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DRGE 1 ❇ DRGE PDF https://s3-us-west-2.amazonaws.com/secure.notion-static.com/a00e6ff9-9a1 d-44b3-b132-dadc5a536c87/DRGE.pdf Refluxo e Doença do Refluxo Gastroesofágico em Pediatria SBP - 2021 Introdução O que é o refluxo gastroesofágico (RGE)? Processo fisiológico de retorno de conteúdo gástrico para o esôfago com ou sem regurgitação e/ou vômito. Quando ocasiona poucos ou nenhum sintoma. Qual a cronologia fisiológica de inicio e fim do RGE no lactente? Raramente inicia antes da primeira semana de vida ou após os 6 meses. Resolve-se espontaneamente até 2 anos. https://www.notion.so/signed/https%3A%2F%2Fs3-us-west-2.amazonaws.com%2Fsecure.notion-static.com%2Fa00e6ff9-9a1d-44b3-b132-dadc5a536c87%2FDRGE.pdf?table=block&id=883e2540-3b98-4cdb-9cf3-1d37c2efa8fc&spaceId=50d7867a-dcd8-49a3-b476-a9aa5124c37c&userId=667bfafb-ba32-4b79-8841-7a174f864713&cache=v2 DRGE 2 O que é a DRGE? Caracterizada quando o RGE causa manifestações clínicas de gravidade variável associadas ou complicações, tais como a esofagite, muitos vômitos. Que podem se associar a morbidade. Quais as diferenças da DRGE do lactente e da criança maior? Lactente = doença autolimitada, melhora com a idade e com a maturação. Crianças/adolesc = Parecida com a do adulto, curso crônico, período de piora, acalmia e reagudizações. Quais os grupos de pacientes que apresentam DRGE mais grave e mais difícil de tratar? 1. neuropatas 2. pneumopatas, 3. atresia de esôfago operada, 4. hérnia hiatal e diafragmática, 5. Malformações congênitas 6. Síndromes genéticas associadas os pacientes dos grupos de risco para DRGE apresentam maior prevalência das complicações esofágicas do refluxo Como diagnosticar DRGE no lactente? DRGE 3 Basicamente clínico, nenhum dos exames disponíveis é considerado padrão ouro. Quais lactentes são considerados como “vomitadores felizes’’? Lactentes, com sintomas leves e nenhum sinal de alerta. Em lactentes e crianças menores com sintomas de DRGE, qual tratamento implementar? Terapia não farmacológica pode ser a opção de escolha. Exceto em casos graves evitar o overfeeding, usar fórmulas espessadas (AR) ou antiácidos e citoprotetores Em crianças maiores e adolescentes com sintomas de DRGE, qual tratamento implementar? IBPs é o tratamento indicado Quando consideramos o RGE fisiológico no Lactente?*** RGE fisiológico acompanhar-se de regurgitações ou“golfadas” que não se associam a redução no ganho de peso ou outras manifestações clínicas. Quadro Clínico Quais os sinais e sintomas associados com DRGE? DRGE 4 Qual o diagnóstico diferencial no lactente da DRGE ou do RGE? Principal = alergia à proteína do leite de vaca. As anomalias anatômicas congênitas, como a estenose hipertrófica de piloro e a má rotação intestinal Quais as manifestações clínicas da esofagite de refluxo já na DRGE, que ocorre mais frequentemente na criança maior? dor epigástrica, dor precordial, queimação retroesternal, choro excessivo, irritabilidade, sono agitado, hematêmese, melena, sangue oculto positivo nas fezes, anemia, disfagia, odinofagia, recusa alimentar e, consequentemente, desnutrição. Complete Vômitos e as regurgitações são as manifestações clínicas mais comuns e típicas do RGE em lactentes, sendo, em geral, pós-prandiais, até horas após alimentação. Criança que fala pode queixar dor, mas as descrições sobre qualidade, intensidade, localização e gravidade da dor não são confiáveis até, pelo menos, os 8 anos de idade, ou possivelmente até os 12 anos de idade Quais as apresentações clínicas distintas ou diferentes fenótipos da DRGE no lactente? DRGE 5 Doença não-erosiva (NERD Esofagite erosiva (EE) Azia funcional Esôfago hipersensível Algoritmo de tratamento DRGE 6 DRGE 7 Quais as manifestações respiratórias associadas a DRGE? Rouquidão, sibilância recorrência, estridor intermitente, laringite, tosse, broncoespasmo, pneumonia aspirativa de repetição, apneia obstrutiva com hipoxemia e bradicardia Quais as manifestações otorrinolaringológicas associadas a DRGE? sinusite, laringite e otite Quais as manifestações neurocomportamentais associadas a DRGE? DRGE 8 sono, a irritabilidade e a síndrome de Sandifer Quais as manifestações orais associadas a DRGE? Halitose e erosões dentárias O que é a síndrome de sandifer? Postura anormal da cabeça, com torcicolo, em crianças neurologicamente normais, na presença de esofagite de refluxo O estudo da DRGE em pediatria envolve três grupos distintos, com diferenças nas manifestações clínicas e na evolução da doença, quais são eles? 1. Lactentes 2. Crianças maiores 3. Pacientes com comorbidades que levam a quadros mais graves Em que período do desenvolvimento o RGE fisiológico é mais comum? Tornam-se evidentes por volta do segundo até o quarto mês de vida, com pico de incidência entre o quarto (67%) e o quinto meses Quando normalmente o RGE fisiológico se resolve no lactente? apresenta resolução espontânea entre 12 e 24 meses de idade Qual a conduta diante de um bebê de 5 meses que apresenta RGE com ganho de peso satisfatório, ausência de sinais de alarme? Tranquilizar os pais Esclarecer a clínica Medidas conservadoras que reduzem os episódios Diante de sintomas da DRGE em lactentes qual a conduta? Terapia mais conservadora. não farmacológica. Como proceder diante da dúvida diagnóstica entre DRGE e alergia alimentar? Realizar medidas conservadoras DRGE 9 Fazer teste terapêutico com fórmulas hidrolisadas ou de aminoácidos antes de tratar DRGE em crianças que não são amamentadas. Como podemos classificar as doenças do refluxo não erosiva (NERD)? 1. NERD (endoscopia normal e exposição ácida esofágica anormal); 2. hipersensibilidade esofágica (exposição ácida normal, com correlação com sintomas); 3. Azia funcional (exposição ácida normal, sem correlação com sintomas). Quais os sintomas da DRGE em lactentes? sintomas inespecíficos; choro irritabilidade e recusa alimenta Quais os sinais de alarme que sugerem outras doenças, afastando o diagnóstico de DRGE? Diagnóstico Como diagnosticar DRGE? A história clínica é suficiente, em crianças maiores e adolescentes. Lactentes: mediante aos sintomas inespecíficos; choro irritabilidade e recusa alimentar, é difícil diagnosticar e predizer a resposta à terapia. DRGE 10 Exames: não há um padrão ouro. Tratamento Teste terapêutico Em quem é recomendado (pediatria) o teste empírico de IBP por 4 semanas-12 semanas diante de sintomas de DRGE? Crianças maiores e adolescentes com sintomas típicos de DRGE: azia, dor epigástrica em queimação, tosse crônica, dor torácica e dispepsia. Tratamento não medicamentoso No que consiste o tratamento não medicamentoso para DRGE e RGE? 1. Mudanças dos hábitos de vida pediátricas 2. Orientações dietética 3. Postura anti-RGE No que consiste o tratamento não medicamentoso para DRGE e RGE? Quais as Mudanças dos hábitos de vida pediátricas utilizadas no tratamento de DRGE e RGE? Não usar roupas apertadas; sugerir a troca das fraldas antes das mamadas; Evitar o uso de fármacos que exacerbam o RGE; Orientar infusões lentas, nas crianças com sondas nasogástricas; Evitar o tabagismo (ativo ou passivo) Quais as Orientações dietética utilizadas no tratamento de DRGE e RGE? 1. Em crianças e adolescentes: 2. Evitar comidas gordurosas, cafeína, refrigerantes, chocolates. DRGE 11 3. Evitar comida horas antes de dormir 4. Fórmulas AR em lactentes desmamados 5. Alimentação fracionada Quais as Posturas anti-RGE ? Posição supina para os lactententes, com inclinação de 30/40°. Decúbito lateral esquerdo para adolescentes e adultos, com a cabeceira elevada. Tratamento medicamentoso Antiácidos de contato ou citoprotetores de mucosa Mecanismo = neutralizar o ácido gástrico, tipicamente usados para tratar azia e dispepsia, e contêm bicarbonato de sódio ou de potássio, magnésio, alumínio ou sais de cálcio. São recomendados (alginatos) antes de usar os IBPs Sucralfato (estudar)Procinéticos Qual o mecanismo de ação dos Procinéticos (Metoclopramida, Bromoprida,Domperidona)? DRGE 12 Aumentarem o tônus do EEI, melhorarem a depuração esofágica e o esvaziamento gástrico, não agem sobre os relaxamentos transitórios do EEI, principal mecanismo fisiopatológico do RGE e geram inúmeros efeitos colaterais. Logo não são mais recomendadas para o tratamento da DRGE IBPs e antagonistas do receptor H2 IBP Quais os efeitos colaterais dos IBPs? Reações idiossincráticas - cefaleia, diarreia, constipação, náuseas. Interações com outras drogas, hipergastrinemia e hipocloridria - geram hiperplasia das células parietais e os pólipos hiperplásicos de fundo gástrico são alterações benignas. Pneumonias da comunidade, gastroenterites, candidíases e enterocolites em pré-termos são associadas a hipocloridria dos IBPs Alteração da flora intestinal e formação da microbiota principalmente no período dos mil dias Quando são indicados os IBPs na pediatria? Nos casos de esofagite erosiva, estenose péptica ou esôfago de Barrett Bem como nas crianças que necessitam de um bloqueio mais efetivo da secreção ácida Quando são indicados os IBPs em lactentes? O uso de IBP deve ser reservado a lactentes com doença induzida pelo ácido documentada, como esofagite erosiva o efeito do IBP não diminui com seu uso crônico. No mercado brasileiro, o único IBP com permissão em bula para crianças abaixo de 12 anos é o Losec Mups® (omeprazol) Como deve ser o desmame de IBPs na pediatria? DRGE 13 Deve-se diminuir gradativamente a dose do IBP. Em alguns pacientes, a descontinuação abrupta do IBP pode ocasionar um efeito rebote na produção de ácido resumindo de recomendações SBP O grupo de estudos sugere não usar bloqueador H2 ou IBP nos lactentes normais com choro e irritabilidade; – não usar bloqueador H2 ou IBP como tratamento de regurgitações nos lactentes normais; – recomenda tratamento conservador como evitar overfeeding, espessar fórmula e usar citoprotetor de mucosa ou antiácidos, antes de partir para um tratamento mais agressivo, como IBP, nos lactentes e crianças com sintomas leves e moderados; – recomenda excluir alergia à proteína do leite de vaca antes de usar IBP nos lactentes com sintomas múltiplos e inespecíficos; – recomenda cursos de 4 a 8 semanas de IBP para sintomas típicos (azia, dor retroesternal, pirose, dor epigástrica) em crianças maiores; – recomendam não usar IBP em pacientes com sintomas extraesofágicos (tosse, broncoespasmo, asma), exceto na presença de sintomas típicos e/ou exame sugestivo de DRGE; endossado pelo Chest guideline – recomenda avaliação da eficácia do tratamento e exclusão de causas alternativas de sintomas em crianças que não respondem ao teste terapêutico com IBPs, bem feito, de 4 a 8 semanas; – por último, o consenso recomenda verificações regulares da necessidade de tratamentos longos com supressão ácida em crianças e lactentes. DRGE 14 Antagonistas do receptor H2 da histamina Qual o mecanismo de ação dos Antagonistas do receptor H2 da histamina? inibirem os receptores H2 de histamina nas células parietais gástricas A eficácia dos bloqueadores H2 na cicatrização das lesões erosivas é maior nos casos leves e moderados de DRGE Ranitidina suspensa no Brasil Tratamento cirúrgico Em quem pode ser necessário tratamento cirúrgico diante da DRGE (pediatria)? naqueles que necessitam tratamento medicamentoso contínuo e em casos de grande hérnia hiatal ou esôfago de Barrett Em 2018, o trabalho do grupo de experts sugere cirurgia de DRGE nas seguintes situações: – complicações que ameaçam a vida; – depois de avaliação apropriada para excluir outras doenças; – condições crônicas (fibrose cística, neuropatas), com risco importante de complicações; DRGE 15 – necessidade de uso crônico de medicações para controle dos sintomas. O que sugere o polidrâmio na ultrassonografia da grávida + vômitos no RN? Malformações do trato gastrointestinal Vômitos - rever Diferenças causas de 50 min em diante Tarefa - sexta Sucralfato IBP (efeitos colaterais) - disbiose intestinal Domperidona - alterações cardíacas, risco x benefício Casos clínicos - AULA Megacolon congênito - Doença de Hirschprung** Prova (Estudar) novamente Qual a etiologia da doença Megacolon congênito - Doença de Hirschprung? Ocorre devido à falta de migração de células da crista neural para o intestino, ocasionando uma ausência do sistema nervoso entérico, responsável pela inervação intrínseca do aparelho gastrointestinal, causando um trecho agangliônico no intestino e perda de sua motilidade Qual a clínica do Megacolon congênito - Doença de Hirschprung ? Varia de acordo com o segmento acometido - Obstipação crônica ou incontinência fecal, distensão abdominal, vômitos e atraso do crescimento. História de constipação desde muito jovem/constipação e/ou obstrução intestinal distal data dos primeiros dias de vida em quase todos casos Qual a forma clássica do Megacolon congênito - Doença de Hirschprung no período neonatal? DRGE 16 No período neonatal - Normalmente diagnosticada até o primeiro ano de vida. Manifesta-se no período neonatal com distensão abdominal, vômitos e demora na eliminação de mecônio. Pacientes ficam irritados, desnutridos, atraso no crescimento, com baixa aceitação alimentar Como podemos classificar a doença de Megacolon congênito - Doença de Hirschprung? O local da transição anatômica entre o segmento agangliônico distal e o segmento ganglionar proximal permite classificar a DH nas formas: 1. clássica --- quando o segmento agangliônico estende-se até o sigmoide proximal; (maioria) 2. com segmento longo --- quando a aganglionose alcança a flexura esplênica ou o cólon transverso e a 3. aganglionose colônica total (DHACT) --- quando o segmento agangliônico estende-se desde o ânus até, no máximo, 50 cm proximais à válvula ileocecal Qual a forma clássica do Megacolon congênito - Doença de Hirschprung no em diagnóstico tardio em crianças maiores? Constipação crônica e grave, que não responde bem a mudanças alimentares ou uso de laxantes. Distensão abdominal e vômitos presentes Saciedade precoce e ausência de encoprese. Podem apresentar mais raramente incontinência fecal. Qual exame mais confiável para confirma ou excluir Megacolon congênito - Doença de Hirschprung? Biopsia retal (padrão ouro)= ausência de células ganglionares DRGE 17 Enema baritado - contraste no ânus com realização de RX Como está a ampola retal na doença Hirschprung? Vazia, sem fezes, um segmento aganglionar não consegue empurrar as fezes até a ampola - diferencia com doença orgânica Como diagnosticar Megacolon congênito - Doença de Hirschprung? Há 3 características salientes que determinam o diagnóstico clínico da doença de Hirschsprung + biopsia retal 1. obstrução neonatal baixa exigindo colostomia para o alívio. 2. recém nascido com quadro clínico de obstrução recorrente, aliviada pelo toque retal ou por clister de salina, mas que acaba impondo o tratamento cirúrgico DRGE 18 3. apresentação dos sintomas efetivos mais tardiamente em pacientes que de inicio apresentavam sintomas leves ou, raramente, ausentes. Como tratar Megacolon congênito - Doença de Hirschprung? Cirúrgico Insuficiênica renal Qual a tríade clássica da tríade nefrítica? Hematúria (macro) Oligúria Edema Pa aumentada Proteinúria subnefrótica Qual o exame padrão ouro para o diagnóstico de síndrome nefrítica? Dosagem do Complemento C3 (baixo) Normaliza até 8 semanas se não normalizar é indicativo de biopsia**** Qual o tipo predominante das anemias da pediatria? Microcítica e normocrômica.