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Semana de 22

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O MODERNISMO NO BRASIL 
ANITA MAFATTI 
(1899-1964) 
1910-1914 Estuda na Alemanha na Academia Real 
de Belas Artes. Conhece, em exposições a arte da 
vanguarda européia: Van Gogh, Matisse, Gauguin e 
Picasso, entre outros. Tornou-se discípula de Lovis 
Corinth. Antes de retornar ao Brasil, passa um curto 
período em Paris. 
1914 De volta ao Brasil, realiza sua primeira 
exposição individual, elogiada por Nestor Rangel 
Pestana em O Estado de São Paulo. 
1915 - 1916 Estuda em Nova York na Independent 
School of Arts. É nessa cidade que realiza suas mais 
importantes obras: O Japonês, Mulher de Cabelos 
Verdes e Homem Amarelo. Conhece pessoalmente 
artistas como Juan Gris, Marcel Duchamp, Maximo 
Gorki e Isadora Duncan. 
1917 Incentivada por Di Cavalcanti abre exposição 
individual em São Paulo. A mostra, com 50 obras de 
técnicas diversas, foi a principio bem recebida, com 
alguns quadros vendidos e críticas compreensivas. 
Entretanto, pouco depois Monteiro Lobato publica em 
O Estado, crítica contundente contra a exposição da 
artista. 
 
A artista pertence a espécie dos 
que vêem anormalmente a 
natureza, e interpretam-na à luz de 
teorias efêmeras, sob a sugestão 
estrábica de escolas rebeldes (...). 
São produtos do cansaço e do 
sadismo de todos os períodos de 
decadência (...). Embora eles se 
dêem como novos, precursores 
duma arte a vir, nada é mais velho 
do que a arte anormal ou 
teratólogica: nasceu com a 
paranóia e a mistificação. 
 
Monteiro Lobato, 20/12/1917 
 
ANITA MAFALTTI 
O Homem Amarelo, 1915-16 
Pastel sobre pape, lEB - USP 
Participou da exposição da artista 
em 17 e da Semana de22. 
Anita esta a serviço do seu 
século. As suas telas chocam 
o preconceito fotográfico que 
geralmente se leva no espírito 
para as novas exposições de 
pintura. A sua arte é a 
negativa da cópia, a ojeriza a 
oleografia. (...) Onde esta a 
realidade, perguntarão, nos 
trabalhos de extravagante 
impressão que ela expõe? A 
realidade existe mesmo nos 
fantásticos arrojos criadores e 
é isso justamente que os 
salva. 
 
Oswald de Andrade, 1917 
Exposta na 
individual da 
artista em 1917 
e na Semana de 22 
ANITA MALFATTI 
Homem das Sete Cores, 1915-1916 
Pastel sobre papel 
ANITA MALFATTI, O Farol, 1917, óleo sobre tela 
LASAR SEGALL (1891-1957) 
Nascido em Vilna (Lituania, então território da 
Russia), como outros pintores de sua geração 
(entre eles, Chagal e Soutine) Segall teve que 
abandonar sua terra natal em busca de outros 
centros mais adiantados. Estudou em Berlim, 
onde conquistou diversos prêmios. 
Em 1909, realizou em Dresde sua primeira 
exposição individual onde apresentou pintura 
de tendência impressionista. A partir de 1911 
foi se integrando gradativamente ao 
expressionismo alemão. 
Em 1913, passa cerca de um ano no Brasil, 
onde realiza exposição de pinturas modernas, 
jamais vista no Brasil. Entretanto, a exposição 
foi recebida com frieza por críticos e 
mecenas, 
Retorna a Alemanha onde permanece até 
1923, desenvolvendo uma pintura cuja 
temática demonstra preocupações sociais.¹ 
______________ 
1- LEITE, 1988, p.: 488 
Em 1923 instala-se definitivamente em 
São Paulo. No ano seguinte realiza 
exposição individual e enormes murais 
para o Pavilhão de Arte Moderna de 
Dona Olivia Guedes Penteado. 
Em 1925 casa-se com Jenny Klabin e 
começa a fazer pinturas de temática 
brasileira, mas com características do 
expressionismo alemão. Essas 
pinturas foram expostas nos anos 
seguintes em Berlim, Dresden e 
Stuttgart, São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
 
Evento realizado no Teatro Municipal de São 
Paulo que marcou o início da Arte Moderna 
no Brasil. Multidisciplinar, propunha uma 
ruptura com o academicismo. Baseado nas 
vanguardas européias, buscava, ao mesmo 
tempo, uma identidade brasileira. 
Musica: Guiomar Novaes e Villa Lobos 
Literatura: Manuel Bandeira, Menotti del 
Piccia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho 
Pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Jonh 
Graz, Martins Ribeiro, Zina Aita, João 
Fernando de Almeida Prado, Ínácio da Costa 
Ferreira, Vicente do Rego Monteriro. 
Escultura: Vitor Brecheret e W. Haerberg 
Arquitetura: Antonio G. Moya e George 
Prsyrembel. 
DI CAVALCANTI 
1897-1976 
Foi criado no Rio de Janeiro por sua tia Maria Henriqueta, que 
enfrentou todo tipo de preconceito por ser casada com o famoso 
abolicionista negro José do Patrocínio. Foi nesse ambiente que 
conviveu com intelectuais famosos como Machado de Assis, 
Joaquim Nabuco e Olavo Bilac. 
 
1914 Inicia carreira como caricaturista na revista Fon-Fon. 
 
1916 Transfere-se para São Paulo, onde estuda direito e trabalha 
como arquivista no jornal O Estado de São Paulo. Vivendo 
alternadamene entre o Rio de Janeiro e São Paulo, onde 
freqüenta os círculos artísticos de vanguarda e as rodas 
boemias. Realizou sua primeira exposição individual em 1917 
numa livraria de São Paulo e ilustrou a edição brasileira de A 
Balada do Enforcado, de Oscar Wilde. 
 
1922 Tornou-se um dos idealizadores da Semana de Arte 
Moderna 
 
1923 Transfere-se para Paris com um pouco de dinheiro obtido 
com a venda de uns quadros e com um compromisso de enviar 
crônicas ao Correio da Manhã. Em Paris, estuda na Academia 
Ranson, e trava amizade com os mais importantes intelectuais e 
artistas franceses. 
DI CAVALCANTI 
O Beijo, 1923, tempera sobre tela 
90,4 X 62,3 – MAC USP 
Entretanto a principal influencia na obra 
de Di Cavalcanti foi Picasso, que o 
enriqueceu, se tornado o primeiro a 
transpor uma originalidade indiscutível 
para o assunto brasileiro. 
 
1924 Com a Revolução de !924 e o 
fechamento do Correio, Di é forçado a 
retorna ao Rio de Janeiro. Em 29 
realiza dois murais para o Teatro João 
Caetano. 
 
1935-40 Nova temporada em Paris, 
onde retorna após a ocupação nazista. 
Algumas de suas pinturas são 
adquiridas por museus de Paris, 
Grenoble e Haia. 
DI CAVALCANTI 
Cinco Moças de Guaratinguetá 
Óleo s/ tela, 92 X 70 cm 
MASP 
 
A partir da década de 40 a obra de 
Di Cavalcanti encontra sua plena 
maturidade, se tornando um artista 
conhecido e respeitado dentro e 
fora do país. Mas é também quando 
o artista começa a se repetir. 
Em seis décadas de carreira, o 
artista produziu uma quantidade 
prodigiosa de óleos e desenhos. 
Sua temática preferida é a figura 
humana tipicamente brasileira, 
observada em si mesma ou em 
opulentos cenários tropicais. São 
obras caracterizadas pela 
preocupação com a composição, 
intenso cromatismo e desenho 
espontâneo. 
DI CAVALCANTI, Pescadores, 1951 – MAC USP 
VICTOR BRECHERET 
Farnese de Castro, Itália 
 1894São Paulo, 1955 
1904 Emigra para o Brasil. Estudou no Liceu de Artes e 
Ofícios. 
 
1913-19 Estudou em Roma, onde foi discípulo de 
Arturo Dazzi e recebeu a influencia de Bourdelle e 
Mestrovic. Em Paris, conheceu a escultura moderna de 
Rodin a Brancusi. Pertenceu a Ecole de Paris. 
 
1919 De volta ao Brasil, integra o grupo modernista, 
tendo participado da Semana de Arte Moderna. 
 
1951 Recebe o premio de Melhor Escultor Nacional na 
I Bienal de São Paulo. 
 
Trabalha durante 33 anos na execução do Monumento 
as Bandeiras. É autor de significativas esculturas 
localizadas nos espaços públicos de São Paulo: 
Monumento a Duque de Caxias (1943-1960), Fauno 
(1942), Depois do Banho (1932) 
Nota-se a influencia do Cubismo e do Art Deco, de 
forma quesua obra é caracterizada por uma 
simplificação geometrizada da forma. 
VICTOR BRECHERET 
Eva, 1920, mármore, 85x62x119 CM 
 
Cabeça de Cristo, 1920, 
bronze, 33,5x13,5x23,5 
 
BRECHERET 
Monumento às Bandeiras 
1951, granito 
Parque do Ibirapuera, São Paulo 
VICTOR BRECHERET 
Monumento a Duque de Caxias (detalhe), 1960 
Granito, altura (incluindo a base) 41 m 
Praça Princesa Isabel, São Paulo 
VICTOR BRECHERET 
Monumento a Duque de Caxias, 1960 
LASAR SEGALL, Bananeira, 1927 – Pinacoteca do Estado de São Paulo 
TARSILA DO AMARAL 
1886-1973 
1917 Inicia seus estudos de arte com Pedro 
Alexandrino, prosseguindo-os em Paris com André 
Lhote, Albert Gleizes e Fernand Léger. 
 
1922 Retorna ao Brasil pouco após a “Semana”, e 
formo o Grupo dos Cinco do Modernismo 
Brasileiro, juntamente com Anita Malfatti, Menotti 
del Picchia, Mário e Oswald de Andrade, com quem 
esteve casada. 
 
1924 Tornou-se a principal interprete dos conceitos 
elaborados por Oswald de Andrade nos manifestos 
Pau Brasil e Antropofágico (1928). Neste mesmo 
ano, juntamente com outros modernistas e Blaise 
Cendras, realizou viagem a Minas, onde, segundo 
ela mesma, encontrou as cores de baú que iria 
colocar em sua pintura Pau Brasil. 
 
1951, 63 Participa das Bienais de São Paulo; e no 
ano seguinte da Bienal de Veneza. 
GRUPO STA HELENA 
Clóvis Graciano, Rebolo, Paulo Mendes 
de Almeida, Aldo Bonadei, Pennacchi e 
Manoel Martins, na homenagem prestada 
a Rebolo pela Câmara Municipal de São 
Paulo, em 1973 
No começo dos anos 30, os profissionais da pintura, costumavam ficar na 
Praça da Sé, conversando enquanto aguardavam eventuais clientes. Rebolo 
Gonzalez (1902-1980) e Mario Zanini (1907-1971), como pintores decoradores 
especializados que eram, puderam em 1935 ter o privilégio de montar seus 
escritórios para contratação de serviços e depósito de material na sala 231 do 
Palacete Santa Helena. Além de pintores de parede, ambos eram também 
amadores na pintura de cavalete, utilizando durante a noite a sala para essa 
atividade. Freqüentavam um curso livre noturno de desenho na Escola 
Paulista de Belas Artes, na Rua 11 de Agosto, onde nasceu amizade entre eles 
e Volpi (1896-1988), Aldo Bonadei (1906-1974) Clóvis Graciano (1907-1988) e 
Manoel Martins (1911-1979). Dada a proximidade entre o palacete e a escola, 
e a afinidade, esses artistas passaram a freqüentar também a sala de Zanini e 
Rebolo. Pennacchi passou a integrar o grupo após conhecer Rebolo no I Salão 
Paulista de Belas, no qual ambos estavam expondo. Uma segunda sala, ligada 
a primeira por uma porta, é alugada e Zanini passa então a dividi-la com 
Manuel Martins e Clóvis Graciano, enquanto Rebolo compartilha a sua com 
Pennacchi. A eles vieram se juntar Humberto Rosa (1908-1988) e Alfredo Rullo 
Rizzotti (1909-1972). Eram imigrantes ou filhos de imigrantes e exerciam 
profissões artesanais diversas sendo que Rebolo, Zanini e Volpi eram pintores 
de parede. Na definição de Mario de Andrade: “Vindos todos do povo, senão 
diretamente proletários, pelo menos vindos de operários, ou de gente com 
pequenos recursos econômicos e culturais.” 
 
BONADEI, Marinha, dec. de 40, óleo sobre madeira, 40 X 50 cm. 
Coleção Maria Helena Abdo 
ALDO BONADEI, Casario, 1969,óleo sobre tela, 62 X 82 cm 
BONADEI, s/título, 1953 
MARIO ZANINI, Ateliê do Santa Helena, 1942, óleo sobre tela, 41 X 53 cm 
Coleção Carlos Soulié do Amaral 
MÁRIO ZANINI 
MARIO ZANINI 
VOLPI, 
A Costura, dec. 40 
CLÓVIS GRACIANO 
Tocador de Bumbo 
VOLPI E ZANINI, Capela S. Pedro de Monte 
Alegre, Piracicaba, 1935 
VOLPI, Casas, 1955 
VOLPI, Bandeirinhas com mastro azul e branco, dec. 60 
FULVIO PENNACCHI 
 1905-1992 
O Arado, 1935 
Hotel Toriba, Campos do Jordão, 1943 
À esquerda: C. Carrá, “A Espera”, 1926, óleo s/ tela, 0.95 X 1,0 m 
 À direita: Pennacchi, “...de uma casinha que eu tenho” (detalhe), 1943, 2.3 X 9,6 m, Hotel Toriba, Campos do Jordão 
NIEMEYER, Oscar, Igreja da Pampulha, 1942, Belo 
Horizonte, MG - PORTINARI, Candido, São Francisco 
de Assis despojando das vestes”, 1945, afresco, 7.50 X 
10.6 
 
IGREJA N. SRA. DA PAZ – 1938 – 1943 
BAIXADA DO GLICÉRIO – SÃO PAULO 
IGREJA PALEOCRISTÃ: Ravena, Itália, Sto. Apolinário in Classe, 539-49. 
O Imperador bizantino Justiniano, no século VI, tentou reunificar o Império Romano, iniciando assim as guerras de conquista do 
Ocidente. Por sua localização estratégica, a cidade de Ravena, dominada pelos ostrogodos, foi um dos alvos do imperador. Após 
diversas tentativas, a cidade foi reconquistada em 540, tornando-se então, centro do domínio bizantino na Itália. 4 Essa igreja foi 
construída pelos romanos nesse período. 
 
Acima: LANFRANCO, Duomo de Modena, Itália, 1099 
Acima, a direita: 
PENNNACCHI, Igreja N. Sra. da Paz, São Paulo, 1938 - 1943 
 
Altar-Mor 
Igreja N. Sra da Paz, 1942 
 
Igreja N. Sra. da Paz, altar lateral – PENNACCHI, “Santo Antonio que fala aos peixes” afresco, 
2,8 X 3,0 m EMENDABILI, “Santo Antonio”, escultura, 1.8 X 0.8 m 
MURALISMO MEXICANO (1920-1940) 
Contexto histórico: 1910 – Revolução Mexicana. O conflito que envolveu, de 
um lado, os latifundiários , herdeiros dos dominadores espanhóis e do outro os 
vitoriosos nativos, descendentes dos maias e astecas. A estes se juntou o 
movimento progressista dos artistas e intelectuais que queriam ao mesmo 
tempo, reviver a antiga civilização brutalmente arrasada e fazer do México uma 
nação moderna. Os primeiros governos democráticos procuraram a 
colaboração dos artistas para formação cultural do povo e a reforma do 
ensino,¹ de modo que, pela primeira vez um movimento artístico ideológico e 
avançado desenvolve-se com o apoio do poder estabelecido. 
 
Murais: arte colocada em contato direto com o povo. Pintura narrativa de 
caráter decorativo e comemorativo. 
 
Características: influencias de correntes européias orientadas em sentido 
populista. Outra forte influencia esta na arte popular e no folclore. 
 
Temática: história dos últimos séculos, exaltação da liberdade. 
Artistas: David Alfaro Siqueiros (1896-1974), Clemente Orozco (1883-1949), e 
Diego Rivera ( (1886-1957) 
_________ 
1- ARGAN, 2008, p.:491 
 
RIVERA 
México hoje, México 
amanhã, 1936 
RIVERA 
O Líder Camponês Zapata, 1931 
Afresco 
MoMA, Nova York 
OROZCO, Zapatistas, 1931, óleo sobre tela, 1.14 X1,40 m. MoMA, Nova York 
SIQUEIROS, 
O Eco de um Grito, 1937 
Tinta Duco sobre madeira, 
 1,25 X 0,90m 
MoMA, Nova York 
 
PALÁCIO DE BELLAS ARTES, Arquiteto Adamo Boari, 1905-34 
Cidade do México 
SIQUEIROS, Nova Democracia. 1952-53, 4 X 2.70m

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