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503Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019 RESUMO Introdução: Sabe-se que o treinamento físico e de imagética motora induz a resultados positivos na qualidade de vida dos pacientes com doenças neurodegenerativas. Entretanto, não se sabe quais efeitos são possíveis de se obter quando ambos tipos de treinamento são combinados. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos de uma combinação de treinamento físico e de imagética sobre os níveis neurotróficos, per- cepção das dimensões corporais e atividades da vida diária (AVD) em indivíduos com doença de Parkinson (DP). Métodos: Durante um período de oito semanas, 13 indivíduos realizaram uma hora de treinamento aeróbico em combinação com um treinamento de imagética motora (MIT) duas vezes por semana. Foram mensurados os seguintes parâmetros: níveis séricos do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), nível de dependência para atividades de vida diária (AVD - Básico [ABDL] e instrumental [AIDL]), percepção das dimensões corporais e teste de lateralidade da mão. Resultados: O treinamento físico combinado ao MIT aumentou os níveis séricos de BDNF de um modo não estatisticamente significativo em 128,08% (88,81 ± 111,83 pg/ml versus 202,56 ± 183,43 pg/ml, p = 0,068). O delta BDNF apresentou uma variação média de 218,05 ± 547,55% (ES = 1,04). A percepção das dimensões corporais e o tempo de reação para o reconhecimento da mão melhoraram, porém, não de um modo significativo estatisticamente. As AVDs (9,52% nas ABDL’s e 17,76% nas AIDLs) melhoraram de um modo significativo estatistica- mente. Conclusão: Apesar do pequeno número de indivíduos, limitações do estudo e ao fato de que a maioria dos resultados não era estatisticamente significativo, os resultados aqui obtidos indicam uma melhora clínica associada à ação neurotrófica do BDNF na percepção das dimensões corporais e na capacidade funcional de indivíduos com doença de Parkinson. Nível de evidência II, Estudos terapêuticos–Investigação dos resultados do tratamento. Descritores: Envelhecimento; Doenças neurodegenerativas; Sistema nervoso central; Imaginação; Exercício. ABSTRACT Introduction: Physical and motor imagery training is known to induce positive results in the quality of life of patients with neurodegenerative diseases. However, it is not known which effects are achievable when both types of training are combined. Objective: This study aimed to investigate the effects of a combination of physical and imagery training on neurotrophin levels, the perception of body dimensions and activities of daily living (ADL) in individuals with Parkinson’s disease (PD). Methods: Over an 8-week period, thirteen subjects underwent one hour of aerobic training in combination with twice-weekly imagery training (MIT). The following parameters were measured: brain-derived neurotrophic factor (BDNF) serum levels, level of dependence for activities of daily living (ADLs – Basic [ABDL] and Instrumental [AIDL]), perception of body dimensions and hand laterality test. Results: Physical training combined with MIT increased serum BDNF levels in a non-statistically significant manner by 128.08% (88.81 ± 111.83 pg/ml versus 202.56 ± 183.43 pg/ml, p= 0.068). Delta BDNF showed a mean variation of 218.05 ± 547.55% (ES = 1.04). Perception of body dimensions and hand recognition reaction time both improved, but not in a non-statistically significant manner. ADLs (9.52% in ABDLs and 17.76% in AIDLs) improved in a statistically significant manner. Conclusion: Despite the small number of subjects, study limitations, and the fact that most results were non-statistically significant, the results obtained here indicate clinical improvement associated with the neurotrophic action of BDNF on the perception of body dimensions and the functional capacity of Parkinson’s disease subjects. Level of evidence II, Therapeutic studies–Investigation of treatment results. Keywords: Aging; Neurodegenerative diseases; Central Nervous System; Imagination; Exercise. RESUMEN Introducción: Se sabe que el entrenamiento físico y de imagética motora induce a resultados positivos en la calidad de vida de los pacientes con enfermedades neurodegenerativas. Entretanto, no se sabe qué efectos son posibles de obtenerse cuando ambos tipos de entrenamiento son combinados. Objetivo: El presente estudio tuvo como objetivo investigar los efectos de una combinación de entrenamiento físico y de imagética sobre los niveles neurotróficos, la percepción de las dimensiones corporales y las actividades de la vida diaria (AVD) en individuos con enfermedad de Parkinson (EP). Métodos: Durante un período de ocho semanas, 13 individuos realizaron una hora de entrenamiento aeróbico en combinación con un entrenamiento de imagética motora (MIT) dos veces por semana. Se midieron los siguientes parámetros: niveles séricos del factor neurotrófico derivado del cerebro (BDNF), nivel de dependencia para las actividades de la vida diaria (AVD - Básico [ABDL] e Instrumental [AIDL]), percepción de las dimensiones corporales y test de lateralidad de la mano. Resultados: El entrenamiento físico combinado al MIT aumentó los niveles séricos de BDNF de un modo no estadísticamente significativo en 128,08% (88,81 ± 111,83 pg/ ml versus 202,56 ± 183,43 pg/ml, p = 0,068). El delta BDNF mostró una variación promedio de 218,05 ± 547,55% (ES = 1,04). RESPOSTAS CRÔNICAS DO TREINAMENTO FÍSICO E DE IMAGÉTICA NA DOENÇA DE PARKINSON CHRONIC RESPONSES OF PHYSICAL AND IMAGERY TRAINING ON PARKINSON’S DISEASE RESPUESTAS CRÓNICAS DEL ENTRENAMIENTO FÍSICO Y DE IMAGÉTICA EN LA ENFERMEDAD DE PARKINSON Priscilla de Dio Santos Pondé1,2 (Fisioterapeuta) Walter Krause Neto3 (Profissional de Educação Física) Dayane Nunes Rodrigues4 (Fisioterapeuta) Layane Cristina1 (Graduanda em Fisioterapia) Marta Ferreira Bastos2 (Biomédica) Iris Callado Sanches4 (Profissional de Educação Física) Eliane Florencio Gama1,2,3 (Fisioterapeuta) 2. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Ciências do Envelhecimento, São Paulo, SP, Brasil. 1. Universidade São Judas Tadeu, Departamento de Educação Física, Laboratório de Percepção Corporal e Movimento, São Paulo, SP, Brasil. 3. Universidade São Judas Tadeu, Departamento de Educação Física, Laboratório de Estudos Morfoquantitativos e Imunohistoquímica, São Paulo, SP, Brasil. 4. Universidade São Judas Tadeu, Departamento de Educação Física, Laboratório de Movimento Humano, São Paulo, SP, Brasil. Correspondência: Walter Krause Neto. Rua Taquari, 546, Unidade da Mooca, São Paulo, SP, Brasil. 03166-000. wild_krause@hotmail.com Artigo originAl Original article artículO Original 504 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019 La percepción de las dimensiones corporales y el tiempo de reacción para el reconocimiento de la mano mejoraron, aunque no de un modo estadísticamente significativo. Las AVD (9,52% en las ABDL y 17,76% en AIDL) mejoraron de un modo estadística- mente significativo. Conclusión: A pesar del pequeño número de sujetos, limitaciones del estudio y el hecho de que la mayoría de los resultados no era estadísticamente significativos, los resultados obtenidos aquí indican una mejora clínica asociada a la acción neurotrófica del BDNF en la percepción de las dimensiones corporales y la capacidad funcional de individuos con enfermedad de Parkinson. Nivel de evidencia II, Estudios terapéuticos–Investigación de los resultados del tratamiento. Descriptores: Envejecimiento; Enfermedades neurodegenerativas; Sistema nervioso central; Imaginación; Ejercicio. Artigo recebido em 17/09/2018 aprovado em 06/05/2019DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220192506214238 INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional tem sido discutido em larga escala, devido às mudanças estruturais e fisiológicas1,2. Neste contexto, a doença de Parkinson (DP) destaca-se como a segunda doença neurodegene- rativa mais prevalente na população idosa mundial. Sua progressão é acompanhada pelaperda de independência motora e redução de aproximadamente 60% dos neurônios dopaminérgicos no estágio tardio3. Há evidências crescentes de que várias habilidades cognitivas e perceptivas estão prejudicadas na DP idiopática, e o tratamento con- vencional de medicamentos dopaminérgicos apresenta limitações4. Uma das estratégias utilizadas para estimular a plasticidade neuronal é o treinamento físico, cujos benefícios estão associados ao aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), funções físicas e cognitivas, e melhora dos sintomas depressivos5-7. Entretanto, alguns indivíduos podem apresentar limitações para ati- vidades físicas e uma das formas de superar essa dificuldade é por meio da prática da imagética motora (MIT). O MIT é descrito como o estado de uma ação em seu ambiente específico que usa as mesmas representações motoras internas que os movimentos realizados fisicamente em um nível neural específico. A prática do MIT é um complemento à prática física, uma vez que a hipótese é que os pacientes que recebem esse tratamento, além do treinamento físico, demonstrem maiores ganhos em relação àqueles que recebem apenas a prática física. Rienzo et al8 citam que a associação do MIT com o treinamento físico pode ser eficiente para o tratamento da DP, uma vez que a atividade mental através de uma atividade física pode ser capaz de estabelecer novas conexões neuronais, levando à plastici- dade neuronal, além da preservação da percepção corporal, tornando-se importante para o planejamento motor. A implementação desse regime de tratamento combinado permite prolongar o tempo de prática com baixo risco e baixo custo9. Tudo isso nos leva a supor que o treinamento físico associado ao MIT pode ser capaz de melhorar os níveis séricos de BDNF, as ativida- des de vida diária (ADLs) e a percepção dimensional do corpo. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da associação entre o exercício físico e o MIT nos níveis de BDNF, a percepção das dimensões corporais e as AVD em idosos com DP. Metodologia Este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa com seres humanos sob o número 1.738.264. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra foi composta por 13 sujeitos (sexo masculino, idade de 60,63±14,45 anos), com tempo médio de diagnóstico de 9,38±5,85 anos e tratamento contínuo de 2,92±3,19 anos. Todos os sujeitos eram destros, predominantemente DP no lado esquerdo. Os voluntários continuaram o tratamento prescrito, com comum (apesar das dosagens diferenciadas) uso de levodopa (droga dopaminérgica agonista antiparkinsônico com ação no SNC). Os voluntários foram classificados pela escala de Hoehn e Yahr10, de acordo com o grau de incapacidade determinado pela doença, sendo incluídos os participantes com DP grau II e III (Tabela 1). Aplicou-se o Questionário de Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), composto por seis grupos de questões11, permitindo rastrear as perdas cognitivas por meio de pontuação. Os participantes que tiveram diagnóstico de outras doenças como demência, doença vascular cerebral (DEV), lesão medular (LME), membro amputado, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus descontrola- do, lesão ortopédica que impossibilitasse a realização do experimento, afasia e incapacidade de seguir dois comandos ao mesmo tempo foram excluídos do estudo no momento da triagem. Os participantes realizaram treinamento físico-cognitivo durante a tarde, associando o MIT aeróbico12-16 e explícito (externo-visual) e implícito (interno-cinestésico). Design experimental O protocolo de pesquisa foi composto por três etapas (Figura 1). Protocolo de treinamento aeróbico O treinamento aeróbio foi escolhido por ser reconhecido por melho- rar a marcha e por induzir a neuroplasticidade em vários modelos12,14,17,18. O treinamento foi realizado em esteira rolante (marca Johnson Jet3000®) e intensidade controlada pelo monitor de frequência cardíaca Polar® (modelo RS 800 CXSD). Após familiarização, todos foram submetidos a um período de treinamento de 8 semanas (2x/semana, 40 minutos e 50-70% FCmáx). Treinamento de imagética motora A sessão do MIT acompanhou o treinamento físico, buscando otimi- zar o desempenho na prática imaginária, pois o próprio exercício físico desencadeia alterações na perfusão sanguínea regional, favorecendo a oxigenação dos circuitos motores subjacentes, o que contribui para mudanças na conectividade cerebral associada à sinaptogênese14. O treinamento do MIT durou aproximadamente de 12 a 15 minutos, distribuídos em: • 3 minutos: concentração inicial com música instrumental, sendo o sujeito orientado verbalmente pelo profissional para perceber suas articulações e membros; • 7 minutos: prática imaginária, orientação verbal para imaginar-se praticando os movimentos envolvidos nas atividades de trabalho da vida cotidiana; Tabela 1. Hoehn & Yahr Scale (1967) - estágios e sintomas da doença de Parkinson. Estágios Sintomas 1 Apresenta sintomas unilaterais 2 Apresenta sintomas bilaterais, sem prejuízo do equilíbrio 3 Comprometimento postural: refletido na independência física 4 Incapacidade grave, mas ainda capaz de andar ou ficar em pé sem ajuda 5 Cadeira de rodas ou acamados 505Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019 • 2 minutos: o retorno de imagens (projeção de vídeo) gravadas em treinamento físico (real), referente à corrida em esteira; • 2 minutos: relaxamento final. Durante este treinamento, instruções verbais detalhadas dos exercí- cios do MIT foram dadas tanto para aspectos visuais quanto cinestésicos, buscando usar descrições dos movimentos a serem realizados de uma maneira compatível com o movimento real. Em cada sessão, diferentes grupos de atividades diárias foram trabalhados. Os testes de congruência de tempo foram usados para abordar a precisão do conteúdo do MIT. Os participantes foram instruídos a rea- lizar o MIT de uma tarefa motora sequencial. Em algum momento do processo controlado pelo treinador, os avaliados foram interrompidos e solicitados a descrever verbalmente o conteúdo do MIT no ponto de interrupção do avaliador. A precisão do MIT também foi avaliada após a conclusão das ações imaginadas. Não há um protocolo detalhado do treinamento com imagens motoras, por isso, prescrevemos o MIT de acordo com as evidências disponíveis na literatura9,19-22. Quantificação de BDNF no soro Amostras de sangue foram coletadas assepticamente em tubos Va- cutainer (10 ml) com anticoagulante e mantidas a 4°C por não mais que 2 horas de coleta de sangue, e centrifugadas a 3.000 rpm por 15 minutos e armazenadas a -80° C até a análise. Este material foi coletado em dois mo- mentos: antes do início e após as intervenções. Os níveis de BDNF no soro foram determinados utilizando imunoensaio enzimático de kit comercial disponível para o BDNF (Human BDNF Duo Set Elisa) pelo método Elisa. Placas de microtiter foram revestidas durante 24 horas com amostras diluidas 1:2 e a curva padrão no intervalo de 2,8 a 500 pg de BDNF. As placas foram lavadas quatro vezes com substância tampão, os anticorpos anti-BDNF foram adicionados e incubados durante 2 horas temperatura ambiente. Após a lavagem, uma segunda incubação foi adicionada com anticorpos conjugados com peroxidase por 2 horas à temperatura ambiente. Após adição de estreptavidina, substrato e solução preparada, determinou-se a quantidade de BDNF (absorvância a 450 nm). Os valores de absorbância obtidos após a leitura em espectrofotômetro a 450 nm foram convertidos para pg/ml após a elaboração da curva padrão com concentrações conhecidas de BDNF (R = 0,99). Questionário de dependência para ADLs As atividades básicas (ABDL) foram avaliadas com base no Índice de Katz23, enquanto as atividades instrumentais (AIDL) foram mensuradas com base na Escala de Lawton24. Investigamos seis atividades de autocuidado (alimentação, banho, vestir-se, ir ao banheiro, deitare levantar da cama e/ou cadeira e controlar as funções de micção e/ou evacuação) e oito atividades instrumentais (telefone, limpar a casa, lavar roupa, preparar refeições, tomar remédios, fazer compras, transportar e cuidar de dinheiro). Nos casos em que o entrevistado relatou que ele não realizou uma determinada atividade em sua vida diária, ele foi convidado a pensar em uma situação similarmente experimentada ou, se ele preferisse, a tentar realizar a atividade sem a ajuda de terceiros e responder mais tarde. O score da escala de graus de dependência baseada no Índice de Katz, foi feita através da soma do número de atividades em que o indivíduo é dependente, numa escala de 0 a 6, onde 0 = independente e 6 = dependente de todas as funções. No índice de Lawton-Brody, o escore utilizado foi 0 (dependente) a 8 (independente) para mulheres e 0-5 para homens. Assim, quanto maior o escore obtido, maior é o grau de dependência do sujeito para realizar as atividades diárias. Teste de Percepção Dimensional do Corpo A percepção da dimensão corporal foi avaliada através do Image Marking Procedure (IMP), posteriormente relacionando os resultados à lateralidade. Neste teste, os indivíduos foram marcados nas seguintes regiões do corpo: articulações acromioclaviculares direita e esquerda, curvas da cintura direita e esquerda e grandes trocânteres do fêmur direito e esquerdo. Os indivíduos foram vendados e colocados em po- sição ortostática em frente a uma parede branca. A distância do sujeito até a parede foi determinada pelo comprimento do membro superior do sujeito semiflexionado, de modo que sua mão alcançasse a parede. Os sujeitos foram instruídos, através de instruções verbais, a imaginar que a parede era um espelho. Para marcar a dimensão percebida, os pontos marcados foram tocados e os indivíduos apontaram para a pa- rede diante deles, a projeção de cada ponto tocado. Para determinar a medida real, o avaliador posicionou o indivíduo perto da parede para marcar os pontos tocados com o uso de uma régua. O Índice de Percepção do Corpo (BPI) foi aplicado para verificar as assimetrias. Em seguida, aplica-se a fórmula: tamanho percebido (média das 3 dimensões percebidas) dividido pelo tamanho real multiplicado por 100 (tamanho percebido/tamanho real x 100), cujo resultado é dado em valores percentuais. A classificação foi feita pelos seguintes critérios: sujeitos que percebem entre 99,4% e 112,3% foram conside- rados percepção corporal adequada; valores abaixo de 99,4% foram classificados como hipo-esquemáticos e aqueles acima de 112,3% são hiper-esquemáticos25 [Tabela 2]. Tabela 2. Categorização do índice geral de percepção corporal (BPIg) com base nos critérios de Segheto et al. (2012). Classificação Percentual da classificação Hipo-esquemático <99,4 Normal esquemático 99,4-112,3 Hiper-esquemático >112,3 Figura 1. Esboço do desenho do estudo, mostrando a inscrição e participação dos sujeitos em cada etapa. Sujeitos avaliados para elegibilidade N=13 Excluídos N=2 Sujeitos alocados para intervenção N=11 Treinamento físico e imagética motora N=9 Pós-avaliação (BDNF, CPI, Lateralidade e AVDs) N=8 Pré-avaliação (BDNF, CPI, Lateralidade e ADLs) Excluído por não completar avaliações físicas N=2 Excluído devido a retirada N=1 506 Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019 Teste de lateralidade Para reconhecer a mão em diferentes posições, o sujeito faz o movimen- to mental para identificar a mão apresentada26. Para avaliar a capacidade de reconhecimento da mão, foi aplicado um teste de lateralidade utilizando o software “E-Prime” (versão Standart 2.0 desenvolvida por Cohen et al. Versão para Windows, Psychology software and tools, Inc.), específico para medir o tempo gasto para reconhecer se a mão apresentada em foto e em diferentes ângulos é a direita ou a esquerda. O “E-Prime” foi progra- mado para apresentar fotos digitalizadas das mãos direita e esquerda em diferentes posições: 0°, 90° lateral, 90° medial e 180° com a palma voltada para cima ou para baixo aleatoriamente. Os participantes reconheceram qual mão estava sendo exibida, pressionando um botão correspondente, sendo “Q” quando a mão mostrada foi esquerda e “P” quando estava à direita. O parâmetro utilizado para análise de lateralidade foi o tempo gasto (milissegundos) para reconhecimento de mão27. Análise Estatística Os dados descritivos foram apresentados com média e desvio pa- drão (DP). O teste de Levene foi utilizado para verificar a igualdade de variância e a normalidade. A análise entre momentos pré-pós foi feita por meio do teste t de Student pareado. A correlação entre os deltas (%) das variáveis quantitativas foi avaliada pelo teste de correlação de Pearson. O cálculo do tamanho de efeito de Cohen (ES = diferença entre pré e pós-intervenção dividido pelo SD pré-intervenção) foi usado para avaliar a magnitude das mudanças do BDNF e outros parâmetros. Os valores de ES foram determinados a partir de muito pequeno (0,01-0,19), pequeno (0,20-0,49), moderado (0,50-0,79), grande (0,80-1,19) e muito grande (1,20 <). A análise dos dados foi realizada por meio do programa estatístico SPSS (Statistical Package for Social Science versão 21.0) e o nível de significância adotado foi p ≤ 0,05. RESULTADOS Dos treze sujeitos recrutados para este estudo, oito voluntários preencheram todos os procedimentos do estudo (Figura 1). Quantificação do BDNF Os valores séricos de BDNF em repouso aumentaram 128,08% entre pré e pós-treinamento (88,81±111,83 pg/ml versus 202,56±183,43 pg/ ml) [p>0,05). A alteração delta do BDNF mostrou uma variação média de 218,05±547,55%. Além disso, o tamanho do efeito da intervenção foi caracterizado como forte (ES=1,04). Grandes variações de resposta foram apresentadas no momento pós-treinamento (Figura 2). Percepção das dimensões corporais O grupo apresentou um perfil hiper-esquemático (BIP> 112,4%) antes da intervenção e adequado no momento pós-treinamento (Tabela 3). O tamanho do efeito do BPI para a largura da cintura mostrou uma forte redução (ES = -0,85), enquanto os outros foram apenas triviais. Na Tabela 4, é apresentada a análise quantitativa da simetria cor- poral (p> 0,05). Os cálculos dos tamanhos de efeito no lado esquerdo mostraram uma mudança moderada, enquanto no lado direito eles foram apenas triviais. Lateralidade Comparando os tempos de reação para o reconhecimento da mão direita e esquerda antes e após a intervenção, não houve diferença sig- nificativa entre os valores (Tabela 5). O tamanho do efeito foi moderado para todos os parâmetros. Observamos um tempo de reação mais curto após a intervenção em relação ao tempo geral antes da intervenção, o que pode ser enten- dido como um indicador de melhora clínica. O ângulo 0° apresentou o menor tempo pré-reação (1901,69± 578,95 ms) para pós (1518,25 ± 388,38 ms), enquanto o ângulo de 90º L apresentou maior aumento no tempo médio de reação. Atividades do dia a dia Na análise das ABDL, houve diferença estatística entre os momentos pré e pós-treinamento (p = 0,033). O tamanho do efeito foi moderado (ES = 0,70) [tabela 6]. Quanto ao escore de Lawton (AIDL), houve um aumento no escore médio de aproximadamente 17,76%, representando uma diferença estatisticamente significativa (p = 0,018). O tamanho do efeito foi con- siderado forte (ES = 1,10) [tabela 7]. Tabela 3. Média e desvio padrão dos índices gerais de percepção corporal (BIP) e segmentos de altura, ombro, cintura e quadril. Tamanho do efeito (ES). BPI Pré (%) Pós (%) ES Geral 112,64 ± 18,15 104,32 ± 14,67 -0,46 Altura 96,60 ± 4,54 95,90 ± 3,27 -0,15 Largura dos ombros 104,04 ± 24,55 103,77 ± 16,93 -0,01 Largura da cintura 120,18 ± 23,92 99,81 ± 20,76 -0,85 Largura do quadril 129,75 ± 33,80 117,81 ± 28,13 -0,35 Tabela 4. Análise da simetria entre os lados direito e esquerdo em função dos seg- mentos, antes e depois da intervenção. Segmentos Direito Esquerdo Pré Pós ES Pré PósES Ombros 102,55±5,02 102,06±3,83 0,10 103,78±6 100,33±3,13 0,57 Cintura 104,23±5,74 103,13±2,97 0,19 108,64±6,22 105,51±1,82 0,50 Quadril 111,30±6,98 108,99±3,44 0,33 113,71±7,19 108,82±4,04 0,68 ES = efeito do tamanho. Tabela 5. Média e Desvio Padrão do Tempo de Reação (em milissegundos) para reconhecimento da mão antes e depois da intervenção. Tamanho do efeito (ES). Mãos Pré Pós Delta (%) ES P Direita 3188,08 ± 1235,76 2519,87 ± 758,55 20,96% 0,54 0,13 Esquerda 3441,65 ± 1445,01 2706,19 ± 778,22 21,37% 0,51 0,17 Média 3314,87 ± 1284,67 2613,03 ± 756,44 21,17% 0,55 0,13Figura 2. Box-plot dos valores do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) entre os momentos pré-pós. Um outlier é apresentado no pré-momento. Pré Pós BD N F (p g/ m l) 500,00 400,00 300,00 200,00 100,00 ,00 507Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 6 – Nov/Dez, 2019 Tabela 6. Distribuição dos sujeitos quanto à classificação pelo índice de Katz antes e após a intervenção. Classificação n (%) Pré Pós Independência total 4 (50,0) 6 (75,0) Dependência leve 3 (37,5) 2 (25,0) Dependência moderada 1 (12,5) 0 (0) Tabela 7. Média e desvio padrão do escore obtido nas atividades básicas (ABDL's) com o índice de Katz e as atividades instrumentais (AIDL's) com o índice de Lawton. Tamanho do efeito (ES). Testes Escore ES P Pré Pós ABDLs 5.25 ± 0.71 5.75 ± 0.46 0.70 0.033 AIDLs 5.63 ± 0.91 6.63 ± 0.91 1.10 0.018 DISCUSSÃO O presente estudo demonstrou que as atividades diárias foram afe- tadas pela associação dos dois tipos de treinamento. No entanto, como nossa amostra foi composta por indivíduos com DP, precisamos analisar as evidências de um ponto de vista mais clínico. O aumento do BDNF, normalizando os índices de percepção corporal e melhorando o tempo de reação sem aumentar o número de erros foram responsáveis por melhorar as AVDs e reduzir a dependência física dos indivíduos com DP. Sabe-se que as ações motoras, por meio da associação da prática física e mental, podem induzir alterações cerebrais associadas à aprendizagem de habilidades. Pascual-Leone e cols28 demonstraram que as mudanças nos mapas sensoriais corticais são semelhantes àquelas obtidas com o treinamento físico. Como o treinamento mental tem efeitos preparatórios e aumenta a eficiência do treinamento físico subsequente, espera-se que sua combinação produza melhores resultados. Os mecanismos subjacentes aos efeitos do exercício em sujeitos classificados como grau intermediário de DP ainda não foram elucidados, mas estudos em animais sugerem algumas reflexões, como a de que o aumento do esforço físico permite ativação neuronal e ação da dopamina nos núcleos da base. Até onde sabemos, apenas um estudo5 incluiu uma medida direta em tal desfecho, demonstrando um aumento no BDNF após fisioterapia de alto volume29. Além disso, as neurotrofinas podem se tornar marcadores úteis para a neuroplasticidade relacionada à DP e ao exercício físico18. Um corpo emergente de evidências sugere que o exercício desencadeia vários eventos relacionados à plasticidade cerebral na DP humana18. Evidências recentes indicam um possível papel para as alterações induzidas pelo exercício na metilação do DNA humano entre genes e vias moleculares associadas à DP, incluindo a regulação positiva da neurogênese induzida pelo exercício e a neurotransmissão sináptica reprogramada. A atividade do BDNF induzida pelo exercício, seja física ou imaginária, já que há semelhanças nas áreas recrutadas, pode colocar o cérebro em um estado de prontidão para a plasticidade. Evidências confiáveis em seres humanos indicam que cada episódio de exercício resulta numa “dose” de atividade do BDNF e que sua magnitude pode ser aumentada ao longo do tempo pelo exercício regular15. A análise da altura específica da cabeça, baseada na aproximação de 100% do valor real versus percebido, mostrou que os sujeitos subesti- maram, tendo uma provável relação com a postura cifótica do indivíduo parkinsoniano. Ainda, tal desfecho pode estar associado a outras partes do corpo do indivíduo30. Observa-se que, após a intervenção, o grupo passou de hiper-esque- mático para o estado adequado, devido a uma melhora na percepção dimensional da cintura e do quadril. Esse achado corrobora com estudos que apontam esse segmento como o mais distorcido30,31. Ganhos de desempenho relacionados ao MIT estão associados ao aumento do recrutamento de regiões motoras e áreas de neurônios espelho fronto-parietais e controle da atenção32. Sabemos que existe uma relação entre o tempo de reação para o reconhecimento da mão e a percepção corporal através do MIT33. Isso apoia a descoberta de melhor acuidade da percepção corporal e menos tempo de reação para o reconhecimento da mão após a intervenção. O declínio funcional é um preditor do desenvolvimento de demên- cia, como a PD34. Assim, nossos resultados nos levam a acreditar que a intervenção favoreceu não apenas a preservação (AIDL), mas também a capacidade funcional (ABDL) dos voluntários. A adição do treinamento do MIT à prática física parece promover o melhor desempenho motor das AVDs e esse desempenho é melhorado com mais prática física regular35. CONCLUSÃO Através dos resultados apresentados neste estudo, podemos concluir que a associação do treinamento físico-cognitivo pode melhorar os resultados clínicos associados à neuroplasticidade, à percepção das di- mensões corporais e, mais significativamente, às atividades da vida diária. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer a todos os voluntários pela pronta atitude de participar deste estudo e a todos aqueles que, de alguma forma, incentivaram a realização deste trabalho. Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses referente a este artigo. CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. PDSP (0000-0002-0359-126X)*: redação do texto, treinamento dos idosos, preparação do material para análise, analise BDNF, avaliações gerais e preparação do texto final; WKN (0000-0002-6881-0208)*: tradução do manuscrito, análise dos dados, analise estatística e preparação final do manuscrito. DNR (0000-0002-9613-1317)*: treinamento dos idosos, revisão dos dados e preparação final do manuscrito. LCC (0000-0003-4025-1923)*: treinamento dos idosos, revisão dos dados e preparação final do manuscrito; MFB (0000-0002-6157-0248)*: analise BDNF, analise estatística e preparação final do manuscrito; ICS (0000-0001-6195-4340)*: analise BDNF, analise estatística e preparação final do manuscrito; EFG (0000-0002-9770-8819)*: revisão e orientação de todo o projeto, analise final dos dados e preparação final do manuscrito. *ORCID (Open Researcher and Contributor ID). REFERÊNCIAS 1. Sidney S, Santos C. Concepções teórico-filosófica sobre envelhecimento, velhice, idoso e enfermagem gerontogeriátrica. 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