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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II Semestre 6 Prof.ª Fátima Regina Sans Martini UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II� UNIMES VIRTUAL L782c LOBO, Maurício Nunes Curso de Pedagogia: Atividades Curriculares Acadêmicas Adicionais (por) Prof. Maurício Nunes Lobo. Semestre 2. Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2006. 22p. 1. Pedagogia 2. Atividades Curriculares Acadêmicas Adicionais. CDD 371 Universidade Metropolitana de Santos Campus II – UNIMES VIRTUAL Av. Conselheiro Nébias, 536 - Bairro Encruzilhada, Santos - São Paulo Tel: (13) 3228-3400 Fax: (13) 3228-3410 www.unimesvirtual.com.br Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. www.unimesvirtual.com.br ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II � UNIMES VIRTUAL UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos - Campus I e III Rua da Constituição, 374 e Rua Conselheiro Saraiva, 31 Bairro Vila Nova, Santos - São Paulo - Tel.: (13) 3226-3400 E-mail: infounimes@unimes.br Site: www.unimes.br Prof.ª Renata Garcia de Siqueira Viegas da Cruz Reitora da UNIMES Prof. Rubens Flávio de Siqueira Viegas Júnior Pró-Reitor Administrativo Prof.ª Rosinha Garcia de Siqueira Viegas Pró-Reitora Comunitária Prof.ª Vera Aparecida Taboada de Carvalho Raphaelli Pró-Reitora Acadêmica Prof.ª Carmem Lúcia Taboada de Carvalho Secretária Geral mailto:infounimes@unimes.br www.unimes.br ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II� UNIMES VIRTUAL EQUIPE UNIMES VIRTUAL Diretor Executivo Prof. Eduardo Lobo Supervisão de Projetos Prof.ª Deborah Guimarães Prof.ª Doroti Macedo Prof.ª Maria Emilia Sardelich Prof. Sérgio Leite Grupo de Apoio Pedagógico - GAP Prof.ª Elisabeth dos Santos Tavares - Supervisão Prof.ª Denise Mattos Marino Prof.ª Joice Firmino da Silva Prof.ª Márcia Cristina Ferrete Rodriguez Prof.ª Maria Luiza Miguel Prof. Maurício Nunes Lobo Prof.ª Neuza Maria de Souza Feitoza Prof.ª Rita de Cássia Morais de Oliveira Prof. Thiago Simão Gomes Angélica Ramacciotti Leandro César Martins Baron Grupo de Tecnologia - GTEC Luiz Felipe Silva dos Reis - Supervisão André Luiz Velosco Martinho Carlos Eduardo Lopes Clécio Almeida Ribeiro Grupo de Comunicação - GCOM Ana Beatriz Tostes Carolina Ferreira Flávio Celino Gabriele Pontes Joice Siqueira Leonardo Andrade Lílian Queirós Marcos Paulo da Silva Nildo Ferreira Ronaldo Andrade Stênio Elias Losada Tiago Macena William Souza Grupo de Design Multimídia - GDM Alexandre Amparo Lopes da Silva - Supervisão Francisco de Borja Cruz - Supervisão Alexandre Luiz Salgado Prado Lucas Thadeu Rios de Oliveira Marcelo da Silva Franco Secretaria e Apoio Administrativo Camila Souto Carolina Faulin de Souza Dalva Maria de Freitas Pereira Danúsia da Silva Souza Raphael Tavares Sílvia Becinere da Silva Paiva Solange Helena de Abreu Roque Viviane Ferreira ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II � UNIMES VIRTUAL AULA INAUGURAL Olá, seja bem-vindo! Nos semestres anteriores apresentei a disciplina de Estética e História da Arte Brasileira I. Ao longo desse semestre passarei às suas mãos a complementação: a disciplina Estética e História da Arte Brasileira II com seus objetivos estabelecidos no Plano de Ensino. Observando a disciplina que trata de história e artes visuais, proponho, sempre que possível, que você, meu caro aluno, após ler os textos e visualizar as imagens contidas nele, visite museus, leia livros de história ou acesse sites e links relativos ao tema para que possa refletir e ter o interesse despertado . Estarei sempre presente, mesmo que de modo virtual, para motivar, trans- mitir conhecimento e clarear suas dúvidas, estabelecendo as orientações para a condução de seu aprendizado. Espero tê-lo desafiado a descobrir e se encantar com o universo da arte brasileira a partir da descoberta do Brasil até o final do século XIX no semestre anterior. Da mesma forma, acredito que você tenha adquirido seguramente novos conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, o que resulta em experiência e cultura para a prática diária. Continuemos, pois, nessa caminhada rumo ao século XXI. Obrigada e um grande abraço. Prof.ª Fátima Sans Martini ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II� UNIMES VIRTUAL ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II � UNIMES VIRTUAL Índice Unidade I - Brasil - Início do século XX .............................................................. 11 Aula: 01 - O regionalismo e o nacionalismo - São Paulo no início do século XX .......... 12 Aula: 02 - O nacionalismo na arquitetura e escultura - O movimento modernista ....... 14 Aula: 03 - O Movimento Modernista - Centenário da Independência - Semana e Arte Moderna em São Paulo ..................................................................... 16 Aula: 04 - Depois da Semana - Movimento Antropofágico .......................................... 19 Resumo - Unidade I ..................................................................................................... 22 Unidade II - Brasil - Anos 30 do Século XX ........................................................ 29 Aula: 05 - Brasil e as revoluções a partir de 1930 ....................................................... 30 Aula: 06 - Os elementos culturais e artísticos do período a partir dos anos 30 do século XX no Brasil ................................................................................ 32 Aula: 07 - O cenário artístico paulista a partir de 1930................................................ 34 Aula: 08 - O cenário artístico paulista - Grupo Santa Helena ....................................... 36 Aula: 09 - O cenário artístico paulista - Grupo Seibi - Salão de Maio ........................... 38 Aula: 10 - O cenário artístico paulista - Família Artística Paulista - Sindicato dos Artistas Plásticos.................................................................................. 40 Resumo - Unidade II .................................................................................................... 43 Unidade III - Brasil - Anos 40 do Século XX ....................................................... 49 Aula: 11 - O cenário artístico paulista - A década de 40 .............................................. 50 Aula: 12 - O cenário artístico paulista - Grupos de artistas .......................................... 52 Aula: 13 - O cenário artístico paulista - MASP e MAM ............................................... 54 Aula: 14 - O cenário artístico no Rio de Janeiro .......................................................... 57 Aula: 15 - Os pioneiros da arquitetura moderna .......................................................... 59 Resumo - Unidade III ................................................................................................... 61 Unidade IV - Brasil - Dos anos 50 ao final dos anos 60 do século XX ................ 67 Aula: 16 - Brasil de 1950 até o final de 1960 ............................................................... 68 Aula: 17 - Os anos 1950 e a arte concreta brasileira em São Paulo ............................ 71 Aula: 18 - Arte Abstrata - Arte Abstrata Geométrica - Grupo Ruptura - Grupo Frente ....... 73 Aula: 19 - Exposição Nacional de Arte Concreta - Exposição Nacional de Arte Neoconcreta - Informalismo ........................................................................ 75 Aula: 20 - Os elementos culturais e artísticos a partir dos anos 60 do século XX no Brasil .... 77 Aula: 21 - Arquitetura de 1950 e 1960 - A resistência paulista .................................. 79 Aula: 22 - Os anos 1960 nas artes visuais - Museu de Arte Contemporânea - Mac/ USP - Grupos: Austral e Rex ........................................................................81 Resumo - Unidade IV ................................................................................................... 84 ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II10 UNIMES VIRTUAL Unidade V - Brasil - Anos 70 do Século XX ....................................................... 91 Aula: 23 - Os anos de 1970 no Brasil .......................................................................... 92 Aula: 24 - As artes visuais em meados dos anos 70 do século XX no Brasil - Pintura de Resistência ................................................................................. 95 Aula: 25 - A escultura em meados de 1970 - Escola Brasil ......................................... 97 Aula: 26 - Na contramão ............................................................................................. 99 Aula: 27 - Novos centros, novos artistas .................................................................. 101 Resumo - Unidade V .................................................................................................. 104 Unidade VI - Brasil - De 1980 ao início do século XXI...................................... 109 Aula: 28 - O Brasil de 1980 ao início do século XXI ................................................... 110 Aula: 29 - As artes visuais em 1980 ......................................................................... 112 Aula: 30 - São Paulo e Rio de Janeiro – Casa 7 – Como vai você, Geração 80? ........ 115 Aula: 31 - Tendências dos anos de 1980 nas Artes Visuais ....................................... 117 Aula: 32 - As artes visuais após 1990 ...................................................................... 119 Resumo - Unidade VI ................................................................................................. 122 ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 11 UNIMES VIRTUAL Unidade I Brasil - Início do século XX Objetivos Conhecer e classificar o período que se inicia no início do século XX até os anos 30 e os elementos culturais e artísticos do período no Brasil. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 01 - O regionalismo e o nacionalismo - São Paulo no início do século XX Aula: 02 - O nacionalismo na arquitetura e escultura - O movimento modernista Aula: 03 - O Movimento Modernista - Centenário da Independência - Semana e Arte Moderna em São Paulo Aula: 0� - Depois da Semana - Movimento Antropofágico ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II12 UNIMES VIRTUAL Aula: 01 Temática: O regionalismo e o nacionalismo - São Paulo no início do século XX Nesta aula inicial falaremos sobre o que compõe as carac- terísticas do regionalismo e do nacionalismo. Ainda nesta aula, observaremos alguns aspectos da cidade de São Paulo no início do século XX. O regionalismo e o nacionalismo Na Europa, o período entre as duas grandes guerras mundiais (1919-1939) caracterizou-se pelo fortalecimento do nacionalismo junto ao qual se de- senvolvia na arte uma visão do mundo sombria e pessimista. No Brasil, nesse mesmo período, ao contrário, predominaram o regionalismo e a bus- ca de novas técnicas. O regionalismo foi um dos primeiros sinais, visível na literatura e na pintu- ra, a revelarem a preocupação com o homem rural e com a cultura peculiar das cidades do interior. Assim, o início do século XX tornou-se o cenário de um tema local distante do academismo estritamente vinculado aos mo- delos europeus. Gonzaga Duque, em 1908, já manifestava certa inquietação em relação a uma arte importada e uma definição de nossos artistas em relação ao na- cional. Na literatura, Os Sertões, de Euclides da Cunha, despertava a pro- blemática social nacional. O escritor Oswald de Andrade, em um artigo de 1915, conclamava os jovens artistas a uma conscientização do nacional. Um dos poucos artistas do final do século XX, Almeida Júnior, paulistano de Itu, já citado na disciplina de História da Arte Brasileira I, considerado acadêmico do ponto de vista formal, classifica-se, em função de sua temá- tica, dentro do ideal regionalista, como “precursor, encaminhador e mode- lo” da pintura nacional, segundo Oswald de Andrade em Artes Plásticas na Semana de 22 (AMARAL, 2001). Ao lado de José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), a obra Amolação Interrompida de 1894. Acervo da Pinaco- teca do Estado de São Paulo. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 13 UNIMES VIRTUAL São Paulo no início do século XX A cidade de São Paulo era uma jovem metrópole no início do século XX. Da pacata cidade agrária do princípio do ciclo do café (quando o centro da ci- dade compunha-se de poucas ruas tortas, uma catedral, alguns mosteiros e pequenos prédios públicos) nada mais restava. O boom industrial trouxe- ra imigrantes para o centro e pouco restava dos caboclos e ex-escravos. O desenvolvimento econômico rapidamente diferenciou a cidade paulista dos demais centros urbanos do país. Entre 1900 e 1920, a cidade dobrou sua população. A partir da Primeira Guerra Mundial1, a industrialização foi incrementada para atender à demanda interna de produtos manufaturados. Na segunda década, no plano das comunicações instalaram-se novas linhas postais, telegráficas e telefônicas. Isto fez surgir também o sistema de radiodifusão, o que firmou o ideal de modernidade e rapidez. No campo político, setores da burguesia aliaram-se contra a República Velha2 e provocaram os levantes de 1922 e 19243. No processo de industrialização também participaram os imigrantes. Árabes, judeus, portugueses, japoneses, russos, alemães, armênios, entre outros, foram tomando bairros, criando lojas, empresas, trabalhando nas fá- bricas e lavouras, o que deu um novo rosto à cidade. A força e o dinamismo da cidade industrial, abarrotada de trabalhadores circulando pelos teatros de revista, contras- tavam com a sociedade repleta de elementos patriarcais e conservadores ligados à realidade agrária (uma parcela de intelectuais re- cém-formados nos padrões da cultura francesa e inglesa, ávidos por ópe- ras italianas e poesia parnasiana4). Site www.prodam.sp.gov.br/dph/historia/ - acesso em 19/02/2008. 1 1ª Guerra Mundial (1�1�-1�1�) - utilizou a ciência e a tecnologia para efetuar o maior massacre que a humanidade já vira e mostrou a fragilidade do mundo quanto às idéias de progresso e segurança. 2 República Velha (1���-1�30) - ordem oligárquica, fundamentada na política do café- com-leite, onde os políticos paulistas e mineiros se revezavam no poder. 3 Revoltas de � de julho de 1�22 e � de julho de 1�2�, conhecidas por Movimento Tenentista. 4 Poesia Parnasiana - marcada pelo gosto exagerado na descrição nítida ou mimese. Concepções rígidas sobre a métrica e as rimas e preferência por temas greco-romanos, negando o mundo moderno. www.prodam.sp.gov.br/dph/historia/ ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II1� UNIMES VIRTUAL Aula: 02 Temática: O nacionalismo na arquitetura e escultura - O movimento modernista Na aula anterior foram feitos comentários sobre o regiona- lismo, a arte e a cultura da cidade de São Paulo, no início do século XX. O nacionalismo na arquitetura Dentre as cidades, São Paulo liderou a renovação das artes no país trans- formando suas ruas e praças. “Não existia fazendeiro que não tivesse na capital a sua chácara ou casa” (AMARAL, 2001, p. 68). As avenidas foram arborizadas, as praças e jardins receberam monumen- tos; as ruas foram calçadas e receberam esgotos. Ao lado, Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911 com projeto de Domiziano Rossi, funcio- nário do escritório de engenharia de Ramos de Azevedo. Teatro Municipal, c. 1�20. Crédito: Guilherme Gaensly. Fonte:http://www.aprenda450anos.com.br/450anos/vila_metropole/2- 3_teatro_municipal Na arquitetura o nativismo surgiu no Brasil por intermédio do arquiteto Ricar- do Severo que, a partir de 1914, conclamou os arquitetos a projetarem resi- dências e edifícios no estilo portuguêse na arte colonial mineira e baiana. O arquiteto de maior projeção, e que mais trabalhou no estilo neocolonial assim como na urbanização de São Paulo, foi Victor Dubugras. Entre os jovens arquitetos, o nome de Lúcio Costa destacou-se por proje- tos neocoloniais “baseados em estudos não das edificações portuguesas, mas daquelas aqui realizadas” (AMARAL, 2001, p. 78). http://www.aprenda450anos.com.br/450anos/vila_metropole/2-3_teatro_municipal http://www.aprenda450anos.com.br/450anos/vila_metropole/2-3_teatro_municipal ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 1� UNIMES VIRTUAL Assim, os poderes públicos adotaram e construíram numerosos edifícios, tais como escolas, teatros, hospitais, conventos e igrejas no estilo neoco- lonial, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. O nacionalismo na escultura Na estatuária, a cidade de São Paulo saiu na frente da cidade do Rio de Ja- neiro em relação à modernidade dos monumentos, pois a capital do governo já tinha sido enfeitada no século anterior com monumentos à francesa. O poder público paulista utilizou concursos públicos para a escolha das estátuas e monumentos para enfeitar as pra- ças somente na segunda década do século XX, já dentro do espírito nacionalista. Dentre os nomes dos artistas escultores que con- correram ao concurso para o projeto do monumento à Independência em 1919, encontravam-se Ettore Ximenez e Nicola Rollo. Em 1920, entre os concorrentes para o projeto do Monumento às Bandeiras estava Victor Brecheret (1894-1955). No entanto, o projeto modernista de Brecheret só foi inaugurado em 1953 para o Parque do Ibirapuera em São Paulo. Monumento às Bandeiras Escultura, em granito, com 50 m de comprimento e 16 de altura. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/ Monumento_%C3%A0s_Bandeiras 02.04.2007. Saiba mais sobre as esculturas de Brecheret em AMARAL, Aracy A. Artes Plásticas na Semana de 22. São Paulo: Editora 34, 2001, pp. 164 a 171. Pesquise mais no Catálogo: BRECHERET, Victor. Exposição comemorativa do 20º aniversário de faleci- mento. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1976. Entre no nosso banco de textos no ambiente virtual de apren- dizagem e leia o texto sobre o Monumento às Bandeiras. http://pt.wikipedia.org/wiki/Monumento_%C3%A0s_Bandeiras http://pt.wikipedia.org/wiki/Monumento_%C3%A0s_Bandeiras ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II1� UNIMES VIRTUAL Aula: 03 Temática: O movimento modernista - Centenário da In- dependência - Semana da Arte Moderna em São Paulo Na aula anterior comentamos sobre o movimento naciona- lista na arquitetura e estatuária no Brasil, principalmente no Estado de São Paulo que começava a se destacar dos outros estados quanto à arte e à cultura. O movimento modernista Como já comentamos no semestre anterior, o Brasil e, mais precisamente, a cidade de São Paulo recebeu friamente as exposições dos artistas Lasar Segall (1891-1957) em 1913 e de Anita Malfatti (1889-1964) em 1914 com suas obras baseadas no expressionismo alemão. As primeiras exposições de Segall e Anita não causaram grande repercussão indicava, porém, um movimento de mudança caminhava a passos lentos, mas decisivos. A ex- posição em 1917 de Anita Malfatti em São Paulo, com uma mostra no campo de Expressionismo e Cubismo, criou um clima de escândalo gerado pelo artigo Paranóia ou Mistificação�, de Monteiro Lobato. No entanto, esse mesmo clima de irritação resultou na consciência de rebeldia e união em torno de Anita por parte de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Di Cavalcanti (1897-1976), Guilherme de Almeida e a partir de 1919 com Brecheret. O movimento modernista foi um processo que se pontuou historicamente ao mesmo tempo em que suas linhas e contornos foram se tornando mais fortes e mais visíveis. 1�22 – Centenário da Independência Em 1920, os preparativos para os festejos do centenário da Independência começaram a ser realizados. Nas colunas de jornais os jovens escritores criticavam e ridicularizavam as pompas e as idéias oficiais. Segundo Francisco Alambert, em A Semana de 22, “o evento planejado já estava tomando corpo” Tomando a data da Independência, a Semana de Arte Moderna foi preparada para “aparecer 1 O artigo Paranóia ou Mistificação atacava violentamente a exposição, a pintora e, sobre- tudo, os princípios da pintura moderna, que Monteiro Lobato repudiava. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 1� UNIMES VIRTUAL como um evento marcante, um evento que realizasse e completasse, ob- viamente segundo a visão de seus elaboradores, o processo de libertação do país, a construção cultural da nação” (ALAMBERT, 1992). Portanto, provavelmente o acontecimento foi preparado e re- tardado para que atingisse a data simbólica. Em outubro de 1921, um grupo de escritores paulistas dirigiu-se ao Rio de Janeiro a fim de expor suas obras e traçar uma estratégia, pois a capital fe- deral estava no clima de agitação intelectual semelhante ao paulista. Duran- te a permanência na cidade carioca, os grupos se reuniram e discutiram os planos e as obras de cada um, evitando um caráter regional ao movimento. Semana da Arte Moderna em São Paulo O cartaz anunciava a Semana de Arte Moderna em São Paulo e o recibo estabelecia o aluguel do Teatro Municipal de São Paulo ao Espetáculo da Semana de Arte Futurista. A semana foi aberta no dia 11 de fevereiro de 1922. Até o dia 18, o Teatro Municipal abrigou uma exposição de arte, e nos dias 13, 15 e 17 foram re- alizados espetáculos de música e dança e também conferências e leituras de poemas e prosa. Os jornais dos dias 14, 16 e 18 noticiaram escandalizados ou entusiasmados os acontecimentos das noites anteriores. Os participantes na área de pintura foram segundo Aracy Amaral, “Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Ferrignac, Zina Aita, Martins Ribeiro, Oswaldo Goeldi, Regina Graz, John Graz, Castello e ou- tros.” Na área da escultura encontravam-se Victor Brecheret e W. Haarberg. Na literatura participaram, entre outros: Mário de Andrade, Ronald de Car- valho, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Guilherme de Almeida, Plínio Salgado, Luiz Aranha e Ribeiro Couto. Entre os músicos que se apresentaram estavam Villa-Lobos e Guiomar Novaes. A Semana foi inaugurada com a conferência de Graça Ara- nha, o patrono intelectual. Defendendo os pontos de vista ligados à nova arte, criticou a Academia Brasileira de Letras pelo seu caráter conservador e recebeu críticas da platéia. Os escritores foram, junto com os artistas plásticos, os que mais receberam críticas e causaram reação negativa na audiência. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II1� UNIMES VIRTUAL As tendências expostas iam do neo-impressionismo e futurismo ao ex- pressionismo com tendências múltiplas, às vezes contrárias, mas sem dú- vida obras motivadas e criadas para uma reação ao academismo. Assim, a Semana de 22 se encerrou e foi justificada por muito tempo entre os próprios participantes que escreveram e reescreveram sobre ela. Abai- xo, um pequeno texto de Francisco Alambert em A Semana de 22: Ela representou a conscientização de que o desenvol- vimento intelectual encontrava-se defasado diante do desenvolvimento matéria. Seus eufóricos participan- tes lançaram essas questões à espantada platéia: por que apesar de tudo, estamos atrasados? Qual a nossa visão do que somos, de nosso papel no mundo, polí- tica e culturalmente? [...] A Semana de Arte Moderna e seus artífices [...] comandaram uma revolta contra valores burgueses em nome de um ideal artístico. Era o prenúncio de algumas das grandes transformações sociais e o apelo à idéia de revolução que viria surgir nos anos posteriores. (ALAMBERT, 1992, p. 27) Entre novamente no nosso banco de textos e leia o texto sobre a Semana de Arte Moderna de São Paulo. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 1� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Depois da Semana - Movimento Antropofágico Observamos nas aulas anteriores osurgimento dos valores nacionais e regionais na arte brasileira. Os acontecimentos da Semana de 22 destacaram a cidade de São Paulo como centro cultural e revolucionaram os valores artísticos no Brasil. Depois da Semana Fundamentado no êxito das noites agitadas, os jovens artistas consegui- ram espaço, e, entusiasmados, deram continuidade ao seu trabalho. Os participantes da Semana lançaram periódicos para representar os seus interesses. Várias revistas surgiram e outras já existentes desenvolve- ram-se para difundir a arte moderna, entre elas O Pirralho, Fon-Fon, Papel e Tinta, Revista do Brasil, Klaxon e Terra Roxa. Essas revistas serviram também para discutir a questão da cultura regional e nacional. O Futuris- mo ou Modernismo deram lugar ao Brasileirismo. As questões do nacio- nalismo cultural e político passaram a ser o ponto mais marcante para a maioria dos artistas e intelectuais do período, dentro e fora dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Surgiram também os movimentos Anta, a Poesia Pau-Brasil e a obra Ma- cunaíma, de Mário de Andrade, em 1928. Movimento Antropofágico A inspiração para o movimento da Antropofagia remonta à tela pintada por Tarsila do Amaral dada de presente a Oswald de Andrade, em 1928, batizado de Abapuru, que significa “aquele que come”, o antropófago. Segundo Oswald de Andrade, sua proposta não era voltar a uma vida natural, mas elaborar a construção de uma cultura alternativa àquela que as civilizações ocidentais e orientais elegeram como vencedora. Oswald pregava uma deglutição inspirada na morte do Bispo Sardinha pelos índios brasileiros: a cultura européia de- cadente seria ingerida e remanejada ao gosto brasileiro. Trata-se de uma utopia baseada nos conceitos das tribos indígenas. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II20 UNIMES VIRTUAL Os artistas que participaram direta ou indiretamente da Semana de Arte Moderna em São Paulo Lasar Segall (1891-1957) conviveu com o meio artístico alemão e se fun- damentou no drama social do homem para expressar sua arte. Fixando-se no Brasil, já mais amadurecido profissionalmente, transformou sua pintura expressiva em algo mais calmo e mais colorido. Ao lado, a obra Bananal, de 1927. Acervo. Pinacoteca do Estado de São Paulo. Anita Malfatti (1896-1964) viveu no meio artístico dos Estados Unidos em plena Primeira Guerra, depois de ter estudado em Berlim. Em 1917, de volta a São Paulo, apresentou uma obra fauvista e cheia de vitalidade. Foi combatida vivamente por Monteiro Lobato e defendida pelos modernistas. Com o pensionato do governo, permaneceu em Paris por cinco anos. Com experiências abstracionistas, encaminhou-se para temas religiosos e inte- rioranos. Desta forma, perdeu a vitalidade dos primeiros anos artísticos. Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) iniciou sua vida artística como ilus- trador e caricaturista. Pintava e escrevia poesias. Seu nome é obrigatório quando se fala em Semana de Arte Moderna, pois participou ativamente com trabalho e Idéias. Partiu para Paris, em 1923, e transformou sua técni- ca romântica em disciplina cubista, a qual foi aplicada ao tema “mulheres brasileiras”. John Graz (1891-1980) estudou na Escola de Belas Artes de Genebra e pesquisou a técnica de cartazes publicitários em Munique. Requisitado após a Semana como projetista de ambientes, pouco a pouco abandonou a pintura. Com sua esposa, Regina Graz, produziu inúmeros panneaux e almofadas na técnica futurista dos anos 1920 e introduziu o Art Deco na decoração. Vicente do Rego Monteiro (1889-1970) se encontrava em Paris em feve- reiro de 1922. Rego Monteiro utilizou, entre outras técnicas, o cubismo nos temas brasileiros populares e lendários. O artista passou longas tempora- das em Paris ilustrando livros franceses. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 21 UNIMES VIRTUAL O artista participou do grupo latino-americano, em Paris, ao lado de Orozco e Rivera, entre outros. Foi um dos poucos artistas brasileiros a representa- rem o movimento internacional do Art Deco na pintura. Tarsila do Amaral (1886-1973), amiga de Anita Malfatti, participou do “Grupo dos Cinco”, com Anita, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. Estudou em Paris e, em 1924, de volta ao Brasil, participou das viagens em “descoberta do Brasil” com os amigos. Com a tela Abapuru, de 1928, iniciou a fase antropofágica, com tendência ao surrealismo. Ao lado, São Paulo, executada em 1924, de Tarsila do Amaral. Acer- vo. Pinacoteca do Estado de São Paulo. Pesquise mais sobre a Semana da Arte Moderna em São Paulo e o que ela representou para a arte brasileira em AMARAL, Aracy A. Artes Plásticas na Semana de 22. São Paulo: Editora 34, 2001. Leia também: ANDRADE, Mário. O Movimento Modernista. in Aspectos da literatura brasileira. São Paulo: Martins, 1942, pp. 231-255. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II22 UNIMES VIRTUAL Resumo - Unidade I Iniciamos a unidade conhecendo e classificando o período do início do século XX até os anos 30 e os elementos cultu- rais e artísticos desse período no Brasil. Observamos que o regionalismo foi um dos primeiros sinais, visível na lite- ratura e na pintura, a revelarem a preocupação com o homem rural e com a cultura peculiar das cidades do interior, o que se tornou, no Brasil, um tema local distante do academismo estritamente vinculado aos modelos europeus. Analisamos que a cidade de São Paulo era uma jovem metrópole no início do século XX e que a indústria trouxe imigrantes para o centro; pouco res- tava dos caboclos e ex-escravos. O desenvolvimento econômico rapida- mente diferenciou a cidade paulista dos demais centros urbanos do país. Espreitamos que as primeiras exposições de Lasar Segall e Anita Malfatti, artistas recém-chegados de seus estudos na Europa, não causaram gran- de repercussão, porém, um movimento de mudança caminhava a passos lentos, mas decisivos, o que resultou no movimento modernista, o qual resultou da Semana de 22 e destacou a cidade de São Paulo como centro cultural que revolucionou os valores artísticos no Brasil, com os nomes de Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, entre outros. Até nossa próxima unidade. Referências Bibliográficas ALAMBERT, Francisco. A Semana de 22. A Aventura Modernista no Brasil. São Paulo: Scipione, 1992. ALMEIDA, P. Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva, 1976. AMARAL, Aracy A. Artes plásticas na Semana de 22. São Paulo: Editora 34, 2001. ANDRADE, Mário. Aspectos das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Martins, 1965, pp. 13-46. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 23 UNIMES VIRTUAL ANDRADE, Mário. O Movimento Modernista. in Aspectos da literatura brasileira. São Paulo: Martins, pp. 231-255 . AQUARONE, Francisco. Mestres da pintura do Brasil. São Paulo: P. de Azevedo, [s.d.]. AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Rio de Janeiro: Spala, 1986. BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo, 1942. CANDIDO, Antonio. Literatura e cultura de 1900 a 1945. in Literatura e Sociedade. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1973. CAVALCANTI, Carlos. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Bra- sília: MEC / INI, 1973. ESTRADA, Luís Gonzaga Duque. A arte brasileira. Introdução e notas: Tadeu Chiarelli. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1995. FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo: Ática, 2005. HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: Olympio, 1979. LEITE, José R. Teixeira. Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979. MARINO, João. Coleção de arte brasileira. São Paulo: Raízes Artes Grá- ficas, 1983. PONTUAL, R. Gonçalves. 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Nacionalismo: exaltação do sentimento nacional; preferência marcante por tudo quanto é próprio da nação à qual se pertence; patriotismo. Neocolonial: estilo baseado na arquitetura portuguesa e na arte colonial mineira e baiana. Panneaux: pintura efetuada em tecido que, depois, era pendurado em pa- redes como se fossem quadros. Periódicos: revistas ou jornais com dia certo para circular. Poesia Parnasiana: marcada pelo gosto exagerado na descrição nítida ou mimese. Concepções rígidas sobre a métrica e as rimas e preferência por temas greco-romanos, negando o mundo moderno. Regionalismo: um dos primeiros sinais, visível na literatura e na pintura, a revelarem a preocupação com o homem rural e a cultura peculiar das cidades do interior. Temática: tema em que o artista se baseia para criar a sua obra. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II2� UNIMES VIRTUAL Exercício de auto-avaliação I 1) Nas primeiras décadas do século XX, existiu certa inquietação em relação a uma arte importada e uma definição de nossos artistas em relação ao nacional. Qual nome se deu a esse movimento? Populismo Regionalismo Ditadura Socialismo 2) Na arquitetura, o nativismo surgiu no Brasil por intermédio do arquiteto Ricardo Seve- ro que, a partir de 1�1�, conclamou os arquitetos a projetarem residências e edifícios no estilo português e na arte colonial mineira e baiana. Qual nome se deu a essas constru- ções, as quais fazem parte do ecletismo do início do século XX no Brasil? Arquitetura Parnasianista Arquitetura Romântica Arquitetura Neocolonial Arquitetura Clássica 3) O Monumento às Bandeiras é um projeto modernista dos anos 1�20, mas só foi inau- gurado em 1��3 e se encontra no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Américo da Silva (1898-1960) Victor Brecheret (1894-1955) John Graz (1891-1980) Mário de Andrade (1893-1945) �) Em 1�20, iniciaram-se os preparativos para comemorar cem anos de um grande acon- tecimento no Brasil. Qual o nome do evento que ocorreu em 1�22? Centenário da Independência Centenário da República Centenário da Revolução de 22 Centenário da Marcha contra os 15 a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 2� UNIMES VIRTUAL �) Segundo Oswald de Andrade, sua proposta não era voltar a uma vida natural, mas elaborar a construção de uma cultura alternativa àquela que as civilizações ocidentais e orientais elegeram como vencedora. Oswald pregava uma deglutição inspirada na morte do Bispo Sardinha pelos índios brasileiros em que a cultura européia decadente seria ingerida e remanejada ao gosto brasileiro. Uma utopia baseada nos conceitos das tribos indígenas. Estamos falando de que Movimento? Das Tribos Indígenas Antropofágico Da Identidade Nacional Antológico a) b) c) d) ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II2� UNIMES VIRTUAL ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 2� UNIMES VIRTUAL Unidade II Brasil - Anos 30 do Século XX Objetivos Conhecer e classificar a história do Brasil no período a partir dos anos 30 do sé- culo XX, bem como os elementos culturais e artísticos do período. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 0� - Brasil e as revoluções a partir de 1930 Aula: 0� - Os elementos culturais e artísticos do período a partir dos anos 30 do século XX no Brasil Aula: 0� - O cenário artístico paulista a partir de 1930 Aula: 0� - O cenário artístico paulista - Grupo Santa Helena Aula: 0� - O cenário artístico paulista - Grupo Seibi - Salão de Maio Aula: 10 - O cenário artístico paulista - Família Artística Paulista - Sindicato dos Artistas Plásticos ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II30 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Brasil e as revoluções a partir de 1�30 Na Unidade anterior observamos o Brasil, do início do século XX até o final dos anos 20. Na década de 1920, a sociedade brasileira conviveu com o lado moderno e o lado atrasado no Brasil. Esse conflito se manifestou em diversos setores sociais. Na área cultural, por exemplo, em fevereiro de 1922, eclodiu a Semana de Arte Mo- derna. Durante os eventos em São Paulo – cidade que mais cresceu nesse período – diversos artistas escandalizaram o público no Teatro Municipal com obras inovadoras, as quais rompiam com a estética que vigorava. Os artistas provocaram enorme impacto na provinciana cidade, abrindo cami- nho para a transformação do gosto estético da maioria dos brasileiros. Brasil e as Revoluções a partir de 1�30 Em 1929, o presidente paulista Washington Luís lançou a candidatura de Júlio Prestes, outro paulista, para presidente do Brasil. Rompendo com a política do café-com-leite, essa candidatura forçou os mineiros a se aliarem com o Rio Grande do Sul e Paraíba, os quais formaram a Aliança Liberal em apoio ao gaúcho Getúlio Vargas para presidente. No mesmo ano, o mundo foi atingido pela crise econômica desencadeada pela Grande Depressão americana1. A Aliança Liberal prometia ajuda e atenção aos operários, anistia aos tenentes condenados e moralização na política. Mesmo assim, Júlio Prestes ganhou as eleições de março de 1930. Os setores radicais se revoltaram quando o vice-presidente João Pessoa, ex-governador da Paraíba, foi assassinado em Recife. Na tarde de três de outubro de 1930, a revolução eclodiu no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba e Pernam- buco, espalhando-se pelo país. Vinte dias depois, o presidente Washing- ton Luís foi deposto e Getúlio Vargas anunciou um governo provisório e prometeu uma nova era para o Brasil. Essa nova era significava uma nova atitude em relação à classe trabalhadora e às leis dos Sindicatos. Em São Paulo, depois de dois anos de tensão e manifestações contrárias, eclodiu a chamada Revolução Constitucionalista2. 1 Grande Depressão americana – Crise econômica desencadeada pelo crack da Bolsa de Nova York em 1929. Com a depressão os preços do café despencaram e muitos fazen- deiros brasileirosperderam tudo. 2 Revolução Constitucionalista – Os rebeldes paulistas assumiram o poder, mas foram deixados sozinhos pelas elites das outras regiões. Com isso, as forças federais derrota- ram os paulistas em setembro de 1932. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 31 UNIMES VIRTUAL A partir de 1934, os anos que se seguiram foram de intensa radicaliza- ção política e de crises que acabaram levando a um golpe de Estado que instituiu o Estado Novo em 1937 - uma ditadura marcada pela violência e pelo controle rígido da população. No âmbito econômico, as principais características do Estado Novo foram o impulso à industrialização com o auxílio de capitais norte-americanos, o nacionalismo, o protecionismo e a intervenção do Estado na economia, com a criação de empresas estatais. Ao eclodir a Segunda Guerra Mundial3, o Brasil procurou manter uma posição de neutralidade em relação aos dois lados envolvidos no conflito. Somente em 1942, o Brasil de- clarou guerra aos países do Eixo. Após o fim do Estado Novo e a deposição de Getúlio Vargas em 1945, o Brasil entrou em um período no qual se com- binaram democracia, crescimento econômico e desenvolvimento cultural. 3 Segunda Guerra Mundial (1939–1945) - Opôs os Aliados às Potências do Eixo. Foi o conflito que causou mais vítimas em toda a história da Humanidade. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II32 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Os elementos culturais e artísticos do período a partir dos anos 30 do século XX no Brasil Na aula anterior observamos o Brasil e as Revoluções a par- tir de 1930 e a instituição do Estado Novo, em 1937, com Getúlio Vargas no poder. O regionalismo se firmou nos anos 1930, principalmente, nas mãos dos escritores. Foram lançados: A bagaceira, de José Américo de Almeida1, em 1928; O Quinze, de Raquel de Queiroz2, em 1930; O país do carnaval, de Jorge Amado3, em 1931; Menino do engenho, de José Lins do Rego4, em 1932; Clarissa, de Érico Veríssimo5, em 1933; Vidas Secas, de Graciliano Ramos6, em 1938. Em 1931, no Rio de Janeiro, acontecia a 38ª Exposição Geral de Belas Artes, mais conhecida por Salão Revolucionário, organizada por Lúcio Cos- ta e pela primeira vez aberta a artistas com orientação modernista e a fundação do Núcleo Bernardelli. O Núcleo com professores experientes como Quirino Campofiorito revelou, entre outros, Joaquim Tenreiro, José Pancetti e Milton da Costa (1915-88). Mário Raul Moraes de Andrade (1893-1945), poeta, contista e romancista, crítico e ensaísta, lingüista, musicólogo e folclorista, um dos principais in- tegrantes do modernismo, preocupado em abrasileirar sua linguagem, pu- blicou nos anos 1920, depois de Paulicéia Desvairada e Macunaíma, mais algumas obras famosas. No final dos anos 1920, viajou para o Amazonas e o Nordeste para colher material musical, popular e folclórico. Seguiu a evolução dos modernistas escrevendo sobre eles em vários jornais de São Paulo e Rio de Janeiro e colaborou ativamente com o departamento 1 José Américo de Almeida nasceu em Areia, Paraíba, em 1 de outubro de 1887. Faleceu na cidade de João pessoa em 10 de março de 1980. A publicação do romance A baga- ceira, em 1928, projetou-lhe o nome em todo o país, com o destaque dado à literatura regionalista. 2 Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza - CE, no dia 17 de novembro de 1910. Faleceu, no dia 04 de novembro de 2003, na cidade do Rio de Janeiro. 3 Jorge Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna - Bahia. Faleceu no dia 06 de agosto de 2001 em Salvador, Bahia. 4 José Lins do Rego (jornalista, romancista, cronista e memorialista) nasceu no Engenho Corredor, Pilar, PB, em 03 de julho de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957. 5 Erico Veríssimo (1905-1975) - Natural de Cruz Alta, RS. Escritor de estilo simples, ex- celente contador de histórias, uma das grandes expressões da moderna ficção brasileira. 6 Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, no sertão de Alagoas. Faleceu em 20 de março de 1953. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 33 UNIMES VIRTUAL de cultura da cidade de São Paulo até 1938, quando se mudou para o Rio de Janeiro. Em 1943, Mário de Andrade publicou Aspectos da literatura brasileira. Depois da Semana de Arte Moderna, o modernismo, na pintura, instalou- se, aos poucos e demoradamente, na alma brasileira. São Paulo tornou-se a capital da cultura e das artes, com os artistas empenhados através de exposições e viagens a mostrar e disseminar a arte moderna. Conheça mais sobre Mário de Andrade em: ANDRADE, Má- rio. Aspectos da literatura brasileira. São Paulo: Martins, 1942. Além disso, no nosso banco de textos há um material sobre a vida do autor. Não deixe de ler! ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II3� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: O cenário artístico paulista a partir de 1�30 Nas aulas anteriores conhecemos e classificamos a história do Brasil no período a partir dos anos 1930 e os elementos culturais e artísticos do período. Procure observar quantas obras e quantos artistas ainda são quase desconhecidos pela mídia bra- sileira, mas de certa forma ajudam a constituir o mapa cultural e artístico moderno no Estado de São Paulo e, como conseqüência, a arte brasileira que hoje conhecemos. No início da década de 1930, no decorrer dos desenvolvi- mentos artísticos individuais que resultaram da famosa Se- mana de 22, houve, em São Paulo, a formação de grupos de artistas ligados ao crescimento industrial e à euforia cultural da capital: a Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) e o Clube dos Artistas Modernos (CAM), no final de 1932. Nos anos 1930 e 1940, ao lado dos artistas oriundos de famílias da elite agrária ou da classe média ligada a profissões liberais, ao comércio e à in- dústria, surgia a figura do artista (proletário oriundo da pequena burguesia em ascensão ou mesmo do operariado). As iniciativas artísticas desses gru- pos fortaleceram e consolidaram o modernismo, pois ficou marcada a arte brasileira do país, bem como os artistas da geração seguinte - com uma tendência à moderação - adaptando a tradição acadêmica à inquietação dos modernos (resultado da tendência à negação da produção e das pesquisas modernas por grande parte da crítica brasileira que condena, como impró- pria, a presença de alguns artistas e obras avançadas demais). A Universidade de São Paulo foi criada em 1934, o que incentivou o clima de pesquisas. Professores franceses convidados para lecionar proporcionaram ao ambiente cultural da cidade um maior contato com os métodos objetivos da pesquisa e a publicação sobre arte nos meios de comunicação. Os intelectuais do país buscavam a criação de novos espaços inspirados nos museus de arte moderna, fundados na Europa e Estados Unidos, prin- cipalmente após os anos 1930. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 3� UNIMES VIRTUAL As mostras, seguindo a tradição antiga no País, realizavam-se em espa- ços diversificados: desde entidades culturais e educacionais até hotéis de alto luxo, casas comerciais, livrarias, estúdios de fotógrafos ou mesmo recintos de lojas e armazéns temporariamente vazios e alugados para esse fim. [...] O velho centro, ou seja, o Triângulo e ruas adjacentes, desde os primeiros anos do século, hospedavam freqüentes mostras (ZANINI, 1991, pp. 28 e 29). A sociedade e o meio cultural paulista, com os extintos CAM (1932-33) e SPAM (1932-34), puderam presenciar a formação do Salão de Maio, do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista. A antiga Sociedade Paulista de Belas Artes, transformada em 1934 em Salão Paulista de Belas Artes, passou a aceitar a presença de artistas modernos ou menos conservadores. O movimento moderno dos anos 1935 a 1945 tem como característica a pesquisa nos procedimentos técnicos impressionistas, a prática da pintu- ra ao ar livre, a preocupação com o social e, principalmente, um interesse pela artede Paul Cézanne (1839 -1906). Os artistas modernos passaram a perceber que a pesquisa técnica é tão importante quanto a criação. Crí- ticos como Mário de Andrade e Sérgio Milliet, atuantes nesse período, puderam reforçar o valor da técnica e do artesanato na arte. Embora a temática dos expositores nos Salões de Arte Mo- derna permaneça com a natureza morta, a paisagem e a figura humana, o tratamento, o estilo e a livre imaginação estão presentes, modernizando os temas. A estilização, o registro do co- tidiano, o tipo humano trabalhador e humilde; os arredores da cidade de São Paulo e do interior são elementos que provam a busca dos artistas modernos por novos assuntos e procedimentos. Entre no nosso banco de textos e leia o material sobre essa aula disponível. Até a próxima aula! ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II3� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: O cenário artístico paulista - Grupo Santa Helena Na aula anterior observamos, de modo geral, o cenário artís- tico paulista a partir de 1930. Vamos verificar a partir dessa aula os diversos grupos artísticos paulistas. Grupo Santa Helena O Grupo Santa Helena teve início com a abertura do escritório, no Palace- te Santa Helena situado na Praça da Sé, por Francisco Rebolo Gonzáles (1902-80) antes de 1935. Em outra sala, instalou-se Mário Zanini (1907-71), artista amador, o qual já pintava ainda jovem ao lado de outros pintores na Praça da Sé. À noite, Rebolo e Zanini freqüentavam o Curso de Desenho da Escola Paulista de Belas Artes. Da união com outros alunos, como Alfredo Volpi (1896-1988), Fulvio Pennacchi (1905-92) e Manoel Martins (1911-79), completado por Aldo Bonadei (1906-74), Clóvis Graciano (1907-88), Humberto Rosa (1908- 48) e Alfredo Rullo Rizzotti (1909-72), originou-se o grupo que se reunia no Palacete para desenhar e trocar idéias sobre a arte. A afinidade do grupo, na maioria imigrante ou descendente de italianos, originou-se na ocupação profissional, na origem social e na naturalidade. A imagética ideológica que emanava de convicções formadas pelas ori- gens operárias ou pequeno-burguesas de todos, dava-lhes consistente coesão ou uma aura coletiva, o que, no entanto, não obstrui a identifica- ção de idiossincrasias. Do proletarismo de sua mentalidade [...] emanava naturalmente a linguagem do grupo em que ressoavam os fortes aspectos ítalo-brasileiros da cultura da cidade. (ZANINI, Catálogos, 1995, p. 9) Embora o Palacete fosse freqüentado por outros nomes, o Grupo Santa Helena configurava-se com nove nomes: Volpi, Rebolo, Pennachi, Bonadei, Graciano, Zanini, Rosa, Rizzotti e Mar- tins. Situa-se entre os anos de 1935 e 1937. Ao lado a obra Paisagem com Figuras, 1941, de Fulvio Pennachi (1905-92). ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 3� UNIMES VIRTUAL Segundo Lisbeth Rebollo Gonçalves, “em nenhum momento deu-se a elabora- ção de qualquer regra que limitasse ou tentasse unificar, formalmente, as pers- pectivas estéticas dos integrantes do Santa Helena” (GONÇALVES, 1976). Alguns mostram-se atraídos pela figura humana, outros se dirigem para soluções livres, mas a atração da maioria está na paisagem. Juntos, saí- am a pintar as regiões periféricas da cidade de São Paulo, constituídas de fábricas e pequenas chácaras. As áreas urbanas das cidades do interior e do litoral são representadas com o mesmo interesse, na produção artística livre da ideologia cultural que se estabelece na capital. Com talento e trabalho, os artistas do Santa Helena transcendem as fórmulas e tendências, introduzin- do uma representação autêntica da paisagem brasileira. Ao lado a obra Paisagem, executada em 1942 por Humberto Rosa (1908-48). Entre no banco de textos da nossa disciplina e leia o mate- rial disponibilizado para você. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II3� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: O cenário artístico paulista - Grupo Seibi - Salão de Maio Na aula anterior reconhecemos algumas obras e artistas do início dos anos 1930 do século XX nas aulas anteriores. Uma das características desse período é a formação de gru- pos de artistas. Grupo Seibi Fundado por Hajime Higaki (1908-98), Shigeto Tanaka (1910-70), Takahashi (1908-1977), Yoshyia Takaoka (1909-78), Yuji Tamaki (1916-79) e Tomoo Handa (1906-96), em 1935, o Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo – Seibi – reuniu artistas japoneses, alunos das aulas de Desenho e Modelo vivo da Escola Paulista de Belas Artes. Os integrantes realizaram a primei- ra e única exposição no Clube Japonês, na capital paulista, em 1938. Em 1947, após o término da Segunda Guerra, os integrantes voltaram a se Reunir. Houve uma ampliação do número de pintores no ateliê, que foi reaberto publicamente. Ao lado a obra Rio de Janeiro, executada em 1951, de Yoshyia Takaoka (1909-78). Fonte: http://www.escritoriodearte.com.br/ - acesso em 20/02/2008. A partir de 1952, com a criação do Salão do Grupo Seibi, o espaço dos artistas nipo-brasileiros amplia-se frente ao meio artístico nacional, com exposições coletivas de Flávio-Shiró-Tanaka (1928-), Tadashi Kaminagai (1899-1985), Manabu Mabe (1924-97), Massao Okinaka (1913-2000), Shi- geo Nishimura (1918-1983), Takeshi Suzuki (1908-1987), Tikashi Fukushi- ma (1920-2001) e Tomie Ohtake (1913-). Massao Okinaka, ao lado, dedicou 78 anos de sua vida ao sumiê1. Fonte: http://madeinjapan.uol.com.br acesso em 20/02/2008. 1 Sumiê - A arte em preto e branco. A técnica de pintura japonesa que retrata a forma e a essência dos objetos. http://www.escritoriodearte.com.br/ http://madeinjapan.uol.com.br ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II 3� UNIMES VIRTUAL Salão de Maio O Salão de Maio foi organizado pela primeira vez em 1937 pelo pintor e crítico de arte Quirino da Silva (1897-1981), auxiliado por Geraldo Ferraz, crítico de arte, Paulo Ribeiro de Magalhães, Madeleine Roux e Flávio de Carvalho (1899-1973). Tarsila do Amaral (1886-1973), Cícero Dias (1907-2003), Cândido Portinari (1903-62) e Tomás Santa Rosa (1909-56) foram alguns pintores que envia- ram obras para a exposição. O primeiro Salão de Maio foi um acontecimento em grande parte ligado às classes dominantes, claramente intelectuais, com tendência a ferir, no- vamente, o público com as ousadias da arte moderna. Observaram-se a exclusão de outros expositores mais conservadores, muitos de classe mais baixa e alguns operários, o que fez surgirem opiniões dissidentes quanto à organização. As exposições se repetiram nos anos de 1938 e 1939, compondo diversas tendências e manifestações, acompanhadas de palestras, debates e publi- cação da Revista Anual do Salão de Maio. Na lista dos expositores, percebe-se a integração dos modernos, mem- bros do Grupo Santa Helena, da Família Artística Paulista e outros artistas tradicionais. Ao lado a obra Mestiço, executada em 1934 por Cândido Portinari (1903-1962). Acervo. Pinacote- ca do Estado de São Paulo. No nosso banco de textos você encontra dois textos muito interessantes. Não deixe de ver! ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�0 UNIMES VIRTUAL Aula: 10 Temática: O cenário artístico paulista - Família Artística Paulista - Sindicato dos Artistas Plásticos Estamos observando nas últimas aulas alguns grupos for- mados na década de 1930 do século XX na cidade de São Paulo. Família Artística Paulista A Família Artística Paulista surge com Waldemar da Costa, Paulo Rossi Osir (1890-1959), alguns artistas anônimos da Praça da Sé e outros já conheci- dos, como Anita Malfatti (1889-1964), Ernesto de Fiori (1884-1945) e Vitto- rio Gobbis. Recém-chegado de uma viagem de estudos na Europa, com livre transito no meio intelectual paulista, Rossi Osir se irritava e julgava leviana a camada mais alta da sociedade formadora do Salão de Maio ao impedir a entrada de elementos de uma classe mais simples de artistas. Em 10 de novembro de 1937, a primeira exposição da Família, formadapela turma do Grupo Santa Helena, Bonadei, Volpi, Clóvis Graciano, Penacchi, Humberto Rosa, Manoel Martins, Zanini e Rebolo Gonzáles; acrescentada pelos nomes de Anita Malfatti, Armando Balloni (1901-69), Arnaldo Barbo- sa, Hugo Adami (1899-1999), Arthur Krug (1896-1964), Waldemar da Costa (1904-82), Joaquim Lopes Figueira, passa despercebida pelo público e igno- rada pelos modernistas que os julgavam acadêmicos e ultrapassados. No entanto, não é intenção dos integrantes manterem a exclusão dos moder- nos, pois eles próprios tendiam para correntes mais avançadas da arte. Em Maio de 1939, foi realizado o II Salão da Família Artística Paulista na rua Líbero Badaró, 287, com os nomes de Cândido Portinari, Domingos Viegas de Toledo Piza (1887-1945), Anita Malfatti, Osir e Villanova Artigas (1915-85) entre os componentes do ‘Grupo Santa Helena’, Penacchi, Ri- zzotti, Rebolo, Volpi, Graciano, Zanini, Bonadei e Martins. Foi somente com a 2ª Exposição da Família, em 1939, que as coisas come- çaram a melhorar, quando Mario de Andrade, que mal conhecia o trabalho de alguns elementos do grupo, [...] numa fuga a São Paulo, dá um pulo à exposição da Família, surpreende-se com o que vê e escreve o célebre artigo ‘Esta Paulista Família’, a 2 de julho de 1939, em O Estado de São Paulo (ALMEIDA, 1976, pp. 133 e 134). ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �1 UNIMES VIRTUAL Em 1940, os integrantes da Família fizeram a última exposição no Rio de Janeiro, que contou com a presença de Ernesto de Fiori, Vittorio Gobbis, Malfatti, Piza, Bruno Giorgi (1905-93), Waldemar da Costa e os componen- tes do Grupo Santa Helena. Há para essa vitória uma explicação muito significativa: a de que a orientação da Família Artística vinha ao encontro das aspirações do público, exausto e desiludido ante os ma- labarismos intelectualizantes que vinham aos poucos destruindo a plás- tica em nome de doutrinas econômicas e teorias científicas. A Família materializava essa reação do equilíbrio e da sensibilidade, da poesia e da plástica, do desenho e do valor, a que todos, no fundo, aspiravam (MILLIET, Catálogos, 1940). Sindicato dos Artistas Plásticos Em 1937, a Sociedade Paulista de Belas Artes, criada em 1921 e converti- da em Salão Paulista de Belas Artes (SPBA), foi reconhecida pelo Ministé- rio do Trabalho e se transformou no Sindicato dos Artistas Plásticos. Em 1936, haviam sido realizadas assembléias que visavam à criação do Sindicato. Em 12 de agosto desse ano, houve a Assembléia Geral extraor- dinária [...], registrando-se o comparecimento de Alexandre Albuquerque, Ottone Zorlini, Roque de Mingo, Mário Zanini, José Cucê, Alfredo Volpi, Ângelo Simioni, Francisco Rebolo Gonsales, Fulvio Pennacchi e Adolpho Fonzari (ZANINI, 1991, p. 43). O Sindicato abria as portas a todos os inscritos, sem seleção de correntes, excluindo-se o mais fraco simplesmente pelo bom senso. No processo da organização, os membros procuravam profissionalizar a atividade artística, encarando o artista como um operário. O que significa estar de acordo com as novas regras sociopolíticas vigentes a partir da Revolução de 30, que tinha por objetivo agrupar as diferentes classes de trabalhadores em sindicatos. Assinalando um período novo, o Sindicato dos Artistas Plásticos procurou proporcio- nar eventos e organizar salões, até 1949, o que contribuiu para a consolidação das tendências modernas frente à saturação das idéias acadêmicas. Ao lado, a obra Bairro de Pinheiros, 1946, de Ottone Zorlini (1891-1977). Acervo Gianfranco Zorlini. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�2 UNIMES VIRTUAL Durante os onze anos de funcionamento do Sindicato dos Artistas Plásti- cos, aumentou, em relação aos conservadores, a predominância dos artis- tas modernos; oferecia-se inclusive participação dos mesmos no conselho diretor e na comissão organizadora. [...] o Salão do Sindicato registrou sempre esse duplo comparecimento. A ala modernista, porém, afirmava-se com a participação contínua dos artistas [...] tanto de antiga carreira quanto em fase de formação. Esta- vam entre os inscritos, incluindo muitos estrangeiros: John Graz, De Fiori, Takaoka, Quirino da Silva, João Goussef (1897-1953), Arthur Krug, Ângelo Simeone (1899-1974), Mick Carnicelli (1893-1967), Armando Balloni [...] Lothar Charoux (1912-87), Júlio Guerra (1912) [...] Maria Leontina (1917- 84), Alice Brill (1920) [...] Geraldo de Barros (1923), Manabu Mabe (1924), Sophia Tassinari (1927), Flávio-Shiró (Tanaka), Artur Luiz Piza [...] (ZANINI, 1991, p. 44.). Leia mais em: ZANINI, Walter. A Arte no Brasil nas Déca- das de 1�30-�0. São Paulo: Nobel / EDUSP, 1991. Visite o nosso banco de textos freqüentemente. Lá você sempre encontrará materiais interessantes para sua leitura. Entre no site abaixo e dê uma olhada nas obras estudadas. http://www.itaucultural.org.br/ - acesso em 20/02/2008. http://www.itaucultural.org.br/ ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �3 UNIMES VIRTUAL Resumo - Unidade II Nessa segunda unidade foi possível conhecer e classificar a história do Brasil no período a partir dos anos 30 do sé- culo XX e os elementos culturais e artísticos do período. O regionalismo se firmou nos anos 1930, principalmente nas mãos dos escritores. Reconhecemos o cenário artístico paulista a partir de 1930 e os diversos grupos constituídos. Descobrimos que nos anos 1930 e 1940, ao lado dos artistas oriundos de famílias da elite agrária ou da classe média ligada a profissões liberais, ao comércio e à indústria, surgia a figura do artista (proletário, oriundo da pequena burguesia em ascensão ou mesmo do ope- rariado). Assim, vemos surgir o Grupo Santa Helena, com os artistas Mário Zani- ni, Alfredo Volpi, Fulvio Pennacchi, Manoel Martins, Aldo Bonadei, Clóvis Graciano, Humberto Rosa e Alfredo Rullo Rizzotti; e ainda o Grupo Seibi, a Família Artística Paulista, entre outros grupos. Observamos o surgimento do Salão Paulista de Belas Artes e, posterior- mente, a constituição do Sindicato dos Artistas Plásticos. Assim, estudamos e reconhecemos os conceitos estéticos ligados à arte brasileira no período. Um grande abraço. Até a próxima unidade! Referências Bibliográficas ANDRADE, Mário. A elegia de abril. in Aspectos da literatura brasileira. São Paulo: Martins, 1942, pp. 185-195. ANDRADE, Mário. Aspectos das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Martins, 1965, pp. 13-46. AQUARONE, Francisco. Mestres da Pintura do Brasil. São Paulo: P. de Azevedo, [19-]. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�� UNIMES VIRTUAL AYALA, Walmir. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: INL, 1980. 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Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Dois volumes. MARINO, João. Coleção de arte brasileira. São Paulo: Raízes Artes Grá- ficas, 1983. MARTINI, Fátima Regina Sans. O Grupo Tapir e a Pintura de Casarios. Dissertação de Mestrado: UNESP, 2004. PONTUAL, R. Gonçalves. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio deJaneiro: Civilização brasileira, 1969. SILVA, F. de Assis. História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1992. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �� UNIMES VIRTUAL ZANINI, Walter. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Wal- ter Moreira Salles, 1983. Edições especiais ________ . Dicionário de pintores brasileiros. Rio de Janeiro: Spala, 1986. ________ . ARTE NO BRASIL. A revolução da Arte Moderna. Comissão de Artes Plásticas da Secretaria de Cultura de São Paulo, SP: Nova Cultural Ltda. 1986. ________ . ARTE NO BRASIL. São Paulo: Abril Cultural, 1979. ________ . HISTÓRIA GERAL DA ARTE NO BRASIL. Instituto Walther Moreira Salles, 1983. Coordenação Walter Zanini. ________ . FUNARTE – 42 anos de premiações nos salões oficiais – 1934 / 1976, Rio de Janeiro: FUNARTE, 1977. ________ . PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO. A coleção per- manente. São Paulo: Gráficos Burti, 2002. _________ . A arte no Brasil nas décadas de 1�30-�0. São Paulo: No- bel/ EDUSP, 1991. Catálogos D’HORTA, Arnaldo Pedroso. Ensaio – Grupo Santa Helena, Álbum Collec- tio, São Paulo, 1970. GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Introdução – Os Salões – Movimento Mo- derno nas Artes Plásticas – Segunda metade dos anos 30. in Museu Lasar Segall: Ciclo Pintura Brasileira Contemporânea, São Paulo, jun. / jul. 1976. ICONOGRAFIA PAULISTANA EM COLEÇÕES PARTICULARES. São Pau- lo: Sociarte, 1999. MILLIET, Sérgio. Introdução – III Salão da Família Artística Paulista. Rio de Janeiro, 1940. MODERNISMO. Desdobramentos: marcos históricos. Instituto Cultural Itaú. São Paulo, 1994. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�� UNIMES VIRTUAL PECCININI, Daisy. Introdução – Exposição Operários na Paulista. São Paulo: SESI e MAC / USP, 2002. ZANINI Walter. Introdução – O Grupo Santa Helena. Museu de Arte Mo- derna de São Paulo. São Paulo, jun. 1995. Sites (acesso em 20/02/2008) forumpermanente.incubadora.fapesp.br/portal/.instituicoes/mamsp/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_Art%C3%ADstica_Paulista http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_Santa_Helena http://www.itaucultural.org.br http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/eixo/ spam/index.html http://www.pinacoteca.sp.gov.br/ http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo/ cultura/museus_pinac.htm http://www2.uol.com.br/franciscorebolo/tempo/40.htm www.pitoresco.com.br/brasil/fukushima/fukushima.htm www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2005/ju302pag12.html www.usp.br forumpermanente.incubadora.fapesp.br/portal/.instituicoes/mamsp/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_Art%C3%ADstica_Paulista http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_Santa_Helena http://www.itaucultural.org.br http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/eixo/spam/index.html http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/eixo/spam/index.html http://www.pinacoteca.sp.gov.br/ http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo/ cultura/museus_pinac.htm http://www2.uol.com.br/franciscorebolo/tempo/40.htm www.pitoresco.com.br/brasil/fukushima/fukushima.htm www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2005/ju302pag12.html www.usp.br ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �� UNIMES VIRTUAL Exercício de auto-avaliação II 1) Rossi Osir se irritava e julgava leviana a camada mais alta da sociedade formadora do Salão de Maio ao impedir a entrada de elementos de uma classe mais simples de artis- tas. Osir, Waldemar da Costa e alguns artistas anônimos da Praça da Sé, entre outros, foram responsáveis pela formação de qual grupo paulista? Grupo Tapir Grupo dos três irmãos Família Artística Paulista Família Unida de artistas 2) O grupo formado pelos seguintes artistas Volpi, Rebolo, Pennachi, Bonadei, Graciano, Zanini, Rosa, Rizzotti e Martins se situa entre os anos de 1�3� e 1�3�. De que grupo estamos falando? Grupo Tapir Família Artística Paulista Grupo Santa Helena Grupo do Palacete Paulista 3) Em 1�3�, a Sociedade Paulista de Belas Artes, criada em 1�21 e convertida em Salão Paulista de Belas Artes (SPBA), após ser reconhecida pelo Ministério do Trabalho, trans- formou-se em: Sindicato dos Artistas Plásticos. Salão de Exposição Paulista Salão de Arte Moderna de São Paulo Sindicato dos Artistas de Pintura Moderna �) Em 1�3�, foi criada uma universidade em São Paulo, a qual incentivou o clima de pesquisas. Professores franceses foram convidados para lecionar, proporcionando ao ambiente cultural da cidade, um maior contato com os métodos objetivos da pesquisa e a publicação sobre arte nos meios de comunicação. Estamos falando da universidade com a seguinte sigla: USP UFE MAP UFSP a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�� UNIMES VIRTUAL �) Fundado por Hajime Higaki (1�0�-��), Shigeto Tanaka (1�10-�0), Takahashi (1�0�- 1���), Yoshyia Takaoka (1�0�-��), Yuji Tamaki (1�1�-��) e Tomoo Handa (1�0�-��) em 1�3�, o Grupo de Artistas Plásticos de São Paulo reuniu artistas japoneses, alunos das aulas de Desenho e Modelo vivo da Escola Paulista de Belas Artes. Os integrantes reali- zam a primeira e única exposição no Clube Japonês, na capital paulista, em 1�3�. Esse grupo também é chamado de: Grupo dos 19 Grupo Seibi Grupo Tapir Grupo dos 15 a) b) c) d) ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �� UNIMES VIRTUAL Unidade III Brasil - Anos �0 do Século XX Objetivos Conhecer e classificar a história do Brasil no período a partir dos anos 40 do sé- culo XX e os elementos culturais e artísticos do período. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 11 - O cenário artístico paulista - A década de 40 Aula: 12 - O cenário artístico paulista - Grupos de artistas Aula: 13 - O cenário artístico paulista - MASP e MAM Aula: 1� - O cenário artístico no Rio de Janeiro Aula: 1� - Os pioneiros da arquitetura moderna ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�0 UNIMES VIRTUAL Aula: 11 Temática: O cenário artístico paulista - A Década de 1��0 Na Unidade anterior conhecemos e classificamos a história do Brasil no período a partir dos anos 30 do século XX e os elementos culturais e artísticos do período. A década de 1��0 O período que coincidiu com a 2ª Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, determi- nou uma fase de permanência no país por parte dos artistas impossibilitados de viajarem e manterem contatos com a arte européia. Artistas estrangeiros, da mesma forma, fixaram residência no Brasil integrando-se à cultura nacional. Por outro lado, a guerra possibilitou algumas exposições da Europa e dos Estados Unidos no país. Entre elas, destacam-se: a Exposição de Arte Francesa, em 1940, as Exposições de Gravuras Britânicas Contemporâ- neas e a Arte Contemporânea do Hemisfério Ocidental no ano de 1942. Em seguida, as exposições de Pintura Austríaca Contemporânea e Pintura Canadense Contemporânea, em 1944. No início dos anos 1940, foram inauguradas a Livraria Brasiliense, a Ga- leria Prestes Maia, situada na Praça do Patriarca, e a Galeria Itá à Rua Barão de Itapetininga, onde são realizadas importantes mostras individuais e coletivas. O Centro Paranaense no Edifício Martinelli e o ateliê de Clóvis Graciano, à Rua Xavier de Toledo, tornaram-se também locais de numero- sas exposições na década de 1940. Em 1947, a Galeria Domus foi criada pelo casal Fiocca, a qual se dedicou somente às exposições de artistas modernos. No mesmo ano, o Museu de Arte de São Paulo foi entregue ao público. O hábito de grupos de artistas se reunirem para debater e trocar conhecimentos foi intensificado na cidade de São Paulo. Residências, Cafés e, mais tarde, a Seção de Arte da Biblioteca Municipal, o Clube dos Artistas, o Museu de Arte de São Paulo, o Museu de arte Moderna e a Galeria Domus tornam-se pontos de encontro. [...] É sob o signo do desenvolvimento industrial do país e da conseqüente formação de classes urbanas mais diferenciadas e definidas de umaelite industrial que se acresce à agrária, de um ambiente propicio à mo- ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �1 UNIMES VIRTUAL dernização, de um modo geral, que temos o estímulo para os acontecimentos histórico-artísticos do decê- nio 40. (GONÇALVES, Catálogos, 1977) Visite o site indicado e veja textos e imagens sobre a his- tória do Brasil http://www.historiadobrasil.net/ - acesso em 20/02/2008. http://www.historiadobrasil.net/ ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�2 UNIMES VIRTUAL Aula: 12 Temática: O cenário artístico paulista - Grupos de Artistas - O Clubinho Observamos na aula anterior a década de 1940 e os movi- mentos culturais do período. Continuemos com o cenário ar- tístico paulista e a formação dos diversos grupos artísticos. Grupos de artistas Na década de 1940, diversos grupos de artistas foram constituídos, na cidade de São Paulo, com a intenção de discutir as novas tendências e promover as exposições de seus integrantes. Outra razão, talvez a mais importante, foi o fator econômico. Com origem na classe média, eles se reuniam para dividir o aluguel e o custo de um modelo vivo para as aulas de desenho. Ao Grupo Santa Helena junta- ram-se outros pintores ami- gos, como: Ângelo Simioni e Ottone Zorlini (1891-1967). Ao lado, de Ottone Zorlini (1891- 1967), a obra Bairro de Pinhei- ros, São Paulo, de 1946. Acer- vo de Gianfranco Zorlini. Ao lado esquerdo, a obra Ami- gos, da década de 1960 de Ângelo Simeone (1899-1972) Acervo de Olympia Simeone Fontcuberta. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �3 UNIMES VIRTUAL O Clubinho Os pintores Paulo Rossi Osir, Alfredo Volpi, Mário Zanini, Rebolo Gonzalez e Quirino da Silva, no ano de 1945, formaram o Clubinho, uma associação com sede no Edifício Esther situado na Praça da República. O Clubinho, como era chamado, seria, entre todas as sociedades artísticas de São Paulo, a de vida mais longa e a menos polêmica. Promoveu expo- sições, conferências e outros eventos, mas, pelos anos de 1950, suas funções culturais reduziram, tornando-se, sobretudo, lugar de convivência social. (ZANINI, 1991, p. 42) Ateliê Osirarte Paulo Rossi Osir fundou o ateliê-oficina de azulejos em 1940, convidando para integrantes, entre outros, Ernesto De Fiori, Mario Zanini (1907-71) e Alfredo Volpi (1896-1988). Trabalhavam nas salas, entre outros, Waldemar Cordeiro e Paolo Maranca. A empresa Osirarte executava e desenvolvia composições sobre painéis ou azulejos avulsos, com temas nacionais e populares, para diversos artis- tas, entre eles Portinari e Burle Marx. Durante a década de 1940, a Osirarte promoveu diversas exposições em São Paulo, uma no Rio de Janeiro (1943) e duas na Argentina: Buenos Aires (1946) e Mendoza (1947). No início da década de 1950, Rossi Osir e Volpi afastaram-se da oficina, que já adquirira um caráter mais empresarial e cuja atuação se restringiu à execução de encomendas. (MODERNISMO, Catálogos, 1994, p. 20) Exposição Antieixista Em de 1943, ano seguinte à declaração, do presidente Getúlio Vargas, de guerra do Brasil ao Eixo, um grupo de pintores paulistas e cariocas mani- festava-se contra o fascismo. [...] realiza-se a Exposição Coletiva Antieixista de que participam, entre outros, Paulo Rossi Osir, Alfredo Volpi, Rebolo Gonzales, Clóvis Graciano, Mário Zanini, Manoel Martins, Aldo Bonadei, Ângelo Simeone e Al- fredo Rullo Rizzotti. (GONÇALVES, Catálogos, 1977.) Visite o nosso banco de textos e leia o texto sobre arte dis- ponível para você. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�� UNIMES VIRTUAL Aula: 13 Temática: O cenário artístico paulista - MASP e MAM Na aula anterior observamos a formação de alguns grupos de artistas nos anos 1940 em São Paulo, como o Clubinho e o Ateliê Osirarte, importante ateliê produtor de pintura em azulejos na década de 1940. MASP e MAM A segunda metade da década de 1940 ficou marcada, no plano institucional, pela criação de dois museus importantes. Em 1947, foi criado o Museu de Arte de São Paulo, o MASP, pela iniciativa do jornalista Assis Chateaubriand. A constituição do acervo e organização, no entanto, fica sob a direção de Pietro Maria Bardi. A partir de 1968, o museu passou a contribuir para o campo didático e profissional, mantendo cursos e promovendo eventos im- portantes no prédio projetado Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista. Em 1948, instala-se o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM, fundado por Francisco Matarazzo Sobrinho e orientado de início pelo crítico defensor das tendências abstratas, Léon Degand, organizador da Mostra do Figurativismo ao Abstracionismo, em março de 1949. Os acervos europeus e das Américas aqui exibidos – com a participação de nomes-chaves da arte inter- nacional – representaram um acesso valioso para os artistas locais, num tempo em grande parte avaro no proporcionar estadas de brasileiros no Exterior. (ZA- NINI, 1991, p. 61) I Exposição Circulante de Arte Em 1947, o Departamento Estadual de Informações e a Divisão de Turismo e Expansão Cultural promoveram a I Exposição Circulante de Arte. Levada a algumas cidades do Interior, incluía 97 obras de pintores e escultores modernos e acadêmicos. Fi- guravam na mostra expositores de gerações diversas, como Di Cavalcanti, Segall, Tarsila, Guinard, Bruno Giorgi, Volpi, Mário Zanini, Bonadei, Rebolo, Pennacchi, Manoel Martins, Humberto Rosa [...] Ângelo Simeone, Renné Lefèvre, Vicente Mecozzi, Danilo di Petre, Yolan- ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II �� UNIMES VIRTUAL da Mohalyi, Arcângelo Ianelli, Aldemir Martins (1922), Mário Gruber e Flávio-Shiró (Tanaka). (Ibid, p.45) Grupo dos 1� A Galeria Prestes Maia organizou no final dos anos 1940 uma exposição com a intenção de mostrar a arte jovem e moderna de São Paulo. Dentre os expositores revelam-se: Maria Leontina (1917-84), Aldemir Martins, Marcelo Grassmann (1925-), Lothar Charoux (1912-87), Luis Sacilotto (1924- ), Otávio Araújo, Mário Gruber, Odetto Guersoni e Flávio-Shiró (Tanaka). Em abril de 1947, nas salas da União Cultural Brasil - Estados Unidos de São Paulo, um grupo de jovens artistas expressionistas realizava sua primeira e única exposição coletiva. [...] O evento compreendia ainda uma série de palestras sobre arte moderna [...] Como movimento, o Grupo dos 19 revelou-se efêmero, os que o integravam possuíam entre si marcantes dife- renças, que com os anos se acentuariam. (ARTE NO BRASIL, 1986, pp. 241-243) Os 19 artistas presentes na Mostra não chegaram a constituir um grupo e fizeram parte, entre outros, de uma geração de pintores e desenhistas com grande diversidade estilística que trabalharam na metade final do século XX. Grupo 1� O Grupo 15, também chamado de ‘Grupo do Jacaré’, é fundado pelo pin- tor Ioshiya Takaoka em 1948, ao alugar e dividir um ateliê com os outros integrantes, Atayde de Barros, Hajime Higaki, Kenjiro Masuda, Geraldo de Barros (1923-), Shigeto Tanaka, Takeshi Suzuki, Tamaki e Tomoo Handa. As dificuldades econômicas para manter um ateliê individual, a falta de um ambiente estimulante ao de- senvolvimento de pesquisas em arte e a necessidade de abrir espaços ao diálogo e aos debates foram as principais razões que levaram à formação do Grupo. (MODERNISMO, Catálogos, 1994, p. 28) Grupo Guanabara O Grupo Guanabara surgiu no final de 1949, a partir de reuniões dos artis- tas Takeshi Suzuki, Tamaki, Arcângelo Ianelli (1922-), Takaoka, Armando Pecorari, Tomoo Handa, entre outros, realizadas na oficina de molduras do pintor Tikashi Fukushima, em São Paulo. ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA II�� UNIMES VIRTUAL Os artistas se reuniam com o objetivo de firmar as idéias e o desenvolvi- mento de seus trabalhos sem, no entanto, fixar tendências rígidas ou uma determinada corrente artística. Na ultima exposição, em 1959, outros nomes foram incorporados ao Gru- po Guanabara, como: Wega Nery (1912-), Manabu Mabe, Tomie Ohtake e Sofia Tassinari
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