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Abuso e exploração sexual infanto-juvenil

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Tema: “Caminhos para combater o abuso e a exploração infanto-juvenil no Brasil”
O cortiço”, livro do naturalista Aluísio Azevedo, retrata, em uma de suas passagens, a história da personagem Pombinha, a qual é vítima de abuso sexual por não entender a gravidade da situação. Não distante do romance, milhares de crianças e de adolescente ainda sofrem com o abuso e a exploração sexual no Brasil, problemática que advém tanto do estigma social familiar referente à temática, quanto da não garantia dos direitos infanto-juvenis pelo Estado. Assim, caminhos socioeducacionais necessitam ser traçados para a reversão desse óbice. 
	Nesse sentido, em primeira instância, vale ressaltar o tabu presente na sociedade acerca do sexo. Isso porque diversas famílias optam por não educarem seus filhos sobre a sexualidade destes, fato que corrobora para o desconhecimento de abusos sexuais por parte dos menores. A exemplo disso, a série norte-americana “Sex education” aborda essa realidade mediante o protagonista Otis, o qual é o único da escola que teve educação sexual em casa e passa a orientar seus colegas sobre o tema. Sob essa perspectiva, devido à omissão familiar, os infantes não possuem orientações suficientes que denunciem tal prática, contribuindo para a impunidade dos exploradores e para a continuação de violação física e psicológica. 
	Outrossim, embora seja dever do Estado e da família garantir o direito à segurança e à proteção de crianças e adolescentes, de acordo com o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988 (CF-88), na prática não é cumprido. Nesse viés, os casos de abuso e de exploração dos menores ocorrem de maneira frequente e silenciosa no país, sentenciando os direitos institucionais dos inocentes. Dessa forma, a desproteção dos pequenos acontece, principalmente, no ambiente familiar, fator que desencoraja a denúncia e contribui para a formação de traumas. Por conseguinte, como o governo é irresponsável em seu papel de protetor, abre margem para tamanha vulnerabilidade dos indefesos, os quais são vítimas de um sistema omisso. Logo, a atuação do Estado frente ao problema hodierno precisa ser eficaz e urgente no combate ao abuso e à exploração sexual. 
	Partindo dos pressupostos anteriores, evidencia-se, portanto, a necessidade de alteração desse cenário e de proteção à infância. Para isso, cabe ao Ministério da Educação a promoção ampla da educação sexual de acordo com os níveis infantis, por meio do projeto “Cuidar e proteger” – iniciativa entre escola e família com atuação bimestral –, para o ensino dos limites das relações afetivas, a fim de proporcionar maior conhecimento e identificação sinais abusivos. Ademais, urge ao Poder Executivo o cumprimento do previsto pela CF-88, por intermédio da criação de delegacias especializadas de fiscalização e de controle, para assegurar a integridade infanto-juvenil contra a barbárie e barrar a progressão de casos de forma segura. Enfim, poder-se-á manter essa realidade presa à ficção do século XIX e construir uma nação mais protetora.

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