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Construção da Identidade da Criança Negra na Educação Infantil

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 CURSO DE PEDAGOGIA
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA NEGRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 Trabalho como requisito para à obtenção de
 aprovação na disciplina Pesquisa e prática em educação –projeto.
 Orientadora: Marcia Cristina De Faria 
 
MARILEIDE DA SILVA SANTOS
 SALVADOR-BA
 2022
	INTRODUÇÃO
 Atualmente o tema a construção da identidade da criança negra na educação infantil tem se tornado de grande relevância e principalmente no contexto educacional, perante a atuação do pedagogo e de sua formação, já que essa é uma nova realidade para os educadores e que requer aprimoramento para as práticas educativas .A construção da identidade da criança negra na educação infantil é um processo social, histórico e cultural na qual a criança negra ao se relacionar como o outro se inserindo em outros grupos sociais além da família como, por exemplo. A escola cujo papel contribui significativamente para a construção da identidade da criança negra , ela vai formando a partir das relações, das trocas, da observação do outro e da imitação, passando a construir primeiramente sua identidade pessoal e posteriormente a social.
O artigo apresentado tem como problema: Mas,de que forma a criança negra constrói sua identidade social e pessoal no ambiente escolar, e, até que ponto a escola contribui para a discriminação ou valorização das características étnicas que favorecem a formação da identidade da criança negra?
Este trabalho tem como objetivos específicos: Compreender as concepções de identidade, buscando ampliar o conhecimento, investigar as práticas pedagógicas em relação à representatividade positiva do negro, refletindo em como isso impacta nas criança, observar na escola o processo de construção da identidade de algumas crianças negras, assimilando como se dá esse processo na prática, identificar fatores que dificultam o processo de construção da identidade da criança negra, estudando suas causas e formas de superação. A escolha do tema se justifica também pelo caráter pessoal, pois a inquietação em relação ao processo de construção da identidade das crianças negras surge a partir da consciência do eu enquanto negra de perceber como foi o meu próprio processo e como isso me impactou.
Para o aprofundamento do assunto discutido, foi necessário buscar fontes teóricas de autores renomados em cada categoria elaborada neste trabalho, a saber sobre o conceito de identidade, foram utilizados autores como Silva (2009) com sua obra “Identidade e diferença” na qual traz os conceitos de identidade imbricados com o de diferença, discute também como esses dois conceitos podem servir como caráter classificatório de divisão social e fortemente ligados a relações de poder, além disso, Silva (2009) diferencia a identidade e a subjetividade. Ainda discutindo sobre identidade Andrade (1995) fala sobre a noção de identidade, define a identidade pessoal e social numa perspectiva histórica.
 Argumentando sobre formação da identidade da criança, quando fala-se em criança pequena, remete-se as fases de desenvolvimento, neste sentido a teoria de Wallon que trata do desenvolvimento da criança, a construção da identidade numa perspectiva sócio cultural, interacionista. Vão ser discutidas aqui a perspectiva de Wallon de acordo com Bastos e Edér (2005) sobre o estágio do personalismo, pois é nesta fase que a criança começa a construir sua identidade pessoal e social.
Sobre criança negra Oliveira (2009); Jovino (2015) analisam a situação da criança negra na história e na família, trazendo como ocorre as formas de racismo preconceito e discriminação, sobretudo na escola das mais diversas formas. Falando sobre racismo, preconceito e discriminação na escola usamos Gomes (2001), Silva (2001), Santos (2001) entre outros. No mesmo viés para discorrer sobre identidade negra utilizamos como base Gomes (2002), Munanga (1999), Souza (2016). Analisando as práticas pedagógicas de combate ao racismo, Cavalleiro (2001), Gomes (2011) trazem o importante papel da reflexão sobre a prática docente.
A metodologia da pesquisa básica faz gerar conhecimentos novos, uteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais” .Quanto ao método, será de abordagem dialético e de procedimento histórico em razão de dar um caráter de movimento a pesquisa, saindo da posição estática, trazendo autores para o diálogo e se aproximando do objeto de estudo.
Portanto para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está “acabada”, encontrando-se sempre em via de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo do outro”. (LAKATOS, 2011, p.83)
De acordo com Lakatos (2011) nenhuma coisa está acabada, pode-se sempre inovar a pesquisa trazendo uma nova visão de perspectiva diferente, sendo assim o método dialético é o que proporciona este caráter para a pesquisa. Ainda quanto ao método, o histórico também é empregado para esta pesquisa, porque para o objeto de estudo da pesquisa ser analisado por todos os seus aspectos é necessário analisar o contexto histórico, o processo pelo qual o objeto de estudo vem se transformando ao longo do tempo.
 Partindo do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, é importante pesquisar suas raízes, para compreender sua natureza e função. Assim o método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade hoje, pois as instituições alcançaram sua forma atual por meio de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo. (LAKATOS, 2011, p.91).
A pesquisa quanto a abordagem é a quali-quantitativa, pois para se aproximar do objeto do estudo será necessário utilizar aspectos tanto qualitativos: observação e descrição, quanto quantitativos pois através da entrevista pode-se montar dados que forneçam uma maior aproximação do objeto.
Quanto aos objetivos da pesquisa, ela é descritiva, pois ela pretende descrever o objeto de estudo da pesquisa em todos os seus aspectos de acordo com os objetivos da pesquisa. Conforme Gil (2010, p. 27) “as pesquisas descritivas tem como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaborados também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.
O procedimento técnico de elaboração desse estudo serão as pesquisas bibliográficas e de campo. Optou-se pela pesquisa de campo para obter um contato direto com o objeto de estudo. Segundo Fonseca (2001), a pesquisa de campo é caracterizada pela coleta de dados junto a campo em que se está pesquisando, isso além da pesquisa bibliográfica. O instrumento de coleta de dados da pesquisa é a entrevista, de acordo com Lakatos a entrevista:
Trata-se de uma conversa oral entre duas pessoas, das quais uma delas é o entrevistador e a outra o entrevistado. O papel de ambos pode variar de acordo com o tipo de entrevista. Todas elas têm um objetivo, ou seja, a obtenção de informações importantes e de compreender as perspectivas e experiências das pessoas entrevistadas. (LAKATOS, 2011, p. 280)
Discorrendo sobre nosso campo de pesquisa que é a escola de Educação Infantil, Rocha e Kramer (2013), Oliveira (2011), fazem abordagens sistêmicas sobre o tema, trazendo contexto histórico, suas funções e práticas sociais. Além dos autores citados, se fez necessário o aprofundamento nos marcos legais que dão legitimidade ao assunto aqui discorrido, como principal marco legal apresentamos a Carta magna de 1988, que garante o direito a todos independente de credo/ cor/ etnia.A Lei n° 9394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional a promulgação da Lei 10.639/03 que altera a LDB/96 e que institui a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira em todas as instituições de ensino do Brasil.Partindo do pressuposto que a construção da identidade é um processo social, histórico e culturalna qual a criança negra ao se relacionar como o outro se inserindo em outros grupos sociais além da família como, por exemplo, a escola cujo papel contribui significativamente para a construção da identidade da criança negra , ela vai formando a partir das relações, das trocas, da observação do outro e da imitação, passando a construir primeiramente sua identidade pessoal e posteriormente a social. A escola por fazer parte deste processo, discrimina a partir do momento que ela não possui um ensino voltado para a valorização da diversidade étnica e cultural de cada criança, silenciando muitas vezes o preconceito existente na escola. Desse modo a escola quando contribui para a valorização étnica é capaz de comprimir seu papel na construção da identidade da criança negra, trazendo diversidade, representatividade, valorização dos traços étnicos e ensino de história da cultura afro-brasileira de forma correta e não de forma estereotipada e folclórica. Há muitos livros infantis que valorizam a identidade e cultura da criança negra, a exemplo temos alguns: As Tranças de Bintou, de Sylviane A. Diouf; Que Cor É A Minha Cor?, de Martha Rodrigues Col. Griot; O Menino Marrom, de Ziraldo Alves Pinto; A Bonequinha Preta, de Alaíde Lisboa de Oliveira, Chico Juba, de Gustavo Gaivota, Minha Princesa Africana de Marcio Vassalo, entre outros. Conforme esclarece Boccato (2006, p. 266), a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Antonia Alonso de. A identidade como representação social. Revista Política&Trabalho. Ed. 11. 1995. Disponível em: < http://www.periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/6370/19680>
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família/ Philippe Ariès; tradução de Dora Flaksman. – 2.ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro: LTC,2012.
BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. DÉR, Leila Christina Simões. Estágio do personalismo. In: Henri Wallon Psicologia e educação. Org. MAHONEY, Abigail Alvarenga. ALMEIDA, Laurinda Ramalho. p. 39. Ed. Loyola, São Paulo, Brasil, 2000. 5º edição 2005.
BRASIL, Constituição Federal. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm > Acesso em: 12 maio. 2019.
BRASIL, Lei de diretrizes e bases da educação nacional. 1996. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf> Acesso em: 12 maio. 2019.
BRASIL, Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm> Acesso em: 12 maio. 2019.
CAVALLEIRO, Eliane. Educação antirracista: compromisso indispensável para um mundo melhor. In: Racismo e antirracismo na educação: repensando nossa escola/ Eliane Cavalleiro (org.). – São Paulo: Selo Negro, 2001
FERNANDES, Viviane Barbosa. SOUZA, Maria Cecilia Cortez Christiano de. Identidade Negra: entre exclusão e liberdade. Revista do Instituto de estudos Brasileiros. N.63. 2016. (p.103-120) Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rieb/n63/0020-3874-rieb-63-0103.pdf
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa cientifica. Fortaleza: UEC, 2002.
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GOMES, Nilma Lino. Educação cidadã, etnia e raça: o trato pedagógico da diversidade. In: Racismo e antirracismo na educação: repensando nossa escola/ Eliane Cavalleiro (org.). – São Paulo: Selo Negro, 2001.
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