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Princípios do Direito do Trabalho

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PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
PRINCÍPIO – PRECEITO – NORMA – REGRA
· Ronald Dworkin e Robert Alexy – Normas Jurídicas são compostas por Regras e Princípios, já que ambos expressam um dever ser;
· Princípio: Norma que ordena que algo seja realizado na maior medida possível, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas. Constituem “mandados – ou mandamentos – de otimização”;
· Regras: normas que devem ser cumpridas de maneira exata. Isto é, seu cumprimento só pode ser feito de forma integral;
· Quando há conflito entre regras: uma das regras é declarada inválida, ou é introduzida uma cláusula de exceção em uma delas;
· Quando há colisão entre princípios: um dos princípios deve ceder, frente ao outro. Nesse caso, a resolução se dá conforme a dimensão de peso entre os princípios envolvidos, de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
“A importância dos princípios na Ciência do Direito, entretanto, não tem obviamente o condão de transformá-los em axiomas absolutos e imutáveis.
Ao contrário, sua validade se preserva apenas caso considerados em seus limites conceituais e históricos específicos, enquanto sínteses de orientações essenciais assimiladas por ordens jurídicas em determinados períodos históricos.
Os princípios jurídicos despontam, assim, como sínteses conceituas de nítida inserção histórica, submetendo-se a uma inevitável dinâmica de superação, como qualquer outro fenômeno cultural produzido.
Em conclusão, para a Ciência do Direto, os princípios conceituam-se como proposições fundamentais que informam a compreensão do fenômeno jurídico. São diretrizes contrais, que se inferem de um sistema jurídico e que, após inferidas, a ele se reportam, informando-o”.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRABALHO
Dignidade da Pessoa Humana Trabalhadora: Prisma da dignidade do trabalho é que o homem trabalhador revela a riqueza de sua identidade social, exercendo sua liberdade e a consciência de si, além de realizar; em plenitude, seu dinamismo social, seja pelo desenvolvimento de sua potencialidades, de sua capacidade de mobilização ou de seu efetivo papel na lógica das relações sociais – Gabriela Neves Delgado:
Valor Social do Trabalho: Trabalho não é mercadoria, eis que possui valor social. Deve propiciar a dignificação da pessoa por meio de trabalho decente. Decorrente da dignidade, a inserção da pessoa no trabalho, tem o condão de promover uma sociedade de acesso, de oportunidades, que deve ser a base do bem-estar social:
Valor da Livre-Iniciativa: Vinculados a função social da propriedade (art. 5°, XIII, CF) e função social da empresa (art. 170, III, CF). Aqui, a solidariedade (art. 3°, I, CF), como um dos objetivos fundamentais da República, é absolutamente necessário para aplicação dos ideários humanistas. Não há justiça verdadeira como condições extremamente desiguais.
Ainda os seguintes princípios gerais aplicáveis ao Direito do Trabalho:
 Correção das desigualdades sociais regionais;
 Não discriminação;
 Razoabilidade e proporcionalidade;
 Inviolabilidade do direito à vida, liberdade, segurança e igualdade;
 Legalidade;
 Liberdade de manifestação de pensamento, crença e religião;
 Inviolabilidade à intimidade, vida privada, honra e imagem; 
 Indenização por dano moral, material ou profissão;
 Liberdade de trabalho, ofício ou profissão;
 Liberdade de reunião;
 Liberdade de associação para fins lícitos;
 Respeito ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada;
 Acesso à justiça em caso de lesão ou ameaça.
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO TRABALHO
	
Princípio da Proteção ao Trabalhador: A estrutura jurídica do Direito do Trabalho está voltada à proteção da parte hipossuficiente na relação empregatícia, buscando atenuar o desequilíbrio econômico do contrato de trabalho. O empregador reúne uma série de potencialidades e capacidades, principalmente de cunho econômico, enquanto o trabalhador subordina-se ao trabalho e dele depende economicamente. Este princípio busca diminuir a disparidade destas partes.
Enunciado 1 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho – ANAMATRA
REFORMA TRABALHISTA. HERMENÊUTICA. SUBSISTÊNCIA DO CARÁTER TUITIVO DO DIREITO DO TRABALHO Hermenêutica trabalhista. O princípio da proteção deve ser compreendido como fundamento para a aplicação de uma regra jurídica, sob pena de não ser reconhecida como norma jurídica trabalhista. Subsistência do caráter tuitivo do direito do trabalho.
	
Princípio da Vedação ao Retrocesso Social: Art. 7°, caput, e art.5°, §2°, CF. Rol de direitos e outros que visam a melhoria da condição social do trabalhador.
CF. Art. 7°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
CF. Art. 5°, §2°. Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
	
Princípio do Reconhecimento das Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho: Art. 7°, XXVI, CF c/c Art. 611, CLT.
CLT. Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações às relações individuais de trabalho.
§1°. É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da Correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
CF. Art. 7°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
Enunciado 29 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho – ANAMATRA
NORMAS COLETIVAS: PRINCÍPIO DA NORMA MAIS BENÉFICA I. Normas coletivas. Princípio da norma mais benéfica. Os acordos coletivos firmados não prejudicarão direitos garantidos pelas convenções coletivas de trabalho, em respeito à aplicação do princípio da norma mais favorável (art. 7º, caput, CF). Com efeito, a nova redação do artigo 620 da CLT, dada pela Lei 13.467/2017, não exclui a aplicação do princípio da norma mais favorável, de orientação e aplicação no Direito do Trabalho. II. Ademais, prevalecem em todo caso, em relação à matéria negociada, os princípios da proteção, e da inafastabilidade da tutela jurisdicional. III. A auditoria fiscal do trabalho possui o dever de exigir o cumprimento das normas laborais mais favoráveis ao trabalhador, o que inclui a possibilidade de verificação da aplicabilidade ou não de convenções e acordos coletivos de Trabalho sob aquela sistemática
Princípio In Dubio Pro Operario: trata-se de auxílio da interpretação da norma jurídica trabalhista. Diante de uma única norma que permita mais de uma interpretação deve prevalecer aquela que mais favoreça o empregado.
Exemplo: art. 10, II, “b” ADCT: vedada dispensa arbitrária ou sem justa causa da gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto”.
Pluralidade de interpretações.... A interpretação da regra que mais protege a empregada (já superado pelo TST) é “desde a data provável da fecundação”.
*Este princípio não se aplica ao processo do trabalho, somente ao direito material!
Princípio da Norma mais Favorável: também se trata de auxílio da interpretação da norma jurídica trabalhista, contudo, aqui, diante de mais de uma norma jurídica, prevalecerá a mais benéfica ao empregado. O direito do Trabalho, portanto, adota a dinâmica da hierarquia entre as normas, eis que no “topo da pirâmide”, não necessariamente estará a Constituição Federal.
	A aplicação deste princípio encontra algumas dificuldades práticas frente as cláusulas de convenções e acordos coletivos de trabalho, portanto, existem duas teorias que procuram solucionar eventuais conflitos entre normas jurídicas:
1. Teoria da Acumulação;
Prescreve que devem ser acumuladasas vantagens previstas ao empregado em diplomas legais e instrumentos normativos (sentença normativa, convenção coletiva, acordo coletivo, contrato de trabalho, leis, etc). Ou seja, vão se acumulando entre todos os dispositivos mais vantajosos ao empregado, de modo que poderá se ter vários instrumentos aplicáveis ao contrato de trabalho, considerando de forma isolada, as cláusulas de cada norma.
2. Teoria do Conglobamento (Teoria do Conjunto);
Prescreve que a aplicação deste princípio deve considerar cada dispositivo isoladamente, mas em conjunto global de uma determinada fonte de direito. Assim, existindo duas ou mais normas previstas em instrumentos coletivos diversos, deve-se escolher não os dispositivos mais favoráveis em cada instrumento coletivo, mas sim o próprio instrumento coletivo como um todo.
Exemplo: existindo acordo coletivo e convenção coletiva tratando matérias idênticas, deve prevalecer um dos dois em sua integralidade, e não as cláusulas mais benéficas de ambos (como na Teoria da Acumulação).
	Diante das duas teorias, a Reforma Trabalhista deu a seguinte redação ao artigo 620 da CLT:
CLT. Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas: as regras justrabalhistas são essencialmente imperativas, não podem ser afastadas – em regra – pelos contratos individuais de trabalho. Prevalece a restrição à autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto à diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condições contratuais.
Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas: Traduz a inviabilidade técnico-jurídica da eventualidade do empregado despojar-se de seus direitos, das suas vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem justrabalhista. Este princípio também é chamado de “Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas”.
Obs: renúncia é diferente de transação.
Princípio da Condição Mais Benéfica ou Inalterabilidade Contratual Lesiva: é a preservação da cláusula mais vantajosa ao trabalhador ao longo do contrato. Existindo uma cláusula ou condição anterior e sobrevir nova norma versando sobre a mesma matéria, prevalecerá aquela anteriormente criada, salvo se a norma posterior (nova) for mais benéfica ao trabalhador. Trata-se de uma das faces do princípio da segurança jurídica.
CLT. Art. 468 – Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
SÚMULA 51 TST. NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468 DA CLT
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. 
Princípio da Intangibilidade Salarial: as verbas de natureza salarial recebem garantias da ordem jurídica, de modo a assegurar seu valor, montante e disponibilidade em benefício do empregado. Salário tem caráter alimentar, portanto, é impenhorável (salvo prestação alimentícia), conforme artigo 833, IV, CPC. Ademais, é vedada a redução salarial sem a redução de jornada, e mesmo assim, deve ser precedido de real necessidade e autorização expressa do empregado, de forma justificada (art. 7°. VI, CF) c/c art. 468, CLT).
Princípio da Primazia da Realidade sob a Forma: o operador do Direito, no exame das declarações volitivas, deve se atentar mais à intenção dos agentes do que ao envoltório formal. Deve buscar a verdade real independentemente da produção formalística. Prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços.
Princípio da Continuidade da Relação de Emprego: é de alto interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo empregatício. A permanência da relação de emprego provoca, em geral, três correntes de repercussões favoráveis ao empregado:
a) Tendencial elevação dos direitos trabalhistas por avanço da legislação ou da negociação coletiva, e ainda por conquistas contratuais próprias do empregado;
b) Investimento educacional e profissional que se inclina no empregador a realizar nos trabalhadores vinculados ao longo dos contratos
c) Afirmação social do indivíduo: aquele que vive apenas de seu trabalho neste emprego, tem nisto um instrumento decisivo de seu sustento, de sua família e de sua afirmação perante a sociedade.
Demais orientações principiológicas (normas) constitucionais do Direito do Trabalho:
 Proibição de trabalho além da periodicidade diária e/ou semanal que permite ao empregado usar o salário para prover sua alimentação, moradia, descanso, lazer, etc.;
 Proibição de despedida arbitrária, pois esse modo de dispensar o empregado implica considerar o valor social do trabalho como um postulado menos relevante que o da livre-iniciativa instrumentalizando o trabalhador;
 Garantia do salário mais alto (1° Convenção ou Acordo, 2° Piso Salarial Estadual, 3° Salário Mínimo Federal);
 Restrição ao trabalho insalubre ou perigosos, os quais podem conduzir o empregado à enfermidade ou morte; 
 Proibição de Trabalho Infantil em circunstâncias que inviabilizem a sua formação acadêmica moral e física;
 Proibição da adoção de sistema de revista de trabalhadores que exponha a intimidade destes, sobretudo quando se distinguem os meios de segurança patrimonial aplicados aos empregados e à clientela.

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