Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE FRANCA - UNIFRAN CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA EDSON DE MENEZES QUARESMA SISTEMA ROBÓTICO CARTESIANO Desenvolvimento de uma máquina fresadora router CNC FRANCA-SP 2021 EDSON DE MENEZES QUARESMA SISTEMA ROBÓTICO CARTESIANO Desenvolvimento de uma máquina fresadora router CNC Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade de Franca - UNIFRAN, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Eng. Me. Gabriel Henrique Campos Baião FRANCA-SP 2021 EDSON DE MENEZES QUARESMA SISTEMA ROBÓTICO CARTESIANO Desenvolvimento de uma máquina fresadora router CNC Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade de Franca - UNIFRAN, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Eng. Me. Gabriel Henrique Campos Baião Franca, ___ de ________ de 2021. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Eng. Me. Gabriel Henrique Campos Baião Orientador __________________________________ Prof. __________________________________ Prof. FRANCA-SP 2021 RESUMO Duzentos e sessenta anos após o início da Primeira Revolução Industrial, estamos testemunhando a Indústria 4.0. Não se trata apenas de robótica avançada, com inteligência artificial e conectividade, em grandes indústrias com benefícios à produtividade. Em meio a essa evolução, houve a popularização das plataformas de prototipagem eletrônica, a redução dos custos dos componentes produzidos nos países asiáticos, fato que tornou possível, de forma muito rápida, o acesso de pequenos empreendimentos, e até mesmo dos consumidores finais às tecnologias disponíveis somente à grandes companhias. O objetivo deste trabalho é apresentar o projeto e construção de um sistema robótico cartesiano, na forma de uma fresadora “Router” com movimento de 3 eixos por Controle Numérico Computadorizado e que tenha como requisito fundamental boa repetibilidade e precisão no processo de usinagem, além de baixo custo de construção. Este conteúdo traz a abordagem teórica e prática em relação aos componentes utilizados na construção do protótipo, uma análise crítica dos resultados, possíveis melhorias do projeto e a conclusão do experimento. Palavras chave: Robô cartesiano, Máquina Fresadora CNC, Grbl, G-Code, Usinagem, Motor de Passo. ABSTRACT Two hundred and sixty years after the start of the First Industrial Revolution, we are witnessing Industry 4.0. It's not just about advanced robotics, with artificial intelligence and connectivity, in large industries and productivity benefits. In this evolution, there was the popularization of electronic prototyping platforms, the reduction of the costs of components produced in Asian countries, was possible, very quickly, for small businesses and even consumers, to obtain technologies available only, to large enterprises. The objective of this work is to present the design and construction of a Cartesian robotic system, like a router milling machine, with 3-axis movement by Computer Numerical Control. Have as fundamental requirement good repeatability and precision in the machining process, and low construction cost. This content brings a theoretical and practical to components used in the construction of this prototype, a critical analysis of the results, the possible project improvements and the conclusion of experiment. Keywords: Cartesian Robot, CNC Milling Machine, Grbl, G-Code, Machining, Stepper Motor. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Fresadora de Eli Whitney (1818) .................................................................. 3 Figura 2 - Fresadora Vertical Manual ............................................................................ 4 Figura 3 - Fresadora Vertical Cincinati Hydrotel com sistema CN .............................. 5 Figura 4 - Fresadora CNC 5 eixos ................................................................................. 6 Figura 5 - Fresadora CNC Tipo Pórtico ........................................................................ 7 Figura 6 - Mini Fresadora CNC de Bancada .................................................................. 7 Figura 7 - Fresadora Router CNC .................................................................................. 8 Figura 8 - Fresadora Router CNC de bancada ............................................................... 8 Figura 9 - Processo de Fresamento ................................................................................ 9 Figura 10 - Tipos de Fresa ............................................................................................. 9 Figura 11 - Guia Cilíndrica, Pillow Block e Mancal ................................................... 12 Figura 12 - Guia Linear Prismática ............................................................................. 13 Figura 13 - Classificação de Motores Elétricos ........................................................... 15 Figura 14 - Plataforma de prototipagem Arduino ....................................................... 19 Figura 15 - Trecho de Código G (G-Code) ................................................................. 22 Figura 16 – Plano Cartesiano conceitual de uma Máquina CNC ................................ 22 Figura 17 – Instrução G-Code G28 ............................................................................. 22 Figura 18 - Instrução G-Code G1X3Y7 ...................................................................... 23 Figura 19 - Instrução G-Code G1X5Y1 ...................................................................... 23 Figura 20 - Instrução G-Code G1X8Y4 ...................................................................... 23 Figura 21 - Tela do bCNC ........................................................................................... 24 Figura 22 - Estrutura da Máquina Fresadora ............................................................... 25 Figura 23- Carros deslizantes com rolamentos de esfera radiais ................................. 26 Figura 24 - Sistema Correia e Polia sincronizadora - Coreia Fixa .............................. 26 Figura 25 - Conjunto utilizado para o Eixo Z .............................................................. 27 Figura 26 - Montagem do Eixo Z ................................................................................ 27 Figura 27 - Eixo Z construído ...................................................................................... 28 Figura 28 – Montagem - Estrutura da Router .............................................................. 28 Figura 29 - Detalhe do carro deslizante do Eixo X ..................................................... 29 Figura 30 - Especificações Motor de passo 23HS5628 ............................................... 29 Figura 31 - Tupia utilizada como eixo árvore ............................................................. 31 Figura 32 - Relé de estado sólido ................................................................................ 33 Figura 33 - Fonte de Alimentação 5V x 3A ................................................................ 34 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980148 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980149file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980150 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980151 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980152 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980153 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980154 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980155 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980156 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980157 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980158 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980159 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980160 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980161 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980162 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980168 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980169 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980170 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980171 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980172 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980173 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980174 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980175 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980176 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980177 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980178 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980179 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980180 Figura 34 - Raspberry PI V1 A+ ................................................................................. 35 Figura 35- Diagrama em blocos da Router CNC ........................................................ 36 Figura 36 - Diagrama de interligação dos componentes ............................................. 37 Figura 37- Montagem da Unidade de Controle ........................................................... 38 Figura 38- Conectores externos da unidade de Controle ............................................. 38 Figura 39 - Detalhe esteira porta cabos ....................................................................... 39 Figura 40 - Detalhe Interruptor fim de curso eixo Y ................................................... 39 Figura 41- Detalhe Interruptor fim de curso eixo Z .................................................... 40 Figura 42 - Filtro de ruídos com opto acopladores ...................................................... 41 Figura 43 - Sonda de Auto nivelamento ...................................................................... 42 Figura 44 - Pontos de Sondagem para nivelamento .................................................... 42 Figura 45 - Máquina Router CNC construída ............................................................. 43 Figura 46 - Modelo para Usinagem feito no Vetric ASPIRE ...................................... 43 Figura 47 - Funcionamento da router CNC ................................................................. 44 Figura 48 - Peças fabricadas na router CNC ............................................................... 44 Figura 49 – Medida de comprimento - Precisão da router CNC ................................. 45 Figura 50 - Medida de diâmetro de Corte Circular ..................................................... 45 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980181 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980182 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980183 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980184 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980185 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980186 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980187 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980188 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980189 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980190 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980191 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980192 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980193 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980194file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980195 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980196 file:///C:/Users/edson_6fuxnke/Desktop/Estagio%20Unifran/tcc/TCC%20-%20Engenharia%20Eletrica%20-%20Edson%20de%20Menezes%20Quaresma%20rev2.docx%23_Toc85980197 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Robôs Industriais ........................................................................................ 11 Tabela 2 - Gerações Tecnológicas dos Robôs industriais............................................ 11 Tabela 3 – Conceito de sistema Robótico ou Teleoperado .......................................... 11 Tabela 4 - Sistemas de Conversão e Transmissão de Movimento ............................... 14 Tabela 5 - Classificação dos acoplamentos ................................................................. 14 Tabela 6- Motores utilizados em máquinas Router CNC ............................................ 17 Tabela 7 – Sensores de fim curso para máquinas CNC Router ................................... 18 Tabela 8 - Interfaces de potência para máquinas CNC ................................................ 20 Tabela 9 - Detalhamento de instruções G-Code .......................................................... 24 Tabela 10 - Cargas dos motores dos eixos X e Y ........................................................ 30 Tabela 11- Ângulos de Atrito entre fuso e porca ......................................................... 31 SUMÁRIO 1 OBJETIVOS ......................................................................................................... 2 GERAL ............................................................................................................... 2 ESPECÍFICO ...................................................................................................... 2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 2 ESTRUTURAÇÃO ............................................................................................ 2 2 REFERÊNCIAS HISTÓRICAS ......................................................................... 3 HISTÓRIA DA MÁQUINA FRESADORA ...................................................... 3 AUTOMATIZAÇÃO DAS MÁQUINAS-FERRAMENTA ............................. 4 MAQUINAS FRESADORAS - CONTEXTO ATUAL ..................................... 6 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............. 8 PROCESSO DE USINAGEM – FRESAMENTO .............................................. 8 ROBÔS INDUSTRIAIS ..................................................................................... 9 SISTEMA ROBÓTICO DA MÁQUINA ROUTER CNC ............................... 11 SISTEMA DE ACIONAMENTO .................................................................... 15 SISTEMA ELETRÔNICO – INTERFACE E CONTROLE ............................ 17 SOFTWARE ..................................................................................................... 21 4 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO ..................................................................... 25 MODELO ESTRUTURAL E SISTEMA MECÂNICO ................................... 25 MODELO DO SISTEMA ELETROELETRÔNICO ....................................... 29 5 TESTES E CONCLUSÃO DO TRABALHO .................................................. 43 TESTES ............................................................................................................ 43 CONCLUSÃO .................................................................................................. 46 6 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 47 INTRODUÇÃO As mudanças de comportamento do consumidor mudaram também a forma de atuar da indústria tradicional. O advento da internet e das redes sociais e a janela de informações que se abriu, moldou um público mais exigente, engajado, imediatista e que busca também a qualidade além do menor custo. Na aquisição de qualquer produto é imprescindível, à cadeia de produção e fornecimento, que tenha condições de atender à exigência desse público, sob o risco de perder espaço para concorrentes melhores estruturados. Até mesmo nas relações comerciais “B2B” (Business to Business) há uma grande exigência pela qualidade e agilidade na entrega do produto adquirido. No caso das pequenas empresas, a aquisição de máquinas que lhes permitam competitividade, nesse novo perfil de mercado, na grande maioria dos casos é ainda uma grande barreira devido à falta de recursos devido ao seu alto custo de aquisição. Com a pretensão de atender a demanda desses pequenos empreendedores, o presente trabalho foi desenvolvido de modo a oferecer uma opção de baixo custo de uma máquina-ferramenta para automação do processo de usinagem e também por instituições de ensino, considerando que alunos/pesquisadores das áreas das engenharias, normalmente se veem com a necessidade de usinar materiais para produção de seus protótipos. O projeto da Fresadora router CNC (Controle Numérico Computadorizado), foi idealizado a partir do estudo dos processos de usinagem, do funcionamento dos sistemas robóticos e da integração dos sistemas, mecânicos, de acionamento, e de controle, no âmbito da Eletrônica, Mecânica, Robótica e computação. Todos os componentes escolhidos são acessíveis em relação a custo e disponibilidade. O equipamento é capaz de reproduzido em qualquer dimensão bastando aumentar o tamanho da estrutura básica, o que permite que seja adequado à disponibilidade de espaço e necessidade operacional. 2 1 OBJETIVOS GERAL O objetivo principal deste TCC, é a construção de uma máquina fresadora CNC, que se enquadra na categoria dos Robôs cartesianos, com a finalidade de usinagem pelo processo de fresamento de materiais leves (Madeiras, Polímeros e algumas Ligas de Alumínio), com custo coerente à capacidade/qualidade do equipamento e que permita sua replicação. Diferentemente de modelos comerciais, o equipamento pode ter dimensões customizadas facilitando sua instalação em espaços reduzidos e possibilidade de utilização no ambiente acadêmico. ESPECÍFICO De forma específica o objetivo é elaborar o projeto, construir, registrar os dados de construção do equipamento e realizar os testes de funcionamento. JUSTIFICATIVA O projeto e construção do Robô cartesiano, é o resultado dos conhecimentos adquiridos durante o curso de Engenharia Elétrica. São várias as disciplinas aplicadas para o desenvolvimento do projeto além de pesquisas adicionais em outros conteúdos cuja abordagem acrescenta conhecimentos importantes que fundamentais ao desempenho do profissional da engenharia. O aperfeiçoamento de técnicas, a pesquisa exploratória e a interdisciplinaridade são fundamentais. O projeto finalizado será base para continuidade da pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias no ramo da robótica e automação de processos. ESTRUTURAÇÃO Para estruturação deste trabalho foi realizada pesquisa exploratória em bibliografia, artigos técnicos e trabalhos similares, pois de acordo com (Gil, 2008), ...é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. O teor do trabalho determinou a necessidade de pesquisa amplamente interdisciplinar, abrangendo conteúdos relacionados a Eletrônica, Eletricidade, Mecânica, Robótica, Automação e Computação. 3 No capítulo 1 será retratada uma visão geral do projeto e é exposto o motivo da de sua concepção, além dos objetivos,da justificativa e sua estruturação. O capítulo 2 relata um breve histórico sobre as máquinas-ferramenta da categoria das fresadoras e sua evolução, assim como os equipamentos atualmente disponíveis no mercado. O capítulo 3 descreve a fundamentação teórica sobre materiais e a metodologia aplicada ao projeto, com base na pesquisa realizada. No capítulo 4 ocorre a definição dos materiais utilizados, e dados sobre o processo de construção do protótipo. Por fim, no capítulo 5 serão apresentados os testes a conclusão do trabalho. 2 REFERÊNCIAS HISTÓRICAS HISTÓRIA DA MÁQUINA FRESADORA A Máquina Fresadora foi inventada em 1818 pelo Norte Americano Eli Whitney, com a finalidade de produzir peças para rifles, para atender a demanda do governo de seu país que em razão da guerra civil. Sua estrutura básica, era formada por três eixos que permitiam o movimento transversal, longitudinal e vertical da peça em processo de fabricação, contra a posição da ferramenta de corte. A fresadora de Whitney não era equipada com qualquer tipo motor, portanto, o movimento do eixo árvore era realizado através do giro manual de um volante que atuava sobre um parafuso com rosca sem fim. As primeiras máquinas fresadoras dependiam totalmente da habilidade do operador em manusear os controles de movimentação dos eixos para que as peças fabricadas fossem produzidas com as medidas desejadas. Figura 1 - Fresadora de Eli Whitney (1818) Fonte: https://tecmecanico.blogspot.com/2011/10/fresadoras.html acessado em 09/09/2021 https://tecmecanico.blogspot.com/2011/10/fresadoras.html 4 A partir terceira revolução industrial, houve avanço significativo da engenharia, na pesquisa cientifica, com o propósito de aperfeiçoar os processos industriais. Na primeira metade do século XX, as máquinas-ferramentas utilizadas nos meios de produção se dividiam em duas vertentes: • Os equipamentos operados manualmente: Destinados a pequenos volumes de produção e possuíam grande flexibilidade; • Sistemas automáticos de Produção: Destinados a grandes volumes e sua tecnologia era dedicada, ou seja, sua estrutura era construída para fabricar determinado formato de peça, o que não permitia flexibilidade. . Com o início segunda guerra mundial, mão-de-obra das indústrias, majoritariamente masculina, estava engajada no conflito, que demandava do setor industrial insumos para fabricação de aviões e materiais bélicos. A escassez de trabalhadores na indústria foi o que incentivou os investimentos nas pesquisas em busca da automatização desses processos. De acordo com (Cassaniga, 2005), no contexto da Segunda Guerra Mundial a Força Aérea Norte Americana, a empresa Parsons Corporation e o MIT Massachusetts Institute of Technology se uniram, mais precisamente em 1949, e através de pesquisas modificaram uma fresadora de três eixos, quando retiraram os comandos convencionais e colocaram comandos numéricos controlados por fita perfurada, além de unidades de servomecanismos nos eixos e unidade de processamento de dados. AUTOMATIZAÇÃO DAS MÁQUINAS-FERRAMENTA Figura 2 - Fresadora Vertical Manual Fonte: https://sites.google.com/site/epdprocessos/fresamento acesso em 10/09/21 https://sites.google.com/site/epdprocessos/fresamento 5 O primeiro protótipo equipado com o sistema CN (controle numérico), foi construído em 1952 no MIT-Massachusetts Institute of Technology nos Estados Unidos da América. O sistema foi adaptado em uma fresadora vertical cujos mecanismos foram desmontados e reconstruídos, recebendo a adaptação do conjunto de servomecanismos que eram controlados a partir de um sistema de leitura de fitas perfuradas. A máquina utilizada como protótipo, foi uma fresadora vertical Modelo Cincinati Hydrotel. As fitas perfuradas continham as informações das coordenadas espaciais necessárias para a usinagem da peça conforme o projeto. Conforme (Machado, 1986) os equipamentos de leitura das fitas perfuradas deveriam: “Receber informações por meio de entrada própria, compilar estas informações e transmiti-las em forma de comando à máquina operatriz, de modo que esta, sem a intervenção do operador, realizasse as operações na sequência programada.” Nos anos seguintes, o sistema de Controle Numérico foi empregado em diversos projetos destinados a Força Aérea Americana, com construção de 100 (cem) fresadoras equipadas com o sistema automatizado que seriam destinadas a construção de aeronaves. Entre os anos de 1955 a 1962, foi desenvolvida a primeira aplicação para computador para assistir à geração dos programas de Controle Numérico. A aplicação foi chamada de APT (Automatically Programmed Tool) e era executada em maquinas da IBM® no MIT. Neste período houve a criação da Linguagem G (G-CODE) no MIT, que tinha por premissa estabelecer um padrão para os sistemas de Controle Numérico, visto que cada fabricante de máquinas havia adotado seu próprio padrão de programação. Figura 3 - Fresadora Vertical Cincinati Hydrotel com sistema CN Fonte: https://chrisandjimcim.com/brief-history-explanation-of-cnc-g-code/ Acesso em 09/09/2021 https://chrisandjimcim.com/brief-history-explanation-of-cnc-g-code/ 6 No fim da década de 60 e início da década de 70, os Controladores Numéricos passaram a receber Microprocessadores e Memória ROM contendo uma programação, em opção ao sistema de fitas perfuradas. As pesquisas avançavam em busca de um sistema que fosse mais eficiente para a programação dos sistemas CN, e assim, os sistemas de Controle Numérico receberam a incorporação de um microcomputador dedicado para realizar o comando dos servomecanismos o que ficou conhecido por CNC - Controle Numérico Computadorizado. Foi o grande marco tecnológico das máquinas- ferramenta associado ao uso dos programas CAD, CAM (computer-aided manufacturing) e a introdução da Linguagem G-code. MAQUINAS FRESADORAS - CONTEXTO ATUAL Existem atualmente máquinas fresadoras CNC com 3 ou mais eixos, destinadas a fabricação de engrenagens, esculturas e peças com detalhes complexos em sua geometria. Existem modelos que importam inúmeros recursos tecnológicos, como troca automática de ferramenta de corte, sensores dimensionais, visão computacional, ajuste de velocidade de rotação da ferramenta de corte, entre outros. As fresadoras de porte industrial têm custo elevado dependendo da configuração. A aquisição de equipamentos de médio porte via importação pode ter um custo, junto ao fornecedor da ordem de US$100.000,00, excluindo-se as taxas e impostos de importação e frete. No Brasil, as máquinas-ferramenta com Controle Numérico Computadorizado, sempre foram uma realidade distante para as pequenas empresas e desenvolvedores de produtos. A necessidade de construção de protótipos, geralmente, encontrava grande Figura 4 - Fresadora CNC 5 eixos Fonte: https://www.stylecnc.com/5-axis-cnc-machine/5-axis-cnc-router.html Acesso em 10/09/2021 https://www.stylecnc.com/5-axis-cnc-machine/5-axis-cnc-router.html 7 dificuldade no acesso aos serviços oferecidos pelas empresas que dispunham de recursos para manter esses equipamentos. Normalmente, para que uma peça de pequenas dimensões fosse fabricada, havia exigência de uma quantidade mínima, cujo custo, tornava inviável o desenvolvimento do projeto. 2.3.1 Fresadora CNC x Router CNC Uma máquina fresadora, prioriza a força de deslocamento em detrimento da velocidade em razão do material para usinagem. Portanto são máquinas de construção robusta que podem usinar aço e até mesmo titânio para trabalho com materiais mais leves. Fonte: https://www.directindustry.com/pt/prod/pietro-carnaghi/product-20660-47858.html acessoem 10/09/2021 Figura 5 - Fresadora CNC Tipo Pórtico Figura 6 - Mini Fresadora CNC de Bancada fonte: https://www.usinagens.com.br/mini-fresadora-cnc Acesso em 09/09/2021 https://www.directindustry.com/pt/prod/pietro-carnaghi/product-20660-47858.html https://www.usinagens.com.br/mini-fresadora-cnc 8 Uma Router CNC, na realidade é uma fresadora com construção menos robusta para usinagem de materiais leves como alumínio, madeira e plásticos de engenharia. De acordo com (Polastrini, 2016), “sua construção pode priorizar tanto força de deslocamento quanto velocidade de deslocamento, variando com a especificação do projeto e pretensão de material que a mesma irá usinar.” 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PROCESSO DE USINAGEM – FRESAMENTO Figura 7 - Fresadora Router CNC Fonte: www.rizon.com.br acesso em 10/09/2021 Figura 8 - Fresadora Router CNC de bancada Fonte: www.globalelectronics.com.br http://www.rizon.com.br/ 9 O fresamento é o “processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies quaisquer com o auxílio de ferramentas geralmente multicortantes e é um procedimento no qual ocorre à remoção do material usinado através do movimento de corte circular pela ferramenta e o movimento de avanço é realizado pela peça obedecendo uma trajetória qualquer” (Bragagnolo, 2018). O movimento de corte no fresamento pode ser tangencial, onde o eixo de rotação da fresa avança paralelo à superfície do material usinado ou frontal e, neste caso, o eixo de rotação da ferramenta avança perpendicularmente à superfície do material usinado. A ferramenta de corte utilizada recebe o nome de fresa, que geralmente são fabricadas com gumes, dentes e ranhuras e realizam a remoção do material da peça usinada pela ação denominada de arranque de apara. Existem vários tipos e formatos de fresa, e o emprego de cada um desses tipos, permite obter o formato desejado no material usinado. ROBÔS INDUSTRIAIS Figura 9 - Processo de Fresamento Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php acesso em 08/09/2021 Figura 10 - Tipos de Fresa Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php acesso em 08/09/2021 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2036771/mod_resource/content/2/Aula%20Fresamento.pdf 10 O mecanismo de uma máquina-ferramenta, tem como base a estrutura de um robô industrial. Embora existam opiniões divergentes, sob a alegação de diferenças conceituais entre robôs e máquinas-ferramenta CNC, este texto busca contextualizar a robótica industrial frente ao escopo deste trabalho. O Robô industrial é um manipulador para múltiplos propósitos, programável e reprogramável em três ou mais eixos, que pode ser fixo ou móvel para uso em aplicações de automação industrial.” (ABNT ISO- 10218.1, 2018). Ainda com base na mesma norma, tanto o uso de pinças quanto ferramentas são aplicáveis. A definição de robô industrial é perfeitamente aplicável à uma router CNC, que possui pelo menos 3 eixos, manipula uma ferramenta e é programável e reprogramável. As características dos robôs industriais são descritas na tabela a seguir: ROBO CILINDRICO: É construído com base em uma articulação rotativa e duas articulações prismáticas. Sua movimentação consiste em um movimento rotacional e dois movimentos translacionais. A atuação de seus movimentos resulta um volume cilíndrico. ROBÔ S.C.A.R.A: Abreviatura de Selective Compliance Assembly Robot Arm é constituído por duas articulações rotativas montadas em paralelo e uma articulação perpendicular ao plano. Seu volume de trabalho tem um formato de cilindro, através de um movimento translacional e dois movimentos rotacionais. ROBÔ ESFÉRICO: Possui duas articulações rotativas e uma articulação prismática. Sua movimentação gera um volume esférico. ROBÔ ARTICULADO: Também denominado antropomórfico, composto por três articulações rotacionais. Uma dessas articulações consiste no movimento da base do braço que é ortogonal ao movimento das demais articulações que se movem simetricamente entre si. O volume de trabalho gerado pode assumir formas variadas conforme a programação. ROBÔ PARALELO: Se assemelha a uma plataforma apoiada sobre braços articulados formando uma cadeia cinemática fechada. O movimento dessa plataforma forma um volume de trabalho semiesférico. É conhecido também por robô Delta. 11 ROBÔ GANTRY :É também conhecido por ser o Robô de Coordenadas Cartesianas. É constituído por três articulações prismáticas, sendo seus movimentos translacionais. O volume de trabalho resultante é um formato retangular. Tabela 1 - Robôs Industriais Imagens: (Romano, 2002) Fonte: O autor. Os robôs industriais são divididos em gerações tecnológicas conforme abaixo: Primeira Geração • Sequencia Fixa; • Incapazes de se desviarem da programação; • Qualquer mudança de tarefa requer reprogramação; • Ambiente de trabalho deve ser muito bem estruturado; Segunda Geração • Operam em ambientes parcialmente estruturados; • Manipulam peças mesmo fora da posição ideal; • Reconhece as peças em meio ao conjunto de várias outras peças; Terceira Geração • Conseguem se conectar com outras máquinas /robôs automaticamente; • Armazenam dados computacionais; • Possuem sistema de inteligência artificial que os possibilita a tomar decisões, selecionando e até mesmo rejeitando peças Tabela 2 - Gerações Tecnológicas dos Robôs industriais Fonte: Autor - adaptado de (Romano, 2002) O grau de envolvimento humano na operação de um sistema robótico, é determinado pela complexidade do meio de interação e pelos recursos disponíveis para processamento dos dados para execução da tarefa. A seguir a conceituação do envolvimento humano na operação com robôs industriais: SISTEMA ROBÒTICO Nos ambientes estruturados os parâmetros operacionais podem ser conhecidos e quantificados com a possibilidade de se alimentar o sistema de controle com essas informações, o que determina a interação mínima do operador. SISTEMA TELEOPERADO Nos ambientes não estruturados, em decorrência da dificuldade em se quantificar determinados parâmetros ou a inviabilidade de obtê-los dentro de certas especificações, a ação decisória de um operador humano é fundamental para a execução da tarefa. Tabela 3 – Conceito de sistema Robótico ou Teleoperado Fonte: Autor SISTEMA ROBÓTICO DA MÁQUINA ROUTER CNC De acordo com os dados expostos nas tabelas 1,2 e 3, podemos inferir que uma Fresadora Router CNC se enquadra Sistema robótico do tipo Gantry (cartesiano) de primeira geração. 12 3.3.1 Guias de Movimento Para possibilitar a movimentação dos eixos da máquina-ferramenta, serão utilizados elementos estruturais que permitem a um componente deslizar ao longo de outro, em um padrão dado” (Stoeterau, 2014). As guias podem ser classificadas quanto a sua forma em cilíndricas e prismáticas. Os elementos que deslizam ao longo da guia, são classificados basicamente em deslizantes por atrito ou rolantes. 3.3.1.1 Guia Cilíndrica São as formas mais simples, amplamente utilizadas em aplicações que requerem posicionamento mecânico de precisão. Um exemplo de utilização de guias cilíndricas é o eixo utilizado nas impressoras. Para a utilização das guias cilíndricas são necessários elementos dotados de rolamentos de esferas (elemento rolante) ou buchas de liga metálica ou de polímeros (elementos deslizantes por atrito). As extremidades das guias são apoiadas na estrutura através de componentes denominados “Mancais”. 3.3.1.2 Guia Prismática ou Angular São geralmente utilizadas em máquinas em Tornose Fresadoras. Esse tipo de guia, normalmente, é utilizado com seu elemento em forma de prisma fixado sobre a estrutura da máquina e as partes móveis deslizam sobre a parte fixa. Figura 11 - Guia Cilíndrica, Pillow Block e Mancal Fonte: www.rolamentobrasil.com.br acesso em 12/09/2021 Guia Cilíndrica “Pillow Block” Mancal http://www.rolamentobrasil.com.br/ 13 3.3.2 Conversão e transmissão de movimento Geralmente, nas máquinas do tipo fresadora, são utilizados atuadores de movimento rotativo que são utilizados no sistema de posicionamento dos eixos cartesianos e, na rotação do eixo árvore. No sistema de posicionamento dos eixos cartesianos, normalmente há a de conversão de movimento pois os eixos se movem linearmente, enquanto que na rotação do eixo árvore, não há necessidade de conversão de movimento. Os requisitos dos sistemas de conversão/transmissão de movimentos mais empregados nas máquinas Fresadoras Router CNC estão listados a seguir: ENGRENAGEM CREMALHEIRA Custo baixo Transmite e Converte movimento rotativo para linear Vibrações alto Atrito baixo Sincronismo médio Transf. De Forças alta Facilidade de manutenção média Vida útil alta CORREIA E POLIA SINCRONIZADORA Custo baixo Transmite o movimento rotativo, não faz conversão Vibrações médio Atrito muito baixo Sincronismo alto Transf. De Forças média Facilidade de manutenção média Vida útil média Figura 12 - Guia Linear Prismática Fonte: www.rolamentobrasil.com.br acesso em 12/09/2021 Roletes (elemento rolante) http://www.rolamentobrasil.com.br/ 14 FUSO TRAPEZOIDAL Custo baixo Transmite e Converte movimento rotativo para linear Vibrações média Atrito alto Sincronismo baixo Transf. De Forças alta Facilidade de manutenção média Vida útil alta FUSO DE ESFERAS RECIRCULANTES Custo médio Transmite e Converte movimento rotativo para linear Vibrações baixa Atrito baixo Sincronismo alto Transf. De Forças alta Facilidade de manutenção média Vida útil alta Tabela 4 - Sistemas de Conversão e Transmissão de Movimento 3.3.3 Acoplamento Para a realização da compensação de possíveis desalinhamentos entre o eixo do atuador e do elemento transmissor do movimento, são utilizados os acopladores de movimento, que estão classificados a seguir quanto aos seus requisitos: ACOPLAMENTOS PERMANENTES TIPO CUSTO RIGIDEZ ERRO DE SEGMENTO COMPENSAÇÃO DE DESALINHAMENTO RIGIDO BOM BOM BOM RUIM FLEXÍVEL MEDIO BOM RAZOAVEL BOM ATRITO MEDIO RAZOAVEL MEDIO RUIM ACOPLAMENTOS POR EMBREAGENS TIPO CUSTO RIGIDEZ ERRO DE SEGMENTO COMPENSAÇÃO DE DESALINHAMENTO HIDRÁULICO REGULAR MEDIO REGULAR REGULAR MAGNÉTICO RUIM RAZOAVEL RAZOAVEL MEDIO POR FORMA MEDIO RAZOAVEL RAZOAVEL MEDIO Tabela 5 - Classificação dos acoplamentos Fonte: Autor Fonte: O autor, adaptado de (Stoeterau, 2014) 15 SISTEMA DE ACIONAMENTO O sistema de acionamento numa máquina fresadora router CNC consiste em atuadores, geralmente motores elétricos que, para movimentação dos eixos, permitem o controle de sua posição e para o eixo árvore, que rotaciona a ferramenta de corte, deve ter torque necessário para o avanço da ferramenta sobre o material usinado além de permitir o controle de sua velocidade de rotação. 3.4.1 Motor elétrico De acordo com (Mamede Filho, 2007), os motores elétricos são máquinas que convertem energia elétrica em energia mecânica de utilização. São classificados como ilustrado na Figura 13. Os tipos de motores elétricos que normalmente são empregados na construção de máquinas Fresadoras Router CNC, estão indicados na tabela abaixo: Figura 13 - Classificação de Motores Elétricos Fonte: Adaptado de (WEG Motores, 16 Movimentação dos eixos X, Y e Z Tipo Descrição Motor de Passo Híbrido Converte o sinal de controle, em forma de pulsos elétricos, digitais, em movimentos mecânicos angulares discretos, no rotor. Esses deslocamentos são denominados passos Permite controle preciso da posição do seu eixo. Portanto é possível também obter um controle igualmente preciso da velocidade e do seu torque. Possuem diversos tamanhos e capacidades de torque. Motor Nema 23 Fonte: hanpose.com Fonte: http://fpgaparatodos.com.br Movimentação eixo árvore Motor Monofásico/Trifásico Assíncrono Os motores assíncronos podem ser aplicados em áreas em que não é exigida alta precisão, não são muito indicados para sistemas de malha fechada, seu controle é feito por variadores de frequência, de forma que possam ser executadas variações continuas de velocidades sem a necessidade de caixas de redução. (Bragagnolo, 2018). Os Spindle são motores destinados a maquinas para usinagem e podem ser refrigerados a ar ou à água e existem modelos de potência e torque elevados, destinados a máquinas industriais e também modelos de menor potência podendo equipar máquinas router CNC. Spindle Fonte: kalatec.com Fonte: Wikipedia Motor “Brushless” Síncrono Constituído de um estator formado por enrolamentos, da carcaça e um rotor feito de ímãs que podem estar em torno do estator ou no eixo. O rotor possui polos formando pares definidos por dois ímãs, que são posicionados inversos entre si e referentes ao estator. Funciona por meio de um controlador eletrônico de velocidade (BLDC ou ESC Difere do do motor de CC convencional, pois a converte energia elétrica através das forças de atração magnética sem uso de escovas. São acopladas pinças para fixação de ferramenta de corte no eixo do motor. Motor Brushless Fonte: mycncuk.com Fonte: Wikipedia https://hanpose.vi.aliexpress.com/store/1021965 http://fpgaparatodos.com.br/ http://www.kalatec.com/ http://www.mycncuk.com/ 17 Motor Universal De acordo com (Galvão & Martins, 2016), os motores universais são semelhantes aos motores de corrente contínua com escovas, no entanto, no estator, em lugar de imãs, são utilizados enrolamentos para criar os campos magnéticos, cujos enrolamentos de campo e de armadura estão conectados em série. Quando alimentados por corrente alternada monofásica, a variação do sentido da corrente provoca variação no campo magnético, tanto do rotor quanto do estator. As tupias são máquinas alternativas na construção de uma router CNC considerando seu baixo custo em face aos motores Spindle. Tupia Fonte: http://conectafg.com.br Fonte: https://makeagif.com Tabela 6- Motores utilizados em máquinas Router CNC Fonte: O Autor SISTEMA ELETRÔNICO – INTERFACE E CONTROLE Para que uma máquina-ferramenta ou qualquer sistema robótico similar, execute sua respectiva programação, é necessário que os atuadores sejam controlados e monitorados por um conjunto de elementos, relacionados a seguir: • Sensores; • Unidade de Controle; • Unidade de Potência; • Softwares 3.5.1 Sensores Sensores são dispositivos que reagem a um estímulo químico ou físico, de modo específico convertendo para outra grandeza física, geralmente sinais elétricos, possibilitando a medição do estado ou intensidade do estímulo. Os estímulos físicos que podem ser medidos numa máquina-ferramenta são: • Temperatura; • Velocidade; • Distância; • Posição; • Limite ou fim de curso; Os sensores são classificados em: http://conectafg.com.br/tupia-tipos-e-suas-funcionalidades/ https://makeagif.com/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Dispositivo https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica 18 Passivo – É o sensor que informa o estado da variável do processo de acordo com uma situaçãofavorável ou não, previamente estabelecida. Esse tipo de sensor não realimenta o processo em tempo real fazendo correções, geralmente interrompe o processo assim que é acionado. Ativo – Os sensores ativos são aqueles que monitoram e realimentam em tempo real o sistema de controle ajustando parâmetros durante a execução do processo. 3.5.1.1 Sensores de Fim-de-Curso Tem a finalidade de interromper o processo em execução na máquina router CNC, no momento que é acionado de modo a preservar a integridade do mecanismo. São considerados sensores passivos pois não monitoram uma variável física em tempo real. Tipo Descrição Interruptor eletromecânico É acionado no momento em que o eixo chega ao seu limite físico na estrutura da máquina pressionado a haste do interruptor conectado à unidade de controle que, detectando essa mudança de estado do interruptor, o processo é interrompido. Fonte: (CAPELLI, 2008) Fonte:www.eletrogate.com Interruptor magnético Composto de um imã e um dispositivo denominado “reed switch”, que é uma ampola de vidro com dois contatos que se fecham quando é aproximado um campo magnético. O imã é fixado no eixo de modo que quando o eixo chega ao limite físico da estrutura o imã se aproxima do interruptor e este sinaliza para a unidade de controle a mudança de status. Fonte: (CAPELLI, 2008) Fonte:www.eletrogate.com Sensor Indutivo É constituído por um indutor conectado a um circuito amplificador operacional e detecta a aproximação de materiais condutores de eletricidade em sua face de detecção. Geralmente é fixado o limite da estrutura na máquina router de modo que no limite do curso do eixo, uma parte metálica se aproxima da face de detecção do sensor que por sua vez informa, à unidade de controle, a mudança de status. Fonte: (CAPELLI, 2008) Fonte:www.eletrogate.com Tabela 7 – Sensores de fim curso para máquinas CNC Router Fonte: O autor 19 3.5.2 Unidade de controle A unidade de controle é responsável pelo gerenciamento e monitoramento de todos os parâmetros operacionais para execução da tarefa requerida. Para a construção da router CNC, são utilizados um conjunto de Hardware e Software que realizam a interpretação da programação e através do interfaceamento de potência envia as informações necessárias para os motores das guias de movimento e do eixo árvore. 3.5.2.1 Unidade de Processamento As unidades de controle de máquinas router CNC não circuitos microcontrolados destinados a decodificar as instruções do programa de usinagem. A ampla maioria dos projetos open source de máquinas CNC, utilizam a plataforma Arduino como unidade de processamento. O Arduino consiste em uma placa de prototipagem equipada com um microcontrolador Atmel, com terminais por encaixe que facilitam a conexão aos seus pinos, possui uma interface de comunicação USB para conexão ao microcomputador. Para a programação do microcontrolador da placa Arduino, há a IDE Arduino (Integrated Development Environment, ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado) utilizando a linguagem WIRING baseada em C/C++, onde é possível realizar a gravação do código, gerado por essa IDE, diretamente na placa Arduino conectado à porta USB do microcomputador. Existem vários módulos com periféricos que podem ser acoplados diretamente sobre a placa denominados “Shields”. 3.5.2.2 Interface de Potência O microcontrolador que se encontra na unidade de processamento será responsável por enviar os comandos para os motores do mecanismo da router CNC. No entanto, os pinos de saída desse microcontrolador não têm capacidade de acionar diretamente os motores devido o limite de corrente que este suporta, os pinos de um microcontrolador Atmega 328 suporta no máximo 40mA de corrente numa tensão de Figura 14 - Plataforma de prototipagem Arduino Fonte: www.filipeflop.com http://www.filipeflop.com/ 20 5V, enquanto que os motores de passo responsáveis pelo movimento dos eixos trabalham com tensões da ordem de 24V e uma corrente por fase de cerca de 3A. É necessário implementar um interfaceamento de potência para que o microcontrolador possa controlar esses motores. Essas interfaces funcionam através do chaveamento de semicondutores, entre eles, tiristores, transistores de potência e MOS- FET´s. Para a adequada isolação galvânica entre as unidades de processamento e de potência, normalmente o chaveamento dos semicondutores é realizado através de opto- acopladores, impedindo que ocorra um fluxo de corrente elétrica indesejado entre os sistemas. O uso de relés eletromagnéticos também é empregado quando a carga controlada não requer precisão e/ou velocidade de comutação, e também provê a devida separação entre os circuitos. A seguir as principais interfaces de potência aplicáveis ao projeto da Router CNC: CNC Shield Fonte: O autor A CNC Shield é uma das placas utilizadas como módulos que podem ser acoplados ao Arduino Uno ou Arduino Mega. É customizada para utilização do Arduino com a biblioteca GRBL, suporta 4 drivers do tipo A4988 ou DRV8825 e, portanto, é capaz de controlar 4 motores de passo. É muito utilizada em projetos de impressoras 3D e máquinas CNC de 3 e 4 eixos. Os drivers que podem ser utilizados nessa placa suportam uma corrente máxima de 2,5A e a tensão entre 12V e 36V Driver de Potencia Fonte: O autor Realizam o interfaceamento do motor de passo de forma individualizada, necessitando de um driver para cada motor controlado. São construídos a partir de componentes discretos e circuitos integrados. Um exemplo é o circuito integrado TB6660 com a função específica de realizar a interface de potência de um motor de passo. Esses drivers operam em tensões entre 10V e 45Vdc, e suportam uma corrente máxima de 4A. E permite o ajuste em 5 resoluções dos passos do motor. MACH3 Fonte: https://www.autocorerobotica.com.br MACH3 é uma interface para motores de passo para utilização em máquinas CNC, sua comunicação com o computador ocorre através da porta paralela. Confunde-se muito a MACH3 como uma unidade de controle, mas a interface MACH3 realiza somente interfaceamento de um microcomputador, com os acionadores não realizando qualquer tipo de processamento. No padrão MACH3, todo o processamento e controle é realizado no microcomputador pelo software que leva o mesmo nome. Neste caso o microcomputador é a unidade de controle e dispensa o uso de qualquer microcontrolador. Tabela 8 - Interfaces de potência para máquinas CNC Fonte: O autor https://www.autocorerobotica.com.br/ 21 SOFTWARE Todo e qualquer sistema robótico e/ou automatizado depende de uma programação a depender da complexidade da tarefa a que se destina. No caso de Máquinas CNC, por se tratarem de sistemas computadorizados funcionam dependendo de um sistema operacional. Esses equipamentos são equipados com microprocessadores ou microcontroladores, com isso, se torna necessário um software “embarcado”, gravado em um chip de memória auxiliar do tipo EPROM (Erasable Programable Read-Only Memory) ou EEPROM (Eletrically Erasable Programable Read-Only Memory), ou ainda na memória FLASH (um tipo particular de EEPROM com maior velocidade) do próprio componente, no caso de microcontroladores. Esse software que executa instruções operacionais é denominado firmware. 3.6.1 Grbl O GRBL é um firmware desenvolvido para interpretação de instruções do Código G (G-code). É otimizado para gravação na memória de microcontroladores ATMEL embarcados nas plataformas de prototipagem Arduino. Foi lançado como software livre sob a licença GPLv3 e desenvolvido em linguagem de programação C. Com o GRBL gravado no Microcontrolador Atmega328, um ArduinoUNO reconhecerá as instruções G-GODE, enviadas pelo microcomputador conectado à porta USB e, através dos pinos de saída da placa, conectado à uma CNC Shield ou diretamente drivers de potência, faz o controle dos atuadores dos Eixos X, Y e Z da máquina CNC. Possui ainda a função de comandar o funcionamento e a velocidade do motor do eixo árvore e receber as informações dos sensores de fim de curso. 3.6.2 G-CODE G-Code, ou Código G, é a denominação para a linguagem de programação utilizada para o controle de Máquinas-Ferramentas CNC. Foi criada no laboratório de servomecanismos do MIT no final da década de 1950, com o propósito de estabelecer um padrão industrial para os sistemas de Comando Numérico. De acordo com (Krammer, Proctor, & Messina, 2008), “...a saída do interpretador pode ser utilizada para controlar sistemas de usinagem de 3 a 6 eixos. A entrada para o interpretador é o código RS274 definido pelo projeto Next Generation Controller NGC.” (traduzido do inglês, pelo autor). 22 A principal função do G-code é orientar o posicionamento geométrico dos eixos de uma máquina CNC. É uma linguagem muito simples e rudimentar, formada por linhas de comando lidos em sequência pelo programa interpretador e executados automaticamente, em tempo real e com ótima precisão. Na figura a seguir, temos um plano cartesiano representando a área de trabalho de uma máquina CNC. A coordenada em vermelho representa uma posição aleatória da ferramenta de corte perpendicular a esse plano. Para exemplificar como o G-code executa a movimentação dos eixos, o trecho de código acima será representado graficamente pela sequência de figuras. Y 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 X Figura 16 – Plano Cartesiano conceitual de uma Máquina CNC Y 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 X Figura 17 – Instrução G-Code G28 Fonte: O autor Fonte: O autor G28 G1 X3 Y7 F100 G1 X5 Y1 F100 G1 X8 Y4 F100 Figura 15 - Trecho de Código G (G-Code) Fonte: O autor 23 Y 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 X Figura 18 - Instrução G-Code G1X3Y7 Y 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 X Figura 19 - Instrução G-Code G1X5Y1 Y 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 X Figura 20 - Instrução G-Code G1X8Y4 Na tabela a seguir, são detalhadas as instruções ilustradas pela sequência de figuras. Fonte: O autor Fonte: O autor Fonte: O autor 24 Comando Função DESCRIÇÃO G28 “Return to Home” Movimenta os eixos X e Y simultaneamente para suas coordenadas iniciais (0,0) G1 Movimento Linear Move linearmente os eixos para suas respectivas coordenadas informadas F100 “Feed rate” definido para 100 Determina ao comando G1, a taxa de avanço do eixo em movimento às coordenadas informadas. O valor numérico se refere a (unidade/tempo). Ex. mm/seg. X3 Coordenada do eixo X Indica a coordenada 3, como destino, para movimentação do eixo, pelo comando G1 Y7 Coordenada do eixo Y Indica a coordenada 7, como destino, para movimentação do eixo Y, pelo comando G1 Tabela 9 - Detalhamento de instruções G-Code 3.6.1 bCNC O bCNC é um programa multiplataforma, que pode ser instalado nos sistemas operacionais Windows, Linux e MacOs, e funciona como a interface de usuário para operação e envio dos programas em G-Code para a máquina CNC pela porta serial ou porta USB do Microcomputador. Através desta interface de usuário, é possível configurar os parâmetros do GRBL e realizar o auto nivelamento da área de trabalho da fresadora CNC, recurso importante que permite compensar os possíveis rebaixos e elevações do local onde será apoiada peça que pretende usinar. É um software livre sob a licença GPL 2.0. Seu código fonte se encontra em https://github.com/vlachoudis/bCNC. Existem outros programas que realizam função semelhante, como o UGS - Universal Gcode Sender, Linux CNC entre outros. Porém, dentre estes, o bCNC apresenta uma maior quantidade de recursos e facilidades. Fonte: O autor Figura 21 - Tela do bCNC Fonte: https://github.com/vlachoudis/bCNC https://github.com/vlachoudis/bCNC 25 4 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO A rigidez e a estabilidade do conjunto são de fundamental importância para que as peças resultantes do processo de usinagem atendam os requisitos necessários. Após a consulta a bibliografia e diversos trabalhos e projetos similares, verificou-se que opção predominante de materiais para construção da estrutura converge para os de fácil acesso e manuseio, no caso cantoneiras de alumínio, barras de alumínio estrutural e até mesmo madeira MDF. Embora o MDF seja amplamente aplicado na construção dos mais diversos modelos alternativos de máquinas fresadoras Router CNC e impressoras 3D, o material é susceptível à deformação por alterações de umidade e temperatura ambiente. MODELO ESTRUTURAL E SISTEMA MECÂNICO Para a construção da Máquina CNC, após consulta a bibliografia e pesquisa de materiais disponíveis, optou-se pelo sistema de guias lineares prismáticas com utilização de carros deslizantes com rolamentos radiais de esfera. Os carros deslizantes possuem 6 rolamentos que deslizam nas 4 faces do tubo quadrado proporcionado um bom ajuste. Na montagem da estrutura não se verificaram folgas, pois os carros possuem um sistema de ajuste da posição dos rolamentos. 1100mm 1110mm Tubo quadrado de aço carbono 50mm Carro deslizante eixo Y Figura 22 - Estrutura da Máquina Fresadora Fonte: O autor Pórtico do eixo Y Carro deslizante eixo X Carro deslizante eixo Y 26 4.1.1 Guias e movimentação dos Eixos X e Y A estrutura de aço carbono fabricada em uma serralheria e teve acompanhamento durante toda a fase de fabricação de modo a se verificar o correto alinhamento das partes que foram soldadas. As dimensões externas da estrutura são de 1100mm x 1100mm, o que proporcionou uma área interna de 1000mmx1000mm. No entanto, a área útil de trabalho, (área onde há alcance da ferramenta de corte) devido ao posicionamento do pórtico do eixo Y e posicionamento do eixo Z, resultaram em 880mmx750mm. O eixo Y é formado por 2 carros deslizantes e um pórtico que se move perpendicularmente ao eixo X cujo movimento é realizado através do carro deslizante instalado no pórtico do eixo Y. O conjunto composto pelos Eixos é denominado guia de Movimento. Para a movimentação dos eixos X e Y, a opção de menor custo, possibilitando alta velocidade e alta precisão é o sistema de correia e polia sincronizadora. São possíveis duas configurações para esse sistema, o sistema de motor fixo e o sistema de correia fixa. Em decorrência das características do sistema de carros deslizantes utilizado neste projeto, a única configuração permitida o sistema de correia fixa, pois o carro deslizante possui suportes, onde o motor é instalado. Figura 24 - Sistema Correia e Polia sincronizadora - Coreia Fixa Fonte: O autor Figura 23- Carros deslizantescom rolamentos de esfera radiais Fonte: FCS Industrial 27 4.1.2 Guia e movimentação do eixo Z Para o eixo Z, após avaliação dos sistemas disponíveis, a opção mais adequada à premissas do presente trabalho convergiu para o uso do sistema de fuso trapezoidal e castanha, por ser uma configuração que apresenta menor custo e alta capacidade de transmissão de torque. O Eixo Z é responsável por realizar o movimento ascendente e descendente da ferramenta de corte. Esse eixo deve ser capaz de elevar o conjunto eixo arvore (motor que rotaciona a ferramenta) que é instalado na vertical. Devido ao baixo custo leveza e característica inoxidável, o bloco do eixo Z foi construído a partir de cantoneiras de alumínio de 3” de chapa de espessura de 3mm, dispostas de modo a formar uma caixa para acondicionamento dos componentes mecânicos. O conjunto foi montado utilizando guias cilíndricas apoiadas em mancais de fixação. Os elementos deslizantes escolhidos foram 4 pillow-blocks com rolamentos de esfera. O Fuso Trapezoidal está sustentado por 2 mancais de rolamento, e conectado ao eixo do atuador através de acoplamento do tipo flexível. O movimento linear do eixo Z ocorre pelo movimento da castanha, que é um bloco de alumínio, com uma bucha de bronze que contém uma rosca interna e se desloca pela geratriz do fuso, alternando seu movimento dependendo do sentido de rotação. Fixado no carro deslizante do eixo X, o eixo Z completa o conjunto tridimensional possibilitando o deslocamento espacial nos 3 eixos individualmente ou simultaneamente. O modelo projetado para o eixo Z permite o deslocamento linear de 200mm. Figura 25 - Conjunto utilizado para o Eixo Z Fonte: O autor Figura 26 - Montagem do Eixo Z Fonte: O autor Pillow- Blocks Mancal de fixação Fuso Trapezoidal Mancal de rolamento Castanha Acoplador Flexivel Motor de Passo 28 Na figura acima, uma visão da estrutura a fresadora com os carros deslizantes posicionados nas guias e o eixo Z fixado no carro deslizante do eixo X. Na base da estrutura, foi fixada uma chapa de madeira MDF, que servirá de apoio aos materiais que serão usinados. Figura 27 - Eixo Z construído Fonte: O autor Fonte: O autor Figura 28 – Montagem - Estrutura da Router 29 MODELO DO SISTEMA ELETROELETRÔNICO Nesta etapa do desenvolvimento serão definidos os motores de passo que serão utilizados na construção e todo o sistema de controle da máquina. O Modelo de carro deslizante escolhido para a guia de movimento, possui um suporte para motores de passo com flange de fixação padrão NEMA 23. 4.2.1 Dimensionamento dos motores de passo e eixo árvore Para se determinar o motor de passo em relação a sua capacidade de torque, realizou-se uma verificação prévia das cargas que os motores terão que mover. O motor utilizado para a base de cálculo é o modelo 23HS5628 do fabricante HANPOSE/NEMA23. O Padrão NEMA define o tamanho do flange de fixação do motor de passo, no caso NEMA 23 indica que a face fixação do motor possui 2,3 polegadas (cerca de 58 mm). Figura 29 - Detalhe do carro deslizante do Eixo X Fonte: O autor Figura 30 - Especificações Motor de passo 23HS5628 Fonte: O autor 30 De acordo com a estrutura da router CNC, ilustrada na Figura 22 observa-se que cada carro deslizante possui seis rolamentos que se deslocam sobre as faces do tubo de aço carbono. De acordo com (Andrade-Neto, 2014), “...as únicas forças que atuam no corpo que rola sem deslizar sobre uma superfície horizontal, são a força peso e a normal, ambas aplicadas no centro de massa do corpo...” e ainda “...o que significa que em um plano horizontal a força de atrito (entre o plano e o corpo que rola) é nula...”. Com isso, e considerando que o rolamento e a superfície são sólidos, conclui- se que não há atrito entre os rolamentos do carro deslizante e a superfície do tubo quadrado de aço. Conforme (Rolamentos-SKF, 2021), para os rolamentos utilizados no carro deslizante, cada rolamento oferece uma força de atrito de aproximadamente 0,1kg.cm Cada polia lisa, utilizada para manter a correia fixa esticada oferece uma força de atrito de aproximadamente 0,04 kg.cm. Na tabela a seguir as cargas submetidas aos motores de passo nos eixos X e Y: Motor de Passo Eixo X Força de atrito dos 6 rolamentos do carro 0,6 kg.cm Massa do conjunto do eixo Z 3,0kg Força de atrito das 2 polias esticadoras 0,08kg.cm Massa do carro deslizante 0,9kg Total 4,58kg 2 Motores de Passo Eixo Y Força de atrito dos 12 rolamentos dos 2 carros 1,2 kg.cm Massa do conjunto do eixo Z 3,0kg Força de atrito das 4 polias esticadoras 0,16 kg.cm Massa dos 2 carros deslizantes 1,8kg Massa do tubo quadrado do Pórtico 3,5kg Total 9,66kg Tabela 10 - Cargas dos motores dos eixos X e Y Fonte: O autor Para o eixo X, o motor previamente determinado possui um torque de 12,8 kg.cm (126N.cm) e, considerando que a polia sincronizadora um raio de 1 cm, o motor tem torque mais que o suficiente para mover o conjunto. Para o eixo Y embora a carga seja maior, o sistema irá operar com 2 motores, um em cada extremidade do pórtico, o que distribui igualmente a carga em ambos, e assim o sistema de movimento deste eixo está dimensionado adequadamente. Para o eixo Z, o sistema de transmissão/conversão de movimento é realizado por um fuso trapezoidal de 8mm² de diâmetro. Como eixo árvore será utilizada uma ferramenta rotativa tipo tupia com potência de 600W x 127Vca. 31 A tupia e os elementos moveis do eixo Z somam uma massa total de 1,4kg e assim, foram aplicados cálculos para obtenção dos torques necessários para movimentação do eixo. Dados necessários: T1 = Torque de elevação do conjunto motor do eixo árvore; T2 = Torque de abaixamento do conjunto motor do eixo árvore; Material Lubrificação Perfil de rosca Fuso Porca Quadrada ACME Trapezoidal Aço Aço Seco 8,8º 9,6º 9,1º Aço Lubrificado 6,1º 6,8º 6,3º Latão/Bronze Seco 11,5º 13º 11,9º Lubrificado 6,1º 6,8º 6,3º Teflon Seco ou Lubrificado 2,2º 2,3º 2,3º Nylon 5,7º 6,6º 5,9º Tabela 11- Ângulos de Atrito entre fuso e porca Fonte: (Rabinowicz, 2013) 𝑇1 = 𝐹. 𝐷2 2 . tan( 𝜑 + ɑ) 𝑇2 = 𝐹. 𝐷2 2 . tan( 𝜑 − ɑ) Sendo: De = Diâmetro externo = 8mm Figura 31 - Tupia utilizada como eixo árvore Fonte: o autor 32 η = Entradas da rosca = 4 Passo do Fuso de 8mm – P = 1,25mm Diâmetro Interno Di = De– (1,22. P) = 8-(1,22.1,25) = 6,47mm Diâmetro Primitivo D2= 7,23mm F= Força Normal = Massa x Gravidade = 1,4kg . 9,8 = 13,72N Ângulo de atrito 𝜑 = 11,9º (tabela) Ângulo de hélice ɑ = η.P/π.D2 4 . 12/3,14 . 7,23 = 2,1º T1 = 13,72. (7,23/2) . tan(11,9+2,1) = 12,36N T2 = 13,72. (7,23/2) . tan(11,9-2,1) = 8,56N A especificação do motor atende os requisitos de torque para movimentação do conjunto do eixo Z. 4.2.2 Dimensionamento das interfaces de potência e alimentação Dada a facilidade de implementação uma placa Arduino NANO com o firmware GRBL gravado em sua memória será a unidade de processamento. Para a interface de potência, serão utilizados 4 drivers do tipo TB6660, que suportam uma corrente de trabalho máxima de 4,5A podendo chegar a 5,0A de corrente de pico, trabalhando com tensões entre 12 e 45V, o que atende perfeitamente os requisitos do motor escolhido para movimentação do eixo (Figura 30). Para dimensionamento da fonte alimentação dos drivers de potência calculou-se a potencia dos motores de passo conforme a equação a seguir: 𝑷𝒎𝒂𝒙 = 𝑰𝒎𝒂𝒙 . 𝑽 Sendo: Pmax = Potência máxima do motor em W Imax = Corrente máximado Motor por fase 2,8A V = Tensão do Motor 24V Cada motor de passo, consome 67,2W, e assim, uma potência total de 268,8W. Optou-se por uma fonte de alimentação chaveada com tensão de 36V e potência de 500W, o que atende os requisitos da interface de potência dos motores de passo que gerencia a tensão enviada ao motor, garantindo a tensão máxima deste. 33 O motor do eixo árvore, no caso a tupia opera em 127Vca e para seu controle será utilizado como interface de potência um relé de estado sólido. O relé de estado sólido funciona através da comutação de tiristores para controle da carga. A comutação dos tiristores é feita através de opto-acopladores internos provendo adequada isolação galvânica entre o estágio de controle e o estágio de potência do circuito. Controla cargas com corrente de 40A em tensões entre 24 e 380VCA. A tupia utilizada possui potência de 600W em 127V. A corrente requerida pelo motor da Tupia é dada pela fórmula: 𝐼 = 𝑃 𝑉. 𝐶𝑜𝑠∅ Sendo I = Corrente em Ampéres(A) P = Potência em Watts (W) = 600W V = Tensão em Volts (V) = 127V Cos∅ = Fator de Potência = 0,88 (dado obtido do manual do fabricante) O fator de potência é um dado que indica o quanto a potência elétrica consumida é convertida em trabalho. Ocorre quando conectamos cargas indutivas à rede elétrica e, para manutenção do campo magnético, ocorre uma defasagem entre as senoides de corrente e tensão. A corrente requerida pelo motor da tupia é de 5,36A, e, portanto, o relé de estado sólido atende esse requisito com sobra. Modelo SSR-40DA Tensão de controle 3 a 32VDC Corrente de controle 7,5mA Método de controle Zero Cross Trigger Tensão máxima de saída 24 a 380VAC Corrente máxima de saída 40A Temperatura de operação -20°C a 80°C Figura 32 - Relé de estado sólido Fonte: www.baudaeletronica.com http://www.baudaeletronica.com/ 34 Os pinos do microcontrolador Atmega328, existente na placa Arduino Nano, conseguem controlar cargas de 40mA com tensão de 5Vcc. A entrada de controle do relé de estado sólido, requer uma corrente de 7,5mA em tensões entre 3 e 32Vcc para realizar a comutação dos tiristores, portanto, indica compatibilidade do componente para controle diretamente pelo microcontrolador. Para dimensionamento da fonte de alimentação do Arduino Nano, realizou-se uma estimativa de capacidade máxima de corrente em cada um dos 14 pinos de entrada e saída, que tem como limite uma corrente de 40mA, obtém-se uma potência máxima de 2,8W em 5Vcc. Escolheu-se uma fonte de alimentação de 5Vcc com potência de 15W. 4.2.3 Configuração do sistema de controle O sistema de controle da router CNC necessita de um microcomputador com o software bCNC que funcionará como uma IHM – Interface Homem-máquina, que tem como finalidade processar os arquivos G-CODE, realizar configurações de parâmetros da máquina e enviar para envio ao Arduino através da porta USB De modo a reduzir as dimensões do conjunto e o projeto funcionar independente da conexão de um Microcomputador PC, optou-se pela utilização de uma placa Raspberry PI em substituição ao Microcomputador. 4.2.3.1 Uso do Raspberry PI como microcomputador Raspberry Pi é plataforma de prototipagem do tipo computador de placa única de tamanho reduzido , criado e produzido pela Fundação Raspberry Pi no Reino Unido e lançado no ano de 2012. Todo o hardware é integrado numa única placa. É um computador completo com, memória RAM, interface de vídeo HDMI e portas USB. Figura 33 - Fonte de Alimentação 5V x 3A Fonte: O autor https://pt.wikipedia.org/wiki/Raspberry_Pi_Foundation https://pt.wikipedia.org/wiki/Hardware 35 Nas versões mais atuais é equipado com adaptador de rede Ethernet, Wireless, Bluetooth e saída de áudio. Possui “slot” para um cartão de memória micro SD, por onde é realizada a carga do sistema operacional Raspberry Pi OS, que é uma variação da distribuição Debian do Linux. Possui também uma GPIO com 40 pinos cujos estados lógicos podem ser controlados por software, assim como ocorre nos microcontroladores. A plataforma Raspberry PI possui várias versões. Utilizou-se na router CNC, , a versão 1 A+ com 256mb de memória RAM, microprocessador arquitetura ARM, Broadcom BCM2835, e um cartão de memória Micro SD de 16mb classe 10 configurado com o sistema operacional e o aplicativo bCNC instalado. o Arduino Nano foi conectado na porta USB mantendo o sistema autocontido. O Raspberry PI 1 A+ é alimentado com 5Vcc e exige uma corrente de cerca de 200ma. Conectou-se à mesma fonte alimentação utilizada para o Arduino Nano, por fornecer potência suficiente para alimentar ambos. Figura 34 - Raspberry PI V1 A+ Fonte: Raspberrypi.org 36 4.2.4 Diagrama em bloco e esquema de ligação A configuração escolhida para a montagem da unidade de controle está ilustrada no diagrama em blocos a seguir: O diagrama a seguir ilustra as conexões entre todos os componentes integrantes da unidade de controle. Os condutores elétricos foram escolhidos com base em sua capacidade de condução de corrente conforme (ABNT - NBR-5410, 2004) em sua página 101 tabela 36. Portanto todos os condutores utilizados para a instalação dos componentes da máquina terão isolação em PVC e seção mínima de 0,5mm² que suporta uma corrente de 9A, pois não há qualquer circuito elétrico na unidade de controle cuja corrente seja superior a 3A. Como dispositivo de proteção foi instalado um disjuntor termomagnético padrão DIN de 10A, em série com o circuito de alimentação do painel. IHM Raspberry PI Com bCNC PROCESSAMENTO Arduino Nano com firmware GRBL INTERFACE DE POTÊNCIA Drivers dos motores de passo e eixo-árvore SISTEMA ROBÓTICO Motores de passo e motor do eixo árvore Sensores Fim de Curso e sonda de nivelamento Figura 35- Diagrama em blocos da Router CNC Fonte: O autor 37 Figura 36 - Diagrama de interligação dos componentes Fonte: O autor Arduino Raspberry PI Fonte 5Vcc - 3A Fonte 36Vcc - 20A Motor Motor Motor Motor 4.2.5 Montagem da unidade de controle Optou-se por uma caixa metálica de painel de comando para montagem da unidade de controle da router CNC. A caixa possui uma base para fixação de todos os componentes. Na lateral da caixa, foi instalado um conector HDMI, para conexão do monitor de vídeo e um HUB USB para permitir a conexão de mídias removíveis e teclado para utilização do Raspberry PI e ainda um conector para o cabo de alimentação para conexão do conjunto à rede elétrica. 38 Figura 37- Montagem da Unidade de Controle Fonte: O autor Conector HDMI Portas USB Conector do cabo de alimentação Figura 38- Conectores externos da unidade de Controle Fonte: O autor 39 4.2.6 Passagem dos cabos elétricos na estrutura O sistema os motores, o motor do eixo árvore e interruptores fim de curso são instalados em partes móveis e, com isso, os condutores elétricos foram acondicionados em esteiras porta cabo de modo a permitir a sua movimentação. 4.2.7 Posicionamento dos Sensores de fim de curso Os sensores de fim de curso são posicionados em ambas extremidades do curso dos eixos X e Y de modo a serem acionados sempre que o carro deslizante atinge o limite da estrutura da Router, parando o processo de usinagem. Figura 39 - Detalhe esteira porta cabos Fonte: O autor Figura 40 - Detalhe Interruptor fim de curso eixo Y Fonte: O autor 40 O interruptor de fim
Compartilhar