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XXXV EXAME DA OAB 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
Professores Rodrigo Andrade e Cristiano Lopes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estimados Guerreiros e Guerreiras! 
 
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito Constitucional 
do preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do 
Brasil. Sejam todos muito bem-vindos! 
 
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância 
desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante 
essas aulas! 
 
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a 
leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que 
abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e 
Concursos) e vamos juntos! 
 
Espero que vocês tenham um excelente proveito! 
 
Receba o nosso sincero abraço! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
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1) INTRODUÇÃO (art. 5º da CF/88) 
 Os direitos e deveres individuais e coletivos estão previstos no art. 5º 
da CF/88. 
 Em sua maioria, são direitos fundamentais de 1ª geração, ou seja, 
direitos de liberdade, que exigem uma abstenção estatal, muito 
embora existam também direitos de 2ª e 3ª geração, como o direito à 
igualdade material (caput) e de proteção ao consumidor (direito 
coletivo), respectivamente. 
 Considerando o objeto imediato do direito assegurado, os direitos 
individuais se dividem nas seguintes espécies: 
o Direito à vida; 
o Direito à igualdade; 
o Direito à liberdade; 
o Direito à propriedade; 
o Direito à segurança. 
 
2) DIREITOS INDIVIDUAIS E DIREITOS COLETIVOS 
2.1. Direitos Individuais: Reconhecem autonomia aos particulares, 
garantindo a iniciativa e independência entre dos indivíduos diante dos 
demais membros da sociedade política e do próprio Estado. São direitos 
fundados no conceito amplo de liberdade individual. 
2.2. Direitos Coletivos: Aqueles cuja titularidade é de uma categoria 
de pessoas, ainda que não possam ser determinadas com precisão. 
Ex.: Direito de greve, direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado. Podem proteger interesses difusos ou interesses 
coletivos. 
 
3) DIREITO À VIDA (art. 5º, caput, da CF/88) 
 O direito individual fundamental à vida possui duplo aspecto: 
o Prisma biológico: direito à integridade física e psíquica; 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
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o Sentido mais amplo: direito a condições materiais e 
espirituais mínimas necessárias a uma existência condigna 
à natureza humana. 
 
4) MARCO INICIAL DA VIDA 
 Para compreender e definir quando se dá o início da vida, que é um 
direito garantido constitucionalmente, algumas teorias ganham 
destaque. São elas: 
o Teoria da concepção (Concepcionista): Afastada pelo STF, 
por ocasião do julgamento da ADI 3510/DF; 
o Teoria da nidação; 
o Teoria do tubo neural; 
o Teoria do impulso elétrico; 
o Teoria Natalista. 
 Em julgados posteriores, o STF analisou sob a ótica constitucional o 
aborto de fetos anencéfalos (ADPF 54/DF) e o aborto até o 3º mês de 
gestação (HC 124306/RJ). Ou seja, nesses julgados, o STF acabou por 
admitir implicitamente que a vida intrauterina também seria matéria 
de proteção constitucional. 
o O tema ainda é controverso e não encontra ainda uma 
solução pacífica e definida. 
 
5) MOMENTO CONSUMATIVO DA MORTE 
 Apesar de não haver previsão constitucional, a Lei 9.434/97 
delimitou que se considera consumada a morte no momento da 
paralisação irreversível da atividade encefálica (morte 
encefálica). 
 
6) ABORTO 
6.1. Aborto de Feto Anencéfalo: 
 No julgamento da ADPF 54/DF, o STF decidiu que o aborto de 
feto anencéfalo não pode ser interpretado como infração penal, 
sob pena de se contrariar a laicidade do Estado, à dignidade da 
 
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pessoa humana, o direito à vida e a proteção da autonomia, da 
liberdade, da privacidade e da saúde. 
6.2. Aborto até o 3º mês de gestação: 
 Em 2016, o STF fixou o entendimento de que a interrupção da 
gestação no primeiro trimestre provocado pela própria gestante 
(art. 124) ou com seu consentimento (art. 126) não seria crime 
(HC 124306/RJ). 
 
Observações: 
→ Interrupção da gestação em casos de microcefalia: 
Trata-se de conduta criminosa, tendo em vista que a 
microcefalia, apesar de ser uma má formação genética, 
não inviabiliza clinicamente a gestação como ocorre nos 
casos de anencefalia. 
o A interrupção de fetos clinicamente viáveis em 
razão de má formação genética é chamada de 
aborto eugênico e se trata de conduta proibida 
no ordenamento jurídico brasileiro (crime de 
aborto), salvo hipóteses específicas 
(anencefalia, por exemplo). 
→ Eutanásia: Conduta de matar alguém por relevante valor 
moral, ou seja, por pena, piedade, misericórdia, para 
evitar o seu sofrimento (alguns doutrinadores chamam de 
homicídio por piedade) > é considerado crime de 
homicídio privilegiado. 
→ Ortotanásia: Significa prolongar artificialmente a vida de 
pessoa em estado terminal e irreversível. Para a doutrina 
majoritária não constitui crime. 
o Resolução 1.805/2006 do Conselho Federal de 
Medicina, art. 1º: permite “ao médico limitar ou 
suspender procedimentos e tratamentos que 
prolonguem a vida do doente em fase terminal, 
de enfermidade grave e incurável, respeitada a 
 
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vontade da pessoa ou de seu representante 
legal”. 
→ A comercialização de órgãos, tecidos ou substâncias 
humanas está proibida pelo art. 199, §4º da CF, cuja 
redação diz que a “lei disporá sobre as condições e 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e 
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa 
e tratamento, bem como a coleta, processamento e 
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado 
todo tipo de comercialização”. 
 
7) DIREITO À IGUALDADE 
 Classicamente, o direito à igualdade é analisado sob dois diferentes 
prismas: igualdade material e igualdade formal. 
 Parte da doutrina faz referência, ainda, a uma terceira perspectiva do 
princípio da igualdade, que é a perspectiva material-dinâmica, 
também chamada de perspectiva militante da igualdade. 
 
7.1. Tripla limitação imposta pelo princípio da igualdade: 
o Legislador; 
o Aplicador da lei; e 
o Particular. 
7.2. Ações afirmativas (affirmative actions): são uma forma jurídica 
de se superar o isolamento ou a diminuição social a que se acham 
sujeitas as minorias. 
o São políticas públicas estatais de tratamento diferenciado a certos 
grupos que historicamente foram vulnerados, marginalizados,buscando redimensionar e redistribuir oportunidades a fim de 
corrigir essas distorções. 
7.3. Transitoriedade das ações afirmativas: Trata-se de uma regra 
fundamental das ações afirmativas eficientes, em que tais ações geram 
tratamento diferenciado entre grupos sociais distintos com vistas a 
reduzir a desigualdade histórica entre eles, ao se atingir a igualdade 
 
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pretendida, devendo-se interromper a ação afirmativa sob pena de tal 
ação se transformar em um privilégio desproporcional àquele grupo 
inicialmente vulnerável e marginalizado. 
7.4. Igualdade entre homem e mulher (art. 5º, I, da CF/88): 
Deve ser interpretado como uma garantia de igualdade material entre 
homens e mulheres, não se trata de mera igualdade formal. Ou seja, 
a Constituição não proíbe indistintamente tratamento diferenciado 
entre homens e mulheres, muito pelo contrário, exige – em 
determinadas situações – essa distinção de tratamento para que se 
garanta isonomia entre os desiguais (homens e mulheres). 
7.5. União estável e casamento homoafetivo: O STF, nos 
julgamentos da ADI 4277 e da ADPF 132, reconheceu como 
constitucional a união estável entre pessoas do mesmo sexo. 
o O tribunal igualou a união estável homoafetiva à heteroafetiva, 
conferindo interpretação conforme à Constituição ao art. 1.723 do 
Código Civil para excluir desse dispositivo qualquer interpretação 
que resultasse em impedimento do reconhecimento da união 
contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como 
família. 
7.6. Tatuagens e ingresso em cargos públicos: O STF considera 
inconstitucional a proibição de tatuagens a candidatos a cargo público, 
seja ela estabelecida em lei ou somente no edital do certame (RE 
898.450). 
 
8) DIREITO À LIBERDADE 
 O direito à liberdade como direito fundamental estabelecido no art. 5º 
da CF/88 deve ser entendido em sua acepção mais ampla, não 
envolvendo, portanto, somente o direito à liberdade física (liberdade 
de locomoção), mas também a liberdade de acesso à informação, ação, 
pensamento e sua manifestação, consciência, crença, culto, profissão, 
reunião, associação e etc. 
a) Liberdade de locomoção (art. 5º, XV, CF/88): É livre a 
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
 
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qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou 
dele sair com seus bens. 
b) Liberdade de acesso e difusão da informação (art. 5º, 
XIV, CF/88): O direito à informação é assegurado como direito 
fundamental do indivíduo, sendo resguardado o sigilo da fonte. 
o A manifestação de pensamento é também um direito 
fundamental, sendo vedado o anonimato. → O direito à 
liberdade de manifestação do pensamento não é absoluto e 
encontra limitação em outros direitos fundamentais 
previstos na CF/88, tais como o direito à inviolabilidade da 
privacidade e da intimidade e a vedação ao racismo. 
c) Liberdade de ação (autonomia privada) (art. 5º, inciso 
II, da CF/88): Ninguém será “obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. → Princípio genérico 
da legalidade, que garante ao cidadão o direito de não ser forçado 
a agir ou deixar de agir por qualquer via diversa da legal. 
 
9) DIREITO DE RESPOSTA 
 Regulamentado pela Lei 13.188/2015 e previsto no inciso V, do art. 
5º, da CF/88. 
 Esse direito surge na hipótese em que tenha ocorrido um abuso do 
direito de manifestação do qual tenha resultado dano a terceira pessoa. 
 
10) OBRAS BIOGRÁFICAS OU AUDIOVISUAIS E A DESNECESSIDADE 
DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO 
 O STF afastou a exigência de autorização prévia da pessoa 
biografada ou de seus familiares, em casos de pessoas falecidas, para 
produção de obras biográficas ou audiovisuais (ADI 4815/DF, DJe 
01/02/2016). → Art. 5º, inciso IX, da CF/88. 
 No HC 83.996/RJ (caso Gerald Thomas), a 2ª Turma do STF afastou 
a configuração do crime de ato obsceno e incluiu, na esfera de 
proteção efetiva da liberdade de expressão, atos de artista que, em 
 
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reação a vaias ao término de peça teatral, exibira as nádegas aos 
espectadores. 
 Com base no direito à liberdade de manifestação, dentre vários outros 
fundamentos, o STF firmou o entendimento de que a Lei de Imprensa 
(Lei 5.250/67), editada ao tempo do regime militar, era 
absolutamente incompatível com o padrão de democracia e liberdade 
do regime jurídico estabelecido pela constituição cidadã de 1988 (STF: 
ADPF 130, DJe 06/11/2009). 
 
10.1. A ordem e a segurança pública podem justificar 
restrição à liberdade de manifestação do pensamento? 
Sim! Na ADIn MC 5.136/DF, o Plenário do STF reputou 
proporcionais – e, portanto, constitucionais – as restrições legais 
à liberdade de manifestação em estádios de futebol durante a 
Copa do Mundo de 2014. 
o De acordo com o STF, o fundamento da restrição era 
prevenir confrontos e garantir a segurança dos próprios 
participantes daquele evento de grande porte internacional. 
 
11) LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, CRENÇA E CULTO 
 O Brasil é um estado laico (secular ou não-confessional), ou seja, não 
possui nenhuma religião oficial, conforme estabelece o art. 19, I, da 
CF/88. 
 O direito à liberdade de consciência, crença e culto é alçado à condição 
de direito fundamental do indivíduo no art. 5º, VI, da CF/88. 
 O art. 5º, inciso VII, da CF/88, estabelece a garantia de assistência 
religiosa a todos aqueles que se encontrem internados em entidades 
civis ou militares. 
 A escusa de consciência, também conhecida como objeção de 
consciência ou alegação de imperativo de consciência, é a garantia que 
o cidadão tem de não sofrer restrições em seus direitos em razão de 
ter se recusado a cumprir uma obrigação a todos imposta quando esta 
 
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for colidente com seus princípios filosóficos, religiosos ou políticos. → 
art. 5º, inciso VIII, da CF/88. 
 Da leitura do dispositivo acima podemos concluir que ninguém pode 
sofrer restrição em seus direitos por ter se valido da escusa de 
consciência. 
 
12) RECUSA DA PRESTAÇÃO OBRIGATÓRIA E DA ALTERNATIVA: 
PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS? 
 Existe uma forte divergência em relação à espécie de restrição dos 
direitos políticos nos casos de escusa de consciência. 
 Para uma primeira corrente, tratar-se-ia de caso de SUSPENSÃO dos 
direitos políticos, tendo em vista o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei 
8.239/09 (regula a obrigação alternativa ao serviço militar 
obrigatório). 
 Para uma segunda corrente, entretanto, como os direitos políticos 
ficarão restritos indefinidamente até que o cidadão cumpra a obrigação 
social alternativa prevista em Lei e tendo em vista que o título de 
eleitor do cidadão é cancelado, obrigando a um novo alistamento 
eleitoral após o cumprimento da obrigação para reaquisição dos 
direitos políticos, a escusa de consciência representaria hipótese de 
PERDA dos direitos políticos (nesse sentido: José Afonso da Silva, 
Pedro Lenza e Alexandre de Moraes, André Ramos Tavares, Ives 
Gandra). 
 
Corrente legalista: defende a suspensão dos direitos políticos; 
Corrente mais moderna: defende ser caso de perda dosdireitos políticos. 
 
13) SÍMBOLOS RELIGIOSOS EM LOCAIS PÚBLICOS E LAICIDADE DO 
ESTADO BRASILEIRO 
 Sobre a afixação de crucifixos nas dependências dos órgãos do 
poder judiciário, o CNJ decidiu que tais objetos representariam 
símbolos da cultura brasileira, em nada prejudicando a 
universalidade e imparcialidade do poder judiciário, determinando, por 
 
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fim, que caberia a cada órgão do poder judiciário decidir sobre a 
utilização dos referidos símbolos em seus respectivos espaços. 
 
13.1. E quanto à expressão “deus seja louvado” nas cédulas de 
real? 
 O tema ainda não foi discutido nos tribunais superiores. A 
doutrina pondera que, muito embora o Brasil seja um país laico, 
isso não significa ser um Estado ateu. O que se exige do Estado 
Brasileiro e decorre da noção de laicidade é a neutralidade, o 
respeito ao pluralismo, e não a atitude de intolerância e de 
hostilidade. 
13.2. Curandeirismo e a objeção de consciência 
 O agente que pratique a conduta definida como curandeirismo 
deve ser punido nos termos propostos pelo código penal, não 
sendo possível a alegação de exercício da liberdade religiosa. 
Esse foi o entendimento firmado pelo STF (RHC 62.240). 
 O curandeirismo configura conduta criminosa prevista no art. 
284 do Código Penal. 
13.3. Transfusão de sangue e testemunhas de jeová 
 A resposta à indagação acima dependerá do contexto em que 
estiver inserida a discussão: 
a) Se a vítima for absolutamente capaz e estiver 
consciente e manifestar a sua vontade de não receber 
a transfusão de sangue em razão de sua convicção 
religiosa: 
o Prevalecerá a autonomia da vontade do paciente, 
o qual deverá ter o seu direito de liberdade de crença 
respeitado, devendo o Estado abster-se de realizar o 
procedimento médico. 
b) Se a vítima estiver inconsciente ou for incapaz, por 
qualquer razão, de manifestar sua intenção: 
o Prevalecerá o direito à vida, devendo o Estado 
realizar o procedimento salvador ainda que os pais 
 
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ou outros familiares ou responsáveis pelo paciente 
recusem o procedimento. → Esse foi o 
entendimento do STJ, no julgamento do HC 
268.459/SP, DJe 28/10/2014. 
 
14) LIBERDADE DE REUNIÃO 
 O direito de liberdade de reunião é estampado no art. 5º, inciso XVI, 
da Constituição Federal. 
 
14.1. Liberdade de associação: 
 XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, 
vedada a de caráter paramilitar; 
 XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento; 
 XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão 
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
 XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado; 
 XXI - as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente; 
 
QUESTÕES PARA TREINO 
1) Durval, cidadão brasileiro e engenheiro civil, desempenha trabalho 
voluntário na ONG Transparência, cujo principal objetivo é apurar a 
conformidade das contas públicas e expor eventuais irregularidades, 
apresentando reclamações e denúncias aos órgãos e entidades competentes. 
Ocorre que, durante o ano de 2018, a Secretaria de Obras do Estado Alfa 
deixou de divulgar em sua página da Internet informações referentes aos 
repasses de recursos financeiros, bem como foram omitidos os registros das 
despesas realizadas. Por essa razão, Durval compareceu ao referido órgão e 
 
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protocolizou pedido de acesso a tais informações, devidamente especificadas. 
Em resposta à solicitação, foi comunicado que os dados requeridos são de 
natureza sigilosa, somente podendo ser disponibilizados mediante requisição 
do Ministério Público ou do Tribunal de Contas. 
A partir do enunciado proposto, com base na legislação vigente, assinale a 
afirmativa correta. 
A) A decisão está em desacordo com a ordem jurídica, pois os órgãos 
e entidades públicas têm o dever legal de promover, mesmo sem 
requerimento, a divulgação, em local de fácil acesso, no âmbito de suas 
competências, de informações de interesse coletivo ou geral que 
produzam ou custodiem. 
B) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao 
sigilo das informações relativas aos repasses de recursos financeiros, 
sendo imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal 
de Contas para acessar tais dados. 
C) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao 
sigilo das informações relativas aos registros das despesas realizadas, 
sendo imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal 
de Contas para acessar tais dados. 
D) Assiste razão ao órgão público no que concerne ao sigilo das 
informações postuladas, pois tais dados apenas poderiam ser 
pessoalmente postulados por Durval caso estivesse devidamente 
assistido por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados 
do Brasil. 
 
2) Os produtores rurais do Município X organizaram uma associação civil sem 
fins lucrativos para dinamizar a exploração de atividade econômica pelos 
associados, bem como para fins de representá-los nas demandas de caráter 
administrativo e judicial. Anderson, proprietário de uma fazenda na região, 
passa a receber, mensalmente, carnê contendo a cobrança de uma taxa 
associativa, embora nunca tivesse manifestado qualquer interesse em 
ingressar na referida entidade associativa. Em consulta junto aos órgãos 
municipais, Anderson descobre que a associação de produtores rurais, 
 
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embora tenha sido criada na forma da lei, jamais obteve autorização estatal 
para funcionar. Diante disso, procura um escritório de advocacia 
especializado, para pleitear, judicialmente, a interrupção da cobrança e a 
suspensão das atividades associativas. 
Sobre a questão em comento, assinale a afirmativa correta. 
A) Anderson pode pleitear judicialmente a interrupção da cobrança, a 
qual revela-se indevida, pois ninguém pode ser compelido a associar-
se ou a permanecer associado, ressaltando-se que a falta de 
autorização estatal não configura motivo idôneo para a suspensão das 
atividades da associação. 
B) As associações representativas de classes gozam de proteção 
absoluta na ordem constitucional, de modo que podem ser instituídas 
independentemente de autorização estatal e apenas terão suas 
atividades suspensas quando houver decisão judicial com trânsito em 
julgado. 
C) A Constituição de 1988 assegura a plena liberdade de associação 
para fins lícitos, vedando apenas aquelas de caráter paramilitar, de 
modo que Anderson não pode insurgir-se contra a cobrança, vez que 
desempenha atividade de produção e deve associar-se 
compulsoriamente. 
D) A liberdade associativa, tendo em vista sua natureza de direito 
fundamental, não pode ser objeto de qualquer intervenção do Poder 
Judiciário, de modo que Anderson apenas poderia pleitear 
administrativamente a interrupção da cobrança dos valores queentende indevidos. 
 
3) A Constituição declara que todos podem reunir-se em local aberto ao 
público. Algumas condições para que as reuniões se realizem são 
apresentadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. 
A) Os participantes não portem armas. 
B) A reunião seja autorizada pela autoridade competente. 
C) A reunião não frustre outra reunião anteriormente convocada para 
o mesmo local. 
 
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D) Os participantes reúnam-se pacificamente. 
 
 
GABARITO: 1) A 2) A 3) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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São eles: 
→ Habeas corpus 
→ Habeas data 
→ Mandado de segurança (individual e coletivo) 
→ Mandado de injunção (individual e coletivo) 
→ Ação popular 
→ Ação civil pública 
 
 
1) HABEAS CORPUS (art. 5º, inciso LXVIII, CF/88): 
 Visa tutelar a liberdade de locomoção. É o mecanismo utilizado para 
garantir o direito de locomoção do indivíduo. 
 Não precisa de capacidade postulatória. 
o Não precisa de advogado. 
 É uma ação gratuita. 
 “Pode ser impetrado por qualquer pessoa, em defesa de sua própria 
liberdade ou de terceiros, e concedido de ofício pelo juiz...”. 
o Segundo o STF, a legitimidade do Habeas Corpus é universal. 
 Quanto à sua espécie, o habeas corpus poderá ser: 
a) Repressivo (liberatório) – para combater efetiva coação ou 
violência. 
b) Preventivo (salvo-conduto) – ameaça de prisão. 
 A pessoa jurídica pode impetrar o Habeas Data, o que ela não pode é 
se beneficiar deste. 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
Os remédios constitucionais são instrumentos à 
disposição dos cidadãos para provocar a intervenção 
de autoridades a fim de impedir ilegalidades ou abuso 
de poder que prejudiquem direitos e interesses individuais. 
 
 
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Cuidado: 
a) Juiz: pode impetrar HC, mas não pode se qualificar na ação a 
fim de se evitar o corporativismo. 
b) Analfabeto: tem Habeas Corpus específico para ele → habeas 
corpus a rogo. 
 
2) HABEAS DATA (Lei 9.507/97) 
 Instrumento utilizado para garantir que o indivíduo tenha o 
conhecimento sobre informações relativas a si mesmo, 
constantes no registro ou nos bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público, também tem a finalidade de 
retificar dados, quando não eleja realizar em processo sigiloso, 
judicial ou administrativo, e também para anotação em 
assentamentos. 
o Conhecimento de informações → Prazo de 10 dias. 
o Retificação de dados → Prazo de 15 dias. 
o Anotações em assentamentos → Prazo de 15 dias. 
 Súmula 2, STJ: diz que não cabe a impetração do habeas data se não 
houver recusa da informação por parte da Administração Pública. 
o Negativa de certidões não se combate com habeas data, mas 
com mandado de segurança. 
 Essa ação tem um caráter personalíssimo, ou seja, apenas o titular 
das informações poderá impetrar essa ação. Não cabe habeas data de 
terceiro. 
o O STF ampliou, em uma hipótese excepcional, a legitimidade 
para impetrar a ação, que ocorre no caso dos herdeiros 
legítimos, quando o indivíduo titular for falecido. 
 Nesse instrumento, exige-se que tenha a capacidade postulatória 
de um advogado para se propor. 
 O habeas data possui os benefícios da Justiça Gratuita, assim sendo, é 
isento de custas > gratuito. 
 
 
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3) MANDADO DE SEGURANÇA (art. 5º, LXX, CF/88): 
 Necessita de prova pré-constituída e documental. 
 É uma ação residual, cabível somente se não couber habeas corpus 
ou habeas data. 
 Uma ação judicial utilizada para a proteção de um direito certo e 
líquido, que não seja compreendido pelo habeas corpus ou habeas 
data, no caso em que o responsável por esse abuso ou ilegalidade for 
autoridade pública ou agente da pessoa jurídica no exercício de 
pertinências do Poder Público. 
o É admissível exclusivamente quando o direito infringido não for 
protegido por outros remédios constitucionais. Não limita 
apenas a essas ações > o mandado de segurança será cabível 
para proteger direito líquido e certo não amparado pelos outros 
remédios constitucionais. 
o Direito líquido e certo é um direito de comprovação imediata. 
 A pessoa que ingressar com a ação deve estar acompanhada de um 
advogado. 
 É uma ação paga (com custos). 
 Existe um prazo decadencial de 120 dias para a propositura da 
ação, contados a partir do dia em que obteve conhecimento do fato 
que poderia ocasionar a lesão (preventivo) ou no qual tenha ocorrido 
a lesão, efetivamente (repressivo). 
o Decadência: perdeu o prazo, perdeu o direito. 
o Prescrição: perde o prazo, não perde o direito. 
 De acordo com a Súmula 266/STF, não cabe mandado de segurança 
contra lei em tese. 
 Pode haver o chamado mandado de segurança coletivo, dos quais 
podem se valer a organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo 
menos, um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados e o partido político com representação no Congresso 
Nacional. 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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19 19 
o Para propor o mandado de segurança coletivo a entidade não 
necessita que todos os seus associados concordem 
expressamente. 
 Caberá mandado de segurança contra projeto de lei. 
 
4) MANDADO DE INJUNÇÃO (art. 5º, LXXI, CF e lei 13.300/16): 
 Cabível quando houver falta de norma regulamentadora de um 
direito previsto na Constituição, e que a ausência desta, torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais. 
o Combate a síndrome da inefetividade das normas 
Constitucionais. 
o “Conceder-se a mandado de injunção sempre que a falta da 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania”. 
o Essa omissão é analisada no caso concreto em que o legislador 
deixa de produzir a lei, e está inserida no controle concentrado 
de constitucionalidade por omissão. 
 É uma ação paga. 
 Qualquer pessoa, física ou jurídica, cujo direito esteja sendo 
inviabilizado em decorrência da omissão pode impetrar o mandado de 
injunção, desde que acompanhada por um advogado. 
 O mandado de injunção, em regra, o efeito é inter partes, enquanto 
que a ADO tem efeito erga omnes. 
 O mandado de injunção coletivo é cabível, e os legitimados para 
impetra-lo são: 
o Partido político com representação no Congresso Nacional. 
o Organização sindical; 
o Entidade de classe; 
o Associação, com mais de 01 ano; 
o Ministério Público; 
o Defensoria Pública. 
 
 
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5) AÇÃO POPULAR (art. 5º, LXXIII, CF e Lei nº 4.717/65): 
 Visa proteger o patrimôniopúblico, a moralidade administrativa art. 
37, §4º, da CF), meio ambiente e patrimônio histórico e cultural. 
o Em alguns aspectos, a ação popular é considerada como uma 
garantia constitucional política, visto que permite que o cidadão 
fiscalize o Estado, de modo genérico dito. 
o A ação popular visa, portanto, cessar com os atos lesivos ao 
próprio coletivo. Assim sendo, como requisitos para ser 
impetrada é necessário que haja a lesão e a ilegalidade. 
 Há de ressaltar, todavia, que, em virtude de somente poder ser 
proposta em face de interesses de uma coletividade e não de um 
indivíduo singular, a ação popular é inserida no rol de garantias 
coletivas 
 Qualquer cidadão pode impetrar, cuja comprovação se dá através do 
título de eleitor. 
o Possui legitimidade para propor a ação popular o brasileiro nato 
ou naturalizado, não podendo ser pessoas jurídicas ou 
estrangeiros. 
 É gratuito, salvo se comprovada a má-fé. 
 Para propor, o cidadão necessita de advogado legalmente habilitado. 
 O Ministério Público não pode propor, mas caso o cidadão desista da 
ação popular, o MP pode prosseguir com a esta. 
 Prazo prescricional de 05 anos. 
 
6) AÇÃO CIVIL PÚBLICA (Lei n. 7.347/1985) 
 Trata-se da via processual cabível para o resguardo de interesses 
coletivos e difusos. 
 A legitimidade para a propositura, conforme o art. 5º da Lei n. 
7.347/1985, é do Ministério Público, bem como outras entidades com 
legitimação para a proteção de interesses coletivos, difusos e 
individuais homogêneos. 
 O objetivo é a prevenção ou repressão de danos ao meio ambiente, 
ao consumidor, ao patrimônio público, aos bens e direitos de valor 
 
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artístico, estético, histórico e turístico, por infração da ordem 
econômica e da economia popular, à ordem urbanística, ao patrimônio 
público e social, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos e 
religiosos. 
 Pode ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer. 
 
 
QUESTÕES PARA TREINO 
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
O Município X, visando à interligação de duas importantes zonas da cidade, 
após o regular procedimento licitatório, efetua a contratação de uma 
concessionária que ficaria responsável pela construção e administração da 
via. Ocorre que, em análise do projeto básico do empreendimento, constatou-
se que a rodovia passaria em área de preservação ambiental e ensejaria 
graves danos ao ecossistema local. Com isso, antes mesmo de se iniciarem 
as obras, Arnaldo, cidadão brasileiro e vereador no exercício do mandato no 
Município X, constitui advogado e ingressa com Ação Popular postulando a 
anulação da concessão. Com base na legislação vigente, assinale a afirmativa 
correta. 
A) A Ação Popular proposta por Arnaldo não se revela adequada ao fim 
de impedir a obra potencialmente lesiva ao meio ambiente. 
B) A atuação de Arnaldo, na qualidade de cidadão, é subsidiária, sendo 
necessária a demonstração de inércia por parte do Ministério Público. 
C) A ação popular, ao lado dos demais instrumentos de tutela coletiva, 
é adequada à anulação de atos lesivos ao meio ambiente, mas Arnaldo 
não precisaria constituir advogado para ajuizá-la. 
D) Caso Arnaldo desista da Ação Popular, o Ministério Público ou 
qualquer cidadão que esteja no gozo de seus direitos políticos poderá 
prosseguir com a demanda. 
 
 
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2) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) 
José, brasileiro de dezesseis anos de idade, possuidor de título de eleitor e 
no pleno gozo dos seus direitos políticos, identifica, com provas irrefutáveis, 
ato lesivo do Presidente da República que atenta contra a moralidade 
administrativa. Com base no fragmento acima, assinale a opção que se 
coaduna com o instituto jurídico da Ação Popular. 
A) José, desde que tenha assistência, é parte legítima para propor Ação 
Popular em face do Presidente da República perante o Supremo 
Tribunal Federal. 
B) José, ainda que sem assistência, é parte legítima para propor Ação 
Popular em face do Presidente da República perante o juiz natural de 
primeira instância. 
C) José, ainda que sem assistência, é parte legítima para propor Ação 
Popular em face do Presidente da República perante o Supremo 
Tribunal Federal. 
D) José não é parte legítima para propor Ação Popular em face do 
Presidente da República, porque ainda não é considerado cidadão. 
 
3) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase 
J.G., empresário do ramo imobiliário, surpreendeu tomar conhecimento de 
que seu nome constava de um banco de dados de caráter público como 
inadimplente de uma dívida no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil 
reais). Embora reconheça a existência da dívida, entende que o não 
pagamento encontra justificativa no fato de o valor a que foi condenado em 
primeira instância ainda estar sob discussão em grau recursal. Com o objetivo 
de fazer com que essa informação complementar passe a constar juntamente 
com a informação principal a respeito da existência do débito, consulta um 
advogado, que sugere a impetração de um habeas data. Sobre a resposta à 
consulta, assinale a afirmativa correta 
 
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A) O habeas data não é o meio adequado, já que a ordem jurídica não 
prevê a possibilidade de sua utilização para complementar dados, mas 
apenas para garantir o direito de acessá-los ou retificá-los. 
B) Deveria ser impetrado, em vez de habeas data, mandado de 
segurança, ação constitucional adequada para os casos em que se faça 
necessária a proteção de direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data. 
C) Deve ser impetrado habeas data, pois, embora o texto 
constitucional não contemple a hipótese específica do caso concreto, a 
lei ordinária o faz, de modo a ampliar o âmbito de incidência do habeas 
data como ação constitucional. 
D) O habeas data não deve ser impetrado, pois a lei ordinária não pode 
ampliar uma garantia fundamental prevista no texto constitucional, já 
que tal configuraria violação ao regime de imutabilidade que 
acompanha os direitos e as garantias fundamentais. 
 
4) Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2014 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XIV - Primeira Fase 
Isabella promove ação popular em face do Município X, por entender que 
determinados gastos realizados estariam causando graves prejuízos ao 
patrimônio público. O pedido veio a ser julgado improcedente, por total 
carência de provas. Inconformada, Isabella apresenta a mesma ação com 
fundamento em novos elementos, e, mais uma vez, o pedido vem a ser 
julgado improcedente por carência de provas. Nos termos da Constituição 
Federal e da legislação de regência, assinale a opção correta. 
A) Sendo o pedido julgado improcedente, haverá condenação em 
honorários advocatícios. 
B) A improcedência por ausência de provas caracteriza a má- fé do 
autor popular. 
C) A reiteração na propositura da mesma ação acarreta o pagamento 
de custas pelo autor popular. 
D) As custas serão devidas se declarada, expressamente, a má-fé do 
autor popular. 
 
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GABARITO 
1) D 2) B 3) C 4) D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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→ Base legal: Artigos 12 e 13 da CF/88. 
 
1) CONCEITO: 
 A nacionalidade é o vínculo jurídico-político entre uma pessoa física e 
uma nação. 
 Segundo Pontes de Miranda, a nacionalidade é o vínculo jurídico-
político de direito público interno que faz da pessoa um dos elementos 
componentes da dimensão pessoal do Estado. Assim, dizemos que 
nacional é o brasileiro nato ou naturalizado. 
 
2) ESPÉCIES DE NACIONALIDADE: 
2.1. Nacionalidade primária ou originária: É a aquisição 
involuntária de nacionalidade, decorrente do simples nascimento ligado 
a um critério estabelecido pelo Estado. 
2.2. Nacionalidade secundária ou adquirida: é a aquisição 
voluntária de nacionalidade, resultante da manifestação de um ato de 
vontade. 
 
3) CONFLITOS DE NACIONALIDADE CONFLITO POSITIVO 
3.1. Conflito positivo: Ocorre nos casos em que a nacionalidade é 
atribuída à mesma pessoa, por mais de um Estado sobrenado > 
hipótese de multiplicidade simultânea de nacionalidades. 
o O fenômeno do acúmulo simultâneo de nacionalidades acaba por 
beneficiar o indivíduo (polipátrida), que contará com a 
disciplina protetiva de múltiplos Estados. 
3.2. Conflito negativo: Ocorre nos casos em que não há 
reconhecimento ao indivíduo dos atributos inerentes à nacionalidade 
por parte de qualquer Estado. Nesses casos, a pessoa é denominada 
apátrida ou heimatlos. 
 
NACIONALIDADE 
 
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4) BRASILEIROS NATOS: 
 O critério do solo (jus solis) tem primazia frente ao critério do sangue 
(jus sanguinis). 
 O Brasil adota dois critérios de identificação da nacionalidade nata, 
que são: 
a) Solo (jus solis). 
b) Sangue (jus sanguinis) + a serviço do Brasil. 
 
Cuidado com a expressão “a serviço do Brasil” > significa 
que o agente está a serviço da Administração Pública (direta ou 
indireta). 
 Repartição competente diz respeito ao consulado. 
 Residir: a Constituição não pede moradia, mas residência. 
 Mesmo que um dos pais seja naturalizado e esteja a 
serviço do Brasil, o filho nasce nato se registrado em 
repartição competente. 
 Se não houver o registro da criança na repartição 
competente, após os 18 anos, se residir no Brasil, poderá 
optar por ser nato. 
o Se a criança vem para o Brasil sem registrar, ele só 
poderá ser registrado no país após a maioridade. 
 
5) NATURALIZAÇÃO: 
5.1. Tácita: O Brasil não adota a naturalização tácita. 
5.2. Expressa: 
a) Ordinária: O estrangeiro vem de um país que adota a língua 
portuguesa. Nesse caso, deve residir no Brasil por 1 ano 
ininterrupto. 
b) Extraordinária: O estrangeiro vem de um país que não adota 
a língua portuguesa. Nesse caso, deve residir no Brasil por 15 
anos ininterruptos. 
 
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6) PORTUGUESES EQUIPARADOS (QUASE NACIONALIDADE): 
 Trata-se de situação chamada pela doutrina de “QUASE 
NACIONALIDADE”, ou seja, são estrangeiros (nacionalidade 
portuguesa) que terão um tratamento equiparado ao dos 
brasileiros naturalizados, desde que cumpridos determinados 
requisitos. 
o É o único estrangeiro que goza de cidadania (tem título 
de eleitor). 
Cuidado: Só goza de capacidade ativa 
> não goza de capacidade passiva. 
 
7) CARGOS PROVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS (art. 12, §3º, 
CF/88): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Art. 92, CF/88: CNJ faz parte do Poder Judiciário (é um órgão do 
Judiciário, que...). 
 
8) EXTRADIÇÃO (art. 5, LI, CF/88): 
 Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de 
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
- Ministro do STF 
- Presidente da República e Vice 
- Presidente da Câmara dos Deputados 
- Presidente do Senado Federal 
. 
- Carreiras Diplomáticas 
- Oficiais das forças armadas 
- Ministro de defesa 
 
MP3.COM 
 
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envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na 
forma da lei. 
 Nenhum brasileiro pode ser extraditado, mas o naturalizado pode ser 
extraditado (comprovação de envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins). 
 
8.1. Extradição Ativa: Ocorre quando o Brasil pede que o outro país 
entregue um brasileiro nato para o país (pede a extradição). 
8.2. Extradição Passiva: não adotada pelo Brasil. → O Brasil não 
entrega (extradita) brasileiro nato. 
o Art. 5º, LII, da CF: O país não extradita estrangeiro por 
crime político ou de opinião. 
 
9) PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA: 
 Cancelamento da naturalização > art. 12, §4º, CF. 
Art. 12. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro 
que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em 
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei 
estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, 
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis. 
 A dupla nacionalidade é exceção. 
 O nato perde a nacionalidade de forma voluntária > 
procedimento administrativo. 
 O naturalizado perde a nacionalidade por sentença judicial 
transitada em julgado, em virtude de ato nocivo. 
 
 
 
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10) AQUISIÇÃO VOLUNTÁRIA DE OUTRA NACIONALIDADE (art. 12, 
§4º, CF/88) 
 O brasileiro nato que adquirir outra nacionalidade perderá a 
nacionalidade brasileira, salvo: 
o Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
o Em virtude de imposição de naturalização. 
 
11) LÍNGUA OFICIAL E SÍMBOLOS: 
BAndeira 
HIno 
Armas 
Selos 
 
Observação: Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter 
símbolos próprios. 
 
QUESTÕES PARA TREINO 
1) Jean Oliver, nascido em Paris, na França, naturalizou-se brasileiro no ano 
de 2003. Entretanto, no ano de 2016, foi condenado, na França, por 
comprovado envolvimento com tráfico ilícito de drogas (cocaína), no território 
francês, entre os anos de 2010 e 2014. Antes da condenação, em 2015, Jean 
passou a residir no Brasil. A França, com quem o Brasil possui tratado de 
extradição, requer a imediata extradição de Jean, a fim de que cumpra, 
naquele país, a pena de oito anos à qual foi condenado. Apreensivo, Jean 
procura um advogado e o questiona acerca da possibilidade de o Brasil 
A perda para 
brasileiro nato 
se dá de forma 
voluntária. 
 
A perda para brasileiro naturalizado 
se dá por meio de decisão Judicial 
Transitada e Julgada em virtude de ato 
nocivo ao interesse nacional. 
 
 
 
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extraditá-lo. O advogado, então, responde que, segundo o sistema jurídico-
constitucional brasileiro, a extradição 
A) não é possível, já que, a Constituição Federal, por não fazer 
distinção entre o brasileiro nato e o brasileiro naturalizado, não pode 
autorizar tal procedimento. 
B) não é possível, pois o Brasil não extradita seus cidadãos nacionais 
naturalizados, por crime comum praticado após a oficialização do 
processo de naturalização. 
C) é possível, pois a Constituição Federal prevê a possibilidade de 
extradição em caso de comprovado envolvimento com tráfico ilícito de 
drogas, ainda que praticado após a naturalização. 
D) é possível, pois a Constituição Federal autoriza que o Brasil extradite 
qualquer brasileiro quando comprovado o seu envolvimento na prática 
de crime hediondo em outro país. 
 
2) Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre 
pintora italiana, e Jorge, um escritor brasileiro. Quando de seu nascimento, 
seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano. Luca nunca 
procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora, 
vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório 
especializado, a fim de saber se e como poderia obter a nacionalidade 
brasileira. Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação 
brasileira, o procedimento indicado pelo escritório. 
A) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não 
estava ou está a serviço do Brasil. 
B) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em 
vista que já é maior de idade. 
C) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a 
obtenha, não será considerado brasileiro nato. 
D) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade 
brasileira. 
 
GABARITO: 1) C 2) D 
 
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→ Base legal: Artigo 14, 15 e 16 da CF/88. 
 
1) INTRODUÇÃO 
 Os Direitos políticos são aqueles que permitem que o povo participe 
do processo e direcione o rumo da nação. 
 No Brasil adotamos o regime de Democracia semidireta 
(participativa), pois tanto o povo exerce o poder diretamente em 
alguns casos, como através de seus representantes eleitos. 
 A Soberania Popular pode ser exercida por meio: 
a) Plebiscito (consulta prévia): Convocado com anterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, 
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. 
b) Referendo (consulta posterior): Convocado com posterioridade 
a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a 
respectiva ratificação ou rejeição. 
c) Iniciativa Popular (lei): Poder que o povo possui de levar uma 
proposta de lei para o poder legislativo. 
 Os direitos políticos costumam ser classificados da seguinte forma: 
a) Direitos políticos positivos: normas relacionados a 
participação ativa dos cidadãos na política. Ex: Plebiscito 
b) Direitos políticos negativos: normas que limitam a 
participação do indivíduo na vida política. Ex: Inelegibilidades, 
perda e suspensão dos direitos políticos. 
 O sufrágio é um direito público e subjetivo, ou seja, o direito de 
participar do pleito eleitoral, enquanto o voto é o instrumento para 
exercer o sufrágio. 
 
2) CAPACIDADE ELEITORAL 
 O Brasil possui muitos eleitores, ou seja, cidadãos que têm 
capacidade eleitoral ativa, que é o direito de votar. No entanto, nem 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
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todas essas pessoas têm capacidade eleitoral passiva, ou seja, o 
direito de ser votado. 
a) Capacidade eleitoral ativa: A capacidade eleitoral ativa significa 
se tornar eleitor (alistabilidade) e votar. Podemos separar em 
três grupos de pessoas quanto a obrigatoriedade de 
alistabilidade e voto. 
o Obrigatório: Adultos (maiores de 18 anos). 
o Facultativos: Analfabetos, Idosos (maiores de 70 anos), 
Adolescentes (maiores de 16 e menores de 18 anos). 
o Vedados: Estrangeiros e Conscritos, durante o período do 
serviço militar obrigatório 
b) Capacidade eleitoral passiva: A capacidade eleitoral passiva 
nada mais é que o direito a ser votado e se eleger a um cargo 
público. Assim, vejamos então requisitos cumulativos para se 
tornar elegível. 
São condições de elegibilidade, na forma da lei (art. 14, § 3º): 
I. a nacionalidade brasileira; 
II. o pleno exercício dos direitos políticos; 
III. o alistamento eleitoral*; 
IV. o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V. a filiação partidária; 
VI. a idade mínima de: 
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da 
República e Senador; 
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de 
Estado e do Distrito Federal; 
c) 21 para Deputado Federal, Deputado Estadual ou 
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
d) 18 anos para Vereador. 
 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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Idade mínima por mandato: 
 
 
 
 
 
 
o Podemos dizer que a capacidade eleitoral passiva (ex: ser 
votado) pressuponha a ativa (ex: poder votar), mas o oposto 
não é verdade. 
 São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
 Os direitos políticos negativos limitam a participação do indivíduo na 
vida política, dividindo-se em inexigibilidades (§5º a 10º) e nas 
perdas e suspensão dos direitos políticos. 
 A reeleição trata-se de uma regra bem tranquila de entender, pois os 
chefes do executivo poderão ser reeleitos uma única vez > só poderão 
cumprir dois mandatos consecutivos. 
o Os chefes do legislativo podem se reeleger sem limitação. 
o Essa regra não impede que os chefes do executivo cumpram 
mais de dois mandatos, desde que não sejam consecutivos. 
- Senador 
- Presidente da 
República 
- Vice-
Presidente 
- Governador 
- Vice-
Governador 
- Prefeito 
- Vice Prefeito 
- Deputado 
(Federal, 
Distrital e 
Estadual) 
- Juiz de Paz 
- Vereador 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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 Para candidatar-se em outros cargos, o chefe do executivo deve se 
desvincular do cargo 6 meses antes (veja que a regra não vale para 
reeleição) > regra de desincompatibilização. 
 
 São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os 
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, 
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo 
e candidato à reeleição > inelegibilidade reflexa. 
o Hipótese de inelegibilidade relativa, pois essa regra vale apenas 
no território de jurisdição do chefe do executivo. 
o Impedir que se utilize a máquina pública para candidaturas 
pessoais. 
o Salvo se já titular de mandato eletivo e candidato a reeleição. 
 Os militares alistáveis são elegíveis, exceto os conscritos. 
o Com menos de 10 anos de serviço: O militar será afastado 
definitivamente da corporação. 
o Com mais de 10 anos de serviço: O militar só irá para 
inatividade caso sejaeleito. 
 
3) PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
 O art. 15 apresenta as hipóteses de perda (por prazo indeterminado) 
e suspensão (prazo determinado) dos direitos políticos. 
o É vedada a cassação dos direitos políticos (de forma definitiva). 
 Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: 
I. cancelamento da naturalização por sentença transitada em 
julgado; (perda) 
II. incapacidade civil absoluta; (suspensão) 
III. condenação criminal transitada em julgado, enquanto 
durarem seus efeitos; (suspensão) 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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IV. recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (perda) 
V. improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
(suspensão) 
 
 
QUESTÕES PARA TREINO 
1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Juliano, governador do estado X, casa-se com Mariana, deputada federal 
eleita pelo estado Y, a qual já possuía uma filha chamada Letícia, advinda de 
outro relacionamento pretérito. Na vigência do vínculo conjugal, enquanto 
Juliano e Mariana estão no exercício de seus mandatos, Letícia manifesta 
interesse em também ingressar na vida política, candidatando-se ao cargo de 
deputada estadual, cujas eleições estão marcadas para o mesmo ano em que 
completa 23 (vinte e três) anos de idade. A partir das informações fornecidas 
e com base no texto constitucional, assinale a afirmativa correta. 
A) Letícia preenche a idade mínima para concorrer ao cargo de 
deputada estadual, mas não poderá concorrer no estado X, por 
expressa vedação constitucional, enquanto durar o mandato de 
Juliano. 
B) Uma vez que Letícia está ligada a Juliano, seu padrasto, por laços 
de mera afinidade, inexiste vedação constitucional para que concorra 
ao cargo de deputada estadual no estado X. 
C) Letícia não poderá concorrer por não ter atingido a idade mínima 
exigida pela Constituição como condição de elegibilidade para o 
exercício do mandato de deputada estadual. 
D) Letícia não poderá concorrer nos estados X e Y, uma vez que a 
Constituição dispõe sobre a inelegibilidade reflexa ou indireta para os 
parentes consanguíneos ou afins até o 2º grau nos territórios de 
jurisdição dos titulares de mandato eletivo. 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Afonso, nascido em Portugal e filho de pais portugueses, mudou-se para o 
Brasil ao completar 25 anos, com a intenção de advogar no estado da Bahia, 
local onde moram seus avós paternos. Após cumprir todos os requisitos 
exigidos e ser regularmente inscrito nos quadros da OAB local, Afonso 
permanece, por 13 (treze) anos ininterruptos, laborando e residindo em 
Salvador. Com base na hipótese narrada, sobre os direitos políticos e de 
nacionalidade de Afonso, assinale a afirmativa correta. 
A) Afonso somente poderá se tornar cidadão brasileiro quando 
completar 15 (quinze) anos ininterruptos de residência na República 
Federativa do Brasil, devendo, ainda, demonstrar que não sofreu 
qualquer condenação penal e requerer a nacionalidade brasileira. 
B) Uma vez comprovada sua idoneidade moral, Afonso poderá, na 
forma da lei, adquirir a qualidade de brasileiro naturalizado e, nessa 
condição, desde que preenchidos os demais pressupostos legais, 
candidatar-se ao cargo de prefeito da cidade de Salvador. 
C) Afonso poderá se naturalizar brasileiro caso demonstre ser 
moralmente idôneo, mas não poderá alistar-se como eleitor ou exercer 
quaisquer dos direitos políticos elencados na Constituição da República 
Federativa do Brasil. 
D) Afonso, por ser originário de país de língua portuguesa, adquirirá a 
qualidade de brasileiro nato ao demonstrar, na forma da lei, residência 
ininterrupta por 1 (um) ano em solo pátrio e idoneidade moral. 
 
3) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
Jean Oliver, nascido em Paris, na França, naturalizou-se brasileiro no ano de 
2003. 
Entretanto, no ano de 2016, foi condenado, na França, por comprovado 
envolvimento com tráfico ilícito de drogas (cocaína), no território francês, 
entre os anos de 2010 e 2014. Antes da condenação, em 2015, Jean passou 
a residir no Brasil. A França, com quem o Brasil possui tratado de extradição, 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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requer a imediata extradição de Jean, a fim de que cumpra, naquele país, a 
pena de oito anos à qual foi condenado. Apreensivo, Jean procura um 
advogado e o questiona acerca da possibilidade de o Brasil extraditá-lo. O 
advogado, então, responde que, segundo o sistema jurídico-constitucional 
brasileiro, a extradição 
A) não é possível, já que, a Constituição Federal, por não fazer 
distinção entre o brasileiro nato e o brasileiro naturalizado, não pode 
autorizar tal procedimento. 
B) não é possível, pois o Brasil não extradita seus cidadãos nacionais 
naturalizados, por crime comum praticado após a oficialização do 
processo de naturalização. 
C) é possível, pois a Constituição Federal prevê a possibilidade de 
extradição em caso de comprovado envolvimento com tráfico ilícito de 
drogas, ainda que praticado após a naturalização. 
 
4) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre 
pintora italiana, e Jorge, um escritor brasileiro. Quando de seu nascimento, 
seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano. Luca nunca 
procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora, 
vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório 
especializado, a fim de saber se e como poderia obter a nacionalidade 
brasileira. Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação 
brasileira, o procedimento indicado pelo escritório. 
A) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não 
estava ou está a serviço do Brasil. 
B) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em 
vista que já é maior de idade. 
C) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a 
obtenha, não será considerado brasileiro nato. 
D) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade 
brasileira. 
 
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GABARITO 
1) A 2) B 3) C 4) D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I) A União legisla sobre normas gerais 
II) Os estados legislam de forma suplementar 
III) Inexistindo lei Federal sobre normas gerais os Estados exercerão a 
competência legislativa plena para atender as suas peculiaridades 
IV) Superveniente da lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da 
norma estadual naquilo queele for contrário 
 
Art. 18, §3, CF - Criação do Estado: 
→ Aprovação da população interessada 
→ Plebiscito 
→ Congresso nacional 
→ Lei complementar 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
Art. 18, §4, CF – Criação do 
município 
→ Aprovação da população 
interessada 
→ Plebiscito 
→ Criado por lei estadual no prazo 
da lei complementar federal 
→ Estudo de viabilidade 
 
 
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1) NOÇÕES GERAIS 
 O Estado é conceituado como a nação politicamente organizada. 
 A Nação, por sua vez, trata-se da união em comunidade. 
 
1.1. Elementos Constitutivos do Estado: 
a) Território: Trata-se da dimensão física/material, que limita o poder 
do estado. 
b) Povo: Trata-se da dimensão pessoal, que diz respeito aos nacionais 
daquele Estado. 
c) Governo soberano: Trata-se da dimensão política, que diz respeito 
ao poder uno, indivisível, inalienável e imprescritível. 
- A titularidade desse poder é do povo. 
 
2) FORMA DE ESTADO 
 O Brasil adotou a Federação, que é um estado soberano constituído 
de estados federados (estados-membros) dotados de autonomia, não 
de soberania, os quais têm poder constituinte próprio, decorrente do 
poder constituinte originário, que fez a federação. 
 O Estado Federado possui prerrogativas: 
a) Os entes criam suas próprias constituições > auto-organização. 
b) Os entes criam suas leis, ainda que haja normas gerais nacionais 
sobre o processo > auto legislação. 
c) Os entes têm capacidade de autoadministração. 
d) Os entes escolhem seus governantes > autogoverno. 
 A forma federativa do Estado é considerada cláusula pétrea, 
entretanto, essa regra não impede que seja realizada alterações na 
estrutura da federação, como: 
a) Cisão (Subdivisão): Um ente subdivide-se em dois novos entes. 
b) Desmembramento-formação: Parte de um ente se desmembra 
formando um novo ente. 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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c) Desmembramento-anexação: Parte de um ente se desmembra, 
porém, se anexa à outro já existente. 
d) Fusão: Dois ou mais entes se juntam e formam um ente novo. 
e) Incorporação: Um ente incorpora outro > o incorporado deixa 
de existir e passam a ser um, que já existia. 
 
QUESTÕES PARA TREINO 
1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
Após cumprimento de todas as formalidades constitucionais e legais exigíveis, 
o Estado Alfa se desmembra (desmembramento por formação), ocasionando 
o surgimento de um novo Estado-membro: o Estado Beta. Preocupados com 
a possibilidade de isso influenciar nas grandes decisões políticas regionais, 
um grupo de cidadãos inicia um movimento exigindo a imediata elaboração 
de uma Constituição para o novo Estado Beta. Os líderes políticos locais, sem 
maiores conhecimentos sobre a temática, buscam assessoramento jurídico 
junto a advogados constitucionalistas, sendo-lhes corretamente informado 
que, segundo a inteligência do sistema jurídico-constitucional brasileiro, 
A) com a criação do Estado Beta no âmbito da República Federativa do 
Brasil, passou este a fazer parte do pacto federativo, subordinando-se 
tão somente à Constituição Federal, e não a qualquer outra 
constituição. 
B) tendo passado o Estado Beta a ser reconhecido como um ente 
autônomo, adquiriu poderes para se estruturar por meio de uma 
Constituição, sem a necessidade desta se vincular a padrões de 
simetria impostos pela Constituição Federal. 
C) pelo fato de o Estado Beta ter sido reconhecido como um ente 
federado 
autônomo, passa a ter poderes para se estruturar por meio de uma 
Constituição, que deverá observar o princípio da simetria, conforme os 
padrões fixados na Constituição Federal. 
D) o reconhecimento do Estado Beta como um ente federado autônomo 
assegurou-lhe poderes para se estruturar por meio de uma 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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Constituição, cujo texto, porém, não poderá se diferenciar daquele 
fixado pela Constituição Federal. 
 
2) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
Em observância aos princípios da transparência, publicidade e 
responsabilidade fiscal, o prefeito do Município Alfa elabora detalhado 
relatório contendo a prestação de contas anual, ficando tal documento 
disponível, para consulta e apreciação, no respectivo Poder Legislativo e no 
órgão técnico responsável pela sua elaboração. Carlos, morador do Município 
Alfa, contribuinte em dia com suas obrigações civis e políticas, constata 
diversas irregularidades nos demonstrativos apresentados, apontando 
indícios de superfaturamento e desvios de verbas em obras públicas. Em 
função do exposto e com base na Constituição da República, você, como 
advogado de Carlos, deve esclarecer que 
A) a fiscalização das referidas informações, concernentes ao Município 
Alfa, conforme previsto na Constituição brasileira, é de 
responsabilidade exclusiva dos Tribunais de Contas do Estado ou do 
Município, onde houver. 
B) Carlos tem legitimidade para questionar as contas do Município Alfa, 
já que, todos os anos, as contas permanecem à disposição dos 
contribuintes durante sessenta dias para exame e apreciação. 
C) a impugnação das contas apresentadas pelo Chefe do Executivo 
local exige a adesão mínima de um terço dos eleitores do Município 
Alfa. 
D) a CRFB/88 não prevê qualquer forma de participação popular no 
controle das contas públicas, razão pela qual Carlos deve recorrer ao 
Ministério Público Estadual para que seja apresentada ação civil pública 
impugnando os atos lesivos ao patrimônio público praticados pelo 
prefeito do Município Alfa. 
 
3) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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João, rico comerciante, é eleito vereador do Município “X” pelo partido Alfa. 
Contudo, passados dez dias após sua diplomação, o partido político Pi, 
adversário de Alfa, ajuíza ação de impugnação de mandato eletivo, perante 
a Justiça Eleitoral, requerendo a anulação da diplomação de João. Alegou o 
referido partido político ter havido abuso do poder econômico por parte de 
João na eleição em que logrou ser eleito, anexando, inclusive, provas que 
considerou irrefutáveis. João, sentindo-se injustiçado, já que, em momento 
algum no decorrer da campanha ou mesmo após a divulgação do resultado, 
teve conhecimento desses fatos, busca aconselhamento com um advogado 
acerca da juridicidade do ajuizamento de tal ação. Com base no caso narrado, 
assinale a opção que apresenta a orientação dada pelo advogado. 
A) O Partido Pi não poderia ter ingressado com a ação, pois abuso de 
poder econômico não configura fundamento que tenha o condão de 
viabilizar a impugnação de mandato eletivo conquistado pelo voto. 
B) O Partido Pi respeitou os requisitos impostos pela CRFB/88, tanto 
no que se refere ao fundamento (abuso do poder econômico) para o 
ajuizamento da ação como também em relação à sua tempestividade. 
C) O Partido Pi, nos termos do que dispõe a CRFB/88, não poderia ter 
ingressado com a ação, pois, ocorrida a diplomação, precluso 
encontrava-se o direito de impugnaro mandato eletivo de João. 
D) O Partido Pi só poderia impugnar o mandato eletivo que João 
conquistou pelo voto popular em momento anterior à diplomação, sob 
pena de afronta ao regime democrático. 
 
4) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) 
Wilson, nascido nos Estados Unidos da América, com 29 anos de idade, é filho 
de pais brasileiros. Fluente na língua portuguesa, participa com brilho da 
política partidária regional de um Estado da federação brasileira, dominado 
há várias gerações por sua família. Esta natural inclinação leva seus familiares 
a incentivá-lo no sentido de concorrer ao cargo de Governador do Estado nas 
eleições que serão realizadas dali a dois anos. Sobre a possibilidade jurídica 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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de Wilson concorrer ao pleito, mais precisamente no que se refere às 
questões de nacionalidade e idade, assinale a afirmativa correta. 
A) Wilson já terá completado, na data da eleição, a idade exigível para 
o exercício do cargo pleiteado, mas somente poderá concorrer caso 
adquira a nacionalidade brasileira. 
B) Wilson poderá concorrer, pois não apenas contemplará o requisito 
da idade, como, pelo simples fato de ser filho de brasileiros, possui 
automaticamente a nacionalidade de brasileiro nato. 
C) Wilson não estará apto a concorrer nesta próxima eleição para o 
cargo apontado, pois, mesmo que adquira a nacionalidade brasileira, 
não possuirá a idade mínima exigida para o cargo. 
D) Wilson não poderá concorrer, pois, embora a idade não seja um 
problema, poderá, no máximo, adquirir o status de brasileiro 
naturalizado, enquanto o cargo em questão exige o status de brasileiro 
nato. 
 
GABARITO 
1) C 2) B 3) B 4) A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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 O Poder Executivo está disposto entre os artigos 76 até o 91, da 
CF/88. 
 Art. 76, CF/88: O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da 
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. 
 No Brasil, o poder executivo é exercido pelo Presidente da República e 
seu vice; os governadores de estado e seus respectivos vice-
governadores; os prefeitos dos municípios e suas sub-repartições. 
 Art. 79, CF/88 descreve a função do Vice-Presidente, que é substituir 
o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe, no caso de vaga. 
 Sucessão do Presidente: 
I. Presidente 
II. Vice-Presidente 
III. Presidente da Câmara 
IV. Presidente do Senado 
V. Presidente do STF 
 
1) O MANDATO PRESIDENCIAL: 
• Só vai haver o mandato tampão se houver a vacância do presidente 
e do vice-presidente. 
• Caso a vacância do cargo de presidente e vice-presidente ocorra nos 
dois primeiros anos de mandato, contam-se 90 dias da data da 
vacância, e haverá nova eleição direta. Caso ocorra nos dois últimos 
anos de mandato, contam-se 30 dias da data da vacância, e haverá 
eleição indireta pelo congresso nacional. 
 
2) CRIMES DE RESPONSABILIDADE: 
 Atos praticados pelo presidente da república, que atentam contra a 
constituição, mais especialmente: 
o Contra a existência da União 
PODER EXECUTIVO 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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o Contra o livre exercício do poder legislativo, judiciário, do ministério 
público, e dos poderes constitucionais das unidades da federação 
o Contra os direitos políticos sociais e individuais 
o Contra a probidade administrativa 
o Contra a lei orçamentaria 
o Contra o cumprimento de leis e decisões judiciais 
 
 O presidente da república pode cometer dois tipos de crime: 
a) Crime comum – Julgado pelo STF 
b) Crime de responsabilidade – Julgado pelo Senado Federal 
 
Observações: 
• Quem acusa o presidente é a Câmara, por 2/3 dos membros. 
• Na vigência do seu mandato o presidente da república não poderá 
ser responsabilizado por atos estranhos a sua função. 
• Se decorridos 180 dias e o processo não tiver sido concluído cessara 
o afastamento do presidente sem prejuízo do regular 
prosseguimento do processo. 
• Enquanto não sobrevier sentença judicial transitado e julgado nas 
infrações penais comunais o presidente da república não estará 
sujeito a prisão. 
 
 Art. 84, CF/88 lista as atribuições do Presidente da República: 
o O Presidente da República poderá delegar as atribuições 
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados 
nas respectivas delegações. 
o VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, 
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
 
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DIREITO CONSTITUCIONAL 
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o XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se 
necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
 
 
 Responsabilidade do Presidente da República (art. 85 e 86): 
o Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações 
comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. 
o Em outras palavras, ele não poderá ser preso em flagrante, não 
poderá ser decretado sua prisão preventiva ou sua prisão 
temporária. A única hipótese de o Presidente ser preso, é após a 
decisão condenatória, transitada em julgado. 
o Da mesma forma, O Presidente da República, na vigência de seu 
mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao 
exercício de suas funções. 
- Ao terminar o mandato, será aberto um processo contra ele, 
para verificar se o fato ocorreu ou não. 
 
 Processo do Presidente por Crime Comum: 
o É um processo muito mais técnico que depende de um profundo 
conhecimento acerca do Direito Penal. Dessa forma, o processo 
deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. 
o Uma vez admitido o processo, o Presidente da República será 
suspenso do seu cargo, ocorrendo a substituição, isto é, o seu 
respectivo vice o substituirá temporariamente. 
o Por outro lado, caso não existe uma sentença por um prazo de até 
180 dias, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do 
regular prosseguimento do processo. 
 
 Processo do Presidente por Crime de Responsabilidade: 
o É um processo muito mais político, devendo o Senado Federal julgar 
a existência ou não do crime. Vale pontuar que o enquadramento 
dos crimes tidos como de responsabilidade é taxativo, isto é, 
apenas os atos elencados na lei podem ensejar o caso em comento. 
 
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48 48 
o Nessa hipótese, o Presidente do Supremo Tribunal Federal presidirá 
o julgamento no Senado Federal, para que os direitos e garantias 
constitucionais (art. 5º) não sejam desrespeitadas. 
 
 
Observações: 
➢ Um mesmo ato pode ser enquadrado como crime 
de responsabilidade e como crime comum. 
➢ Também respondem por crime de responsabilidade 
os Ministros de Estado e os Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Ministros

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