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Livro Didático-20220619

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Livro - Anatomia e Fisiologia_Parte1.pdf
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Thamara Moterani Rabelo de Paula
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Curitiba
2020
Anatomia e 
Fisiologia
Thamara Moterani Rabelo de Paula
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
P324a Paula, Thamara Moterani Rabelo de
Anatomia e fisiologia / Thamara Moterani Rabelo de Paula. – 
Curitiba: Fael, 2020.
274 p. il.
ISBN 978-65-86557-01-5
1. Anatomia humana 2. Fisiologia humana I. Título
CDD 611
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Fabio Heinzen Fonseca
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/adike
Arte-Final Evelyn Caroline Betim Araujo
Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. Introdução ao estudo da anatomia | 7
2. Osteologia e sindesmologia | 29
3. Sistema nervoso e neuromotor | 65
4. Fisiologia da nocicepção (dor) e arco reflexo | 95
5. Sistema muscular | 115
6. Sistema cardiovascular | 139
7. Sistema respiratório | 163
8. Sistema digestório e metabólico | 187
9. Sistema renal e endócrino | 211
10. Sistema reprodutor | 233
Gabarito | 253
Referências | 271
Prezado(a) aluno(a),
Nesse momento, sentimos uma imensa satisfação em divi-
dir os conhecimentos sobre Anatomia e Fisiologia Humana com 
você. Durante nossos estudos, teremos a capacidade de compre-
ender os conceitos, as estruturas e as funções do corpo humano.
Nosso intuito é que você se sinta mais do que um aluno, e 
que aprenda sobre o corpo humano de forma fácil e didática.
Para estimular seu raciocínio lógico, crítico e reflexivo, uti-
lizamos uma linguagem clara, de fácil compreensão, porém não 
deixamos de lado as informações científicas pertinentes e compa-
tíveis com o conteúdo e com a sua formação.
Desejamos uma ótima leitura!
Carta ao Aluno
1
Introdução ao estudo 
da anatomia 
Estudos de anatomia humana tratam das estruturas do corpo, 
objetivando a compreensão da formação do organismo vivo, bem 
como a base estrutural de funcionamento dos órgãos. De acordo 
com Dangelo e Fattini (2007), o estudo de anatomia é de extrema 
importância pedagógica, principalmente para aqueles que traba-
lham com vidas.
A disciplina faz parte da matriz curricular de vários cursos, 
para a compreensão das funções fisiológicas e dos processos pato-
lógicos do corpo. A anatomia e a fisiologia estão estreitamente 
relacionadas (TORTORA; DERRICKSON, 2010), podendo ser 
estudadas de forma simultânea.
Anatomia e Fisiologia
– 8 –
Anatomia vai muito além de decorar listas de nomes, pois sua vasta 
rede de informação é necessária para que se possa ser capaz de visuali-
zar as estruturas e suas posições em um paciente, além de simplesmente 
memorizar. Saber o ramo de uma artéria, por exemplo, não é o mesmo 
que conseguir visualizar todo o seu trajeto no corpo (DRAKE; VOGL; 
MITCHEL, 2015).
1.1 Conceito e histórico da anatomia humana
Anatomia é uma área da Biologia que estuda o corpo humano, visando 
ao conhecimento dos órgãos internos e externos e sua localização. Múscu-
los, nervos, órgãos e ossos são diferentes partes do organismo que consti-
tuem o corpo humano. Cada parte é formada por milhares de células que 
se apresentam em formatos e funções especificas e possibilitam o funcio-
namento dos sistemas de forma integrada. Podemos comparar nosso corpo 
com uma grande máquina complexa que funciona em perfeita sincronia.
O termo anatomia deriva do grego Ana (parte) e tomnei (corte). 
Foi inicialmente estudada por processo de dissecação, que quer dizer 
dis (separação) e secção (cortar). A tecnica possibilitava aos cientistas a 
melhor vizualização da estrutura a ser estudada.
O fascínio pelo estudo do corpo humano vem de muito tempo. Por 
muitos anos curiosos, médicos, alquimistas, benzedores, curandeiros 
e outros apresentaram teorias sobre o corpo humano, as quais na época 
foram respeitadas (ABRAHAMS, 2009). Existe uma longa e interessante 
história que envolve os estudos de anatomia: os primeiros registros de 
avanços foram realizados por Herófilo e Erasístrato em Alexandria, Egito, 
no século III a.C. – Herófilo dissecou cadáveres humanos, concretizando 
o sonho e desejo de qualquer anatomista da época. Com seu estudo, ele 
descreveu o formato do fígado, do cérebro e fez até um esquema de distri-
buição dos órgãos no corpo, apresentando o formato e o tamanho.
Foi desses estudos pioneiros que nasceu a Medicina. Sua contribui-
ção foi de fundamental importância, pois Herófilo reconheceu o cérebro 
como órgão do sistema nervoso central, considerando-o uma central de 
inteligência, e dividiu os nervos em sensitivos e motores.
– 9 –
Introdução ao estudo da anatomia 
Muitos autores consideram que os estudos anatômicos foram inicia-
dos muito antes, no século V a.C., quando Alcméon de Crotona, no sul da 
Itália, realizava dissecações em animais com o intuito de comparar seus 
insumos com seres humanos. Os estudos em anatomia com seres humanos 
eram proibidos em 150 a.C. por questões éticas e religiosas. Naquele perí-
odo, predominou a dissecção em animais.
No século II, Claudio Galeno, influente médico nas arenas de gladiado-
res em Roma, realizou inúmeras dissecações em animais, criando teorias e 
presumindo que a anatomia humana seguia o mesmo padrão. Na época, era 
considerado uma grande inovação, e suas dissecações em músculos e ossos 
estabeleceram um marco na história da anatomia. Sua ideia foi aceita por mais 
de 1,5 mil anos, mesmo ele nunca tendo dissecado um cadáver humano.
No século XVI, o anatomista Andrea Vaslius provou que Galeno 
estava equivocado e mostrou figuras anatômicas, até então desconhecidas, 
no livro A estrutura do corpo humano (De Humani Corpori Fabrica), em 
1543. Na época, a dissecação de cadáver humano era bastante complicada 
e desagradável, visto que a igreja a combatia, de modo que os profissio-
nais eram obrigados a recorrer ao de roubo de cadáveres em túmulos e 
forcas para obter material para estudo.
No século XVII, estudiosos produziram peças anatômicas para expo-
sição em museus de anatomia, devido ao grande despertar por conheci-
mento e estudos na área. Em 1628, William Harvey, em Frankfurt, surpre-
endeu cientistas com Uma descrição anatômica do movimento do coração 
e sangue (An Anatomical Disquisition on the Movimento f the Heart and 
Blood). Ele demonstrou que o sangue circulava por todo o corpo e propôs 
que o coração o bombeava pelas artérias.
Ao fim do século XVIII, os estudos de anatomia descritiva já tinham 
identificado grande parte das estruturas do corpo humano, o que cedeu 
lugar para a anatomia topográfica, que nada mais era que um mapeamento 
da região estudada. No mesmo período, surgiu a anatomia patológica, por 
Morgagni, que com muitas necropsias estabeleceu relação entre o órgão 
saudável e o órgão doente, e a anatomia comparativa.
Hoje, devido a tantas tecnologias disponíveis, a anatomia se tornou 
submicroscópica. Em outros estudos, como fisiologia, microscopia ele-
Anatomia e Fisiologia
– 10 –
trônica e bioquímica, imagens possibilitam observar as estruturas mais 
íntimas em nível molecular. Existe até a possibilidade de se estudar anato-
mia em pessoas vivas, com exames de imagem, como radiografia (repre-
sentação gráfica do que é observado pela passagem do raio x pelo corpo), 
ressonância magnética, endoscopia e tomografia computadorizada.
1.2 Princípios, nomenclatura e 
terminologias aplicados à anatomia
Os estudos da anatomia estão divididos em anatomia macroscópica 
e anatomia microscópica. A macroscópica possibilita o estudo das partes 
do corpo a olho nu, ou seja, não necessita de recursos tecnológicos para 
observação das estruturas. Existem várias formas
de ser estudada:
 2 sistêmica – estudo do corpo por sistemas (tegumentar, esquelé-
tico, muscular, linfático, respiratório, digestório, nervoso, endó-
crino, circulatório, urinário, reprodutor feminino e feminino) 
(Figura 1.1);
 2 palpatória – técnica que utiliza as mãos e os dedos (em forma 
de pinça), com movimentos de deslizamento sobre a pele, para 
sentir as estruturas anatômicas;
 2 regional – estuda o corpo por partes, como tórax e abdômen;
 2 clínica – estudo correlacionado da anatomia e da função do 
corpo com as práticas da medicina e de outras áreas da saúde.
A anatomia microscópica está relacionada com as estruturas do corpo 
possíveis de serem observadas somente com a utilização de microscópios 
ópticos ou lupas. Está dividida em citologia (estudo das células) e histo-
logia (estudo tecidos e como eles se organizam para formar um órgão).
A anatomia utiliza uma linguagem própria, chamada terminologia ou 
nomenclatura, para descrever estruturas ou partes do corpo. Não se usam 
pônimos (nome de pessoas para designar coisas), e os termos indicam 
relação ou direção, comparação e movimento. Essa linguagem é utilizada 
no mundo científico, educacional e profissional, permitindo uma comuni-
cação clara e sem equívoco quanto ao seu significado.
– 11 –
Introdução ao estudo da anatomia 
Figura 1.1 – Órgãos e sistemas do corpo humano
Sistema digestivo Sistema muscular Sistema tegumentar Sistema linfático Sistema endócrino Sistema nervoso
Sistema esquelético Sistema 
Reprodutivo
Masculino
Sistema 
Reprodutivo 
Feminino
Sistema respiratório Sistema urinário Sistema circulatório
Fonte: Shutterstock.com/Macrovector
1.2.1 Terminologia de relação ou direção
A terminologia de relação é composta por termos utilizados para des-
crever uma parte do corpo relacionada a outra (Figura 1.2):
 2 anterior, ventral ou frontal – parte anterior do corpo, relacio-
nada à parte da frente;
 2 posterior ou dorsal – relacionada à parte posterior, de trás, do corpo;
 2 superior ou cranial – tudo o que está acima da linha da cintura;
 2 inferior ou caudal – tudo o que está abaixo da linha da cintura;
 2 linha sagital mediana ou linha média – divide o corpo em 
direito e esquerdo;
 2 medial – toda a estrutura que está próxima da linha mediana ou 
da linha média do corpo;
 2 lateral – estrutura que se encontra distante da linha média.
Anatomia e Fisiologia
– 12 –
Figura 1.2 – Terminologia de relação ou direção: a) vista anterior; b) vista posterior; 
c) vistas superior e inferior; d) vista lateral
a) b)
Posterior Anterior
c)
d)
Inferior
Superior
Lateral LateralMedial
Fonte: Shutterstock.com/Lole
1.2.2 Terminologia de comparação
As terminologias de comparação são utilizadas para comparar as posi-
ções das estruturas anatômicas entre si (Figura 1.3). Os termos também iden-
tificam o trajeto de uma estrutura linear, como nervos, vasos, vias aéreas:
– 13 –
Introdução ao estudo da anatomia 
 2 proximal e distal – identificam as estruturas que estão próximas 
de sua origem (por exemplo, o pé é distal ao joelho);
 2 superficial e profundo – termos utilizados para descrever a 
posição de estruturas relacionadas à superfície do corpo:
 2 superficial – estrutura que está na superfície ou próxima dela;
 2 profunda – estrutura que está mais distante da superfície.
 2 homolateral ou ipsilateral – estrutura localizada do mesmo 
lado do corpo;
 2 bilateral – dos dois lados;
 2 unilateral – de um único lado;
 2 contralateral – estrutura localizada no lado oposto do corpo.
Figura 1.3 – Terminologias de Comparação. A. Proximal e Distal; B. Superficial e 
Profundo; C. 1. Homolateral, 2. Bilateral, 3. Unilateral e 4. Contralateral
Proximal
Distal
Proximal
Distal
 
Profundo
Profundo
Super�cial
Anatomia e Fisiologia
– 14 –
1. Homolateral 2. Bilateral 3. Unilateral 4. Contralateral
Fonte: Shutterstock.com/Emre Terim/Sebastian Kaulitzki
1.2.3 Terminologia de movimento
São termos utilizados para descrever o movimento relacionado às 
articulações do corpo:
 2 flexão – diminuição do ângulo entre partes do corpo;
 2 extensão – contrário de flexão, com aumento do ângulo entre as 
partes do corpo;
 2 adução – aproximação da estrutura à linha medial;
 2 abdução – contrário de adução, com distanciamento da estru-
tura da linha medial;
 2 rotação externa/lateral – gira o membro, levando a face ante-
rior para longe da linha mediana;
 2 rotação interna/medial – gira o membro, trazendo a face ante-
rior para mais perto do corpo;
 2 protração – levar para frente;
 2 retração – levar para trás;
– 15 –
Introdução ao estudo da anatomia 
 2 pronação – por exemplo, movimento do antebraço ao girar a 
palma da mão para baixo (Figura 1.5).;
 2 supinação – por exemplo, movimento do antebraço ao girar a 
palma da mão para cima (Figura 1.5).
Figura 1.4 – Terminologia de movimentos: a) flexão e extensão; b) adução e abdução; c) 
rotação interna e rotação externa; d) protração e retração
a) 
Extensão Flexão
 
Extensão
Flexão
b) 
Abdução
Adução
 
Abdução
Adução
Anatomia e Fisiologia
– 16 –
c) 
Rotação
interna
Rotação
externa
 
Rotação medial
Rotação lateral
d) 
Protração
Retração
Clavícula
Ombro
Úmero
Escápula
Fonte: Will Amaro.
– 17 –
Introdução ao estudo da anatomia 
Figura 1.5 – Terminologia de movimentos: a) pronação; b) supinação
Úmero
Ulna
Rádio
Palma Posterior
a) PRONOTAÇÃO b) SUPINAÇÃO
Palma Anterior
Fonte: Shutterstock.com/VectorMine
Há, também, movimentos relacionados à articulação do tornozelo 
(Figura 1.6):
 2 eversão – sola do pé voltada para lado oposto à linha medial;
 2 inversão – movimento relacionado ao tornozelo, com a sola do 
pé voltada para linha medial;
 2 dorsiflexão – planta do pé para cima, com extensão dos dedos;
 2 flexão plantar – planta do pé projetada para baixo.
Anatomia e Fisiologia
– 18 –
Figura 1.6 – Terminologia de movimentos: a) eversão; b) inversão; c) dorsiflexão; d) flexão 
plantar
Eversão
Inversão
b)
a)
Flexão plantar
c) d)
Dorsi�exão
Fonte: Shutterstock.com/Alila Medical Media/Dn Br
1.2.4 Descrições, segmentos e 
divisão do corpo humano
O corpo humano é formado por pele, músculos, ossos, nervos, entre 
outros. Cada uma dessas partes é formada por células que apresentam 
– 19 –
Introdução ao estudo da anatomia 
formas e funções específicas, resultando no funcionamento do corpo de 
forma integrada.
Para facilitar a localização das estruturas, o corpo humano é divido 
em regiões. As principais partes do corpo humano são (Figura 1.7):
 2 cabeça – relacionada à extremidade superior, unida ao corpo por 
uma pequena conexão; nessa região estão o crânio, responsável 
por cobrir o cérebro; a face, que inclui olhos, nariz e boca; e 
o pescoço, que se refere à região cervical, sustenta a cabeça e 
permite movimentos;
 2 tronco – formado por caixa torácica, cavidade abdominal e pelve;
 2 membros – ligados ao tronco; os superiores consistem em 
ombro, braço, cotovelo, antebraço, punho e mão; os inferiores 
são constituídos por quadril, coxa, joelho, perna, tornozelo e pé.
A descrição anatômica é feita quando o corpo está em posição ortos-
tática, com o rosto voltado para frente, pés paralelos, membros superiores 
estendidos e palmas das mãos voltadas para frente (Figura 1.9). Essa posi-
ção é padronizada por todos os anatomistas ou profissionais de saúde, pois 
permite localizar e descrever as estruturas.
Figura 1.7 – Principais partes do corpo
A. Corpo humano
C. Tronco
B. Cabeça e pescoço
D
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Anatomia e Fisiologia
– 20 –
Figura 1.8 – Posição anatômica
Olhar na horizontal
Face voltada para frente
Braços estendidos
ao longo do corpo,
palmas as mãos
voltadas para frente
Posição Ortostática
Corpo Ereto
POSIÇÃO PADRÃO
Pernas juntas
Pés paralelos
Fonte: Shutterstock.com/Emre Terim
Como mencionado, a posição anatômica se refere ao corpo em pé, mas 
existem termos utilizados para identificar o corpo quando deitado, nos cha-
mados decúbito (Figura 1.9). Existem três formas (TORTORA, 2013):
1. decúbito ventral – quando se está deitado com a parte ventral 
sobre uma superfície (com a barriga para baixo);
2. decúbito dorsal – quando se está deitado com a parte posterior 
sobre uma superfície (com a barriga para cima);
3. decúbito lateral direito ou esquerdo – quando se está deitado 
sobre o lado direito ou esquerdo, respectivamente.
– 21 –
Introdução ao estudo da anatomia 
Figura 1.9 – Decúbitos dorsal, ventral e lateral
Decúbito Lateral
Decúbito Dorsal
Decúbito Ventral
Fonte: Shutterstock.com/NotionPic
1.3 Posições, planos e eixos
Universalmente, planos e eixos são nomenclaturas utilizadas para 
descrever os movimentos do corpo humano. Anatomicamente, o corpo 
está relacionado a três planos imaginários, posicionados em ângulos retos: 
sagital, frontal e transversal/horizontal. O movimento ocorre em deter-
minado plano ou paralelo a ele e sempre sobre um eixo perpendicular ao 
plano (Figura 1.10). Se furarmos um papel com uma caneta, por exemplo, 
e fizermos o papel girar em volta da caneta, veremos que o movimento do 
papel ocorrerá em um plano, e a caneta irá representar o eixo de rotação:
 2 plano sagital – corta o corpo verticalmente, passa pelo crânio 
paralelo à sutura sagital (orelhas) e divide o corpo em duas par-
tes iguais: direito e esquerdo;
Anatomia e Fisiologia
– 22 –
 2 plano frontal – corta o corpo verticalmente, passa paralelo à 
sutura coronal do crânio e divide o corpo em anterior e posterior;
 2 plano transversal ou horizontal – corta o corpo horizontal-
mente, dividindo-o em superior e inferior;
 2 eixo laterolateral – eixo perpendicular ao plano sagital, que se 
estende de um lado para o outro e permite movimentos de flexão 
e extensão;
 2 eixo anteroposterior – eixo perpendicular ao plano frontal, que 
se estende no sentido anterior para posterior e permite movi-
mentos de adução e abdução;
 2 eixo longitudinal – eixo relacionado perpendicularmente ao 
plano transversal (de cima para baixo ou de baixo para cima) e 
permite o movimento de rotação lateral e rotação medial.
Figura 1.10 – Planos e eixos: a) plano sagital/eixo laterolateral; b) plano frontal/eixo 
anteroposterior; c) plano transversal/eixo longitudinal
a) Plano Sagital/ 
Eixo Latero Lateral
b) Plano Frontal/
Eixo Antero Posterior
c) Plano Transversal/
Eixo Longitudinal
 Fo
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 S
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– 23 –
Introdução ao estudo da anatomia 
1.4 Fatores gerais de variação anatômica
Existem algumas considerações relacionadas às evidentes diferenças 
morfológicas. Aleatoriamente, pessoas apresentam formas físicas diferen-
tes, e essa diferença é denominada variação anatômica (Figura 1.11). Tais 
variações podem aparecer em qualquer parte do organismo, externo ou 
interno (DANGELO; FATTINI, 2007), a maioria sem prejuízo funcional 
(não patológico). Podemos afirmar, portanto, que a variação anatômica 
está dentro dos limites da normalidade.
Figura 1.11 – Variação anatômica: a) variação externa; b) variação interna
a) b) 
Fonte: Shutterstock.com/Lightspring/Olga Bolbot/Danai Deepeng
As variações, quando ditas individuais, são decorrentes de:
 2 idade – notáveis alterações anatômicas ocorrem desde a vida 
intrauterina e extrauterina. Na fase intrauterina, nos setes pri-
meiros dias tem-se o ovo, depois o embrião, que dura até o fim 
do segundo mês, então se torna feto até o nono mês de gestação. 
No período extrauterino, existem oito fases: 1) recém-nascido: 
até o primeiro mês após o nascimento; 2) infante ou lactente: 
Anatomia e Fisiologia
– 24 –
até o segundo ano de vida; 3) criança: até o fim do décimo ano; 
4) pré-puberdade: dos 10 anos até os 12 anos; 5) puberdade: 
entre 12 anos e 14 anos de idade; 6) jovem: até 21 anos para o 
gênero feminino e 25 anos para o gênero masculino; 7) adulto: 
nas mulheres, até os 50 anos (ou até a menopausa) e até os 60 
anos para os homens; 8) velhice: acima dos 60 anos.
 2 gênero – masculino e feminino, com estruturas anatômicas 
específicas notáveis mesmo fora da esfera genital;
 2 etnia – o grupo de etnias apresenta diferenças morfológicas 
específicas e evidentes, como tom da pele e formato do rosto;
 2 biotipo – um conjunto de características herdadas, com os 
mais conhecidos sendo longilíneos (indivíduos magros e 
altos, geralmente com membros e pescoço longos e tórax 
achatado), brevilíneos (indivíduos baixos, com tórax com o 
diâmetro mais arredondado, pescoço curto e membros curtos) 
e medilíneos (com características padronizadas). Sheldon, 
em 1954, criou um exemplo de variação anatômica com três 
tipos de estrutura física: ectomorfia, mesomorfia e endomor-
fia (Figura 1.12).
Figura 1.12 – Variação anatômica quanto ao biotipo, de acordo com Sheldon (1954): a) 
ectomorfo; b) mesomorfo; c) endomorfo
a) Ectomorfo b) Mesomorfo c) Endomorfo
Fonte: Shutterstock.com/SUPERGAL
– 25 –
Introdução ao estudo da anatomia 
1.5 Conceitos de normalidade 
e desvio da normalidade
Na anatomia humana, o que é mais frequente é considerado normal, porém 
quando as variações anatômicas causam problemas ou prejuízos funcionais, 
como ocorre geralmente nas malformações, são classificadas as anomalias, que 
podem ser congênitas ou adquiridas (DANGELO; FATTINI, 2007).
As anomalias adquiridas podem ser decorrência de doenças ou 
lesões; já as congênitas acontecem durante o desenvolvimento do feto na 
vida intrauterina (antes do nascimento), que muitas vezes podem ser cau-
sadas por agentes infecciosos como o vírus da rubéola, Zika vírus, cito-
megalovírus, entre outros. O uso de drogas lícitas ou ilícitas também pode 
ser causa de anomalia congênita (MENDES et al., 2018), além de fatores 
genéticos de causas ambientais ou desconhecidas.
Quando a anomalia causa deformidade no organismo humano, mui-
tas vezes incompatível com a vida, denomina-se monstruosidade. A anen-
cefalia é um exemplo de monstruosidade de caráter genético e incompatí-
vel com a vida, que acontece devido a um mal fechamento do tubo neural 
e dos tecidos mesodérmicos que os circulam.
Figura 1.13 – Normalidade, anomalia e monstruosidade
Normal Anomalia Monstruosidade
Fonte: Shutterstock.com/Natthawon Chaosakun/Chalie Chulapornsiri/Medical Art Inc
Quando a anomalia é muito acentuada e deforma profundamente 
a construção e a função do corpo do indivíduo, na maioria das vezes e 
incompatível com a vida. A medicina vem progredindo cada vez mais, 
e processos cirúrgicos têm conseguido corrigir algumas ocorrências, de 
modo a permitir uma vida normal.
Anatomia e Fisiologia
– 26 –
Atividades
1. O que são terminologias dentro dos estudos da anatomia e o que 
elas representam para a ciência?
2. Sabendo que na anatomia o corpo humano se delimita em planos 
de forma tangente à superfície e os movimentos são realizados 
em volta de um eixo imaginário, descreva os planos e os eixos 
realizados nos seguintes movimentos:
a) flexão e extensão
b) adução e abdução
c) rotação
3. Correlacione coluna a com coluna b:
Coluna A
a) Decúbito dorsal
b) Variação anatômica
c) Anomalia
d) Decúbito ventral
e) Monstruosidade
f) Brevelíneo
g) Decúbito lateral
h) Mediolíneo
i) Longilíneo
Coluna B
( ) Deitado com o lado direito ou esquerdo sobre uma superfície.
( ) Variações anatômicas causam problemas ou prejuízos funcionais.
( ) Apresentam características padronizadas.
( ) Deitado com a parte posterior sobre uma superfície.
( ) Variações anatômicas que não causam prejuízos funcionais.
– 27 –
Introdução ao estudo da anatomia 
( ) Variação anatômica incompatível com a vida.
( ) Deitado com a parte anterior sobre uma superfície.
( ) Indivíduos
baixos, com tórax com o diâmetro mais arredon-
dado, pescoço curto e membros curtos.
( ) Indivíduos magros e altos, geralmente com membros e pes-
coço longos e tórax achatado.
4. Assinale a alternativa que corresponde ao plano que secciona o 
corpo em duas partes, no sentido laterolateral, separando-o em 
anterior e posterior:
a) Plano frontal
b) Plano sagital
c) Plano coronal
d) Plano transversal
5. Utilize a imagem a seguir para descrever a posição anatômica da 
comunidade científica para localizar as estruturas:
}
}
}
Anatomia e Fisiologia
– 28 –
6. Identifique os tipos de movimentos apresentados pelas figuras a 
seguir:
A.______________________ B.______________________
C.______________________ D.______________________
E.______________________ F.______________________
2
Osteologia e 
sindesmologia 
Osteologia e sindesmologia são ramos da anatomia que 
estudam os ossos e as articulações. Embriologicamente, os 
tecidos ósseo e cartilaginoso são originados do mesênquima1. 
As células do mesênquima sofrem o processo de condensação, 
dando origem ao tecido pobre em matriz extracelular2 conhecido 
como pré-cartilagem. Progressivamente, ocorre o acúmulo de 
substâncias extracelulares, afastando as células e retirando seus 
prolongamentos, assim elas adquirem uma forma mais esferoide 
e transformam-se em condrócitos3. Nesse sítio4 ocorre a calci-
1 Tecido conjuntivo, originado da mesoderme (folheto embrionário que se for-
ma por volta da terceira semana de gestação). Esse tecido se desenvolve for-
mando os tecidos conjuntivos como: adiposo, muscular, ósseo, cartilaginoso, 
conectivo e hematopoético.
2 Rede de estrutura complexa não celular de suporte que fornece auxílio estru-
tural e bioquímico para células vizinhas.
3 Células presentes no tecido cartilaginoso.
4 Sítio: local, espaço.
Anatomia e Fisiologia
– 30 –
ficação das cartilagens, formando os ossos, os quais vão desempenhar 
importantes funções em nosso corpo. A matriz cartilaginosa presente pro-
porciona certa maleabilidade, fornecendo assim os movimentos. Os ossos 
possuem aspectos imóveis, porém, são estruturas altamente dinâmicas, 
com capacidade de remodelagem, de crescimento e mantêm-se vivos 
durante toda a vida.
O sistema ósseo (osteologia) e o sistema articular (sindesmologia), 
juntos com o sistema muscular, constituem o sistema locomotor. As estru-
turas de sua composição funcionam de forma integrada, precisam ser 
nutridas e receber ou transmitir estímulos para manter o corpo em equilí-
brio ou em movimento (DANGELO; FATTINI, 2007).
2.1 Osteologia
Osteologia é a área da anatomia que estuda os ossos, incluindo tam-
bém os estudos das formações que são intimamente ligadas ao osso, for-
mando o esqueleto (DANGELO; FATTINI, 2007). De 15% a 20% do peso 
corporal é constituído pelos ossos, seu mecanismo engenhoso suporta e 
proteje os órgãos e de forma passiva auxilia os movimentos.
O amadurecimento ósseo é bastante demorado, o úmero, por exem-
plo, inicia sua ossificação ainda no final do período embrionário, por volta 
da 8.ª semana de gestação, e sua ossificação se completa somente aos 20 
anos de idade. Como já foi dito, os ossos derivam do tecido embrionário 
(mesênquima) por dois processos:
1. Ossificação intramembranosa – deriva diretamente do mesên-
quima, começa no período fetal.
2. Ossificação endocondral – a partir da cartilagem derivada do 
mesênquima, inicia a formação de modelos cartilaginosos 
dos ossos.
Os ossos são constituídos de um tecido duro, esbranquiçado, unido por 
articulações e formado por um tecido conjuntivo, que serve também para 
inserção de tendões musculares. Possuem alto teor de conteúdo extracelular 
de cálcio e fósforo e uma matriz óssea – fibras de colágeno e proteoglicanos 
– 31 –
Osteologia e sindesmologia 
–, portanto, é um tecido vivo, rígido e altamente especializado, capaz de se 
remodelar. Quando sofremos uma fratura óssea, por exemplo, nossos ossos 
possuem a capacidade de se regenerar e reparar o dano causado.
Além dos ossos, o esqueleto é formado por cartilagens. Elas, por sua vez, 
mudam à medida que o corpo cresce; quanto mais jovem o indivíduo, mais 
cartilagem o corpo possui. Os ossos de um recém-nascido são mais flexíveis 
por que são compostos em sua maior parte de cartilagem (MOORE, 2014).
Assim como os dentes, os ossos possuem grande participação na meta-
bolização geral do nosso organismo, em especial no metabolismo de cálcio 
(Ca), fósforo (P), água (H2O) e sódio (Na). Como são orgãos mesenquimá-
ticos, fazem parte do cortejo plurifuncional do tecido ósseo (DOUGLAS, 
2006) e desempenham várias funções básicas, tais como: sustentação, pro-
teção, alavanca para os movimentos, função hematopoética e liberação e 
armazenamento de minerais, principalmente cálcio e fósforo (Figura 2.1).
Figura 2.1 – Funções básicas do sistema ósseo: A. Sustentação; B. Proteção; C. Alavanca; 
D. Função hematopoética; E. Liberação e armazenamento de minerais
a) Bases estruturais de sustentação
do nosso corpo, sustenta o tecido
mole e forma pontos para a
�xação dos tendões dos músculos.
 
b) Protege os órgãos internos como o coração, pulmão, cérebro e os rins.
Anatomia e Fisiologia
– 32 –
Alavanca de 1ª Classe
C
C
C
C
C
C
Fulcro
Alavanca de 2ª Classe Alavanca de 3ª Classe
c) Quando movimentado pelos músculos permite a locomoção do corpo - todo 
ou parte dele.
Esforço
Carga
d) Produção de suprimento contínuo de células sanguíneas produzidas pela medula óssea.
Medula
óssea
Células-tronco
hematopoiéticas
Eritrócitos
Leucócitos
Plaquetas
P
Ca
Ca
P
e) Principalmente de Cálcio e Fósforo.
Fonte: Shutterstock.com/first vector trend/Tridsanu Thopet/sciencepics/udaix/Alila 
Medical Media/Alexander_P
A matriz óssea é formada por fibras de colágenos, proteoglicanos5 
e glicoproteínas6, além de 50% de elementos inorgânicos (ións de fós-
foro, cálcio, bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato). A resis-
tência dos ossos é de responsabilidade das fibras de colágeno associadas 
5 Grande molécula que se assemelha a uma bucha de lavar, responsável pela compressibi-
lidade da cartilagem.
6 Proteínas que possuem um ou mais açúcares ligados à estrutura peptídica.
– 33 –
Osteologia e sindesmologia 
à hidroxiapatita7. Organicamente os ossos possuem células altamente 
especializadas, chamadas de células ósseas. Existem três tipos de célu-
las, cada uma delas com características diferentes: os osteoblastos, os 
osteoclastos e os osteócitos.
 2 Osteoblastos são células bastante volumosas, com núcleo de 
grande dimensão. As células produzem fibras colágenas e com-
ponentes necessários que formam a matriz extracelular do tecido 
ósseo, iniciando a calcificação. À medida que vão sendo reco-
bertos pela matriz extracelular, os osteoblastos ficam aprisiona-
dos em sua secreção, transformando-se em osteócitos.
 2 Os osteócitos, por sua vez, são células pequenas localizadas em 
cavidades ou lacunas da matriz óssea. Representam os osteo-
blastos amadurecidos ou envelhecidos e têm papel fundamental 
na manutenção da integridade da matriz óssea. Em virtude de 
um mecanismo bioquímico, os osteócitos possuem a responsa-
bilidade de regeneração dos ossos.
 2 Os osteoclastos também são células volumosas. Diferen-
temente dos osteoblastos, possuem vários núcleos e produ-
zem enzimas e ácidos que decompõem a matriz extracelular 
do osso. São responsáveis pela absorção e remodelação do 
tecido ósseo.
Os ossos recebem suprimento sanguíneo por meio de vasos, os mais 
visíveis são as artérias nutrícias, que penetram obliquamente no osso 
compacto pelos forâmes. A artéria nutrícia, quando atinge a cavidade 
medular, divide-se em ramos longitudinais e segue em direção às extremi-
dades, irrigando assim a medula óssea, o osso esponjoso e as partes mais 
profundas dos ossos compactos (MOORE, 2014). Além da artéria nutrí-
cia, os ossos são vascularizados pelas artérias
e veias periosteais, artérias 
e veias metafisárias e epifisárias e nervos que acompanham os vasos san-
guíneos (Figura 2.2).
7 Formada por cristais de fosfato de cálcio, representa 99% do depósito de cálcio corporal 
e 80% do fósforo total. Composta por 35% de parte orgânica – flexibilidade do osso –, 65% 
de parte inorgânica e responsável pela rigidez óssea.
Anatomia e Fisiologia
– 34 –
Como vimos, os 
ossos são estruturas 
somáticas, constituídos 
de tecido conectivo cal-
cificado, além de possuir 
substâncias inorgânicas 
e fibras de colágeno que 
formam uma matriz que 
contém osteócitos.
Na matriz óssea, em 
seu interior, o cálcio e o 
fósforo são armazenados 
em grande quantidade, 
fortalecendo os ossos. 
Os ossos possuem: diá-
fise, epífise e metáfise 
(Figura 2.3), áreas con-
sideradas de cresci-
mento e capacidade de 
remodelagem.
Epí�se
proximal
Diá�se
Cartilagem articular
Cartilagem articular
Linha e��sária
Osso esponjoso
Osso compactado
Forame nutrício
Endósteo
Cavidade medular
Periósteo
Epí�se
distal
Figura 2.2 – Vascularização e inervação de um osso longo
Fonte: Shutterstock.com/ramazangm
Figura 2.3 – Divisão óssea e linhas de crescimento
Epí�se
Epí�se
Diá�se
Metá�se
Lâmina
epi�sial
Lâmina
epi�sial
 Le
ge
nd
a:
 O
 o
ss
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cr
es
ce
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ka
ra
la
k
– 35 –
Osteologia e sindesmologia 
2.1.1 Arquitetura óssea
Os ossos possuem um revestimento de tecido conjuntivo fibroso 
chamado de periósteo. Esse tecido circunda cada elemento do esqueleto 
como uma bainha. Exceto nos locais de cartilagens, as quais são revesti-
das pelo pericôndrio. Internamente, revestindo o canal da medula, temos 
células de tecido conjuntivo – o endósteo (Figura 2.4).
O periósteo apresenta dois folhetos: um superficial e um profundo. A 
camada mais profunda é chamada de osteogênica, pois possui células que 
se transformam em células ósseas, as quais são incorporadas à superfície 
do osso promovendo o espessamento (DANGELO; FATTINI, 2007).
Figura 2.4 – Apresentação da camada interna (endósteo) e camada externa (periósteo)
Epí�se proximal
Osso esponjoso
Osso esponjoso
Osso compactado
Cartilagem articular
Artérias nutricionais
Endósteo
Medula óssea 
amarela
Osso compactado
Periósteo
Artérias nutricionais
Linha epi�sária
Periósteo
Osso compactado
Cavidade medular
Diá�se
Epí�se distal
Fonte: Shutterstock.com/Alexander_P
Tanto o periósteo quanto o pericôndrio são responsáveis por nutrir as 
faces externas do tecido esquelético, possuem capacidade de depósito de 
cartilagem nos ossos e formam uma interface para que ocorra a fixação 
dos tendões e ligamentos nos ossos.
Arquitetonicamente, os ossos são formados por substância compacta, 
responsável pela resistência dos ossos, e substância esponjosa, responsá-
vel pela mobilidade dos ossos (Figura 2.5).
Anatomia e Fisiologia
– 36 –
Os ossos possuem, ainda, as seguintes camadas:
 2 Fibrosa – tecido conjuntivo denso, mais externamente, que 
envolve o osso (exceto nas regiões de cartilagem), é vasculari-
zado e resistente.
 2 Osteogênica – camada mais interna, permite o crescimento 
do osso em espessura. Forma o “calo ósseo” na recomposição 
óssea (fraturas).
 2 Medula óssea – tecido conjuntivo localizado no interior do osso, 
com aspecto gelatinoso, capaz de produzir células sanguíneas. 
Possuimos uma medula óssea vermelha, produtora de células 
sanguíneas e plaquetas, e uma medula óssea amarela, tecido 
gorduroso que substitui a medula vermelha (Figura 2.6).
Figura 2.5 – Cortes transversais do úmero. Visão da substância compacta, sustância 
esponjosa e a cavidade medular
osso esponjoso
osso compacto
osso esponjoso
cavidade medular
cavidade medular
osso compacto
Fonte: Shutterstock.com/ilusmedical
– 37 –
Osteologia e sindesmologia 
Figura 2.6 – Cortes transversais do úmero. Visão da medula óssea vermelha e amarela
Cartilagem
articular Epí�se 
proximal
Zona de 
crescimento
Diá�se
Epí�se 
Distal
Medula óssea
vermelha
Osso esponjoso 
(Medula)
Cavidade medular 
(Medula)
Endósteo
Artéria
Medula óssea
amarela
Diá�se 
(Osso Duro)
Periósteo 
(Membrana)
Fonte: Shutterstock.com/VectorMine
Os ossos possuem características anatômicas em sua superfície, 
essa região é chamada de acidente ósseo. Os acidentes ósseos surgem 
onde existe inserção de tendões e fáscias ou onde existem artérias que 
Anatomia e Fisiologia
– 38 –
penetram neles ou são adjacentes a eles (MOORE, 2014). Outras for-
mações ocorrem por causa da passagem de tendões ou para controlar o 
movimento articular.
As eminências são elevações encontradas na superfície do osso, 
podem ser parte de uma articulação ou podem servir como inserção de 
tendões. Existem as eminências articulares e as não articulares.
As eminências articulares são compostas das partes a seguir (Figura 2.7).
 2 Côndilo: região articular arredondada, geralmente em pares 
(por exemplo, côndilo lateral e côndilo medial do fêmur).
 2 Cabeça: proeminência grande e arredondada na extremidade 
óssea que forma junturas (por exemplo, cabeça do úmero, 
cabeça do rádio).
 2 Tróclea: processo articular semelhante a uma roda ou processo 
que atua como roldana (por exemplo, tróclea do úmero).
Figura 2.7 – Eminências articulares
Cabeça do fêmur
Cabeça do rádio
Tróclea
Côndilo medial Côndilo lateral
Fonte: Shutterstock.com/Tefi/ Sebastian Kaulitzki/studiovin
As eminências não articulares são compostas das partes a seguir 
(Figura 2.8).
– 39 –
Osteologia e sindesmologia 
 2 Processo espinhoso: saliência óssea que se projeta – seme-
lhante a um espinho (por exemplo, processo espinhoso de 
uma vértebra).
 2 Tubérculo: proeminência pequena e elevada (por exemplo, 
tubérculo maior do úmero).
 2 Trocânter: elevação arredondada grande, maciça, encontrada 
apenas no fêmur.
 2 Espinha: processo semelhante a um espinho (por exemplo, 
espinha isquiática, espinha da escápula).
 2 Crista: crista do osso (por exemplo, crista ilíaca).
 2 Tuberosidade: processo áspero de grande elevação arredondada 
(por exemplo, tuberosidade da tíbia, tuberosidade ilíaca).
 2 Protuberância: projeção do osso (por exemplo, protuberância 
occipital externa).
As depressões (Figura 2.9) são escavações que os ossos apresentam, 
podendo estar nas articulações ou servir para inserção de músculos e liga-
mentos. As depressões permitem a passagem dos vasos sanguíneos e dos 
nervos. A depressão pode ser articular, com as partes a seguir.
 2 Cavidade glenoide: por exemplo, cavidade glenoide do úmero.
 2 Acetábulo: depressão articular que acomoda a cabeça do fêmur.
A depressão também pode ser não articular, composta pelas partes a 
seguir (Figura 2.10).
 2 Fossa: área oca, depressão rasa (por exemplo, fossa do olécrano).
 2 Sulco: depressão ou escavação alongada que acomoda tendão 
ou nervo (por exemplo, sulco do nervo radial do úmero).
Os forames (Figura 2.11) são passagens através de um osso conhe-
cidas como furos ou buracos, passam por eles estruturas anatômicas (por 
exemplo, forame obturatório, forame nutrício – no rádio, forame magno – 
passagem da medula espinhal para se comunicar com o tronco encefálico).
Anatomia e Fisiologia
– 40 –
Figura 2.8 – Eminência não articular
Processo
espinhoso
Lâmina Arco 
vertebral
Elemento (costela)
costal fundido
Corpo
vertebral
Processo
transverso
Pedículo
Vista posterior de uma vértebral cervical 
Colo
Trocanter maior
Ponto de �xação para
o glúteo médio
Crista intertrocantérica
Tuberosidade
glútea
Fóvea
Tubérculo quadrado
Trocanter menor
Linha pectínea
(linha em espiral)
Margem medial
da linha áspera
Linha áspera
Margem lateral 
da linha áspera
Vista posterior do fêmur
Crista ilíaca
Espinha
isquiática
Borda medial
Borda lateral
Acrômio
Espinha da escápula
– 41 –
Osteologia e sindesmologia 
Satura sagital
Osso parietal
Parte escamosa
do osso occipital
Sutura 
occipitomastoide
Linha nucal superior
Ínio
Crista occipital 
externa
Linha nucal inferior
Processo mastoide
Incisura
mastoide
Protuberância
occipital externa
Sutura lambdoide
Osso parietal
Osso sutural
Fonte: Shutterstock.com/Designua/Alila Medical Media/stihii
Figura 2.9 – Depressão articular – membro superior (cavidade glenoide) e membro 
inferior (acetábulo)
Ângulo superior
Ângulo inferior
Borda Lateral
Fossa infra-espinhal
Ângulo lateral
Acrômio
Margem lateral
Face costal
Tubérculo 
infraglenoidal
Cavidade Glenóide
Proc. coracóide
Acrômio
Face
posterior
Tubérculo 
supraglenoidal
Processo Coracóide
Fosso Supra-espinhal
Espinha da Escópula
Borda
Medial
Anatomia e Fisiologia
– 42 –
Acetábulo
Fonte: Shutterstock.com/studiovin/ilusmedical/Alila Medical Media
Figura 2.10 – Depressão não articular: fossas e sulcos
Cabeça do úmero
Cabeça do 
úmeroColo antômico Tubérculo maior
Tubérculo menor Tubérculo maior
Sulco intertubebercular
Crista do tubérculo
menor
Margem medial
Face ântero-medial
Fossa coranóidea
Crista supra-
epicondilar
medial
Crista supra-epicondilar
medial
Crista supra-
epicondilar
lateral
Epicôndilo
medial Epicôndilo
medial
Fossa do olécrano
Epicôndilo
lateral
Tróclea do úmero
Tróclea do úmeroCôndilo 
do úmero
Capítulo
do úmero
Sulco do N. ulnar
Epicôndilo
lateral
Fossa radial
Crista supra-
epicondilar
lateral
Face posterior
Sulco do N. radial
Corpó do úmero
Face ântero-lateral
Margem lateral
Crista do tubérculo 
maior
Colo 
cirúrgico
Colo 
cirúrgico
Colo 
anatômico
Fonte: Shutterstock.com/Tefi
– 43 –
Osteologia e sindesmologia 
Figura 2.11 – Forames
Cabeça do rádio
Circunferência
articular
Colo do rádio
Tuberosidade do rádio
Forame nutrício
Margem interôssea
Margem anterior
Face anterior
Proc. estilóide do rádio
Forame nutrício: canal por onde passam os vasos
responsáveis pela nutrição óssea
Forame Magno: maior forame do crânio, localizado no centro da fossa posterior do neucrânio.
Serve de comunicação entre a cavidade craniana e a coluna vertebral.
Forame Magno
Fonte: Shutterstock.com/ Sebastian Kaulitzki/sciencepics
2.1.2 Conceito de esqueleto e função
O sistema esquelético, nos vertebrados, é visto como uma estrutura 
para o corpo e, juntamente com as articulações e os músculos, que vere-
mos mais à frente, permite a realização dos movimentos. Durante o dia 
realizamos vários movimentos, como escovar os dentes, pentear o cabelo, 
caminhar ou dançar. Essa rotina de movimentos só é possível em virtude 
do sistema esquelético.
A junção dos sistemas ósseo, articular e muscular forma o aparelho 
locomotor ou sistema locomotor. As estruturas que compõem o sistema 
locomotor funcionam de forma integrada e precisam ser nutridas, recebem 
ou enviam estímulos, os quais mantêm o corpo em equilíbrio ou em movi-
mento, portanto, é correto dizer que o sistema vascular e o sistema nervoso 
também fazem parte do sistema locomotor (DANGELO; FATTINI, 2007).
Podemos estudar o esqueleto em sua forma inteira (esqueleto articu-
lado) ou em peças isoladas (esqueleto desarticulado).
Anatomia e Fisiologia
– 44 –
2.1.3 Divisão do esqueleto
O esqueleto é dividido em duas partes funcionais: axial e apendicular 
(Figura 2.12).
No esqueleto axial 
encontramos em torno 
de 80 ossos presen-
tes na região do crânio 
(cabeça), tórax e coluna 
vertebral; ele também é 
o responsável pela sus-
tentação do nosso corpo, 
além da proteção do sis-
tema nervoso. Enquanto 
que o esqueleo apendi-
cularé formado pelos 
membros superiores – 
64 ossos – e inferiores 
– 62 ossos.
2.1.4 Número de ossos e classificação
Os ossos são classificados de acordo com sua forma e localização. São 
duradouros e não se deterioram após a morte, como ocorre com os tecidos 
moles, por isso pode-se dizer que são uma biblioteca de informações sobre 
o corpo humano. Os especialistas forenses conseguem identificar idade, 
sexo, raça e estatura quando examinam um esqueleto. Essas informações 
são úteis para identificação de pessoas mortas ou para os antropólogos que 
estudam esqueletos antigos. Pelo formato ósseo é possível identificar o 
papel funcional do corpo (TORTORA; NIELSEN, 2013).
Um indivíduo adulto possui em torno de 2068 ossos, uma quanti-
dade maior é encontrada em crianças, pois quando nascemos os ossos 
8 A quantidade de ossos em nosso corpo pode variar em razão de fatores como a 
faixa etária, fatores individuais e fatores de contagem, pois algumas vezes anato-
mistas adotam formas diferentes de contagem.
Esqueleto Apendicular Esqueleto Axial
Figura 2.12 – Representação da divisão do esqueleto – axial e 
apendicular
Fonte: Shutterstock.com/Magic mine
– 45 –
Osteologia e sindesmologia 
são separados e vão se fundindo durante a fase de crescimento. Uma 
criança apresenta em média 70 ossos a mais que um adulto. No nosso 
corpo, os ossos individualmente se dispõem em formatos e tamanhos 
variados. Variam de pequenos, como os ossos da orelha e do crânio, a 
grandes, como o fêmur, com aproximadamente 61 cm de comprimento. 
Anatomicamente, esses ossos são divididos em cinco tipos: longos, cur-
tos, planos ou laminar, sesamoides, irregulares e pneumáticos.
Quadro 2.1 – Tipos de ossos
Irregulares Planos ou laminares Sesamoides
Caracterizam-se por 
possuir um formato 
complexo e irregular.
Ex.: vértebras e osso 
temporal.
Situa-se na região 
infolateral do crânio.
Assemelham-se a uma 
lâmina. Caracterizam-
-se pela equivalência 
do comprimento e 
da largura, predomi-
nando sua espessura.
Ex.: quadril e escápula.
Acetábulo
São desenvolvidos 
em determinados ten-
dões, cruzam as extre-
midades dos ossos 
longos nos membros. 
Eles protegem os ten-
dões contra o desgaste 
excessivo, sua função 
principal é auxiliar no 
deslizamento dos ten-
dões. Ex.: patela (maior 
osso sesamoide).
Fêmur
Patela
Articulação
do joelho
Tíbia
Fíbula
Meléolo medial
Articulação
do tornozelo
Meléolo lateral
Anatomia e Fisiologia
– 46 –
Longos Curtos Pneumáticos
Caracterizados por 
seu comprimento ser 
maior que sua lar-
gura. Possuem uma 
diáfise e duas epí-
fises, são extrema-
mente fortes, rígi-
dos e ligeiramente 
encurvados, o que 
permite maior resis-
tência a impactos e 
ao estresse mecânico 
do corpo. Ex.: fêmur.
Sua largura, compri-
mento e espessura são 
equivalentes. Possuem 
camada de osso fina e 
compacta. Sua função 
é absorver choques. 
Ex.: ossos do carpo e 
tarso.
Osso cuneiforme
Osso navicular
Osso do talo
Osso cubóide
Osso calcâneo
Possuem cavidade 
revestida por mucosa, 
volume variável (con-
tém ar). São conheci-
dos como seios.
Ex.: ossos da face.
Seios frontais
Seios etmoidais
Etmóide
Seios maxilares
Bordas alveolares
maxilar superior
Seios frontais
Fonte: Shutterstock.com/Aksanaku/stihii/Blamb
– 47 –
Osteologia e sindesmologia 
2.1.5 Principais ossos do corpo humano
Na região axial temos o crânio e a caixa torácia (Figura 2.13).
 2 Ossos do crânio: 22 ossos formam a cabeça – oito ossos no crâ-
nio, dois parietais, um osso frontal, dois ossos temporais, occipitais, 
esfenoides e o osso etmoide. A face é composta de 14 ossos – dois 
zigomáticos, dois maxilares, dois nasais, uma mandíbula, dois pala-
tos, dois lacrimais, um vômer e duas conchas nasais. No pescoço 
temos o osso hioide. Na região do ouvido possuímos seis ossos – 
duas bigornas, dois martelos e dois estribos (considerado o menor 
osso do corpo humano, mede aproximadamente 0,25
cm).
 2 Ossos do tronco: na região torácica encontramos duas clavículas, 
duas escápulas, um osso externo e 12 pares de costelas (sete pares 
de costelas verdadeiras, três pares de costelas falsas e dois pares 
de costelas flutuantes). A coluna é constituída por vértebras, sua 
principal função é garantir a proteção da medula espinhal. Exis-
tem no total 33 vertebras – sete cervicais9 (compõem o pescoço, 
realizam os movimentos da cabeça), 12 torácicas, cinco lombares, 
cinco sacrais e quatro coccígeas (as vértebras sacrais e coccígeas 
são fundidas umas às outras).
Figura 2.13 – Ossos que compõem o esqueleto axial: crânio, vértebras e costelas
Ossos do ouvido. Posição natural.
Articulação incudomalear
Corpo da bigorna
Ramo curto
Ramo longo
Articulação incudoestapedial
Ramo posterior
Base do estribo
Ramo anterior
Manúbrio do martelo
Proc. anterior
Proc. lateral
Cabeça do martelo
Primeira vértebra torácica
Primeira costela
Encaixe da jugular
Entalhe clavicular
Esterno
Processo xifóide
Cartilagem costal
Décima segunda costela
Décima segunda vértebra torácica
Primeira vértebra lombar
Costelas falsas 
(8-12)
Costelas de 
carregamento (11 e 12)
Costelas 
verdadeiras (1-7)
9 1.ª vertebra cervical, conhecida como C1 – atlas (corpo em forma de anel), que permite a 
articulação do pescoço com o crânio, flexão e extensão da cabeça, além de suportar seu peso. 
A 2.ª C2 – áxis, única vértebra que possui uma saliência – dente, o qual se articula com C1 e 
permite o movimento de rotação da cabeça.
Anatomia e Fisiologia
– 48 –
Osso Esfenóide
Asa Inferior
Processo clinóide anterior
Sella Turcica
Dorsum Sellae
Osso parietal
Osso temporal
Parte escamosa do 
osso temporal
Parte petrosa do 
osso temporal
Meatus acústico interno
Sulco para seio 
petrosal superior
Abertura externa do 
aqueduto vestibular
Sulco para seio 
sigmóide
Osso occipital
Protuberância Occipital 
Interna
Sulco para seio 
transverso
Forame jugular
Seio Esfenoidal
Forame 
esfenopalatino
Processo pterigóideo 
de osso esfenóide
Hamulus pterigóideoOsso PalatinoLinha Milohioide
Mandíbula
Processo alveolar
Processo Palatino
Canal Incisivo
Maxilla
Concha inferior
Middle Concha
Concha Superior
Osso lacrimal
Placa cribriforme
Crista Galli
Osso Etmoidal
Osso nasal
Coluna Frontal
Supraorbital Ridge
Seio Frontal
Ranhuras arteriais
Osso frontal
Placa Horizontal 
de Osso Palatino
Canal hipoglosso
Côndilo occipital
Parte basilar do osso occipital
Sinondondose esfenooccipital
Crânio, 
vista medial 80%
Sacro
Cóccix
Sacro
Cóccix
Vista anterior Vista lateralesquerda Vista posterior
7 vértebras
cervicais
Curvatura 
cervical
Curvatura 
torácica
Curvatura 
lombar
Curva 
do sacro
12 vértebras
torácicas
Processo 
transverso
Forame 
vertebral
Processo 
transverso
Processo 
transverso
Processo 
articular
Processo
transverso
Processo 
articular
Processo
transverso
Forame 
vertebral
Forame 
vertebral
Processo espinhoso
Processo espinhoso
Processo espinhoso
Corpo
Corpo
Corpo
Lâmina
Lâmina
Ars
Processo 
espinhoso
Sacro
Cervical
Torácica
Lombar
Cóccix
Disco 
vertebral
Corpo
5 vértebras
lombares
Eixo (C2)
Fonte: Shutterstock.com/stihii/Blamb/Olga Bolbot/ducu59us/sciencepics
Na região apendicular temos os membros superiores (MMSS) e 
membros inferiores (MMII) (Figura 2.14).
– 49 –
Osteologia e sindesmologia 
 2 Membros superiores: 64 ossos compõem os membros superio-
res – na região de cintura escapular possuímos quatro ossos (duas 
clavículas e duas escápulas), dois úmeros, duas ulnas, dois rádios 
e ossos que compõem as mãos (carpo – distribuído em fileiras. 
Fileira proximal: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme; 
fileira distal: trapézio, trapezoide, capitato e hamato. Metacarpo 
– constituído por ossos metacarpianos numerados no sentido 
latero-medial de 1 a 5. Falanges – 14 falanges. Do 2º ao 5º dedos: 
1ª falange (proximal), 2ª falange (média) e 3ª falange (distal); e no 
polegar: 1ª falange (proximal) e 2ª falange (distal).
 2 Membros inferiores: possui 62 ossos – duas cinturas pélvicas 
(formadas pelo osso ilíaco, ísquio e púbis), dois fêmures, duas 
patelas, duas tíbias, duas fíbulas e ossos que compõem o pé 
(tarso – dividido em fileira proximal – tálus (tróclea) e calcâneo 
(túber do calcâneo) – e fileira distal – navicular, cuboide, cunei-
forme medial, cuneiforme intermédio (médio) e cuneiforme 
lateral. Metatarso – ossos numerados no sentido medial para 
lateral, de 1 a 5. Falanges – do 2º ao 5º dedos: 1ª falange (proxi-
mal), 2ª falange (média) e 3ª falange (distal); e no hálux (“dedão 
do pé”): 1ª falange (proximal) e 2ª falange (distal).
Figura 2.14 – Visão geral do esqueleto apendicular
Úmero
Rádio
Ulna
Metacarpais
Ossos carpais
Falanges
 
Osso do quadril
Cabeça
Mudança Fêmur
Condílo
Fíbula
Maléolo lateral
Falanges
Sacro
Patela
Articulação 
do joelho
Tíbia
Tarsal
Metatarsos Fo
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 S
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sc
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ep
ic
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Anatomia e Fisiologia
– 50 –
2.2 Sindesmologia
A sindesmologia é a area da anatomia que estuda as articulações. 
Graças a elas e aos sistemas ósseo e muscular somos capazes de realizar 
movimentos. Os ossos do nosso corpo se unem construindo o esqueleto, 
essa finalidade somente existe para que possamos nos movimentar.
2.2.1 Conceito e classificação das articulações
Os ossos não estão diretamente em contato uns com os outros, existe 
entre eles uma superficie de tecido conjuntivo que entra em contato entre 
eles formando as articulações, como joelhos, cotovelos, quadril (TOR-
TORA; NIELSEN, 2013).
Articulação é a conexão existente em qualquer parte rígida do 
esqueleto, seja no osso, seja na cartilagem (DANGELO; FATTINI, 2007). 
As mais conhecidas são aquelas que estão entre os ossos e que permitem 
movimentos como chutar, levantar a mão, porém, existem muitas articula-
ções que nos permitem poucos movimentos ou até mesmo nenhum.
Atualmente, a classificação e a terminologia anatômica das articula-
ções são baseadas na lógica da estrutura de cada uma delas. A classifica-
ção funcional das articulações está relacionada ao seu grau de movimento 
(a sua amplitude): sinartrose – articulação móvel; anfiartrose – ligeira-
mente móvel; diartrose – liberdade de movimento, esta possui uma varie-
dade de formado e permite diversos tipos de movimentos.
A união dos ossos se dá por uma massa sólida de tecido conjuntivo 
ou por uma cápsula de tecido conjuntivo, a qual envolve uma cavidade 
lubrificada. Essas articulações são classificadas em três grandes grupos, de 
variações entre elas, mas com aspectos estruturais e funcionais em comum. 
São elas: articulações fibrosas (sinartroses), cartilaginosas (anfiartroses) e 
as sinoviais (diartroses).
As articulações fibrosas (sinartroses) possuem uma massa de 
tecido conjuntivo denso não modelado. A maioria encontra-se no crânio, 
exceto na ATM (articulação temporomandibular), pois o tecido fibroso se 
interpõe a peças articulares. Possui mobilidade reduzida, embora o tecido 
– 51 –
Osteologia e sindesmologia 
conjuntivo interposto confira uma discreta flexibilidade ao crânio, algu-
mas literaturas as consideram imóveis. Existem três tipos (Figura 2.15):
 2 Sindesmose – possui grande quantidade de tecido conjuntivo 
formando ligamento interósseo ou membrana interóssea. Encon-
trado no braço (radioulnar) e na perna (tibiofibular).
 2 Gonfose (sindesmose dentoalveolar) – ocorre apenas entre os 
dentes e ossos adjacentes. Tem por função a fixação dos dentes 
nas cavidades alveolares da mandíbula e maxilar. As fibras cur-
tas de tecido colágeno no ligamento periodontal surgem entre 
a raiz dos dentes e o alvéolo dental ósseo. Essas articulações 
também são chamadas articulações em cavilhas.
 2 Suturas – encontradas somente no crânio, possuem
menos tecido 
conjuntivo. Durante o crescimento as fibras da sutura são substi-
tuídas, tornando-se mais unidas – sinostose. A forma pela qual as 
bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, for-
mando assim sutura plana, união em linha reta (linear), por exem-
plo, articulação entre os ossos nasais; sutura escamosa, união em 
bisel, por exemplo, articulação parietal e temporal; sutura serrá-
til, união da linha de forma denteada, por exemplo, a articulação 
entre os ossos parietais; e esquindilese, articulação em forma de 
crista, a qual se aloja em uma fenda de outro osso, também conhe-
cida como sulco, por exemplo, osso esfenoide e vômer.
No crânio de um feto e de um recém-nascido, a ossificação ainda está 
incompleta, pois existe grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso, ponto 
fraco na estrutura do crânio conhecido como “moleira”, o que explica a sepa-
ração entre os ossos e sua maior mobilidade. Essa situação permite o parto.
As articulações cartilagionosas possuem um tecido de conexão 
entre os ossos. As articulações nesse grupo ocorrem pela interposição de 
uma camada de cartilagem e apresentam movimentos limitados. Existem 
dois tipos (Figura 2.16):
 2 Sincondrose (são raras) – é uma articulação fixa, que possui 
cartilagem hialina fazendo a união das peças, por exemplo, arti-
culação das costelas. 
Anatomia e Fisiologia
– 52 –
 2 Sínfise – quando a superficie óssea é revestida por uma camada 
fina de cartilagem hialina e se articula pela interposição de fibro-
cartilagem espessa. Todas ocorrem na parte mediana do corpo, 
por exemplo, sífise púbica.
As articulações sinoviais (Figura 2.17) apresentam grande capaci-
dade de movimento, sua mobilidade necessita de livre deslizamento de 
uma superfície óssea contra outra. Possuem uma cápsula articular que liga 
a extremidade do osso, delimitando a cavidade articular. A cápsula arti-
cular é composta de duas camadas de membrana fibrosa – uma interna 
(membrana sinovial10) e outra externa. A flexibilidade dessa membrana 
(literalmente é uma continuação mais espessa do periósteo) é o que per-
mite os movimentos e sua grande resistência à tensão evita as chamadas 
luxações11. Os ligamentos e suas forças permitem que os ossos fiquem uni-
dos em uma articulação sinovial. A membrana sinovial produz um líquido 
chamado sinovial. É um líquido amarelo claro e viscoso, possui ácido 
hialurônico em grande quantidade, que facilita a lubrificação da articula-
ção. Esse líquido permite que ocorra um perfeito deslizamento durante o 
movimento, diminuindo atrito e absorvendo impacto, além disso, é res-
ponsável pelo fornecimento de oxigênio e nutrientes para os condrócitos12 
da cápsula articular, removendo o dióxido de carbono e resíduos metabóli-
cos. A articulação sinovial é composta por uma cápsula articular, cavidade 
articular13 e líquido sinovial.
Auxiliando ainda o perfeito movimento, a região conta com o auxílio 
dos ligamentos acessórios, discos e lábios articulares.
 2 Ligamentos acessórios: existem dois tipos – ligamentos extra-
capsulares, situados fora da cápsula articular, por exemplo, 
ligamento colateral fibular (Figura 2.18); e ligamentos intracap-
10 Formada de tecido conjuntivo areolar com fibras elásticas e acúmulo de tecido adiposo 
na maioria delas.
11 Quando ocorre o deslocamento de dois ossos em relação ao seu ponto articular, provo-
cando dor intensa, edemas e diminuição dos movimentos.
12 Células do tecido articular.
13 A cavidade articular na verdade é um espaço virtual onde se encontra a sinóvia – lubri-
ficante natural da articulação, que permite o deslizamento sem atrito.
– 53 –
Osteologia e sindesmologia 
sulares, situados no interior da cápsula articular, esses por sua 
vez são isolados da cápsula articular pelas pregas da membrana 
sinovial, por exemplo, ligamento cruzado anterior e posterior do 
joelho (Figura 2.18).
 2 Discos articulares14: encontrados no corpo da articulação sino-
vial, eles dividem a cápsula articular em duas partes – superior 
e inferior. São avasculares, ou seja, não possuem vasos sanguí-
neos ou linfáticos. Existem discos que são incompletos, chama-
dos de menisco articular, este por sua vez divide parcialmente a 
articulação (Figura 2.18).
 2 Lábios articulares: são estruturas arredondadas em forma de 
anel, proeminentes nas articulações esferoides. É uma estrutura 
fibrocartilaginosa que se estende desde a margem até a cavidade 
da articulação (Figura 2.19).
Figura 2.15 – Representação da articulação fibrosa: sindesmose, gonfose, suturas
Tíbia
Fíbula
Ílio
Fêmur
Tíbia
Fíbula
Membrana Interóssea | Sindesmose
14 Estruturas formadas de fibrocartilagem que dividem a cavidade articular em duas ca-
vidades menores.
Anatomia e Fisiologia
– 54 –
Dente
Gonfose
Osso
Ligamento
periodontal
Ligamento satural
Sutura
Fonte: Shutterstock.com/sciencepics/Tribalium
Figura 2.16 – Articulações cartilaginosas: a) sincondrose e b) sínfise
Epí�se
Epí�se
Fêmur
Diá�se
Sincrondrose
Lâminas
(de crescimento
epi�siais)
 
Sín�se
Sí�se pública
Ossos do
quadril
Fonte: Shutterstock.com/Sebastian Kaulitzki
– 55 –
Osteologia e sindesmologia 
Figura 2.17 Articulações sinoviais
Medula óssea amarela
Periósteo
Osso esponjoso
Osso compactado
Ligamento
Membrana sinovial
Membrana
�brosa
Osso da
articulação
Cartilagem articular
Cápsula articular 
(reforçada por 
ligamentos)
Cavidade articular
(contém líquido sinovial)
Fonte: Shutterstock.com/Tefi
Figura 2.18 – Vista anterior e superior do joelho: ligamento colateral fibular, ligamento 
cruzado anterior e discos articulares
Fêmur
Quadríceps
Fêmur
Cartilagem 
articular
Posterior (parte de trás do joelho)
Fíbula
Anterior (frente do joelho)
Ligamento 
colateral medial
Menisco
Ligamento 
cruzado 
posterior
Patela
Tíbia
Tíbia
Fíbula
Menisco
Menisco lateral
Zona vermelha
Zona branca
Ligamento 
colateral lateral
Ligamento 
colateral lateral
Cruzado anterior
Ligamento
cruzado anterior
Superfície articular
da tíbia
Ligamento 
colateral medial
Menisco medial
Ligamento
cruzado posterior
Cartilagem 
articular
Anatomia e Fisiologia
– 56 –
Fêmur
Quadríceps
Fêmur
Cartilagem 
articular
Posterior (parte de trás do joelho)
Fíbula
Anterior (frente do joelho)
Ligamento 
colateral medial
Menisco
Ligamento 
cruzado 
posterior
Patela
Tíbia
Tíbia
Fíbula
Menisco
Menisco lateral
Zona vermelha
Zona branca
Ligamento 
colateral lateral
Ligamento 
colateral lateral
Cruzado anterior
Ligamento
cruzado anterior
Superfície articular
da tíbia
Ligamento 
colateral medial
Menisco medial
Ligamento
cruzado posterior
Cartilagem 
articular
Fonte: Shutterstock.com/Alila Medical Media/Viktoriia_P
Figura 2.19 – Articulação do quadril – lábio articular (lábio do acetábulo).
Fossa
acetabular
Cabeça
femoral
Acetábulo
Colo 
do fêmur
Cartilagem
Lábio do acétabulo
Cavidade sinovial
Cápsula articular
Ligamento 
acetabular 
transversal
Ligamento da 
cabeça do fêmur
Fonte: Anatomia Online (2020).
– 57 –
Osteologia e sindesmologia 
2.2.2 Movimentos articulares
O termo movimento quer dizer mover uma parte de um ponto a outro. 
Para que isso ocorra, as articulações dependem de um ou mais eixos e 
uma direção, como vimos no capítulo anterior, quando falamos de planos 
e eixos. Os movimentos do corpo recebem nomes específicos, entre os 
movimentos ativos, os mais importantes são:
 2 Movimento de deslizamento – ocorrem nas articulações sino-
viais, por exemplo, articulações cuneiformes do pé.
 2 Movimentos angulares – ocorre a diminuição ou o aumento do 
ângulo entre o segmento, por exemplo, diminuição do ângulo – 
flexão – e aumento do ângulo – extensão.
As articulações sinoviais possuem características semelhantes entre 
si, as formas das faces articulares diferem uma das outras, as quais permi-
tem movimentos variados.
As articulações
são classificadas em monoaxial, biaxial e triaxial. As 
articulações sinoviais são divididas em seis tipos: plana, gínglimo, tro-
coidea, elipsoidea, sela e esferoidea. Veremos então a classificação dos 
movimentos quanto a suas formas.
A articulação monoaxial (Figura 2.20) é capaz de realizar dois 
movimentos em torno de um único eixo. Possibilita apenas o movi-
mento de flexão e extensão. Existem duas formas articulares que reali-
zam esse movimento: 
 2 articulação tipo gínglimo (ou em dobradiça) – a parte convexa 
do osso se encaixa na parte côncava de outro osso. Produz movi-
mento tipo abrir e fechar – flexão e extensão, por exemplo, arti-
culação do cotovelo, joelho;
 2 articulação tipo trocoide (ou pivô) – a face arredondada de um 
osso se articula com um anel formado parcialmente por outro 
osso e ligamentos, permite apenas o movimento de rotação.
Anatomia e Fisiologia
– 58 –
Figura 2.20 – Tipos de articulação
Articulação gínglimo
Articulação condilar
Articulação esferoidea
Articulação trocóide
Articulação selar
Articulação plana
Fonte: Shutterstock.com/VectorMine 
É considerada articulação biaxial (Figura 2.20) quando o movi-
mento é realizado em torno de dois eixos. É possível realizar flexão, 
extensão, adução e abdução. Esses movimentos acontencem em articu-
lações do tipo condilar ou elipsoidea – uma parte convexa de um osso 
se articula na depressão do outro osso – e articulação tipo selar – em que 
a face articular de um osso assemelha-se a uma sela, e a outra possui o 
perfeito encaixe.
A articulação triaxial (Figura 2.20) é capaz de realizar movimentos 
em três eixos. Além dos movimentos de flexão, extensão, adução e abdu-
– 59 –
Osteologia e sindesmologia 
ção, é capaz de realizar o movimento de rotação. Esses movimentos são 
realizados pelas articulações tipo esferoidea – uma face em forma de 
esfera – e a outra com uma depressão de perfeito encaixe.
A articulação tipo plana (Figura 2.20) só permite o movimento de 
deslizamento, quando a articulação é composta por uma face articular 
de um osso plano, é achatada ou encurvada. Geralmente é observada no 
corpo da vértebra e em algumas articulações do carpo e do tarso.
Nosso corpo é capaz de executar vários movimentos ao mesmo 
tempo, esses movimentos são divididos em grupos: deslizantes, angula-
res, circundunção e rotação (Figura 2.21). O movimento deslizante é o 
mais simples realizado em nosso corpo, ele ocorre quando uma superfície 
da articulaçao desliza sobre a outra sem alterar angulação. Já os movi-
mentos angulares são aqueles que visualmente apresentam alteração na 
angulação do movimento, como flexão, extensão, adução e abdução. A 
circundução é um movimento que ocorre em alguns segmentos do corpo, 
quando executado distalmente ao movimento, observa-se o desenho de 
um círculo. A rotação por sua vez ocorre quando o segmento gira em 
torno do seu próprio eixo – como um pivô.
Figura 2.21 – A. Movimento angular; B. Rotação; C. Circundução
a) 
Anatomia e Fisiologia
– 60 –
b) 
 c) 
Fonte: Will Amaro.
– 61 –
Osteologia e sindesmologia 
Atividades
1. De acordo com as imagens a seguir, identifique os tipos de ossos.
a) b) c) 
d) e) 
Osso cuneiforme
Osso navicular
Osso do talo
Osso cubóide
Osso calcâneo
 
Anatomia e Fisiologia
– 62 –
2. Relacione as colunas. 
Coluna A
1. Osteoblastos
2. Osteoclastos
3. Osteócitos
4. Periósteo
Coluna B
( ) São células volumosas, possuem vários núcleos e produ-
zem enzimas e ácidos que decompõem a matriz extracelu-
lar do osso. São responsáveis pela absorção e remodelação 
do tecido ósseo.
( ) À medida que vão sendo recobertos pela matriz extracelu-
lar, as células ficam aprisionadas em sua secreção transfor-
mando-se em osteócitos.
( ) Revestimento de tecido conjuntivo fibroso, circunda cada ele-
mento do esqueleto como uma bainha, exceto as cartilagens.
( ) São células pequenas localizadas em cavidades ou lacunas 
da matriz óssea. 
3. Qual a diferença estrutural entre articulação sincondrose e arti-
culação sínfise?
4. A terminologia anatômica das articulações baseia-se na lógica 
da estrutura de cada uma delas e sua classificação funcional está 
relacionada ao seu grau de movimento (sua amplitude). Quando 
entre os ossos existe tecido cartilaginoso do tipo hialino, essa 
articulação recebe o nome de:
( ) Sincondrose
( ) Sínfise
( ) Sinartrose
( ) Articulação sinovial
– 63 –
Osteologia e sindesmologia 
5. Sabemos que nas articulações móveis é possível observar o 
movimento de deslizamento dos ossos – um sobre a superficie 
do outro. Esse deslizamento só é possível pois, na articulação, 
existe uma cápsula que possui um líquido. Qual é esse líquido e 
quais suas características?
6. Observe as figuras e dê o nome das articulações.
a) 
Dente
Osso
Ligamento
periodontal
 b) 
Tíbia
Fíbula
Ílio
Fêmur
Tíbia
Fíbula
c) 
Ligamento satural
 d) 
Ossos do
quadril
Livro - Anatomia e Fisiologia_Parte2.pdf
3
Sistema nervoso 
e neuromotor
O sistema nervoso (SN) humano surge a partir de um 
pequeno grupo de células, através de um extraordinário processo 
que leva anos para atingir seu potencial pleno no que diz respeito 
a habilidades sensoriais, motoras e intelectuais. É originário do 
ectoderma embrionário1, localizado na região dorsal do embrião. 
É um sistema altamente complexo, responsável por toda a fun-
cionalidade dos outros órgãos de nosso corpo.
O encéfalo é composto por bilhões de neurônios, pesa em 
torno de 2 quilos (3% do peso corporal) de um indivíduo adulto, 
considerado o sistema mais complexo do ser humano. Graças 
ao SN e ao sistema neuromotor, somos capazes de armazenar, 
identificar e interpretar estímulos como cheiro, som, imagens, 
tato, fome, movimento, pensamento, emoções, comportamento e 
memória. Cada área do cérebro realiza uma função especializada.
Neste capítulo, abordaremos as generalidades do SN para 
entender de forma básica e objetiva a anatomia e sua funcionalidade.
1 Folheto externo que reveste o embrião e cuja função é dar origem a diversas 
estruturas do corpo, como o SN.
Anatomia e Fisiologia
– 66 –
3.1 Anatomia do sistema nervoso
O sistema nervoso possibilita as funções orgânicas do corpo humano e 
sua interação com o meio ambiente. Isso significa que ele é o responsável por 
controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo e ainda 
é capaz de receber estímulos externos, interpretá-los e desencadear respostas 
adequadas a cada um deles. Algumas funções são de ação voluntária, que 
realizamos de acordo com nossa vontade, como andar, falar, brincar; outras 
são involuntárias ou inconscientes, como salivação e batimentos cardíacos.
O estudo do desenvolvimento embrionário é de extrema importân-
cia, pois permite entender muitos dos aspectos anatômicos do SN. Por 
volta da terceira semana de gestação, observa-se a formação de três folhe-
tos embrionários: ectoderma, mesoderma e endoderma (Figura 3.1). Do 
endoderma se origina o sistema visceral; o mesoderma é responsável pela 
formação de protuberâncias chamadas somitos, que originam as 33 vérte-
bras da coluna e os músculos esqueléticos relacionados; o ectoderma é o 
responsável pelo desenvolvimento do cérebro e do SN.
Figua 3.1 – Formação do folheto embrionário: endoderma, ectoderma e mesoderma
Camadas de germes
Ectoderme
Ectoderme
Tecido nervoso
Células da epiderme
Células pigmentadas
Mesoderme
Células musculares
Esqueleto
Coração, rim, sangue
Endoderme
Glândulas endócrinas
Pulmões
Trato gastrointestinal
Endoderme
Mesoderme
Fonte: Shutterstock.com/ellepigrafica
– 67 –
Sistema nervoso e neuromotor
Na terceira semana ocorre o espessamento do ectoderma, quando 
a medula da espinha primitiva, chamada de notocorda, envia um sinal 
para que o tecido que a recobre aumente, formando a placa neural. Esta 
cresce progressivamente, tornando-se mais
espessa, invagina-se ao 
longo do seu eixo central para formar o sulco neural mediano longitu-
dinal, com pregas neurais em ambos os lados. Essas pregas se tornam 
mais proeminentes na extremidade cranial do embrião no primeiro sinal 
de formação do encéfalo.
As pregas neurais se aprofundam, formando uma goteira neural, e 
seus lábios se fundem, formando o tubo neural, no qual ocorre o início da 
vesícula encefálica e da medula espinhal (Figura 3.2). Nesse momento, 
o ectoderma se fecha em cima do tubo neural. As vesículas encefálicas 
primárias dão origem a prosencéfalo (encéfalo anterior), mesencéfalo 
(encéfalo médio) e rombencéfalo (encéfalo posterior).
Figura 3.2 – Formação do sulco neural, das pregas neurais, do tubo neural e da crista
Ectoderme
Mesoderme
Notocorda
Tubo neural
Endoderme Formação do sulco neural
Fechamento do sulco neural
Prosencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo
Formação do tubo neural
Fonte: Shutterstock.com/Systemoff
Do mesencéfalo serão originados o arqueduto do mesencéfalo e a 
parte média. O prosencéfalo é dividido em vesículas encefálicas secundá-
rias, formando o telencéfalo, que forma o cérebro e os ventrículos laterais; 
e o diencéfalo, formando tálamo, hipotálamo, subtálamo e terceiro ventrí-
culo. O rombencéfalo se subdivide parcialmente e forma o metencéfalo, 
Anatomia e Fisiologia
– 68 –
que cria ponte, cerebelo e parte posterior do quarto ventrículo, e o mielen-
céfalo, que deriva bulbo e parte inferior do quarto ventrículo (Figura 3.3).
No ponto de fechamento do ectoderma é formada de cada lado uma 
lâmina longitudinal denominada crista neural, responsável pela formação 
do sistema nervoso periférico.
Figura 3.3 – Desenvolvimento do encéfalo
Três vesículas
encefálicas primárias
Cinco vesículas
cranianas secundárias
Estruturas adultas
derivadas do(a)/das(os):
Parede Cavidade
PROSENCÉFALO
TELENCÉFALO Cérebro
Paredes Cavidades
Ventrículos laterais
Terceiro ventrículo
Aquetudo
do mesencéfalo
Parte superior
do quanto ventrículo
Parte inferior
do quarto ventrículo
Mesencéfalo
Ponte
Cerebelo
Bulbo
Tálamo,
hipotálamo
e epitálamo
DIENCÉFALO
MESENCÉFALO
METENCÉFALO
MIELENCÉFALO
MESENCÉFALO
ROMBENCÉFALO
Embrião de
3 a 4 semanas
Embrião de
5 semanas
Embrião de
5 semanas
Fonte: Tortora; Nielsen (2013).
A unidade funcional do SN são os neurônios. Diferentemente dos 
outros órgãos, o SN tem inúmeras células alongadas, altamente excitáveis 
e que se comunicam entre si e com outras células, como as musculares ou 
secretoras (DANGELO; FATTINI, 2007).
Temos três tipos de neurônio:
1. aferente (sensitivo) – responsável por levar informações sobre 
as modificações dos meios interno e externo até o sistema ner-
voso central (SNC);
2. eferente (motor) – responsável por levar impulso nervoso ao 
órgão efetuador, como músculos e vísceras;
3. associativo – faz conexão entre os neurônios.
Literalmente, o SN recebe milhões de informações provenientes 
dos diferentes órgãos e nervos sensoriais, e faz o processo e integração 
das ações para determinar as respostas a serem executadas pelo corpo 
(GUYTON; HALL, 2016).
– 69 –
Sistema nervoso e neuromotor
3.1.1 Tecido nervoso e impulsos nervosos
O tecido nervoso é composto por neurônios (células nervosas) e neu-
roglias (células glias). As neuroglias ocupam o espaço entre os neurônios 
e suas principais funções são sustentação, proteção, revestimento e isola-
mento, modulando as atividades do sistema e defesa (DANGELO; FAT-
TINI, 2007). Diferentemente dos neurônios, as neuroglias conservam a 
capacidade de mitose após a diferenciação.
O neurônio é a unidade fundamental do sistema nervoso e sua função 
básica está em receber, processar e enviar informações (MACHADO, 2003).
3.1.1.1 Neurônios
Os neurônios são unidades funcionais do SN especializadas em trans-
missão rápida em resposta a qualquer estímulo. Comunicam-se entre si ou 
com células efetuadoras (musculares ou secretoras), usando basicamente 
impulsos elétricos através do potencial da membrana, transformando-os em 
impulso nervoso. São formados por um corpo celular e seus prolongamen-
tos, chamados dendritos e axônios (Figura 3.4), responsáveis pela condução 
dos impulsos elétricos que entram e saem do corpo celular, respectivamente 
(MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016). Têm diversidades estruturais e 
funcionais que são utilizadas para classificar os neurônios (Figura 3.4).
O corpo celular é o responsável pela síntese de proteínas neuronais 
(TORTORA; NIELSEN, 2013) e pela maioria dos processos de degradação e 
renovação dos constituintes celulares. Os dendritos são semelhantes a galhos 
de árvore, curtos, afilados e muito ramificados, responsáveis por receber estí-
mulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana 
(MACHADO, 2003). Os axônios, diferentemente dos dendritos, são prolon-
gamentos longos e finos, originados do corpo ou de um dendrito principal em 
uma região chamada cone de implantação. Apresentam comprimento variá-
vel, dependendo do tipo de neurônio. Em sua estrutura inicial, são capazes de 
gerar alterações no potencial de ação, ou seja, despolarização da membrana. 
Envolvendo o axônio existe uma capa de proteção chamada bainha de mielina 
– neurônios que não a possuem são conhecidos como amielínicos.
A bainha de mielina é formada por membrana plasmática e células da 
glia. No encéfalo e na medula, as células formadoras de mielina são oligo-
Anatomia e Fisiologia
– 70 –
dendrócitos, que formam mielina de até 40 axônios; no SNP, a formadora 
de mielina é a célula de Schwann, que cria mielina individual. Essas célu-
las servem como um isolante e proporcionam o aumento da velocidade 
da condução dos impulsos elétricos. A bainha de mielina é encontrada ao 
longo do axônio, entre as secções adjacentes de mielina, onde a membrana 
plasmática fica exposta, no chamado nódulo de Ranvier (Figura 3.4).
Os potenciais de ação ocorrem devido à despolarização da membrana 
e são conduzidos ao longo do axônio até o botão terminal. Nas fibras ner-
vosas mielinizadas, os impulsos nervosos são caracterizados como salta-
tórios, porque pulam de um nódulo de Ranvier para outro.
Figura 3.4 – Estrutura geral de um neurônio: dendrito, corpo celular e axônio
Corpo celular
Núcleo
Dendritos
Axônio
Neurônio pré-sináptico
Mitocôndria
Axônio terminal
Espaço sináptico
Membrana pós-sináptica
Canal de íons bloqueados 
por ligantes
Neurônio pós-sináptico
Canal controlado 
por tensão
Neurotransmissores são 
sintetizados e armazenados 
nas vesículas
Neurotransmissores liberados no
espaço sináptico por exocitose
Neurotransmissor se liga às molé-
culas receptoras e abre o canal 
iônico dependente do ligante
Despolarização causa tensão bloqueada
Abertura do canal e entra no 
terminal axonal
Im
pu
ls
o 
ne
rv
os
o
Bainha 
de mielina
Dendritos
Axônio
Corpo celular
Sinapse
Terminal axonal
Neurônio Unipolar Neurônio Bipolar Neurônio Multipolar
Dendrito
Corpo celular
Axônio
Terminal axonal
Terminal axonal
Bainha de mielina
D
ire
çã
o 
do
 
im
pu
ls
o 
ne
rv
os
o
Direção do 
impulso nervoso
Sinapse
Sinapse
Axônio
Dendritos
Dendritos
Núcleo
Fonte: Shutterstock.com/Tefi
– 71 –
Sistema nervoso e neuromotor
3.1.1.2 Células glia
As células glia (Figura 3.5) são conhecidas como neuroglia ou apenas 
glia e são participantes efetivas do tecido nervoso (TORTORA; NIELSEN, 
2013). São menores que os neurônios, mas estão em maior número: os neurô-
nios somam apenas 10% do total de células do SNC, e o restante são células 
glias (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2006), que circundam o corpo celular, 
os axônios e os dendritos, dando suporte físico e metabólico aos neurônios.
Figura 3.5 – Células glias no SNC são diferenciadas por tamanho, prolongamentos 
citoplasmáticos e organização intercelular; células glias no SNP envolvem todo o axônio 
e corpo celular do neurônio
Dendrito

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