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Livro Didático-20220619 (1)

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Livro - Atividades de Academia e Ginastica Laboral.pdf
ATIVIDADES DE ACADEMIA 
E GINÁSTICA LABORAL
Marcelo Pontes Nobre
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Curitiba
2020
Atividades de 
Academia e 
Ginástica Laboral
Marcelo Pontes Nobre
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
N754a Nobre, Marcelo Pontes
Atividades de academia e ginástica laboral / Marcelo Pontes Nobre. 
– Curitiba: Fael, 2020.
216 p. il.
ISBN 978-65-86557-22-0
1. Educação física 2. Ginástica laboral 3. Academia esportiva I. 
Título
CDD 796
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/Master1305
Arte-Final Evelyn Caroline Betim Araujo
Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. História da atividade física: da colônia aos dias atuais | 7
2. A chegada das academias ao Brasil | 27
3. Atividades de academia: um panorama global | 45
4. Atividades aeróbicas | 63
5. Atividades de contrarresistência | 81
6. Lutas e demais atividades | 103
7. Atividade física e atividade laborativa | 129
8. Ginástica laboral | 147
9. Ergonomia – soluções ergonômicas | 167
10. Programa de Qualidade de Vida | 185
Gabarito | 201
Referências | 211
Prezado(a) aluno(a),
Bem-vindo ao estudo das disciplinas de atividades de 
academia, ginástica laboral e ergonomia. Este material básico 
é dirigido aos conhecimentos iniciais de profissionais que tra-
balham diretamente com alunos praticantes de atividades de 
academia e de profissionais voltados a espaços de qualidade 
no trabalho.
Carta ao Aluno
– 6 –
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
O estudo dessas atividades avança com a própria ciência. Sendo 
assim, é de grande valia o aprofundamento no tema em relação a novida-
des e transformações oferecidas a um público grande e diverso. Esta obra 
está organizada em dez capítulos e traz atividades de fixação do conteúdo. 
Esperamos que você, aluno-professor, tenha motivação e prazer em estu-
dar essa disciplina, com foco em seu sucesso profissional.
“A sorte só aparece para quem está capacitado” (Roberto Fares 
Simão Junior).
Bons estudos!
1
História da atividade 
física: da colônia 
aos dias atuais
Neste capítulo, apresentaremos a história da atividade física 
no Brasil, desde sua colonização aos dias de hoje. O processo his-
tórico tem seu primeiro registro na chegada dos colonos às terras 
indígenas, que remete ao ano de 1500 e indica que os nativos já 
praticavam uma série de atividades que reconhecemos hoje como 
atividades físicas. Como exemplos estão a caça e a dança.
Do início desse processo seguiremos para os outros momen-
tos de comprovada importância na história, que seguem desde o 
período Imperial, passam pelo Brasil República e chegam aos 
dias atuais.
A importância de conhecer o processo histórico se dá por 
sua relevância na construção das atividades físicas em geral e 
como aquele afetou a maneira como estas são abordadas nos dias 
de hoje. O esquema a seguir apresenta como será a divisão do 
conteúdo durante este capítulo:
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 8 –
Figura 1.1 – Sequência de atividades
Fonte: elaborada pelo autor.
1.1 A atividade física durante a colonização
A atividade física em terras tupiniquins tem seus registros com a 
chegada dos colonos portugueses no ano de 1500. O primeiro registro 
formal pode ser considerado a carta escrita por Pero Vaz de Caminha ao 
Rei Manuel I, na qual descreve seus encontros com a comunidade indí-
gena. Nestas, relata atividades realizadas pelos índios, como danças, caça 
e jogos como peteca, atualmente praticada em ambientes distintos. No hall 
das atividades indígenas, podemos destacar também a canoagem, o arco e 
flecha, natação, luta corporal, arremesso de lança e o Rökrâ.
As atividades realizadas pelos indígenas, hoje praticadas como 
esporte, têm extrema semelhança com algumas modalidades praticadas 
ainda hoje. Descreveremos, a seguir, algumas delas:
a) canoagem – está inserida no dia a dia das populações indígenas. 
As canoas indígenas, fabricadas em madeira, eram utilizadas 
para navegação nos rios, para caça, pesca e transporte de manti-
mentos das tribos indígenas.
b) arco e flecha – nos tempos antigos, as tribos indígenas utiliza-
vam o arco e a flecha como instrumento de guerra. No dia a dia, 
– 9 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
o arco e a flecha são utilizados para fins de caça e pesca e em 
alguns rituais religiosos de algumas tribos.
c) luta corporal - as lutas corporais são realizadas por todos 
os integrantes da tribo. Entre elas, temos o Huka-Huka, uma 
tradicional luta realizada em duplas, por homens e mulhe-
res, cujo principal objetivo é pegar a perna de seu oponente 
e derrubá-lo.
d) arremesso de lança – as lanças utilizadas pelas diversas tribos 
indígenas podem ser de diferentes tipos, levando em conside-
ração o objetivo de sua utilização. Também são de diferentes 
tamanhos, materiais, e podem apresentar pontas como metal, 
pedra, madeira e osso. Eram utilizadas para caça, pesca e rituais 
das tribos.
e) rökrâ – é um jogo coletivo que deu origem ao popularmente 
esporte conhecido no Canadá como Lacrosse. É praticado por 
duas equipes de 10 ou mais componentes, e todos usam uma 
espécie de borduna (bastão), com o objetivo de rebater uma 
pequena bola (coco), a qual, ao ultrapassar a linha de fundo de 
seu oponente, marca um ponto.
“Além do rio, andavam muitos deles dançando e folgando, uns diante 
dos outros, sem se tomarem pelas mãos” (trecho da carta de Pero Alves 
de Caminha).
As práticas corporais realizadas pelos indígenas apresentavam rela-
ção direta com suas atividades essenciais diárias (caça, mobilidade) alia-
das ao instinto de sobrevivência, e com atividades que envolviam o prazer 
coletivo (danças, jogos). Objetivos que permeiam nossas necessidades até 
os dias de hoje.
As atividades e jogos realizados pela população indígena podem ter 
influenciado diretamente ou indiretamente nas práticas observadas até 
o dia de hoje. O arremesso de lança (hoje famoso arremesso de dardo, 
conhecido esporte olímpico) data de tempos mais antigos, como a Pré-
-história, visto que essas atividades estavam quase sempre relacionadas às 
atividades diárias dos povos, como a caça.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 10 –
Figura 1.2 – Índio em sua atividade diária, utilizando arco e flecha
Fonte: Shutterstock.com/celio messias silva
A origem da atividade física, de forma organizada e profissional, se 
daria muitos séculos à frente, e, nesse prisma, o mais importante é com-
preender a construção do processo histórico iniciado pelos povos indíge-
nas à época da descoberta do Brasil.
Os próximos passos da atividade física no Brasil se darão com a difu-
são da capoeira nas senzalas, entre o fim da Colônia e o início do Período 
Contemporâneo, assunto que trataremos no próximo tópico.
1.2 Do Brasil Império ao Brasil contemporâneo: 
principais momentos da atividade física
Segundo Fontoura e Guimarães (2002), a história da capoeira está 
intimamente ligada à história dos negros no Brasil. Como foi visto, já 
próximo ao fim do Brasil Colônia, negros trazidos da África ao Brasil 
difundiram, nas senzalas, a capoeira. Vale ressaltar que alguns registros 
históricos garantem que a atividade foi criada na África e disseminada no 
Brasil, com a chegada do povo vindo do país africano; outros defendem 
que a capoeira teve seu berço no Brasil, da forma como é realizada ainda 
nos dias atuais (LUSSAC, 2013).
No entanto, acerca desse assunto ainda pairam dúvidas até mesmo
da contribuição do povo indígena para a criação da prática. De acordo 
– 11 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
com Silva (1995), o padre jesuíta José de Anchieta observou que os índios 
se divertiam jogando capoeira, porém não sendo citada nenhuma relação 
destes jogos com algum tipo de música ou luta. De origem tupi-guarani, a 
palavra capoeira significa “roça velha” e tem, entre seus principais estilos 
no Brasil, os seguintes:
 2 angola – o nome Capoeira Angola é consequência de terem sido 
os escravos angolanos, na Bahia, os que mais se destacaram na 
sua prática (FONTOURA; GUIMARÃES, 2002 apud PASTI-
NHA, 1988, p. 27). Surge a partir dos anos 80, em Salvador, 
e nas décadas seguintes, nas grandes cidades de outras regiões 
do país, assim como inúmeras cidades de cinco continentes 
(ZONZON, 2011). Se assemelha a uma graciosa dança, na qual 
a “ginga” maliciosa mostra a extraordinária flexibilidade dos 
capoeiristas (FONTOURA; GUIMARÃES, 2002 apud PASTI-
NHA, 1988, p. 28).
 2 regional – a capoeira regional é uma manifestação da cultura 
baiana, que foi criada no fim da década de 1920 por Manoel dos 
Reis Machado (Mestre Bimba). Ele utilizou seus conhecimen-
tos de capoeira primitiva e da luta denominada Batuque. Esta 
era uma luta irada e violenta, na qual o objetivo era derrubar o 
adversário no chão usando somente as pernas.
Figura 1.3 – A prática da capoeira nos mais diferentes ambientes
Fonte: Shutterstock.com/Andre Silva Pinto
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 12 –
Nos idos do século 18, a atividade física sobre o viés da Educação 
Física começa a tomar forma no país. O “Tratado de Educação Física e 
moral dos meninos”, livro escrito por Joaquim Jerônimo Serpa, em 1828, 
discorre sobre questões acerca da saúde do corpo, atividades e aspectos de 
crescimento e orientações sobre atividades a serem realizadas por meni-
nos nos seus primeiros anos de vida (GUEDES, 2000). Talvez o primeiro 
guia para atividade física formal do qual tenhamos registro no país.
A ciência a respeito dos benefícios da atividade física também foi 
grande aliada para a disseminação do conceito no país. As descobertas e 
o advento da ciência fizeram com que no fim do século 18 instituições de 
ensino da época incluíssem em seus currículos modalidades esportivas. 
Segundo Guedes (2000), atividades como esgrima, ginástica e natação 
foram incluídas em instituições militares de ensino, a fim de colaborar 
para a formação moral de seus soldados.
Em 1851, a ginástica é incluída no currículo das escolas primá-
rias, com base na lei 630, mas ainda nessa época encontrava-se grande 
resistência de muitos pais em ver seus filhos realizando atividades que 
não tinham relação direta com a atividade intelectual. Ainda nessa época 
o termo ginástica se confundia com a educação física de forma geral, 
abrangendo outras atividades desportivas. Somente após três anos, em 
1854, a sua regulamentação foi expedida, e, entre as matérias a serem 
obrigatoriamente ministradas, estavam, no primário, a ginástica, e, no 
secundário, a dança.
Da regulamentação à implementação dessas atividades, o processo 
histórico traz curiosidades, como o fato de as atividades serem divididas 
da seguinte forma nas escolas: para meninos, a ginástica e os exercícios 
militares; para meninas, a calistenia (ARANTES, 2008).
A palavra calistenia tem raiz etimológica no grego antigo: Kallisthe-
nes, que significa “cheio de vigor”, sendo parte da cultura geral do povo 
(ALLJAS; TORRES, 2015). O pressuposto da calistenia é o treinamento 
com o próprio peso do corpo e sem aparelhos. Como exemplos dessa ati-
vidade, temos a ginástica sem pesos, o yoga, entre outros.
Percebe-se, nessa época, que a atividade física orientada e formal 
ainda estava intimamente relacionada às instituições escolares e militares. 
– 13 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
Fora desses ambientes, somente havia as atividades indígenas, a capoeira 
e a dança.
A dança, uma das artes cênicas da antiguidade, consiste na arte de 
movimentar o corpo seguindo movimentos ritmados que exprimem lin-
guagens corporais diversas e que, normalmente, traduzem extremo prazer 
ao indivíduo que a pratica. De maneira geral, a dança tem origem nos 
movimentos naturais, e sua sequência de criação colabora com a varie-
dade de estilos que nos leva a um mesmo objetivo: descobrir e desenhar 
o corpo no espaço, levando-nos a experiências de caráter emocional que 
expressam o nosso íntimo (ALMEIDA, 2005).
No Brasil, a dança de salão chegou com a Família Real, no final do 
século 18. A modalidade conhecida nos dias de hoje como dança de salão 
sofreu influência da cultura africana e deu origem a outras danças popu-
lares, como o Forró. Ainda no século 19 a dança de salão começa a fazer 
parte dos encontros da nobreza em seus salões; era denominada, generica-
mente, como dança social (ALMEIDA, 2005).
Em 1870, o Novo guia para o ensino da ginástica nas escolas da 
Prússia é traduzido e publicado no Brasil, sendo utilizado nas escolas da 
Corte, no Brasil, trabalho que foi ampliado com a publicação do teórico-
-prático de ginástica escolar. O método diz respeito a um modelo de trei-
namento alemão que foi incorporado pelas forças armadas brasileiras.
Como dito anteriormente, a ginástica nem sempre teve o formato 
com que a encontramos hoje. Ela representava praticamente todas as 
atividades físicas realizadas em determinada época. Ainda no século 
19 observamos que a ginástica servia prioritariamente às atividades de 
cunho militar e de mecanismo de controle. O caráter higienista e mili-
tarista sempre esteve presente nas atividades físicas, e com uma ten-
dência recorrente de tudo ser trazido da Europa para o Brasil, visando 
um modelo para a construção de uma nova ordem social (FERREIRA; 
SAMPAIO, 2013).
Próximo ao final do século 19, militares e civis começam a apresentar 
propostas de organização para a Educação Física no Brasil, as quais eram 
conflitantes em seus objetivos. Dentro dessa disputa estava clara a força 
dos militares, que já apresentavam a inclusão de atividades físicas nos 
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 14 –
currículos das instituições militares, o que oferecia a estes uma vantagem 
considerável nesse sentido.
Em 1882, temos o advento da Reforma do Ensino Primário e várias 
Instituições Complementares da Instrução Pública, reforma proposta pelos 
deputados Rui Barbosa, Thomaz do Bomfim Espínola e Ulysses Machado 
Pereira Vianna, e relatada por Rui Barbosa. O relator definiu os pontos que 
seriam de grande relevância para a ginástica nas instituições públicas naquele 
momento: Instituição de uma seção especial de ginástica em cada escola nor-
mal, extensão obrigatória a ambos os sexos, na formação dos professores e 
nas escolas primárias de todos os graus, tendo em vista, em relação à mulher, 
a harmonia das formas feminis e as exigências da maternidade futura, inser-
ção da ginástica nos programas escolares como matéria de estudo, em horas 
distintas das do recreio e depois das aulas, e a equiparação, em categoria e 
autoridade, dos professores de ginástica aos de todas as outras disciplinas.
Figura 1.4 – Capa original do encadernado da Reforma de 1882
Fonte: Site da Câmara dos deputados https://www.camara.leg.br/.
– 15 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
Neste Parecer, Rui Barbosa, oferece ao sistema de ensino brasileiro uma 
profunda transformação, incluindo neste atividades, como a música, o canto e 
a educação do corpo. Este importante político brasileiro já havia contribuído 
para outro projeto de ensino – a reforma do ensino secundário e superior.
No ano de 1890, o decreto 330 torna obrigatória, nas escolas mili-
tares, a prática das seguintes atividades: esgrima, ginástica e natação. 
Mais uma vez, com a ideia de preparar fisicamente seus soldados para os 
campos de batalha, as instituições militares tornam obrigatória,
em seus 
currículos, tais atividades. No início do século 19, como primeiro grande 
marco da atividade física temos a aprovação do Regulamento do Ginásio 
Nacional, exigindo a prática da ginástica com intuito higiênico. Em seu 
artigo quinto, o regulamento traz a seguinte determinação:
Haverá em cada estabelecimento um professor de português, um 
de francês, um de inglês, um de alemão, um de latim, dois de mate-
mática elementar, um de elementos de mecânica e astronomia, que 
fará no 6º ano a revisão do curso de matemática, um de física e 
química, um de história natural, um de geografia, especialmente do 
Brasil, um de história, especialmente do Brasil, um de grego e um 
professor de desenho, sendo comuns ao Internato e ao Externato 
um professor de literatura e um de lógica. Haverá ainda em cada 
estabelecimento um preparador de física e química e um de his-
tória natural. No Internato haverá mais um instrutor de ginástica.
O período que se sucede pode ser divido em 2 momentos – antes e 
depois da revolução de 1930. Ainda no final do século 19, temos a funda-
ção da Associação Cristã de Moços (ACM) no Rio de Janeiro.
Em 1901 é aprovado o regulamento do ginásio nacional, exigindo a 
prática das atividades esportivas com intuito higiênico. Este ginásio viria 
a se tornar uma unidade do Colégio Pedro II, localizado no Centro do Rio 
de Janeiro e que foi de suma importância para a atividade física de forma 
organizada nas instituições de ensino público da época. Seguir, apresen-
taremos um esquema no qual apontamos os principais acontecimentos 
envolvendo a difusão da atividade física no Brasil:
Figura 1.5 – Principais marcos da atividade física antes da Grande Crise de 1929
1909 Criação da Escola de Educação Física da Força Policial de São Paulo.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 16 –
1911
Novo Regulamento para o Colégio Pedro II, estabelecendo 
que as aulas de ginástica terão por fim robustecer o orga-
nismo, devendo os mestres adestrar os alunos nos exercícios 
que constituem a Educação Física.
1921 Aprova o Regulamento de Instrução Física Militar, destinado a todas as armas.
1922
Cria o Centro Militar de Educação Física, destinado a dirigir, 
coordenar e difundir o novo método de Educação Física e 
suas aplicações desportivas.
1926 A Liga de Esportes da Marinha inicia o seu primeiro curso de Formação de monitores de Educação.
1929 Cria-se o Curso Provisório de Educação Física.
Fonte: elaborada pelo autor
Ainda em 1929 foi elaborado o “Anteprojeto de Lei submetido ao 
estudo da Comissão de Educação Física pelo General Nestor Passos, 
Ministro da Guerra”, com os seguintes destaques: o Diploma para profes-
sores e instrutores de Educação Física, e o Certificado de Aptidão para os 
monitores, que seriam expedidos pelas Escolas Nacional Superior e Esta-
duais de Educação Física, de Ginástica da Marinha e Centros Regionais de 
Instrução Física Militar, aos aprovados nos devidos cursos (DA COSTA; 
LAMARTINE, 2006).
Em um segundo momento, após os efeitos da revolução, temos 
a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública. Criado em 14 
de novembro de 1930, o ministério criado sob a gestão do presidente 
Getúlio Vargas dá início a um período de avanço da atividade física/
Educação Física no Brasil. Com o caráter de ministério, ganha status 
nacional e o viés da saúde é definitivamente associado ao conceito de 
atividade física.
Ao seguir-se os fatos, os anos de 1931 e 1932 trazem 2 momentos 
cruciais para a organização da metodologia e da transmissão do conhe-
cimento relacionadas à atividade física, como o da portaria 70 de 1931 
que aprovava os programas das atividades da Educação Física para o 
curso secundário, acompanhados de orientação metodológica, e o decreto 
– 17 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
21.241 de 1932 que mantém a exigência da Educação Física nos estabe-
lecimentos de ensino secundário e reconhece a necessidade da criação da 
função de inspetor especializado nessa prática educativa. Em seu artigo 
98, o decreto apresenta o seguinte texto:
... a designação de inspetores especializados para a orientação do 
ensino da música e dos exercícios de educação física, caberá aos 
inspetores de estabelecimento de ensino velar pela execução dos 
programas e das instruções que, para aquele fim, forem expedidas 
pelo Departamento Nacional do Ensino.
Da mesma forma, a partir desse momento iremos enumerar fatos his-
tóricos que contribuíram para o processo de difusão e organização da ati-
vidade física no Brasil, com base no esquema a seguir:
Figura 1.6 – Principais marcos da atividade física após a Grande Crise de 1929
1937 Cria a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação.
1939
Escola Nacional de Educação Física e Desportos e a ESEF 
(Escola Superior de Educação Física) do Paraná
Institui a Comissão Nacional de Desportos.
1941 Cria o Conselho Nacional de Desportos (CND).
1947
Admite o registro na Divisão de Educação Física, o diploma 
de instrutor de Educação Física, conferido a partir do ano 
escolar de 1943, pela Escola de Educação Física do Exército.
Fonte: elaborada pelo autor.
1.2.1 O pensamento higienista e a atividade física
O pensamento higienista pode ser resumido ao conceito de preconi-
zar normas e hábitos que colaborariam com o aprimoramento da saúde 
coletiva e individual. Tal “movimento” era altamente heterogêneo sob o 
ponto de vista teórico (nos seus fundamentos biológicos e raciais) e ideo-
lógico (liberalismo e antiliberalismo) (JUNIOR, 2007).
O higienismo como estratégia de saúde foi introduzido no país a par-
tir do final do século 18 e início do século 19. Nas faculdades de medicina 
da época, em profusão, as teses dos novos médicos traziam como tema 
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 18 –
novos hábitos, para a população, dos cuidados ao corpo, como os cuidados 
pessoais íntimos e sanitários.
Segundo Mendes e Nóbrega (2008) o conceito de saúde era influen-
ciado pela confiança nos progressos e nas descobertas recentes que deve-
riam sanar os males e desenvolver o país. O desafio para o sanitarismo não 
consistia apenas em suprimir as doenças e diminuir a mortalidade geral, 
mas também em popularizar noções indispensáveis aos cuidados com a 
saúde. Nesse sentido, a ciência em busca de melhores níveis de saúde, 
controle de medidas sanitárias, entre outras medidas viriam de encontro à 
necessidade de uma melhora na qualidade de vida dos cidadãos. O corpo 
tratado meramente como ente biológico, concebendo a atividade física 
como instrumento de saúde somente ao corpo físico, era uma das princi-
pais ideias do higienismo.
Em síntese, podemos afirmar que o período descrito revela impor-
tância para a difusão do binômio Educação Física/Atividade Física nas 
instituições civis de cunho civil e militar; na área civil, a busca da ativi-
dade física como elemento educador; na área militar, como instrumento 
de ordem. Podemos também observar o status da atividade sendo alçado 
em níveis nacionais, o que contribuiu para sua difusão em todo o país. O 
pensamento médico higienista também pode ser citado, visto que o foco 
na saúde do corpo e medidas sanitárias foram altamente implantados 
nessa época.
1.2.2 Os desportos coletivos no Brasil
No início do século 19, os desportos coletivos no Brasil foram uma 
tentativa de se organizar e tornar seus campeonatos, antes amadores, em 
campeonatos profissionais. Nesse período, temos a fundação das mais 
antigas federações do país. Dentre elas, podemos citar a primeira federa-
ção de futebol do Brasil, que vem a ser a Federação Baiana de Futebol, 
fundada em 1913, pelos clubes Salvador, Vitória, Clube Bahia de Tênis 
e Internacional. No basquete, temos em destaque a criação da Federação 
Paulista de Bola ao Cesto, em 1924.
A fundação de federações e, posteriormente, de confederações, vem 
fortalecer a prática dos esportes nos tradicionais clubes sociais, e também 
– 19 –
História da atividade
física: da colônia aos dias atuais
nos clubes de futebol, colaborando para a organização das modalidades e 
a organização de competições oficiais.
Nos próximos capítulos, iremos acompanhar o processo que levou a 
atividade física ao status de que desfruta hoje.
1.3 A atividade física nos dias atuais
Ao longo dos anos, após o fim da ditadura no Brasil, a atividade 
física se configura com o aumento do número de pessoas nas academias 
de ginástica (como eram chamadas na época), e com o aumento e diversi-
ficação das atividades físicas.
O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), fundado em 
1954, nos Estados Unidos, se tornou, desde então, um norteador para as 
atividades físicas praticadas pelo mundo. Como parte importante da ativi-
dade física no mundo, o ACSM publica seu primeiro guia sobre prescrição 
de exercícios, em 1975: Diretrizes da ACSM para testes de exercício gra-
dual e prescrição de exercício.
No Brasil, apesar de vários colégios voltados à ciência da atividade 
física, o ACSM continua sendo uma referência importante para cientistas, 
faculdades e instituições voltadas às atividades físicas em geral.
1.3.1 A criação do Ministério dos Esportes
No âmbito dos desportos, temos a criação do Ministério dos Esportes, 
que apesar de ser responsável pelas atividades físicas em geral, sempre 
apresentou um maior direcionamento aos desportos, como exemplo os 
esportes olímpicos e os desportos coletivos.
O processo de construção que contribuiu para o Ministério dos 
Esportes, no ano de 1995, pelo então presidente do Brasil Fernando Hen-
rique Cardoso, começa na divisão de Educação Física criada em 1937 e 
já citada no capítulo anterior. Em 1970, a divisão de Educação Física é 
transformada em Departamento de Educação Física e Desportos, ainda 
vinculado ao Ministério da Educação e Cultura, na gestão do presidente 
Emilio Garrastazu Médici. O nome e o cunho do órgão responsável pela 
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 20 –
Educação Física e o Desporto ainda sofreria algumas transformações antes 
de alcançar o status de Ministério.
Em 1978, com a transformação do departamento em Secretaria de 
Educação Física e Desportos, e em 1990, durante o curto governo do pre-
sidente Collor, em Secretaria de Desportos da Presidência da República. 
Por fim, em 1995 o presidente da república cria o Ministério dos Esportes, 
tendo como seu primeiro ministro o ex-jogador Edson Arantes do Nasci-
mento, mais conhecido como Pelé.
Em 2019, o presidente Jair Messias Bolsonaro extingue o Ministério 
dos Esportes, incorporando-o como Secretaria Especial de Esportes ao 
Ministério da Cidadania.
1.3.2 As atividades físicas mais praticadas 
nas décadas mais recentes
Mais importante do que compreender o processo originário de cada 
atividade, visto que a maioria das que serão listadas tem origens externas 
ao Brasil, nesse ponto apresentaremos as atividades que, ao decorrer das 
décadas, apresentavam destaque especial nas academias de ginástica.
Apesar de ser comprovado por pesquisas recentes que as ativida-
des como caminhada e futebol são as mais praticadas ao longo dos anos, 
ressaltaremos aqui as atividades, no processo temporal, que estiveram em 
destaque nesse período.
Na década de 1980, a musculação e a ginástica localizada sempre 
foram verdadeiros carros-chefes das academias, no entanto, algumas ati-
vidades novas à época também conquistaram muitos adeptos, e algumas 
delas são realizadas ainda hoje. A seguir, listaremos algumas delas:
 2 ginástica aeróbica – essa atividade foi inserida nas academias ainda 
na década de 1980, conquistando muitos adeptos pela dinâmica de 
seus movimentos. Segundo Valim e Volp (1998), a ginástica aeró-
bica tem sua adesão aumentada devido à aderência ao exercício 
acontecer pelo controle de peso, convívio social, pela expressão 
estética e a motivação vinda da música ou pela própria satisfação 
em praticá-la. Além de sua aplicação em academias, a ginástica 
– 21 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
aeróbica também apresenta uma versão para a prática esportiva, 
em que são organizadas competições oficiais com apresentação de 
rotinas técnica acompanhadas de música, com duração média de 
2 minutos, podendo ser realizada de forma individual ou coletiva.
Figura 1.7 – Ginástica aeróbica
Fonte: Shutterstock.com/ ESB Professional
 2 step – na década de 1990, o conhecido step training toma conta 
das academias 
de todo o Bra-
sil. Atividade 
realizada com o 
auxílio de uma 
p l a t a f o r m a , 
com sequên-
cias de subidas 
e descidas, em 
que podem ser 
utilizados aces-
sórios como 
caneleiras, bar-
ras e halteres, trabalha com frequência e cadência distinta de 
movimentos. A prática da modalidade tem como objetivo princi-
pal a melhoria da condição aeróbia do indivíduo e também a sua 
resistência muscular localizada.
Figura 1.8 – Step training
Fonte: Shutterstock.com/David Pereiras
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 22 –
 2 spinning – na década de 1990, apesar de as academias já 
apresentarem aparelhos ergométricos (esteiras, bicicletas) em 
suas salas de musculação, o spinning surge como alternativa 
para uma aula coletiva e orientada sobre a bicicleta. Também 
chamado de cycle indor, essa atividade tem regrada a música, 
acontece em intensidades distintas e com períodos de des-
canso ativo sobre a bicicleta. Essa atividade promete altos 
níveis de gasto calórico e até os dias de hoje é procurada por 
aqueles que desejam perder peso e melhorar seu condiciona-
mento físico.
Figura 1.9 – Spinning
Fonte: Shutterstock.com/vectorfusionart
 2 pilates – no início dos anos 2000, essa atividade foi fortemente 
inserida nas academias sob duas formas: Pilates solo e Pilates 
aparelhos. O Pilates solo é atividade normalmente realizada de 
forma coletiva e com exercícios voltados à coordenação, flexibi-
lidade, força, equilíbrio e resistência. Já o Pilates com aparelhos, 
apesar de possuir objetivos semelhantes, contará com uma série 
de aparelhos que oferece ao praticante uma sensação de segu-
rança para execução dos movimentos, sendo, por esse motivo, 
muitas vezes procurado por muitos idosos e também por orien-
tação médica ou fisioterápica. Além disso, essa forma apresenta 
aulas com um número menor de pessoas, ou, em alguns casos, 
até o atendimento individualizado.
– 23 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
Figura 1.10 – Pilates aparelho
Fonte: Shutterstock.com/Iryna Inshyna
Figura 1.11 – Pilates solo
Fonte: Shutterstock.com/Iakov Filimonov
 2 crossfit – hoje em dia, essa é atividade da moda. Uma das ati-
vidades mais praticadas da atualidade, tem como fundamento 
exercícios funcionais, complexos e dinâmicos. Faz a utilização de 
halteres tradicionais como também de aparatos próprios, como o 
Kettlebell (Uma bola de ferro fundido, na maioria das vezes com 
uma alça). Segundo Tibana et al (2015), o crossfit é um dos pro-
gramas de condicionamento extremo que mais cresce em número 
de adeptos, além de contar com mais de 10.000 academias conve-
niadas pelo mundo. Entre os objetivos da atividade, podemos citar 
o aumento da força, hipertrofia e resistência muscular.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 24 –
Figura 1.12 – Crossfit
Fonte: Shutterstock.com/LStockStudio
Nos próximos capítulos, explicaremos de forma mais detalhada a 
diversidade de atividades realizadas em academias hoje em dia, com seus 
principais objetivos e exemplos práticos.
Em síntese, podemos considerar o período analisado de suma impor-
tância para a construção da identidade da atividade física no Brasil, desde 
as primeiras manifestações observadas no cotidiano das populações indí-
genas e seus hábitos, que inspiraram jogos e esportes, ao período Pós-
-colonial, permeado pelas legislações pertinentes à Educação Física, com 
o aumento da importância da cultura da saúde do corpo e sua inserção em 
instituições militares e públicas de ensino
por todo país.
A criação de instalações para a prática e a formação de profissionais 
especializados na área também são pontos marcantes do período, bem 
como a atividade física figurando de forma organizada, com órgãos fisca-
lizadores e atuantes em todo o país. Por fim, a diversidade de atividades 
apresentadas em academias e fora delas nos levando à atividade física 
como é conhecida hoje.
– 25 –
História da atividade física: da colônia aos dias atuais
 Saiba mais
SOARES, E. R. Educação Física no Brasil: da origem até os dias atuais. 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 17, n. 169, 2012. 
Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd169/educacao-fisica-
-no-brasil-da-origem.htm. Acesso em: 12 jul. 2020.
Atividades
1. Discorra sobre as primeiras manifestações (atividades físicas) 
percebidas pelos colonos na chegada ao Brasil em 1500.
2. Cite e comente 2 legislações que foram destaques na construção 
da identidade durante o período Pós-colonial.
3. Entre o final do século 18 e início do século 19, um “pensa-
mento” norteou, entre outras orientações, os caminhos traçados 
pela atividade física naquela época. Que pensamento era esse? 
Discorra sobre ele.
4. Cite 3 atividades que foram referências nas academias entre os 
anos 1980 e 2000 e discorra sobre elas.
2
A chegada das 
academias ao Brasil 
Neste capítulo, apresentaremos as origens das academias no 
Brasil, desde as tradicionais, nas quais são oferecidas atividades 
de luta, ginástica e dança, às grandes academias atuais. Nesse 
sentido, discutiremos o processo de transformação e o aumento 
da diversidade de atividades, bem como o consequente aumento 
da procura e do interesse do público em geral, de acordo com os 
mais diversos objetivos, específicos a cada necessidade.
Das pequenas academias de bairro até as grandes redes que 
dominam atualmente o mercado Fitness no Brasil, trataremos de 
elucidar os caminhos que transformaram esses estabelecimentos 
em grandes centros de lazer e interação social. Veremos também 
a importância do profissional de Educação Física em todo esse 
processo, bem como sua transformação ao longo do tempo.
Por fim, apresentaremos os mais diversos tipos de ativi-
dade de acordo com suas principais características. O Esquema a 
seguir apresenta como será a divisão do conteúdo deste capítulo:
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 28 –
Figura 2.1 – Sequência de atividades
Fonte: elaborada pelo autor.
2.1 A origem das academias no Brasil
Os primeiros relatos de que se tem conhecimento a respeito de “espa-
ços fechados” para prática de atividade física no Brasil datam do início do 
século 19. Em 1914, na cidade de Belém, na Região Norte do país, temos 
o primeiro registro de uma academia – a academia do Conde Koma, que 
ensinava Jiu-Jítsu. Nessa época, não eram conhecidas por esse nome, e sim 
como “Institutos de Modelagem Física”, e, nesses espaços, de uso majori-
tariamente masculino, havia atividades como o levantamento de pesos, a 
ginástica e as lutas. Nesse período, já estavam em atividade alguns clubes 
que mantinham tais modalidades e também as modalidades desportivas.
O termo “academia” tem origem na Grécia Antiga e remete ao filó-
sofo Platão, que escolheu como local para fundar sua Escola de Filosofia 
um bosque que levava o nome do legendário herói grego Academos (TOS-
CANO, 2001).
A primeira onda de culto ao corpo chega ao Brasil por volta de 1920, 
tendo como influência a moda e as propagandas vindas da América – um 
fenômeno conhecido como “corpolatria”, o qual exprimia o culto ao corpo 
sem respeito à saúde e, muitas vezes, de forma exagerada.
– 29 –
A chegada das academias ao Brasil 
Já na década de 1930 teríamos a introdução da primeira academia de 
ginástica, propriamente dita, no país. Essa academia foi instalada no Rio 
de Janeiro, no bairro de Copacabana. A professora Gretch Hillefeld foi a 
responsável, nesse espaço, pela chamada ginástica analítica, com as devi-
das adaptações às necessidades do povo brasileiro.
Ainda nessa época, nos espaços citados como Centros de Modelagem 
Física, a característica dos treinamentos era extremamente empírica, sem 
uniformização, na maioria das vezes por orientação dos próprios pratican-
tes com mais experiência. Frequentados por jovens do sexo masculino, o 
principal objetivo desses espaços era esculpir os corpos ganhando mús-
culos por meio da utilização, principalmente, de barras, anilhas e do peso 
do próprio corpo – prática também chamada de calistenia – termo que 
estudaremos em um próximo momento.
Durante as primeiras quatro décadas do século 19, podemos dizer que 
as academias de ginástica existentes sofreram forte influência da escola 
alemã, devido, principalmente, à imigração proveniente daquele país. Na 
Região Sul do país, muitas “academias de ginástica” foram criadas sob 
essa influência, tornando a atividade bem difusa àquela época.
A seguir, apontaremos alguns dos principais movimentos das acade-
mias, no início do século, que iniciaram, de forma mais ampla, a corrida 
das academias no Brasil:
Figura 2.2 – Origem e difusão das academias no Brasil
1923 Primeira academia de Judô instalada no país, na cidade de São Paulo.
1932 Abertura do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional em Salvador.
1933 Abertura da primeira academia do Nordeste, em Fortaleza.
1935 Abertura de duas academias dedicadas à ginástica feminina, no Rio de Janeiro.
Fonte: elaborada pelo autor.
Durante esse período, outras academias foram fundadas, diversifi-
cando as atividades e aumentando a oferta de modalidades no país. Há 
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 30 –
relatos de poucas academias multidisciplinares, como observamos hoje 
em dia, no entanto não serão objeto de estudo nesse momento, mas assunto 
para os estudos do próximo capítulo.
2.2 Processo de evolução das 
academias de ginástica
No início década de 1940, percebemos que as academias de ginástica, 
como observamos hoje em dia, começaram a ganhar forma no país – espa-
ços e modalidades diversas e ambientes específicos para cada atividade. 
No entanto, esse movimento era tímido e só aconteceria de forma mais 
robusta a partir da década de 1970.
A expansão mais intensa das academias pelo país teve início na 
década de 1950. Em paralelo a esse movimento, a televisão chegou ao 
país, e os impactos causados por ela influenciaram diretamente a atividade 
física e as academias da época, como veremos mais à frente.
Os espaços para prática do culturismo começaram a surgir em cida-
des do interior, como o Ginásio João Leal Filho, em Serra Redonda, na 
Paraíba – homenagem ao atleta de mesmo nome que era reconhecido em 
todo o mundo pela prática do fisiculturismo. O culturismo é a prática que 
pretende aumentar os músculos, tornando-os mais volumosos e harmôni-
cos na estrutura corporal. Espaços com essa estrutura também prolifera-
ram em grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, o que também 
ocasionou o aumento de competições e a criação de federações a fim de 
organizar a atividade.
Outra forte característica das academias nessa época e ainda na 
década de 1950 é que não eram prioritariamente centros de atividades 
econômicas que visavam lucro, na maioria das vezes funcionavam com 
recursos próprios e de seus colaboradores.
Segundo Furtado (2009), nesse período as principais atividades prati-
cadas nas academias eram: a ginástica e suas variações, o halterofilismo, as 
modalidades de luta e a natação. Também ocorrem os primeiros registros 
de academias que ofereciam mais de uma modalidade, no entanto, apesar 
da difusão desses espaços, estes ainda não eram os locais preferidos para 
– 31 –
A chegada das academias ao Brasil 
a atividade física, e sim clubes, associações e escolas, que concentravam 
a maioria dos praticantes.
Até a década de 1970, o panorama de atividades e objetivos não se 
alteraria muito. No entanto, a partir dessa época começam as
influências 
americanas via propaganda televisivas, que influenciariam nas práticas 
em academias, bem como nos objetivos a serem alcançados. Nesse con-
texto, a representação do corpo na mídia era algo extremamente ligado 
a corpos esculturais, modelo trazido por atletas do fisiculturismo, como 
o ator Arnold Schwarzenegger, grande ícone dessa época e vencedor 
por 7 vezes do Mr. Olímpia – importante campeonato de fisiculturismo 
no mundo. 
A pergunta é: como a influência americana alterou o panorama das 
academias no Brasil? Segundo Souza e Ferreira (2016), a partir da década 
de 1950 muitos filmes americanos traziam atores com corpos atléticos, e 
tais filmes viriam a ser exibidos no Brasil, que viveria um momento deter-
minante: a adoção de um modelo ideal, objetivado pelo padrão de corpo 
no mundo – o corpo trazido pela prática do Fisiculturismo. Já estudamos 
anteriormente que esta prática data de muitos anos antes, no entanto foi 
devido à propagação dos aparelhos de televisão no Brasil e ao aumento do 
acesso à informação que o número de pessoas interessadas na atividade de 
academia aumentou no país.
Figura 2.3 – Academias de fisiculturismo
Fonte: https://www.hipertrofia.org
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 32 –
Ainda na década de 1970 o público frequentador de academias 
aumentou exponencialmente, principalmente em relação à prática do 
halterofilismo e do fisiculturismo. Outras modalidades também ganha-
ram seu espaço, como as lutas, a ginástica e a natação, de modo que 
houve também o aumento de espaços que ofertavam mais de uma 
modalidade. Com o crescimento do número de praticantes de ativida-
des físicas, outras demandas também foram se transformando, de modo 
que tais espaços passaram também a necessitar de novidades e trans-
formações ao longo desse período. A atividade física nas academias 
tornava-se de uma vez por todas um negócio que, com o tempo, seria 
altamente rentável.
Nesse momento aconteceria uma grande transformação, principal-
mente nas salas de halterofilismo, que deixariam de ser assim chamadas 
para se tornarem salas de musculação, com o advento dos aparelhos.
Os primeiros registros de uso de aparelhos voltados para a atividade 
física datam do século 17, no entanto falaremos aqui dos aparelhos da 
Era Moderna, que deram origem aos aparelhos de musculação como os 
vemos hoje.
Arthur Jones foi o idealizador e criador dos primeiros aparelhos, fun-
dando a empresa Nautilus, 
nos Estados Unidos, em 
1970. Arthur, que era um 
grande entusiasta do treina-
mento de força, desenvol-
veu os aparelhos de mus-
culação com o objetivo de 
aumentar a força muscular 
e promover hipertrofia, 
potência e resistência.
No Brasil, esses 
aparelhos chegaram às 
academias na década 
de 1980, transformando 
esses espaços e aumen-
Figura 2.4 – Pullover Nautilus
Fonte: https://www.musculacao.net/pullover-nautilus/
– 33 –
A chegada das academias ao Brasil 
tando a demanda de produção de aparelhos no próprio país, de modo 
que empresas do ramo se desenvolveram juntamente com a necessidade 
desses centros de treino.
A partir desse momento as academias passam a ser negócios estrutu-
rados, com professores específicos para cada atividade, coordenação e ati-
vidade gerencial administrativa. Com o crescimento do mercado de aca-
demias no país, passa a ser quase que uma exigência o desenvolvimento 
de processos gerenciais nas entidades do setor, realizados por gestores 
profissionais (Santana et al, 2012).
Nessa mesma época, em que a academia ainda não era um espaço 
prioritariamente para as mulheres, a ginástica aeróbica surge para trazer 
mais uma opção de atividade e ocupar as salas desses espaços. Tendo 
como novo ícone a atriz americana Jane Fonda, essa atividade tornou-se 
popular, principalmente entre as mulheres dessa época.
Ainda no início da década de 1980, outro método também seria de 
grande influência para a abertura de novas academias no Brasil – o método 
criado por Kenneth Cooper. Cooper atribuía uma vida saudável à execu-
ção de exercícios aeróbios diariamente, o que também criou uma demanda 
de investimentos em novas tecnologias de equipamentos dessa modali-
dade nas salas de musculação.
Entre as décadas de 1980 e 1990, a sala de musculação toma uma forma 
parecida com a que temos hoje, com aparelhos munidos de tecnologia e que 
ofereciam segurança para o treinamento de todos os públicos, juntamente 
com as salas para atividades coletivas, como a ginástica aeróbica.
Estava instalada a “Era de culto ao corpo” em que as celebridades 
desfilavam corpos musculosos e as academias ganhavam cada vez mais 
adeptos. As salas de musculação já não eram de exclusividade masculina, 
as mulheres tomavam seu espaço nas academias.
Com o acelerado aumento nas demandas, eram necessárias novas 
tecnologias associadas ao treinamento. Nesse sentido, a abertura da eco-
nomia no início da década de 1990, que se caracterizou por uma econo-
mia de integração competitiva que priorizava a economia globalizada, 
favoreceu a entrada de equipamentos e empresas dispostas a investir 
capital nesse segmento.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 34 –
A partir desse processo, a concorrência entre as academias aumenta. 
Trona-se latente a facilidade de se obter equipamentos de ponta no mer-
cado nacional, e o número de academias volta a disparar em função do 
interesse de novos frequentadores. São criados, então, espaços cada vez 
mais adaptados à necessidade do público. Dentre as empresas estrangeiras 
que se destacaram nessa época podemos citar a italiana Technogym e a 
americana Life fitness.
Em levantamento realizado pelo CONFEF (Conselho Federal de Edu-
cação Física) no final dos anos 1990, o Brasil possuía cerca de 800 acade-
mias, número que aumentaria drasticamente nos anos que estavam por vir.
A partir de 1998, quando a profissão de professor de Educação Física 
é regulamentada pela Lei 9696/98, o registro formal das academias passa a 
ser obrigatório nos conselhos regionais da classe. A partir desse momento 
é possível realizar um acompanhamento mais apurado do aumento de 
número de academias no Brasil.
Durante a primeira década do século 21 temos a chegada das acade-
mias do sistema Body System, o qual prometia ao praticante atividades 
adaptadas de outras já existentes (por exemplo o Body Step, baseado nas 
aulas de Step) considerando curvas de esforço semelhantes entre as ati-
vidades do sistema, pré-coreografadas e regadas a muita música. Nessa 
época, algumas academias já passam a priorizar características de ativi-
dades e iniciam a cobrança de pacotes, como o pacote terrestre, no qual 
todas as atividades realizadas fora da piscina eram incluídas (musculação 
e atividades como ginástica, jump, step) e um pacote aquático, que incluía 
hidroginástica e natação.
A necessidade de administrar um negócio, visto agora como um 
grande investimento de capital, que geraria grandes lucros, faz com que 
mais uma vez as academias se transformem e transformem sua organiza-
ção administrativa. A partir de então as academias tornam-se empresas, 
em sua estruturação, seja de pequeno ou médio porte.
Um grande indicador da importância das academias nesse período 
diz respeito à quantidade de empregos sustentados pelo ramo no país – 
cerca de 140.000 pessoas têm suas rendas provindas diretamente das aca-
demias (DA COSTA, 2003).
– 35 –
A chegada das academias ao Brasil 
A partir desse momento, as grandes redes de academia começam a 
surgir no Brasil. Podemos citar, entre elas, a Companhia Atlética e a rede 
Body Tech. A primeira foi a grande rede de academia pioneira em território 
nacional, no ano de 2000, inaugurando sua primeira unidade fora de São 
Paulo. Utilizando-se de grandes espaços e com diversas modalidades, essa 
rede talvez possa ser considerada o primeiro grande centro de lazer nesse 
formato. A rede holding Body Tech nasceu em 2005, no Rio de Janeiro, 
com a propostas de estabelecer grandes academias
pelo estado do Rio de 
Janeiro e, em seguida, pelo Brasil. Hoje, a rede possui 105 academias no 
país e é uma das líderes do segmento nacional.
Ainda no mesmo período surge o método Curves, voltado especifi-
camente para mulheres e com a duração de 30 minutos diários. O método 
preconizava fortalecer a musculatura, reduzir o percentual de gordura, 
aumentar o metabolismo e prevenir doenças por meio de uma série de 
exercícios em aparelhos específicos que durava exatos 30 minutos. A rede 
de franquias chegou a possuir 120 unidades só no Brasil.
Na década seguinte, aconteceria a explosão das grandes redes, dimi-
nuindo cada vez mais a existência das “academias de bairro”. Grandes 
redes, como Smart Fit, Blue Fit, Fórmula, entre outras, tomariam o mer-
cado Wellness por todo o país.
Ao contrário da maioria das academias, que ofertavam cada vez mais 
atividades como lutas, musculação, ginástica e atividades aquáticas em um 
mesmo pacote, o que sabidamente faria com que os preços das modalidades 
subissem, outras academias de rede surgiram com o enfoque em menos ati-
vidades com um custo extremamente reduzido. Nessa linha, no ano de 2009 
temos a criação da rede de academias Smart Fit. Com a ideia de oferecer, 
inicialmente, a atividade de musculação a baixo custo e com facilidade de 
acesso, a rede toma uma importante fatia do mercado. Com um número 
grande equipamentos, além de baixo valores, a rede ainda oferece a possibi-
lidade de utilizar outras unidades da rede em todo território nacional.
Após esse movimento, outras redes seguiram a mesma linha, e no 
início da segunda década do século 21 teríamos um novo nicho de mer-
cado – as academias de Cross Fit – que começaram a ser criadas em 
espaços como boxes, pequenos ou grandes, os quais eram marcados pela 
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 36 –
ausência de grandes aparelhos, tradicionais, usados nas salas de muscu-
lação da academia.
Segundo Tibana (2015), essa atividade é a que mais cresce em número 
de adeptos e de academias no mundo. O método é baseado na realização de 
exercícios funcionais com a utilização da mescla de exercícios do levan-
tamento olímpico e exercícios aeróbios. As barras e anilhas utilizadas na 
musculação também são bastante utilizadas nessa modalidade. Estima-se 
que no Brasil exista perto de 1000 boxes registrados e funcionando para a 
prática da modalidade.
Com relação à movimentação financeira relacionada a esse mercado, 
segundo o último levantamento realizado pela ACAD (Associação brasi-
leira de academias), em 2017, o Brasil faturou no mercado Fitness cerca 
de 2 bilhões de reais, alcançando o número total de 9,6 milhões de clien-
tes, o que coloca o país em 12o lugar no ranking de faturamento no mundo, 
e o 4o em número de clientes.
Figura 2.5 – Evolução do quantitativo de academias no Brasil nos últimos 20 anos
800
9300
23000
31000
34000
42000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
2000* 2007** 2013** 2015** 2017** 2019**
Número de academias nos últimos 20 anos
*Levantamento pelo Conselho Federal de Educação Física
** Levantamento realizado pela ACAD
Fonte: elaborada pelo autor.
– 37 –
A chegada das academias ao Brasil 
Figura 2.6 – Faturamento x número de clientes nos últimos anos
2,4 2,4 2,1
7,2
7,9
9,6
0
2
4
6
8
10
12
2013 2015 2017
Faturamento x Número de clientes
Faturamento Clientes
* Valor em bilhões de reais
** Estimado em milhões de pessoas
Fonte: elaborada pelo autor.
Segundo os dados da figura 2.6, percebemos que, apesar do aumento 
do número de clientes ao longo do tempo, temos uma diminuição de fatu-
ramento que foi apurada em 2017, e a explicação para esse fato pode ser 
encontrada no aumento da diversidade de segmentos nesse período, o que 
aumentou a concorrência e diminui os valores cobrados pelas academias.
Atualmente, as grandes academias se tornaram verdadeiros centros 
de lazer, com instalações variadas, como sala de musculação, salas distin-
tas para atividades como lutas, estúdios de Pilates, spinning, e coletivas 
em geral, campos de futebol, além de espaços destinados para esportes de 
aventura, como paredes de escalada. A necessidade de atrair vários públi-
cos e mantê-los na academia fez com que até espaços infantis fossem cria-
dos em algumas delas, a fim de que os pais se exercitem e deixem seus 
filhos nesses espaços durante esse tempo. Por fim, ressaltamos também os 
espaços de convivência criados dentro desses ambientes, como lanchone-
tes, cafeterias e até lan houses.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 38 –
As estratégias como diversificação de atividades, ambientes extrema-
mente limpos e cuidados e a segurança tornaram as academias segmentos 
de grande interesse para uma maior diversidade de público no país.
No próximo tópico, esclareceremos alguns pontos, sob o prisma das 
academias, a respeito de estratégias para atrair o público-alvo, cada vez 
em maior número.
2.3 Os diferentes tipos de atividade física sob o 
prisma da motivação, necessidade e afinidade
Ao longo dos anos, os objetivos e interesses relacionados à atividade 
física foram se transformando. Por muito tempo a atividade física, de uma 
forma geral, foi imposta nas escolas e institutos militares. No entanto, 
após esse período, academias de diversas modalidades surgiram e trouxe-
ram às pessoas a oportunidade de se exercitar por interesse ou por algum 
fator externo que influenciaria e criaria a motivação necessária para iniciar 
uma atividade. Devemos admitir que ainda hoje, considerando o tamanho 
da população brasileira, existe uma parcela reduzida da população inse-
rida nas academias.
Como visto anteriormente, cerca de 10 milhões de pessoas praticam 
alguma modalidade em academias em todo território nacional, o que sig-
nifica que cerca de 5% de toda a população está inserida nesses espaços.
O Brasil, em comparação a outros países do mundo, ocupa um lugar 
de destaque quando comparados os números absolutos de clientes, ocu-
pando uma honrosa quarta posição, à frente de grandes potências da 
Europa; porém, quando comparados os percentuais da população regis-
trada em academias, no Brasil encontramos o número de 5% da popula-
ção nessa condição, quando os outros 3 países apresentam números bem 
mais elevados.
Figura 2.7 – Ranking de clientes em números absolutos
1º Estados Unidos (60,8 Milhões)
2º Alemanha (10,6 Milhões)
– 39 –
A chegada das academias ao Brasil 
3º Reino Unido (9,7 Milhões)
4º Brasil (9,6 Milhões)
Fonte: elaborada pelo autor.
Nesse sentido, é importante ressaltar que o Brasil ainda tem um mer-
cado com grande potencial para ser conquistado pelas academias. Mas o 
que deve ser feito para que outra parte dessa grande população brasileira 
entre, de fato, nas academias?
Figura 2.8 – Clientes em percentual da população
0
5
10
15
20
EUA Alemanha Reino Unido Brasil
Percentual 
Fonte: elaborada pelo autor.
Além de preços mais baixos e da diversificação de atividades e de 
ambientes, o mercado Fitness está longe de alcançar resultados compa-
ráveis aos dos países de primeiro mundo da América e Europa. Como 
vimos anteriormente, hoje em dia muitas academias se tornaram verda-
deiros centros de lazer, com espaços para crianças, cafeterias entre outros 
ambientes que facilitam o acesso e atraem o público em geral, no entanto, 
apesar da expansão do mercado, ainda estamos longe do ideal. Mais do 
que conseguir novos adeptos, as academias atualmente têm outra grande 
dificuldade – a retenção de alunos e a aderência às atividades.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 40 –
A IHRSA – International Health, Racquet and Sportclub Association 
– estabeleceu uma fórmula para aumentar a Taxa de Retenção de Clientes, 
que é usada por gestores e se traduz da seguinte forma: taxa de cancela-
mento anual = n.º de clientes cancelados nos últimos 12 meses a dividir 
pela média do n.º de clientes ativos
pagantes nos últimos 12 meses.
A dinâmica do mercado Fitness, afetada por alta concorrência, forte 
investimento, entre outros fatores, faz com que se torne necessário um 
número maior de ações a fim de atrair novos clientes e fidelizar os clientes 
antigos. Nesse sentido, apontaremos algumas das ações cabíveis para o 
sucesso nessa missão:
a) a escolha do profissional de Educação Física – há um 
entendimento de que é necessário que este profissional possua 
alguns predicados que contribuam para a execução de um bom 
serviço, e que este preze por um bom atendimento. É de suma 
importância que tenha uma formação técnica e conhecimento 
suficiente para atuar nos mais diversos ambientes, no entanto, 
como em qualquer negócio, o atendimento é a alma do negócio.
b) marketing ativo – realização de um marketing ativo, além de 
manter um cadastro atualizado de alunos, um acompanhamento 
frequente da presença do cliente nas instalações da academia é 
vital para sua continuidade. Frequência inferior a 8 vezes ao mês 
e ausências prolongadas podem ser um sinal de perda futura do 
cliente. Por fim, não é prudente esperar que o contrato do aluno 
se encerre para realizar o contato, o serviço de telemarketing 
preventivo é de grande valia para que não se perca o cliente.
c) planos de fidelização – os planos de fidelização geralmente ofe-
recem valores menores em troca de contratos mais longos. Nor-
malmente, esses contratos preveem multa que garantem algum 
faturamento à academia em caso de rescisão unilateral por parte 
do aluno, no entanto ainda é mais interessante manter esse aluno 
por todo o contrato.
d) pós-venda – é uma das ferramentas mais importantes para 
fidelizar o serviço após o fechamento da venda ao cliente. 
Organizar estratégias de marketing para esse fim é focar nas 
– 41 –
A chegada das academias ao Brasil 
reais necessidades do cliente, promovendo constante ação de 
melhoria dos serviços prestados a ele. Personalizar o atendi-
mento com ações concretas e fornecer feedback são medidas que 
têm excelentes resultados na retenção do cliente.
Uma das estratégias para aumentar o número de alunos nas academias 
talvez esteja relacionada ao objetivo/interesse do público em geral. Além 
da força física e da capacidade atlética, novos adeptos de práticas espor-
tivas estão “de olho” no cuidado com a saúde, na melhoria da qualidade 
de vida, na manutenção da estética, no prazer e ludicidade das atividades.
Observando a atividade que mais cresce no Brasil – o Crossfit – é 
possível dizer que os objetivos estão relacionados a uma capacidade de 
mesclar atividades aeróbicas e de contrarresistência, com alta intensidade, 
trazendo como benefício o aperfeiçoamento das habilidades de um atleta 
e ganhos cardiovasculares e neuromusculares em potencial.
Apesar de a musculação ainda ser a atividade mais praticada nas aca-
demias, sendo o carro-chefe destas, não podemos deixar de lado as lutas, 
a dança, o pilates – atividades ligadas a objetivos distintos, mas que ainda 
permeiam as academias – e as atividades coletivas, de forma geral, que 
continuam trazendo adeptos em função das constantes adaptações de seus 
treinamentos às modalidades que surgem.
2.3.1 Fitness e wellness: evolução dos termos
Ao longo de nossas vidas, escutamos frequentemente os termos 
fitness e wellness, sempre relacionados a atividade física, de forma 
geral. No entanto, apesar de se correlacionar, esses termos têm um sig-
nificado distinto. O termo fitness significa estar em boa forma física, já 
wellness significa “bem-estar”. Apesar de parecer que estamos falando 
de coisas parecidas, observaremos que há uma distinção clara entre 
eles. Segundo Furtado (2009), o fitness caracteriza-se pela ênfase no 
condicionamento físico do indivíduo. As academias de ginástica surgi-
ram com essa finalidade, tanto é assim, que muitos dos donos das pri-
meiras academias eram halterofilistas, atletas ou pessoas que, em geral, 
estavam envolvidas em práticas corporais. O fitness foca no aperfeiço-
amento do corpo na dimensão biológica, ao passo que o wellness tem 
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 42 –
relação direta com outros objetivos ligados diretamente ao bem-estar, 
ou seja, focado em outros públicos que procuram a academia não só 
pelo apelo da condição física, e sim por atividades que tragam saúde e 
bem-estar em sentido amplo.
O movimento de transformação das academias de Fitness em Welness 
acontece por uma necessidade do mercado de aglutinar públicos distintos 
e, com isso, alcançar melhores resultados financeiros para seus estabe-
lecimentos. Nesse sentido, as academias acenam para a possibilidade de 
alcançar o bem-estar por meio de atividades que visam o condicionamento 
geral ou até mesmo o bem-estar pura e simplesmente.
Neste capítulo, exploramos a chegada das academias de forma orga-
nizada ao Brasil, que, no início, eram pequenos espaços improvisados, 
com a oferta de apenas uma modalidade, como as academias de luta e 
ginástica. Vimos um panorama desde esse período inicial até a criação 
e instalação dos grandes centros de lazer pelas grandes redes de acade-
mia no país, que oferecem diversas modalidades e ambientes criados para 
manter o aluno em suas dependências por mais tempo. Por fim, vimos os 
números do Brasil em relação ao mercado de academias no mundo, bem 
como as estratégias para alavancar esse já crescente mercado no país. No 
próximo capítulo, apresentaremos um panorama global das academias e 
das atividades nelas praticadas.
 Saiba mais
ALLENDORF, Diego Brum. Aspectos motivacionais que levam pes-
soas de idade adulta, entre 20 a 25 anos, à academia. EFDeportes.
com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 17, n. 170, 2012. Disponível 
em: https://www.efdeportes.com/efd170/aspectos-motivacionais-que-
-levam-a-academia.htm. Acesso em: 31 maio 2020.
Atividades
1. De quando data o primeiro registro de uma academia no Brasil? 
Onde se localizava? Qual era a modalidade oferecida?
– 43 –
A chegada das academias ao Brasil 
2. Cite duas personalidades que influenciaram a atividade física 
nas décadas de 1970 e 1980, e que ajudaram no processo de 
expansão das academias.
3. Por que a posição de quarto lugar em números absolutos de 
clientes em academia se torna menos impactante quando avalia-
mos a quantidade da população?
4. Explique a diferença entre os termos Fitness e Wellness.
3
Atividades de 
academia: um 
panorama global 
Neste capítulo, estudaremos os conceitos e definições dire-
cionados à atividade física e saúde no Brasil e no mundo, pelas 
autoridades na área, tal como suas recomendações para uma vida 
saudável. Conheceremos os órgãos, colégios, associações e afins 
que hoje traçam diretrizes voltadas para a atividade física. Enten-
deremos também a estruturação dos Conselhos de Educação 
Física no Brasil e as principais associações de academias nacio-
nais e regionais.
A partir desse momento, apresentaremos as modalidades 
mais praticadas nas academias, levando em consideração a diver-
sidade encontrada, hoje, no país, e observando, por grupo, quais 
são as atividades preferidas dos clientes. Por fim, traremos as 
atividades divididas em grupos de características especificas, de 
acordo com as respostas adaptativas ao treinamento, conside-
rando sua prática crônica. O esquema a seguir apresenta como 
será a divisão do conteúdo ao longo deste capítulo:
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 46 –
Figura 3.1 – Sequência de atividades
Fonte: elaborada pelo autor.
3.1 Conceitos e definições 
para a atividade física
Segundo a Organização mundial de saúde (OMS), o conceito de 
saúde está definido como “um estado de completo bem-estar físico, 
mental e social, e não somente ausência de afecções e enfermidades”. 
Muitos críticos defendem que este conceito não garante um estado de 
realidade para o ser humano, visto que o bem-estar pode ser extrema-
mente subjetivo e não seria condição suficiente para garantir
que o indi-
víduo é saudável.
A OMS, fundada em 7 de abril de 1948, com sede em Genebra, na 
Suíça, foi criada como uma agência a fim de promover a saúde global em 
uma época em que a guerra e as doenças dizimavam milhões de pessoas 
pelo mundo. A OMS é subordinada à Organização das Nações Unidas 
(ONU) e é composta por 194 países-membros. Além de sua sede em Gene-
bra, tem alguns escritórios espalhados pelo mundo. Em 1946, sua própria 
– 47 –
Atividades de academia: um panorama global 
constituição é criada, contendo diretrizes norteadoras de suas ações ins-
titucionais. Segundo sua constituição, seu principal objetivo consiste na 
aquisição, por todos os povos, do nível de saúde mais elevado possível.
A OMS tem atuações de destaque nos controles de surtos epidemioló-
gicos no mundo, traçando estratégias para o combate e controle das doen-
ças. Entre suas funções está também o apoio a novas vacinas para doenças 
antes desconhecidas, a cooperação com grupos científicos de todo mundo 
a fim de realizar estudos na área de saúde, além de realizar a classificação 
internacional das doenças (CID). A CID é um indicador muito utilizado 
pela comunidade médica e tem a função de monitorar a incidência, com 
base em uma linguagem universal.
Em nível nacional, o órgão responsável pela saúde no Brasil é o 
Ministério da Saúde, que é um órgão do Poder Executivo cuja função é 
organizar e elaborar as políticas públicas voltadas à promoção prevenção 
e assistência à saúde.
Especificamente relacionado à atividade física, o principal nortea-
dor, em nível mundial, é o Colégio Americano de Medicina do Esporte 
(ACSM), que já foi citado anteriormente e é o principal colegiado a definir 
diretrizes para as atividades físicas de todas as espécies.
Conhecidas as mais importantes instituições relacionadas à saúde e à 
atividade física, entenderemos, agora, a relação entre elas.
Segundo a OMS, atividade física é a realização de qualquer movi-
mento corporal produzido pelos músculos que demanda gasto calórico. 
Além disso, abrange outras atividades, como deslocamentos, afazeres 
domésticos e atividades recreativas.
As recomendações da OMS para atividade física estão relacionadas 
a 3 grupos:
a) 5 a 17 anos
b) 18 a 64 anos
c) acima de 65 anos
A seguir, apresentamos um quadro com as principais recomendações 
para esses grupos:
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 48 –
Quadro 3.1 – Orientações OMS
Faixa etária Recomendações
5 a 17 anos
 2 60 minutos de atividade moderada a vigorosa 
por dia;
 2 Atividade majoritariamente aeróbia;
 2 Reforço de atividades com pesos por, pelo menos, 
3 vezes por semana 
18 a 64 anos
 2 150 minutos de atividade aeróbia moderada ou 75 
minutos de atividade vigorosa por semana, ou uma 
combinação adequada dos 2;
 2 Sessões de, no mínimo, 10 minutos de duração;
 2 A fim de aumentar os benefícios para saúde, pro-
gredir para 300 minutos de atividade moderada ou 
150 minutos de atividade vigorosa;
 2 2 vezes por semana realizar atividades de fortaleci-
mento dos grandes grupos musculares.
Acima de 
65 anos
 2 150 minutos de atividade aeróbia moderada ou 75 
minutos de atividade vigorosa por semana, ou uma 
combinação adequada dos 2;
 2 Sessões de, no mínimo, 10 minutos de duração;
 2 A fim de aumentar os benefícios para saúde, pro-
gredir para 300 minutos de atividade moderada ou 
150 minutos de atividade vigorosa;
 2 Devem realizar exercícios a fim de melhorar o 
equilíbrio e prevenir quedas;
 2 Realizar atividades que fortaleçam os grupos mus-
culares 2 ou mais vezes por semana.
Fonte: elaborado pelo autor.
Essas recomendações têm como principais objetivos:
– 49 –
Atividades de academia: um panorama global 
 2 a redução do risco de hipertensão, doenças cardiovasculares, 
acidentes vasculares cerebrais, diabetes, câncer de mama e de 
colo, depressão e quedas;
 2 melhora na saúde óssea e funcional;
 2 equilíbrio calórico e controle do peso.
O Ministério da Saúde do Brasil, assim como os órgãos de saúde de 
todos os países-membros da OMS, segue suas determinações a fim de 
manter uma unidade de orientação a todos os países filiados, no entanto 
entenderemos que muito mais do que estimular e orientar para a melho-
ria da saúde, outros órgãos, como o já citado ACSM, trazem novidades e 
guias baseadas em ciência aplicada para a prática de atividade física com 
modelos seguros e buscando ganhos específicos, de acordo com as valên-
cias treinadas.
Nesse sentido, e de forma mais detalhada, o ACSM define, baseado 
em estudos científicos, normas para a prática de exercícios nas modali-
dades e grupos específicos da população. Dentre esses grupos, podemos 
citar os posicionamentos para a atividade física e crianças, exercício e 
idosos, exercícios e hipertensos, entre outros. Para as modalidades, temos 
os posicionamentos de quantidade e qualidade de exercícios, para ativida-
des cardiorrespiratórias, musculoesqueléticas e neuromotoras para adultos 
saudáveis, como também posicionamentos que versam sobre nutrição e 
desempenho atlético.
O que efetivamente faz com que esses posicionamentos tenham rele-
vância acadêmica é a observação de estudos científicos que levam em con-
sideração aspectos de controle capazes de trazer credibilidade àqueles. 
Esses critérios são definidos por categorias de evidência, como descreve-
remos na figura a seguir:
Figura 3.2 – Categorias de evidências ACSM
Evidência A Estudos randomizados e controlados, com extensa base de dados
Evidência B Estudos randomizados e controlados, com base de dados limitada
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 50 –
Evidência C Estudos não randomizados ou não controlados e estudos observacionais
Evidência D Estudos experimentais não incluídos nas evidên-cias qualificadas de A a C.
Fonte: elaborada pelo autor.
A fim de explicar alguns termos relacionados às qualificações das 
evidências, a seguir mostraremos seus significados:
 2 estudos randomizados – são estudos experimentais em que os 
participantes são distribuídos de forma aleatória em grupos de 
acordo com a quantidade de intervenções a serem realizadas;
 2 estudos controlados – são estudos que mantêm grupos de con-
troles em paralelo aos grupos estudados, ou seja, grupos que não 
sofrerão intervenção, ou sofrerão intervenções baseadas em pro-
tocolos já existentes;
 2 estudos observacionais – são os estudos em que não é possível 
construir padrões de controle, ou seja, não é possível controlar a 
classificação dos grupos de estudo.
Segundo Malavolta et al (2005), os ensaios clínicos controlados e 
randomizados (ECCR) são considerados o padrão ouro da medicina base-
ada em evidências, na atualidade.
Levando em consideração tais evidências, um conjunto de estudos 
sobre determinado assunto foi observado a fim de formar um quadro de evi-
dências relativo a cada situação. Com base nisso, seria observado se deter-
minada indicação para um exercício seria composta de estudos com grande 
relevância (Estudos A e B) ou de estudos de menor relevância (C e D).
Segundo um de seus últimos posicionamentos relativos à qualidade e 
à quantidade de exercícios para jovens saudáveis, seguem algumas reco-
mendações gerais a respeito do assunto:
 2 treinamento cardiorrespiratório
 2 Realização de, pelo menos, 150 minutos de exercício por 
semana em intensidade moderada;
– 51 –
Atividades de academia: um panorama global 
 2 As sessões de exercício devem ser realizadas com duração 
de 30 a 60 minutos, por cinco dias na semana (intensidade 
moderada) ou com duração de 20 a 60 minutos, três vezes 
por semana (intensidade vigorosa);
 2 Progressão gradual no tempo da sessão, frequência e inten-
sidade, a fim de um menor risco de lesões;
 2 O público que não for capaz de cumprir tais intensidades e 
volumes, deve praticar outra atividade.
 2 treinamento de flexibilidade
 2 Realizar as sessões de treinamento pelo menos duas a 
três vezes por semana, a fim
de melhorar a amplitude de 
movimento;
 2 Cada exercício deve ser mantido entre 10 e 30 segundos até 
um ponto em que haja um pequeno desconforto;
 2 Cada exercício deve ser repetido de duas a quatro vezes 
para cada músculo alongado, perfazendo um total de até 
60 segundos;
 2 Todos os tipos de alongamentos são eficazes: estático, dinâ-
mico, balístico;
 2 Realize os exercícios de alongamento sempre com os mús-
culos aquecidos, isso torna o exercício mais eficaz.
 2 treinamento resistido
 2 Treinar cada grupo muscular de duas a três vezes por 
semana, utilizando exercícios e máquinas;
 2 Utilizar exercícios com menores intensidades nas sessões 
para pessoas idosas, sedentárias ou iniciantes;
 2 Duas a quatro séries por exercício é benéfico para o aumento 
da força e potência muscular;
 2 Realizar de 8 a 12 repetições por série para melhora de 
força e potência;
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 52 –
 2 Realizar entre 10 e 15 repetições por série para melhorar a 
força em pessoas de meia idade e idosos;
 2 Realizar entre 15 e 20 repetições para melhorar a resistên-
cia muscular em iniciantes;
 2 Repousar pelo menos 48 horas entre as sessões de treina-
mento de força para recuperação e, posteriormente, um 
novo treino.
 2 treinamento funcional
 2 Devem ser realizados de duas a três vezes por semana;
 2 Os exercícios dessa atividade devem conter habilidade 
motora (equilíbrio, agilidade, coordenação e corrida);
 2 Devem ser realizados exercícios de propriocepção e ativi-
dades variadas como tai chi chuan e Yoga, a fim de melho-
rar a capacidade funcional e prevenir quedas em idosos;
 2 Recomenda-se sessões de 20 a 30 minutos por dia.
É necessário compreender que se trata de recomendações gerais a 
respeito das atividades, de acordo com suas características. No decorrer 
dos próximos capítulos, observaremos essas recomendações de forma 
mais detalhada.
Apresentadas as principais recomendações dos mais importantes 
órgãos e colegiados do mundo, tanto para a saúde quanto para a atividade 
física, apresentaremos, agora, as principais atividades realizadas nas aca-
demias do Brasil.
3.2 Principais atividades nas academias do Brasil
Como já vimos anteriormente, o processo de construção histórica das 
academias revelou uma grande diversidade de atividades, algumas que 
marcaram época e outras que conseguiram se firmar e permanecer nas 
grades das academias até os dias de hoje. No entanto, antes de discorrer 
sobre essas atividades, apresentaremos um levantamento das tendências 
do mercado, atualmente.
– 53 –
Atividades de academia: um panorama global 
Em estudo recente publicado pela revista ACSM’S Health & Fitness Jour-
nal, foi realizado um levantamento das tendências Fitness para o ano de 2020 
no Brasil. A seguir, apresentaremos os 10 primeiros pontos dessa pesquisa:
Figura 3.3 – TOP 10 do Mercado Fitness no Brasil
1 EXERCÍCIOS PARA A PERDA DE PESO
2 ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL
3 PERSONAL TRAINING
4 PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS
5 TREINAMENTO FUNCIONAL
6 CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
7 TREINO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE
8 PERSONAL TRAINER EM GRUPO
9 CONSULTORIA ON-LINE
10 TREINAMENTO ESPORTIVO
Fonte: elaborada pelo autor.
As informações que essa imagem pode nos trazer são muito impor-
tantes, visto que a tendência do mercado cria uma possível direção para 
atividades específicas nas quais serão encontrados esses indicadores. 
Inclusive, algumas atividades criadas em um curto período vão de encon-
tro aos anseios aguardados pelo mercado Fitness.
Com relação aos pontos da pesquisa, é de suprema importância que 
seja compreendido o que cada ponto traz de informação. Como exemplo, 
o primeiro ponto, que diz respeito aos exercícios para perda de peso, está 
relacionado a atividades físicas específicas voltadas para esse fim. O ponto 
2 tem relação direta com a qualidade de vida do indivíduo, ou seja, melho-
res hábitos alimentares, horas de sono, entre outras atitudes que podem 
comprovadamente melhorar o estilo de vida do indivíduo com o subse-
quente aumento nos níveis de atividade física praticados.
Munidos dessa informação, podemos apresentar e entender as ten-
dências de mercado relacionadas às atividades mais praticadas nas acade-
mias do Brasil.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
– 54 –
Dentro do ambiente das academias não deve haver surpresa alguma 
em se afirmar que a musculação é a atividade mais praticada pelos brasilei-
ros. Cerca de 20 % dos praticantes opta pela musculação. Devemos lem-
brar que nosso enfoque são somente as atividades realizadas no ambiente 
das academias, pois, considerando o espaço externo, a caminhada é ativi-
dade física mais praticada pelo brasileiro.
Levando em consideração os dados acima, podemos eleger alguns 
motivos pelos quais a musculação é atividade mais realizada pelos alunos 
de academia. Entre eles, podemos citar:
 2 ser uma das atividades físicas mais antigas conhecida;
 2 facilidade de se realizar treinos individualizados;
 2 possibilidade do controle total do tempo de treino, visto que em 
atividades coletivas, normalmente esse tempo é predito;
 2 utilização de aparelhos e peso, aumentando a possibilidade de 
adequação a todos os níveis de atividade física;
 2 controle de cargas mais apurado, levando-se em consideração o 
treinamento individualizado.
Essas são somente algumas das vantagens, tendo em vista que não 
falamos dos benefícios fisiológicos, psicológicos e funcionais que a ativi-
dade pode trazer.
Em seguida, temos as “ginásticas de academia” que englobam ativi-
dades coletivas, como a ginástica localizada, aeróbica e suas variações. 
Muito procuradas pelas mulheres, ainda hoje é uma atividade extrema-
mente realiza nas academias e representa cerca de 10% dos praticantes nas 
academias do Brasil.
As artes marciais e suas modalidades ocupam um honroso terceiro 
lugar nessa categoria, com cerca de 3% dos praticantes.
A hidroginástica é a representante aquática das atividades de aca-
demia. Eleita muitas vezes como a preferida dos idosos, esta atividade 
compõe cerca de 2% do total de praticantes.
Mais importante do que apontar as atividades mais praticadas é 
entender que estas seguirão tendências específicas, de acordo com o povo 
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Atividades de academia: um panorama global 
e o país em questão. Nesse sentido, podemos citar o CrossFit, que é a 
atividade física que mais cresce percentualmente no Brasil e no mundo, e 
o motivo disso pode ser seu alinhamento direto com as tendências Fitness 
apresentadas anteriormente para o Brasil.
Dentre as 10 principais tendências para esse mercado, podemos asso-
ciar pelo menos 3 delas à atividade do CrossFit. São elas: exercício para 
perda de peso, treinamento funcional e treinamento intervalado de alta 
intensidade. Não é possível determinar que o sucesso recente da atividade 
esteja relacionado diretamente a essas tendências, no entanto é possível que 
atividades que estejam dentro desse escopo encontrem maior facilidade para 
crescerem e se manterem no mercado Fitness nos próximos anos.
3.3 Tipos de atividade física
As atividades de academia podem ser divididas em, no mínimo, 3 
tipos: atividades aeróbicas, treinamento resistido e artes marciais. Em 
paralelo a esse grupo, temos ainda as atividades lúdicas e as atividades 
para relaxamento.
Cada um desse grupos, apesar de guardadas algumas modalidades, apre-
sentará condições distintas em suas características, o que tornará possível sua 
divisão nesses grupos. Será possível, nesse sentido, dividir as categorias por 
caraterísticas fisiológicas, tipos de exercício e objetivos das atividades.
Começaremos essa categorização pelas modalidades que compõem 
as atividades aeróbias. A seguir, um demonstrativo de algumas atividades 
desse segmento:
Figura 3.4 – Atividades aeróbicas
Spinning
Jump
Step
Esteira
Natação
Fonte: elaborada pelo autor.
Atividades de Academia e Ginástica Laboral
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