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ARBITRAGEM V 2

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ASPECTOS GERAIS DA 
ARBITRAGEM 
Professora : 
Me. Mariane Helena Lopes 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender os acontecimentos históricos. 
• Analisar os fatores que contribuíram para a arbitragem. 
• Conhecer como funcionava a arbitragem nos principais momentos históricos. 
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Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Histórico da arbitragem e da antiguidade. 
• Grécia, Roma e Idade Média. 
• A arbitragem atualizada. 
Introdução 
Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade, você estudará a respeito do contexto histórico da arbitragem, que lhe levará ao 
conhecimento dos meios usados na criação da arbitragem desde a Antiguidade até a atualidade, quando foi criada a lei de fato e de 
direito que trata especificamente sobre o assunto abordado neste trabalho. É bom sabermos que a arbitragem é uma forma muito 
antiga de resolução de conflitos, existem relatos de sua existência desde 2.500 a. C., e, por essa razão, faz-se importante 
aprendermos um pouco sobre o seu contexto histórico. 
Ao falarmos sobre o tema arbitragem na Antiguidade, não podemos deixar de citar um dos mais antigos e importantes códigos de 
conduta existente na história da humanidade, que foi o Código de Hamurabi, em que se tem relatos que nos levam a crer que, 
naquela época, a arbitragem já era exercida pelos anciões e pelo próprio Hamurabi, dessa forma, concretizamos o pensamento de 
que a arbitragem é mais antiga do que imaginamos. 
Na Grécia, a arbitragem era uma instituição conhecida, tanto para a solução de disputas entre suas cidades quanto entre os 
cidadãos. Já em Roma, a arbitragem era bastante conhecida e praticada em paralelo com a jurisdição estatal. Ao longo da história, a 
arbitragem foi se desenvolvendo, deixando de ser tratada e executada somente por reis, anciões etc., e passou a ser exercida por 
um poder estatal. Veremos isso acontecer na Idade Média, com o renascimento do comércio, em que o poder estatal passava a 
determinar e decidir conflitos por meio de árbitros. 
O Estado como conhecemos hoje foi uma criação da Idade Moderna, em que a jurisdição estatal era e continua sendo exercida por 
funcionários públicos. Dessa maneira, poderemos constatar, ao longo dos estudos desta unidade, que, assim como no passado, a 
arbitragem tomou força de lei, até que, por consequência dos seus frutos nos dias atuais, virou lei e conseguiu ser reconhecida e 
respeitada internacionalmente e, até então, vem conquistando seu espaço dia a dia e ganhando força no mundo jurídico. 
Avançar 
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Histórico da Arbitragem e da 
Antiguidade 
Antes de analisarmos como funciona a arbitragem propriamente dita, deve-se fazer uma introdução histórica sobre o surgimento 
dela. Além disso, também verificaremos como o instituto jurídico funcionou na Antiguidade com o intuito de compreender melhor 
o que temos hoje. 
A arbitragem é uma das formas mais antigas de resolução de conflitos do mundo. Ela já era usada na Antiguidade e na Idade Média, 
quando representava um caminho certo para evitar um confronto bélico no que diz respeito ao Direito Internacional Público. Já no 
que diz respeito aos demais ramos do Direito, a solução de conflitos por meio de árbitros é utilizada há muitos anos. Como disse 
Platão ( apud GUILHERME , 2012 , p. 32) : “que os primeiros juízes sejam aqueles que o demandante e o demandado tenham 
eleito, a que o nome de árbitros convêm mais que o de juízes, que o mais sagrado dos Tribunais seja aquele em que as partes 
tenham criado e eleito de comum acordo”. 
A evolução da solução de controvérsias é apresentada da seguinte forma: vingança privada indiscriminada, vingança privada 
regulada, uso facultativo da arbitragem, uso obrigatório da arbitragem e, por fim, o uso da justiça estatal. Essa, porém, não é uma 
visão unânime sobre esse instituto jurídico (PASUKANIS, 1989). 
A escassez de fontes históricas nos leva a uma divergência de interpretações. Para se fazer uma análise histórica do instituto da 
arbitragem, obrigatoriamente deve-se passar pelas funções do Estado (VALLE, 2012). A criação do Estado como conhecemos hoje 
é uma obra da Idade Moderna (DALLARI, 1991). Em grande parte dos Estados modernos, a jurisdição estatal é exercida em caráter 
permanente por funcionários públicos, com dedicação exclusiva, em estrutura preexistente ao litígio. De outro lado, a arbitragem 
moderna se caracteriza pela escolha de pessoas que, normalmente, não são investidas de qualquer magistratura para a decisão de 
um caso específico, ou seja, escolhe-se uma pessoa que tenha formação e conhecimento na área do conflito que precisa ser 
solucionado. 
A solução de controvérsias é uma função muito mais antiga que o próprio Estado Moderno. Nos primórdios, o soberano tomou 
para si a função da administração da justiça ou, pelo menos, o modo com que a solução de controvérsias deveria desenrolar 
(VALLE, 2012). No Código de Hamurabi, há menção à figura dos “anciãos” como a do “juiz” para a solução de controvérsias. De 
outro lado, o mesmo código fala que Hamurabi seria “o árbitro perfeito, que designa pastos e água para Lagash e Girsu” (VALLE, 
2012, p. 36). 
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Pode-se observar que, desde o surgimento da arbitragem, ela já foi considerada um método alternativo de 
solução de conflitos, servindo como uma forma secundária para se resolver os problemas da sociedade. 
Historicamente, a arbitragem se evidenciava nas duas formas do processo romano agrupadas na o rdo 
judiciorum privatorum , ou seja, o processo das legis actiones e o processo per formulas . Em ambos os casos 
que vão desde as origens históricas de Roma, sob a Realeza (754 a.C.), ao surgimento da cognitio 
extraordinária, sob Diocleciano (século III d.C.). 
Fonte: Teixeira ([1997?], p. 25). 
Em diversos momentos da história, a jurisdição estatal era exercida por particulares, nomeados por determinado mandato, como 
no caso da Grécia clássica (VALLE, 2012). O fato de esses cidadãos privados exercerem funções públicas por nomeação ou por 
mandato tornava incerta a configuração de determinado meio de solução de controvérsia como puramente jurisdicional ou de 
arbitragem. 
Na Antiguidade, a arbitragem surgiu antes da jurisdição estatal. Ela seria uma evolução direta da vingança de sangue para a 
jurisdição estatal. Embora possa ser verdadeira em algumas sociedades, não considera as formas iniciais de tentativa de 
intermediação de conflitos fora dos quadros estatais, principalmente, de cunho religioso ou com o recurso aos sábios ou anciãos 
(VALLE, 2012). 
Martin Domke afirma que o uso de arbitragem já era mencionado em escritos cuneiformes de Ur, datados de 2.500 a.C. O citado 
autor ainda menciona o Código de Hamurabi como uma fonte de várias menções ao uso da arbitragem (DOMKE, 1997 apud 
VALLE, 2012 ). Todavia, as traduções do código se utilizam da palavra “juiz” para aquele que julga, prevendo formas públicas de sua 
destituição em caso de erro. 
Em outras passagens, o Código refere-se aos anciãos comojulgadores. Aquele próprio autor ressalva que, 
naquele momento histórico, é difícil fazer uma clara separação entre o que seja arbitragem e o que seja 
julgamento estatal. Entretanto, considera razoável assumir que diversas disputas fossem resolvidas fora 
dos tribunais do rei (DOMKE, 1997, p. 2 apud VALLE, 2012, p. 21). 
O citado autor ainda se refere ao uso comum da arbitragem no antigo Egito, contudo, sobre isso, existem poucos registros escritos, 
possivelmente, por se desenrolarem fora do sistema oficial de solução de controvérsias (DOMKE, 1997 a pud VAL LE , 2012 ). 
Destarte, deve-se ressaltar que os exemplos citados são esparsos e não permitem afirmar a existência de evidência histórica 
suficiente para um estudo aprofundado da arbitragem na Antiguidade. Dessa forma, pode-se perceber que, como o material sobre 
o instituto jurídico é escasso, não se tem grandes notícias sobre o mesmo no período histórico. 
Pode-se citar dois exemplos do uso da arbitragem em oposição ao sistema de solução de controvérsias do 
Estado. Em meados de 2.700 a.C., o chefe de Nekheb criou um fundo para as oferendas fúnebres após a sua 
morte. O fundo seria administrado por sacerdotes, e as disputas entre os sacerdotes e os leigos seriam 
resolvidas pela jurisdição normal. Todavia, caso houvesse disputas entre os sacerdotes, elas seriam 
dirimidas pelos demais sacerdotes administradores do fundo, que decidiriam como árbitros. 
Outro exemplo que pode ser citado sobre a utilização da arbitragem é datado de 2.300 a.C. e também 
envolve a criação e administração de um fundo para homenagens fúnebres de uma pessoa chamada Senu- 
Ankh. Ainda existem referências aos sacerdotes e chefes de comunidades menores que agiram como juízes 
durante diversos períodos da história do Egito. 
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Fontes: adaptado de Domke (1997 apud VALLE, 2012). 
Grécia, Roma e Idade Média 
Nesta aula, será feita uma análise de três momentos históricos diferentes. Analisaremos como funcionava a arbitragem na Grécia, 
Roma e na Idade Média. Além disso, também será feita uma diferenciação entre esses três períodos. 
Na Grécia, a arbitragem era uma instituição conhecida, tanto para a solução de disputas entre suas cidades quanto entre os 
cidadãos (VALLE, 2012). Essa forma de solução de conflitos fazia parte da vida cotidiana dos gregos e, ao mesmo tempo, de 
Demóstenes. Havia uma considerável sofisticação sobre o procedimento de arbitragem compulsória (DOMKE, 1997 apud VALLE, 
2012 ). 
Para que se possa compreender a arbitragem nesse sistema jurídico, deve-se considerar a existência de dois tipos de arbitragens 
paralelas (DOMKE, 1997 apud VALLE, 2012 ). A primeira era a arbitragem pública, que era um procedimento formal que servia 
como uma espécie de primeira instância civil. Nesse tipo, os árbitros eram os cidadãos que estavam em seu 60º ano de vida — no 
fim do serviço militar. Nessa época, o serviço realizado pelo árbitro era um serviço público, cuja desobediência acarretava a sansão 
de perda dos direitos civis. Caso a parte fosse prejudicada por um árbitro, poderia apresentar uma queixa acarretando a perda dos 
direitos civis do árbitro, caso fosse comprovada (DOMKE, 1997 apud VALLE, 2012 ). A segunda era a arbitragem privada. Esta era 
desenvolvida por comum acordo entre as partes, sem envolvimento direto do Estado. A partir de 4 a.C., existem provas de que as 
partes que contrataram a arbitragem privada não poderiam levar o caso para o sistema judicial ( ROEBUCK VALLE, 2012). apud 
Contudo, no que diz respeito a essas formas de arbitragem, havia uma diferença em razão da matéria e no sistema recursal. Os 
árbitros de caráter público conheciam causas de Direito Público, Criminal e a capacidade das pessoas. Já os árbitros de caráter 
privado, aqueles que eram escolhidos pelas partes, apenas tratavam de matérias contratuais. As primeiras decisões eram objeto de 
recurso; já as segundas decidiam de definitivo ( DALLOZ VALLE, 2012). E, em Roma, a arbitragem era bastante conhecida e apud 
praticada em paralelo com a jurisdição estatal. 
São de particular interesse dois legisladores atenienses: Drácon e Sólon. O primeiro fornece a Atenas o seu 
primeiro Código de leis, que ficou conhecido por sua severidade e cuja lei relativa ao homicídio foi mantida 
pela reforma de Sólon. Deve-se a Drácon a introdução de importante principio de Direito Penal: a distinção 
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entre os diversos tipos de homicídio, diferenciando entre homicídio voluntário, homicídio involuntário e o 
homicídio em legítima defesa. Sólon não só cria um Código de leis, que alterou o Código criado por Drácon, 
como também procede a uma reforma institucional, social e econômica. No campo econômico, Sólon 
reorganiza a agricultura, incentivando a cultura da oliveira e da vinha e, ainda, a exportação do azeite. No 
aspecto social, entre as várias medidas, são de particular interesse aquelas que obrigavam os pais a 
ensinarem um ofício aos filhos, caso contrário, eles ficariam desobrigados de os tratarem na velhice; a 
eliminação de hipotecas por dívidas e a libertação dos escravos pelas mesmas; e a divisão da sociedade em 
classes. Atrai também artífices estrangeiros com a promessa de concessão de cidadania. Apesar de ter sido 
o berço da democracia, da Filosofia, do teatro e da escrita alfabética fonética, a civilização grega tinha 
algumas características bastante particulares. Duas delas podem ter contribuído para o obscurecimento do 
Direito grego ao longo da história. A primeira é a recusa do grego em aceitar a profissionalização do Direito 
e da figura do advogado que, quando existia, não podia receber pagamento. A segunda é a de que preferia 
falar a escrever. Parece até um paradoxo que o povo que inventou a escrita desse primazia à fala. A 
característica dos gregos de dar preferência à fala em detrimento da escrita era também reforçada pelas 
dificuldades que a escrita ainda apresentava, mesmo no século V a.C., com a disponibilidade e custo do 
material para escrita e produção de obras para consumo. 
Fonte: adaptado de Valle (2012). 
No período clássico, o processo civil romano era bifásico, em que começava perante um pretor que, se concedesse a ação, que era 
feita por meio de uma fórmula, encaminhava o caso para o julgamento de um cidadão, que, então, decidiria o mérito (ALVES, 2005). 
Essa segunda fase era chamada de apud iudicem , um cidadão comum era indicado a proferir a decisão do conflito em questão. 
Embora fosse nomeado pelo pretor, as partes poderiam indicar uma pessoa de sua confiança para decidir (GUILHERME, 2012). 
No direito romano, também existiu a figura da arbitragem à parte do procedimento estatal, nela, o árbitro era chamado pelas 
partes a decidir uma controvérsia nos moldes por ela colocados. Assim, poderia ser chamado tanto a decidir um litígio como, 
também, poderia apenas declarar ou integrar determinado aspecto do negócio (CRIFO, 1958). 
Desde o ano de 446 a.C., com a prática da arbitragem entre cidades, até o Código Justiniano, quase um 
milênio após, Roma praticou a arbitragem em mais de uma forma. Alguns autores mencionam que, na Lei 
das Doze Tábuas, existiria a determinação para o uso da arbitragem, ao prescrever que as famílias 
interviessem na impossibilidade de resolução de uma controvérsia entre as partes interessadas. 
Fonte: adaptado de Valle (2012) e Guilherme (2012). 
A fonte da investidura do árbitro era a vontade das partes e não a fórmula do pretor: ela advinha de um negócio jurídico 
denominado compromisso (GUILHERME, 2012; VALLE, 2012). A palavra compromisso indica a existência de uma promessa dupla, 
destinada a dar ao pacto a força que lhe faltaria (VALLE, 2012). 
A referência a um terceiro para decidir não tinha efetividade no Direito romano. Seria umpacto nu, uma obrigação natural e não 
uma obrigação civil. Inicialmente, o Direito romano conheceu o arbitrium boni viri feito por um arbitrator , no quadro da boa-fé, ou 
seja, sem execução própria (VALLE, 2012). 
Posteriormente, criou-se a possibilidade de conjugar uma pena como forma de garantir o pactuado. Com isso, mesmo que a parte 
não cumprisse a sentença, poderia ser aplicada uma multa. Nesse momento, fala-se dos árbitros ex compromisso , ou seja, aqueles 
que são investidos conforme o compromisso (DECLAREUIL, 1850 apud VALLE, 2012). Os poderes do árbitro eram fixados no 
compromisso, que servia como a fórmula do pretor ao juiz. O árbitro tinha que conservar a liberdade de julgar de acordo com a sua 
consciência. As partes não podiam impor que decidisse em um sentido determinado. Assim, pode-se dizer que o compromisso 
regulava toda a parte externa da arbitragem, devendo deixar livre seu lado interno, ou seja, o conteúdo da sentença (DECLAREUIL, 
1850 apud DELLA VALLE, 2012). 
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O pretor não tem o poder de proferir a sentença arbitral, nem mesmo de verificar o conteúdo da mesma. Tal vedação decorria de 
duas razões principais: a) o compromisso era feito sem intervenção do pretor; e b) o árbitro não tinha o dever de observar as regras 
de direito. Ao julgar, o árbitro obedecia ao compromisso e à sua consciência (GUILHERME, 2012). 
Na Idade Média, a sociedade feudal também utilizou a arbitragem e a mediação na solução de conflitos, 
inclusive internacionais, tendo-se em vista a intervenção da Igreja Católica em todos os principados, que era 
a divisão política da época. O Papa era considerado o árbitro supremo, enquanto que os bispos e senhores 
feudais se valiam mais da mediação. 
Fonte: Martins (2011, on-line). 
O aparecimento da arbitragem ex compromisso é bastante posterior ao surgimento da arbitragem. Contudo, suas raízes foram 
fincadas na tradição romana e, embora conhecendo algum declínio no tocante às formas de execução, com ela, chegou até o 
Direito justiniano, a Idade Média e mesmo aos tempos modernos (VALLE, 2012; GUILHERME, 2012). 
Além da sobrevivência por meio do Direito romano, a arbitragem também era encontrada nas compilações “bárbaras” da Idade 
Média. Alguns autores chegam mesmo a afirmar que as sentenças arbitrais eram mais frequentes que as sentenças judiciais, em 
razão da perda de credibilidade do sistema judicial feudal (MORTARI, 1958). 
Com o renascimento do Direito romano, todas as disposições do Corpus Iuris relativas à arbitragem voltaram a ser estudadas, com 
contribuições do direito canônico (MORTARI, 1958). Vários estatutos das cidades previram a existência da arbitragem, sendo esta 
objeto de vários estudos, que modificaram o instituto com o passar do tempo. 
Por conta do renascimento do comércio, tribunais de comerciantes, a maioria ligada às respectivas corporações de ofícios, foram 
criados e tinham jurisdição, inicialmente, sobre os comerciantes (GUILHERME, 2012). É nesse período que surgiu a arbitragem 
comercial típica, que cria as características do instituto que prevalecem até os dias de hoje (VALLE, 2012). Tratava-se de uma 
jurisdição paralela à das cortes estatais que aplicavam o direito civil comum. Os tribunais dos comerciantes, em geral, atuavam sem 
grandes formalidades processuais, aplicando somente o costume dos comerciantes (MORTARI, 1958). 
Embora esses tribunais sejam considerados “arbitrais”, eles apontavam algumas dificuldades de definição da arbitragem em um 
contexto de pluralismo jurídico. Uma vez aceita a existência de órgãos institucionalizados e permanentes, onde deveria ser traçada 
a linha entre arbitragem e jurisdição? Para tanto, pode-se considerar tais órgãos como tribunais arbitrais por constituírem uma 
atividade judicante não estatal, composta por particulares, e, embora fosse praticamente compulsória a todos os comerciantes, 
pressupunha-se um grau volitivo mínimo das partes (GUILHERME, 2012; VALLE, 2012). 
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A Arbitragem Atualizada 
O desenvolvimento histórico que levou à unificação do Estado e das fontes de Direito produziu o fenômeno da codificação dentro 
da tradição jurídica romano-germânica. A edição do Código Civil francês, no início do século XIX, marca o início de tal era que se 
caracterizou por uma unificação das fontes e a abordagem sistemática da regulação da vida social. 
Embora houvesse códigos editados anteriormente, como o da Prússia, o francês detém a primazia de uma 
abordagem sistemática da matéria, razão pela qual o autor também o considera o marco inicial do 
movimento de codificação (VALLE, 2012, p. 29). 
Os Códigos não deixaram de seguir o substrato jurídico existente na sociedade. Diversos deles recepcionaram o compromisso 
romano já na forma elaborada na Idade Média, como estudamos anteriormente (VALLE, 2012). Desde o Código de Processo Civil 
francês ao Código Civil brasileiro de 1916, houve uma ampla adoção da figura do compromisso arbitral. O direito de base europeia 
foi adotado em toda a América Latina, nas ex-colônias africanas e asiáticas, de independência mais recente, e por países que 
pretendiam realizar esforços de modernização de seus sistemas jurídicos, como foi o caso do Japão e da Turquia (VALLE, 2012). 
No Brasil, a arbitragem é conhecida desde os tempos da colonização portuguesa. Inicialmente, a arbitragem foi prevista pelas 
Ordenações Filipinas, no seu Livro II, Títulos XVI, LIII, XVII. A partir desta, o Código Comercial Brasileiro de 1850 estabeleceu o 
arbitramento obrigatório para as causas entre sócios de sociedades comerciais durante a existência legal, liquidação ou partilha da 
sociedade ou companhia. Contudo, o Regulamento 737 de 1850, que foi o primeiro diploma processual codificado, restringiu tal 
obrigatoriedade estritamente às causas comerciais. Ainda assim, surgiram inúmeras críticas a esse caráter compulsório 
(GUILHERME, 2012). 
Surgiu, então, a Lei 1.350, de 1866, que revogou tais dispositivos, e o Código Civil, de 1916, reduzindo a arbitragem a mero 
compromisso. Os Códigos de Processo Civil de 39 e 73 também dispuseram da mesma forma, em seus arts. 1.031 a 1.040 e 1.072 a 
1.102, respectivamente, garantindo ao instituto uma versão facultativa em vigor até o advento da lei (MORAIS; SPENGLER, 2008). 
Uma vez que a arbitragem foi convencionada, ela passa a ser de cunho forçado. Os artigos citados anteriormente dispunham 
somente sobre o compromisso arbitral, e não sobre a cláusula compromissória ou cláusula de arbitragem, diferentemente do que 
temos hoje. 
Foi com a Constituição de 1946 que se consagrou, pela primeira vez, o princípio da ubiquidade da jurisdição, 
art. 141, §4º, e a partir daí foi reiterado nas subsequentes: Constituição de 1967, art. 150, §4º; na Emenda 
Constitucional de 1969, art, 153, §4º e finalmente na Constituição de 1988, art. 5º, XXXV. 
Fonte: Morais e Spengler (2008, p. 170) 
No que diz respeito ao plano internacional, houve um crescimento vertiginoso e diferenciado das relações comerciais externas 
impulsionadas pela globalização econômica que contribuiu para revestir de importância os juízos arbitrais. Estes acompanharam 
de perto o desenvolvimento e incremento das relações entre Estados e entre particulares, repercutindo na formação de tratados 
na área internacional, bem como novas codificações no que se refere à arbitragem entre particulares em cada país (MORAIS; 
SPENGLER, 2008). 
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Com relação ao Brasil, a integração deu-se a partir da assinatura do “Protocolo de Genebra”, de 24 de setembro de 1923, sendo 
ratificado e internalizado no Brasil, e da Convenção de Panamá, de 1975, à qual se aderiu em maio de 1996 (MORAIS; SPENGLER, 
2008).Com a assinatura do Protocolo de 1923, conferiu-se validade à cláusula arbitral em contratos comerciais internacionais, 
com a garantia da execução das sentenças arbitrais e a condução de causas aos tribunais arbitrais, quando as partes tivessem se 
comprometido em aceitar tal procedimento (MORAIS; SPENGLER, 2008). 
Passados alguns milênios desde o início de seu uso, a arbitragem parece estar consolidada como uma forma de solução de 
controvérsias amplamente aceita (VALLE, 2012). Ela parece ter ganhado um reconhecimento unânime em todos os sistemas de 
Direito atuais. Em alguns campos, como no caso do comércio internacional, a arbitragem é um método de solução de conflitos, 
como veremos no decorrer do nosso estudo (VALLE, 2012). 
Apenas a Convenção de Nova Iorque de 1958, sobre o reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras, conta com 
143 países signatários em janeiro de 2009. 
Em 1990, foi a primeira vez que o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a eficácia da cláusula 
compromissória em contrato internacional, sendo dispensado o compromisso arbitral anterior. 
Somente depois da promulgação da Convenção do Panamá de 1975, em maio de 1996, sedimentou-se a 
mentalidade sobre a arbitragem. Por conta disso, não se faz mais nenhuma distinção entre arbitragem 
interna e internacional, não sendo mais exigida, no caso da última, a homologação judiciária dela, assim 
como não se exige mais, como condição de validade do juízo arbitral nacional, a existência do “compromisso 
arbitral” celebrado entre as partes envolvidas na arbitragem. Sobre o assunto, a jurisprudência já decidiu, 
como podemos observar a seguir: 
"SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA. HOMOLOGAÇÃO. REQUISITOS. LEI 9.307/96 E RESOLUÇÃO 
9/2005 DO STJ. CONTRATO DE COMPRA E VENDA. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. EXISTÊNCIA. 
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. ANÁLISE DE CONTROVÉRSIA DECORRENTE DO CONTRATO. 
JUÍZO ARBITRAL. POSSIBILIDADE. MÉRITO DA DECISÃO ARBITRAL. ANÁLISE NO STJ. 
IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO À ORDEM PÚBLICA. PRECEDENTES DO STF E STJ. 1. 
As regras para a homologação da sentença arbitral estrangeira encontram-se elencadas na Lei nº 
9.307/96, mais especificamente no seu capítulo VI e na Resolução nº 9/2005 do STJ. 2. As duas espécies 
de convenção de arbitragem, quais sejam, a cláusula compromissória e o compromisso arbitral, dão 
origem a processo arbitral, porquanto em ambos ajustes as partes convencionam submeter a um juízo 
arbitral eventuais divergências relativas ao cumprimento do contrato celebrado. 3. A diferença entre as 
duas formas de ajuste consiste no fato de que, enquanto o compromisso arbitral se destina a submeter 
ao juízo arbitral uma controvérsia concreta já surgida entre as partes, a cláusula compromissória 
objetiva submeter a processo arbitral apenas questões indeterminadas e futuras, que possam surgir no 
decorrer da execução do contrato. 4. Devidamente observado o procedimento previsto nas regras do 
Tribunal Arbitral eleito pelos contratantes, não há falar em qualquer vício que macule o provimento 
arbitral. 5. O mérito da sentença estrangeira não pode ser apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça, 
pois o ato homologatório restringe-se à análise dos seus requisitos formais. Procedentes do STF e STJ. 6. 
Pedido de homologação deferido” (Processo SEC 1210/EX SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA 
2006/0185918-6. Relator Min. FERNANDO GONÇALVES (1107). Órgão julgador: CE – CORTE 
ESPECIAL., j. 20/06/2007, data da publicação e fonte: DJ 06.08.2007, p. 444) (BRASIL, 2007, on-line). 
Pode-se afirmar que a arbitragem é uma instituição jurídica. Nas palavras de Friedrich Karl von Savigny (1949, p. 31): 
Mas da mesma forma que o julgamento em um determinado litígio tem apenas uma natureza limitada e 
dependente e não pode encontrar los mas promotoria da relação jurídica enraizada força viva e atraente, 
está a regra legal e cunhagem legal na abordagem instituição legal como los a sua mais profunda fundação, 
cuja natureza orgânica é evidenciado tanto no contexto de vida dos elementos quanto no seu 
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desenvolvimento progressivo. Sim, para que não pare com o fenômeno imediato, mas nós nos movemos a 
essência da questão, sabemos que todo efeito da relação jurídica é o julgamento particularmente uma 
abaixo é dominado pela regra jurídica. 
A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) consagra, em seu art. 4º, VII, a solução pacífica de conflitos para resolver questões 
oriundas de relações internacionais e, em seu art. 217, trouxe a arbitragem como um pressuposto processual. Leis extravagantes 
posteriores também se ocuparam de prever o instituto. A Lei nº 8.078/90, que dispõe sobre a proteção do consumidor, dispõe, nos 
contratos de fornecimento de produtos e serviços, a inclusão de cláusula relativa à utilização compulsória da arbitragem. 
A Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995) criou os Juizados Especiais, prevendo a possibilidade do julgamento por meio do “juízo arbitral”, 
com o árbitro escolhido pelas partes podendo decidir por equidade, sujeitando o laudo à homologação judicial por sentença 
irrecorrível, na qual se deve observar se não foi proferido fora dos limites ou em desacordo com o seu objeto; se julgou toda a 
controvérsia submetida ao juízo; se emanou do árbitro efetivamente escolhido; se é exequível, isto é, se contém os fundamentos 
mínimos da decisão e o seu dispositivo. 
A Convenção de Nova Iorque de 1958 está disponível no site https://uncitral.un.org/. Alguns países podem 
não aderir à Convenção por outras razões que não o desconhecimento do instituto. Um exemplo dessa 
situação seria o do próprio Brasil, que somente a ratificou no ano de 2002, embora reconheça a arbitragem 
desde as Ordenações de Portugal e da Constituição do Império. 
Na década de 80, tramitaram três Anteprojetos de Lei sobre a arbitragem, demonstrando a preocupação do legislador em 
aperfeiçoá-lo, dotando o país de moderna legislação sobre o tema. Tal comportamento refletiu na edição da Lei nº 9.307/96 
(MORAIS; SPENGLER, 2008). A entrada em vigor da Lei nº 9.307/96 representou uma transformação que adveio, em grande parte, 
da importância do instituto jurídico face às relações comerciais internacionais, como citado no tópico anterior, 
Conclui-se, assim, que a arbitragem é uma instituição jurídica permanente, reconhecida em todo o mundo. Ela existe desde os 
tempos imemoriais. A arbitragem, então, é reconhecida no mundo atual em praticamente todos os sistemas de direito 
contemporâneo. 
Antes da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, que introduziu a arbitragem moderna no País, sob o 
prisma contratual e empresarial internacional, éramos considerados uma nação marginalizada ou de 
segunda classe. Toda negociação com pessoas jurídicas do Exterior esbarrava na vetustez e anacronismo do 
Código de 1916, que trouxera o compromisso arbitral no seu bojo como um nada jurídico, como algo 
absolutamente inútil. Esse antigo diploma, ao exigir homologação judicial da decisão arbitral, suprimia toda 
a utilidade do instituto e mais do que isso, levantava a celeuma da necessidade de homologação judicial de 
laudo arbitral proferido no Exterior, algo que, durante muito tempo, foi palco de infindáveis discussões no 
Supremo Tribunal Federal e de inúmeros constrangimentos, mormente a empresas brasileiras. 
Fonte: adaptado de Venosa (1997). 
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Atividades de estudo 
1. Leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta. 
I. A arbitragemjá era usada na Antiguidade e já servia como caminho bélico. 
II. A criação do Estado como conhecemos hoje é uma obra da Idade Moderna. 
III. Nos primórdios, os anciões tomaram para si a função da justiça do modo em que a solução de controvérsias deveria se 
desenrolar ao longo dos conflitos. 
IV. Segundo Valle (2012, p. 23), o Código de Hamurabi fala que Hamurabi seria “o árbitro perfeito, porém o mesmo código 
menciona os 'anciãos' que faziam o papel do 'juiz' para a solução de controvérsias”. 
a) As alternativas I e II estão corretas. 
b) As alternativas III e IV estão corretas. 
c) As alternativas II e IV estão corretas. 
d) As alternativas I e III estão corretas. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
2. Assinale qual das alternativas a seguir está correta. 
a) A arbitragem seria uma evolução direta da vingança de sangue para a jurisdição estatal. 
b) Em relação ao modo de julgar, na Antiguidade, a arbitragem só julgava problemas de cunho religioso e de divórcio. 
c) Na antiguidade, os anciões não podiam agir como árbitros devido à proibição que existia no Código de Hamurabi. 
3. Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso nas questões a seguir. 
( ) Na Grécia, havia dois tipos de arbitragem: arbitragem pública e a privada. 
( ) Na Grécia, a arbitragem era conhecida, tanto para a solução de disputas entre suas cidades quanto entre os cidadãos. 
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( ) A arbitragem era uma forma de solução de conflitos e fazia parte da vida cotidiana dos gregos. 
4. Assinale a alternativa correta: 
a) A palavra compromisso, em Roma, indicava a existência de uma promessa dupla, destinada a dar ao pacto a força que lhe faltaria. 
b) Em Roma, o árbitro não tinha que conservar a liberdade de julgar de acordo com a sua consciência, ele julgava em conformidade 
com a Lei. 
5. Leia as afirmações a seguir e assinale as alternativas corretas. 
I. A Constituição Federal de 1988 consagra, em seu art. 4º, VII, a solução pacífica de conflitos em questões oriundas de relações 
internacionais e, em seu art. 217, trouxe a arbitragem como um pressuposto processual. 
II. A Lei nº 9.099/95 criou os Juizados Especiais, prevendo a possibilidade do julgamento por meio do “juízo arbitral”. 
III. A Lei nº 8.078/90, que dispõe sobre a proteção do consumidor, dispõe, nos contratos de fornecimento de produtos e serviços, a 
inclusão de cláusula relativa à utilização compulsória da arbitragem. 
a) Somente as alternativas I e II estão corretas. 
b) Somente as alternativas II e III estão corretas. 
c) Somente a alternativa III está correta. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
6. Assinale qual das alternativas a seguir está correta. 
a) Com o surgimento da Lei nº 1.350 de 1866 e do Código Civil de 1916, a arbitragem, que era um mero compromisso, passou a ter 
força no mundo jurídico. 
b) Com relação ao Brasil, a partir da assinatura do “Protocolo de Genebra”, conferiu-se validade à cláusula arbitral em contratos 
comerciais internacionais. 
Resolução das atividades 
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RESUMO 
De acordo com o que estudamos, a arbitragem é uma das formas mais antigas de solução de conflitos, impedindo, assim, um 
confronto bélico entre Estados no que diz respeito ao Direito Internacional. A falta de fontes históricas sobre a arbitragem, nesse 
período, leva-nos à divergências de interpretações, pois cada autor entende de uma forma diferente, repassando, assim, o seu 
entendimento sobre o assunto. O Estado como conhecemos hoje foi uma criação da Idade Moderna, em que a jurisdição estatal era 
exercida por funcionários públicos. 
O uso da arbitragem já era mencionado em escritos cuneiformes, datados de 2.500 a.C. O Código de Hamurabi já citava a 
arbitragem e, muitas vezes, de acordo com a sua tradução, encontrava-se a palavra juiz para definir aquele que decidiria a 
arbitragem. Na Grécia, como visto, tínhamos duas formas de arbitragem: a) pública: um procedimento formal que servia como uma 
espécie de primeira instância civil, aqui, os árbitros eram os cidadãos; b) privada: era desenvolvida por comum acordo entre as 
partes, sem um envolvimento direto do Estado. 
No que diz respeito ao período romano, o processo civil era bifásico, ou seja, ele começava perante um pretor que, a partir de uma 
fórmula, podia conceder a ação. Nesse caso, então, encaminhava o caso para um julgamento de um cidadão. Nesse período 
histórico, o árbitro era escolhido pelas partes de acordo com a vontade das mesmas, e não à fórmula do pretor. Inicialmente, a 
decisão dada por uma terceira pessoa não tinha efetividade e, por essa razão, não era cumprida pelas partes envolvidas. 
Posteriormente, criou-se a possibilidade de aplicação de uma pena como forma de garantir o cumprimento da decisão. 
Todos os poderes do árbitro, nesse período, eram fixados no compromisso que servia como fórmula do pretor ao juiz. Como se 
pode perceber, o árbitro devia conservar a liberdade de julgar de acordo com a sua consciência. Ainda, as partes não podiam impor 
que o mesmo decidisse num determinado sentido. Com isso, toda a parte externa da arbitragem era regulamentada. 
Diferentemente do árbitro, o pretor não tinha poder para proferir a sentença arbitral, nem mesmo verificar o conteúdo dela. Essa 
vedação decorria das seguintes vedações: a) compromisso era feito sem intervenção do pretor; e b) o árbitro não tinha o dever de 
observar as regras de direito. 
Com relação à arbitragem na Idade Média, a sentença arbitral, nesse período, era mais utilizada do que as sentenças judiciais por 
causa da perda de credibilidade do sistema judicial feudal. Por conta do renascimento do comércio, que, em sua maioria, era ligado 
às respectivas corporações de ofícios, foram criados os tribunais de comerciantes, cuja jurisdição, inicialmente, dizia respeito 
somente aos comerciantes. Pode-se dizer que se tratava de uma jurisdição paralela à das cortes estatais que aplicavam o direito 
civil comum. Embora esses tribunais fossem considerados arbitrais, existia uma dificuldade de definição com relação ao instituto 
propriamente dito. 
Passado esse estudo histórico, vimos que, no Brasil, a arbitragem é conhecida desde os tempos da colonização portuguesa. No 
Direito brasileiro, a Constituição Federal de 1988 consagrou tal instituto como uma solução pacífica de conflitos para resolver 
questões oriundas de relações internacionais, bem como trouxe a arbitragem como um pressuposto processual. Algumas leis 
extravagantes também trouxeram a previsão de tal instituto, como, por exemplo, a Lei nº 9.099/95. Contudo, somente com a Lei nº 
9.307/96 é que, de fato, ocorreu uma transformação, mostrando a importância do instituto jurídico face às relações comerciais 
internacionais. 
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Material Complementar 
Na Web 
Para saber mais sobre o Código de Hamurabi, acesse o site. 
Ele traz, inclusive, o Código de Hamurabi aplicado na época. 
Acesse 
Leitura 
Arbitragem e Equidade: uma abordagem internacional 
Autor: Martin Della ValleEditora: Atlas 
Sinopse : publicada a Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307, de 23 de setembro 
de 1996), lançaram-se os estudiosos à tarefa fundamental de informar os 
operadores do Direito acerca das vantagens e da potencialidade desse 
meio de resolução de controvérsias. O país, efetivamente, acordava aos 
poucos, preguiçosamente, para os métodos ditos alternativos de solução 
de litígios, movimento que tomou corpo no início dos anos 80 e que, no 
final do século XX, culminou com a revitalização da arbitragem. Passados 
vários anos a partir do advento da Lei, a primeira onda evolutiva da 
arbitragem — informativa — cumpriu seu papel. Nessa obra, foram 
esmiuçados detalhes sobre a arbitragem, mostrando de que forma a 
mesma deve funcionar na sociedade. 
Comentário: esse livro é interessante visto que demonstra de que forma 
a arbitragem pode ser utilizada na sociedade, bem como as 
características da mesma. Além disso, a obra em questão mostra como a 
equidade é utilizada no instituto em análise. 
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REFERÊNCIAS 
ALVES, J. C. M. Direito Romano . 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 . Brasília: Senado Federal, 
1988. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 17 ago. 2021. 
BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 . Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá 
outras providências. 1995. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 17 ago. 2021. 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Sentença arbitral estrangeira. Homologação. Requisitos. Lei 9.307/96 e 
Resolução 9/2005 do STJ. Contrato de compra e venda. Convenção de arbitragem. Existência. Cláusula 
compromissória. Análise de controvérsia decorrente do contrato. Juízo arbitral. Possibilidade. Mérito da decisão 
arbitral. Análise no STJ. Impossibilidade. Ausência de violação à ordem pública. Precedentes do STF e STJ. 1. As 
regras para a homologação da sentença arbitral estrangeira encontram-se elencadas na Lei nº 9.307/96, mais 
especificamente no seu capítulo VI e na Resolução nº 9/2005 do STJ. 2. As duas espécies de convenção de 
arbitragem, quais sejam, a cláusula compromissória e o compromisso arbitral, dão origem a processo arbitral, 
porquanto em ambos ajustes as partes convencionam submeter a um juízo arbitral eventuais divergências relativas 
ao cumprimento do contrato celebrado. 3. A diferença entre as duas formas de ajuste consiste no fato de que, 
enquanto o compromisso arbitral se destina a submeter ao juízo arbitral uma controvérsia concreta já surgida entre 
as partes, a cláusula compromissória objetiva submeter a processo arbitral apenas questões indeterminadas e 
futuras, que possam surgir no decorrer da execução do contrato. 4. Devidamente observado o procedimento 
previsto nas regras do Tribunal Arbitral eleito pelos contratantes, não há falar em qualquer vício que macule o 
provimento arbitral. 5. O mérito da sentença estrangeira não pode ser apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça, 
pois o ato homologatório restringe-se à análise dos seus requisitos formais. Procedentes do STF e STJ. 6. Pedido 
de homologação deferido. Sentença estrangeira contestada: nº 1.210 — GB (2006/0185918-6). International Cotton 
Trading Limited ICT e Odil Pereira Campos Filho. Relator: Ministro Fernando Gonçalves. Acórdão, 20 jun. 2007. 
Superior Tribunal de Justiça. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1478167/sentenca- 
estrangeira-contestada-sec-1210-gb-2006-0185918-6/inteiro-teor-14055306 . Acesso em: 17 ago. 2021. 
CRIFO, G. Arbitrato: Diritto Romano. In : ENCICLOPEDIA del Diritto. Milano: Giuffrè, 1958. 
DALLARI, D. de A. Elementos de Teoria Geral do Estado . 15. ed. São Paulo: Saraiva, 1991. 
GUILHERME, L. F. do V. de A. Manual de Arbitragem . São Paulo: Saraiva, 2012. 
MARTINS, M. Arbitragem no Brasil. TASP , 15 set. 2011. Disponível em: 
https://www.arbitragem.com.br/index.php/artigos/arbitragem-no-brasil. Acesso em: 16 ago. 2021. 
MORAIS, J. L. B. de; SPENGLER, F. M. Mediação e Arbitragem : alternativa à jurisdição. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2008. 
MORTARI, V. P. Arbitrato: Diritto Intermedio. In : ENCICLOPEDIA del Diritto. Milano: Giuffrè, 1958. 
PASUKANIS, E. B. A Teoria Geral do Direito e o Marxismo . Rio de Janeiro: Renovar, 1989. 
SAVIGNY, F. K. von. Ciencia del Derecho . Buenos Aires: Losada, 1949. v. 1. 
TEIXEIRA, S . de F. A A rbitragem no Sistema Jurídico Brasileiro . In : GARCEZ, J. M. R. (coord.). A Arbitragem na 
Era da Globalização . Ri o de Janeiro: Forense, [ 1997?]. 
VALLE, M. D. Arbitragem e Equidade : uma abordagem internacional. São Paulo: Atlas, 2012. 
VENOSA, S. de S. A Alternativa da Arbitragem. Consultor Jurídico , 29 jul. 1997 . Disponível em: 
https://www.conjur.com.br/1997-jul-29/alternativa_arbitragem. Acesso em: 31 ago. 2021. 
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APROFUNDANDO 
A arbitragem, assim como tudo no Direito, está em constante evolução de acordo com a necessidade da sociedade. Atualmente, 
houve um entendimento do Tribunal Superior do Trabalho favorável à aplicação da arbitragem em questões trabalhistas, o que é 
totalmente vantajoso para o instituto jurídico estudado e que poderá alterar toda a jurisprudência trabalhista sobre esse instituto 
(GUILHERME, 2012). 
DISSÍDIO INDIVIDUAL. SENTENÇA ARBITRAL. VALIDADE. EFEITOS. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. ART. 
267, VII, DO CPC. I – O art. 1º da Lei nº 9.307/96, ao estabelecer ser a arbitragem meio adequado para dirimir litígios relativos a 
direitos patrimoniais disponíveis, não se constitui em óbice absoluto à sua aplicação nos dissídios individuais decorrentes da relação de 
emprego. [...] VI – Desse modo, não se depara, previamente, com nenhum óbice intransponível para que ex-empregado e ex-empregador 
possam eleger a via arbitral para solucionar conflitos trabalhistas, provenientes do extinto contrato de trabalho, desde que essa opção seja 
manifestada em clima de ampla liberdade, reservado o acesso ao Judiciário para dirimir possível controvérsia sobre a higidez da 
manifestação volitiva do ex-trabalhador, na esteira do art. 5º, XXXV, da Constituição. VII – Tendo em conta que o acórdãoimpugnado não 
há nenhum registro sobre eventual vício de consentimento do recorrido, ao eleger após a extinção do contrato de trabalho, a arbitragem 
como meio de composição de conflito trabalhista, uma vez que a tese ali sufragada ficara circunscrita à inadmissibilidade da solução arbitral 
em sede de dissídio individual, não se sustenta a conclusão ali exarada sobre a nulidade do acordo firmado pelas partes perante o Tribunal 
Arbitral. Recurso conhecido e provido. (4ª Turma TST – RR – 144300- 80.2005.5.02.0040. Min. Barros Levenhagen). 
Assim, como observamos, e de acordo com o que pudemos analisar no julgado anteriormente, a arbitragem vem sendo aceita no 
que diz respeito ao Direito do Trabalho. 
Referências 
GUILHERME, L. F. do V. de A. Manual de Arbitragem . São Paulo: Saraiva, 2012. 
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Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
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28 p. 
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A DIFERENÇA ENTRE 
A ARBITRAGEM E 
OUTROS MÉTODOS 
ALTERNATIVOS DE 
SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS 
Professora : 
Me. Mariane Helena Lopes 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender os meios alternativos existentes. 
• Analisar a arbitragem, conciliação, mediação e negociação. 
• Conhecer as diferenças existentes entre cada um desses métodos. 
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Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Meios alternativos de resolução de conflitos. 
• Arbitragem e conciliação. 
• Mediação e negociação. 
Introdução 
Caro(a) aluno(a), depois que você aprendeu um pouco a respeito do contexto histórico da arbitragem, nesta segunda unidade, 
estudaremos um pouco sobre a diferença entre a arbitragem e outros métodos alternativos de solução de conflitos. Para tanto, é 
bom sabermos como surgiram os meios alternativos de resolução de conflitos e, também, sua importância dentro do mundo 
jurídico em que vivemos, por isso, começaremos essa reflexão a partir do significado do termo “meios alternativos de resolução de 
conflitos”, para que você possa entender um pouco mais sobre o tema em questão. 
Em seguida, abordaremos a respeito do conceito da arbitragem, que pode ser definida como um meio privado e alternativo de 
solução de conflitos referentes aos direitos patrimoniais e disponíveis, de forma que o árbitro, normalmente, é um especialista na 
matéria que está sendo discutida e apresentará uma sentença arbitral. Quanto à sua regulamentação, a arbitragem está prevista 
em Lei própria, criada em 1996, e conhecida como Lei de Arbitragem nº 9.307/1996. Após sua criação, tornou-se muito importante 
para a resolução de conflitos em razão de sua agilidade na resolução dos processos. 
Na sequência, apresentaremos os outros métodos alternativos de solução de conflitos, tais como: conciliação, mediação e 
negociação, para que você possa fazer um comparativo entre a arbitragem e os outros métodos de resolução de conflitos. Veremos 
o conceito e a importância da conciliação nos meios processuais, tanto na arbitragem como na justiça comum (pública), pois essa 
categoria auxilia em ambas as jurisdições, logo após, teremos a explanação da mediação, a qual, em regra, é um meio extrajudicial 
de resolução de conflitos, que é auxiliado por um mediador (terceiro envolvido) a encontrar, por si próprio, uma solução negociada 
e amigável para o conflito que as opõe. 
E, para finalizar, teremos o conceito e a importância da negociação na resolução dos conflitos. Diferentemente do posicionamento 
citado anteriormente, em que existiria, sim, um conflito, porém os sujeitos envolvidos conseguem chegar a um acordo sozinhos, 
sem que um terceiro participe. A negociação é um processo voluntário que acontece quando as partes buscam soluções para 
resolver suas negociatas, podendo ocorrer somente entre elas ou se utilizar de um terceiro, baseando-se em estilos e estratégias 
próprias. 
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Meios Alternativos de Resolução de 
Conflitos 
A expressão “meios alternativos de resolução de conflitos” é relativamente recente e é originária da Alternative Dispute Resolution 
(ADR), que se desenvolveu nos Estados Unidos da América (EUA) a partir da década de 70, apresentando-se como alternativa ao 
provimento jurisdicional estatal e, posteriormente, difundida em vários países para designar todos os processos de resolução de 
disputas sem a intervenção de autoridade judicial (SERPA, 1999). Nos EUA, berço de inúmeros mecanismos alternativos de 
solução de conflitos, utiliza-se, em larga escala de institutos, a arbitragem e a mediação, além de outros meios, como a conciliação e 
a negociação, não convencionais de solução de litígios (MEDINA, 2004). 
Atualmente, ganha corpo a consciência de que é de suma importância a pacificação. Ao mesmo tempo em que aumenta o 
conhecimento dessa necessidade de pacificação, cresce a percepção de que o Estado tem falhado, e muito, na sua missão 
pacificadora que tenta realizar mediante o exercício da jurisdição (CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 2011). 
Sabe-se que o processo é extremamente formal, como tratado anteriormente, garantindo às partes a garantia de legalidade e 
imparcialidade no exercício da jurisdição. Todavia, toma muito tempo, e o tempo é o inimigo da efetividade da função pacificadora 
(CINTRA; GRINOVER; DINAMARCO, 2011). O ideal seria a pronta solução dos conflitos, tão logo apresentados ao juiz. Como tal 
medida não é possível, surge, assim, a demora na solução dos conflitos como causa de enfraquecimento do sistema (LOPES, 2012). 
Ao lado da duração do processo, seu custo também é um óbice à sua efetivação. O processo civilse tem mostrado um instrumento 
caro, seja pela necessidade de antecipar custas ao Estado, seja pelos honorários advocatícios, seja pelo custo, às vezes, bastante 
elevado das perícias (LOPES, 2012). 
Todos esses fatores são perceptíveis e acabam concorrendo para estreitar o canal de acesso à Justiça por meio do processo. Por 
essa razão, fala-se dos métodos alternativos de solução de conflitos como uma forma de vencer os obstáculos de acesso à Justiça 
(LOPES, 2012). 
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Deve-se destacar, ao se falar da Alternative Dispute Resolution (ADR), nos Estados Unidos da América, a 
figura do ombudsman — que é um profissional contratado por um órgão, uma instituição ou empresa, com a 
função de receber críticas, sugestões e reclamações de usuários e consumidores. Ele deve agir de forma 
imparcial para mediar conflitos entre as partes. Também conhecido como ombuds ou ombudsperson , é o 
particular pertencente a uma instituição de grande porte, neutro dentro de sua estrutura de cargos, cuja 
função é tomar conhecimento de problemas ou disputas com clientes e, a partir daí, resolvê-los. Grandes 
empresas, como Federal Express, IBM, AT&T e Bank of America, fazem uso de um ombudsman dentro de 
suas estruturas organizacionais. Eles podem exercer funções exclusivamente internas, mas, também, pode 
estar voltado para o atendimento ao público consumidor, aos clientes. 
Fonte: adaptado de Medina (2004). 
Considerando o contexto da nossa sociedade, que passa por crises estruturais, bem como o Poder Judiciário abarrotado, os juízes 
com gabinetes superlotados, a falta de funcionários, enfim um agravamento da crise jurídico-institucional, os meios alternativos de 
solução de conflito seriam uma forma eficiente de se resolver conflitos existentes na sociedade que, muitas vezes, não precisam 
ser levados diretamente ao Poder Judiciário. 
Em verdade, nota-se que a sociedade brasileira desenvolveu uma cultura litigiosa, observada, inclusive, nas instituições de ensino 
superior, nas quais os alunos não são preparados para a resolução alternativa dos conflitos de interesses, mas, sim, que prevaleçam 
apenas as resoluções tomadas pela jurisdição estatal, confiando apenas nela (LOPES, 2012). 
Atualmente, fala-se muito da chamada resolução alternativa de disputas. Essa tem como um de seus fundamentos buscar um 
modo mais rápido e barato de se fazer justiça, além de recorrer a uma efetividade maior na solução de seus conflitos (LOPES, 
2012). 
Os objetivos dos meios alternativos de resolução de conflitos são, segundo Highton e Álvarez (1998): 
a) Mitigar a congestão dos tribunais, assim como reduzir o custo e a demora da resolução dos conflitos de interesses. 
b) Incrementar a participação da comunidade nos processos de resolução de conflitos. 
c) Facilitar o acesso à justiça. 
d) Subministrar à sociedade uma forma mais efetiva de resolução de disputas. 
Essa forma alternativa de resolução de conflitos oferece vantagens não só aos conflitantes, mas, também, aos advogados e ao 
próprio Poder Judiciário, bem como ao Estado (LOPES, 2012). Quanto aos mediandos, há a vantagem de ser uma solução amigável, 
resolvendo-se o conflito pacificamente, proporcionando tranquilidade às futuras relações. No que diz respeito aos advogados , há a 
vantagem de, num curto espaço de tempo, resolver o conflito, não permanecendo vinculado a um processo por anos e anos. Elena I. 
Highton e Gladys S. Álvarez ensinam que: 
Do ponto de vista dos advogados, os benefícios desses métodos alternativos são inegáveis, como se os seus 
honorários de assistência ou taxas de aconselhamento às vezes são menores; além disso, sua atividade é 
limitada a algumas semanas, o que pode multiplicar casos envolvendo sua intervenção. Os clientes vão 
agradecer-lhe e vão aumentar (HIGHTON; ÁLVAREZ, 1998, p. 27-28). 
Com relação ao Poder Judiciário , pode-se dizer que a vantagem seria quanto à diminuição do número de processos no foro, 
possibilitando, assim, uma decisão mais justa e com menor intensidade de erro. E, por fim, ao Estado , a vantagem oferecida pela 
utilização dos meios alternativos de resolução de conflitos seria: 
Argumenta-se que a obrigação de um Estado democrático moderno, preocupado com o bem-estar social, é 
proporcionar à sociedade serviço de justiça heterogêneo. O dever do Estado proteger os direitos dos seus 
cidadãos não ameaçava com satisfação organizar um Judiciário eficiente, honesto, transparente, mas exige 
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o apoio que estão sendo oferecidos e outras formas de solução de conflitos que podem resultar, de acordo a 
natureza do conflito, mais eficaz e menos dispendiosa em termos econômicos, rápido em relação ao tempo 
gasto na solução (HIGHTON; ÁLVAREZ, 1998, p. 27-28). 
Assim, nota-se que as vantagens trazidas ao Estado atingiriam não só questões econômicas, mas, também, o que diz respeito à 
eficiência, honestidade e transparência com relação à imagem do Poder Judiciário. Dessa forma, a população voltaria a acreditar 
no Estado, pois este resolveria questões realmente necessárias e que não pudessem ser solucionadas pelos métodos alternativos. 
Arbitragem e Conciliação 
Na primeira aula, vimos como funcionam os meios alternativos de solução de conflitos. Para tanto, faz-se necessário diferenciar 
cada um deles. Inicialmente, veremos a diferença entre arbitragem e conciliação. A partir da conceituação desses dois institutos, 
compreenderemos melhor as características de cada um deles e quando eles podem ser usados a fim de se resolver os conflitos. 
Além disso, os meios alternativos em questão não podem ser feitos por qualquer pessoa, mas, sim, por aquelas determinadas por 
lei, como veremos a seguir. 
A arbitragem é regulada no Direito brasileiro desde os tempos da colonização portuguesa, em que a Constituição Imperial, de 
1824, previa o Juízo Arbitral em seu art. 160. Ela pode ser definida como um meio privado e alternativo de solução de conflitos 
referentes aos direitos patrimoniais e disponíveis, em que o árbitro, normalmente, um especialista na matéria que se discute, 
apresentará uma sentença arbitral (SCAVONE JUNIOR, 2008). 
A arbitragem pode ser conceituada como: 
[...] uma técnica para solução de controvérsias através da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem 
seus poderes de uma convenção privada, decidindo com base nesta convenção, sem intervenção do Estado, 
sendo a decisão destinada a assumir a eficácia de sentença judicial (CARMONA, 1993, p. 19). 
Na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (BRASIL, 1973), a arbitragem era facultativa, pois os dispositivos legais 
prescreviam somente a respeito do compromisso arbitral, que era estabelecido pelas partes após o surgimento do litígio. A Lei de 
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Arbitragem (BRASIL, 1996), Lei nº 9.307/1996, continua prevendo a utilização desse instituto de forma facultativa, ou seja, uma 
escolha das partes envolvidas para a utilização desse método. 
A arbitragem é um meio de solução de conflitos heterocompositivo, mediante o qual o terceiro, nomeado livremente pelas partes, 
profere um julgamento que deverá ser acatado por aquelas. Aqui, o terceiro, que é o árbitro, decidirá o caso (LOPES, 2012). 
Pela Lei nº 9.307/1996 (BRASIL, 1996), em seu art. 18, o árbitro é igualado a um juiz de fato e de direito, proferindo sentença que 
não fica sujeita a recurso ou à homologação pelo Poder Judiciário. Nota-se, assim, que a arbitragem acaba servindo para desafogar 
o Poder Judiciário, não necessitando que o árbitro tenha consentimento deste para prolataruma sentença, mostrando total 
independência desse instituto. 
O caso MBV x RESIL — referente à homologação de laudo arbitral estrangeiro prolatado na Espanha — 
trouxe à tona a discussão sobre a constitucionalidade, no STF, da Lei de Arbitragem. O debate suscitado 
centrava-se no seguinte ponto: a lei não admite o arrependimento unilateral, proibindo que uma parte, 
tendo de antemão previsto a utilização da arbitragem, recorra ao Judiciário para solucionar seu litígio, ao 
arrepio da outra parte que desejasse resolver o conflito via arbitragem. O ministro Carlos Velloso, em seu 
voto, ressaltou que as partes têm faculdade de renunciar ao direito de recorrer à justiça e que “o inciso 
XXXV representa um direito à ação, e não um dever” . Concluído o julgamento, o Tribunal, por maioria, 
declarou constitucional a Lei nº 9.307/96, por considerar que a manifestação de vontade da parte na 
cláusula compromissória no momento da celebração do contrato e a permissão dada ao juiz para que 
substitua a vontade da parte recalcitrante em firmar compromisso não ofendem o art. 5º, XXXV, da 
Constituição Federal, SE 5.206-Espanha (AgRg), rel. Min. Sepúlveda Pertence, 12.12.2001. (SE-5206). 
Fonte: adaptado de Consultor Jurídico (STF..., 2001). 
Uma vez proferida a sentença e não sendo cumprida de forma espontânea, pode ser levada à Justiça estatal, visto que se torna um 
título executivo judicial (art. 475-N, IV do Código de Processo Civil). Contudo, caso a sentença arbitral apresente um dos vícios 
elencados nos arts. 32 e 33 da Lei de Arbitragem (BRASIL, 1996), esta poderá ser invalidada judicialmente (MANCUSO, 2011). 
Todavia, como observa José Carlos Barbosa Moreira (2007, p. 376), “a arbitragem não é uma alternativa sedutora para o litigante 
comum, para o homem da rua, há, ainda, a questão dos custos”. Embora o citado autor conceda que a arbitragem possa servir de 
escoadouro para problemas de entidades economicamente poderosas, não se pode esquecer que são excluídos da arbitragem os 
conflitos atinentes a relações jurídicas indisponíveis, os quais representam percentagem considerável da carga de trabalho dos 
juízes. 
Já a conciliação é um método de resolução de conflitos de interesses judicial, de natureza processual, podendo alcançar como 
resultado a transação prevista no art. 125, VI do Código de Processo Civil, combinado com o art. 840 do Código Civil, em que um 
terceiro busca uma solução para resolver o litígio (CACHAPUZ, 2006). 
Ela é obrigatória, podendo gerar cerceamento de defesa caso não seja utilizada. Tal assunto já possui previsão em vários 
ordenamentos jurídicos, como na legislação processual civil, que atribui ao juiz o dever de “tentar, a qualquer tempo, conciliar as 
partes” (arts. 125, VI; 331, §1º; 447 e 448) (BRASIL, 1973, on-line), nas Leis 968/46 e 6.515/77 e na Lei 9.099/95, que instituiu uma 
fase de conciliação tanto no cível quanto no criminal. Esse método de resolução de conflitos se diferencia dos demais no sentido de 
buscar soluções imediatas, ignorando a busca das causas geradoras do conflito (LOPES, 2012). 
O conciliador deve buscar todas as soluções jurídicas para o caso concreto, com suas reais consequências para que as partes 
possam tomar uma solução de imediato, já que sua função é terminar com o conflito por meio do acordo de vontade entre as 
partes (LOPES, 2012). Atualmente, está em discussão um projeto sobre o Novo Código de Processo Civil, o que acarretará em 
mudanças do mesmo. Dessa forma, devemos aguardar a aprovação do projeto em questão, a fim de saber como a conciliação será 
regulamentada por lei. 
Vale salientar que, diferentemente da arbitragem, a conciliação é obrigatória, e, por essa razão, o juiz sempre deve promover um 
acordo entre as partes, com o intuito de diminuir os litígios judiciais. Isso porque o principal motivo que justifica a existência dos 
meios alternativos de solução de conflitos é a resolução rápida e eficaz, atendendo aos conflitantes com mais agilidade e 
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satisfação. Assim, é de suma importância que o juiz togado esteja preparado e que seja, também, um conciliador, visando sempre o 
que for melhor para as partes. 
Mediação e Negociação 
Nesta terceira aula, estudaremos um pouco sobre a diferença entre a mediação e a negociação, aprenderemos, também, sobre os 
seus contextos históricos e como se desenvolveram ao longo dos anos. No entanto, é importante sabermos, incialmente, que a 
mediação, em regra, é um meio extrajudicial de resolução de conflitos, em que as partes são auxiliadas por um mediador — terceiro 
envolvido — a encontrar uma solução negociada e amigável para os conflitos existentes entre elas. 
Já a negociação é um processo voluntário, em que os sujeitos envolvidos conseguem chegar a um acordo, sozinhos, sem que um 
terceiro participe. A negociação acontece quando as partes buscam soluções para resolver suas negociatas entre si mesmas ou se 
utilizam de um terceiro somente para se basear em estilos e estratégias próprias, e não para mediar o conflito. 
MEDIAÇÃO 
Na década de 90, o uso da mediação cresceu muito nos setores públicos e privados, possuindo uma extensa legislação nos diversos 
países em que existe esse instituto jurídico. A mediação é uma técnica para resolução de conflitos, podendo ser chamada de um 
Sistema Alternativo de Resolução de Disputas (GRUNSPUN, 2000). 
Ela representa uma importante ferramenta por possibilitar que os mediandos compreendam o litígio, que vejam o lado do seu 
outro, recuperando a comunicação e a autodeterminação, visando, assim, solucionar a lide de forma consensual, chegando a um 
acordo pelas próprias partes com o auxílio de um mediador (ROBLES, 2009). 
Por essa razão, a mediação pode ser conceituada como um processo no qual uma terceira pessoa neutra — o mediador — facilita a 
resolução de uma controvérsia ou litígio entre duas partes. É um processo informal, sem litígio, que tem por objetivo ajudar as 
partes em controvérsia ou disputa a alcançar aceitação mútua e concordância voluntária (GRUNSPUN, 2000). 
César Fiuza (1995, p. 51) afirma que 
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[...] a mediação é palavra polissêmica utilizada, tanto como sinônimo de corretagem, enquanto 
intermediação mercantil, quanto como equivalente jurisdicional, na solução de conflitos de interesses. 
Enquanto equivalente jurisdicional, a mediação ocorre, quando terceiro intervêm na disputa, a fim de 
propor-lhe solução, ou seja, a fim de promover acordo entre os contendores. 
Para Eliedite Mattos Ávila (2002, [s.p.]), a mediação é uma 
[...] intervenção breve, cujo objeto não é tratar as causas dos problemas, mas tentar resolver as questões 
que surgem no momento da separação. O mediador emprega estratégias para amenizar o impacto do 
conflito e solucionar as questões em litígio. Apesar de a mediação e a terapia compartilharem uma função 
educativa, e de ambas favorecem a comunicação direta privilegiando sempre a resolução dos problemas e a 
autonomia das partes, a mediação cuida muito mais do presente e do futuro do que do passado, e insiste 
mais especificamente nos acordos necessários durante a separação. 
O conceito mais usual de mediação estabelece que ela é um meio extrajudicial de resolução de conflitos, em que um terceiro é 
chamado para encaminhar as partes a chegarem a uma solução ou acordo (CACHAPUZ, 2006). 
No Direito argentino, a mediação é: 
[...] uma negociação colaborativa, assistida por uma terceira parte neutra. Também pode-se dizer que a 
mediação não é um processo contraditório em que uma terceira parte neutra auxilia as partes a negociar 
para chegar a um acordo satisfatório para ambas (QUIROSA, 1999, p. 21). 
No Direito português, com relação ao conceito de mediação, pode-se entendê-lo como: 
[...] uma modalidade extrajudicialde resolução de litígios, informal, confidencial, voluntária e de natureza 
não contenciosa, em que as partes, com a sua participação activa e directa, são auxiliadas por um Mediador 
a encontrarem, por si próprias, uma solução negociada e amigável para o conflito que as opõe (BASTOS, 
2002, p. 38). 
Pode-se notar que a mediação propõe mudanças na forma de se enfrentar um conflito, sem se preocupar com a resposta imediata, 
com prazos peremptórios e, sim, buscando verdadeiras causas que possam atingir a expectativa dos envolvidos (LOPES, 2012). 
Famílias de Vitória recebem ajuda para resolver conflitos 
Nos casos de separação (divórcio e dissolução de união estável), regulamentação de guarda e visitas de 
filhos e pensão alimentícia, a Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid) oferece o 
Serviço de Mediação de Conflitos. O serviço tem o propósito de contribuir para que as famílias resolvam 
suas diferenças sem brigas. 
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O serviço está disponível para moradores de Vitória com renda mensal de até três salários mínimos. 
Profissionais capacitados, com formação em Serviço Social, Psicologia e Direito, buscam criar ambientes 
propícios para o diálogo. 
Os mediadores promovem a negociação dos diferentes pontos de conflitos, trabalhando em prol da 
resolução satisfatória para ambas as partes. 
Quando não se torna possível o acordo, ou quando há necessidade de homologação judicial, o caso é 
encaminhado à assistência jurídica prestada pela Semcid para ajuizamento da ação. 
Fonte: Nader ([2021], on-line). 
Pode-se concluir, assim, que a mediação é uma forma alternativa de resolução de conflito, a fim de se evitar o ingresso no Poder 
Judiciário, prevalecendo a soberania da vontade nos acordos realizados entre as partes, bem como uma solução mais célere, 
facilitando, dessa forma, o término dos conflitos, proporcionando paz a ambas as partes. 
NEGOCIAÇÃO 
A negociação é um processo voluntário que acontece quando as partes buscam soluções para resolver suas negociatas, podendo 
ocorrer somente entre elas ou ao se utilizar de um terceiro, baseando-se em estilos e estratégias próprias (CACHAPUZ, 2006). 
Para Rozane da Rosa Cachapuz, na negociação, não é necessária a presença do conflito, apenas pode ocorrer uma situação 
imprevista ou algum esclarecimento sobre determinada coisa, sem que os envolvidos entrem em litígio. É justamente a 
desnecessidade do conflito que a diferencia dos demais meios extrajudiciais (CACHAPUZ, 2006). Entretanto, deve-se ressalvar 
que este não é o nosso entendimento. Na negociação, diferentemente do posicionamento citado anteriormente, existiria, sim, um 
conflito, porém os sujeitos envolvidos conseguem chegar a um acordo sozinhos, sem que um terceiro participe. 
Além disso, a citada autora entende ainda que a negociação pode ser considerada como uma espécie do gênero mediação, pois ela 
ocorre no seu final para efetivar o acordo (CACHAPUZ, 2006). Porém, esse não é nosso entendimento. O nosso entendimento é de 
que a negociação não é considerada uma espécie do gênero mediação, mas, sim, uma espécie de autocomposição juntamente com 
a mediação e a conciliação. Por meio desta, como citado, as partes chegam a uma solução sozinhas. 
Susana Figueiredo Bandeira define a negociação como ato que 
[...] faz-se directamente entre as partes, sem qualquer ajuda nem facilitação de terceiros e não implica 
necessariamente a existência de um litígio. É um processo voluntário, predominantemente informal, sem 
um procedimento específico ou estruturado, que as partes utilizam para chegar a um acordo mutuamente 
aceitável (BANDEIRA, 2002, p. 107). 
Nota-se, assim, que a negociação é feita diretamente entre as partes, podendo ou não existir um terceiro para que as partes 
cheguem numa solução do conflito. 
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ATIVIDADES 
1. Leia, reflita e assinale a alternativa correta. 
I. A expressão “meios alternativos de resolução de conflitos” é originária da Alternative Dispute Resolution , que se desenvolveu nos 
Estados Unidos da América. 
II. Os EUA foram o berço de inúmeros mecanismos alternativos para a solução de conflitos. 
III. Os Estados Unidos da América utilizam-se em larga escala de institutos, porém não se valem da mediação, somente de outros 
meios, como a arbitragem, conciliação e negociação. 
a) Somente a afirmativa I está correta. 
b) Somente as afirmativa s I e II estão corretas. 
c) Somente as afirmativa s II e III estão corretas. 
d) Somente a afirmativa II está correta. 
e) Todas as afirmativa s estão corretas. 
2. Assinale a alternativa correta. 
a) A primeira característica dos novos métodos de conciliação de conflitos seria a ruptura com o formalismo processual. 
b) Para que esses métodos passem a ser utilizados no Brasil, os juízes tiveram que protestar em favor dos seus direitos 
constitucionais, assim validando a Lei de Arbitragem. 
3. Analise as afirmativas a seguir e, em seguida, assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso. 
( ) A arbitragem é um meio de solução de conflitos heterocompositivo. 
( ) Na arbitragem, o terceiro era nomeado livremente pelas partes e decidiria o caso. 
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4. É correto afirmar que: 
I. A conciliação não se diferencia dos demais meios de resolução de conflitos, pois também busca soluções imediatas, ignorando a 
busca das causas geradoras do conflito. 
II. O conciliador deve buscar todas as soluções jurídicas para o caso concreto, já que sua função é terminar com o conflito por meio 
do acordo de vontade entre as partes. 
a) A afirmativa I é verdadeira. 
b) A afirmativa II é falsa. 
c) A afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira. 
d) As duas afirmativas são falsas. 
5. Analise as afirmativas a seguir e assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso. 
( ) O conceito mais usual de mediação estabelece que ela é um meio extrajudicial de resolução de conflitos, em que um terceiro é 
chamado para encaminhar as partes a chegarem a uma solução ou acordo. 
( ) De acordo com o Direito argentino, a mediação é uma negociação colaborativa, assistida por uma terceira parte que não pode 
ficar muito neutra no processo, e é um processo contraditório, em que uma terceira parte neutra auxilia as partes a negociar para 
chegarem a um acordo satisfatório para ambas. 
6. É correto afirmar que: 
I. A negociação é um processo involuntário que acontece quando as partes buscam soluções para resolver suas negociatas, 
podendo ocorrer somente entre elas ou ao se utilizar de um terceiro, baseando-se em estilos e estratégias próprias. 
II. Para Rozane da Rosa Cachapuz (2006), na negociação, é necessária a presença do conflito, pois pode ocorrer uma situação 
imprevista ou algum esclarecimento sobre determinada coisa. 
III. A negociação não é considerada uma espécie de gênero da mediação, mas, sim, uma espécie de autocomposição juntamente 
com a mediação e a conciliação. 
a) Somente a afirmativa I está correta. 
b) Somente as afirmativa s I e II estão corretas. 
c) Somente as afirmativa s II e III estão corretas. 
d) Todas as afirmativa s estão incorretas. 
e) Todas as afirmativa s estão corretas. 
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