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Livro Texto - Unidade III

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90
Unidade III
Unidade III
5 ATUAÇÃO LEGAL DOS ADVOGADOS, TABELIÃES E NOTÁRIOS
5.1 A profissão do advogado
Nesta unidade estudaremos sobre a profissão do advogado, a atividade jurisdicional em sua 
atuação profissional como serviço essencial à promoção de justiça e a sua administração.
Paulo Lôbo (2017, p. 23) nos ensina que a advocacia se transformou em uma atividade organizada 
quando o Imperador Justino, antecessor de Justiniano, constituiu no século VI a primeira ordem de 
advogados no Império Romano do Oriente, “obrigando o registro a quantos fossem advogar no foro”.
Vejamos a cronologia da evolução da organização do exercício da advocacia no Brasil.
De fato, é nas Ordenações Filipinas (Livro I, Título XLVIII) que se tem notícia de uma advocacia de 
forma ordenada (MAMEDE, 2014, p. 24). No Brasil, o Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros foi 
criado em 1843 e em 1930 surgiu a Ordem dos Advogados do Brasil.
Em 4 de julho de 1994, começa a vigorar o Estatuto da Advocacia, criado pela Lei n. 8.906. Esta lei 
estabelece os direitos e deveres dos advogados e dispõe sobre a finalidade e a organização da Ordem 
dos Advogados do Brasil (OAB).
No Estatuto da Ordem dos Advogados, definem-se importantes características para o exercício 
da advocacia:
• A indispensabilidade da advocacia para a manutenção da ordem pública.
• A relevância social da advocacia como instrumento garantidor e efetivador do exercício 
da cidadania.
• A função social da advocacia para a sociedade no exercício de sua função jurisdicional.
• A independência e inviolabilidade do advogado no exercício profissional.
Importante destacar que somente com a inscrição na OAB será possível desenvolver o exercício da 
advocacia. Assim, o curso de Direito forma o bacharel em Direito e, para que ele se torne advogado, 
será necessário que preste o Exame da Ordem. Somente se for aprovado neste exame é que poderá 
exercer a profissão de advogado.
91
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Figura 38 – Representação do bacharelado em Direito
Como vimos, a OAB foi criada em 18 de novembro de 1930. Trata-se de uma autarquia dotada de 
personalidade jurídica cuja atividade é de natureza disciplinar e seletiva em todo o território nacional. 
São órgãos da OAB:
• Conselho Federal.
• Conselhos Regionais.
• Subseções.
• Caixas de Assistência dos Advogados.
Entre as finalidades da OAB, estão:
 
a defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, dos direitos humanos e da justiça social;
a luta pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e 
pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; e
a promoção, com exclusividade, da representação, da defesa, da seleção e 
da disciplina dos advogados em toda República Federativa do Brasil.
92
Unidade III
Veja que é na Constituição Federal (CF) de 1988 que encontraremos o instituto da advocacia: 
“Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e 
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei” (BRASIL, 1988).
Figura 39 – Justitia
Essa norma se repete no Estatuto da Advocacia, no art. 1º, § 2º: “O advogado é indispensável 
à administração da justiça” (BRASIL, 1994a). Isso significa que a advocacia é um serviço básico e 
prioritário na defesa dos direitos, o que a distingue das outras profissões. Embora sejam dignas 
todas as atividades profissionais, a advocacia tem como pressuposto algo que a diferencia: a 
administração da justiça.
O que significa ser “indispensável à administração da justiça”?
Significa que o advogado é o profissional que constitui um elo necessário entre o Poder Judiciário 
e o cidadão, e que esse vínculo é indispensável para a efetivação da justiça e o aperfeiçoamento do 
Estado Democrático de Direito.
93
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
 Lembrete
O exercício da advocacia é a via condutora para o exercício da 
cidadania, pois ela está associada à esfera do Direito e, portanto, ao 
sujeito de direitos e deveres.
Nas palavras de José Afonso da Silva (2006, p. 596): “A advocacia não é apenas um pressuposto de 
formação do Poder Judiciário. É também necessária ao seu funcionamento”.
Vale ressaltar que o advogado exerce uma missão atribuída por comando constitucional: o de 
auxiliar na administração da justiça. Por outro lado, o exercício da advocacia inclina-se à busca 
incansável pela legalidade e pela liberdade. Segundo Rui Barbosa: “Com o advogado, justiça militante”. 
Para esse ilustre jurista, a legalidade e a liberdade “são as tábuas de vocação para o advogado” 
(BARBOSA, 2019, p. 67).
Note, portanto, que a atividade do advogado consiste não só no zelo e na militância constante 
pela efetivação da justiça, mas também serve de via condutora para o acesso a uma ordem justa.
Vimos que o profissional da advocacia somente estará autorizado a realizar sua atividade jurídica, 
ou seja, postular o direito perante o Poder Judiciário, se autorizado mediante inscrição na OAB. 
A partir desta, o advogado poderá exercer a defesa técnica, ou seja, representar seus clientes e 
defender seus interesses em juízo.
A Lei n. 8.906/1994 dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a OAB, disciplina o exercício profissional 
da advocacia e estabelece no seu art. 1º sobre as atividades privativas do advogado, a saber:
 
I – a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos Juizados especiais; e
II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
 Observação
Postular é o ato de pedir ou de pleitear algo perante alguém.
Veja que, em regra, não é permitido ao indivíduo postular em juízo, sem a assistência de um 
advogado, entretanto, existem exceções. A Lei n. 9.099/1995 (art. 9º) estabelece que nas causas 
cujo valor alcance até vinte salários mínimos, as partes devem comparecer pessoalmente, sendo a 
assistência do advogado obrigatória apenas nos processos acima desse valor.
94
Unidade III
Nesse caso, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na ADI 1.539/DF, de relatoria do 
Ministro Mauricio Côrrea, a norma legal outorgou à própria parte o jus postulandi nas causas cujo valor não 
ultrapassem o limite de vinte salários mínimos, tornando facultativa a assistência técnica por advogado.
Outra exceção é a do art. 1º da Lei n. 8.906/1994, que, no seu § 1º, dispõe que a impetração de 
habeas corpus em qualquer instância ou tribunal não é atividade privativa de advocacia.
 Observação
O habeas corpus é um instrumento processual de ordem constitucional 
com previsão no art. 5º, LXVIII da CF/1988 que visa proteger qualquer 
pessoa física do direito de ir e vir em face da violência, coação ilegal 
ou abuso de poder.
O habeas corpus é uma garantia com vistas à defesa da liberdade pessoal do indivíduo. Veja que 
o direito de liberdade é de alcance extraordinário, pois assegura ao próprio indivíduo que, em causa 
própria, impetre a medida sem necessitar da presença do advogado. Assim, a ordem de habeas corpus 
será concedida pelo juiz, de ofício, se presentes as condições estabelecidas em lei (ocorrência de 
violência ou coação ilegal).
 Saiba mais
A CF/1988 estabeleceu no art. 5º que são direitos fundamentais: o 
acesso à justiça (inciso XXXIV, alínea a) e o direito de petição (inciso XXXV). 
Entretanto, para que se possa postular um direito junto ao Poder Judiciário, 
é necessário ser representado por um advogado (art. 133 da CF/88).
Verifique esses e outros direitos fundamentais na CF/1988:
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: https://bit.ly/3bwSoB4. 
Acesso em: 9 mar. 2021.
A Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-lei n. 5.452/1943) traz outra exceção à assistência 
das partes por advogado (art. 791): “Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente 
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”.
Feitas essas considerações, passaremos agora a discorrer sobre a importância da atividade doadvogado, que, além de patrocinar os interesses de seus clientes, é defensor do Estado Democrático 
de Direito, dos direitos humanos e das garantias fundamentais, além da cidadania, da moralidade, da 
justiça e da paz social e profissional, segundo dispõe o art. 2º do Código de Ética da OAB (OAB/SP, 2015).
95
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
O advogado desempenha um papel fundamental para a formação da sociedade. Dada a sua 
vocação jurídica, deve ter no Direito o meio para superar as desigualdades, devendo perseguir 
incansavelmente a solução mais justa. Assim, veja que a lei é seu instrumento de trabalho, pois 
postula pela salvaguarda dos direitos e da garantia do tratamento isonômico.
Pois bem, vimos que o advogado, para o exercício da profissão, deve ter inscrição na OAB. 
Analisemos agora as condições que o art. 8º da Lei 8.906/1994 impõe para o exercício da advocacia:
 
I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em instituição de 
ensino oficialmente autorizada e credenciada;
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV – aprovação em Exame da Ordem;
V – não exercer atividade incompatível com advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o conselho (BRASIL, 1994a).
 Observação
São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não 
inscrita na OAB.
Por capacidade civil entende-se a aptidão para praticar os atos da vida civil, conforme art. 5º, 
parágrafo único, inciso IV do Código Civil brasileiro. Para comprovação da capacidade civil, a pessoa 
deve apresentar documento de identidade, certidão de nascimento ou de casamento atualizada. Para 
advogar, portanto, a pessoa deve estar apta a exercer os atos da vida civil.
Note que por idoneidade moral entende-se a boa reputação e a consideração pública, ou seja, o 
respeito perante a sociedade pelos atributos de natureza subjetiva, tais como honra, honestidade, 
seriedade, dignidade, atitude escorreita e probidade.
Lembre-se de que o Estatuto da Advocacia dispõe que não atende ao requisito de idoneidade moral 
aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial (BRASIL, 1994a).
Além disso, o advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua 
para o prestígio da classe e da advocacia. No exercício da profissão, deve manter independência em 
qualquer circunstância.
96
Unidade III
Já estudamos que para advogar é necessário proceder a inscrição na OAB. Para tanto, prescinde-se 
cursar a faculdade de Direito, tornar-se bacharel em Direito e submeter-se à avaliação do Exame da 
Ordem. Esse exame avalia a capacidade, os conhecimentos e as práticas necessárias para o exercício 
da advocacia.
Exercício da advocacia Exame da Ordem
Figura 40 – Advogar
O Exame da Ordem é regulamentado em provimento pelo Conselho Federal da OAB. Havendo 
aprovação no Exame, procede-se à inscrição na OAB e ao recebimento do documento de identidade 
profissional (a carteira da ordem) de uso obrigatório no exercício da profissão.
 Observação
O documento de identidade profissional constitui prova de identidade 
civil para todos os fins legais. É obrigatória a indicação do nome e do 
número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado 
no exercício de sua atividade.
Veja que o Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) dispõe sobre a responsabilidade do advogado 
pelos atos profissionais que, no exercício da profissão, praticar com dolo ou culpa (art. 32).
Você sabia que em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com 
seu cliente?
Pois bem, o art. 32 do Estatuto da Advocacia dispõe sobre a responsabilidade solidária do advogado 
com o cliente, desde que tenha sido comprovado que ambos tenham agido de forma a lesar a parte 
contrária, devendo ser esta responsabilidade apurada em ação própria.
A razão dessa responsabilidade é que no exercício da advocacia exige-se higidez no relacionamento 
entre advogado e cliente. Esse elemento é fundamental para o verdadeiro exercício do direito de 
defesa e ao devido processo legal (COÊLHO, 2017, p. 33).
Para tanto, as relações entre o advogado e cliente devem basear-se na confiança recíproca, pois o 
advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, devendo dar à causa a orientação 
que entenda ser a mais adequada e satisfatória ao seu cliente.
97
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Ademais, oportuno ressaltar que o advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as 
causas sob seu patrocínio. Se entender que as dificuldades se tornam insuperáveis pela inércia de seu 
cliente quanto às providências que lhe tenham sido solicitadas, o Estatuto da Advocacia recomenda 
que o advogado renuncie ao mandato, e nunca deixe em abandono o seu cliente (art. 5º).
Assim, conhecer o Código de Ética e Disciplina (CED) é fundamental para o exercício da atividade 
profissional, pois no desempenho da profissão, o advogado deverá observar o rigor técnico e, ao 
mesmo tempo, ético no campo profissional. Não é demais lembrar que na construção do Estado de 
Direito, em sua atividade jurídica, esse profissional deve atuar com seriedade e dignidade.
Nesse sentido, o exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos do Código de 
Ética e do Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a), de acordo com os princípios da moral individual, 
social e profissional, conforme estabelece seu art. 1º: “Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta 
compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com 
os princípios da moral individual, social e profissional”.
 Saiba mais
Para ilustrar o que ocorre quando a ética fica à margem da profissão, 
o filme a seguir mostra um advogado que exerce sua profissão em 
desconformidade com os padrões éticos exigidos na prática da advocacia, 
além de retratar situações antiéticas por parte dos servidores da justiça.
O PODER e a lei. Direção: Brad Furman. EUA: Imagem Filmes, 
2011. 108 min.
O Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) regula ainda os deveres do advogado com a comunidade, 
o cliente e o outro profissional. A par dessas considerações, o Estatuto regula também a publicidade, 
a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica e o dever geral de urbanidade (art. 33, 
parágrafo único).
Entre os deveres do advogado está a urbanidade. O art. 27 do Código de Ética e Disciplina da 
OAB (2015) estabelece a obrigação de tratar os colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, 
servidores públicos e terceiros com o dever de urbanidade, ou seja, com educação, respeito e cortesia.
O Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) estabelece, além dos deveres, diversos direitos para o(a) 
advogado(a). Vejamos alguns deles:
• Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional.
98
Unidade III
• A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de 
trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas 
ao exercício da advocacia.
• Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de 
Estado-Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em prisão domiciliar.
• Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente 
de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada.
• Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a 
inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento.
• Examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública 
em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando 
não estiverem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com 
possibilidade de tomar apontamentos.
• Assistir seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidadeabsoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os 
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, 
podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração.
Veja que o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato 
puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, 
sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.
Por fim, é preciso ressaltar que não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados 
e membros do Ministério Público, devendo todos tratarem-se com consideração e respeito recíprocos. 
Além disso, o Estatuto da Advocacia dispõe que as autoridades, os servidores públicos e os serventuários 
da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a 
dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.
5.1.1 Assessoria e consultoria jurídica
O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o 
encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.
No campo do direito existem diversas possibilidades de atuação profissional. Entre as áreas de 
atuação do advogado estão a consultoria e a assessoria jurídica. Ambas são atividades privativas do 
advogado com inscrição ativa na OAB.
99
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
O Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) assim dispõe:
 
São atividades privativas da advocacia:
[...]
II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
A assessoria jurídica é uma modalidade de prestação de serviço jurídico que consiste na gestão 
jurídica de alinhamento dos objetivos do cliente, por meio da identificação de problemas, do 
planejamento de ações de controle e do monitoramento em determinado segmento do direito, além 
da análise e mensuração dos riscos envolvidos, sempre na busca de mecanismos jurídicos aptos a 
adequar a condução da atividade com as exigências legais.
Entre as práticas mais comuns de assessoria jurídica estão a elaboração de contratos pelo advogado e 
seu acompanhamento junto ao cartório para o procedimento do registro, prevenção de demandas 
jurídicas, facilitação de mediação e arbitragem e projeção das consequências jurídicas nas tomadas 
de decisões.
Perceba que a assessoria jurídica tanto pode ser no âmbito não contencioso quanto na esfera 
contenciosa.
Por outro lado, a consultoria jurídica se destina a casos específicos e completa-se com um 
aconselhamento legal ou um parecer, apresentando as possíveis soluções para o cliente.
 Observação
Entende-se por consultoria o ato ou o efeito de dar consultas ou 
aconselhamentos. O advogado, ao dar consultoria jurídica, também 
elabora parecer sobre assunto de sua especialidade.
Sabe-se que situações legais, se não forem bem administradas, acarretam grandes problemas para 
uma empresa ou para uma pessoa física e representam um comprometimento econômico-financeiro 
que, muito comumente, se torna irreversível, além do passivo jurídico, que, certamente, gera custos 
e problemas de ordem moral.
Qual, então, é o papel da consultoria jurídica na área de prestação de serviços?
É justamente o trabalho jurídico na esfera preventiva, tanto no gerenciamento de riscos quanto 
na atuação estrategista, cujo mapeamento será elaborado considerando as principais fragilidades do 
caso apresentado e as reais necessidades da empresa ou da pessoa física para fins de elaboração de 
um plano de ação.
100
Unidade III
A consultoria jurídica, na prestação de serviços, pode ocorrer em diversas áreas e variar conforme 
a necessidade da pessoa ou da empresa. Assim, pode ser dirigida às questões trabalhistas, ambientais, 
tributárias, cíveis e contratuais, imobiliárias, empresariais, corporativas, entre outras.
Ao contratar uma consultoria jurídica, uma empresa pode estar, por exemplo, procurando soluções 
para mitigar riscos advindos da legislação em determinada área do direito ou estar buscando um 
serviço de auditoria jurídica no campo das obrigações trabalhistas com vistas a detectar falhas na 
condução com seus colaboradores e, consequentemente, conforme o resultado, encontrar meios de 
diminuir o passivo trabalhista.
Dessa forma, o advogado estará atuando de modo preventivo, evitando judicializações 
desnecessárias e eventuais demandas, de modo a reduzir, para o cliente, custos judiciais e trazer maior 
segurança para os negócios da empresa.
Veja na figura a seguir, em síntese, algumas vantagens da assessoria jurídica na atividade preventiva:
Prevenção de demandas judiciaisAssessoria jurídica
Antecipação de riscos
Maior segurança nos negócios
Figura 41 – Vantagens da assessoria jurídica
Estudamos, portanto, que, para evitar gastos desnecessários e conferir menos onerosidade à 
empresa, a advocacia preventiva tem por escopo precaver-se de demandas desnecessárias e mitigar 
riscos e potenciais prejuízos à empresa.
5.1.2 A função social da atividade jurídica
Estabelece o art. 2º do Código de Ética e Disciplina da OAB (2015) que o advogado, indispensável 
à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e 
garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da justiça e da paz social, cumprindo-lhe 
exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que 
lhe são inerentes.
Por administração da Justiça, o Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) dispõe que a atividade 
profissional do advogado é a prestação de serviço público, mesmo em seu ministério privado, pois 
exerce uma função social (art. 2º, § 1º).
O que se entende por função social da atividade jurídica?
101
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Entende-se que, quando se dá cumprimento a determinada atividade profissional, tem-se por 
base a percepção de que a advocacia é mais do que um exercício de atividade profissional em si, pois 
pressupõe deva ser compatível com os anseios de toda a sociedade.
É de notar que no processo judicial, conforme dispõe o estatuto, o advogado contribui para 
a busca da decisão favorável ao seu constituinte e, portanto, para o convencimento do julgador 
(art. 2º, § 2º), ao mesmo tempo que zela pelo cumprimento da lei, busca contribuir para a construção 
de uma sociedade justa e democrática.
Assim, ao representar os interesses de seu cliente, o advogado deve envidar todos os esforços, 
dentro da legalidade e da ética profissional, para buscar a decisão mais favorável ao seu representado, 
mas ao mesmo tempo deve se comprometer com a edificação do direito justo.
Estando na investidura de uma função pública, o advogado realiza atos profissionais que 
constituem um munus público, ou seja, um encargo inerente à profissão e que está voltada à 
administração da justiça.
 Observação
Munus significa dever, obrigação, ônus ou encargo por decorrência de 
uma função a ser desempenhada.
Nesse sentido, vale destacar Gladston Mamede (2014, p. 15): “Mesmo quando o advogado atua 
movido por seus interesses privados, age no interesse público, o que inclui a busca de solução favorável 
ao seu cliente”. Vimos, portanto, a importante função social do advogado na administração da justiça.
Para ilustrar ainda mais a função social na administração da justiça, vamos analisar o relacionamento 
entre o advogado e seu cliente na prestação de serviços jurídicos. Note que já estudamos a importância 
do relacionamento com clientes e no exercício da advocacia não é diferente de outros serviços, 
entretanto, o relacionamento com o cliente, neste segmento de serviço, já vem normatizado.
Vejamos que dispõe a legislação no Código de Ética e Disciplina da OAB (2015), no art. 9º, que o 
advogado tem o dever de informar seu cliente, de modo claro e inequívoco, sobre os eventuais riscos 
de sua pretensão, bem como das consequências da demanda.
Ademais, como as relações entre advogado e cliente sebaseiam na confiança recíproca, não 
deve o advogado submeter-se a toda e qualquer imposição de seu cliente. No âmbito do exercício 
profissional e da independência técnica, o advogado não é subordinado de seu cliente, mas patrono 
da parte e imprime à causa a orientação que lhe pareça mais favorável (art. 11).
Vimos que a advocacia está propensa a cumprir uma função social, dada a indispensabilidade do 
profissional advogado para a vida em sociedade. Ao zelar pelas garantias constitucionais e trilhar 
102
Unidade III
pelos caminhos da justiça de forma participativa numa sociedade democrática, o advogado constitui 
o elo entre a sociedade e as instituições jurídicas.
Considerando que o direito tem por finalidade a busca pela pacificação social, o direito de acesso 
à justiça (art. 5º, XXXV, CF) e as efetivas soluções aos problemas jurídicos e conflitos de interesses 
que ocorrem em larga escala na sociedade, entendeu-se que a legislação deve também organizar, em 
âmbito nacional, a prestação jurídica por meio de outros mecanismos de solução de conflitos.
Para isso, criaram-se por lei os modelos consensuais de solução de conflitos, tais como a mediação 
e a conciliação. Nesse sentido, o CNJ, pela Resolução n. 125, criou um programa de resolução de 
conflitos por vias não judiciais.
Figura 42 – Consenso
Assim, a mediação e a conciliação trouxeram um novo paradigma da administração da justiça com 
vistas a fomentar a atividade jurídica da advocacia para o exercício da atuação compositiva numa 
função integrativa no exercício da advocacia.
Advocacia Função integrativa
Figura 43 – Mediação e conciliação
A mediação e a conciliação, além de outros métodos de solução consensual, vêm proporcionar 
às partes uma composição amigável em detrimento de mais conflitos que possam surgir de uma 
disputa judicial.
Perceba que os conflitos podem surgir nas mais diversas formas, portanto, buscar o gerenciamento 
de conflitos por meio da composição de interesses é desvincular-se da disputa e da violência sem o 
recurso da força.
A busca de uma solução amigável por meio da autonomia das partes envolvidas no conflito foi 
incentivada pelo novo Código de Processo Civil de 2015 (CPC – Lei n. 13.105). Tanto é assim que esse 
Código impõe o dever de cooperação nacional para alcançar a justiça social. Vejamos o que diz o 
CPC (BRASIL, 2015):
103
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão 
a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual 
de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores 
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do 
processo judicial.
O advogado, na mediação e conciliação, ao prestar assessoria jurídica e técnica ao seu cliente, no 
auxílio das negociações, deverá ter uma postura colaborativa de forma a facilitar o diálogo entre as 
partes envolvidas no conflito.
Vê-se, portanto, a relevante função social atribuída ao exercício da advocacia, tanto na esfera 
contenciosa quanto no âmbito da composição amigável.
5.1.3 Impedimentos para o exercício da advocacia
O Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) dispõe sobre os impedimentos com relação ao exercício da 
atividade. Assim, os servidores da administração direta e indireta e fundacional estão impedidos de advogar 
contra a Fazenda Pública que os remunera. Apenas com a ressalva para o exercício da docência 
(art. 30, I).
Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, estão impedidos de advogar contra 
ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, 
fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço 
público (art. 30, II).
O Estatuto também dispõe sobre as incompatibilidades da função, que significa a proibição total 
do exercício da advocacia, não admitindo nem mesmo quando em causa própria (art. 28). Em outras 
palavras, nas hipóteses do art. 28, o advogado não poderá advogar de forma alguma.
Assim, não podem exercer a advocacia aqueles que são:
• chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;
• membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de 
contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que 
exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública 
direta e indireta;
104
Unidade III
• ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da administração pública direta 
ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de 
serviço público;
• ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder 
Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
• ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de 
qualquer natureza;
• militares de qualquer natureza, na ativa;
• ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou 
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
• ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.
Excepcionam-se os cargos com direção acadêmica, desde que diretamente vinculados ao magistério 
jurídico, portanto, esses não são incompatíveis com o exercício da advocacia.
Veja que é incompatível o exercício da advocacia com o cargo de presidência da República. Também 
é incompatível exercer a função de juiz de Tribunal de Justiça e advogar.
A incompatibilidade atinge também todos aqueles que estão vinculados ao Poder Judiciário no 
exercício das funções e de serviços de registro e notariais. Os ocupantes de cargos notariais e de registro, 
que se vinculem ao Poder Judiciário de forma direta ou indireta, também não podem exercer a advocacia.
Note que a proibição se estende a qualquer comarca.
 Observação
Na acepção jurídica, comarca corresponde ao território em que o 
juiz de primeiro grau irá exercer sua jurisdição. Cada comarca poderá 
ter mais de um juiz. Jurisdição é o poder legal com que são investidas as 
autoridades (juízes) para aplicar o direito.
Prevê ainda o Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) que não é permitido o exercício simultâneo 
da atividade policial e da advocacia, pois a incompatibilidade se refere ao potencial prejuízo do 
cumprimento das respectivas funções. Assim, é incompatível a atividade de um delegado de polícia 
com a advocacia.
Da mesma forma ocorre com as funções e serviços notariais e de registro. Vejamos a lição de 
Gladston Mamede (2014, p. 98) ao se referir a esses serviços:
105
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
De se realçar que a natureza do cargo desempenhado junto ao Judiciário, 
assim como aos serviços notariais, não ameniza a proibição total para 
o exercício da advocacia. Pouco importa que se trate de porteiro, de 
motorista, de atendente, de redator de revista jurisprudencial, leiloeiro 
público oficial ou analista de sistema; se há, ou não, contato com processos, 
com magistrados ou com o público. O simples fato de compor a estrutura 
judiciária ou de registros públicos determina uma contaminação visceral, 
impossibilitando o exercício da advocacia pelo bacharel. Preservam-se, 
assim, ambas as atividades que, por desempenhar papéis bem distintos, 
embora complementares, não podem ser confundidos, sob pena de criar 
desconfiança sobre sua lisura.
Por fim, é preciso ressaltar que a incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo 
ou função deixe de exercê-lo temporariamente.
5.2 As atividades dos tabeliães e notários
De início, é preciso lembrar que o exercício da atividade notarial e registral pressupõe 
segurança e independência. De acordo com o art. 236 da CF (BRASIL, 1988), os serviços notariais 
e de registrosão considerados de natureza privada, por delegação do Poder Público sob fiscalização 
do Poder Judiciário.
Atividade notarial 
e registral
Delegação do 
Poder Público
Fiscalização pelo 
Poder Judiciário
Natureza privada
Figura 44 – Atividade notarial e de registro
O ingresso na atividade de tabelião e notário depende de concurso público de provas e títulos. Para 
isso, o candidato ao concurso público deverá ter nacionalidade brasileira, capacidade civil, quitação 
com as obrigações eleitorais e militares, ser bacharel em direito e demonstrar conduta condigna para 
o exercício da profissão.
Os serviços notariais e de registro são de natureza extracontratual e possuem fé pública, pois se 
tratam de serviços públicos delegados e prestados a toda sociedade. Essas atividades são de natureza 
técnico-administrativa e se destinam a garantir publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos 
atos jurídicos.
106
Unidade III
Veja no quadro a seguir as competências dos notários e tabeliães de notas nos termos da Lei 
n. 8.935/1994 (arts. 6º e 7º):
Quadro 7 – Competências dos notários e dos tabeliães
Notários Tabeliães de notas
Formalizar juridicamente a vontade da parte Lavrar escrituras e procurações
Autenticar fatos
Lavrar testamentos públicos e aprovar cerrados
Lavrar atas notariais
Intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes 
devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade
Autorizar a redação ou redigir instrumentos adequados, 
conservando os originais, e expedir cópias fidedignas de 
seu conteúdo
Reconhecer firmas e autenticar cópias
Os notários e oficiais de registro, no exercício de suas atividades e atos previstos em lei, 
necessários à organização e execução de serviços, podem adotar sistemas de computação, 
microfilmagem, disco óptico, entre outros meios de reprodução, conforme dispõe a Lei 
n. 8.935/1994, que normatiza os serviços notariais e de registro.
A função cartorária e de registro é de interesse público e de natureza delegatória, significando 
que se vincula à fiscalização do Estado. Diante disso, o Provimento n. 88/2019 do CNJ dispôs sobre 
as políticas, procedimentos e controles que devem ser adotados pelos notários e registradores 
visando à prevenção dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e financiamento ao terrorismo, 
entre outros.
De acordo com o Provimento n. 88 do CNJ (2019), os notários e registradores devem avaliar a 
existência de suspeição nas operações ou propostas de operações de seus clientes, dispensando 
especial atenção àquelas incomuns ou que, por suas características, possam configurar indícios 
dos crimes de lavagem de dinheiro ou de financiamento de terrorismo, ou com eles relacionar-se.
Note que esse provimento estabelece que, em havendo suspeição, ou seja, dúvida, os cartórios 
comuniquem, no dia útil seguinte à finalização da operação ou proposta de operação, à Unidade 
de Inteligência Financeira (UIF), sob pena de responsabilidade solidária.
O Provimento n. 88 do CNJ aplica-se a:
• tabeliães de notas;
• tabeliães e oficiais de registros de contratos marítimos;
• tabeliães de protesto de títulos;
• oficiais de registro de imóveis;
107
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
• oficiais de registros de títulos e documentos civis de pessoas jurídicas;
• titulares, interventores e interinos dos serviços notariais e registrais.
Sobre o tema da responsabilidade dos notários e tabeliães, bem como dos serventuários da justiça, 
trataremos no item 6 desta unidade. 
Vale lembrar que existe uma função social na atividade exercida pelos notários, registradores e 
seus prepostos, que pode ocorrer em vários tipos de serventias extrajudiciais: nos cartórios de notas, 
de registro civil, de registro de imóveis, de registro de títulos e documentos e de protesto.
Em 2020, a Corregedoria Nacional de Justiça promoveu alterações no Provimento n. 88 de 
2019 para fazer constar a obrigatoriedade dos tabeliães e oficiais de registro informarem à UIF, por 
intermédio do Sistema e Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf), sobre quaisquer operações que, 
por seus elementos objetivos e subjetivos, possam ser consideradas suspeitas de lavagem de dinheiro 
ou financiamento ao terrorismo.
 Observação
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é a Unidade 
de Inteligência Financeira do Brasil, criada pela Lei n. 9.613/1998 e 
subordinada ao Ministério da Fazenda, com a finalidade institucional 
de recepcionar, analisar e retransmitir aos órgãos públicos competentes 
para investigação e persecução criminal informações estratégicas que 
configurem indícios de cometimento do crime de ocultação de bens, 
valores e direitos obtidos ilicitamente.
Portanto, atua principalmente na prevenção e no combate à 
lavagem de dinheiro.
Veja a importante função social dos notários e registradores que exercem atividade preventiva. 
Disso decorre que a prestação de serviços desempenhada pelo notário e pelos oficiais de registro 
impõe responsabilidade na prática profissional, devendo esta ocorrer com imparcialidade e na esteira 
da conduta ética que permeia a profissão.
5.2.1 O serviço notarial como função social do Estado
A prestação de serviço notarial e de registro dispõe-se a assessorar as partes que procuram 
esse tipo de serviço, devendo ser prestado de forma técnica e profissional. No exercício notarial 
da função de registrar a vontade das partes, instrumentaliza-se um documento público que, 
certamente, deve estampar a vontade dos envolvidos de forma fidedigna e segura, pois confere fé 
pública ao que foi convencionado.
108
Unidade III
Já vimos que o notário e o tabelião atuam por delegação do Poder Público; portanto, os atos 
por eles realizados possuem fé pública. Isso significa que a função notarial e registral é referendada 
pelo Estado.
Ao conferir fé pública aos atos notariais e de registro, confere-se também a segurança jurídica, 
elemento essencial da função notarial e de registro. Além disso, é preciso ressaltar a credibilidade dos 
atos notariais e de registro, tanto no âmbito da autenticidade quanto na esfera de validade dos atos 
realizados em sede das serventias notariais e de registro.
Vimos também que cabe aos profissionais de cartório e de registro instrumentalizar juridicamente 
a vontade dos clientes que procuram pelos seus serviços. A partir do ato notarial e de registro confere-se 
juridicidade ao que ali, perante o notário ou tabelião, se convencionou.
Assim, a função desempenhada no exercício notarial e de registro é uma função de Estado, 
portanto, plena de juridicidade e revestida de verdadeiro múnus público.
Da mesma forma, a função desempenhada por esses profissionais vem ao encontro dos anseios da 
sociedade, que necessita desses serviços para atuação na vida civil.
 Lembrete
A função notarial e registrária está disposta aos anseios sociais e 
vincula-se a ditames legais.
Vejamos agora algumas das obrigações dos notários e oficiais de registro no desempenho das 
suas funções:
• sigilo profissional;
• observância das prescrições legais ou normativas;
• eficiência, urbanidade e presteza;
• prioridade nas solicitações das autoridades e judiciárias e administrativas para a defesa das 
pessoas de direito público em juízo;
• observância dos emolumentos relativos aos atos de seu ofício;
• dar recibo dos emolumentos percebidos;
• observar os prazos legais fixados para a prática os atos de seus ofícios;
• fiscalizar o recolhimento de impostos incidentes sobre os atos que pratica;
109
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
• facilitar o acesso a documentos às pessoas legalmente habilitadas;
• encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados;
• observar normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente.
Como colaboradores do Estado e como prestadores de serviço público, aplicam-se aos notários e 
tabeliães, bem como aos oficiais de registro, os princípios elencados no art. 37 da CF (BRASIL, 1988). 
Para melhor visualização, verifique esses princípios na figuraadiante:
Impessoalidade
Publicidade Eficiência
Legalidade
Moralidade
Figura 45 – Princípios constitucionais da administração pública
Veja que esses princípios estão presentes em toda e qualquer atividade notarial e de registro. Os 
atos dos notários e registradores foram estabelecidos por normas legais, portanto, o princípio da 
legalidade refere-se às atividades funcionais desses profissionais, que têm na lei as suas atribuições, 
a forma de contratação de prepostos, a fiscalização de suas atividades, seus deveres e direitos, entre 
outras disposições.
A impessoalidade relaciona-se à imparcialidade de tratamento desses profissionais com os seus 
clientes e usuários dos serviços notariais e de registro, conforme dispõe o art. 27 da Lei n. 8.935/1994. 
Esse artigo estabelece que no serviço em que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar, 
pessoalmente, qualquer ato de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de parentes, na linha 
reta, ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau (BRASIL, 1994b).
Já o princípio da moralidade corresponde ao exercício da profissão, que deverá ser desempenhada 
de forma honesta, com probidade e com atitude compatível com a confiança que a sociedade e as 
instituições do Estado depositam nesses profissionais.
110
Unidade III
Os serviços notariais e de registro dispõem-se a conferir segurança jurídica, como já vimos, 
entretanto, a publicidade dos atos administrativos, segundo o art. 37 da CF (BRASIL, 1988), é um dos 
princípios que norteiam as atividades prestadas pelo Estado e aquelas por ele delegadas.
A prestação de serviços notariais e de registro deve estar de acordo com o disposto do art. 1º da 
Lei dos Notários e Registradores (Lei n. 8.935/1994): “Os serviços notariais e de registro são os de 
organização técnica e administrativa destinados a garantir publicidade, autenticidade, segurança e 
eficácia dos atos jurídicos” (BRASIL, 1994b). Essa lei também dispõe sobre a publicidade dos atos, ou 
seja, dando seguimento à norma constitucional.
Entretanto, a publicidade sofre limitações impostas por lei, pois entre os deveres dos notários e 
oficiais de registro está a obrigatoriedade de guardar sigilo sobre documentação e assuntos de natureza 
reservada de que tenham conhecimento em razão do exercício de sua profissão, conforme o art. 30, 
VI da referida lei.
Por fim, o princípio da eficiência vincula-se à presteza e à qualidade dos serviços prestados na 
atividade notarial e de registro. Assim, a formalização de uma escritura pública, de um registro de 
imóvel ou de uma certidão de nascimento, bem como outros serviços, além de estar vinculada à 
legislação constitucional e ordinária, relaciona-se, ainda, com a boa gestão dos serviços notariais e 
registrais atrelada ao alcance de resultados e ao nível de qualidade.
Nesse sentido, a eficiência permeia toda e qualquer atividade cartorária, desde a normatização 
nas esferas constitucional e infraconstitucional até a modernização da estrutura física e operacional, 
além dos níveis de indicadores de satisfação dos clientes. Em outras palavras, a gestão de prestação 
de serviços jurídicos, notariais e de registro vem comprometida com as normas legais e regulatórias, 
além das regras que norteiam o bom gerenciamento de serviços jurídicos e a boa gestão cartorária.
No tocante à boa gestão nos cartórios, vale destacar as palavras de Talita Caldas (2017, p. 16):
 
As serventias extrajudiciais, em suma, garantem a segurança jurídica de 
todos os fatos relevantes da vida civil das pessoas: do nascimento ao 
testamento e óbito, da manifestação de vontade declarada na escritura 
à proteção do “sonho” da casa própria. Por isso, um direcionamento 
estratégico baseado em decisões orientadas por indicadores de 
desempenho, que valorize ações do setor, é ainda mais importante.
Por se tratar de um serviço público, apesar da independência profissional e da autonomia dos 
notários e dos registradores na realização de suas atividades, conforme estudamos, esse serviço se 
submete ao poder fiscalizatório do Estado, notadamente à fiscalização da Corregedoria Geral de 
Justiça vigente, realizada por meio de inspeções e correições.
111
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
 Observação
Inspeção – apuração de fatos e verificação do funcionamento da 
prestação dos serviços oferecidos ao público.
Correição – apuração de fato determinado que se relaciona com 
deficiência grave na prestação de serviço.
É de notar-se que a função cartorária pressupõe gerenciamento de serviços, tanto no âmbito 
administrativo quanto corporativo. Para tanto, o titular do cartório deve estar apto a desenvolver 
estratégias de planejamento corporativo para tomadas de decisão, tendo em vista que a boa ou má 
gestão de uma serventia implicará maior ou menor segurança jurídica.
Daí a importância de se desenvolver um serviço de qualidade, com agilidade e segurança jurídica, 
dada a responsabilidade do titular do cartório, tendo em vista que qualquer dano causado aos 
usuários dos serviços prestados será de responsabilidade desse titular, mesmo que quem tenha dado 
causa tenha sido um dos colaboradores.
A questão da responsabilidade dos notários e registradores está disposta no art. 22 da Lei 
n. 8.935/1994, com alteração dada pela Lei n. 13.286/2016, que será desenvolvida ainda nesta unidade.
6 RESPONSABILIDADE DOS ATOS PRATICADOS NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
6.1 Responsabilidade e autoridade
Entende-se por responsabilidade a obrigação de responder pelos próprios atos ou pelos atos de 
outros que estão sob a sua tutela. Ser responsável implica assumir uma atitude de compromisso diante 
de algo ou de alguém e, certamente, assumir também as consequências pelas ações ou omissões.
Segundo Carlos Roberto Gonçalves (2019, p. 41), o termo responsabilidade tem sua origem na 
raiz latina spondeo, pelo qual se vinculava o devedor, de forma solene, nos contratos verbais do 
Direito Romano. Para ele, “Toda atividade que acarreta prejuízo, traz em seu bojo, como fato social, o 
problema da responsabilidade”.
Vejamos ainda a interessante distinção entre reponsabilidade e obrigação que Sergio Cavalieri 
Filho (2002, p. 22) faz: “Obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um 
dever jurídico sucessivo, consequente à violação do primeiro”. Assim, se alguém prestar serviço a 
outrem assume uma obrigação, ou seja, um dever jurídico originário.
Carlos Alberto Gonçalves também estabelece a distinção entre obrigação e responsabilidade. 
Segundo ele, a primeira consiste no vínculo jurídico entre credor e devedor, ou seja, é a cobrança do 
credor de uma prestação devida pelo devedor. Nesse sentido, a cobrança consiste na inocorrência 
112
Unidade III
do cumprimento da obrigação, assim, sobrevém o inadimplemento e ocorre a consequente 
responsabilidade (GONÇALVES, 2019, p. 41). Veja o esquema a seguir:
Consequência 
jurídica
Descumprimento 
da obrigação
Responsabilidade
Figura 46 – Responsabilidade e obrigação jurídica
Já autoridade podemos conceituar como o poder de se impor a alguém em razão da posição 
hierárquica. No Dicionário Houaiss (2009, p. 226), a definição de autoridade constitui-se como o 
“direito ou poder, de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer”.
No âmbito jurídico, a autoridade deriva de um ato de delegação, ou seja, de alguém investido 
em um poder. Em outras palavras, quando o poder é outorgado a alguém por uma autoridade 
jurídica, sendo esse poder autorizado ou criado por lei, confere-se legitimidade para que esse sujeito 
exerça tal poder.
A autoridade como expressão de um agir significa poder como algo realizável, por exemplo, ato 
de autoridade.
Entende-se por ato de autoridade o fato de a lei conferir a alguém a investidura de um cargo ou 
função que lhe acena com a prerrogativa de realizar atos de poder. Nesse sentido, a pessoa passa a agir 
com e como autoridade, porque está investida de um poder a ela conferido por uma prerrogativa legal.
Por outrolado, pode-se concluir que só quem tem autoridade poderá atribuir ou delegar poder 
a outro. Nesse sentido, na outorga do exercício de um poder a outro, opera-se a concessão ou a 
permissão para desempenhar uma função de autoridade.
A par dessas considerações, vimos que no âmbito dos serviços prestados pelos advogados e pelos 
notários e tabeliães, os primeiros possuem capacidade postulatória que lhes confere autoridade para 
atuar em juízo ou fora dele, representando os interesses de seus clientes, pois, após aprovados no 
Exame da Ordem, estarão aptos a exercer a advocacia, desde que inscritos na OAB.
Com relação aos notários e tabeliães, esses profissionais são investidos de autoridade que a eles é 
delegada por força de ato do Poder Público. Assim, seus atos são dotados de poder e de autoridade, 
pois ao realizá-los conferem fé pública e segurança jurídica.
113
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
A seguir estudaremos sobre a responsabilidade dos advogados e dos notários e dos tabeliães.
6.2 A responsabilidade civil dos advogados
O advogado, no exercício da profissão, possui independência e liberdade para exercer a atividade de 
forma prudente e ética. Segundo o Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a), o profissional deve proceder 
de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
Esse mesmo estatuto dispõe, não obstante, que o advogado é responsável civilmente pelos atos 
que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa (art. 32).
Pois bem, o mandato judicial, ou seja, a procuração judicial que permite ao advogado atuar como 
representante de seu cliente, faz nascer a relação jurídica advogado/cliente e, por consequência, a 
responsabilidade contratual.
É bom lembrar que a prestação de serviços jurídicos pelo advogado é caracterizada como obrigação 
de meio e não de resultado, pois na sua atividade profissional promove a defesa de seu cliente, 
além de prestar assessoria jurídica de forma profissional e técnica, atividades que não implicam 
garantia de sucesso total e irrestrito nem salvo-conduto para o cliente de que eventuais demandas 
não venham a ocorrer.
Paulo Lôbo (2017, p. 214) destaca as normas gerais que regem a responsabilidade civil do 
advogado, inseridas na CF, art. 133, e que estabelecem a inviolabilidade deste profissional por seus 
atos e manifestações no exercício da profissão, in verbis:
 
É norma de exoneração de responsabilidade, não podendo os danos daí 
decorrentes ser indenizados, salvo no caso de calúnia ou desacato. Essa 
peculiar imunidade é imprescindível ao exercício da profissão que lida com 
a contradição de interesses e os conflitos humanos.
Nessa mesma toada, como os advogados são considerados profissionais liberais, aplica-se a eles o 
art. 186 do Código Civil como regra básica da responsabilidade civil subjetiva.
 Observação
Pela responsabilidade subjetiva caberá ao advogado provar que não 
agiu com culpa (negligência, imprudência ou imperícia). Se prová-lo, 
estará excluída a responsabilidade.
Assim como na profissão médica não há a garantia de cura, no exercício da advocacia não há o 
compromisso de ganho de causa ou de absolvição do cliente, mas sim o compromisso de se envidar 
todos os esforços de forma a cumprir os ditames legais e promover a defesa técnica com qualidade, 
no mais alto grau de conduta ética e profissional, sob pena de infração disciplinar.
114
Unidade III
O Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) é muito claro nesse quesito, com algumas das infrações 
disciplinares capituladas em seu art. 34 e que implicam a responsabilidade civil e penal dos advogados:
 
Art. 34. Constitui infração disciplinar:
[...]
V – advogar contra literal disposição em lei,
[...]
XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou 
julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte 
contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
[...]
XVIII – solicitar ou receber do constituinte qualquer importância para 
aplicação ilícita ou desonesta;
[...]
XXVIII – praticar crime infamante;
[...]
Veja que, além da responsabilidade civil, o advogado, se incorrer em crime, responderá criminalmente 
pelos atos ilícitos e caracterizados como crimes, nascendo daí a responsabilidade penal.
O Estatuto da Advocacia (BRASIL, 1994a) prevê ainda que, no caso de lide temerária, o advogado 
será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte 
contrária. Em outras palavras, ambos responderão pela lide temerária.
É bom destacar que a responsabilidade civil incide também para o defensor público ou procurador 
de entidades públicas (estado, município, autarquias, advogado da União, por exemplo), recaindo na 
pessoa jurídica de direito público em nome da qual esses profissionais atuam, nos termos das normas 
disciplinadoras da responsabilidade do Estado (CAVALIERI FILHO, 2002, p. 334).
Note que a perda da ação, por decisão judicial, não acarreta responsabilidade civil do advogado, 
entretanto, se o advogado deu causa ao insucesso por culpa ou dolo, ou se foi negligente com o 
prazo, trazendo prejuízo e lesando o patrimônio jurídico de seu cliente, abre-se a possibilidade da 
“perda de uma chance”, incidindo na responsabilidade civil.
115
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Vejamos a lição de Carlos Roberto Gonçalves nesse sentido:
 
Aspecto relevante no estudo da responsabilidade civil do advogado é o 
que diz respeito à sua desídia ou retardamento na propositura de uma 
ação judicial. Utiliza-se, nesses casos, a expressão “perda de uma chance”, 
como nos casos de responsabilidade civil dos médicos [...] simbolizando 
aqui, a perda, pela parte, da oportunidade de obter, no Judiciário, o 
reconhecimento e a satisfação íntegra ou completa de seus direitos 
(GONÇALVES, 2019, p. 154).
Note que a perda de prazo constitui erro grave no exercício da advocacia; portanto, o advogado deve 
primar pela diligência e pela proatividade. De todo modo, para que se possa atribuir a responsabilidade 
civil ao advogado é necessário que haja comprovação da total negligência do profissional e que sua 
atitude não só tenha contribuído para o insucesso de seu cliente devido a culpa ou dolo, mas que 
tenha sido a causa direta do dano ocasionado ao patrimônio deste.
Em resumo, veja na figura ilustrativa as características estudadas no âmbito da responsabilidade 
do profissional advogado:
Advogado
Responsabilidade 
contratual
Responsabilidade 
por erros graves e 
comprováveis
Responsabilidade 
subjetiva (aferição 
de culpa)
Obrigação de 
meio (e não de 
resultado)
Figura 47 – Responsabilidade do advogado
116
Unidade III
Veja que para imputar a responsabilidade civil ao advogado, impõe-se provar que houve erro 
grave, apto a embasar uma ação de ressarcimento. Não é qualquer situação de dissabor ao cliente ou 
a mera perda da ação que ensejará o pleito por perdas e danos.
Não é demais relembrar que a advocacia é atividade de meio, que não garante o sucesso da 
causa. Para fins de indenização, é necessário que tenha havido inépcia do profissional e que sua 
autoria tenha sido diretamente a causa do dano, pois de outra forma não será possível atribuir a 
responsabilidade civil ao advogado.
6.3 A responsabilidade civil dos notários e registradores
Aprendemos que as serventias extrajudiciais agregam diversas competências públicas na 
formalização de vários atos. Esses atos realizados pelas serventias têm o poder de criar e preservar 
direitos e obrigações, mas também podem modificar, transformar e extinguir esses direitos e obrigações, 
tornando-os autênticos e legítimos graças à formalização em cartório e à fé pública a eles conferida.
Vimos também que se tratam de serviços delegados e que, portanto, só acontecem por força de 
disposição legal.
Vejamos a figura ilustrativa a seguir no tocante às atividades notariais e de registro e às 
consequências dessas atividades quanto aos direitos e obrigações:
Criam
PreservamModificam
Transformam
Atividades notariais 
e registrárias
Serventias 
extrajudiciais
Extinguem
Figura 48 – Atividades notariais e de registro
Estudamos ainda que a atividade notarial e de registro pressupõe confiança e credibilidade em 
razão da segurança jurídica e da fé pública conferida aos atos notariais e de registro. Nesse sentido, é 
de vital importância analisarmos a responsabilidade civil dos notários e dos registradores.
Os notários e oficiais de registro respondem pelos danos ocasionados pelos seus prepostos no 
exercício da função registrária e notarial. No caso de os prepostos terem agido com dolo ou culpa, 
cabe aos notários e oficiais de registro promoverem a ação de regresso contra os prepostos que agiram 
dessa forma.
117
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Para ilustrar melhor essa questão, optou-se por trazer a lição de Regina Pedroso e Milton Fernando 
Lamanauskas (2015, p. 13):
 
É comum na doutrina a distinção entre responsabilidade subjetiva e 
objetiva. A primeira, em resumo, só se aplica após a demonstração de 
culpa e nexo de causalidade. Já a responsabilidade objetiva independe da 
demonstração de culpa, mas sim basta para sua configuração a existência 
de um fato e o consequente dano. Para compreender a implicação e a 
atribuição da responsabilidade aos oficiais é importante que se observe 
que o fato de o sistema registral ter dois aspectos: um público e outro 
privado. Em relação a esfera de atuação pública a responsabilidade do 
Estado é objetiva, pois se trata de responsabilidade quanto à aplicação 
das normas e condutas comuns do sistema, da estrutura. Por outro lado, 
há a esfera privada, quanto á administração particular das serventias 
e principalmente pela qualificação dos documentos. A qualificação é 
subjetiva, e, portanto, a responsabilidade desta só pode ser atribuída a 
quem a fez, de modo pessoal. O oficial que atua conferindo segurança 
jurídica por vezes analisa a legalidade e conformidade do que se pretende 
registrar e neste momento atua com responsabilidade.
O art. 28 da Lei de Registros Públicos (LRE), a Lei n. 6.015/1973, dispõe que além dos casos expressos 
em lei, os oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente 
ou pelos prepostos ou substitutos que indicarem, causem, por culpa ou dolo, aos interessados 
no registro.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem reafirmado que o Estado tem responsabilidade 
civil objetiva para reparar danos causados a terceiros por tabeliães e oficiais de registro no exercício 
de suas funções cartoriais. A Corte decidiu ainda que o Estado deve ajuizar ação de regresso contra o 
responsável pelo dano, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
Veja que em 2016, a Lei n. 13.286 dispôs sobre a responsabilidade civil dos notários e registradores, 
alterando o art. 22 da Lei de Serviços Notariais e de Registro (Lei n. 8.935/1994), passando a vigorar 
da seguinte forma:
 
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis 
por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, 
pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que 
autorizarem, assegurado o direito de regresso (BRASIL, 2016b).
Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que o Estado é responsável por erros 
cartorários. A decisão do STF foi decorrente de caso concreto enviado à Suprema Corte devido a um 
erro numa certidão de óbito, o que, por consequência, impediu o recebimento da pensão previdenciária 
por morte junto ao INSS.
118
Unidade III
 Saiba mais
Verifique o julgamento do Recurso Extraordinário n. 842.846/SC, de 27 
de janeiro de 2019, no qual o STF decidiu pelo cabimento da responsabilidade 
objetiva do Estado, pelos atos dos tabeliães e oficiais de registro:
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Plenário reafirma jurisprudência sobre 
responsabilidade civil do Estado pelas atividades de cartórios. Notícias STF, 
27 fev. 2019. Disponível em: https://bit.ly/38lw0Zh. Acesso em: 9 mar. 2021.
A doutrina também se pronuncia com respeito à responsabilidade penal nas atividades 
serventuárias: “o delegado do serviço extrajudicial é considerado funcionário público para efeitos 
penais” (PEDROSO; LAMANAUSKAS, 2015, p. 13).
Não obstante a responsabilidade civil, a Lei n. 8.935/1994, no art. 24, dispõe sobre a responsabilidade 
criminal dos notários e oficiais de registro, que será individualizada, aplicando-se, no que couber, a 
legislação relativa aos crimes contra a administração pública, e, no parágrafo único deste mesmo artigo, a lei 
estabelece que a individualização não exime os notários e os oficiais de registro de sua responsabilidade 
civil. Ao consultar a lei, verifica-se que o art. 23 traz, de maneira expressa, que a responsabilidade civil 
independe da responsabilidade criminal (BRASIL, 1994b).
A individualização da responsabilidade criminal contida no artigo em comento significa que, em 
matéria penal, somente quem cometeu o crime é que poderá ser processado e condenado, ou seja, no 
caso em questão, se um preposto do cartório, por exemplo, cometer um crime na atividade funcional, 
somente ele será processado e, eventualmente, condenado pelo crime, mas ninguém poderá ser 
processado ou condenado em seu lugar.
Desse modo, a inteligência do art. 24 da Lei n. 8.935/1994 é no sentido de que quanto à 
responsabilidade penal dos notários e oficiais de registro aplica-se a legislação relativa aos crimes 
contra a administração pública.
Qual a utilidade prática dessa assertiva normativa?
Para fins penais, equiparam-se as atividades dos notários e oficiais de registro às atividades prestadas 
pelos servidores públicos. Vejamos o que diz o art. 327 do Código Penal Brasileiro (BRASIL, 1940):
 
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego 
ou função pública.
119
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora 
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica 
da Administração Pública.
Note que os notários e oficiais de registros não são funcionários públicos, mas colaboradores do 
Estado que prestam serviços públicos, entretanto, para fins de responsabilização penal no exercício de 
suas atividades notariais e registrárias, são equiparados a funcionários públicos.
Além das infrações civis e penais, existem as infrações disciplinares que sujeitam os notários e 
oficiais de registro às penalidades previstas na Lei n. 8.935/1994, art. 31 (BRASIL, 1994b). São elas:
 
I – a inobservância das prescrições legais ou normativas;
II – a conduta atentatória às instituições notariais e de registro;
III – a cobrança indevida ou excessiva de emolumentos, ainda que sob a 
alegação de urgência;
IV – a violação do sigilo profissional;
V – o descumprimento de quaisquer dos deveres descritos no art. 30.
O art. 30 da referida lei traz um elenco dos deveres impostos aos notários e aos oficiais de registro. 
As infrações disciplinares, asseguradas a ampla defesa e o contraditório, sujeitam os notários e oficiais 
de registro às seguintes penas: (i) repreensão; multa; e (ii) suspensão por 90 dias, prorrogável por mais 
30 dias (art. 32).
Cabe aqui analisarmos a responsabilidade tributária dos notários e oficiais de registro. Veja que a 
lei estabelece que se esses profissionais não recolherem devidamente os tributos incidentes sobre os 
atos por eles praticados, ocorrerão em omissão na prática profissional.
Nesse sentido, o art. 30, inc. XI da Lei 8.935/1994 é expresso quanto aos deveres dos notários e 
oficiais de registro, no seguinte sentido: “[...] fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre 
os atos que devem praticar”.
O Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966) dispõe sobre a responsabilidade desses profissionais, 
que responderãojunto com o contribuinte, ou seja, de forma solidária. Vejamos:
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da 
obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este 
nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
120
Unidade III
[...]
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos 
tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em 
razão do seu ofício;
[...]
Assim, os notários e oficiais de registro detêm competência fiscalizatória tributária tendo por 
encargo o cumprimento de obrigações assessórias, documentais e contábeis. Por serem colaboradores 
e fiscalizadores da Justiça, esses profissionais se responsabilizam pelas falhas ocorridas no desempenho 
de suas funções.
Veja que é amplo o espectro da responsabilidade dos notários e oficiais de registro no desempenho 
de suas funções, portanto, devem estar atentos à importância de diligenciarem com cautela e prudência 
sobre os atos que lhe são delegados pelo Estado.
Para finalizar, é bom lembrar que o art. 236, § 1º da CF (BRASIL, 1988) dispôs que “Lei regulará as 
atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus 
prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário”.
Nesse sentido, a Lei n. 13.286/2016 deu nova redação ao art. 22 da Lei n. 8.935/1994 e disciplinou 
a matéria sobre a responsabilidade civil dos notários e oficiais de registro, ou seja, sobre a responsabilidade 
subjetiva desses profissionais. Assim, em caso de dano, a parte ofendida deverá provar que os notários 
e registradores, ou seus prepostos, agiram com culpa ou dolo (BRASIL, 2016b).
À guisa de conclusão, a Constituição brasileira de 1988 dispôs expressamente que caberá a lei 
ordinária regular a matéria sobre a responsabilidade dos notários e oficiais de registro, o que ocorreu 
com edição da Lei n. 13.286/2016.
121
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
 Resumo
Estudamos nesta unidade que os advogados desempenham serviço 
essencial à promoção de justiça, cuja administração é parte do projeto 
democrático e conduz à construção da cidadania numa sociedade 
justa e solidária.
Vimos que o exercício da advocacia tem previsão constitucional e 
somente poderá exercer a atividade profissional o bacharel em Direito 
mediante inscrição na OAB. Assim, para atuar em juízo patrocinando uma 
causa é preciso possuir capacidade postulatória, ou seja, ser advogado.
Para isso, o Estatuto da Advocacia e a OAB disciplinam o exercício da 
função da advocacia estabelecendo as atividades privativas da advocacia, 
as incompatibilidades, os direitos e os deveres do advogado.
A atividade do advogado constitui um múnus público dada sua função 
de prestação de serviço público e o patrocínio dos interesses e dos direitos 
humanos e das garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da 
justiça e da paz social e profissional.
Por essa razão, o advogado, no desempenho da profissão, deverá 
observar o rigor técnico e a ética profissional no exercício da advocacia, 
que exige conduta compatível com os preceitos do Código de Ética e do 
Estatuto da Advocacia, de acordo com os princípios da moral individual, 
social e profissional.
Analisamos que o exercício da advocacia pode se dar de duas formas: 
contenciosa e consultiva. Na primeira, a atuação do advogado é em 
juízo, na defesa de seu cliente nos litígios levados ao Poder Judiciário. 
No âmbito consultivo, o advogado pode prestar consultoria ou assessoria 
jurídica, atuando na esfera preventiva.
Na administração da justiça, o advogado presta um serviço público, 
portanto, exerce uma função social, não só pela indispensabilidade de 
seus serviços, mas pela importância da advocacia para a sociedade.
Estudamos também que o exercício da advocacia impõe 
responsabilidade no âmbito civil e criminal, sem prejuízo da correção 
disciplinar por decorrência do descumprimento dos princípios e regras 
estatuídos no Código de Ética dos Advogados.
122
Unidade III
Prosseguindo, analisamos os serviços prestados pelos notários e 
registradores e vimos que possuem especial importância tendo em vista 
também consistir num serviço público disponibilizado a toda sociedade 
cuja previsão encontra-se na CF, art. 236.
Embora exerçam função de natureza privada, todos os serviços 
jurídicos, notariais e de registro são serviços instituídos por delegação do 
poder público e, portanto, submetem-se à fiscalização pelo Estado.
Como as atividades notariais e registrárias possuem fé pública, 
devem conferir segurança jurídica. Essa segurança vem reforçada pelo 
Provimento n. 88/2019 do CNJ, que dispõe que os notários e tabeliães 
responsabilizam-se por estabelecer políticas e procedimentos de controle 
com vistas à prevenção aos crimes de lavagem de dinheiro, de corrupção 
e financiamento ao terrorismo.
Com isso, ressaltou-se que os notários e oficiais de registro, por 
desempenharem uma função delegada, têm obrigações impostas por lei e 
assumem responsabilidades no exercício de suas funções, submetendo-se 
aos princípios constitucionais inerentes às funções públicas no âmbito da 
administração pública, ínsitos do art. 37 da CF: legalidade, impessoalidade, 
publicidade, moralidade e eficiência.
Verificamos que os profissionais de cartório e de tabelionatos, 
em suas funções notariais e registrárias, são civilmente responsáveis 
pelos prejuízos causados a terceiros, seja por dolo ou culpa, e pelos 
substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado 
o direito de regresso.
A Lei n. 8.935/1994 instituiu a responsabilidade criminal de forma 
individualizada e equiparou as atividades dos notários e oficiais de 
registro às atividades prestadas pelos servidores públicos. Assim, como 
colaboradores do Estado, para fins de responsabilidade penal, esses 
profissionais são equiparados a funcionários públicos.
Por fim, vimos que além da responsabilidade civil e penal, os notários 
e oficiais de registro têm responsabilidade tributária, pois, segundo a lei 
tributária, os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício são 
responsáveis solidários por tributos incidentes nos atos de seu ofício, 
tendo em vista a sua competência fiscalizatória.
123
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
 Exercícios
Questão 1. José Qualker é advogado e presta serviços para um posto de gasolina existente na sua 
cidade, aliás, o maior de toda a região com um grande movimento de caminhões e carretas, já que se 
encontra em área de intensa produção agrícola. Recentemente, o proprietário do estabelecimento de 
venda de combustível foi acusado de favorecer o tráfico de entorpecentes em seu estabelecimento, 
que seria um ponto de venda de drogas. A polícia chegou ao local, lacrou o estabelecimento e, em 
seguida, se dirigiu ao escritório do advogado, de onde retirou pastas, documentos, computadores e 
uma agenda, para averiguar se havia participação daquele profissional nas práticas ilegais de que seu 
cliente estava sendo acusado. De imediato, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil da seção 
local se dirigiu à delegacia para:
A) Impedir que o advogado fosse preso, porque não se pode prender advogados no Brasil.
B) Exigir o respeito à inviolabilidade do escritório de advocacia e dos instrumentos de trabalho do 
advogado, como determina a legislação.
C) Advogar para o proprietário do posto de gasolina, porque o advogado não poderia mais exercer 
essa atividade.
D) Prestar depoimento em favor do advogado que ele conhece muito bem e sabe que não é cúmplice 
de nenhum crime.
E) Recolher a carteira de advogado do colega preso, porque ele fica impedido de exercer a advocacia.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: os advogados podem ser presos porque não são diferentes de nenhuma outra pessoa, 
mas, para isso, é preciso que existam provas e que sejam condenados após processo judicial em quesejam obedecidas as regras constitucionais da ampla defesa e do contraditório. No enunciado da 
questão não consta que o advogado tenha sido preso, e sim que seu escritório tenha sido violado pela 
polícia que dele retirou objetos de trabalho.
B) Alternativa correta.
Justificativa: a legislação protege a inviolabilidade do escritório do advogado, que não poderá ser 
invadido para investigação, salvo com autorização judicial e somente para documentos que estejam 
estritamente relacionados com o caso que está sendo investigado. Pelo que consta do enunciado da 
questão, esses cuidados não foram adotados e, por isso, fica caracterizada a ilegalidade da conduta 
do agente público.
124
Unidade III
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o advogado não foi preso e, portanto, pode continuar exercendo sua atividade em 
favor do cliente.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: ainda não é o momento de serem ouvidas testemunhas, por isso essa atitude não é 
cabível nem necessária.
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: não há no enunciado indicação de que o advogado tenha sido preso, apenas que seu 
escritório foi violado.
Questão 2. Um empresário proprietário de muitos bens e portador de grave doença, já quase em 
estado terminal, compareceu ao tabelião de notas para fazer seu testamento e pediu completo sigilo 
sobre o documento até sua morte. Um de seus filhos foi avisado por um funcionário do tabelionato 
que o pai havia estado lá para conversar com o tabelião e que ficaram por mais de duas horas 
trancados em uma sala. O filho do empresário se dirigiu ao tabelião exigindo ver o documento que 
seu pai havia lavrado e argumentou que pela CF os tabelionatos estão obrigados a dar publicidade de 
seus atos. O tabelião argumentou que:
I – A publicidade é um dos princípios constitucionais que todo agente público deve cumprir, 
inclusive os tabeliães.
II – A publicidade está restrita ao ato e não ao conteúdo que, por vezes, deverá ser mantido em 
sigilo para segurança do próprio ato e da parte que o praticou.
III – A publicidade do ato é escolha do tabelião que poderá praticá-la ou não, em cumprimento à 
sua vontade.
Assinale a alternativa correta:
A) I, somente.
B) II, somente.
C) III, somente.
D) I e II.
E) II e III.
Resposta correta: alternativa D.
125
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS JURÍDICOS
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o art. 37 da Constituição brasileira determina que são princípios da administração 
pública a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A função registral e notarial 
é delegação do poder público e, por essa razão, fica obrigada ao cumprimento dos princípios da 
administração pública.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: a lei prevê que alguns atos poderão ser realizados com sigilo, como é o caso do 
testamento. O ato de preparar o testamento pode ser público, efetuado perante um tabelião e com 
testemunhas, porém o conteúdo pode ficar sob sigilo até o momento da morte do testador.
III – Afirmativa III incorreta.
Justificativa: a publicidade dos atos praticados na função registral e notarial não são escolha dos 
agentes, mas, sim, decorrentes de determinação da CF.

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