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SÍFILIS - TREPONEMA PALLIDUM - MICROBIOLOGIA

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SÍFILIS - MICROBIOLOGIA 
 O agente causador da sífilis é uma espiroqueta gram-
negativa, o Treponema pallidum; 
Delgado e altamente retorcido, o T. pallidum 
dificilmente cora-se com os corantes bacterianos usuais (o 
nome da bactéria e derivado das palavras gregas para “fio 
retorcido”e “pálido”); 
 
 T. pallidum não possui as enzimas necessárias 
para produzir muitas moléculas complexas, por isso utiliza 
muitos componentes do hospedeiro necessários a vida; 
 Perdem a infectividade fora do hospedeiro 
mamífero em pouco tempo; 
Não possui fatores de virulência, como toxinas, 
mas produz muitas lipoproteínas que induzem uma 
resposta imune inflamatória; 
Esta aparentemente é a causa da destruição 
tecidual da doença; 
Quase imediatamente após a infecção, o 
organismo entra na corrente sanguínea e invade 
profundamente os tecidos, cruzando facilmente as 
junções entre as células; 
Possui uma mobilidade do tipo saca-rolhas, que 
permite que “nade” rapidamente nos fluidos gelatinosos 
teciduais; 
A populacao sob maior risco é a dos residentes 
urbanos de baixo nível socioeconômico de ambos os 
sexos, especialmente usuários de drogas e pessoas que se 
prostituem. Esta doença e relativamente rara na 
populacao de nível mais elevado. 
 
TRANSMISSÃO 
A sifilis é transmitida por contato sexual de 
quaisquer tipos, por infecção sifilítica da área genital e de 
outras partes do corpo. 
O período médio de incubação e de três semanas, 
mas pode variar de duas semanas a muitos meses. 
A doença progride, ocorrendo muitos estágios 
reconhecidos. 
 
ESTÁGIO PRIMÁRIO DA SIFILIS 
No estágio primário, o sinal inicial é um cancro 
pequeno e de base endurecida, que aparece no sítio da 
infecção de 10 a 90 dias pos-exposicao – em média, 
três semanas. 
 
 
 
 
 
O cancro é indolor, e um exsudato seroso se 
forma no centro; 
 Esse fluido é altamente infeccioso, e o exame 
em microscopia de campo escuro mostra muitas 
espiroquetas; 
Em algumas semanas a lesão desaparece; 
Nenhum desses sintomas causa qualquer 
desconforto; 
Muitas mulheres têm total desconhecimento 
do cancro, que com frequência se localiza na cérvice. 
Nos homens, o cancro muitas vezes se forma 
na uretra e não é visível; 
Durante esse estágio, as bactérias entram na 
corrente sanguínea e no sistema linfático, que as 
distribuem amplamente pelo corpo. 
 
Estágio secundário da sifilis 
Muitas semanas após o estágio primário (o 
tempo exato varia e os estágios podem se sobrepor), a 
doença entra no estágio secundário, caracterizado 
principalmente por uma erupção cutânea de aparência 
variável. 
 
 A erupção é amplamente distribuída pela pele 
e pelas membranas mucosas, sendo especialmente 
visível nas regiões palmar e plantar; 
O dano ocorrido aos tecidos neste estágio e no 
estágio terciário tardio deve-se principalmente a 
resposta inflamatória aos complexos imunes 
circulantes que se alojam em várias partes do corpo. 
Outros sintomas frequentemente observados 
são perda de tufos de cabelo, mal-estar e febre leve. 
Algumas pessoas apresentam sintomas 
neurológicos. 
Neste estágio, as lesões da erupção contém 
muitas espiroquetas e são muito infecciosas. 
A transmissão por contato sexual pode 
ocorrer durante os estágios primário e secundário. 
Dentistas e outros profissionais da saúde 
podem se infectar ao entrarem em contato com os 
fluidos dessas lesões pela penetração das espiroquetas 
através de lacerações diminutas na pele. 
Essa transmissão não sexual e possível, porem 
os micróbios não sobrevivem por muito tempo nas 
SÍFILIS - MICROBIOLOGIA 
superfícies ambientais, não sendo comum serem 
transmitidos, por exemplo, em assentos sanitários. 
A sifilis secundaria é uma doença sutil; pelo 
menos metade dos pacientes diagnosticados nessa 
fase não se recorda de nenhum tipo de lesão. Os 
sintomas desaparecem, normalmente, dentro de três 
meses. 
 
PERIODO LATENTE 
Os sintomas da sifilis secundaria normalmente 
regridem após algumas semanas, e a doença entra no 
período latente. 
Durante esse período, não há sintomas. Após 2 
a 4 anos de latência, a doença normalmente não é 
infecciosa, exceto pela transmissão materno-fetal. A 
maioria dos casos não progride além do estágio 
latente, mesmo sem tratamento. 
 
ESTÁGIO TERCIARIO DA SIFILIS 
 
Devido ao fato de os estágios primário e 
secundário da sifilis não serem debilitantes, as pessoas 
podem entrar no período latente sem que tenham 
recebido atendimento médico. 
Em até 25% dos casos não tratados, a doença 
reaparece em seu estágio terciário. Esse estágio ocorre 
somente após um intervalo de muitos anos depois da 
ocorrência do período latente. 
T. pallidum possui uma camada externa de 
lipídeos que estimula uma resposta imune pouco 
efetiva, especialmente por reacoes de complemento 
destruidoras de células. Ele foi descrito como um 
“patogeno Teflon”. 
No entanto, a maioria dos sintomas da sifilis 
terciaria provavelmente se deve as reacoes imunes do 
corpo (mediadas por células) a sobrevivência das 
espiroquetas. 
O estágio terciário, ou tardio, da sifilis em geral 
pode ser classificado pelos tecidos afetados e pelo tipo 
de lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A sífilis gomosa é caracterizada por lesões 
gomosas, uma forma de inflamação progressiva que 
tem a aparência de uma massa gomosa de tecido em 
varios orgaos (mais comumente na pele, nas 
membranas mucosas e nos ossos) após cerca de 15 
anos. 
Nesses locais, elas causam destruicao dos 
tecidos, mas normalmente não causam incapacitacao 
ou morte. 
 
A sífilis cardiovascular resulta em 
enfraquecimento da aorta. 
Nos dias anteriores a antibioticoterapia, esse 
era um dos sintomas mais comuns da sifilis, mas hoje e 
raro. 
A neurossífilis ocorre em ate 10% dos 
pacientes se a doença não for tratada. Como partes do 
sistema nervoso central sao afetadas, o resultado pode 
variar amplamente em sinais e sintomas. 
Os pacientes podem apresentar mudança de 
personalidade e outros sinais de demência (paresia), 
convulsões, perda de coordenação dos movimentos 
voluntários (tabes dorsalis), paralisia parcial, perda da 
habilidade do uso ou da compreensão da linguagem 
falada, perda de visao ou audicao, ou perda do controle 
da bexiga e dos intestinos. 
Poucos ou nenhum patogeno e encontrado nas 
lesoes do estagio terciario, e eles nao sao considera dos 
muito infecciosos. Hoje em dia, raramente os casos de 
sifilis progridem ate esse estagio. 
 
SIFILIS CONGENITA 
Uma das formas mais perturbadoras e 
perigosas da sifilis, chamada de sífilis congênita, e 
transmitida através da placenta para o feto. 
O prejuizo do desenvolvimento mental e 
outros sintomas neurologicos estao entre as 
consequencias mais graves. 
Esse tipo de infecção é mais comum quando a 
gestação ocorre durante o período latente da doença. 
A gestação durante os estágios primário e 
secundário mais comumente produz um natimorto. O 
tratamento da mãe com antibióticos durante os dois 
primeiros trimestres ira prevenir a transmissão 
congênita. 
 
DIAGNOSTICO DA SIFILIS 
O diagnóstico da sifilis é complexo porque cada 
estágio da doença tem exigências especiais. 
 
Os testes se dividem em três grupos gerais: 
• Inspeção microscópica visual; 
• Testes sorológicos treponemicos (FTA-ABS); 
• Testes sorológicos não treponemicos (VDRL). 
 
Para a triagem preliminar, os laboratórios 
usam o teste sorológico não treponemicos ou o 
SÍFILIS - MICROBIOLOGIA 
exame microscópico de exsudatos das lesões, 
quando estão presentes. 
 Se o teste de triagem for positivo, os 
resultados são confirmados por testes sorológicos 
treponemicos. 
Os testes microscópicos são importantes para a 
triagem da sifilis primaria porque os testes sorológicos 
para esse estágio não sao confiaveis; os anticorpos 
levam de 1 a 4 semanas para se formarem. 
As espiroquetas podem ser detectadas nos 
exsudatos das lesoes por exame microscopico em 
campo escuro. 
Esse tipo de microscopio e necessario porque a 
bacteria se cora pouco e tem apenas0,2 mm de 
diametro, próximo do limite minimo de resolucao de 
um microscopio de campo claro. 
De forma semelhante, um teste de anticorpo 
fluorescente direto (DFA-TP) utilizando anticorpos 
monoclonais ira tanto mostrar quanto identificar a 
espiroqueta. 
No estágio secundário, quando as 
espiroquetas já invadiram a maioria dos órgãos do 
corpo, os testes sorológicos são reativos. 
Os testes sorológicos não treponemicos são 
assim chamados porque não são específicos; eles não 
detectam as espiroquetas em si, mas detectam a 
produção de anticorpos reagina. 
Geralmente eles sao utilizados para triagem. 
Os anticorpos reagina aparentemente sao uma 
resposta ao material lipidico que se forma no 
organismo, como uma reacao indireta em resposta a 
infeccao pelas espiroquetas. 
Esses testes detectam aproximadamente 70 a 
80% dos casos de sifilis primaria, mas detectam 99% 
dos casos de sifilis secundaria. 
Um exemplo de teste nao treponemico e a 
lâmina de aglutinação, o teste VDRL (de Venereal 
Disease Research Laboratory, ou Laboratorio de 
Pesquisa de Doenca Venerea). Tambem sao utilizadas 
as modificações do teste rápido de reagina plasmática 
(RPR, de rapid plasma reagin), que e semelhante ao 
teste VDRL. 
O mais novo teste não treponemicos e um 
teste de ELISA que utiliza o antígeno VDRL. 
Ha também um teste sorológico tipo 
treponêmico que reage diretamente com a 
espiroqueta. Certos testes treponemicos com base 
em ensaios imunoenzimaticos sao realizados em 
muitos laboratórios e oferecem uma triagem de alto 
processamento. 
Ha tambem o teste diagnóstico rápido (RDT, 
de rapid diagnostic test), que pode ser feito a partir de 
uma gota de sangue coletada do dedo do paciente em 
um consultório médico. 
 Nenhum desses testes ira distinguir a priori 
uma infeccao ativa, e testes confirmatorios sao 
necessarios, os quais normalmente devem ser feitos 
em um laboratório central de referência. 
Somente testes do tipo treponemicos sao 
utilizados como testes confirmatórios. 
Um exemplo é o teste de absorção de 
anticorpo treponêmico fluorescente (FTA-ABS, de 
fluorescent treponemal antibody absorption test), um 
teste indireto de anticorpo fluorescente. 
Testes treponemicos não sao utilizados com 
frequencia para triagem porque cerca de 1% dos 
resultados é de falso-positivos, mas um teste positivo 
com os testes treponemico é nao treponemico e 
altamente especifico. 
 
TRATAMENTO DA SIFILIS 
A penicilina benzatina, uma formulacao de 
acao prolongada que permanece efetiva no corpo por 
cerca de duas semanas, é o antibiótico normalmente 
utilizado no tratamento da sifilis. 
A concentração alcancada no soro por essa 
formulacao e baixa, mas a espiroqueta tem 
permanecido muito sensivel a esse antibiotico. 
Para pessoas sensiveis a penicilina, muitos 
outros antibioticos, como a azitromicina, a doxiciclina 
e a tetraciclina, tambem tem provado ser efetivos. 
A antibioticoterapia para tratar a gonorreia e 
outras infeccoes nao elimina tambem a sifilis, porque 
esta terapia normalmente e administrada por periodos 
muito curtos para afetar o crescimento lento da 
espiroqueta.

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