Controle de infecção hospitalar ........................................................................................... 7 3. CCIH em hospitais com paciente crítico ......................................................................... 11 4. Consórcios de CCIH .................................................................................................... 12 5. Competências da CCIH ............................................................................................... 13 6. Infecção Comunitária ................................................................................................ 18 7. Infecção Hospitalar (IH) ............................................................................................. 19 7.1 Diagnóstico das infecções hospitalares ............................................................................................................ 25 8. Classificação das Cirurgias ............................................................................................. 25 7.2 Causas da Infecção Hospitalar .............................................................................................................................. 31 9. Cadeia Epidemiológica .............................................................................................. 31 10. Aspectos fisiológicos de proteção contra infecção ....................................................... 37 11. Infecções relacionada á saúde mais comuns ................................................................ 39 11.1 Principais fatores de risco de infecções hospitalares .............................................................................. 40 12. Resistência a antibióticos ............................................................................................ 43 12.1 Mecanismo de ação dos antibióticos ............................................................................................................... 43 12.2 Bactérias multirresistentes ................................................................................................................................. 43 13. Nota técnica da ANVISA 01/2013 medidas de prevenção e controle de infecções por enterobactérias multirresistentes ..................................................................................... 48 13.1 Medidas específicas de prevenção e controle ............................................................................................. 49 13.2 Tratamento de Infecção por Enterobactérias Multirresistentes ......................................................... 50 13.3 Coleta e Transporte Swab Retal ........................................................................................................................ 50 13.4 Transporte da amostra ao laboratório ........................................................................................................... 51 14. Breve histórico sobre bactérias e antibióticos .............................................................. 54 14.1 Estrutura Geral das Bactérias ............................................................................................................................ 56 14.2 Desenvolvimento de resistência pelas bactérias ....................................................................................... 56 15.Conceituo de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares ............................... 59 15. 1 Indicadores de uso de antimicrobianos ........................................................................................................ 61 16. Relatórios e Notificações ............................................................................................. 61 15.2 Indicadores Epidemiológicos ............................................................................................................................. 63 17. Investigação Epidemiológica ....................................................................................... 64 18. Higienização das Mãos ................................................................................................ 65 18.1 Lavagem das Mãos X Segurança do Paciente ............................................................................................... 66 18.2 Higiene das Mãos com Álcool 70% .................................................................................................................. 67 3 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS ........................................................................................ 76 GABARITO ........................................................................................................................ 94 4 1. Introdução Olá Pessoal, Como estão os estudos? Continue firme rumo a sua aprovação. Hoje nosso tema será Controle de Infecção Hospitalar. Atualmente esse termo mudou para INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS), que reflete melhor o risco de aquisição dessas infecções. Nessa aula vamos entender essa temática por meio de estudos dos aspectos legais, formas de prevenção e controle das IRAS. Vamos nessa? LEGISLAÇÃO APLICADA 1. Lei Federal nº 9.431 de 1997 Instituiu a obrigatoriedade da existência da CCIH e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) 2. Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998 Institui as diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares e o Programa de Controle de Infecção Hospitalar 3. Manual de Critérios Diagnósticos de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde- (IRAS) ANVISA 2013. 4. Caderno Básico de Controle de Infecção Hospitalar – ANVISA 2000. 5. Cartilha Higienização das Mãos – ANVISA. 6. Nota técnica ANVISA 01/2013 (KPC). 5 7. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. ANVISA 2017 2. Infecção Hospitalar ou Infecção Relacionada à Assistência à Saúde - IRAS É a infecção adquirida durante a hospitalização e que NÃO estava presente ou em período de incubação por ocasião da admissão do paciente. Importância das IRAS: I. São responsáveis por aumento de custos, do tempo de internação e da morbimortalidade; II. Indicadores de IRAS podem ser utilizados como medida de qualidade da assistência; III. Segurança do paciente. Para estudarmos a Comissão de Controle de Infecção hospitalar- CCIH, analisaremos a Portaria GM/MS 2616/1998, que ainda usa a terminologia “infecção Hospitalar”. 2.1 Relevância do tema Infecção Relacionada à assistência à saúde na atualidade Em 1998 o Ministério da Saúde emitiu a Portaria 2.616, que institui as diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares e o Programa de Controle de Infecção Hospitalar. Essa portaria é bastante cobrada em provas e nessa aula vamos detalhar essa portaria. 6 1. (AOCP2015) Qual é a Portaria do Ministério da Saúde que dispõe sobre a normatização do Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH)? a) Portaria nº 2.616, de12 de maio de 1998. b) Portaria nº 2.615, de 01 de maio de 1998. c) Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 2000. d) Portaria nº 3.088, de 23 de janeiro de 2011. Gabarito: Letra A No ano de 2012, foi instituída a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (CNCIRAS) por meio da Portaria 158 (Anvisa, 2012), com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS). Em abril de 2013 foi publicada a Portaria MS/GM nº 529 que institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) o qual contempla no seu escopo as IRAS (Brasil, 2013). Posteriormente, em julho do mesmo ano foi publicada a RDC /Anvisa nº 36 que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde dentre as quais aquelas voltadas para a prevenção e controle das IRAS (Anvisa, 2013). Em 2017 a ANVISA lançou o Manual Medidas de prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). 2.2 Programa de controle de Infecção Hospitalar - PCIH Foi instituído pela Portaria 2616/1998. Esse Programa de controle de Infecção Hospitalar é um conjunto de ações que objetivam a redução da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 7 Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir CCIH, órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de IH. Atenção! Essa comissão é ligada a direção do hospital. Deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. Todos os membros da CCIH serão de nível superior. 2.3 Comissão de Controle de infecção hospitalar Os membros são consultores e executores. membros consultores membros executores CCIH 8 a) Membros Consultores Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: • Serviço médico; • Serviço de enfermagem; • Serviço de farmácia; • Laboratório de microbiologia; • Administração. b) Os membros executores Composição: No mínimo, 2 técnicos de nível superior para 200 leitos. Carga horaria: 6 horas para enfermeiro e 4 horas para os demais profissionais. Obs.: Um dos membros executores deve ser preferencialmente enfermeiro. A CH diária dos membros executores é calculada com base do número de leitos. Nos hospitais com leitos para pacientes críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. São pacientes críticos: I. Pacientes de terapia intensiva; II. Pacientes de berçário de alto risco; III. Pacientes queimados; IV. Pacientes submetidos a transplantes de órgãos; V. Pacientes hemato-oncológicos; VI. Pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida. Veja como caiu na prova! 9 2. (AOCP EBSERH 2015) Para a adequada execução do Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar. Em relação à sua composição, é correto afirmar que: a) a CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível médio ou superior, formalmente designados. b) o presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um de seus membros, indicado pela direção do hospital. c) os membros consultores serão representantes dos seguintes serviços: serviço médico, serviço de enfermagem, serviço de limpeza e serviço de farmácia. d) os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 100 (cem) leitos ou fração deste número. e) nessa condição, a carga horária diária mínima é de 8 (oito) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. Comentário: Letra B Letra A. errada. A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. Letra C. Errada. Os membros consultores serão representados pelos serviços: médicos, enfermagem, farmácia, microbiologia e da administração. Letra D. Errada. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos da área da saúde ou de nível superior para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número. Sendo que um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. Letra E. Errada. Carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. 3. (CESPE TCEPA 2016) Acerca do controle de infecção hospitalar, julgue o item a seguir. 10 A comissão de controle de infecção hospitalar deve ser integrada por diferentes profissionais da área de saúde, incluindo enfermeiros e técnicos de enfermagem de nível médio de escolaridade. Comentário: Errada. 2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. 2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. 2.3 Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: 2.3.1 - serviço médico; 2.3 2 - serviço de enfermagem; 2.3.3 - serviço de farmácia; 2.3.4 - laboratório de microbiologia; 2.3.5 - administração. 4. (IBFC 2016) O Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Sobre este assunto, analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. ( ) Para a adequada execução do PCIH os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar. ( ) Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e, portanto, são encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar. ( ) Os membros executores serão, no mínimo, 4 (quatro) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o técnico de enfermagem e 4 (quatro) horas para médicos e enfermeiros. ( ) Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um técnico de enfermagem. a) V,F,V,F 11 b) V,V,V,V c) F,F,V,V d) V,V,F,F e) F,V,F,V Comentário: Letra D. Item III. Errada. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. Item IV. Errada. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. 3. CCIH em hospitais com paciente crítico Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração; Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos: • Pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal); • Pacientes de berçário de alto risco; • Pacientes queimados; • Pacientes submetidos a transplantes de órgãos; • Pacientes hemato-oncológicos; • Pacientes com síndrome da imunodeficiênica adquirida. Veja como isso está o prova: 12 5. (UNIRIO 2012 Enfermeiro) Para cumprimento da portaria 2616 da ANVISA sobre o controle de infecções hospitalares, nos hospitais comleitos destinados a paciente críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração. Para fins desta Portaria, o conceito INADEQUADO para pacientes críticos é a) queimados. b) recém-natos em alojamento conjunto. c) de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal). d) submetidos a transplantes de órgãos. e) hemato-oncológicos. Comentário: letra B. Vamos revisar e relembrar esse conceito de paciente crítico? Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos: Pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal); Pacientes de berçário de alto risco; Pacientes queimados; Pacientes submetidos a transplantes de órgãos; Pacientes hemato-oncológicos; Pacientes com síndrome da imunodeficiênica adquirida. 4. Consórcios de CCIH Os hospitais poderão consorciar-se no sentido da utilização recíproca de recursos técnicos, materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção do PCIH. Os membros executores, no consórcio, devem atender aos números mínimos. 13 5. Competências da CCIH A CCIH do hospital deverá: 1. elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações relativas a: 1.1. implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares, de acordo com o Anexo III; 1.2. adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnicooperacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares; 3.1.3. capacitação do quadro de funcionário e profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções hospitalares; 1.4. uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares; 2. avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros executores da CCIH; 3. realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle; 4. elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar; 5. elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnicooperacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento; 6. adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnicooperacionais, visando à prevenção e ao tratamento das infecções hospitalares; 7. definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição; 14 8. cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares; 9. elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; 10. cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente, as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes; 11. notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva; 12. notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização e/ou produtos industrializados. Resumo das competências da CCIH 1. Elaborar programa de controle de IH adequado à instituição; 2. Implantação sistema de VE das IH; 3. Prevenção e controle das IH; 4. Capacitação dos profissionais da instituição para prevenção e controle das IH; 5. Uso racional de antimicrobianos e materiais médico-hospitalares; 6. Avaliar as informações providas pelo Sistema de VE das IH; 7. Investigar casos, surtos e implantar medidas imediatas de controle; 8. Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia, política de uso de antimicrobianos e germicidas; 10. Notificar a gestão do SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob VE e VS. Vamos praticar? 6. (VUNESP HCFMUSP 2015) É competência da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH): 15 a) ampliar o uso antimicrobiano em todas as áreas do hospital, inclusive nas áreas administrativas. b) utilizar métodos de imersão na esterilização líquida de artigos médico-hospitalares usados em cirurgias invasivas. c) responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais da saúde. d) adequar, implementar e supervisionar as normas e rotinas técnico-operacionais da equipe da saúde, sobre infecção hospitalar. e) implantar o Sistema de atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Comentário: Letra D. Letra A. O uso de antimicrobiano deve ser restringido para evitar multiressistência. Letra B. Não é a CCIH que processa artigos hospitalares e sim a Central de Material Esterilização- CME. A Portaria 2616/1998 delega ao Ministério da Saúde por meio da SVS determinar normas sobre antissépticos, desinfetantes e esterilizantes. Sabemos que em 1999 a ANVISA foi criada e essa competência hoje é atribuída à ANVISA que emitiu em 2012 a RDC 15 com essas recomendações. Letra C. A CCIH vai cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares; Dessa forma a CCIH vai colaborar ou fazer o treinamento mas apenas com relação ao controle de infecção hospitalar. Letra E. Quem criou a ANVISA foi uma Lei Federal 9.782/1999 para regulamentar o setor saúde com objetivo de redução de riscos à saúde da população. 7. (AOCP EBSERH 2015) Duas enfermeiras recém-formadas são contratadas por uma instituição hospitalar para atuar junto ao controle de infecção. Como membros da CCIH, deverão cumprir várias funções relacionadas à minimização dos riscos de infecção. Referente a essas funções, assinale a alternativa correta. a) Implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares e Comunitárias. 16 b) Adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares. c) Realização de investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado ou rotineiramente a cada seis meses e implantação de medidas imediatas de controle. d) Definição de política de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico- hospitalares para a instituição e, posteriormente, comunicação à Comissão de Farmácia e Terapêutica. e) Aprovação e imposição de respeito ao regimento interno da CCIH. Comentário: letra B. Letra A. Errada. Apenas da IH, observe: 3.1.1. implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares. Letra C. Errada. 3.3. realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle; Letra D. Errada. Essa competência é feita em cooperação com a Comissão de Farmáciae não comunicado posteriormente. 3.7. definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição; Letra E. Errada. 3.9. elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; De quem é a competência de criar a CCIH? Vamos aprender? Caberá à autoridade máxima de instituição: 1. constituir formalmente a CCIH; 2. nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio; 3. propiciar a infraestrutura necessária à correta operacionalização da CCIH; 17 4. aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH; 5. garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de política da instituição, como, por exemplo, os conselhos técnicos, independente da natureza da entidade mantenedora da instituição de saúde; 6. garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, Estadual/Distrital de Controle de Infecção Hospitalar; 7. Informar o órgão oficial municipal ou estadual quanto à composição da CCIH, e às alterações que venham a ocorrer; 8. fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar. Obrigatoriedade de criar a CCIH A Lei Federal n° 6.431, de 06 de janeiro de 1997, instituiu a obrigatoriedade da existência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), sendo esse um conjunto de ações a serem desenvolvidas com o objetivo de reduzir ao máximo a incidência e a gravidade das infecções. Em 12 de maio de 1998, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n° 2.616, regulamentando a criação das CCIH. Essa Portaria define critérios para organização das CCIH, bem como para o diagnóstico das infecções hospitalares, orientações sobre a vigilância das infecções hospitalares, recomendações sobre a higiene das mãos e outros temas como: o uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia. Ainda, segundo o Artigo 6° dessa mesma portaria, o regulamento deve ser adotado em todo o território nacional pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito público e privado, envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde. Obrigatoriedade de criar a CCIH: Lei Federal n° 6.431/ 1997 + Portaria 2616/1998. 18 Agora vamos abordar o anexo II da referida portaria com relação aos conceitos em infecções hospitalares e infecção comunitária, fique ligado nessa diferença que é bastante cobrada em provas. 6. Infecção Comunitária Constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, NÃO relacionada com internação anterior no mesmo hospital. • Infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, exceto se troca de microrganismos; • A infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada (ex: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS); • As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior e 24h. 8. (Prefeitura do RJ 2016) A infecção constatada ou em incubação no ato da admissão, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital, é denominada: a) hospitalar b) cruzada é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microorganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção; a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 Infecção comunitária 19 c) reversa d) comunitária Comentário: Letra D. Esse é o conceito de infecção comunitária usado pela nossa Portaria 2616/2016: 1.1. Infecção comunitária (IC): 1.1.1. é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 9. (CESPE DEPEN 2013) Julgue os itens seguintes, acerca do controle da infecção hospitalar. A infecção comunitária é aquela constatada ou encubada no ato da admissão, desde que não esteja relacionada com internação anterior no mesmo hospital. Comentário: Certo, esse é simplesmente o conceito da infecção comunitária. 7. Infecção Hospitalar (IH) É aquela adquirida APÓS a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Outros critérios para diagnóstico de infecção hospitalar 1. Quando, na mesma topografia em foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar; 20 2. Quando se desconhecer o período de incubação do microorganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão; Lembre-se de que o Período de incubação: é o intervalo de tempo que transcorre entre a exposição a um agente infeccioso e o surgimento do primeiro sinal ou sintoma da doença. 3. São também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos, realizados durante este período; 4. As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas; adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando relacionada com a internação ou procedimentos Na mesma topografia com IC → isolar um germe diferente + agravamento das condições clínicas; As infecções de recém-nascidos exceto se associadas com bolsa rota superior a 24 ou infecção transplacentária. Manifestação clínica > 72h após admissão → Desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica de infecção no momento da internação; Infecção Hospitalar 21 10. (IDECAN2014) Infecção Hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Convenciona-se IH toda manifestação clínica de infecção que se apresentar: a) 2 dias após a admissão. b) logo após a internação. c) 12 horas após a admissão. d) 24 horas após a admissão. e) 72 horas após a admissão. Comentário: Letra E. De acordo com a Portaria nº 2.616/98 do MS, quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 horas após a admissão. Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de IH do hospital de origem. 11. (CESPE UNIPAMPA 2013) Com relação aos conceitos e critérios diagnósticos das infecções hospitalares, julgue os itens abaixo. Paciente proveniente de um hospital que se interna com infecção em outro hospital é considerado portador de infecção comunitária de ambos os hospitais. Comentário: Errado. Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem. Nestes casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipale/ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele hospital. 22 12. (CESPE TRT 10ª região2013) Julgue os itens subsecutivos, referentes a infecções hospitalares. A infecção adquirida por via transplacentária e que se torna evidente no recém-nascido logo após o nascimento é considerada infecção comunitária. Comentário: Certo. Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (ex: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS). Adicionalmente, são também consideradas comunitárias todas as infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 horas. 13. (DEPEN CESPE 2013) Julgue o item seguinte, acerca do controle da infecção hospitalar. A infecção hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente no hospital, manifestando-se apenas durante a internação. Comentário: Errado. Pois pode se manifestar após a alta, inclusive quando há colocação de próteses será considerado infecção hospitalar até 1 ano após a cirurgia. Segue um fluxograma bem interessante para classificação de infecção hospitalar e infecção comunitária: 23 14. (AOCP IBC 2013) É considerada Infecção Hospitalar a) aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente e não relacionada com internação anterior no mesmo hospital b) a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento c) as infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas. 24 d) associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão a menos que haja troca de microorganismos com sinais fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção. e) adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com internação/procedimentos hospitalares. Comentário: letra E. Todas as demais são infecções comunitárias. 15. (VUNESP 2015) Conforme a Portaria n° 2.616/1998, é correto afirmar, sobre infecção hospitalar, que a) quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada uma infecção comunitária, for isolado um micro-organismo diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso não deverá ser considerado como infecção hospitalar. b) as infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e daquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas. c) os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital atual. d) não são convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos realizados durante este período. e) as infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e daquelas associadas à bolsa rota inferior a 24 horas. Comentário: Letra B. Letra A Errada, quando isolado microrganismos diferente e agravamento do quadro é considerado Infecção hospitalar. Letra C. Errado. É considerado infecção do hospital anterior. Letra D. Errada, se estiver relacionada com procedimentos, mesmo antes das 72h de admissão, será considerado infecção hospitalar. Letra E. Errada. A infecção em RN será hospitalar quando a bolsa rota for superior a 24h. 25 7.1 Diagnóstico das infecções hospitalares O diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de: 1. Evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; 2. Resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados. 3. Evidências de estudos com métodos de imagem; 4. Endoscopia; 5. Biópsia e outros. A Portaria 2616/1998 também nos mostra o conceito da classificação das cirurgias por potencial de contaminação, vamos conhecer? 8. Classificação das Cirurgias a) Cirurgias limpas São aquelas realizadas em TECIDOS ESTÉREIS OU PASSÍVEIS DE DESCONTAMINAÇÃO, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestivos, respiratório ou urinário. 26 b) Cirurgias potencialmente contaminadas São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana POUCO NUMEROSA ou em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivos, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. c) Cirurgias potencialmente contaminadas São aquelas realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, colonizados por flora bacteriana ABUNDANTE, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Na presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de 27 segunda intenção, ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se incluem nesta categoria. d) Cirurgias Infectadas São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico. Essa classificação é bastante cobrada nas provas, vamos praticar? 16.(CESPE 2015 TJDFT) Acerca do controle de infecção hospitalar, julgue o item seguinte. Cirurgias infectadas são aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante — cuja descontaminação seja difícil ou impossível de ser realizada — e também as marcadas por falhas técnicas grosseiras. Comentário: Errado. Essa é a classificação de cirurgia contaminada 17. (AOCP EBSERH 2016) Assinale a alternativa que contemple a caracterização de gastrosplastia, segundo a classificação de feridas e quanto ao conteúdo microbiano. a) Contaminada b) Potencialmente contaminada 28 c) Infectada d) Limpa e) Asséptica Comentário: Letra B Pelo fato de ser uma cirurgia no trato gastrointestinal ela já é considerada potencialmente contaminada. Revisando o conceito! Potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos tratos digestório, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Exemplo: redução de fratura exposta; 18. (CESGRANRIO UNIRIO 2016) As cirurgias são classificadas segundo o seu potencial de risco de contaminação. Associe o potencial de contaminação das cirurgias com as respectivas características. I - Cirurgia contaminada II - Cirurgia potencialmente contaminada III - Cirurgia infectada P - Realizada em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infecioso e inflamatório local. Q - Realizada em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração total), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas de origem suja. R - Realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por flora bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível. S - Realizada em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou de tecido de difícil descontaminação. As associações corretas são: a) I - P ; II - Q ; III - R b)I - P ; II - R ; III - S 29 c) I - Q ; II - P ; III - S d) I - R ; II - S ; III - Q e) I - S ; II - Q ; III – R Comentário: Letra D. Vamos às palavras chave: Contaminada: tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por flora bacteriana abundante. Potencialmente contaminada: por flora microbiana pouco numerosa ou de tecido de difícil descontaminação. Cirurgia infectada: supuração e tecido necrótico. 19. (AOCP 2015) Quanto ao seu potencial de contaminação, as cirurgias podem ser classificada em a) contaminadas, parcialmente contaminadas e infectadas. b) limpas, contaminadas, potencialmente contaminadas e infectadas. c) possivelmente contaminadas, limpas e infectadas. d) limpas, contaminadas e infectadas. e) limpas, infectadas e provavelmente contaminadas. Comentário: Letra B Não existe a classificação possivelmente e nem provavelmente contaminada, o termo é potencialmente contaminada. 20. (IBFC 2015) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. _________________ é realizada em quaisquer tecidos ou órgãos quando há a presença de secreção purulenta, área necrótica ou corpo estranho, perfuração de víscera ou contaminação fecal. a) Cirurgia contaminada . 30 b) Cirurgia infectada. c) Cirurgia limpa. d) Cirurgia de emergência. Comentário: Letra B, observe as palavras chaves para cirurgia infectada: secreção purulenta e necrose. 21. (FCC TRT 3ª 2015) De acordo com a classificação dos tipos de cirurgia, segundo o potencial de contaminação, é correto afirmar que as cirurgias a) contaminadas são realizadas em tecidos quando há presença de secreção purulenta, área necrótica ou corpo estranho, perfuração de víscera ou contaminação fecal. b) limpas são realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso, sem penetração nos tratos respiratório, digestório e geniturinário. c) potencialmente contaminadas são realizadas em tecidos colonizados por flora bacteriana abundante de difícil descontaminação, decorrente trauma penetrante há menos de quatro horas e feridas crônicas abertas. d) infectadas são as realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação. e) limpas são aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora residente, em local com objeto encravado. Comentário: Letra B. Letra A. É o conceito de cirurgia infectada. Letra C. Flora abundante e difícil descontaminação é a classificação de cirurgia contaminada. Letra D. Esse conceito é de potencialmente contaminada, palavra chave: Potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos tratos digestório, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Exemplo: redução de fratura exposta; Limpas são realizadas em tecido estéril. 31 7.2 Causas da Infecção Hospitalar A IH ocorre quando há desequilíbrio da relação entre a microbiota humana normal e os mecanismos de defesa do hospedeiro. Isto pode ocorrer devido à: 1. Própria patologia de base do paciente; 2. Procedimentos invasivos e 3. Alterações da população microbiana (induzida pelo uso de antibióticos). 9. Cadeia Epidemiológica Para entender as relações entre os diferentes elementos que levam ao aparecimento de uma doença transmissível, o esquema tradicional é a denominada cadeia epidemiológica, também conhecida como cadeia de infecção. O esquema procura organizar os chamados elos que identificam os pontos principais da sequência contínua da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio. Observe a imagem: Própria patologia de base do paciente; Procedimentos invasivos Alterações da população microbiana (induzida pelo uso de antibióticos). 32 Vamos praticar? 22. (BIO RIO IF-RJ 2015) NÃO faz parte da cadeia epidemiológica de uma doença: a) fonte de infecção. b) via de eliminação. c) foco infeccioso. d) porta de entrada. e) indivíduo susceptível. Comentário: Letra C, observe a nossa cadeia de transmissão de doenças na figura acima, ela inclui: agente causal, reservatório, porta de saída (via de eliminação), modo de transmissão, porta de entrada e a susceptibilidade do hospedeiro Vamos entender uns conceitos importantes? Infecção: é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal. 33 Veja como esse conceito foi cobrado: 23. (FAFIPA 2014) Proliferação de micro-organismos patogênicos em um determinado hospedeiro, podendo causar um processo patológico, é a definição de: a) Infecção. b) Desinfecção. c) Contaminação. d) Transmissão Comentário: Letra A. Memorize o conceito: Infecção: é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal. Agente causal: Um agente é um fator que está presente para a ocorrência de uma doença; de modo geral, um agente é considerado uma causa necessária, porém não suficiente para a produção da doença. Somente a presença de agentes infecciosos vivos nas superfícies do corpo ou em peças de roupas de vestir, brinquedos, ou outros objetos inanimados ou substâncias como água, leite ou alimentos, não constituem infecção senão contaminação dessas superfícies. O desenvolvimento sobre o corpo de agentes patogênicos (ex: piolhos) chama-se infestação. Vamos diferenciar Colonização X Infecção Colonização – A presença de um microrganismo sobre a superfície epitelial sem invasão tecidual, sem clínica e reação imunológica. Ex.: a microbiota humana em situações de equilíbrio. Infecção – Implica em parasitismo (interação metabólica) e reação do hospedeiro (inflamação e imunidade) e quando manifestada clinicamente é chamada de doença infecciosa. 34 Vamos conhecer outros conceitos? • Infectividade: é a capacidade do agente infeccioso de poder alojar-se e multiplicar-se dentro de um hospedeiro. A medida básica de infectividade é o número mínimo de partículas infecciosas que são necessárias para produzir uma infecção (dose infectante mínima). Para um agente microbiano determinado, esse número pode variar muito de um hospedeiro para outro e dentro de uma mesma espécie, de acordo com a porta de entrada, a idade e outras características do hospedeiro. • Patogenicidade: é a capacidade de um agente infeccioso de produzir doença em pessoas infectadas. A capacidade de produzir doenças depende de uma variedade de fatores, tais como a rapidez e o grau do dano tissular causado pela multiplicação do agente e o fato de que esse possa produzir uma toxina específica, como fazem os bacilos da febre tifóide e do tétano. No entanto, qualquer que seja o mecanismo para a produção da doença, a medida da patogenicidade é simplesmente a proporção de sujeitos infectados que desenvolvem a doença. Similar à infectividade, também se pode estabelecer graus de patogenicidade. Os agentes da raiva, AIDS e varicela são altamente patogênicos, no sentido de que praticamente cada infecção em um indivíduo suscetível resulta em doença. • Reservatório: local onde o micro-organismo habita, metaboliza e se reproduz. Reservatório de agentes infecciosos: é qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível. 35 • Fonte: entendemos como o objeto inanimado ou animado que transporta o agente infeccioso, podendo contaminar um hospedeiro susceptível. Ex: Mãos ou objetos (fômites). • Portador: é um indivíduo (ou animal) infectado, que abriga um agente infecciosoespecífico de uma doença, sem apresentar sintomas ou sinais clínicos desta e constitui uma fonte potencial de infecção para o ser humano. • Via de Eliminação: É a porta de saída do microrganismo. Refere-se à topografia ou material pelo qual o agente é capaz de deixar seu hospedeiro, com potencial de transmissão para um susceptível. Vamos conhecer algumas portas de saída ou eliminação? Respiratórias: as doenças que utilizam esta porta de saída são as de maior difusão e as mais difíceis de controlar (tuberculose, influenza, sarampo, etc). Genitourinárias: leptospirose, sífilis, AIDS, gonorréia e outras doenças de transmissão sexual. Digestivas: próprias da febre tifoide, hepatite A e E, cólera e amebíase. Pele: através de contato direto com lesões superficiais, como na varicela, herpes zoster e sífilis. Por picadas, mordidas, perfuração por agulha ou outro mecanismo que tenha contato com sangue infectado, como na sífilis, doença de Chagas, malária, leishmaniose, febre amarela, hepatite B, etc. Placentária: em geral, a placenta é uma barreira efetiva de proteção do feto contra infecções da mãe; no entanto, não é totalmente efetiva para alguns agentes infecciosos como os da sífilis, rubéola, toxoplasmose, AIDS e doença de Chagas. Via de Transmissão: é o movimento pelo qual um agente pode disseminar-se para um novo hospedeiro. O modo de transmissão é a forma em que o agente infeccioso se transporta do reservatório ao hospedeiro. 36 Pode ser direta ou indireta: 1. Direta - é a transferência direta do agente infeccioso por uma porta de entrada para que se possa efetuar a infecção. É denominada também transmissão de pessoa a pessoa. Isso pode acontecer através da dispersão de gotículas (gotas de flugge ou perdigotos) nas conjuntivas ou nas membranas mucosas do nariz ou da boca ao espirrar, tossir, cuspir, falar ou cantar, e pelo contato direto como tocar, beijar, ou ter relações sexuais. gotículas eliminadas, artigos médicos contaminados e as mãos. 2. Transmissão indireta - vetores, água, alimentos, objetos e medicamentos. Vamos esquematizar? Lembre-se! Vetor: um inseto ou qualquer portador vivo que transporta um agente infeccioso desde um indivíduo ou seus excrementos até um indivíduo suscetível, sua comida ou seu ambiente imediato. O agente pode ou não se desenvolver, propagar ou multiplicar dentro do vetor. Portas de entrada no hospedeiro: As portas de entrada de um germe no novo hospedeiro são basicamente as mesmas usadas para a saída do hospedeiro prévio. Por Transmissão de doenças Indireta Objetos, água, alimentos contaminados Vetor Direta pessoa a pessoa, respiratória, sexual 37 exemplo, nas doenças respiratórias, a via aérea é utilizada como porta de saída e porta de entrada entre as pessoas. Em outras doenças, as portas de saída e de entrada podem ser diferentes. Como exemplo, nas intoxicações alimentares por estafilococos, o agente é eliminado através de uma lesão aberta da pele e entra no novo hospedeiro através de alimentos contaminados com secreção da lesão. Hospedeiro suscetível: O hospedeiro foi definido como um indivíduo ou animal vivo, que em circunstâncias naturais permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso. Para produzir uma doença infecciosa no indivíduo, deve ser reunida uma série de aspectos estruturais e funcionais do próprio indivíduo. Alguns fatores relacionados às condições de imunidade do paciente vão influenciar na infecção como os pacientes com HI, imunodeprimidos, pós uso de quimioterapia, feridas profundas, paciente em uso de terapia dialítica, transplantados, queimados dentre outras situações. 10. Aspectos fisiológicos de proteção contra infecção A pele intacta e as membranas mucosas proporcionam ao corpo uma camada impermeável a muitos parasitas vivos e agentes químicos. As membranas mucosas são mais facilmente penetráveis que a pele intacta, e servem com frequência de porta de entrada a vários agentes patógenos. Os reflexos como a tosse e o espirro, por exemplo, representam um esforço para limpar as vias respiratórias de substâncias nocivas. As secreções mucosas, como as lágrimas e a saliva têm uma ação limpante simples e podem também conter anticorpos específicos contra micróbios patógenos. Outros mecanismos de defesa são as secreções gástricas (acidez gástrica), o peristaltismo e os anticorpos inespecíficos. Um germe que penetra na capa protetora do corpo enfrenta uma variedade de mecanismos de defesa imunológica, tanto do tipo celular (linfócitos T, macrófagos e outras células que apresentam antígenos) como do tipo humoral 38 (linfócitos B, anticorpos e outras substâncias). Os micróbios extracelulares estimulam geralmente o desenvolvimento de inflamação no lugar da invasão. A presença inicial de anticorpos, gerados previamente por infecção natural ou vacinação, poderia prevenir ou limitar a invasão do hospedeiro (memória imunológica). A imunidade: A pessoa imune possui anticorpos protetores específicos e/ou imunidade celular, como consequência de uma infecção ou imunização anterior. Desse modo, ela pode estar preparada para responder eficazmente à doença, produzindo anticorpos suficientes. Defesa Contra a Penetração de microrganismos • A lisosima antibiótico natural é eliminada por várias secreções (lágrimas); • O muco pode bloquear a aderência de microrganismos aos receptores celulares; • A IgA é uma imounoglobulina que dificulta a invasão microbiana no trato intestinal e respiratório; O principal papel da IgA é proteger o organismo da invasão viral ou bacteriana através das mucosas. • A acidez estomacal é letal para a maioria dos micróbios; • O peristaltismo intestinal e o movimento ciliar das vias aéreas superiores favorecem a eliminação de microrganismos. Pensando na resistência natural do nosso corpo é que é definido o tipo de processamento dos produtos para a saúde. Observe na tabela abaixo: Tecido Resistência a Penetração de MO Processamento de Materiais Pele íntegra Boa resistência à infecção Não críticos Limpeza 39 Mucosas íntegras Resistência intermediária à invasão de microrganismos Semi- Críticos Desinfecção Tecidos estéreis Não tem microbiota própria (barreira de proteção, são susceptíveis à infecções) Críticos Esterilização 24. (IBFC EBSERH 2016) A classificação de artigos hospitalares tem como objetivo auxiliar o grau de risco de aquisição de infecção. São considerados artigos semi críticos: a) Termômetros e equipamentos respiratórios e de anestesia b) Agulhas e instrumentais cirúrgicos c) Cateteres vasculares e endoscópios d) Cateteres urinários e instrumentais cirúrgicos e) Endoscópios e equipamentos respiratórios e de anestesia Comentário: Letra E. Essa temática será aprofundada na aula sobre a CME, com relação à classificação de artigos hospitalares e o processamento. Mas vale a pena introduzir que essa classificação e processamento correto dos artigos hospitalares tem o objetivo de evitar as infecções relacionadas à assistência à saúde. Relembre que termômetro é não crítico, agulhas, instrumental cirúrgico, cateteres são críticos. 11. Infecções relacionada á saúde mais comuns Os sítios mais comuns de infecção hospitalar são: • Corrente sanguínea (infecções relacionadas a cateteres, sepse e flebite); • Trato respiratório superior (rinite, otite, sinusites, faringoamidalites); 40 • Trato respiratório inferior (pneumonias, bronquite, traqueíte, sobretudo os entubados ou traqueostomizados); • Pele (abcessos, celulites) ferida cirúrgica; • Infecções urinárias relacionadas ao uso de cateter. Menos frequentes são gastroenterites, endocardites, artrite séptica, osteomielite, meningite. 11.1 Principais fatores de risco de infecçõeshospitalares Esses fatores podem estar relacionados ao paciente ou relacionados ao hospital. A ocorrência de uma infecção dependerá principalmente da relação de desequilíbrio entre três fatores, os quais incluem: condição clínica do paciente, a virulência e inoculo dos micro-organismos e fatores relacionados à hospitalização (procedimentos invasivos, condições do ambiente e atuação do profissional de saúde). 41 Vamos organizar esses fatores? Relacionados ao paciente Relacionados ao hospital Doença de base Internação em UTI, emergências Desnutrição Superlotação Uso prévio de antibiótico Baixa disponibilidade de pias e álcool próximas aos leitos Uso de medicamentos: corticoide, bloqueio ácido com inibidor H2, quimio e radioterapia Baixa qualidade do controle de IH AIDS Grande número de circulantes Procedimentos invasivos Falta de janela para ventilação adequada Cirurgias recentes Contaminação ambiental Nutrição parenteral Baixo nível de motivação da equipe Circulação extracorpórea Qualidade da limpeza Queimadura Reutilização de materiais e equipamentos descartáveis Sedação profunda Destino do lixo hospitalar inadequado Vamos praticar? 25.(AOCP EBSERH 2015) São medidas que, comprovadamente, diminuem o risco de infecções hospitalares, EXCETO a) uso racional de antimicrobianos. b) reavaliação diária quanto à necessidade de sondas, drenos e tubos. c) treinamento de equipe de saúde quanto à lavagem das mãos. d) isolar todo paciente internado em uso de antimicrobiano até resultado negativo de culturas de vigilâncias. e) avaliação criteriosa de escaras, feridas operatórias quanto à evolução e surgimento de sinais flogísticos. 42 Comentário: Letra D, isolar estes pacientes em uso de antibiótico não é medida para prevenção das infecções hospitalares. Todas as demais são fatores que influenciam as taxas de infecção 26. (CESPE INCA 2010) A prevenção de infecções hospitalares em unidades de terapia intensiva (UTI) é fundamental, pois observam-se, nesses setores, pacientes com maior vulnerabilidade a infecções e maior exposição a fatores de risco que favorecem o desenvolvimento dessas infecções. Acerca de infecções hospitalares, julgue o item subsequente. Infecções hospitalares em UTI constituem importante causa de morbimortalidade, podendo a mortalidade em UTI ser associada ao aumento desse tipo de infecção. Comentário: Certo. No ambiente da UTI normalmente o paciente já se encontra imunodeprimido, existem vários mecanismos de seleção de microrganismos multirresistentes e alto índice de procedimentos invasivos, ou seja, vários fatores que influenciam o aparecimento das infecções relacionadas à assistência à saúde. 27. (CESPE INCA 2010) A prevenção de infecções hospitalares em unidades de terapia intensiva (UTI) é fundamental, pois observam-se, nesses setores, pacientes com maior vulnerabilidade a infecções e maior exposição a fatores de risco que favorecem o desenvolvimento dessas infecções. Acerca de infecções hospitalares, julgue o item subsequente. Dispositivos invasivos instalados para monitoramento e tratamento de pacientes em UTI não apresentam relação com a colonização de microrganismos nos tecidos dos pacientes. Comentário: Errado. Como podemos ver na tabela acima, os procedimentos invasivos favorecem as infecções nos pacientes. 43 12. Resistência a antibióticos Inclui habilidade à aderência, resistência a vários mecanismos de defesa do hospedeiro aumentando a virulência. Vamos detalhar mais essa temática? 12.1 Mecanismo de ação dos antibióticos De forma geral podemos dividir o grupo dos antibióticos em duas classes: 12.2 Bactérias multirresistentes Quando efetuamos o tratamento de uma doença causada por bactéria e não obtemos resposta positiva ao uso do antibiótico no que diz respeito à diminuição dos sintomas e a amenização do quadro clínico apresentado após a infecção causada pela bactéria, dizemos, 44 portanto que se trata de uma bactéria resistente ou até mesmo multirresistente, quando esta resiste a mais de um antibiótico. Algumas bactérias resistentes ficaram muito conhecidas por se “espalharem” rapidamente de forma grave em uma determinada área dos centros de saúde e hospitais. Como é o caso da Enterococo Resistente à Vancomicina (VRE), motivo de grande alarme e atenção em alguns hospitais universitários, públicos e privados do País. Atualmente, pesquisadores do Brasil têm se preocupado muito com a Super Bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), devido a condições que favorecem a sua proliferação, como a grande lotação dos hospitais públicos, a falta de higiene dos mesmos e ainda o uso excessivo e inapropriado de antibióticos que destroem algumas células próprias do organismo e favorecem o crescimento das células que são consideradas prejudiciais. 45 Bactérias Multiresistentes mais comuns na prática clínica: • Staphylococcus aureus resistente a oxacilina (MARSA) • Klebsiella pneumoniae carbapenamase produtora (KPC) • Enterococo resistente à Vancomicina (VRE) • E coli produtora de betalactamase do espectro estendido (ESBL) 28. (AOCP 2014) São considerados, pela comunidade científica internacional, bactérias multirresistentes causadoras de infecções ou colonizações relacionadas à assistência em saúde, com indicação de instituição de precauções de contato: a) Enterococcus spp. resistente aos glicopeptídeos e Staphylococcus spp. com sensibilidade intermediária a vancomicina. b) Staphylococcus spp. resistente a vancomicina e Candida spp resistente a triazólicos. c) Pseudomonas aeruginosa e Herpes zoster. d) Acinetobacter baumannii e Aspergillus spp. e) Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos e Influenza A (H1N1) pdm 2009. Comentário: Letra A. Não são multirresistentes: multirresistentes: Candida, Herpes zoster, Aspergillus spp e Influenza A (H1N1) pdm 2009. Observe os patógenos multirresistentes causadores de infecções/colonizações relacionadas à assistência em saúde: 1. Enterococcus spp resistente aos glicopeptídeos, 2. Staphylococcus spp resistente ou com sensibilidade intermediária a vancomicina, 3. Enterobacteriacea produtoras de betalactamase de espectro expandido, 4. Streptococcus pneumoniae resistente às penicilinas, 5. Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumanii, Klebisiella pneumoniae resistentes aos carbapenêmicos. 46 29. (CONSULPLAN HOB 2015) O Staphylococcus aureus está frequentemente em infecções adquiridas no ambiente hospitalar sendo um patógeno oportunista. Em relação à virulência e à resistência bacteriana tem demonstrado altos índices de mortalidade, quando pertencente a cepas com resistência a determinado antibiótico. As cepas classificadas como MRSA são sensíveis a a) antibióticos β-lactâmicos. b) antibióticos glicopeptídeos. c) todas as cefalosporinas, inclusive as de quarta geração. d) carbapenêmicos, independentemente do resultado obtido no antibiograma. Comentário: Letra B. MARSA é a infecção causada pelo Staphylococcus aureus resistente a meticilina, ou aos agentes farmacêuticos simulares, penicilina, cefalosporinas, aminoglicosídeos, incluindo o imipenem. Dentre os antibióticos glicopeptídeos está a vancomicina que não está no rol dos antibióticos dos quais o MARSA é resistente. Reservatórios do MRSA: • Pacientes colonizados e infectados, internados em UTIs, berçários, unidades de queimados; • Profissionais de saúde colonizados e infectados; • Grupos especiais: hemodialisados, pacientes com eczemas extensos, usuários de drogas, DMI; • Artigos hospitalares contaminados (estetoscópio, termômetro, torniquetes etc). 30. (TJDFT CESPE 2015) Julgue o próximo item: MARSA refere-se ao Staphylococcus aureus quando há resistência intrínsecaaos betalactâmicos como meticilina, oxacilina, nafcilina, cefaloporina e imipenem. No entanto, a referida bactéria apresenta sensibilidade frente aos antibióticos do grupo dos aminoglicosídeos. 47 Comentário: Errado. MARSA é a infecção causada pelo Staphylococcus aureus resistente a meticilina, ou aos agentes farmacêuticos simulares, penicilina, cefalosporinas, aminoglicosídeos, incluindo o imipenem. Não é considerado a resistência aos Aminoglicosídeos o que inclui a Gentamicina e Amicacina. 31. (AOCP 2014) A Klebsiella pneumoniae carbapenemase é uma das enterobactérias de interesse epidemiológico e, de acordo com a rotina do Hospital XYZ, tem- se realizado coleta de cultura de vigilância para sua identificação no momento da admissão de pacientes provenientes de outras instituições de saúde e admitidos na UTI. Dentre as medidas propostas na Nota Técnica ANVISA No. 1/2013, NÃO consta a seguinte: a) a identificação deste microrganismo é pela coleta de swab retal, cuja ponta deve ser umedecida com água destilada estéril, encostando-a no esfíncter anal e, ao relaxamento, introduzir o swab cerca de 4 cm, girá-lo obre seu próprio eixo por duas vezes, removê-lo e introduzi-lo no meio de transporte de Amies, Cary-Blair ou Stuart. b) o swab retal deve ser enviado o mais rápido possível ao laboratório, pois as enterobactérias apresentam estabilidade de, no máximo, 1 hora em temperatura ambiente no meio de transporte Amies, Cary-Blair ou Stuart. c) deve-se reforçar a aplicação de precauções de contato, em adição às precauções-padrão para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes até obtenção de resultado do teste de vigilância microbiológica negativo. d) deve-se estabelecer uma área de isolamento do paciente se colonizado/infectado por microrganismo multirresistente, com identificação da condição de isolamento no prontuário e portas de acesso. e) preferencialmente, o paciente colonizado ou infectado por agente produtor de carbapenemase deve ser cuidado por corpo profissional exclusivo, além de demandar equipamentos para uso individual, o que inclui estetoscópio, esfignomanômetro e termômetro Comentário: LETRA B. O tempo em que deve ser encaminhado o swab retal é de 4horas, vamos revisar a coleta do swab? 48 Vamos revisar alguns aspectos com relação à essa nota técnica da ANVISA? 13. Nota técnica da ANVISA 01/2013 medidas de prevenção e controle de infecções por enterobactérias multirresistentes A resistência a carbapenêmicos em enterobactérias é um grave problema de saúde pública de âmbito mundial, particularmente pela elevada mortalidade e pelo reduzido número de opções terapêuticas. Dentre os mecanismos de resistência aos carbapenêmicos (doripenem, ertapenem, imipenem e meropenem) a produção de carbapenemases, seja por sua eficiência hidrolítica, pela sua codificação por genes localizados em elementos genéticos móveis como plasmídios e transposons, ou pela sua rápida disseminação em âmbito mundial, tem o impacto mais significativo na saúde humana. As carbapenemases são usualmente capazes de hidrolizar não só carbapenêmicos, mas também os demais beta-lactâmicos, como cefalosporinas, penicilinas e monobactâmicos. Três grandes classes de carbapenemases são encontradas atualmente em enterobactérias no mundo inteiro: as metalobetalactamases, sendo os tipos IMP, VIM e NDM as mais frequentemente detectadas em enterobactérias; as OXA-carbapenemases, sendo a mais frequente em enterobactérias a OXA-48; e as carbapenemases do tipo KPC. 49 A detecção desses casos aponta uma oportunidade para controle da disseminação desse tipo de mecanismo de resistência no Brasil. Esse controle só poderá ser alcançado com um grande esforço multidisciplinar, que inclui, além de outras medidas, detecção precoce de pacientes colonizados, implementação de precauções de contato e de tratamento adequado. 13.1 Medidas específicas de prevenção e controle 1. Higienização das Mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes; 2. Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteção Individual (luvas e aventais) para o manejo do paciente e suas secreções; 3. A dedicação ao cuidado com o paciente (colonizado ou infectado) portador de agente produtor de carbapenemase deve ser por um corpo profissional exclusivo; 4. Disponibilizar equipamentos e utensílios para o uso individual do paciente (estetoscópio, esfignomanômetro, termômetro, talheres, copos e outros); 5. Precaução de contato e padrão em todos até teste de vigilância microbiológica; 6. Identificar a condição de isolamento, inclusive no prontuário e portas de acesso; 7. Adoção de política de descolonização para pacientes portadores de enterobactérias produtoras de carbapenemases. 8. Avaliar a necessidade de implantar coleta de culturas de vigilância, de acordo com o perfil epidemiológico da instituição; 9. Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente 10. Comunicar, no caso de transferência intra-institucional e interinstitucional, se o paciente é infectado ou colonizado por microrganismos multirresistentes; 11. Fortalecer a política institucional de uso racional de antimicrobianos. Para este fim, deve-se lançar mão de algumas práticas recomendadas na literatura, tais como: - Quando possível, implementar restrição preferencial de uso de certas classes de antimicrobianos potencialmente associadas à maior risco seleção de resistência, como as fluroquinolonas, as cefalosporinas de terceira geração e os carbapenêmicos. Essa medida 50 pode ser adotada, por exemplo, por meio da necessidade de preenchimento de formulário especial para uso desses agentes; - Estreitamento de espectro do tratamento antimicrobiano quando da posse dos resultados de antibiogramas; - Observação do conceito de “prazo mínimo eficaz” para definição de tempo de tratamento das síndromes infecciosas; - Promoção de uso “heterogêneo” de diferentes classes de antimicrobianos, evitando prescrições excessivamente “monótonas” dos mesmos agentes; - Promoção de prescrições de posologias mais recentes, baseadas em conceitos de PK/PD e enfatizando a importância das doses de ataque de antimicrobianos hidrofílicos (p.ex: b- lactâmicos, glicopeptídeos, aminoglicosídeos e polimixinas) em pacientes criticamente enfermos. 13.2 Tratamento de Infecção por Enterobactérias Multirresistentes - Polimixina B ou Polimixina E (Colistina) em associação com um (1) ou mais dos antimicrobianos listados abaixo: - Aminoglicosídeos (gentamicina ou amicacina); - Carbapenêmicos (meropenem ou doripenem); - Tigeciclina. 13.3 Coleta e Transporte Swab Retal As amostras a serem utilizadas para avaliação de colonização por enterobactérias produtoras de carbapenemases são: material coletado com swab retal ou fezes. Para coleta com swab retal utilizar swab com meio de transporte de Amies, Cary-Blair ou Stuart. Umedecer a ponta em água destilada estéril. Encostar o swab no esfíncter anal e aguardar alguns segundos para o relaxamento. Introduzir o swab cerca de 4 cm, girá-lo sobre seu próprio eixo por duas vezes, remove-lo e introduzi-lo no meio de transporte. 51 13.4 Transporte da amostra ao laboratório Amostras de fezes ou retal devem ser coletadas em swab com meio de transporte (Stuart, Amies ou Cary-Blair) e enviadas ao laboratório o mais rápido possível, apesar de enterobactérias apresentarem estabilidade mínima de 4 h em temperatura ambiente e 72 horas sob refrigeração (2 a 8°C) nesses meios de transporte 32. (AOCP 2014) A Klebsiella pneumonia, produtora de carbapenemase, popularmente conhecida como KPC é uma infecção hospitalar que costuma acometer pacientes imunodeprimidos, especialmente os que se, é correto afirmar que: a) as formas de transmissão são, basicamente, pelo contato com secreções ou excreção de pacientesinfectados ou colonizados pela bactéria multirresistente, sendo as mãos não lavadas da equipe de saúde e seus instrumentos de trabalho, como o estetoscópio por exemplo, os principais modos de transmitir de um paciente para outro. b) é altamente recomendada a higiene das mãos dos profissionais de saúde, limpeza adequada do ambiente e equipamentos, uso racional de antibióticos, uso da máscara N95, avental de manga longa e sapatos fechados. c) os pacientes de UTI também apresentam várias portas e entrada para infecções, tais como sonda vesical de demora, cateter venoso central, tubo orotraqueal, cânula de traqueostomia e, às vezes feridas de decúbito, facilitando o tratamento para bactérias multirresistentes. 52 d) a identificação precoce do paciente com infecção, mediante a realização de culturas de vigilância, incluindo a cultura do swab anal, é um importante aliado na proliferação do microorganismo. e) a Klebsiella pneumoniae produtora de KPC apresenta sinais e sintomas como febre ou hipotermia, taquicardia, melhora do quadro respiratório e, nos casos mais graves hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos. Comentário: Letra A Letra B. Errada. A máscara N95 não é necessária, visto que a transmissão é contato e não respiratória. É necessário uso de luva e avental. Vamos revisar as medidas preventivas recomendadas para combater as KPC: • Lavagem das mãos antes e depois de manipular um paciente (SEMPRE). • Precauções de contato nos pacientes com infecção ou colonizados por bactéria multirresistente. • Precauções de contato nos pacientes com forte suspeita clínica de infecção por bactéria multirresistente. • Identificação precoce do paciente com infecção, mediante a realização de culturas de vigilância, incluindo a cultura do swab anal. • Educação permanente da equipe de saúde a respeito da lavagem das mãos, precauções de contato e o perigo das bactérias multirresistentes. • Implementar a adesão dos profissionais de saúde à higienização das mãos; • Reforçar os cuidados com limpeza e desinfecção de superfícies, mobiliários e artigos que entram em contato com o paciente; • Restringir visitas (caso ocorram, os visitantes devem ser orientados à utilização das precauções de contato para evitar a disseminação do microrganismo). • Enfatizar o uso racional de antimicrobiano pelos médicos. Letra C. Errada. Os procedimentos invasivos dificultam o tratamento e não facilitam como afirma a questão. 53 Letra D. Errada. É um aliado no combate ao microrganismo. Letra E. Errada. O paciente com infecção pela Klebsiella pneumoniae produtora de KPC apresenta sinais e sintomas como febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório, e nos casos mais graves hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos. Em relação ao sítio de infecção, a bactéria produtora de KPC pode causar Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Infecção do Trato Urinário, Infecção de Corrente Sanguínea, Infecção de partes moles e outros tipos de infecção. 33. (AOCP 2014) Cada instituição, por meio da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, deve avaliar a necessidade de implantar coleta de culturas de vigilância, de acordo com o perfil epidemiológico da instituição. Desse modo, sobre as culturas de vigilância para detecção de enterobactérias produtoras de carbapenemases, quando epidemiologicamente indicadas, é correto afirmar que a) a amostra é obtida por aspirado traqueal e o meio de transporte é o próprio frasco coletor tipo “bronquinho”. b) a amostra é obtida por swab retal ou fezes e o meio de transporte a ser utilizado é Cary- Blair ou Amies. c) a amostra é obtida por swab peri-anal ou fezes e o meio de transporte a ser utilizado é Cary-Blair ou Stuart. d) a amostra é obtida por swab nasal e o meio de transporte é Stuart ou Cary-Blair. e) a amostra é obtida por swab nasal e o meio de transporte a ser utilizado é Amies. Comentário: Letra B. Tipo de amostra clínica e coleta As amostras a serem utilizadas para avaliação de colonização por enterobactérias produtoras de carbapenemases são: material coletado com swab retal ou fezes. Para coleta com swab retal utilizar swab com meio de transporte de Amies, Cary-Blair ou Stuart. Umedecer a ponta em água destilada estéril. Encostar o swab no esfíncter 54 anal e aguardar alguns segundos para o relaxamento. Introduzir o swab cerca de 4 cm, girá-lo sobre seu próprio eixo por duas vezes, remove-lo e introduzi-lo no meio de transporte. 14. Breve histórico sobre bactérias e antibióticos Nem toda bactéria é responsável por algum tipo de doença danosa ao ser vivo em geral, existem pelo contrário aquelas em que a obtenção de alguns nutrientes só se é possível por ação de bactérias conhecidas por comensais (comuns à nossa flora bacteriana). Sendo assim, quando uma bactéria “desconhecida” por nosso organismo o invade, há uma resposta de defesa própria, para tentar reconhecer e destruir o invasor. Porém, nem sempre isso é possível, algumas vezes não conseguimos nos defender. Por esta razão, estudiosos vieram por longos anos estudando uma maneira de auxiliar o nosso organismo a combater microorganismos que antes não conseguíamos destruir sozinhos. Após anos de estudo, Alexander Fleming, aproximadamente no ano de 1928, descobriu uma substância capaz de neutralizar a ação das bactérias, chamada de Penicilina, obtida a partir do fungo Penicillium notatum. Como a substância foi criada para agir contra 55 bactérias, chamou-se portanto a classe desses (medicamentos) de antibióticos, sendo a Penicilina considerada a mãe dos antibióticos. Vamos revisar as principais classes dos antibióticos e seus exemplos? Principais classes de Antibióticos Exemplos Penicilinas Procaína, benzatina Penicilinas de Espectro estendido Amoxicilina Penicilinas resistentes a Beta lactamase oxacilina Cefalosporina 1ª geração Cefalotina, cefalexina, cefazolina Cefalosporina 2ª geração Cefaclor Cefalosporina 3ª geração Ceftriaxona Cefalosporina 4ª geração Cefepime Carbapenêmicos Imipenem, Meropenem Inibidores beta lactâmicos Ácido clavulânico Monobactâmico aztreonam Glicopeptídeo Vancomicina Lincosaminas Clindamicina Aminoglicosídeo Gentamicina, Amicacina Fluorquinolona Cipro, Norfloxacino Polipeptídicos Polimixina, bacitracina 56 14.1 Estrutura Geral das Bactérias A maior parte das bactérias é dotada de cápsula, fímbrias, flagelos, parede celular, membrana celular, citoplasma (organelas) e o núcleóide (DNA). Atualmente se conhece diversas espécies de bactérias, algumas com alto potencial patogênico, ou seja, capaz de desencadear doenças, e outras tão inofensivas, utilizadas inclusive na culinária. 14.2 Desenvolvimento de resistência pelas bactérias De acordo com as teorias já propostas, as bactérias são seres capazes de sofrer evoluções grandiosas para que possam habitar quaisquer locais hoje existentes, seja sob condições amenas ou até mesmo extremas, como é o caso das psicrófilas (seu crescimento ideal se dá em temperaturas abaixo de 15ºC) e as termófilas (seu crescimento ideal se dá entre temperatura de 50 a 60ºC, algumas resistindo até 110ºC). Consequentemente, com os antibióticos não poderia ser diferente, haja vista o grande potencial de sobrevivência das espécies de bactérias. A causa primária da resistência bacteriana, é o alto poder de mutação espontânea e a recombinação dos genes, possíveis de serem transmitidos posteriormente durante a reprodução bacteriana, de uma bactéria mutável a outra não mutável, favorecendo desta forma o surgimento e o aumento do número 57 dos tipos de bactérias geneticamente modificadas, ou seja, com uma estrutura genômica variável no que diz respeito à variabilidade genética. Outra causa já conhecida da resistência bacteriana, é o uso
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