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Fundamentos do Design de Mobiliário

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16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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DESIGN DO MOBILIÁRIO
UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS DO DESIGN DE
MOBILIÁRIO
Beatriz Chimenti
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=qENp93dNdnFT2GoRsqjXnQ%3d%3d&l=sTUPeWKXQ8HGgwgd6DWgaw%3d%3d&cd=cE… 2/25
Introdução
O design de mobiliário é um fenômeno internacional e interdisciplinar em constante crescimento no país.
Atualmente, mais e mais profissionais de design vem trabalhando lado a lado com ergonomistas, arquitetos,
engenheiros, dentre outros profissionais no desenvolvimento de produtos.
Diversos campos do design têm riquíssimo legado histórico em comum, com momentos de inovação e
ruptura em cada uma das especialidades que compõem o campo. 
Então, como é possível analisar a qualidade do design? Quais são as ferramentas que auxiliam neste
processo? O bom design é técnica ou intuição? 
Neste capítulo serão apresentados os principais postulados e características do design, com ênfase no
desenho de mobiliário. Vamos partir de uma abordagem histórica, considerando que o design veio se
desenvolvendo junto com o crescimento da nova civilização e acompanhando suas inovações tecnológicas. 
A partir daí, iremos abordar questões mais técnicas provenientes da ergonomia que auxiliam no conforto e
qualidade do design, assim como suas possíveis áreas de atuação dentre os quais se destacam o design
industrial e o autoral. 
Vamos estudar esse conteúdo a partir de agora. Acompanhe! 
1.1 História do mobiliário
O design expressa a aparência das coisas (ideia) e, em sentido mais amplo, a consequência das condições de
sua produção (modelo), considerando que inclui o processo em seu conceito. Design é, portanto, conceito e
também processo. A tarefa específica do designer é provocar a conjunção entre essas ideias e os meios
disponíveis de produção.
Um dos objetivos do design é tornar clara a função do produto a que se propõe, objetivando uma fácil leitura
do usuário. É importante ressaltar também que o bom design deve ir além do produto em si, considerando
aspectos relacionados a ergonomia, meio ambiente e sustentabilidade. 
Ao longo dos séculos, a profissão do designer veio evoluindo até se tornar o que é hoje em dia. A história do
design nada mais é que a história das sociedades, considerando que influencia e é influenciado por todos os
processos das economias modernas. 
Burdek (2010) afirma que o emprego da palavra design era raro até o século XIX, quando surgiu na Inglaterra
e em outros países, um número grande de trabalhadores que se intitularam designers, ligados principalmente
à confecção de padrões ornamentais da indústria têxtil. 
Por ocasião desta época, o sistema industrial de fabricação, introduzido pela Revolução Industrial, levou a
necessidade de estabelecer o design como uma etapa específica do processo produtivo. 
Burdek (2010) cita que o design foi fruto de três grandes processos históricos que ocorreram em escala
mundial entre os séculos XIX e XX. Clique abaixo para conhecer esses três processos: 
Industriali
zação 
Reorganização da fabricação e distribuição de bens de consumo para atingir um
leque cada vez maior e mais diversificado de produtos e de consumidores. 
Urbanizaç
ão
moderna 
Ampliação e adequação das concentrações de população nas grandes metrópoles,
com suas novas necessidades de moradia, transporte, lazer etc. 
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=qENp93dNdnFT2GoRsqjXnQ%3d%3d&l=sTUPeWKXQ8HGgwgd6DWgaw%3d%3d&cd=cE… 3/25
A fim de compreender o design, devemos reconhecer que seus atributos e técnicas de disfarçar, esconder e
transformar os produtos, agregando valor aos mesmos e tornando-os essenciais para o progresso das
sociedades industriais modernas. 
1.1.1 Estilos do mobiliário
Ao longo da história os elementos do design de mobiliário incluíram a estética e a funcionalidade como
fundamentos importantes para as sociedades da época. Projetados quase sempre como complemento da
arquitetura, os estilos de mobiliário, simples ou elaborados, acompanharam necessariamente a história da
arte e da arquitetura. 
Apesar do mobiliário já existir desde o período neolítico (7000 a.C.), sua história tem registros no Antigo
Egito (2680 – 2407 a.C.), em que, apesar de escasso, os objetos possuíam linhas retas, em madeira maciça,
quase sempre inspirados na fauna e flora local.  
O mobiliário grego utilizava como matéria-prima a madeira, metais, marfim, mármore e estuque e se
caracterizava por móveis escassos, quase sempre utilitários e também com a fauna como elemento decorativo
inspirador.
Os romanos produziam mobiliários mais pesados e retangulares e além dos materiais já explorados pelos
gregos, também utilizavam o osso como matéria-prima. Podemos afirmar que o mobiliário romano origina-se
do móvel grego, mas distingue-se pela suntuosidade.
O estilo de mobiliário românico também era pesado, escasso e rígido, predominando traços ortogonais e
utilizando essencialmente a madeira maciça, muitas vezes escavada, e metais como matéria-prima. 
Dentre os estilos mais antigos, o gótico talvez seja o de desenho mais leve pois adotava formas curvilíneas e
altamente elaboradas e esculpidas, além de pilastras e painéis para a composição do ambiente. 
É importante ressaltar que, neste período (século XIV) na Europa, a moradia era o local de
trabalho. Eram edificações que contavam com poucos móveis, tapeçarias na parede e bancos
próximos à lareira. No andar principal da casa havia, no cômodo da frente, uma loja ou – se o
dono fosse um artista – uma oficina. A parte para morar era constituída de um único grande
cômodo – o salão -, que não tinha forro. (FRANCESCHI, 2006, p. 13).
Foi por ocasião do renascimento que o mobiliário ganhou uma escala mais arrojada passando a contar com
extensas dimensões e um uso abundante de tecidos, principalmente adamascados, além da inserção de
medalhões, figuras mitológicas e elementos da natureza.
Os estilos barroco e rococó foram representados, assim como na arquitetura, pelo exagero de ornamentos,
formas curvilíneas, assimétricas e volumosas, voltados para a ostentação e sempre com muitos detalhes bem
trabalhados, suntuosos e integrados para um conjunto escultórico. 
Globalizaç
ão 
Integração das redes de comércio, transportes e comunicação entre os continentes. 
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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No final do século XVIII, os exageros do rococó perdiam espaço, e com isso, redescobriu-se o gosto pela
pureza das linhas clássicas greco-romanas. Foi uma época marcada pelo progresso e, ao mesmo tempo,
devotada ao estudo de um passado distante. O “novo” período ficou conhecido como neoclássico e se
expressou em diversos produtos artísticos, na arquitetura, moda e no design de mobiliário.
Toda a arte e a criação de objetos estavam dentro de uma produção que remetia à antiguidade clássica,
quando existiam dois tipos de artesão: um que fazia um trabalho mais elaborado e detinha todo o
conhecimento das diversas etapas da produção de um objeto, artístico ou não; e outro que apenas copiava
determinado objeto.
Ainda no século XVIII, mudanças consideráveis nas fábricas inglesas acarretaram uma mudança na economia
já que as mesmas deixaram de empregar num esquema de produção e distribuição artesanal em prol de uma
produção industrial em larga escala.
Figura 1 - Poltrona que representa os exageros ornamentais do estilo rococó através dos brocados dos
tecidos e detalhes em madeira trabalhada dourada
Fonte: background shoppy, Shutterstock, 2019.
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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O mobiliáriodo estilo neoclássico se caracterizava por um traçado reto e simplificado, com formas simples,
sóbrias e geometrizadas e utilizava como matéria-prima a madeira, preferencialmente escura e brilhante, o
ferro e os metais. 
A partir do século XIX, o design ganhou destaque com o movimento Arts and Crafts, quando arquitetos se
uniram aos designers para reformar o campo do desenho e propor um retorno aos métodos e concepções
artesanais de produção. 
Dogson (2014) afirma que este movimento artístico, liderado por William Morris e John Ruskin e criado em
1860, de reação à supressão da originalidade e à degradação da qualidade que a produção em massa
provocou, preconizava o destaque ao estilo próprio e artesanal, em detrimento a produção em escala
industrial. Este movimento norteou o percurso do design de mobiliário moderno. 
Influenciado pelas doutrinas sociais humanistas, o Arts and Crafts recuperou o interesse pela funcionalidade
e reprodutividade dos bens de uso comum, vinculando o nascimento de uma nova linguagem estética às
condições de produção do objeto, seja ele arquitetônico ou utilitário. 
CASO
Com o advento da expansão colonial e do aumento significativo da população nas
cidades, o hábito do chá tornou-se amplamente difundido, o que acarretou o
aumento significativo na produção de taças de cerâmica. Neste cenário, o
ceramista inglês Josiah Wedgwood teve grande importância na produção de seus
produtos com uma concepção inovadora. Sua fábrica, fundada em 1759, na
Inglaterra, foi durante muitas décadas, sinônimo de qualidade e elegância
britânicas.
Segundo Dogson (2014), ele implantou mudanças significativas nos meios de
produção dentre as quais mais se destacam:
Até então, as cerâmicas produzidas normalmente eram quase todas de argila
branca vidrada. Wedgwood começou a fazer experiências de aperfeiçoamento,
inventando técnicas novas e chegando a resultados inovadores nas formas, cores e
métodos de produção. Suas experiências com o neoclassicismo confirmaram que o
estilo fazia as classes média e alta do final do século XVIII se sentirem mais à
vontade com o progresso. A partir daí o trabalho do design passou a ser realizado
por artistas especialmente contratados para isso. Aos poucos, os objetos
desenhados passaram a ser colecionáveis e ganharam status de obras de arte.
racionalização dos métodos de produção em sua fábrica;
criativas técnicas de marketing;
atenção ao acabamento dos produtos através da produção
de objetos de qualidade superior à dos concorrentes dando
grande importância à aparência de seus produtos. 
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O mobiliário se inspirou nas formas e linhas da natureza e por conta de ser um estilo que criticava a forma
industrial de produção, se caracterizou por formas retas, porém angulosas e estilizadas, particulares motivos
decorativos e arabescos, além de uma mistura de estilos de diversos períodos como o grego, gótico e o
renascimento. A matéria-prima utilizada era a madeira, os metais e o ferro. 
O Art Nouveau foi outro movimento artístico que surgiu, a partir dos princípios do Arts and Crafts, indo
buscar na natureza sua inspiração, destacando as formas curvilíneas e a sinuosidade e promovendo
encantamento e leveza.
Figura 2 - Ornamentos florais com desenhos curvilíneos e referência da natureza, típicos do movimento
Arts and Crafts.
Fonte: Sania Rasti, Shutterstock, 2019.
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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Outro movimento artístico que, de certa forma, também exaltava a modernidade foi o Art-Déco, que também
destacava estruturas geométricas com formas escalonadas e cantos arredondados e foi adotado nos mais
diversos tipos de produtos da era industrial, tornando-se rapidamente uma tendência decorativa da época e
largamente empregado nos principais monumentos modernos como, por exemplo, o Empire State Building e
o Crysler Building, em Nova York, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. 
Burdek (2010) afirma que o estilo surgiu durante a Belle Époque (1890 e 1910), ou seja, no início do século
XX, e foi conhecido como a segunda Revolução Industrial por conta da exploração de novos materiais como o
ferro e o vidro. Devido à forte presença e personalidade do estilo naquele período, este também recebeu o
apelido de modern style (do inglês, estilo moderno). 
Figura 3 - Suas principais características observadas nessa entrada de metro em Paris, eram a presença de
linhas ondulantes e dinâmicas, a fim de transmitir a ideia de movimento.
Fonte: FineShine, Shutterstock, 2019.
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A sua popularidade na Europa foi durante os picos dos anos 20 e continuou fortemente nos Estados Unidos
através da década de 30. Embora muitos movimentos de design tivessem raízes em intenções filosóficas ou
políticas, o Art Déco foi meramente decorativo, sendo visto como estilo elegante, funcional e ultramoderno,
através da sua inspiração nas figuras geométricas e do uso de novos materiais. 
O mobiliário era de caraterística mais funcional e possuía linhas curvas com valorização discreta de
ornamentos geométricos florais mais simplificados, pelo revestimento em laca ou acabamento em verniz e
detalhes em aço cromado. 
Assim como na arquitetura, os objetos acompanhavam as formas geométricas e efeitos metálicos que
associavam às máquinas e, portanto, à modernidade. Dentre os materiais mais utilizados se destacavam o
aço, os plásticos e a madeira. Os tecidos utilizados possuíam padrões de linhas clássicas e simétricas. 
VOCÊ QUER VER?
Filmes como Meia Noite em Paris, com direção de Woody Allen (2011), apresentam o
cenário da década de 20 e anos áureos da criatividade francesa de maneira inovadora e
bem didática. O personagem principal se tele transporta magicamente para 1920 e
janta com intelectuais como Gertrude Stein, Ernest Hemingway e Salvador Dalí. O
trailer do filme você pode conferir no link <https://www.youtube.com/watch?
v=Amf8r9V7ovs (https://www.youtube.com/watch?v=Amf8r9V7ovs)>. 
https://www.youtube.com/watch?v=Amf8r9V7ovs
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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Após a Primeira Guerra Mundial, através da fundação da Escola de Artes e Arquitetura Staatliche Bauhaus, na
Alemanha, que o design de mobiliário sofreu suas mudanças mais significativas, implantando uma
metodologia de ensino que unia arte e ofício, produção artesanal e produção industrial.
A partir de Walter Gropius em seu postulado “Arte e Técnica - uma nova unidade”, podemos afirmar que o
design mudou sua linguagem formal, corroborando para a formação de um novo tipo de profissional voltado
para a indústria, o designer industrial, através da adoção de materiais industriais, da supressão quase que
total de adornos.  
O desenho do mobiliário da Escola Bauhaus priorizava produtos funcionais e econômicos, com desenho
geometrizado, visando o conforto, livre de ornamentos e padronizados para serem produzidos em escala
industrial. A matéria-prima era basicamente o plástico, aço, madeira, tecidos e ainda estofados em borracha.
A sala do diretor da Bauhaus representava bem a concepção que havia em pensar o espaço e seus objetos
como um todo, afinado com a linguagem modernista do período, que valorizava as formas geométricas. 
Deste modo, mobiliário, objetos decorativos, iluminação e arquitetura se unificaram, produzindo uma
linguagem comum que levava em consideração as necessidades do homem coordenando espaço flexível com
objetos em que se destacam a forma simples e a composição dos produtos, com cadavez mais
funcionalidade. 
Após a Segunda Guerra Mundial, nos EUA, surgiram diretrizes do chamado Estilo Internacional. Seus
fundamentos remontaram a construção da modernidade que tinha também as suas bases na Europa, porém
foi naquele momento de construção de uma nova realidade mundial que o modernismo se difundiu e se
concretizou como um estilo de vida e design.
Figura 4 - Os móveis possuem adoção de linhas curvas com valorização de ornamentos geométricos florais
mais simplificados.
Fonte: Leremy, Shutterstock, 2019.
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Nesta época, os designers Charles e Ray Eames, Max Bill, Harry Bertoia, Arne Jacobsen, entre outros, já
tinham seus produtos industrializados por empresas como, por exemplo, a Herman Miller.
Foi para a nova arquitetura produzida no Brasil dos anos 50 e 60 que o novo design de mobiliário brasileiro
passou a ser largamente produzido por nomes como José Zanine Caldas, Lina Bo Bardi, Geraldo de Barros
com a Unilabor, uma cooperativa paulista que produziu móveis extremamente afinados com a modernidade
do período. 
No final dos anos 60, surgiu uma nova tendência visual, inaugurando o que para muitos historiadores
determinou a pós-modernidade, que questionava os padrões instaurados pela sociedade moderna nos anos
50 e sua crescente fé no capitalismo e consumo. 
Deste período, surgiram as primeiras manifestações de um design mais lúdico e, podemos dizer, brincalhão.
Ele desconstruiu a lógica modernista ao descontextualizá-la, começando com a Pop Arte que provocou novas
relações com o design. 
Crivelaro (2015) afirma que a década de 60 representou a realização de projetos culturais e ideológicos
alternativos lançados na década de 50, anos que foram marcados por uma crise no moralismo rígido da
sociedade, uma expressão remanescente do sonho americano que não conseguia mais empolgar a juventude
do planeta. 
Foi neste momento que a Pop Arte buscou nos ícones sociais de consumo representantes para o seu próprio
questionamento. Questões estas, ainda presentes hoje, que começaram a ser trabalhadas naquele momento
dando início a uma grande revolução comportamental, como o surgimento do feminismo e os movimentos
civis em favor dos negros e homossexuais. 
Na Europa, assim como nos EUA, estudantes e trabalhadores tendiam a estabelecer desafios para todas as
instituições e autoridades. De muitas formas, apesar do aspecto tumultuado politicamente falando, os anos
60 foram divertidos, e o mesmo se pode dizer do mobiliário que nasceu naquele momento. 
VOCÊ SABIA?
Durante as décadas de 50 e 60 o Brasil passava por um cenário de economia muito
favorável. Tal fato incentivou a abertura de empresas novas, e junto delas, as
primeiras tentativas de design. Dentre as empresas espalhadas pelo país, uma
delas que ganhou destaque no setor foi a Móveis Preto & Branco. Ela foi formada
por jovens arquitetos que começaram a desenhar móveis para ambientes
modernos e ajustados à nova condição de vida, em que a funcionalidade se
adequava a um desenho mais modernista. Através de uma produção praticamente
artesanal, inicia-se uma série de experiências de desenho e execução industrial que
trouxe ao móvel moderno brasileiro uma maturidade que o colocou em destaque
no panorama internacional. 
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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Conforme relata Crivelaro (2015), os objetos deste período discutiam a inventividade do século XX, e
expressavam perfeitamente a irreverência, a iconoclastia e a experiência conturbada naquele tempo.
Por conta de sua natureza efêmera, os infláveis e os pufes em forma de saco de feijão foram amplamente
usados, e estão aí até hoje. Móveis e ambientes ainda seguiam a linha mais sóbria, usando os aços cromados
do período anterior. 
No entanto, cada vez mais a liberdade criativa e questionadora da época começava a ganhar espaço,
principalmente na Itália onde surgiram os grupos mais criativos e questionadores a partir dos anos 70, que
se intitulavam “Anti-Designers”. 
Segundo Burdek (2010), os anos 80, o design foi tomado pela globalização rasante que se desdobrou no eixo
Ásia-Europa-América, fazendo com que as diferenças socioculturais de cada usuário se tornassem cada vez
mais graves para que fossem observadas de forma adequada, à distância, e úteis para estabelecer
consequências para a política de produtos e sua configuração. 
1.2 Antropometria e ergonomia 
A palavra ergonomia vem da origem grega Ergos (trabalho) e Nomos (lei ou normas) e é o estudo científico da
relação Homem x Meio, métodos e espaço de trabalho. Grandjean (1998) afirma que a ergonomia tem como
objetivo elaborar um corpo de conhecimentos que deve resultar numa melhor adaptação dos meios
tecnológicos e dos ambientes ao homem. 
Trata-se, portanto, de um corpo de conhecimentos sobre as capacidades, limites e outras características do
desempenho humano em relação a qualquer atividade ou produto. 
Nasceu informalmente na Pré-história através dos primeiros utensílios de sobrevivência ainda bastante
rudimentares como armas, ferramentas, vestimentas, etc.
Os ergonomistas são profissionais que têm conhecimento sobre o funcionamento humano e estão prontos a
atuar nos processos projetuais de situações de trabalho, interagindo na definição do mobiliário e ambiente
físico de trabalho. A área da ergonomia ambiental se caracteriza pela aplicação de condições ambientais
favoráveis aos trabalhadores em seu espaço/célula de trabalho e é fundamentada na NR17. 
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Considerando que as bases da ergonomia são a intuição criativa e o bom senso, seu desenvolvimento se deu
ao longo da história com destaque na Idade média com os avanços tecnológicos da engenharia e do período
pré-industrial. 
Ainda durante esta época, teve seus estudos baseados nas vestimentas de guerra ou armaduras medievais,
milimetricamente estudadas para garantir algum conforto e segurança para os usuários. 
VOCÊ QUER LER?
A NR17 é uma norma regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. Leia mais sobre esta norma no link
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm
(http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm)>.
 
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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Por ocasião da chamada segunda Revolução Industrial, ocorrida no início do século XX, Henry Ford e
Frederick Taylor desenvolveram princípios severos das linhas de produção em massa através do Fordismo e
do Taylorismo respectivamente. Clique nas abas para saber mais:
Figura 5 - A armadura medieval elaborada para uma criança exemplifica os detalhes sobre as medidas
corporais, assim como, o uso de materiais que tornassem a roupa minimamente confortável e segura.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Princípios de Taylor 
- análise racional e instituição da técnica correta de trabalho;

- análise técnica do engenheiro industrial;

- adaptação do homem ao trabalho;

- pagamento diferenciado por produção. 
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A teoria de Frederick Taylor surgiu para sistematizar todo o trabalho desenvolvido dentro das fábricas
através da observação empírica do trabalho, do controlee do planejamento de todo o processo de trabalho.
Muitas mortes e acidentes de trabalhos foram consequências dos princípios acima descritos, o que começou a
indicar estudos relativos à segurança do trabalho e ergonomia.
Mas foi durante a Segunda Guerra Mundial, em virtude dos milhares de acidentes aéreos com perdas
humanas ocorridas pela dificuldade de interação entre homem x máquina, que a ergonomia se desenvolveu
através de estudos com equipes multidisciplinares de engenheiros, psicólogos e médicos que se uniram para
adequar as inovações tecnológicas às características físicas, psíquicas e cognitivas. 
Princípios de Ford 
- organização do trabalho em linhas de montagem;

- ritmo determinado pela velocidade da esteira;

- posto de trabalho fixo;

-produção em grandes volumes. 
VOCÊ QUER VER?
A comédia Tempos Modernos, com direção de Charles Chaplin (1936), traz de forma
inusitada e divertida um operário de fábrica numa linha de montagem. A produção faz
uma crítica do sistema de trabalho fordista e taylorista da época. Você pode ver o filme
completo no link <https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4
(https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4)>. 
https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4
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A partir daí, já no meio do século XX, a produção industrial passou a ter significativas melhorias através de
estudos de organização de "tempo e método" nos espaços de trabalho. 
Segundo Itiro (1990), a ergonomia, em seu caráter multidisciplinar, utiliza resultados das pesquisas
descritivas da fisiologia, psicologia, organização do trabalho, medicina do trabalho, percepção ambiental,
antropometria, engenharia, arquitetura e moda para o design de produtos, proporcionando ao usuário
diversas qualidades. Clique abaixo para conhecer algumas dessas vantagens:
melhores condições de trabalho ou uso do
produto;
aumento da produtividade;
bem-estar e conforto;
qualidade e segurança.
A atuação eficaz do designer irá garantir projetos que eliminem alguns riscos antecipados e neutralizem
aqueles inerentes às atividades no manuseio de um produto. A ergonomia entra, portanto, como diferencial
para o design através do controle da qualidade nos processos de produção e matérias.
•
•
•
•
VAMOS PRATICAR?
Vimos que a ergonomia estuda e garante a eficácia, segurança e adequa
produtos ao homem. Como atividade prática, escolha um produto eletrodo
da sua casa e o analise segundo os principais critérios ergonômicos: q
segurança (possibilidade de gerar algum acidente ao usá-lo), conforto, fa
no uso e estética.  
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A qualidade ergonômica de um produto passa necessariamente pela sua adequação antropométrica,
considerando-se que produtos de qualidade devem estar adequados à população usuária através de tabelas
antropométricas.
Quaresma (2001) afirma que a antropometria trata das medidas físicas corporais, em termos de tamanho e
proporções, que são dados de base para a concepção ergonômica de produtos. Clique abaixo para saber mais: 
A ergonomia atrelada a um estudo antropométrico da população usuária são recursos relevantes na
produção de produtos de qualidade, confortáveis e seguros. 
1.2.1 Dimensões humanas e de seus espaços
Considerando que posturas naturais do corpo – posturas de tronco, braços e pernas que não envolvem
trabalho estático – e movimentos naturais são condições necessárias para um trabalho eficiente, é
imprescindível a adaptação do local de trabalho ou do produto às medidas do corpo e sua mobilidade. 
Grandjean (1998) afirma que através dos estudos antropométricos, temos que nos contentar em satisfazer às
necessidades da maioria, tomando como base as medidas que são representativas da grande maioria da
população.
Como vimos anteriormente, a ergonomia e a antropometria aplicadas ao design de produtos têm grande
importância para o projeto pois configuram-se como diferencial do mercado garantindo conforto, segurança e
melhor adaptabilidade do produto ao homem. 
Para garantir a eficácia de um projeto de produto, é fundamental, portanto, que se consulte as medidas
corporais de autores renomados para uma melhor adaptação do produto as necessidades a que se propõe. 
Abaixo vamos exemplificar algumas figuras antropométricas amplamente utilizadas em estudos e projetos de
design brasileiro pela sua adaptabilidade ao nosso biótipo, muito semelhante ao europeu. 
Os estudos antropométricos permitem: 
- verificar o grau
de adequação dos
produtos aos seus
usuários;
- fornecer dados sobre as medidas do corpo
humano que descrevam com confiabilidade
as características do grupo, raça ou
descendência estudada;
- publicar os dados de forma que
possam ser usados com
facilidade e segurança para
comparações e deduções.
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Figura 6 - Referências corporais para a tabela de medidas antropométricas de adultos britânicos - utilizada
para projetos no Brasil, modelo 1.
Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 36.
Figura 7 - Referências corporais para a tabela de medidas antropométricas de adultos britânicos – utilizada
para projetos no Brasil, modelo 2.
Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 37.
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Figura 8 - Tabela de medidas corporais antropométricas de adultos britânicos utilizada para projetos no
Brasil, modelo 3.
Fonte: GRANDJEAN, 1998, p. 39.
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Com o uso de tabelas antropométricas, atrelado aos princípios da ergonomia, é possível projetarmos
mobiliários adaptados a nossa população usuária, garantindo conforto e eficácia, e fazendo disso, um
diferencial competitivo no mercado de design. 
1.2.2 Objetos, mobiliário de convívio, trabalho e vivência
O morar de hoje acompanha a mudança do status social do brasileiro. A abertura e crescimento da economia,
o acesso à informação e à cultura, as necessidades individuais e especiais, os (novos) conceitos de família,
tudo forma um conjunto que precisa ser trabalhado e conciliado de forma que cada um se encontre naquele
universo multifuncional que se constrói entre paredes.
Todos nós nos lembramos de algo especial que diz respeito a algum lugar que vivemos – aquele cheiro da
infância, aquele objeto relíquia de família, o jeito que nossos quartos eram arrumados. 
VAMOS PRATICAR?
Vimos que a antropometria é a ciência que confere medidas humana dentr
parâmetro de conforto e adaptação para cada população usuária. Para e
melhor se você se encontra dentro dos parâmetros dos mobiliários, nada
que praticar. Dentro da sua casa, escolha ao menos um móvel e tire as pr
medidas dele com base nas tabelas apresentadas acima. Depois, tire 
medidas corporais correspondentes e verifique se estão adequadas e conf
em relação ao uso e praticidade do seu produto. Como sugestão, procure e
cadeiras, sofás e mesas de estudo.  
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A forma como estas lembranças influenciam nossas vidas, muitas vezes de forma não perceptível, tende a
influenciar na formação do indivíduo e no seu jeito de ver o mundo, e lidar com ele. E atender estas
necessidades é muito mais que simplesmente decorar. É pensar como aquele espaço se comportará e se
moldará à vida daquele que o construiu e, principalmente, como fazerisso de forma que atenda ao mesmo
tempo a toda a diversidade de exigências que compõem o nosso cotidiano. 
O design de mobiliário abrange, portanto, cadeiras, chaises, mesas, sofás, camas, mesas de apoio, dentre
outros inúmeros produtos, e estão sempre presentes no cotidiano dos usuários. Tornaram-se objetos de
desejo muitas vezes com características e destaques de obras de arte no ambiente construído. 
VOCÊ SABIA?
Você sabia que atualmente o setor hoteleiro vem investindo numa modalidade
nova de design chamada Hotel Design? São hotéis altamente sofisticados que
possuem peças de design, na maioria das vezes exclusivas, que garantem
sofisticação e personalidade aos projetos.  Veja mais sobre este assunto no link
<http://www.estelanetto.com.br/decoracao-hoteleira-tendencias/
(http://www.estelanetto.com.br/decoracao-hoteleira-tendencias/)>. 
1.3 Mercado moveleiro e tendências
O principal objetivo da produção de artefatos nas sociedades capitalistas é um processo do qual o design faz
parte, já que trata-se de um processo de resolução problemas atendendo às necessidades físicas e psíquicas
dos homens na sociedade. É ainda um importante elemento que agrega valor à economia de um país.
Nas sociedades contemporâneas, o que é descrito como progresso é, em larga amplitude, sinônimo de uma
série de medidas provocadas pelo capital industrial. Entre os benefícios estão mais alimentos, melhores
transportes e maior abundância de bens, dentre os quais o design está inserido em todos os campos. Burdek
(2010) exemplifica sobre o papel do design na economia quando afirma que, no início do século XXI, 10% do
PIB da Grã-Bretanha já incluía produtos produzidos pelo design e seus serviços. 
Filho (2006) afirma que o design é uma atividade mais significativa do que se costuma reconhecer,
especialmente em seus aspectos econômicos e ideológicos, pois trata da capacidade de moldar os mitos numa
forma sólida, tangível e duradoura, de tal modo que pareçam ser a própria realidade.
Para os empresários, a utilização desses mitos é fundamental para o sucesso comercial. Todo produto, para
ter êxito, deve incorporar tais conceitos, que o tornarão comercializável. Portanto, o principal objetivo da
produção de artefatos nas sociedades capitalistas, é um processo do qual o design faz parte.
Qualquer que seja o grau de imaginação artística aplicado no design de objetos, ele não é feito para dar
expressão à criatividade e à imaginação do designer, mas para tornar os produtos vendáveis e lucrativos.
http://www.estelanetto.com.br/decoracao-hoteleira-tendencias/
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Ainda segundo o autor, o ambiente não é um contexto absoluto, é uma construção social, condicionada
cultural e historicamente. No contexto do mercado imobiliário, somam-se a isso os valores simbólicos e
culturais, imagens e representações difundidas pela publicidade e pela mídia, criando um imaginário coletivo,
um design que se converte em sonho de consumo. É essa imagem que o mercado oferece numa tentativa de
atraí-lo: cores, formas e materiais que se repetem, conceitos de lazer diversificados e inovadores. 
O consumidor é influenciado por uma infinidade de revistas, sites, showrooms e lojas com o conceito “faça
você mesmo” e imagens difundidas pela mídia, pelas novelas e pelo cinema. Isso cria um imaginário coletivo,
um design que se converte em sonho de consumo do consumidor e é essa imagem que o mercado oferece
numa tentativa de atraí-lo.
1.3.1 Autoral x Industrial
Dogson (2014) afirma que o design, seja ele autoral ou industrial, catalisa a formação de novos modelos de
consumo, novas formas de organização ente pequenas empresas e grandes conglomerados, novas logicas de
agregação de valor, nas quais o maior diferencial é a criatividade.
O design também possui um viés emocional e isso vem sendo estuado desde a Bauhaus. Gropius
entendia o funcionalismo no design na forma de que deveria satisfazer as necessidades físicas e
psíquicas dos usuários mediante os produtos. “Especialmente as questões de beleza da forma
eram para ele de natureza psicológica. A tarefa de uma escola superior deveria ser não apenas o
ensino da apropriação de conhecimento e com isto educar a compreensão, mas também os
sentidos. (BURDEK, 2010, p. 43).
VOCÊ QUER LER?
O design tem inúmeras áreas de atuação e diversas metodologias de projeto. O livro
“Design do Objeto”, de João Gomes Filho (2006) apresenta de forma ilustrada, didática e
sintética tais atuações no mercado do design. Aproveite e leia o livro completo no
seguinte link:
<https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWE
HLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergono
mia&f=false (https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWE
HLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergono
mia&f=false)>. 
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergonomia&f=false
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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Neste cenário, podemos afirmar que o design autoral, na maioria dos casos, é fruto da história de vida do
designer. Suas tendências criativas são frutos de experiências da infância e seus brinquedos favoritos, que por
sua vez, ativam memórias que, ao longo de sua trajetória profissional, vão ganhando novas dimensões na área
da criação e acabam norteando um caminho específico que conceituam seus produtos. 
Designers brasileiros vêm, cada vez mais, sendo conhecidos pelo tipo de material ou processo criativo que
utilizam na concepção de seus produtos, 
Neste cenário, o design industrial também tem um papel fundamental na indústria criativa, contribuindo
para a economia agregando valor e competitividade aos setores tradicionais e produzindo objetos
diferenciados. 
 Segundo Lobach (2001), design industrial é toda atividade que tende a transformar em produto industrial
passível de fabricação, as ideias para a satisfação de determinadas necessidades de um indivíduo ou grupo. 
Na sociedade industrial o objetivo de quase toda atividade é a elevação do crescimento econômico e do nível
de vida. A produção do design industrial através da criação de produtos entra justamente nesse nicho, ou
seja, na satisfação de necessidades dos usuários.
O processo se inicia com a pesquisa de necessidades, a partir das quais se desenvolverão as ideias para
satisfação em forma de produtos industriais. E na transformação destas ideias em produtos que o designer
industrial participa ativamente.
No Brasil, tanto o design autoral quanto industrial tem um papel fundamental para a economia do país.
Entretanto, o design, apesar de amplamente disseminado em algumas regiões do país, ainda sofre restrições,
principalmente devido ao papel das ações institucionais que norteiam os investimentos de empresas. 
No entanto, a importância do design brasileiro, já difundida no mercado internacional, não deve ser
subestimada, pois abrange ideias e valores muito particulares de nossa cultura riquíssima, corroborando
para um futuro promissor e duradouro do design brasileiro. 
VOCÊ O CONHECE?
Zanini de Zanine é carioca, designer de produto pela PUC-RIO e filho do arquiteto
Zanine Caldas. É atualmente um dos nossos mais bem-sucedidos designers brasileiros e
que transita entre projetos de design autoral de edição limitada e industrial com
produção em larga escala. Saiba mais sobre o artista em:
<https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/
(https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/)>.
https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=qENp93dNdnFT2GoRsqjXnQ%3d%3d&l=sTUPeWKXQ8HGgwgd6DWgaw%3d%3d&cd=c… 23/25
1.4 Tipologias
O design de mobiliário pode ser dividido em tipologias distintas que variam conforme o público alvo, padrão
de acabamento e adequação ao ambiente ou tipo de uso. Apresentaremos a seguir, as principais tipologia do
mercado nacional e suas aplicações. 
1.4.1 Modulados x Planejados x Sob Medida
Atualmente a indústria moveleira brasileira se desenvolve em produtos modulados, planejados e sob medida.
Diferentemente do design autoral, a economia criativa, neste setor, vem sendo amplamente difundida em
todo o país com inúmeras lojas de produtos principalmente modulados e planejados. 
Ao longo dos últimos anos, a concorrência vem se apresentando cada vez mais acirrada muito em função do
número de empresas no setor moveleiro que vem crescendo, principalmente na região sul do país. 
A principal vantagem dos móveis modulados e planejados é são produzidos em medidas padronizadas de
fábrica, podendo ser compostos em diversos layouts flexíveis para cada situação e ambiente em questão. 
Sua aplicação vem sendo amplamente utilizada em função da especulação imobiliária brasileira com as
construções de apartamentos cada vez mais reduzidos, gerando a necessidade de mobiliário com células
funcionais (modulares), multifuncionais e retráteis.
Neste cenário, os móveis modulados e planejados sob medida têm um papel fundamental como recurso de
personalização dos projetos, principalmente para os consumidores da classe média que passaram a ter
acesso a este recurso muito em função da acirrada concorrência e da facilidade nas formas de pagamentos. 
De acordo também com a ABIMÓVEL - Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário -, os modulados são
uma tendência de consumo da classe média, porque além de qualidade e funcionalidade, o consumidor
recebe orientações projetuais para otimizar o aproveitamento do espaço. 
Cada fábrica ou loja de móveis modulados e planejados possui materiais, processos produtivos, padrões de
corte, acessórios e serviços exclusivos que os caracterizam como diferencial de design. Atualmente, segundo
o SEBRAE/SC, os móveis domésticos representam 60% da demanda nacional de mobiliário. 
Já o móvel sob medida torna-se mais adaptado às condições do ambiente e a especificidade de cada cliente,
abrangendo um público alvo mais especifico e em geral classe sociais mais abastadas muito em função
também dos valores mais altos cobrados e da exclusividade do projeto por conta das particularidades de cada
local. 
Apesar deste diferencial financeiro, os móveis planejados, modulados ou sob medida, em muitos casos,
apresentam inadequações dimensionais às características antropométricas da população usuária,
acarretando espaços subutilizados e mal aproveitados.
1.4.2 Móveis soltos 
Os móveis soltos podem ser classificados tanto no âmbito da produção autoral, quanto na produção
industrial, conforme já apresentado nos capítulos anteriores.
Independente desta classificação, tratam-se de mobiliário versátil em cores, padrões e dimensões e
amplamente flexíveis quanto ao seu uso. Podem ser encontrados em lojas mais populares de móveis quanto
lojas especializadas em design autoral. 
Filho (2006) afirma que os materiais utilizados podem variar de acordo com a utilização, necessidade de
resistência, exposição ao calor, exposição à umidade, ou ainda ao nível de acabamento desejado. 
É importante ressaltar que o uso de moveis soltos é abundante no mercado muito em função de sua
flexibilidade no uso e boa mobilidade, principalmente quando nos referimos ao aproveitamento de pequenos
espaços de apartamentos.
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Síntese
Chegamos ao final do capítulo. Aprofundamos e ampliamos nossos conhecimentos sobre o design, suas áreas
de atuação e oportunidades no mercado mundial e brasileiro. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
compreender os fundamentos da história do design de mobiliário
e sua relação com a sociedade de cada época;
compreender a importância da adoção de métodos e técnicas
ergonômicas aliadas a antropometria para um projeto que alia
conforto, segurança e eficiência; 
aplicar os critérios de antropometria ao design ampliando sua
abrangência no que se refere ao público-alvo através da adoção
das tabelas antropométricas;
compreender que o design tem potencialidades que perpassam
processos autorais e industriais. 
•
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Bibliografia
BRASIL, Guia Trabalhista. NR17, Norma Regulamentadora. Disponível em: <
(http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm)http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao
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BURDEK, B. E. Design: história, teoria e prática do design de produtos. Tradução Feddy Van Camp. São Paulo:
Blucher, 2010.
CRIVELARO, M. História e desenvolvimento de mobiliário. São Paulo: Erica, 2015.
DIFFRIENT, N. H. 4/5/6: a portfolio of information: 4. Human strength and safety, 5. Controls and displays,
6. Designing for people. Cambridge: MIT Press, 1981.
DOGSON, M.; GANN, D. Inovação. São Paulo: Editora L&PM, 2014.
FILHO, J. G. Design do objeto: bases conceituais. São Paulo: Escrituras, 2006. Disponível em:
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BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1Xsn
JGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%2520e%2520ergonomia&f=false)https://books.google.com.
br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1Xsn
JGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergonomia&f=false
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm
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http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%2520e%2520ergonomia&f=false
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergonomia&f=false
16/06/2022 11:34 Design do Mobiliário
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(https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1Xsn
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FRANCESCHI, R. B. A relação entre a moradia, profissional autônomo e mobiliário: diretrizes projetuais
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GRANDJEAN, E. K. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto Alegre: Artes Médicas,
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<https://www.youtube.com/watch?v=Amf8r9V7ovs (https://www.youtube.com/watch?v=Amf8r9V7ovs)>.
Acesso em: 18/07/2019.
MORAES, M. V. G. Princípios ergonômicos. São Paulo:Erica, 2014. 
QUARESMA, M. M. R. A aplicação de dados antropométricos em projetos de design: como projetar
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TEMPOS MODERNOS. Direção: Charlie Chaplin. Plataforma digital Youtube, publicado em 14 de janeiro de
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(https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4)>. Acesso em: 11/07/2019.
BLOG WESTING. Zanini de Zanine: A trajetória e os desafios do designer-artista. Disponível em: <
(https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-
zanine/)https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/
(https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/)>. Acesso em: 20/07/2019. 
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=YsojDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=design+e+ergonomia&ots=QtwWEHLZqL&sig=yPffk1XsnJGlOw9DrTN3XWy7qlM#v=onepage&q=design%20e%20ergonomia&f=false
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/89762
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/89762
https://www.youtube.com/watch?v=Amf8r9V7ovs
https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4
https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/
https://www.westwing.com.br/revista/lifestyle/zanini-de-zanine/

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