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NOÇÕES DE SEGURANÇA PUBLICA

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NOÇÕES SOBRE SISTEMANOÇÕES SOBRE SISTEMA
ÚNICO DE SEGURANÇAÚNICO DE SEGURANÇA
PÚBLICAPÚBLICA
Esp. Tiago Ferreira Santos
IN IC IAR
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https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/DIR_NCCUSP_19/unidade_1/ebook/index.html#intro
https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/DIR_NCCUSP_19/unidade_1/ebook/index.html#intro
introdução
Introdução
Nesta unidade, estudaremos sobre o segundo processo de redemocratização do
Brasil, aquele iniciado na década de 1980, perdurando até os dias atuais. Para
atingir adequadamente essa �nalidade, as principais características do regime
militar, que vigorou a partir do ano de 1964, serão explicadas.
A seguir, destacaremos os traços da sociedade contemporânea para
compreendermos os fatos e valores que impactam na política criminal. Além
disso, veremos a diferença entre dois tipos complementares de políticas
públicas, a saber: políticas públicas de segurança e políticas de segurança
pública. Por �m, serão analisadas as diferentes formas de concepção de
segurança pública.
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Iniciamos este conteúdo, destacando que o último período autocrático no Brasil
se iniciou em 1964, com a instituição de um regime militar, sendo certo que, em
1967, foi aprovada e promulgada pelo congresso uma Constituição que continha
os direitos e garantias individuais no art. 150 e os direitos sociais trabalhistas no
art. 158.
Ocorre que essas normas jurídicas da Constituição de 1967 exerciam “funções
simbólicas” (NEVES, 2011, p. 177), pois as declarações de direitos individuais e
sociais não “estavam respaldadas na realidade constitucional” (NEVES, 2011, p.
177).
Os Atos Institucionais suspendiam-lhe a vigência no quesito, principalmente, dos
direitos fundamentais de primeira dimensão, possibilitando que as instituições
do sistema de segurança pública praticassem os mais diversos atos violadores
dos direitos humanos.
RedemocratizaçãoRedemocratização
BrasileiraBrasileira
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O Ato Institucional n. 5/1968, por exemplo, autorizou o Presidente da República
a “suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e
cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais” (BRASIL, 1968).
Além disso, suspendeu também garantias de ordem processual penal, a
exemplo da “vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade” (BRASIL, 1968, Art. 6º),
como também do “habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a
segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular” (BRASIL,
1968, Art. 10).
Fora esse demérito de impor restrições aos direitos fundamentais de primeira
dimensão, o que signi�ca uma atuação arbitrária, por meio das instituições de
segurança pública, a Constituição de 1967 previu expressamente a polícia
federal assumindo as tarefas que, até então, incumbiam ao Departamento
Federal de Segurança Pública, além de outras compatíveis com a centralização
de poderes na União promovida pelo regime militar e, também, a censura de
diversões públicas.
A Constituição, assim, estabeleceu a competência da União para organizar e
manter a polícia federal com a �nalidade de prover:
a) os serviços de política marítima, aérea e de fronteiras;
b) a repressão ao trá�co de entorpecentes;
c) a apuração de infrações penais contra a segurança nacional, a ordem política
e social, ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União, assim como
de outras infrações cujas práticas tenham repercussão interestadual e exijam
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
d) a censura de diversões públicas (BRASIL, 1967, Art. 8º, inciso VI).
Essa tendência centrípeta do poder, portanto, é perceptível mesmo na atuação
das instituições do sistema de segurança pública. A�nal, na Constituição de
1967, instituiu-se a Polícia Federal com uma ampla atuação, demonstrando a
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concentração de poderes na União.
Além disso, enquanto as polícias dos estados são separadas em Polícia Civil, que
é uma polícia judiciária com um viés investigativo; e Polícia Militar, a qual faz um
policiamento ostensivo em regra, a Polícia Federal acumula as duas atividades,
incidindo a sua atuação apenas em razão da matéria.
Há de se ressaltar, para evitar confusões, que a Polícia Rodoviária Federal,
diferentemente da Polícia Federal, realiza apenas o policiamento ostensivo das
rodovias federais. Não é, portanto, uma polícia investigativa. O seu surgimento
remonta à polícia das estradas de rodagem prevista no Decreto n. 18.323/28,
ainda que sua estrutura fosse diminuta.
O próximo período da história constitucional brasileira foi a fase da atual
redemocratização. A transformação político-cultural começou no início da
década de 1980, pois a crise econômica acentuou-se.
Enquanto a década de 1970 foi marcada por um forte crescimento econômico,
no qual o regime militar logrou êxito tamanho, que �cou conhecido como o
período do milagre econômico, a década de 1980 foi o período de resultados
pí�os ou negativos, sendo chamada de a década perdida por economistas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE),
entre os anos de 1971 a 1980, a menor taxa de crescimento foi de 4,9% em
1977, tendo atingido o ápice de 14% em 1973. Por outro lado, de 1981 a 1990,
houve quatro anos com resultados negativos, a saber:
• - 4,3 em 1981;
• - 2,9 em 1983;
• - 0,1 em 1988;
• - 4,3 em 1990.
Embora possa a crise econômica, que tornou a década de 1980 perdida, ter sido
uma das concausas da insatisfação popular crescente que passou a reivindicar a
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instauração de um regime democrático, o fato é que esse período deixou um
enorme legado de ganhos do ponto de vista político-jurídico. Nesse sentido,
segue lição de Marangoni (2012, p. 58):
Os anos 1980, na América Latina, �caram conhecidos como “a
década perdida”, no âmbito da economia. Das taxas de crescimento
do PIB à aceleração da in�ação, passando pela produção industrial,
poder de compra dos salários, nível de emprego, balanço de
pagamentos e inúmeros outros indicadores, o resultado do período é
medíocre. No Brasil, a desaceleração representou uma queda
vertiginosa nas médias históricas de crescimento dos cinqüenta anos
anteriores.
Mas, sob o ponto de vista político, aquela foi literalmente uma década
ganha. Não apenas se formaram e se �rmaram inúmeras entidades e
partidos populares – fruto das maiores mobilizações sociais de toda a
história brasileira -, como se abriu uma nova fase histórica para o
país, através do �m da ditadura e da promulgação da Constituição
de 1988 (MARANGONI, 2012, p. 58).
Essa vinculação entre a crise econômica no �nal do regime militar e os
movimentos políticos e sociais que reivindicavam a democracia no Brasil está
expressa, inclusive, na justi�cativa da Proposta de Emenda à Constituição n. 5,
de 1983, aquela que pretendia promover eleições diretas para Presidente e Vice-
Presidente da República e impulsionou o movimento Diretas Já. Vejamos o
trecho de sua motivação:
A presente Proposta de Emenda à Constituição deve ser vista,
também, como a única solução à crise econômica, política e social
porque passa o país. A nós basta um mínimo de patriotismo, de
honestidade e de sentimento humano, para entendermos que é hora
de mudar (BRASIL, 1983)
Embora com uma ampla aprovação do povo brasileiro, que foi nas ruas pedir as
Diretas Já, a citada Proposta de Emenda à Constituição foi rejeitada por não
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atingir o quórum necessário diante, inclusive, da ausência de muitos
congressistas.
De qualquer modo,era realmente a hora de mudar. O regime militar justi�cava-
se, ainda, em uma sociedade moderna, em que os anseios pela segurança são
maiores do que os da liberdade e do prazer. Seus con�itos, em geral, são
decorrentes da necessidade de puri�car a sociedade, normalizando ou excluindo
o diferente, como bem trouxe Bauman (1998, p. 13):
"A Solução Final Alemã", observou a escritora americana Cynthia
Ozick, "era uma solução estética; era uma tarefa de preparar um
texto, era o dedo do artista eliminando uma mancha; ela
simplesmente aniquilava o que era considerado não-harmonioso. [...]
Nos primeiros anos da idade moderna, como Michel Foucault nos
lembrou, os loucos eram arrebanhados pelas autoridades citadinas,
amontoados dentro de Narrenschi�en ("naus dos loucos") e jogados
ao mar [...] (BAUMAN, 1998, p.13).
Na sociedade pós-moderna (BAUMAN, 1998, p. 26) ou da modernidade líquida
(BAUMAN, 2007, p. 7), os valores da liberdade, da pluralidade e do prazer são
proeminentes. Os seus con�itos principais, portanto, envolvem como resolver a
questão dos consumidores falhos incapazes de vivenciar essa sociedade ou
momento. Nesse sentido, Bauman (1998, p. 24):
Uma vez que o critério da pureza é a aptidão de participar do jogo
consumista, os deixados fora como um "problema", como a "sujeira"
que precisa ser removida, são consumidores falhos [...] (BAUMAN,
1998, p. 24).
Não seria possível, portanto, manter-se essa incompatibilidade entre um regime
autoritário e os ensaios da sociedade na contemporaneidade. Não apenas a
crise econômica, mas também os novos valores exigidos de liberdade e
pluralidade da modernidade líquida demonstram a inevitabilidade da aprovação,
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no ano de 1985, da Emenda Constitucional n. 26, convocando a Assembleia
Nacional Constituinte compostas pelos membros da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal (BRASIL, 1985).
A concepção político-jurídica que permeou os trabalhos foi clara, não à toa, ela é
chamada de Constituição-Cidadã. Ainda que se possa reconhecer a in�uência do
direito alemão nas Constituições brasileiras de 1934, 1946 e 1967, que
a�rmaram que a ordem econômica e social possui �nalidade de realizar a
dignidade humana, apenas com a Constituição de 1988, a dignidade da pessoa
humana é elevada à condição de princípio fundamental da República Federativa
do Brasil, já no Art. 1º, inciso III.
Isso signi�ca que no direito atual não apenas as normas constitucionais relativas
à ordem econômica e social devem ser interpretadas à luz da dignidade da
pessoa humana, mas sim todo o ordenamento jurídico brasileiro. Como bem
trazido por Soares (2010, p. 68), essa perspectiva está também relacionada à
necessidade de um direito pós-moderno, adequado à sociedade de então.
As disposições constitucionais do Capítulo III, da Segurança Pública, inserido no
Título V, da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, devem ser
interpretadas sob essa perspectiva trazida no Art. 1º, inciso III.
Os órgãos da Segurança Pública, portanto, elencados no Art. 144 da
Constituição, a saber, polícia federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária
federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL,
1988, Art. 144, incisos I a V) não são um �m em si mesmos, mas destinam-se à
“preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”
(BRASIL, 1988, Art. 144, caput). Além disso, vê-se que a segurança pública,
embora seja um “dever do Estado” (BRASIL, 1988, Art. 144, caput), consiste em
um “direito e responsabilidade de todos” (BRASIL, 1988, Art. 144, caput).
Como não poderia ser diferente em uma Constituição democrática que
empreendeu uma antítese a um regime autoritário, destacando o princípio da
dignidade da pessoa humana como fundamento da República, ela trouxe um
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extenso rol de direitos e garantias individuais incidentes em matéria de direito
penal e processual penal.
Não só isso, a Constituição de 1988 inova a história constitucional brasileira.
Inverte a ordem dos títulos. Traz os direitos e as garantias individuais e coletivos
para antes dos títulos destinados à organização dos poderes. Ainda que essa
reorganização seja principalmente simbólica, há de se admitir que é um re�exo
da preocupação dos membros da Assembleia Nacional Constituinte.
saiba mais
Saiba mais
A Constituição contempla as três gerações ou
dimensões de direitos apontadas pela doutrina
moderna: direitos de primeira, segunda e
terceira geração. Essa classi�cação realizada
pela doutrina baseia-se na ordem cronológica
em que esses direitos foram recepcionados em
nível constitucional, e são cumulativos. Para
saber mais, acesse:
ACESSAR
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https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/176526/000842780.pdf
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/176526/000842780.pdf
atividadeatividade
“Os anos 1980 foram perdidos do ponto de vista econômico. O país passou, então, por
uma grande crise �nanceira – a grande crise da dívida externa dos anos 1980 – que
desencadeou a alta in�ação inercial. O Brasil, que vinha crescendo a taxas
extraordinárias até 1980, parou; a economia brasileira estagnou. E, depois, nunca mais
voltou às altas taxas de 1950 a 1980”.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Pontos de vista. In: MARANGONI. Anos 1980, década perdida
ou ganha? . Desa�os do desenvolvimento, ano 9, ed. 72. 2012. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/desa�os/index.php?option=com_content&id=2759:catid=28&
Itemid=23 . Acesso em: 17 mar. 2019.
A partir dessa perspectiva, assinale a alternativa correta sobre o processo de
redemocratização brasileira:
a) A década de 1980 foi perdida sob os aspectos políticos, econômicos e sociais.
b) Do ponto de vista social, diferente do aspecto econômico, a década de 1980
foi considerada positiva, já que houve a redução da desigualdade e o aumento
do poder de compra da população dos estratos sociais inferiores.
c) Do ponto de vista político, a década de 1980 foi considerada ganha, pois em
seu contexto aconteceu o restabelecimento dos direitos fundamentais de
primeira dimensão ligados à ideia de liberdade, a saber: os direitos civis e
políticos.
d) Entre os direitos estabelecidos pela Constituição no processo de
redemocratização, não está previsto que ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
e) A década de 1980 foi perdida apenas sob o aspecto político.
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http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2759:catid=28&Itemid=23
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2759:catid=28&Itemid=23
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2759:catid=28&Itemid=23
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Entre os estudos sobre a contemporaneidade, entendida como o período atual
da história, que possui alguns traços marcantes em relação à modernidade
tradicional, Zygmunt Bauman (1998) possui algumas interessantes
considerações, especialmente, nos seus estudos sobre o mal-estar da pós-
modernidade.
Ele considerou que, na verdade, a pós-modernidade consiste em uma fase da
modernidade, possuindo características que a diferenciam da modernidade
tradicional, mas não são su�cientes para iniciar realmente um novo período,
chamado também de modernidade líquida, nomenclatura preferida nos estudos
mais recentes por não conferir a falsa impressão de um rompimento com o
período antecedente.
A modernidade seria aquela em que se valoriza a beleza, a pureza, a ordem, a
limpeza, a segurança. A construçãoda civilização, nos seus termos, propõe a
negação à liberdade e aos instintos de sexualidade e de agressividade.
Contemporaneidade eContemporaneidade e
Política Criminal:Política Criminal:
ComplexidadeComplexidade
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Na modernidade tradicional, portanto, na “estrutura de uma civilização
concentrada na segurança, mais liberdade signi�ca menos mal-estar. Dentro da
estrutura de uma civilização que escolheu limitar a liberdade em nome da
segurança, mais ordem signi�ca mais mal-estar” (BAUMAN, 1998, p. 10).
Ocorre que, no período a que se pode chamar também de modernidade tardia
(GIDDENS, 2002, p. 11/12), houve uma mudança de ótica. Diante do mal-estar da
civilização moderna, resultado de um excesso de controle e de limitação da
liberdade, passou-se a defender uma desregulamentação, com a �nalidade de
ampliar a liberdade e permitir maior quantidade de prazeres. Assim, nossa “hora
[...] é a da desregulamentação” (BAUMAN, 1998, p. 10).
Nesse sentido, estabelece o referido sociólogo uma distinção interessante entre
os homens e mulheres modernos para os pós-modernos. Curiosamente, não
são a democracia e a república regimes que expressam a máxima radicalização
dos ideais modernos consoante ao entendimento de Zygmunt Bauman, mas sim
o nazismo e o comunismo, os quais “primaram por impelir a tendência totalitária
a seu extremo radical - o primeiro condensando a complexidade do problema da
pureza, em sua forma moderna, no da pureza da raça, o segundo no da pureza
da classe” (BAUMAN, 1998, p. 24).
Diante disso, é perfeitamente possível a�rmar, nesse sentido, que o regime
militar brasileiro traduziu similar ideia, mas com o viés da pureza ideológica,
atribuindo à Polícia Federal a censura das diversões públicas, por exemplo.
Noutro giro, na pós-modernidade ou modernidade líquida, ao invés de
centralizar e coletivizar, está-se a desregulamentar e privatizar.
Entretanto, há ainda um teste de pureza consistente na análise de ser capaz de
usufruir de “estilos e padrões de vida inteiramente livremente concorrentes”
(BAUMAN, 1998, p. 26), ou seja, “tem de mostrar-se capaz de ser seduzido pela
in�nita possibilidade e constante renovação promovida pelo mercado
consumidor” (BAUMAN, 1998, p. 26).
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Ao mesmo tempo em que se permite maior pluralidade de identidade e de
aventuras, possibilitando experiências antes não vividas, multiplicando o seu
fornecimento ao mercado consumidor, segrega-se o não-consumidor. Pode-se
dizer que a pureza e a ordem giram, em torno do consumismo no ambiente pós-
moderno desregulamentado e privatizado. Nesse sentido, vejamos a transcrição
de lição de Zygmunt Bauman:
O serviço de separar e eliminar esse refugo do consumismo é, como
tudo o mais no mundo pós-moderno, desregulamentado e
privatizado. Os centros comerciais e os supermercados, tempos do
novo credo consumista, e os estádios, em que se disputa o jogo do
consumismo, impedem a entrada dos consumidores falhos a suas
próprias custas, cercando-se de câmeras de vigilância, alarmes
eletrônicos e guardas fortemente armados; assim fazem as
comunidades onde os consumidores afortunados e felizes vivem e
desfrutam de suas novas liberdades; assim fazem os consumidores
individuais, encarando suas casas e seus carros como muralhas de
fortalezas permanentemente sitiadas (BAUMAN, 1998, p. 26-27).
Duas são as formas de o pós-moderno lidar com o consumidor falho ou o não-
consumidor. A primeira consiste na remoção dele, a qual acontece pela exclusão
e encarceramento, sendo certo que - mesmo as prisões - devem se submeter à
lógica do suposto custo-benefício na contemporaneidade.
Noutro giro, a reciclagem seria a segunda modalidade, na qual se inserem
programas de capacitação e mecanismos de assistência social. Assim, ao mesmo
tempo em que se proclama a liberdade, redimensionada, exerce-se controle,
�scalização, exclusão e recuperação, segundo novos moldes. Surgem, assim,
novas preocupações para as instituições de segurança pública, sendo certo que
outras desaparecem, a exemplo da censura de diversões públicas.
Para demonstrar essa perspectiva pós-moderna de remoção e reciclagem dos
consumidores falhos, vejamos a transcrição de lição de Zygmunt Bauman (1998,
p. 27):
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Se a remoção do refugo se mostra menos dispendiosa do que a
reciclagem do refugo, deve ser-lhe dada prioridade. Se é mais barato
excluir e encarcerar os consumidores falhos para evitar-lhe o mal,
isso é preferível ao restabelecimento de seu status de consumidores
através de uma previdente política de emprego conjugada com
provisões rami�cadas de previdência (BAUMAN, 1998, p. 27).
Há, assim, um complexo empecilho aparentemente insuperável na pós-
modernidade, sendo difícil de imaginar uma solução para ele. A liberdade
proclamada, a desregulamentação e a privatização atingem especialmente os
consumidores, possibilitando-lhes amplos acessos aos meios de prazer,
especialmente, pagos. Entretanto, essa lógica é inversa diante daqueles que não
tem condição de se colocar numa situação de consumismo. Esse entendimento
encontra respaldo, inclusive, nas análises realizadas por Loïc Wacquant. Segue
transcrição:
A substituição progressiva de um (semi) Estado-providência por um
Estado penal e policial, no seio do qual a criminalização da
marginalidade e a contenção punitiva das categorias deserdadas faz
as vezes de política social. [...] o Estado penal que substitui peça por
peça o embrião de Estado social é, ele mesmo, incompleto, incoerente
e muitas vezes incompetente [...] Este Estado-centauro, guiado por
uma cabeça liberal montada sobre um corpo autoritarista, aplica a
doutrina "laissez faire, laissez passer" a montante em relação às
desigualdades sociais, mas mostra-se brutalmente paternalista a
jusante no momento em que se trata suas consequências.
(WACQUANT, 2003, p. 19-21)
Assim, a “preocupação dos nossos dias com a pureza do deleite pós-moderno
expressa-se na tendência cada vez mais acentuada a incriminar seus problemas
socialmente produzidos” (BAUMAN, 1998, p. 28). Em outros termos, a própria
pós-modernidade possui suas incoerências; incentiva-se a liberdade consumista,
exclui-se e encarcera-se o consumidor falho, sempre que se mostrar
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economicamente mais viável para atingir a pureza pós-moderna, instituída com
base justamente nas críticas à modernidade, marcada pela ausência de
liberdade e pela perseguição à ordem e à pureza, ainda que de outra natureza.
Para não restar dúvidas sobre quais são os alvos da punição e dos crimes, o que
demonstra, incomparavelmente, a incoerência pós-moderna em defender
liberdade e a desregulamentação, vejamos o que diz Zygmunt Bauman (1998, p.
29):
A busca da pureza moderna expressou-se diariamente com a ação
punitiva contra as classes perigosas; a busca da pureza pós-moderna
expressa-se diariamente com a ação punitiva contra os moradores
das ruas pobres e das áreas urbanas proibidas, os vagabundos e
indolentes (BAUMAN, 1998, p. 29).
Constata-se, assim, que a pós-modernidade ou a modernidade líquida
intensi�cam de um lado a liberdade, os prazeres, reduzindo a ordem e a
segurança. Entretanto, do outro lado, aumenta-se a punição, reduzindo a
liberdade. O critério distintivo, no pensamento de Zygmunt Bauman, é
justamente o fato de ser consumidor.
Inclusive, há uma distensão entre a proclamada liberdade pós-moderna tão
normatizada nos direitos e garantias individuais da Constituição de 1988 e a
necessidade de encarceramento crescente dos consumidores falhos. A�nal, há
um extenso rol de direitos fundamentais incidentes na relação jurídica penal e
processual penal, afetando, portanto, a atuação das instituições de segurança
pública.Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (2009, p. 97) constata o problema nos
termos que a seguir:
Desde o retorno à democracia, com a promulgação da Constituição
Federal de 1988, tem se tornado cada vez mais explícita a di�culdade
do sistema de justiça penal e segurança pública para lidar, dentro da
legalidade, com a crescente taxa de criminalidade, acarretando a
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perda de legitimidade do Estado e a falta de con�ança nas
instituições de justiça e segurança (AZEVEDO, 2009, p. 27).
Diversos pontos são atacados pelos adeptos de uma criminologia conservadora,
menoridade penal aos 18 anos, normas instituidoras de um direito penal
especial para adolescentes em con�ito com a lei, presunção de não-
culpabilidade até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória,
quantidade de recursos, ausência de proteção jurídica para atuação dos agentes
das instituições de segurança pública, incluindo atuação de atirador de elite com
�ns de abater a pessoa que esteja em via pública com arma de uso restrito no
Brasil.
Fato é que a elaboração da política criminal na contemporaneidade é complexa.
Por um lado, encontra limites constitucionais, legais e nos próprios ideais da
sociedade pós-moderna impõe um amplo respeito à liberdade, à pluralidade de
identidades e à diversidade das formas de prazer. Por outro, há de resolver a
questão dos elevados índices de criminalidade violenta e da sensação de
insegurança, além de coexistir com os mecanismos de segurança privada e aos
anseios de exclusão ou reabilitação dos consumidores falhos.
Nessa perspectiva complexa, analisaremos o modo em que o Poder Judiciário
tem decidido sobre as proposições de políticas públicas formuladas pelo
Ministério Público, o qual argumentava que o ente público obrigatoriamente as
deveria adotar, já que a segurança pública é “dever do Estado” (BRASIL, 1988,
Art. 144).
Para iniciar a série de casos estudados, o Ministério Público do Estado do Amapá
ajuizou uma ação civil pública e obteve decisão judicial favorável determinando
o que o Estado do Amapá “procedesse à inauguração de nova Delegacia de
Polícia Civil no município de Vitória do Jari, bem como nomeasse, no mínimo, 01
(um) escrivão e 07 (sete) agentes de Polícia Civil” (AMAPÁ, 2017).
Ocorre que, naquele julgado, em sede de recurso ao Tribunal de Justiça do
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Estado da Amapá, foi entendido que não havia comprovação da inércia do Poder
Executivo em tentar resolver as demandas de segurança pública do estado,
ainda que houvesse uma constatação de que a situação em geral estava
preocupante nessa área. Nesse sentido, ele reformou a decisão do primeiro
grau, pois precisava considerar o princípio da separação dos poderes, nos
termos da ementa a seguir:
PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TUTELA DE URGÊNCIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER.
SEGURANÇA PÚBLICA. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. 1)
Inobstante a impositiva regra constitucional insculpida no art. 144 da
Constituição Federal de que é dever do Estado promover a segurança
pública, mediante o aparelhamento da polícia civil, resguarda-se,
todavia, a discricionariedade da Administração em casos onde não se
mostre evidenciada a sua inércia, sob pena de quebra do princípio da
separação entre os poderes.
2) Precedente deste Eg. TJAP.
3) Agravo de instrumento provido (AMAPÁ, 2017).
Sem dúvidas, ampliar o quantitativo de pro�ssionais das instituições de
segurança pública, inclusive a Polícia Civil, que lida com a investigação da
criminalidade comum, é uma importante medida de política de segurança
pública, ainda que se reconheça di�culdades inúmeras para empreendê-la por
meio judicial. Por exemplo, há limitação de orçamento, que deve ser distribuído
para todo o estado.
Outra ação civil pública no mesmo estado merece análise, pois o Ministério
Público do Estado do Amapá obteve determinação judicial contra o Poder
Executivo, no que se refere ao quadro de pessoal, consistente em “aumentar o
efetivo de policiais militares do Distrito de Lourenço para 20 (vinte) policiais [...] e
se abster de reduzir o destacamento de policiais já existentes naquela
localidade” (AMAPÁ, 2018).
Na mesma sentença, conseguiu, ainda, determinação para “fornecer os
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instrumentos necessários ao trabalho de policiamento [...]” (AMAPÁ, 2018), além
de “providenciar viaturas com tração para propiciar o patrulhamento nas áreas
rurais” (AMAPÁ, 2018).
Após a apelação da sentença julgada procedente, o Tribunal de Justiça do Estado
do Amapá, diferentemente do caso anterior, decidiu pela manutenção, nos
termos que ementa, conforme apresentado:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SEGURANÇA PÚBLICA.
DEFICIÊNCIA. PEQUENO EFETIVO POLICIAL E FALTA DE RECURSOS
MATERIAIS. DISTRITO DE LOURENÇO. RESERVA DO POSSÍVEL E
CUSTOS DOS DIREITOS. LEGÍTIMA ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.
COMPATIBILIDADE COM A SEPARAÇÃO DE PODERES. 1) Segundo a
Constituição Federal, a segurança pública é direito de todos e a ele
corresponde o dever estatal de prestá-lo (art. 144), situação que a
insere no programa de políticas públicas a ser desempenhado pelos
entes estatais. Nada obstante, ordinariamente, caiba aos Poderes
Legislativo e Executivo formular e executar as políticas de segurança
pública, exsurge dessa compreensão ser possível ao Poder Judiciário,
excepcionalmente, determinar ao órgão estatal inadimplente a
implementação da referida política, a qual se insere dentre os
encargos político-jurídicos impostos aos entes públicos em caráter
mandatório (STF, RE 410.715/SP, Segunda Turma, Min. Celso de Mello,
j. 03/02/2006). 2) Não existe, portanto, interferência indevida no
Executivo quando o Poder Judiciário, provocado para prestar a
jurisdição, constata a ine�ciência na implementação de política
pública a que o demandado encontra-se constitucionalmente
obrigado e determina a adoção de medidas para corrigir a
de�ciência do serviço ofertado, sobretudo por se tratar de encargo de
prestação obrigatória. Precedentes. 3) Para invocar a denominada
cláusula do �nanceiramente possível, o ente público deve comprovar
objetivamente a insu�ciência de recursos públicos ou a falta de
previsão orçamentária da despesa ou, ainda, que o cumprimento da
ordem judicial imporá gravame excessivo às contas públicas. À
invocação da fórmula da reserva do possível deve ser contraposta a
teoria dos custos dos direitos para impedir a legitimação do “injusto
inadimplemento de deveres estatais de prestação
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constitucionalmente impostos ao poder público” (STF, STA 223 AgR,
rel. min. Celso de Mello, j. 14/04/2008, P, DJE de 09/04/2014). 4) Apelo
não provido (AMAPÁ, 2018).
Portanto, não só entendeu pela oportunidade e conveniência da manutenção de
um quadro de pessoal mínimo da Polícia Militar com uma quantidade mínima de
equipamentos para que os agentes públicos tivessem as condições como
identi�cou que a Constituição impõe o dever ao Estado de realizar aquelas
medidas acima analisadas, já que é seu dever fornecer a segurança pública.
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“O serviço de separar e eliminar esse refugo do consumismo é como tudo o mais no
mundo pós-moderno, desregulamentado e privatizado. Os centros comerciais e os
supermercados, templos do novo credo consumista, e os estádios, em que se disputa
o jogo do consumismo, impedem a entrada dos consumidores falhos a suas próprias
custas"
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Tradução de  Mauro Gama e Cláudia
Martinelli Gama. Revisão técnica: Luís Carlos Fridman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1998, p. 24.
Acerca da política criminal na contemporaneidade,assinale a alternativa correta:
a) A contemporaneidade é sinônimo de modernidade, não possuindo relação
com o signi�cado de pós-modernidade. Portanto, as políticas públicas
contemporâneas são as modernas.
b) A maioria dos casos de ações civis públicas instaurada pelo Ministério Público
com �ns a obrigar o Estado a realizar investimentos em políticas de segurança
pública na contemporaneidade refere-se à ampliação de lotação de pessoal e ao
fornecimento de equipamentos.
c) A pós-modernidade corresponde ao período em que se buscou,
principalmente, a pureza, a ordem, a limpeza e a segurança, motivos pelos
quais os moldes da segurança pública do regime militar lhe correspondem.
d) Na sociedade contemporânea, o Estado-providência, aquele que busca
intervir na ordem econômica e social para promover o bem-estar social, cede
espaço ao Estado mínimo, que reduz o papel das políticas públicas na
sociedade, inclusive, pela redução do Estado penal e do policial.
e) As ditaduras nazistas, fascistas e comunistas correspondem e estão
relacionadas à sociedade pós-moderna.
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Como bem ressaltado por Ana So�a Schmidt de Oliveira (2002, p. 47), “um bom
começo é estabelecer a distinção entre políticas de segurança pública e políticas
públicas de segurança”.
Há diversas políticas públicas capazes de impactar a segurança pública,
reduzindo a criminalidade. São as chamadas políticas públicas de segurança.
Elas não se opõem às políticas de segurança públicas destinadas às atividades
policiais, como complementam sua atuação. Vejamos o trecho a seguir de Ana
So�a Schmidt de Oliveira (2002, p. 47):
Políticas de segurança pública é expressão referente às atividades
tipicamente policiais, é a atuação policial “strictu sensu”. Políticas
públicas de segurança é expressão que engloba as diversas ações,
governamentais e não governamentais, que sofrem impacto ou
causam impacto no problema da criminalidade e da violência
(OLIVEIRA, 2002, p. 47).
Políticas Públicas dePolíticas Públicas de
Segurança e Políticas deSegurança e Políticas de
Segurança PúblicaSegurança Pública
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Um dos exemplos de políticas públicas de segurança, em que o Poder Judiciário
foi acionado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para decidir, foi
sobre a necessidade de implantação da iluminação pública, nos termos da
ementa a seguir:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. AUMENTO
DA CRIMINALIDADE. SEGURANÇA PÚBLICA. Ação civil pública proposta
pelo MP contra o Município em razão das representações feitas pelos
moradores do 4º Distrito de Maricá quanto à ausência de iluminação
pública.
1- -A quantidade de reclamações encaminhadas ao MP demonstra
que a Urbe não vem prestando o serviço a contento.
2-Indubitável a precariedade da prestação do serviço de iluminação
pública, que é essencial, eis que se relaciona com a segurança
pública. Além disso, é uma atribuição da Municipalidade, nos termos
do art. 149-A, da CRFB, o qual, inclusive, permite a instituição da
contribuição para o custeio do serviço.
3- Não há violação ao princípio da separação dos poderes quando o
Judiciário determina o cumprimento da Lei.
4-A tese de que deve ser observada a reserva do possível também
não prospera. A jurisprudência entende que não se pode invocar tal
princípio para justi�car o inadimplemento de direito fundamental,
que, no caso dos autos, é a segurança pública.
5-Quanto ao montante �xado a título de verba compensatória
coletiva, assiste razão ao apelante, pois tem por objetivo compensar
o dano sofrido, sem, contudo, servir de fonte de enriquecimento sem
causa, sob pena de causar novo dano. 6-No que tange aos juros,
merece guarida o inconformismo, eis que devem incidir a partir da
citação, nos termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a alteração
dada pela Lei nº 11.960/2009. Recurso parcialmente provido (RIO DE
JANEIRO, 2014).
Além desse caso julgado pelo Poder Judiciário, são exemplos de políticas
públicas de segurança também todas as medidas destinadas a melhorar os
aspectos sociais, mas que as ciências apontam que podem reduzir os índices de
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criminalidade. Esse é, portanto, um conceito que se comunica com o de políticas
públicas em geral.
Não se trata, desse modo, “de optar por programas sociais versus programas
repressivos, mas simplesmente ressaltar a possibilidade de se fazer uma
combinação ótima de estratégias [...]” (BEATO FILHO, 1999, p. 23). Nesse sentido,
algumas políticas públicas podem ser destacadas.
Uma das primeiras perspectivas trazidas por Cláudio C. Beato Filho consiste no
custo relativamente baixo do investimento em tratamento dos dependentes
químicos de cocaína em relação aos gastos com repressão. Ele diz que:
Para diminuir em 1% o consumo anual de cocaína nos EUA são
necessários 783 milhões de dólares gastos em controle nos países
produtores, 366 milhões na interdição em fronteiras, 246 milhões em
repressão doméstica e 34 milhões em tratamento! São números
bastante eloqüentes e que convidam à re�exão (BEATO FILHO, 1999,
p. 22).
Portanto, ao se tratar de pessoas, há uma inegável redução na prática do crime
de trá�co de drogas, a�nal, o mercado consumidor reduz. A novidade desses
estudos, assim, “está em não tratar o problema das drogas do ângulo exclusivo
do trá�co, mas do consumo também” (BEATO FILHO, 1999, p. 22).
São evitadas, desse modo, “formulações de programas de controle da
criminalidade assentadas em oposições falsas, como repressão versus
assistencialismo social” (BEATO FILHO, 1999, p. 22), pois “a e�cácia dos
resultados está justamente em combinarem-se programas distintos de controle”
(BEATO FILHO, 1999, p. 23).
Uma outra medida que vir a consistir uma política pública de segurança é a
instituição de um Gabinete de Gestão Integrada, especialmente, aquele
articulado no âmbito municipal, pois buscará promover uma articulação entre as
instituições de segurança pública e as demais, inclusive, as de proteção social.
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Podemos ver que são exemplos de políticas públicas de segurança:
1. fornecimento ou ampliação da iluminação pública;
2. tratamento de dependentes químicos, ou seja, potenciais consumidores
de drogas ilícitas;
3. instituição de Gabinete de Gestão Integrada Municipal.
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“A idéia não é reformar indivíduos, o que é extremamente difícil, mas di�cultar as
condições de ocorrência de crimes. Isto é feito mediante a contratação de
desempregados para atuar como guardas civis uniformizados, mas sem autoridade
policial".
BEATO FILHO, C. C. Políticas públicas de segurança e a questão policial. São Paulo
Perspec ., São Paulo, v. 13, n. 4, p. 13-27, Dec. 1999. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88391999000400003&
lng=en&nrm=iso .  Acesso em: 23 mar. 2019.
Acerca da diferença entre políticas públicas de segurança e políticas de segurança
pública, assinale a alternativa correta:
a) A contratação de desempregados puramente pode ser considerada uma
política de segurança pública.
b) A ampliação da quantidade de policiais em uma determinada localidade pode
ser considerada uma política pública de segurança.
c) Políticas públicas de segurança e políticas de segurança pública são
sinônimos.
d) Instalar a adequada iluminação pública de uma localidade, tecnicamente, é
uma política pública de segurança.
e) Realizar treinamentos das polícias pode ser considerada uma política pública
de segurança.
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Neste tópico você conhecerá algumas formas de expor as diferentes concepções
de segurança pública. Diferenciará, inicialmente, o modelo da polícia legal ( law-
o�cer ) da polícia de paz ( peace o�cer ). Em seguida, analisará sinteticamente as
teorias culturalistas e racionalistas, sabendo distingui-las. Conhecerá, por �m, as
características pertinentes à teoria da dissuasão e à teoria da legitimidade.
Polícia Legal (Law-Of�icer) vs Polícia de Paz
(Peace Of�icer)
Há basicamente dois modelos em que a atuação policial pode estar
fundamentada. Primeiro, a polícia da lei ou legal, também chamada de modelo
“law-o�cer”, consistente no modelo tradicional. Em outras palavras, os “policiais
orientam suas ações no sentido de apreender e identi�car culpados, coibir
comportamentos desviantes e impor a ordem, de acordo com a lei” (AZEVEDO,
Concepções de SegurançaConcepções de Segurança
PúblicaPública
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2003, p. 20).
Quando lida de forma equivocada, a Constituição pode conduzir o intérprete à
a�rmação de que esse é o modelo preponderantemente adotado. Isso porque,
ao atribuir às atividades de cada uma das entidades do sistema de segurança
pública, estabeleceu incumbir à polícia federal “apurar infrações penais contra a
ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas” (BRASIL, 1988, Art. 144,
§1º, I), além de “outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei” (BRASIL,
1988, Art. 144, §1º, I).
Incumbiu, ainda, a polícia federal de “prevenir e reprimir o trá�co ilícito de
entorpecentes e drogas a�ns, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência” (BRASIL, 1988, Art. 144, §1º, II), assim como o dever de “exercer as
funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras” (BRASIL, 1988, Art.
144, §1º, III) e de “exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da
União” (BRASIL, 1988, Art. 144, §1º, IV).
A discriminação das atividades da Polícia Federal ainda é aquela em que se está
mais propícia pela literalidade a uma abertura a ambos modelos. Podemos
perceber a diferença, por exemplo, à polícia rodoviária federal incumbe o
“patrulhamento ostensivo das rodovias federais” (BRASIL, 1988, Art. 144, §2º),
similarmente ao que acontece com a polícia ferroviária federal, que tem o dever
de realizar o “patrulhamento ostensivo das ferrovias federais” (BRASIL, 1988, Art.
144, §3º).
No âmbito dos estados, as polícias militares possuem a tarefa de realizar a
“polícia ostensiva e a preservação da ordem pública” (BRASIL, 1988, Art. 144, §5º),
ao passo que às polícias civis incumbe, “ressalvada a competência da União, as
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares” (BRASIL, 1988, Art. 144, §4º). Também ao dispor sobre os corpos de
bombeiros militares, não trouxe uma perspectiva diferenciada, a�rmando a
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Constituição apenas que, “além das atribuições de�nidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil” (BRASIL, 1988, Art. 144, §5º).
No que se refere à guarda municipal, também não houve grandes avanços na
discriminação de suas atividades, limitando-se a estabelecer que os “municípios
poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei” (BRASIL, 1988, Art. 144, §8º). Sua
regulação, portanto, incumbiu à legislação, especi�camente, a Lei n. 13.022/14
dispôs sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais.
Há de se destacar que os agentes de trânsito integram o Sistema Único de
Segurança Pública na condição de integrantes operacionais, ao lado da polícia
federal, polícia rodoviária federal, polícias civis, polícias militares, corpos de
bombeiros militares, guardas municipais, órgãos do sistema penitenciário,
institutos o�ciais de criminalística, medicina legal e identi�cação, Secretaria
Nacional de Segurança Pública, secretarias estaduais de segurança pública ou
congêneres, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Secretaria Nacional
de Política Sobre Drogas; guarda portuária (BRASIL, 2018, Art. 9º, §2º).
Esse comentário destacado sobre os guardas de trânsito decorre de a segurança
viária ter sido, expressamente, incluída no capítulo da Segurança Pública na
Constituição no ano de 2014 por meio da Emenda Constitucional n. 82/2014,
dispondo uma perspectiva mais ampla de sua atuação, ou seja, não
compreendia apenas a engenharia e a �scalização de trânsito, mas também
educação (BRASIL, 1988, Art. 144, §10º), demonstrando a preocupação em
integrar as diversas formas de atuação.
Nessa linha, outro modelo trazido por Marco Antônio de Azevedo (2003, p. 20)
foi o intitulado “peace o�cer” ou polícia de paz, no qual “o lado social da
atividade policial é valorizado” (AZEVEDO, 2003, p. 20). Podemos veri�car, em
outros termos, o seguinte resumo de sua atuação:
A atividade não é mais voltada para a tipi�cação de pessoas
suspeitas e criminosos e, o que é mais importante, preventivamente
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torna-se atenta aos riscos e ameaças à manutenção da ordem
pública, partam essas ameaças do indivíduo, de grupos ou de
situações (AZEVEDO, 2003, p. 20).
Embora não haja uma relação necessária entre os modelos de atuação policial e
as teorias da concepção de segurança pública, há um relativo consenso de que a
teoria da intimidação prefere a polícia da lei ou legal, ao passo que a polícia de
paz está mais relacionada com a teoria da legitimidade. Nesse sentido, temos a
observação de Marco Antônio de Azevedo (2003, p. 21):
Uma polícia descentralizada e comunitariamente orientada, ao
estabelecer um contato mais estreito e intenso com a população,
legitima seu trabalho e, além disso, reduz o “temor da criminalidade”,
fator muito importante para a qualidade de vida de uma população
(AZEVEDO, 2003, p. 21).
Teorias Culturalistas Versus Racionalistas
Antes de adentrar de forma mais profunda na diferença entre as teorias da
dissuasão e da legitimidade, é interessante analisar ainda “duas grandes
perspectivas teóricas básicas na sociologia da criminalidade” (AZEVEDO, 2003, p.
22), a saber: as chamadas teorias culturalistas e racionalistas.
Os adeptos da primeira “concebem a criminalidade como produto do sistema
social e, portanto, como uma disfunção social” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
Diferentemente, aqueles que acreditam na teoria racionalista “veem o crime
como uma atividade rotineira e normal, necessária e produzida pela própria
sociedade” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
Em geral, derivam das teorias culturalistas, como bem destacado por Marco
Antônio de Azevedo (2003, p. 22), “políticas públicas destinadas a reduzir a
criminalidade atacando suas possíveis causas, ou seja, a pobreza, o desemprego,
a falta de escolas e de oportunidades etc.” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
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No sentido oposto, as teorias racionalistas resultam em “uma outra estratégia de
combate à criminalidade, segundo a qual o principal papel do Estado consiste
em dissuadir o criminoso, um tomador racional de decisões, da prática de
delitos” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
Se há uma série de políticas públicasde segurança capazes de reduzir a
criminalidade, há de se reconhecer também que diversas pesquisas mostraram
que “redução de desemprego, crescimento econômico e aumento da
escolaridade não têm efeito redutor sobre as taxas de criminalidade nas
grandes cidades” (AZEVEDO, 2003, p. 22), embora não haja um consenso nessa
conclusão. A visão adequada, portanto, não pode ser a a�rmação de que a mera
adoção de uma teoria e de um modelo são aptos a resolver as questões das
políticas de segurança pública. A�nal, um exame atento “mostra que tais
modelos e teorias não são necessariamente excludentes, mas complementares”
(BEATO FILHO, 1999, p. 25).
Teoria da Dissuasão Versus Teoria da
Legitimidade
Especi�camente sobre a teoria da dissuasão, ele fundamenta-se na crença de
que “se tivermos uma polícia preparada e e�ciente, uma legislação adequada e
um complexo de prisões com vagas su�cientes para receber os delinquentes,
provavelmente as taxas de criminalidade cairão” (BEATO FILHO, 1999, p. 21).
Embora não seja uma perspectiva que se possa desprezar, não tem parecido
funcionar no modelo brasileiro, pois aqui “a ação da polícia e do Judiciário
parece não afetar o comportamento das taxas de criminalidade, como indicam
algumas observações empíricas” (BEATO FILHO, 1999, p. 21).
Mesmo em estudos de comparação entre a realidade de diversos países. De um
lado, o “Canadá, por exemplo, tem uma taxa de um policial para 353 habitantes
e um número reduzido de 5,9 homicídios por 100 mil habitantes”. Do outro, a
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“China tem um policial para 1.382 habitantes, e no entanto registra um número
muito menor de homicídios (dois por 100 mil habitantes)” (BEATO FILHO, 1999,
p. 22).
Em uma análise de comparação da realidade em regiões de um mesmo estado
brasileiro, a tese da teoria da dissuasão também não se con�rma.
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“Ao questionarem a e�cácia das estratégias de controle do crime alicerçadas
centralmente nas práticas de coerção e punição, os trabalhos desenvolvidos no âmbito
da justeza procedimental proporcionaram como consequência a construção de novas
abordagens de referência para as ações institucionais desenvolvidas pelas polícias, e a
intenção em transformar esse conhecimento em atividades práticas e de impacto no
campo policial”.
ZANETIC et al. Legitimidade da polícia: segurança pública para além da dissuasão.
Civitas : revista de ciências sociais, v. 16, n. 4. 2016. Disponível em: <
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/24183 >. Acesso
em: 23 mar. 2019, p. 163.
Nesse contexto das diversas concepções de segurança pública, assinale a alternativa
correta.
a) A polícia de paz corresponde a um modelo tradicional, no qual eles têm sua
atuação com objetivo de apreender e identi�car culpados, coibir
comportamentos desviantes e impor a ordem, nos termos da lei.
b) A polícia legal signi�ca que o lado social da atividade policial é valorizado.
c) A teoria da dissuasão, adotada pelos órgãos formuladores das políticas de
segurança pública, demonstrou-se bem-sucedida, pois o Brasil se tornou um
dos países com polícias que apresentam baixas taxas de letalidade.
d) A teoria da dissuasão não é capaz de explicar sozinha as melhores formas de
reprimir e de prevenir a criminalidade.
e) Os modelos de polícia de paz e polícia legal são sinônimos.
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indicações
Material
Complementar
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L IVRO
Sobre a violência
Hannah Arendt.
Editora: Civilização Brasileira
ISBN: 978-85-200-0789-1
Comentário: a autora analisa no livro, entre outros
temas, a distinção entre poder, vigor, força, autoridade e
violência. É muito relevante para os pesquisadores de
segurança pública conhecerem cada um desses
institutos, principalmente, para evitar equívocos entre
eles.
F ILME
Onde fazer a próxima invasão
Ano: 2016
 Comentário: O �lme consiste em uma viagem
realizadas por Michael Moore em diversos países do
mundo, nos quais ele compara a forma de resolução dos
problemas sociais com o modelo adotado nos Estados
Unidos da América. Os temas conexos à presente
Unidade foram tratados na parte em Portugal, em que
ele aborda a política de drogas e a abolição da pena de
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morte e, na Noruega, com seu modelo de sistema
prisional fundamentado na dignidade humana.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer
disponível:
Acesso em: 8 abr. 2019.
TRA ILER
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https://catalogcdns3.ulife.com.br/content-cli/DIR_NCCUSP_19/unidade_1/ebook/index.html#
conclusão
Conclusão
Nesta unidade, aprendemos que as concepções de segurança pública e de suas
principais normas incidentes divergem bastante, conforme o sistema político
adotado em um país.
Vimos ainda que a redemocratização, a�nal, implicou o restabelecimento dos
direitos fundamentais de primeira dimensão reconhecidos antes do regime
militar de 1964, além de algumas inovações nessa matéria, a exemplo da
presunção de não-culpabilidade até o trânsito em julgado.
Essa redemocratização, inclusive, aconteceu em um contexto de uma sociedade
pós-moderna, a qual possui entre suas características a desregulamentação, a
privatização, a liberdade, a proteção ao consumidor, a pluralidade.
Por �m, compreendemos a distinção entre polícia da lei, no qual a principal
atividade é o controle do crime, e polícia de paz, em que o lado social da
atividade policial é valorizado. Vimos, ainda, que há duas teorias que moldam a
adequada concepção de segurança pública, a saber: a intimidatória e a da
legitimidade e justeza procedimental.
referências
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https://tj-ap.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/643033114/agravo-de-instrumento-ai-22542920168030000-ap/inteiro-teor-643033122?ref=juris-tabs
https://tj-ap.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/643033114/agravo-de-instrumento-ai-22542920168030000-ap/inteiro-teor-643033122?ref=juris-tabs
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https://tj-ap.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/642040903/apelacao-apl-4539120158030007-ap/inteiro-teor-642040905?ref=juris-tabs
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limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de
quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais,
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funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do
§ 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único de Segurança Pública
(Susp); altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, a Lei nº 10.201,
de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga
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