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E-Book-Etica-e-Estatuto-da-OAB-Comentado-e-Esquematizado-Professora-Cinthia-Biesek

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Sumário
ÉTICA E ESTATUTO COMENTADO E ESQUEMATIZADO ..............................................3
1 – ATIVIDADE DE ADVOCACIA ..................................................................................4
2 – DIREITOS DOS ADVOGADOS E ADVOGADAS ...................................................16
3 – INSCRIÇÃO NA OAB ..............................................................................................30
4 – SOCIEDADE DE ADVOGADOS .............................................................................42
5 – ADVOGADO EMPREGADO ....................................................................................50
6 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ............................................................................53
7 – INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS ..........................................................59
8 – ÉTICA DO ADVOGADO ..........................................................................................72
9 – INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES .........................................................80
10 – A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL .........................................................112
11 – PROCESSO NA OAB ............................................................................................135
3
Professora: Cínthia Biesek
ÉTICA E ESTATUTO DA OAB — COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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ÉTICA E ESTATUTO COMENTADO E ESQUEMATIZADO
APRESENTAÇÃO
Olá, prezado aluno, prezada aluna. Tudo bem? Desejo que sim!
Este material tem por objetivo tornar a sua preparação mais eficiente, possibilitando 
uma revisão completa e objetiva do conteúdo da Lei n. 8.906, de julho de 1994, a qual dispõe 
sobre o ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.
Destaco que, nas aulas regulares do curso, você tem a oportunidade de estudar os 
assuntos de modo completo e aprofundado, todos vistos nos mínimos detalhes.
Sendo assim, este material não tem a pretensão de substituir a leitura das aulas regu-
lares do curso, uma vez que a proposta do presente material é comentar todo o Estatuto da 
Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil, além de frisar os tópicos de maior relevância.
Por fim, coloco-me à disposição para sanar todas as suas dúvidas que surgirem no 
decorrer da leitura. Não hesite em mandá-las, por mais simples que possam parecer, pois, 
se a dúvida for esclarecida, você seguirá seus estudos de forma eficaz e não se esquecerá 
do assunto tratado, caso contrário, um pequeno detalhe que não foi esclarecido poderá com-
prometer sua preparação. Portanto, contate-me sempre que julgar necessário.
Grande abraço e bons estudos!
SEJA IMPARÁVEL!
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Professora: Cínthia Biesek
ÉTICA E ESTATUTO DA OAB — COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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1 – ATIVIDADE DE ADVOCACIA
A Constituição da República Federativa do Brasil consagra como integrantes das fun-
ções essenciais à justiça (art. 127 ao 135, CF/1988):
• o Ministério Público;
• a Advocacia Pública;
• a Advocacia; e
• a Defensoria Pública.
Nesse contexto, o artigo 133 da Constituição Federal dispõe que “o advogado é indis-
pensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no 
exercício da profissão, nos limites da lei”.
São diversas as garantias constitucionais que estão relacionadas com a atividade 
dos advogados. Vejamos o artigo 5º da Constituição Federal:
CF/1988, art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o 
devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em ge-
ral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos 
a ela inerentes;
[...]
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer 
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
[...]
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que com-
provarem insuficiência de recursos; [...] (destaques nossos).
No mesmo sentido, o Estatuto da OAB traz que o advogado é indispensável à adminis-
tração da justiça, sendo que, no seu ministério privado, o advogado presta serviço público e 
exerce função social. Vejamos:
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Professora: Cínthia Biesek
ÉTICA E ESTATUTO DA OAB — COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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EOAB, art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce fun-
ção social.
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favo-
rável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem 
múnus público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifes-
tações, nos limites desta lei (destaques nossos).
A essencialidade da Advocacia frente à justiça não deve ser interpretada de modo restrito 
ao processo judicial, haja vista que, além da postulação em órgãos do Poder Judiciário e juiza-
dos especiais, temos como atividade privativa da advocacia a prestação de consultoria, asses-
soria e direção jurídica. Sendo assim, em interpretação extensiva, a essencialidade da advoca-
cia deve ser entendida no âmbito social, levando em consideração que o advogado também é 
defensor do Estado Democrático de Direito e dos direitos humanos e garantias fundamentais.
Em decorrência disso, o CED-OAB traz em seu artigo 3º que o advogado deve ter cons-
ciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções 
justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos 
limites da lei, ou seja, possui imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação 
puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora 
dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer 
(artigo 7º, § 2º, do EOAB).
Todavia, é defeso (PROIBIDO) ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via admi-
nistrativa falseando deliberadamente a verdade e utilizando de má-fé (art. 6º do CED-OAB).
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal consi-
derou que a imunidade profissional é indispensável para que o advogado possa exercer 
condigna e amplamente seu múnus público.
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ÉTICA E ESTATUTO DA OAB — COMENTADO E ESQUEMATIZADO
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Ao tratar da atividade da advocacia, o Estatuto da OAB dispõe que:
EOAB, art. 1º. São ATIVIDADES PRIVATIVAS de advocacia:
 I – a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
 II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas 
corpus em qualquer instância ou tribunal.
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nu-
lidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando 
visados por advogados.
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade 
(destaques nossos).
Pois bem.
São atividades PRIVATIVAS de advocacia (art. 1º, EOAB):
• I – a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
DICA:
O inciso I do artigo 1º foi objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI n. 
1.127), com a qual foi retirada a expressão “qualquer” após esta ser declarada 
inconstitucional.
Vejamos a redação anterior: “I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciá-
rio [...]”.
O termo foi declarado inconstitucional pelo entendimento do STF de que impor a 
presença do advogado em toda e qualquer manifestação perante os órgãos do 
Poder Judiciário vai de encontro com o regramento constitucional, considerando 
que o advogado é indispensável à administração da Justiça, entretanto, sua pre-
sença pode ser dispensada em certos atos jurisdicionais.
Sendo assim, não pode o legislador,na elaboração do Estatuto da OAB, exigir a 
presença do advogado para postulação a “qualquer” órgão, pois não é absoluta a 
vedação ao legislador de dispensar a participação do advogado em determina-
das causas, desde que essa dispensa seja feita com base nos princípios da razoa-
bilidade e da proporcionalidade.
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EXEMPLO 1:
Para que você consiga visualizar melhor, o efeito da retirada desse termo ocorre em razão 
da faculdade conferida às partes nas causas cujo valor seja de até 20 (vinte) salários mí-
nimos para comparecer assistida por advogado (Lei n. 9.099/1995 – Juizados Especiais).
Outro exemplo é a existência do instituto do jus postulandi perante a Justiça Trabalhista, na 
qual os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça 
do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final (artigo 791 da CLT).
• II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
Sabemos que a orientação feita por profissional qualificado técnica e legalmente habili-
tado reduz consideravelmente a ocorrência de erros e prejuízos. Paulo Lôbo1 (2017) diferen-
cia os termos trazidos pela legislação:
A assessoria jurídica é espécie do gênero advocacia extrajudicial, pública ou 
privada, que se perfaz auxiliando quem deva tomar decisões, realizar atos ou 
participar de situações com efeitos jurídicos, reunindo dados e informações 
de natureza jurídica, sem exercício formal de consultoria. Se o assessor proferir 
pareceres, conjuga a atividade de assessoria em sentido estrito com a atividade 
de consultoria jurídica.
Direção jurídica tem o significado de administrar, gerir, coordenar, definir dire-
trizes de serviços jurídicos. [...] Para os dirigentes jurídicos é essencial a ativida-
de-fim de gestão de serviço jurídico, enquanto são complementares as atividades 
de assessoria e consultoria jurídicas, que podem ou não ser por eles exercidas. 
Os atos de advocacia de quem exerce direção jurídica são presumidos, sem ne-
cessidade de comprovação específica (destaques nossos).
ATENÇÃO
NÃO SE INCLUI na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em 
qualquer instância ou tribunal.
A ressalva feita no § 1º, quanto ao remédio constitucional do habeas corpus, se deve ao fato 
de a legitimidade, neste caso, ser UNIVERSAL, já que o HC poderá ser impetrado por qual-
quer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público e será concedido 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liber-
dade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (artigo 5º, LXVIII, da CF/1988).
1 LÔBO, Paulo. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. São Paulo: Saraiva, 2017.
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• § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nuli-
dade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados 
por advogados.
Ainda em caráter extrajudicial, temos a necessidade de VISTO do advogado para que 
sejam admitidos a registro atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas.
Ressalto que exigir a participação do advogado na celebração de atos e negócios jurí-
dicos violaria o princípio constitucional da liberdade de exercício da atividade econômica, 
previsto no artigo 170 da Constituição Federal, mas a supervisão dada por meio do visto não, 
conforme podemos notar no posicionamento do STF ao julgar a ADI n. 1.194:
ADI n. 1.194 – STF
A obrigatoriedade do visto de advogado para o registro de atos e contratos consti-
tutivos de pessoas jurídicas (artigo 1º, § 2º, da Lei n. 8.906/1994) não ofende os 
princípios constitucionais da isonomia e da liberdade associativa.
DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV/2022/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) Aline, advogada inscrita na 
OAB, poderá praticar validamente, durante o período em que estiver cumprindo sanção 
disciplinar de suspensão, o seguinte ato:
a. impetrar habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça.
b. visar ato constitutivo de cooperativa, para que seja levado a registro.
c. complementar parecer que elaborara em resposta à consulta jurídica.
d. interpor recurso com pedido de reforma de sentença que lhe foi desfavorável em pro-
cesso no qual atuava em causa própria.
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COMENTÁRIO
Letra a.
De acordo com o artigo 1º, § 1º, do Estatuto da OAB, NÃO se inclui na atividade privativa 
de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. Enquan-
to suspenso, o advogado não poderá exercer nenhum ato privativo de advogado. Contudo, 
lembre-se: a legitimidade para impetrar HC é UNIVERSAL, ou seja, este pode ser impe-
trado por qualquer pessoa.
Além do mais, lembre-se: são ATIVIDADES PRIVATIVAS de advocacia: a postulação a 
órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais, bem como as atividades de consultoria, 
assessoria e direção jurídicas.
EOAB, art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a 
denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados 
do Brasil (OAB).
§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do 
regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, 
da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias 
e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das 
respectivas entidades de administração indireta e fundacional.
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos pre-
vistos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob 
responsabilidade deste.
O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado 
são PRIVATIVOS dos INSCRITOS na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sendo que o esta-
giário de advocacia, se regularmente inscrito, poderá praticar os atos privativos de advogado 
em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste, observado o regimento geral.
Obs.: � É importante destacar que o Estatuto da OAB, mediante a Lei n. 8.906/1994, inovou 
ao determinar que os advogados públicos se sujeitem ao regime do Estatuto da 
entidade e, consequentemente, vários foram os questionamentos acerca dos des-
dobramentos dessa determinação, como ocorre na ADI n. 4.636, com a qual o STF 
declarou inconstitucional qualquer interpretação que resulte no condicionamento 
da capacidade postulatória dos membros da Defensoria Pública à inscrição 
dos Defensores Públicos na Ordem dos Advogados do Brasil.
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 � Ademais, no julgamento do RE n. 1.240.999, que analisou o TEMA n. 1.074 da reper-
cussão geral, o STF negou provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte 
tese: “É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros 
da Ordem dos Advogados do Brasil”.
EOAB, art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, 
técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos ter-
mos da lei.
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a socie-
dade de advogados cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de 
desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelha-
mento, equipe técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, 
permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado 
à plena satisfação do objeto do contrato.
ATENÇÃO
A Lei n. 14.039/2020 incluiu o artigo 3º-A no EOAB, o qual estabelece que os serviços pro-
fissionais deadvogado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando comprovada 
sua notória especialização, nos termos da lei.
DICA:
Na prática, a alteração promovida no Estatuto da OAB está relacionada com o pro-
cedimento de inexigibilidade de licitação quando da contratação de advogados pela 
Administração Pública, uma vez que tais serviços devem ser de natureza singular 
e o profissional deve deter notória especialização.
Desse modo, nos termos do artigo acima, os serviços prestados por advogados 
quando comprovada sua notória especialização são, por sua natureza, técnicos e 
singulares.
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DIRETO DO CONCURSO
2. (FGV/2022/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) Determinada sociedade de 
advogados sustenta que os serviços por ela prestados são considerados de notória 
especialização, para fins de contratação com a Administração Pública.
Sobre tal conceito, nos termos do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirma-
tiva correta.
a. Todas as atividades privativas da advocacia são consideradas como serviços de 
notória especialização, tratando-se de atributo da atuação técnica do advogado, não 
extensível à sociedade de advogados.
b. Todas as atividades privativas da advocacia são consideradas como serviços de notó-
ria especialização, conceito que se estende à atuação profissional do advogado ou da 
sociedade de advogados.
c. Apenas exercem serviços de notória especialização o advogado ou a sociedade de 
advogados cujo trabalho seja possível inferir ser essencial e, indiscutivelmente, o 
mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
d. Apenas exercem serviços de notória especialização o advogado cujo trabalho seja 
possível inferir ser essencial e, indiscutivelmente, o mais adequado à plena satisfa-
ção do objeto do contrato, tratando-se de atributo da atuação técnica do advogado, 
não extensível à sociedade de advogados.
COMENTÁRIO
Letra c.
De acordo com o artigo 3º-A do EOAB, os serviços profissionais de advogado são, por sua 
natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos ter-
mos da lei. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advoga-
dos cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, es-
tudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros 
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial 
e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
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EOAB, art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa 
não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido 
– no âmbito do impedimento – suspenso, licenciado ou que passar a exercer ativi-
dade incompatível com a advocacia.
Os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, bem 
como os praticados por advogado impedido, no âmbito do seu impedimento, suspenso, 
licenciado ou que exerça atividade incompatível com a advocacia, serão NULOS.
Além da nulidade, serão aplicadas sanções civis, já que aquele que der causa ao dano 
será obrigado a repará-lo (art. 927 do Código Civil); penais, pois a prática de atos privativos 
de advocacia por profissionais e sociedades não inscritos na OAB constitui exercício ilegal 
da profissão (art. 4º do Regulamento Geral), sendo defeso (proibido) ao advogado prestar 
serviços de assessoria e consultoria jurídicas para terceiros, em sociedades que não possam 
ser registradas na OAB; e administrativas, se couber.
O Superior Tribunal de Justiça entendeu, no julgamento do Recurso Especial n. 449.627, 
que não será decretada a nulidade dos atos praticados por advogado afastado do exercício 
profissional, se foram ratificados por novo procurador constituído nos autos, bem como 
se a nulidade não prejudicar qualquer das partes (LÔBO, 2017).
EOAB, art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova 
do mandato.
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a 
apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos 
judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias se-
guintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substitu-
ído antes do término desse prazo (destaques nossos).
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A atuação do advogado quando postula, em juízo ou fora dele, está vinculada à existência 
de um mandato. O mandato nada mais é do que a famosa procuração, documento por meio do 
qual o cliente confere ao advogado poderes para representá-lo na esfera judicial e/ou extrajudicial.
Desse modo, ao postular, o advogado deverá fazer prova do mandato. Porém, se ale-
gada urgência, pode atuar sem procuração, sendo obrigatória a apresentação no prazo 
de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período.
DICA:
De acordo com a súmula n. 115 do Superior Tribunal de Justiça, na instância espe-
cial, é inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos autos.
Em regra, o advogado NÃO DEVE ACEITAR procuração de quem já tenha patrono 
constituído, sem prévio conhecimento deste, SALVO por motivo plenamente justificável ou 
para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis, de acordo com o artigo 14 do CED-OAB.
A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais 
em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
EXEMPLO 2:
De acordo com o artigo 105 do Código de Processo Civil, são atos do processo que exi-
gem cláusula específica: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedi-
do, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quita-
ção, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica.
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Observe que nada impede que o advogado renuncie ao mandato, de acordo com a sua 
conveniência, sem menção do motivo que determinou a renúncia, exigindo-se apenas que 
continue representando o mandante durante 10 (dez) dias, contados da notificação da 
renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo, sendo que cessará, após o 
decurso desse prazo, a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa 
(art. 5º, § 3º, do EOAB c/c art. 16 do CED-OAB).
Além disso, o mandato se presume cumprido e extinto quando concluída a causa ou 
arquivado o processo (art. 13 do CED-OAB).
O Código de Ética e Disciplina da OAB recomenda que o advogado, em face de dificul-
dades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido soli-
citadas, não deixe ao abandono ou desamparadas as causas sob seu patrocínio, mas 
sim que RENUNCIE ao mandato (art. 15 do CED-OAB).
Outra forma de encerrar o mandato é mediante a REVOGAÇÃO pela vontade do 
cliente, que não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim 
como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual 
verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetiva-
mente prestado (art. 17, CED-OAB).
O mandado judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se 
o contrário for consignado no respectivo instrumento (art. 18, CED-OAB).
Desse modo, podemos afirmar que existem4 (quatro) possibilidades de extinguir o 
mandato (procuração):
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Obs.: � Os poderes conferidos ao advogado podem ser SUBSTABELECIDOS a outro advo-
gado, que irá sub-rogar-se dos poderes conferidos.
 � O substabelecimento é a autorização legal para que outro advogado substitua o titu-
lar dos poderes conferidos pelo cliente e poderá ser com reserva de poderes ou sem 
reserva de poderes (art. 26, CED-OAB).
 � O substabelecimento COM RESERVA de poderes é a substituição parcial e provi-
sória, caracterizada como ato pessoal do advogado da causa, devendo o substa-
belecido ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecente. Já 
o substabelecimento SEM RESERVA de poderes é a substituição total e definitiva, 
que exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
 
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2 – DIREITOS DOS ADVOGADOS E ADVOGADAS
CAPÍTULO II
Dos Direitos do Advogado
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e 
membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e res-
peito recíprocos.
Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da 
justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento com-
patível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.
O Código de Ética e Disciplina é expresso ao estabelecer o dever de urbanidade do advo-
gado, que deve tratar todos com respeito e consideração, além de exigir igual tratamento de todos 
com quem se relacione, preservando seus direitos e prerrogativas (art. 27 do CED-OAB).
A ausência de subordinação está estritamente relacionada à liberdade e independên-
cia funcional do advogado, que deve seguir suas convicções filosóficas e conhecimentos 
técnicos em prol dos interesses dos seus clientes. Perceba que não há hierarquia ou subor-
dinação, inclusive, entre os próprios advogados.
Além do mais, quando há concurso entre colegas na prestação de serviços advocatí-
cios, seja em caráter individual, seja no âmbito de sociedade de advogados ou de empresa 
ou entidade em que trabalhe, será necessário o tratamento condigno, que não os torne 
subalternos nem lhes avilte os serviços prestados mediante remuneração incompatível com 
a natureza do trabalho (art. 29 do CED-OAB).
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Além da isonomia entre as partes, são direitos do advogado (art. 7º, EOAB):
• I – EXERCER, COM LIBERDADE, A PROFISSÃO EM TODO O TERRITÓ-
RIO NACIONAL.
De acordo com o artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988, é livre o exer-
cício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a 
lei estabelecer.
No caso, o Estatuto da OAB prevê uma série de requisitos para a inscrição do profis-
sional nos quadros da Ordem (art. 8º), dentre eles a verificação da capacidade técnica do 
profissional por meio do Exame de Ordem.
Desse modo, uma vez preenchidos os requisitos legais para inscrição como advogado 
da Ordem, o profissional tem liberdade para atuar em todo o território nacional, sem sofrer 
qualquer forma de restrição.
• II – INVIOLABILIDADE DE SEU ESCRITÓRIO OU LOCAL DE TRABALHO, bem 
como de seus INSTRUMENTOS DE TRABALHO, de sua correspondência escrita, 
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal conside-
rou que a inviolabilidade do escritório ou do local de trabalho é consectário da inviolabilidade 
assegurada ao advogado no exercício profissional.
Registro que a Lei n. 11.767/2008 alterou o Estatuto da OAB, o qual anteriormente 
previa que a busca ou apreensão determinada por Magistrado deveria ser acompanhada por 
representante da OAB. Por outro lado, a Lei indicada incluiu no Estatuto da OAB os §§ 6º e 
7º, que possuem a seguinte redação:
§ 6º. Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte 
de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da in-
violabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, 
expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser 
cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, 
vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a 
clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho 
que contenham informações sobre clientes.
§ 7º. A ressalva constante do § 6º deste artigo não se estende a clientes do ad-
vogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus 
partícipes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra 
da inviolabilidade (destaques nossos).
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A Constituição Federal prevê, no artigo 5º, XII:
CF/1988, art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins 
de investigação criminal ou instrução processual penal; [...] (destaques nossos).
Relembrando que aqui estamos diante de um caso de reserva legal qualificada, na qual, 
além de se exigir a existência de lei formal para regulamentar o instituto da interceptação de 
comunicações telefônicas, este deve servir de prova apenas em investigação criminal ou em 
instrução processual penal, mediante ordem judicial.
A regulamentação exigida é dada pela Lei n. 9.296/1996, a qual disciplina as hipóteses 
de aplicação, os requisitos e as vedações da interceptação das comunicações telefônicas.
Perceba que aqui há um conflito entre direitos. De um lado, procura-se assegurar ao 
advogado a liberdade de atuação, bem como o sigilo de sua atividade profissional, mas, por 
outro, tal garantia não pode impedir a aplicação de um instrumento processual penal em face 
dos advogados para acobertar a investigação de possível cometimento de crimes em conluio 
com seus clientes. Assim, considerando que não há direito absoluto no ordenamento jurídico 
brasileiro, os direitos são mitigados para que coexistam.
É necessário observar que o Estatuto restringe a busca e apreensão de dados referen-
tes aos investigados, impedindo que a intimidade profissional do advogado seja completa-
mente violada, resguardando os dados referentes aos demais clientes.
• III - COMUNICAR-SE COM SEUS CLIENTES, pessoal e reservadamente, mesmo 
sem procuração, quando estes se acharem PRESOS, DETIDOS ou RECOLHIDOS 
em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis.
A exigência de procuração, por exemplo, impediria o exercício pleno da atividade profis-
sional do advogado e, ainda, feriria um direito fundamental do preso, que é a assistência do 
advogado (art. 5º, LXIII, da CF/1988).
Acrescento, ainda, que a comunicação faz parte do direito do preso à autodefesa, uma 
das espécies que compõem a ampla defesa (art. 5º, LV, da CF/1988).
Desse modo, a comunicação entre o advogado e seu cliente não pode ser restringida 
em nenhuma circunstância, devendo ser permitida mesmo que o preso seja considerado 
incomunicável.
Sobre o tema, Paulo Lôbo (2017) discorre que:
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A prisão ou mesmo a incomunicabilidade do cliente não podem prejudicar a ativi-
dade do profissional. A tutela do sigilo envolve o direito do advogado de comuni-
car-se pessoal e reservadamente com o clientepreso, sem qualquer interferência 
ou impedimento do estabelecimento prisional e dos agentes policiais.
[...]
A eventual incomunicabilidade do cliente preso não vincula o advogado, mesmo 
quando ainda não munido de procuração, fato muito frequente nessas situações. 
O descumprimento dessa regra importa crime de abuso de autoridade (art. 3º, 
alínea ‘j’, da Lei n. 4.898/65).
• O ADVOGADO somente poderá ser PRESO EM FLAGRANTE, por motivo de exer-
cício da profissão, em caso de CRIME INAFIANÇÁVEL (art. 7º, § 3º, do EOAB).
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal conside-
rou que o múnus constitucional exercido pelo advogado justifica a garantia de somente ser 
preso em flagrante e na hipótese de crime inafiançável.
Além do mais, caso isso venha a ocorrer, é direito do advogado ter a presença de repre-
sentante da OAB para lavratura do auto de prisão em flagrante (APF), sob pena de nulidade. 
Todavia, nos demais casos, não é necessária a presença de representante da OAB, mas sim 
a comunicação expressa da ocorrência à seccional da OAB.
• IV - Ter a PRESENÇA DE REPRESENTANTE DA OAB, quando preso em FLA-
GRANTE, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto 
respectivo, sob pena de nulidade e, nos DEMAIS CASOS, a COMUNICAÇÃO 
EXPRESSA À SECCIONAL DA OAB.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal Federal consi-
derou que “a presença de representante da OAB em caso de prisão em flagrante de advo-
gado constitui garantia da inviolabilidade da atuação profissional. A cominação de nulidade 
da prisão, caso não se faça a comunicação, configura sanção para tornar efetiva a norma”.
Quanto à presença do representante da OAB, discorre Paulo Lôbo (2017) que:
A presença necessária do representante da OAB não é simbólica, porque ele 
tem o direito e dever de participar da autuação, assinando-a como fiscal da lega-
lidade do ato, fazendo consignar os protestos e incidentes que julgue necessários 
(destaques nossos).
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Destaco que a comunicação à seccional da OAB está relacionada à assistência pres-
tada por representante da OAB nos inquéritos policiais ou nas ações penais em que o advo-
gado figurar como indiciado, acusado ou ofendido, sempre que o fato a ele imputado decorrer 
do exercício da profissão ou a este vincular-se, sem prejuízo da atuação de seu defensor, nos 
termos do artigo 16 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
• V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em 
SALA DE ESTADO MAIOR, com instalações e comodidades condignas, e, na sua 
falta, em prisão domiciliar.
Ressalto que, na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127, o Supremo Tribunal 
Federal considerou que a prisão do advogado em sala de estado maior é garantia suficiente 
para que fique provisoriamente detido em condições compatíveis com o seu múnus público.
O texto original do Estatuto exigia que a OAB averiguasse e reconhecesse se as insta-
lações e comodidades eram realmente condignas. Contudo, no julgamento de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI n. 1127), a expressão “assim reconhecida pela OAB” foi declarada 
inconstitucional; o Supremo considerou que o controle das salas especiais para advogados é 
prerrogativa da Administração forense e, ainda, estabeleceu que a administração de estabe-
lecimentos prisionais e congêneres constitui uma prerrogativa indelegável do Estado.
ATENÇÃO
O direito de ser recolhido em sala de estado maior e, na sua falta, em prisão domiciliar, 
ocorre somente nos casos de prisão cautelar. Com o trânsito em julgado da sentença 
condenatória, o cumprimento da pena imposta dar-se-á em presídios comuns.
VI - INGRESSAR LIVREMENTE:
a. nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a 
parte reservada aos Magistrados;
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b. nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, 
serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora 
da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares;
c. em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro ser-
viço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao 
exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, 
desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
d. em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu 
cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes 
especiais.
A regra é que o acesso do advogado às salas de sessões dos tribunais, audiências judi-
ciais, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro ocorra durante o 
horário de expediente. No caso de delegacias e prisões, o ingresso é livre, sendo irrelevante 
o horário de funcionamento regular, bem como se os seus titulares estão ou não presentes.
Destaca-se que o advogado não precisa apresentar procuração para circular livre-
mente nos locais indicados acima, sendo requisito apenas para reunião ou assembleia de 
que participe ou possa participar seu cliente ou perante a qual este deva comparecer.
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• VII - PERMANECER SENTADO OU EM PÉ E RETIRAR-SE de quaisquer locais 
indicados no inciso anterior, INDEPENDENTEMENTE DE LICENÇA;
• VIII - DIRIGIR-SE DIRETAMENTE aos Magistrados nas salas e gabinetes de tra-
balho, INDEPENDENTEMENTE DE HORÁRIO PREVIAMENTE MARCADO OU 
OUTRA CONDIÇÃO, observando-se a ordem de chegada;
• IX - USAR DA PALAVRA, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante 
intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a 
fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para 
replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
• X - RECLAMAR, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou 
autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;
• XI - FALAR, SENTADO OU EM PÉ, EM JUÍZO, TRIBUNAL OU ÓRGÃO DE DELIBE-
RAÇÃO COLETIVA da Administração Pública ou do Poder Legislativo.
Uma das principais formas de atuação do advogado para o exercício da advocacia é por 
meio de suas manifestações orais. Em uma análise global do ordenamento jurídico brasileiro, 
podemos observar que este migra cada vez mais em direção à oralidade.
Desse modo, o uso da palavra pelo advogado não pode ser restringido, sendo este um 
de seus principais direitos.
O texto original do Estatuto possibilitava a sustentação oral das razões de qualquer 
recurso ou processo, durante as sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância 
judicial ou administrativo. Todavia, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
1.105-7, o inciso IX foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, sob os 
seguintes argumentos:
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 7º, IX, DA LEI 
8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS 
ADVOGADOS DO BRASIL. SUSTENTAÇÃO ORAL PELO ADVOGADO APÓS O 
VOTO DO RELATOR. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃO DIRETA JULGADA PROCE-
DENTE. I - A sustentação oral pelo advogado, após o voto do Relator, afronta o 
devido processo legal, além de poder causar tumulto processual, uma vez 
que o contraditório se estabelece entre as partes. II - Ação direta de inconstitu-
cionalidade julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 
7º, IX, da Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. (ADI 1105, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Ple-
no, julgado em 17/05/2006, DJe-100 DIVULG 02-06-2010PUBLIC 04-06-2010 
EMENT VOL-02404-01 PP-00011 RDECTRAB v. 17, n. 191, 2010, p. 273-289 
RDDP n. 89, 2010, p. 172-180) (destaques nossos).
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• XII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da 
Administração Pública em geral, AUTOS DE PROCESSOS FINDOS OU EM ANDA-
MENTO, MESMO SEM PROCURAÇÃO, QUANDO NÃO ESTIVEREM SUJEITOS A 
SIGILO OU SEGREDO DE JUSTIÇA, assegurada a obtenção de cópias, com pos-
sibilidade de tomar apontamentos.
A redação do Estatuto busca ser clara e ampla com relação aos direitos dos advoga-
dos, sendo necessária a alteração de diversos dispositivos para viabilizar a interpretação e 
aplicação desses direitos.
Digo isso, pois, apesar de parecer óbvio, o advogado tem o direito de examinar, em 
qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, 
autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não esti-
verem sujeitos a sigilo ou segredo de justiça, assegurada a obtenção de cópias, com 
possibilidade de tomar apontamentos.
A redação original do Estatuto não mencionava a impossibilidade de acesso aos autos 
acobertados pelo segredo de justiça sem procuração, razão pela qual foi editada recente-
mente a Lei n. 13.793, de 3 de janeiro 2019.
Atente-se sempre para as alterações recentes, pois a banca organizadora pode explo-
rar o conhecimento das atualizações legislativas.
• XIII - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir INVESTIGA-
ÇÃO, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer 
natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo 
copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
Destaco que, nos casos de sigilo ou segredo de justiça, não é vedado o acesso do 
advogado aos autos do procedimento, mas sim exigida a apresentação de procuração (art. 
7º, § 10, do EOAB).
ATENÇÃO
A autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de 
prova relacionados a diligências em andamento e, ainda, não documentados nos autos, 
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade 
das diligências (art. 7º, § 11º, do EOAB).
Podemos concluir, então, que, se a diligência estiver em andamento, a fim de garantir 
a eficácia da sua realização, ao advogado poderá ser indeferido o acesso ao procedimento, 
porém, com a conclusão e a documentação, ele volta a ter amplo acesso ao procedimento.
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Sobre o assunto, foi editada a Súmula Vinculante n. 14:
Súmula vinculante n. 24. É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa (destaques nossos).
A inobservância desse direito do advogado, seja pelo fornecimento incompleto de 
autos, seja pelo fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no 
caderno investigativo, implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de 
autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o 
exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer o acesso aos 
autos ao Juiz competente (art. 7º, § 12, do EOAB).
Outra novidade trazida pela Lei n. 13.793/2019 é que o direito ao exame de processos 
e de procedimentos de investigação aplica-se integralmente a processos e a procedi-
mentos eletrônicos, observadas as restrições quanto aos casos de sigilo ou segredo de 
justiça, bem como das diligências em andamento (art. 7º, § 13, do EOAB).
• XIV - ter VISTA dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, 
em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;
• XV - RETIRAR AUTOS de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo 
de 10 (dez) dias.
Todavia, esses direitos não são absolutos, já que a lei determina que os incisos não se 
aplicam (art. 7º, § 1º, do EOAB):
– aos processos sob regime de segredo de justiça;
– quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocor-
rer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos em cartório, 
secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, pro-
ferido de ofício, mediante representação ou requerimento da parte interessada;
– até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver 
os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado.
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• XVI - ASSISTIR A SEUS CLIENTES INVESTIGADOS durante a apuração de infra-
ções, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento 
e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele 
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso 
da respectiva apuração, apresentar razões e quesitos.
Observe que a participação do advogado é um direito, ou seja, uma faculdade conferida 
ao advogado, que poderá utilizar-se ou não dessa prerrogativa. Com isso, não há falar-se 
em obrigatoriedade da participação de advogado constituído, ou da Defensoria Pública, ou 
de defensor dativo nomeado no ato de interrogatório ou depoimento. Contudo, caso seja do 
interesse do advogado participar, a autoridade competente não poderá impedir a assistência, 
sob pena de nulidade absoluta.
• XVII - usar os SÍMBOLOS privativos da profissão de advogado.
Símbolos privativos são aqueles aprovados ou difundidos pelo Conselho Federal da 
Ordem, além dos que a tradição vinculou à advocacia. Os símbolos não podem ser confundi-
dos com os meios de identificação profissional (carteira, cartão e número de inscrição), pois 
são formas externas genéricas e ostensivas, como desenhos, togas ou vestimentas, anéis, 
adornos etc. Apenas o Conselho Federal da Ordem tem competência para criá-los ou apro-
vá-los, levando-se em conta a uniformidade nacional imposta (LÔBO, 2017).
• XVIII - RECUSAR-SE A DEPOR COMO TESTEMUNHA em processo no qual fun-
cionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja 
ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem 
como sobre fato que constitua sigilo profissional;
• XIX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, 
após 30 (trinta) minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha com-
parecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocoli-
zada em juízo.
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Saliento que o Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juiza-
dos, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para 
os advogados, com uso assegurado à OAB (art. 7º, § 4º, do EOAB).
Ademais, o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria ou difama-
ção puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou 
fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que come-
ter (art. 7º, § 2º, do EOAB).
Paulo Lôbo (2017) leciona que:
A imunidade profissional estabelecida pelo Estatuto é a imunidade penal do ad-
vogado por suas manifestações, palavras e atos que possam ser conside-
rados ofensivos por qualquer pessoa ou autoridade. Resulta da garantia ao 
princípio de libertas convinciandi. A imunidade é relativa aos atos e manifestações 
empregados no exercício da advocacia, não tutelando os que deste excederem 
oudisserem respeito a fatos e situações de natureza pessoal (destaques nossos).
No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.127-8, o plenário do Supremo 
Tribunal Federal considerou que a imunidade é indispensável para que o advogado possa 
exercer condigna e amplamente seu múnus público.
Ainda, declarou inconstitucional a abrangência da imunidade profissional do advo-
gado quanto ao delito de desacato, pois conflita com a autoridade do Magistrado na condu-
ção da atividade jurisdicional.
DIREITOS DA ADVOGADA
A Constituição Federal de 1988 é expressa ao garantir que todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza, sendo que homens e mulheres são iguais em direitos 
e obrigações (art. 5º, caput e I).
Estamos diante do princípio da igualdade, que estabelece o tratamento igual para os 
que se encontram em situações equivalentes e desigual aos que estão em situações diver-
sas, na medida de suas desigualdades.
Desse modo, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil foi alterado pela Lei n. 
13.363/2016, que incluiu direitos específicos à advogada gestante, lactante, adotante ou 
que der à luz, como a preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a 
serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição (art. 7º-A, III, do EOAB).
Além disso, a advogada lactante, adotante ou que der à luz terá acesso a creche, 
onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê (art. 7º-A, 
II, do EOAB).
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Os direitos assegurados nos incisos II e III à advogada adotante ou que der à luz serão 
concedidos pelo prazo previsto no art. 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (§ 2º): “Art. 
392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, 
sem prejuízo do emprego e do salário”.
Por sua vez, a gestante não deve ser submetida a detectores de metais e aparelhos 
de raios-X na entrada de tribunais, devendo, ainda, ser assegurada a reserva de vaga em 
garagens dos fóruns dos tribunais (art. 7º-A, I, do EOAB).
Ademais, os prazos processuais serão suspensos quando a única patrona da causa 
for adotante ou advogada que der à luz, desde que haja notificação por escrito ao cliente 
(art. 7º-A, IV, do EOAB).
O período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da 
concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento simi-
lar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, 
desde que haja notificação ao cliente (art. 7º-A, § 3º, c/c art. 313, § 6º, do Código de Pro-
cesso Civil).
É evidente que os direitos previstos à advogada gestante ou lactante se aplicam apenas 
enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação 
(art. 7º, § 1º, do EOAB).
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ATENÇÃO
 
DESAGRAVO PÚBLICO
Ser publicamente desagravado é um direito do advogado, previsto no artigo 7º, XVII, 
e deverá ocorrer sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator (art. 
7º, § 5º, do EOAB).
De acordo com Paulo Lôbo (2017):
Esse procedimento peculiar e formal tem por fito tornar pública a solidariedade 
da classe ao colega ofendido, mediante ato da OAB, e o repúdio coletivo ao 
ofensor. O desagravo público, como instrumento de defesa dos direitos e prer-
rogativas da advocacia, não depende de concordância do ofendido, que não 
pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho, como estabele-
ce o § 7º do art. 18 do Regulamento Geral (destaques nossos).
Desse modo, o inscrito na OAB, quando ofendido comprovadamente em razão do exer-
cício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido 
pelo Conselho competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa (art. 18 do 
Regulamento Geral da OAB).
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Obs.: � Além da possibilidade de ser requerido por qualquer pessoa, o desagravo público, 
como instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, não depende 
de concordância do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido 
a critério do Conselho.
ATENÇÃO
Os desagravos deverão ser decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Em caso de 
acolhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada, 
devendo ocorrer, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, preferencialmente, no local onde 
a ofensa foi sofrida ou onde se encontre a autoridade ofensora (art. 18, §§ 5º e 6º, do Re-
gulamento Geral da OAB).
Além disso, é conveniente acrescentar que, ao tomar conhecimento de fato que possa 
causar, ou que já causou, violação de direitos ou prerrogativas da profissão, o Presidente 
do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção deverá adotar as providên-
cias judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, 
em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa, de acordo com o 
artigo 15 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
CRIME
Nos termos do artigo 7º-B do Estatuto da OAB, constitui crime, sujeito a pena de 
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, violar os seguintes direitos/prerrogativa 
de advogado:
 I – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instru-
mentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemá-
tica, desde que relativas ao exercício da advocacia;
 II – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procu-
ração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos 
civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
 III – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo 
ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nuli-
dade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;
 IV – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala 
de estado maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua falta, em 
prisão domiciliar.
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3 – INSCRIÇÃO NA OAB
O Estatuto de Advocacia da OAB estabelece o preenchimento dos seguintes requisitos 
para inscrição nos quadros da OAB:
EOAB
CAPÍTULO III
Da Inscrição
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensi-
no oficialmente autorizada e credenciada;
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV – aprovação em Exame de Ordem;
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o conselho.
§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Fede-
ral da OAB.
§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve 
fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente 
revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada me-
diante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros 
do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo 
disciplinar.
§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado 
por crime infamante, salvo reabilitaçãojudicial (destaques nossos).
Quanto à capacidade, você já deve ter estudado em Direito Civil que ela pode ser divi-
dida em dois atributos, mas vou refrescar sua memória a seguir.
A pessoa natural, ao nascer com vida, adquire personalidade jurídica, de acordo com o 
artigo 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Com isso, ao nascer, 
a pessoa adquire personalidade jurídica e passa a ser sujeito de direito e obrigações, pos-
suindo, então, capacidade de direito ou de gozo.
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Perceba que a capacidade de direito ou de gozo é limitada, em razão da inaptidão 
para que o possuidor pratique pessoalmente os atos da vida civil – um bebê, por exem-
plo, não é capaz de expressar sua vontade, não é mesmo? Falta, desse modo, capa-
cidade de fato ou de exercício, que é adquirida, em regra, quando a pessoa completa 18 
(dezoito) anos de idade (art. 5º, Código Civil).
Veja que, no contexto do nosso estudo, quando a lei fala em capacidade civil, não é 
suficiente a capacidade de direito, pois esta é inerente a todas as pessoas, sendo necessária 
a conjugação das duas espécies para que a pessoa adquira capacidade plena.
A exigência de diploma parece óbvia, mas devemos entender que é possível a subs-
tituição do diploma pela certidão de graduação em Direito, uma vez que o futuro advo-
gado, tendo já concluído a graduação, não pode ser prejudicado pela instituição de ensino 
pela demora na emissão do diploma, o documento formal. A certidão, nesse caso, irá atestar 
que o aluno concluiu a graduação e é bacharel em Direito, estando apto a adentrar no 
mercado de trabalho.
Faço uma ressalva quanto ao estrangeiro ou ao brasileiro não graduado em Direito 
no Brasil, que devem fazer prova do título de graduação obtido na instituição estrangeira, o 
qual será devidamente revalidado, além de demonstrar o cumprimento dos demais requisi-
tos previstos neste artigo (§ 2º, art. 8º, do EOAB).
A exigência do título de eleitor está associada ao conceito de cidadão e ao pleno gozo 
dos direitos civis e políticos por parte do requerente da inscrição brasileiro (art. 14, § 1º, 
da CF/1988).
O serviço militar, por sua vez, consiste no exercício de atividades específicas, desem-
penhadas nas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), obrigatório para todos os 
brasileiros, ficando isentas as mulheres em tempo de paz (art. 143, CF/1988). Desse modo, 
apenas os requerentes do sexo masculino devem cumprir a exigência de quitação do ser-
viço militar.
Outro pressuposto um tanto quanto óbvio é a aprovação no Exame de Ordem. A obri-
gatoriedade de realização do exame decorre diretamente do princípio da liberdade profissio-
nal condicionada à qualificação, previsto no artigo 5º, XIII, da CF/1988: “é livre o exercício 
de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer”.
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Acrescento, apenas para aprofundar seu estudo, que o dispositivo trazido acima é um 
clássico exemplo de norma de eficácia contida, observada a classificação da aplicabilidade 
das normas constitucionais proposta por José Afonso da Silva, a qual é tida como norma 
apta a produzir todos os seus efeitos, desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, 
mas que pode ser (discricionariedade) restringida pelo legislador.
No caso, diante da relevância da atuação do profissional advogado, e tendo em vista 
também o múnus público relacionado com o ministério da advocacia, é necessária a verifi-
cação da qualificação técnica do profissional antes de sua inserção no mercado de trabalho.
Sobre o requisito, destaco que já foi questionada a constitucionalidade da obrigatorie-
dade de realização do exame por intermédio do Recurso Extraordinário n. 603.583, com o 
qual foi reconhecida a repercussão geral do tema e proferida decisão reconhecendo a cons-
titucionalidade do exame:
RE n. 603.583 – STF
TRABALHO – OFÍCIO OU PROFISSÃO – EXERCÍCIO. Consoante disposto no 
inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal, “é livre o exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei esta-
belecer”. BACHARÉIS EM DIREITO – QUALIFICAÇÃO. Alcança-se a qualificação 
de bacharel em Direito mediante conclusão do curso respectivo e colação de grau. 
ADVOGADO – EXERCÍCIO PROFISSIONAL – EXAME DE ORDEM. O Exame de 
Ordem, inicialmente previsto no artigo 48, inciso III, da Lei n. 4.215/63 e hoje no ar-
tigo 84 da Lei n. 8.906/94, no que a atuação profissional repercute no campo de 
interesse de terceiros, mostra-se consentâneo com a Constituição Federal, 
que remete às qualificações previstas em lei. Considerações (RE n. 603.583, 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 26/10/2011, ACÓR-
DÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-102 DIVULG 24-05-
2012 PUBLIC 25-05-2012 RTJ VOL-00222-01 PP-00550) (destaques nossos).
Para a inscrição como advogado, é necessário, ainda, que o requerente não exerça 
atividade incompatível com a advocacia. O Estatuto determina que a advocacia é incom-
patível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:
EOAB, art. 28, I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Le-
gislativo e seus substitutos legais;
VI – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribu-
nais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes 
classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em ór-
gãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta;
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VII – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administra-
ção Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas con-
troladas ou concessionárias de serviço público;
VIII – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a 
qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e 
de registro;
IX – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a ativida-
de policial de qualquer natureza;
VI – militares de qualquer natureza, na ativa;
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, 
arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, 
inclusive privadas (destaques nossos).
A idoneidade moral é um conceito jurídico indeterminado, porém determinável após 
ser efetuada análise do caso concreto.
O dicionário Aurélio conceitua idoneidade como “característica de quem aparenta ser 
honesto; qualidade da pessoa apta a desempenhar funções, cargos ou trabalhos. Qualidade 
do que é idôneo, que convém de modo perfeito ou é adequado”.
Segundo Paulo Lôbo (2017),
O sexto requisito é a idoneidade moral. É um conceito indeterminado (porém 
determinável), cujo conteúdo depende da mediação concretizadora do Conselho 
competente, em cada caso. Os parâmetros não são subjetivos, mas decorrem 
da aferição objetiva de standards valorativos que se captam na comunidade pro-
fissional, no tempo e no espaço, e que contam com o máximo de consenso na 
consciência jurídica.
De maneira geral, não são compatíveis com a idoneidade moral atitudes e 
comportamentos imputáveis ao interessado, que contaminarão necessa-
riamente sua atividade profissional, em desprestígio da advocacia (desta-
ques nossos).
O Estatuto determina que a inidoneidade moral poderá ser suscitada por qualquer 
pessoa, e deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo 2/3 (dois terços) 
dos votos de todos os membros do Conselhocompetente, em procedimento que observe os 
termos do processo disciplinar (§ 3º do art. 8º do EOAB).
Ademais, há presunção legal de inidoneidade quando ocorrer a condenação por crime 
infamante, salvo reabilitação judicial (§ 4º), conforme destaca Lôbo (2017):
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Há uma hipótese taxativa de inidoneidade moral, dada sua gravidade, contida 
no § 4º do art. 8º e que merece destaque: a do crime infamante. Não é qualquer 
crime, mas aquele, entre os tipos penais, que provoca o forte repúdio ético da 
comunidade geral e profissional, acarretando desonra para seu autor, e que 
pode gerar desprestígio para a advocacia se for admitido seu autor a exercê-la. 
Infamante é conceito indeterminado, de delimitação difícil, devendo ser concre-
tizado caso a caso pelo Conselho Seccional.
[...]
A extinção da punibilidade da prescrição punitiva não afasta a existência do 
fato tipificado como crime, notadamente se infamante. É infamante e atentató-
rio à dignidade da advocacia o crime de estelionato e de falsificação documental, 
impedindo a inscrição do interessado nos quadros da OAB (destaques nossos).
Obs.: � Podemos extrair do Estatuto que a idoneidade moral é avaliada constantemente, 
não sendo apenas um requisito para a inscrição nos quadros da OAB, uma vez que, 
como veremos adiante, constitui infração disciplinar tornar-se moralmente inidôneo 
para o exercício da advocacia, bem como praticar crime infamante (art. 34, XXVII e 
XXVIII, do Estatuto da OAB), o que enseja a exclusão do advogado dos quadros da 
OAB (art. 38, II).
 � Por fim, o último requisito para efetivar a inscrição como advogado é o ato solene de 
prestar compromisso perante o Conselho, no qual o futuro advogado comprome-
te-se a exercer com nobreza o ministério da advocacia. O compromisso é indelegá-
vel em razão de sua natureza solene e personalíssima.
O requerente à inscrição principal presta o seguinte compromisso perante o Conselho 
Seccional, a Diretoria ou o Conselho da Subseção (art. 20 do Regulamento Geral da OAB):
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Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, 
os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem 
jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa 
aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cul-
tura e das instituições jurídicas (destaques nossos).
EOAB, art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Sec-
cional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na for-
ma do regulamento geral.
§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advoca-
cia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.
§ 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos 
Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a pro-
fissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco 
causas por ano.
§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade 
federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Con-
selho Seccional correspondente.
§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou de ins-
crição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição 
principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
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A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território 
o advogado pretende estabelecer o seu domicílio profissional, entendendo-se como domicílio a 
sede principal de advocacia. Em caso de dúvida, prevalece o domicílio da pessoa física do advogado.
A atuação do advogado não fica restrita ao território de seu domicílio profissional, já que 
pode atuar em outros territórios, exigindo-se apenas a realização de inscrição suplementar 
nos Conselhos Seccionais quando a intervenção judicial exceder de 5 (cinco) causas por ano.
Dessa forma, o advogado fica dispensado de comunicar o exercício eventual da pro-
fissão, até o total de cinco causas por ano, limite acima do qual ele é obrigado a realizar 
inscrição suplementar, nos termos do artigo 26 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB.
Além disso, é importante considerar que o artigo 15, § 5º, do EOAB autoriza a criação 
de filiais e a atuação dos advogados em áreas de outro Conselho Seccional, sendo que o ato 
de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho 
Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de 
advocacia, obrigados à inscrição suplementar.
Por outro lado, no caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade 
federativa, o advogado deve requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho 
Seccional correspondente, sendo que o Conselho Seccional deve suspender o pedido de 
transferência ou de inscrição suplementar ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na 
inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
ESTAGIÁRIO
EOAB, Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário:
I – preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;
II – ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos 
últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de 
ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e es-
critórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste 
Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.
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§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se 
localize seu curso jurídico.
§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia 
pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino supe-
rior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.
§ 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira 
se inscrever na Ordem.
O estágio profissional de advocacia, com duração de 2 (dois) anos, realizado nos últi-
mos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior, 
pelos Conselhos da OAB ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia creden-
ciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.
De acordo com o artigo 27 do Regulamento do Estatuto da OAB, o estágio profissional 
de advocacia, inclusive para graduados, é requisito necessário à inscrição no quadro de 
estagiários da OAB e meio adequado de aprendizagem prática.
O estágio profissional de advocacia realizado integralmente fora da instituição de 
ensino compreende as atividades fixadas em convênio entre o escritório de advocacia ou 
entidade que receba o estagiário e a OAB, nos termos do artigo 30 do Regulamento Geral.
ATENÇÃO
A INSCRIÇÃO do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize 
seu curso jurídico, sendo necessário, para a inscrição, o preenchimento dos seguintes 
requisitos:
– capacidade civil;
– título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
– não exercer atividade incompatível com a advocacia;
– idoneidade moral;
– prestar compromisso perante o Conselho;
– ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
Caso o aluno de curso jurídico exerça atividade incompatívelcom a advocacia, pode 
frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de 
aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. O estágio profissional poderá ser cumprido por 
bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.
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CANCELAMENTO
EOAB, art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:
I – assim o requerer;
II – sofrer penalidade de exclusão;
III – falecer;
IV – passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;
V – perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.
§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser 
promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação 
por qualquer pessoa.
§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de ins-
crição anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI 
e VII do art. 8º.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve 
ser acompanhado de provas de reabilitação.
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São várias as possibilidades que ensejam o cancelamento da inscrição. Cancela-se a 
inscrição do profissional quando:
• o advogado requerer;
• sofrer penalidade de exclusão;
• falecer;
• passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;
• perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.
Destaco que o cancelamento será promovido de ofício em caso de aplicação de pena-
lidade de exclusão, falecimento ou com o desempenho de atividade incompatível.
Obs.: � Apesar do cancelamento, poderá ser feito novo pedido de inscrição, que não res-
taura o número de inscrição anterior. Ao interessado cabe a prova dos requisitos 
da capacidade civil (art. 8º, I), do não desempenho de atividade incompatível (V), 
de idoneidade moral (VI), além de prestar novamente compromisso perante o Con-
selho (VII).
Como já mencionei acima, caso o cancelamento ocorra em razão de exclusão, o novo 
pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação judicial.
LICENCIAMENTO
EOAB, art. 12. Licencia-se o profissional que:
I – assim o requerer, por motivo justificado;
II – passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercí-
cio da advocacia;
III – sofrer doença mental considerada curável.
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Licencia-se o profissional que:
– assim o requerer, por motivo justificado;
– passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício 
da advocacia;
– sofrer doença mental considerada curável.
A respeito da doença mental curável, Lôbo (2017) traz que:
A doença mental curável é a terceira e última hipótese de licenciamento, que per-
durará até que o interessado apresente laudo médico que declare sua recupe-
ração definitiva. No caso de intermitência de insanidade mental, a doutrina tem 
entendido que se enquadra na incapacidade civil absoluta prevista no Código Ci-
vil, sendo mais adequado o cancelamento. Como o licenciamento independe 
da interdição judicial, poderá ser promovido de ofício pelo Conselho Seccio-
nal, após submeter o inscrito a perícia médica, ou, em caso de recusa deste, com 
fundamento em provas irrefutáveis de sua instabilidade mental (destaques nossos).
IDENTIDADE PROFISSIONAL
EOAB, art. 13. O documento de identidade profissional, na forma prevista no re-
gulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de 
estagiário e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.
De acordo com o artigo 32 do Regulamento Geral do Estatuto da OAB, são documen-
tos de identidade profissional: a carteira e o cartão emitidos pela OAB, de uso obrigatório 
pelos advogados e estagiários inscritos, para o exercício de suas atividades, os quais podem 
ser emitidos de FORMA DIGITAL. Saliento que o uso do cartão dispensa o da carteira.
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EOAB, art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em 
todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade.
Parágrafo único. É vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade relacionada 
com o exercício da advocacia ou o uso da expressão escritório de advocacia, sem 
indicação expressa do nome e do número de inscrição dos advogados que o inte-
grem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.
Em todos os documentos assinados pelo advogado no exercício de sua atividade, é 
obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição, sendo vedado anunciar ou divul-
gar qualquer atividade relacionada com o exercício da advocacia, ou o uso da expressão 
“escritório de advocacia”, sem indicação expressa do nome e do número de inscrição dos 
advogados que o integrem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.
É conveniente frisar que os dados de identificação do advogado são os seguintes: 
número da inscrição, nome, nome social, filiação, naturalidade, data do nascimento, nacio-
nalidade, data da colação de grau, data do compromisso e data da expedição e a assinatura 
do Presidente do Conselho Seccional (art. 33, III, do Regulamento Geral).
Obs.: � O NOME SOCIAL é a designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se iden-
tifica e é socialmente reconhecida e será inserido na identificação do advogado 
mediante requerimento (art. 33, parágrafo único, do Regulamento Geral).
 � Além do mais, destaco que o cartão de identidade profissional DIGITAL dos advo-
gados e estagiários, constituindo versão eletrônica de identidade para todos os fins 
legais (art. 13 da Lei n. 8.906/1994 – EAOAB), submete-se à disciplina prevista no 
Regulamento Geral.
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4 – SOCIEDADE DE ADVOGADOS
EOAB, art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de presta-
ção de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na 
forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.
§ 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adqui-
rem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no 
Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.
§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia 
o Código de Ética e Disciplina, no que couber.
§ 3º As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indi-
car a sociedade de que façam parte.
§ 4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, 
constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultane-
amente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, 
com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional.
§ 5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e 
arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o 
titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar.
§ 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem re-
presentar em juízo clientes de interesses opostos.
§ 7º A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um 
advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das 
razões que motivaram tal concentração.
Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de 
advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada no

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