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Marla - Violencia infantil

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INSTITUTO AMAZÔNICO DE ENSINO SUPERIOR
RELATÓRIO DE PESQUISA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL
MANAUS/AM
2022
 1
ANA CLARA SEPUVIDA
KIME SLANER
MARIAH LETICIA
SILENE SANTOS
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL
Relatório da 1º jornada acadêmica da IAMES orientado pela Prof°. Marla Reis para obtenção de nota parcial da semana acadêmica.
MANAUS/AM
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 	4
 Objetivo geral 	5
 Objetivo específico 	
EMBASAMENTO TEÓRICO 	6
2.1 Formas de violência 	9
2.2 O Papel do Estado Frente à Violência e a Implementação de Políticas Públicas 	12
METODOLOGIA	14
CONCLUSÃO 	15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	16
1. INTRODUÇÃO
A priori, a violência doméstica-Infantil é um fenômeno universal que ocorre em diferentes níveis de desenvolvimento econômico e social, atingindo todas as classes sociais, etnias, religiões, raças e culturas.
Ademais, falar de violência doméstica contra criança e adolescente remete a uma problemática cultural, visto que na sociedade atual a violência está fortemente presente, tanto no ambiente intra-domiciliar, como fora dele. Trata-se de um problema de dimensões pouco conhecidas devido à escassez de informações e ao culto à "Lei do Silêncio" da população.
Diversos casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes são recorrentes e de difícil detecção, pois os envolvidos muitas vezes não denunciam, já que possuem com o agressor algum vínculo familiar e/ou afetivo. Como se trata de problema que é, muitas vezes, silenciado e negado por todos aqueles que estão direta ou indiretamente envolvidos, os profissionais da educação assumem um papel importante na detecção e notificação dos casos de violência ou de suspeita desta. 
A escola, como um dos primeiros ambientes de socialização da criança, além de ser um espaço em que a criança passa boa parte de seu tempo, torna-se um lugar privilegiado das percepções e desenvolvimento da criança. Assim, pode se configurar um ambiente propicio a detectar comportamentos atípicos de uma criança, especialmente, quando esta passa por situações de violência.
 “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.(BRASIL, 1988, art.227)
A violência praticada no ambiente familiar, que tanto pode ser por negligência, física e psicológica, embora guarde uma relação direta com a violência estrutural, não é um problema de saúde circunscrito a uma classe social, mas, principalmente, uma consequência das relações interpessoais dos atores envolvidos: criança/adolescente e familiares (pais, tios, irmãos etc.). 
 “a violência é um processo de objetalização da criança e do adolescente, na qual ambos são despidos de qualquer subjetividade e reduzidos à condição de objeto de maltrato. Neste contexto é possível dizer que, entre outras características, o ato violento doméstico: é uma violência interpessoal; é um processo de imposição de maus-tratos à vítima, de sua completa objetalização e sujeição;” (GUERRA, 1988, p.32). 
Por conseguinte, o conjunto de pesquisas desenvolvidas, almeja compartilhar a importância dos meios de proteção à criança e ao adolescente, e o quão prejudicial isso se torna com a ausência da sociedade.
 Objetivos
0.1.1 Objetivo geral
· Analisar e sintetizar estudos que abordem sobre o conhecimento a cerca da violência infantil, utilizando como instrumento de defesa e proteção das crianças e dos adolescentes, assim como as atitudes e os comportamentos tanto no meio social quanto as tomadas precatórias judiciais do Estado a este tipo de violência doméstica. 
 Objetivo específico
· Analisar os dados oficiais correspondentes a violência infantil;
· estudar e averiguar casos específicos e a transformação que alguns destes casos trouxe para a proteção contra a violação doméstica-infantil;
· identificar as medidas de proteção dos direitos da criança.
1. EMBASAMENTO TEÓRICO 
A violência acontece desde o início dos tempos, porém suas formas foram evoluindo, se aprimorando e se diversidicando. Além de sua publicização, compreensão e intervenção também terem avançado. Historicamente, a violência contra crianças sempre esteve vinculada ao processo educativo, constituindo-se um problema histórico-cultural que tem percorrido todas as décadas até o século atual, nas suas diferentes formas de expressão.
O abuso da criança é citado nos livros mais antigos da história da civilização humana, no Código de Hamurabi, por exemplo, as mulheres, filhos e filhas podiam ser vendidos para quitação de débitos vencidos. Os filhos assim vendidos trabalhavam durante três anos na casa do comprador ou do senhor. Desde os primórdios, a maior parte dos casos de violência contra a criança acontece no ambiente familiar, contrapondo o entendimento de proteção que a família deveria exercer. 
A história mostra que o infanticídio, o abandono e o uso de crianças para o trabalho e a guerra foram comuns desde a Grécia Antiga até recentemente, na civilização ocidental. Em Roma e na Grécia, uma criança poderia ser eliminada por não ser desejada, por motivos religiosos, por ser filho ilegítimo ou para controle populacional. Em Esparta, aos seis ou sete anos, os meninos passavam a residir com um adulto militar, que se encarregava de sua educação. O trabalho infantil escravo foi comum na Europa, sendo ilustrativo o fato de que somente no século XIX foi estabelecida a primeira lei, o Factory Act, na Inglaterra, que estabelecia o limite ‘mínimo de idade para o trabalho nas minas de carvão.
Esse movimento teria se dado por influência de mudanças na própria Igreja e no crescimento das cidades com nova organização social e aparecimento da burguesia. 
Frisa-se que essa evolução da situação da criança, até chegar ao estado de direito que é hoje defendida, não foi processo rápido, homogêneo e linear. Desde a promulgação da primeira lei conhecida, voltada para a criança, proibindo o infanticídio no ano 374 d.C.12, até a promulgação da Declaração dos Direitos da Criança em 1959 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, 600 anos se passaram.
A violência doméstica tem determinação complexa, sendo conseqüência de interação entre fatores culturais, sociais e características individuais dos cuidadores e da criança. No âmbito cultural, além da aceitação da idéia de propriedade da criança pelos pais, vem prevalecendo, ao longo da história, a compreensão do castigo físico como recurso pedagógico. 
O respeito à criança e a garantia de seu reconhecimento como cidadã perpassa por questões que vão além da não utilização do castigo corporal. Muitas vezes, são aplicados castigos sob formas veladas, com alto grau de violência psíquica, em nome da manutenção de costumes e bons hábitos, arraigados em determinadas sociedades.
O sentimento de pleno poder dos pais sobre a criança é formado na sociedade em que estes se inserem, pois o modelo de relação intrafamiliar é socialmente construído a partir de exigências, padrões e permissões de determinada época em determinado local. Podem-se tomar como exemplo as meninas chinesas, no início do século XX. As mesmas tinham seus pés fraturados e amarrados desde a primeira infância, para que se mantivessem pequenos, com até 10 centímetros, essa prática era conhecida como “pés de lótus”. 
Na Roma antiga, a criança era considerada propriedade do pai, e tal como defendia Aristóteles na Grécia antiga, como não era possível ser-se injusto com a sua própria propriedade, nenhum comportamento do pai para com os filhos poderia ser interpretado como injusto. O pai detinha sobre eles o direito de vida e de morte. 
Os diferentes padrões culturais existentes no mundo ainda dificultam as comparações internacionais de dados sobre maus tratos,pois nem tudo o que é considerado abuso no nosso meio, também o é em outros países. Por exemplo, em 1994, a Suprema Corte Inglesa votou uma lei no sentido de permitir às babás o castigo físico aplicado às crianças sob seus cuidados. Ressalta-se que na Inglaterra, somente agora é que se iniciaram discussões sobre o direito dos professores de castigar fisicamente seus alunos, fato teoricamente inadmissível no Brasil.
No Brasil Colonial, e nos primeiros tempos da Independência, são a Igreja e o senhor-de-engenho que ditavam as regras do "bem-viver". No entanto, a corte portuguesa com a vinda da família real, o crescimento das cidades e o término da escravidão aumentaram a influência dos costumes citadinos, levando a modificações do universo familiar da colônia. 
A influência dos costumes burgueses e dos modismos dessa sociedade urbanizada causou efeitos no relacionamento entre pais e filhos, principalmente quanto aos cuidados. A instituição familiar nessa época era caracterizada por permanente estado de mau funcionamento, sendo considerada pelas instâncias do poder e pela Ciência como incompetente, incapaz e sem qualidades para educar as crianças.
 Considerava-se que a família colonial não sabia administrar a saúde física dos filhos. A família colonizada, por outro lado, não se encarregava da higiene e da educação de suas crianças, por submissão a outros interesses imposta pela sua nova realidade social, incluindo costumes citadinos trazidos pela cultura europeia, determinando novos hábitos e valores sociais.
A partir da segunda metade do século XX, sobretudo na década de 1960, com a aceleração do processo de modernização da sociedade e novos contextos políticos, tem sido fortalecido um novo discurso no qual outros agentes, como juízes e policiais, além de pais e professores, estariam encarregados de normalizar crianças e jovens a serviço da ordem social.
No Brasil, a violência física, outras formas de abuso e desrespeito aos direitos humanos não estão apenas nítidos, mas também banalizados. A criança, pela sua relativa fragilidade física e emocional, está fortemente exposta e sofre seriamente as consequências deste contexto de "fragilidade social". 
As mortes e acidentes evitáveis, o fracasso escolar, a negligência, a exploração da mão-de-obra infantil, o espancamento e o abuso sexual fazem parte da realidade observada no dia-a-dia de quem trabalha com a saúde e educação de crianças, mas também claramente evidenciada na mídia, estampada em jornais e noticiários de televisão. Bauer estima que anualmente ocorram 1.000.000 de casos de maus-tratos de crianças no mundo. 
Considera, ainda, que muitos casos de abuso e de negligência não são notificados ou são inconsistentes. Por isso, o número das crianças abusadas, negligenciadas e mortas pode ser ainda mais elevado. A UNICEF revela que entre 2016 e 2020, foram identificadas pelo menos 1.070 mortes violentas de crianças de até 9 anos de idade, dentro de casa. Em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, foram 213 crianças dessa faixa etária mortas de forma violenta. Houve um aumento na faixa etária de até 4 anos, o que preocupa por serem mortes violentas na primeira infância. Nos 18 estados para os quais se dispõem de dados completos para a série histórica, as mortes violentas de crianças de até 4 anos aumentaram 27% de 2016 a 2020 – passando de 112, em 2016, para 142, em 2020. (UNICEF, 2021)
A Constituição de 1988 proclamou a proteção integral da criança e do adolescente. A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 13 de julho de 1990, estabelece nova política estatutária do direito da infância e da juventude, reconhecendo crianças e adolescentes como sujeitos de direito e, portanto, devendo ser reconhecidos como pessoas em desenvolvimento, como indivíduos com suas próprias necessidades e merecedores de proteção integral.
Apesar da valorização da criança pela sociedade e políticas públicas, a violência ainda permanece como grave ameaça às suas condições de vida, fato merecedor de estudos e estratégias de enfrentamento. A violência contra a criança, que tem se perpetuado até os dias de hoje, vem sendo responsável por agravos e sequelas que atingem as crianças e em plena fase de crescimento e desenvolvimento, constituindo a principal causa de morbimortalidade no grupo infantil.
Esses fatos reforçam a necessidade de aumento e aprofundamento nos estudos sobre violência doméstica. Paradoxalmente é pensar que possa haver qualidade de vida em uma criança que vivencia ou já experimentou um trauma e pode-se afirmar que a preocupação com esse aspecto incomoda os profissionais que lidam com crianças.
2.1 Formas de violência 
As formas de violência às quais crianças e adolescentes podem ser submetidos são classificadas em: violência física, violência sexual, violência psicológica, negligência, Síndrome de Münchausen por Transferência e bullying.
Violência física é definida como uso da força física de forma intencional, não acidental, praticada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas, com o objetivo de ferir, provocar danos ou levar a criança ou o adolescente à morte, deixando ou não marcas evidentes. Estatísticas nacionais revelam que o principal agressor, para os casos de violência física, tem sido a mãe, pela mudança de perfil da sociedade nos últimos anos e a presença, cada vez maior, de famílias uni parentais.
Violência sexual é todo ato ou jogo sexual, hetero ou homossexual, cujo agressor está em estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado do que o da criança ou adolescente. Tem como intenção estimulá-la sexualmente ou utilizá-la para obter satisfação sexual. 
Baseia-se em relação de poder e pode incluir desde carícias, manipulação da genitália, mama ou ânus, pornografia e exibicionismo, até o ato sexual com ou sem penetração. Tais práticas eróticas e sexuais são impostas à criança ou ao adolescente pela violência física, por ameaças ou pela indução de sua vontade.
A violência sexual pode ter diferentes contextos de ocorrência, sendo que cada um deles apresenta características especificas em termos de demande atendimento. A relação entre o agressor e a criança ou adolescente é o principal determinante da forma de manifestação dos casos e pode apresentar-se das seguintes formas:
· Abuso sexual extrafamiliar com agressor desconhecido:
Neste caso, a violência sexual geralmente ocorre uma única vez, de forma abrupta, e o abuso vem acompanhado de violência física. Como há ausência de qualquer vínculo com o agressor, a quebra do silêncio por parte da criança ou do adolescente e de sua família é impulsionada e, por isso, a denúncia acontece mais facilmente. Acomete mais frequentemente adolescentes do sexo feminino e a maioria dos casos acontece fora do ambiente doméstico, sendo comuns as situações em que ocorre penetração vaginal, anal ou oral.
· Abuso sexual extrafamiliar com agressor conhecido:
Pode ocorrer mais de uma vez e tende a acontecer de forma gradual, ou seja, as atividades sexuais praticadas vão se tornando gradativamente mais intensas, até culminar com a relação sexual com penetração. Geralmente vem acompanhada de ameaças verbais e/ou de sedução, fazendo com que a criança ou adolescente mantenha o silêncio por medo, vergonha ou para se proteger, ou mesmo para proteger a família ou o próprio agressor.
· Abuso sexual intrafamiliar:
Ocorre entre membros de uma mesma família que tenham algum grau de parentesco ou afinidade. É mais frequente dentro do ambiente doméstico, mas pode ocorrer também em outros espaços. A resistência para quebra do silêncio é mais intensa em decorrência do vínculo entre os envolvidos. É importante sempre lembrar que nestes casos todos os familiares estão direta ou indiretamente envolvidos, não existindo uma única relação exclusiva entre agressor e criança ou adolescente. Esse tipo de violência também ocorre de forma gradual. 
Violência psicológica caracteriza-se por toda forma de submissão da criança ou adolescente aos pais ou responsáveis por meio de agressões verbais, humilhação,desqualificação, discriminação, depreciação, culpabilização, responsabilização excessiva, indiferença ou rejeição. É considerada também violência psicológica a utilização da criança ou adolescente para atender às necessidades psíquicas dos adultos. Todas essas formas de maus tratos podem causar danos, muitas vezes irreversíveis, ao desenvolvimento biopsicossocial.
Pela sutileza do ato e pela falta de evidências imediatas de maus tratos, esse tipo de violência é muito difícil de ser identificada, apesar de muitas vezes estar associada às demais formas de violência. Há de ser considerada também a submissão da criança ou do adolescente a trabalhos inadequados para sua idade e estágio de socialização, uma vez que a própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) considera inadequado o trabalho para menores de 14 anos.
Negligência é o ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades básicas para o seu desenvolvimento físico, emocional e social. O abandono é considerado como a forma extrema de negligência. Pode caracterizar-se pela omissão de cuidados básicos como a privação de medicamentos, falta de atendimento aos cuidados necessários com a saúde, descuido com a higiene, ausência de proteção contra as condições adversas do meio ambiente (como frio ou calor), não provimento de estímulos e de condições para a frequência à escola.
A negligência pode ser física, educacional ou emocional. A negligência emocional compreende a deterioração do ambiente interpessoal do lar e induz aspectos negativos na criança em relação a senso de segurança física e emocional, aceitação, autoestima, consideração e autonomia. Embora haja pouco consenso sobre sua definição, segundo Harrington ecol., negligência emocional tem sido, na prática, considerada como a falta de responsabilidade e afeto parental, além da falta de consistência e predeterminação no trato com a criança, especialmente no plano disciplinar.
Síndrome de Munchausen por transferência é outra forma de violência para a qual os profissionais da saúde devem estar atentos. Pode ser definida como a situação na qual a criança ou adolescente é trazido para receber cuidados médicos devido a sintomas e/ou sinais inventados ou provocados por seus pais (frequentemente a mãe) ou responsáveis. Esta prática impõe sofrimentos físicos ao paciente, como a exigência de exames complementares desnecessários, o uso de medicamentos ou ingestão forçada de substâncias, além de provocar danos psicológicos pelas multiplicações de consultas e internações sem motivo. 
Bullying é uma forma de violência que está sendo percebida com maior intensidade entre adolescentes, praticada particularmente nas escolas e incrementada pelos meios virtuais de comunicação, como a internet, principalmente por meio das redes sociais e telefone celular, via serviço de mensagens instantâneas. O termo bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivações evidentes.
2.2 O Papel do Estado Frente à Violência e a Implementação de Políticas Públicas
 As políticas públicas são essenciais, pois as crianças e adolescentes ficam calados diante da violência sofrida, por medo ou por vergonha. Medidas de enfrentamento ou prevenção darão um alerta as famílias que podem está com esse tipo de problema, para proteger de possíveis agressões que possam está sofrendo por um ente querido da família. Também por meio dessas políticas o agressor verá que, terá uma punição para o crime o qual cometeu, pois, o Estado está mais atento a esses crimes, que, por vezes, estão escondidos por anos de silêncio.
 A conduta do Estado para enfrentar a violência doméstica infantil vai além da simples tipificação penal. Ela também compreende medidas preventivas de enfrentamento a este crime. Este papel foi assumido pelo Brasil na própria Constituição Federal, o Artigo 227 destaca como dever da família, da sociedade e do Estado deixar essa população a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), principal marco legal que trata da proteção integral dessa parcela da sociedade, ressalta ainda que qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais deve ser punido na forma da lei. O Artigo 70 do ECA (Brasil, 1990) diz que é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
O Estatuto define ainda as práticas que são consideradas crime e suas penalidades, como a pornografia infantil; a submissão da criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual; o aliciamento da criança com o fim de com ela praticar ato libidinoso; e a corrupção de menores de 18 anos para a prática de infração penal. Outro avanço importante foi a Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014, conhecida como Lei Menino Bernardo alterou artigos do ECA para garantir às crianças e adolescentes o direito de serem educados sem o uso de castigos físicos e de tratamento cruel ou degradante.
 Outro avanço importante foi a Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014, conhecida como Lei Menino Bernardo alterou artigos do ECA para garantir às crianças e adolescentes o direito de serem educados sem o uso de castigos físicos e de tratamento cruel ou degradante. E mais recentemente, foi publicada no dia 25/5 a Lei nº 14.344/22, que “cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente” (Brasil, 2022 – Preâmbulo) Batizada de Lei Henry Borel, a novatio legis, dentre outras novidades, inclui como qualificadora do crime do artigo 121 do Código Penal Brasileiro o homicídio praticado contra menor de 14 anos.
 Semelhante a como vem sendo aplicado pela Lei Maria da Penha (Lei nº 13.340/06), outra importante alteração da Lei Henry Borel foi a possibilidade de fixação de medida protetiva quando houver risco iminente à vida ou à integridade da vítima, afastando-se o agressor do lar ou local de convivência.
 Por fim, mas sem esgotar todas as novidades da Lei nº 14.344/22, cumpre destacar a ratificação do papel do Conselho Tutelar, de forma que, dentre suas atribuições, está a de atender a criança e o adolescente vítima ou testemunha de violência doméstica e familiar, ou submetido a tratamento cruel ou degradante ou a formas violentas de educação, correção ou disciplina.
 Através destes institutos que o Estado atua na formulação de políticas públicas voltadas à proteção integral da criança e do adolescente, dentro dos eixos de atenção à vítima, responsabilização dos agressores, bem como da promoção de ações que esclareçam a população sobre como identificar e denunciar casos de violência, afinal, como prevê o artigo 227 da Constituição Federal/1988, “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
2. METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho, optou-se pela pesquisa bibliográfica que em primeiro momento trouxe os aspectos históricos de violação dos direitos da criança, bem como os aspectos emocionais que historicamente estas violações têm trazido à infância, assim como os tipos de violência domésticas-infantil, através de revisão bibliográfica de artigos e revistas que tratam da temática.
Trouxe também, a participação das políticas públicas e os marcos legais de proteção à criança e ao adolescente e os avanços relacionados ao combate à violência doméstica-infantil.
3. CONCLUSÃO
Ao término do seguinte trabalho pode-se constatar que os maus-tratos contra crianças acompanham a história da humanidade. Porém, somente a partir das últimas décadasa questão foi admitida como problema de saúde pública devido à ampla gama de consequências que pode gerar, nas diversas áreas do desenvolvimento humano.
 Esta pesquisa de levantamento bibliográfico teve por objetivo reunir as consequências dos maus-tratos para o desenvolvimento infantil, foi constatado que os maus-tratos contra crianças podem acarretar uma ampla gama de consequências, mas a maneira pelas quais as mesmas se instalam não foi bem elucidada.
 Não se sabe qual é a modalidade de violência mais danosa, nem quais são os fatores que possibilitam a melhora no prognóstico dessas vítimas. É inegável que vivências traumáticas comprometem o desenvolvimento de uma criança, principalmente nos aspectos emocionais. E, por sua vez, como as áreas do desenvolvimento são integradas, o desenvolvimento é comprometido como um todo,
dependendo da fase em que a criança se encontra.
No entanto, talvez o mais importante não seja buscar descrever detalhadamente as relações entre os maus-tratos e as consequências, e sim observar os danos causados e procurar formas para romper com o círculo vicioso da violência. Talvez a raiz de toda a problemática trazida nesta pesquisa esteja na dificuldade do mundo adulto em conceber a criança como pessoa, e como tal provida de inteligência, necessidades e sentimentos. 
Foi necessário que houvesse uma lei específica para proteger as crianças, indicando que a existência da Declaração Universal dos Direitos Humanos não é suficientemente abrangente para protegê-las também, visto que a publicação do ECA não bastou para coibir a violência contra a criança. 
Assim sendo, toda a sociedade deveria ser conscientizada sobre os problemas que advém da violência familiar, até porque a parcela que não é perpetradora das agressões é conivente e se omite para permitir que as crianças continuem a ser abandonadas, humilhadas, espancadas e abusadas sexualmente pelas figuras que deveriam ser suas maiores referências afetivas.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS - Cadernos da FUCAMP, v.12, n.16, p.45-63/2013: https://www.conjur.com.br/2022-mai-26/rafael-torres-novidades-lei-henry-borel. Acesso em: 21 de jun.de 2022
BRASIL. ECA. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Senado Federal, 1990. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 21 de jun. de 2022.
BRASIL. Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997. Define os crimes de tortura e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9455.htm. Acesso em: 21 de jun. de 2022.
Caderno de Violência Doméstica e Sexual Contra CRIANÇAS E ADOLESCENTES https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/crianca/Adolescente.pdf
PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES – PLANEVCA/2022
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/nos-ultimos-cinco-anos-35-mil-criancas-e-adolescentes-foram-mortos-de-forma-violenta-no-brasil - Acesso em: 24 de jun.2022
 
1
 
INSTITUTO AMAZÔNICO DE ENSINO SUPERIOR
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO
 
DE
 
PESQUISA
 
 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA
 
DOMÉSTICA
 
INFANTIL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS/AM
 
2022
 
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