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Indaial – 2021 Design De Mobiliário, objetos e eMbalageM Prof.a Bruna Soares 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.a Bruna Soares Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S676d Soares, Bruna Design de mobiliário, objetos e embalagem. / Bruna Soares. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 166 p.; il. ISBN 978-65-5663-376-3 ISBN Digital 978-65-5663-372-5 1. Design do mobiliário. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 747 apresentação Prezado acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático da disciplina de Design de Mobiliário, Objetos e Embalagem. Este livro abarca conceitos fundamentais para o desenvolvimento dos projetos de mobiliário, objetos e embalagens. Para o desenvolvimento de um projeto de mobiliário, objetos e embalagens de excelência, é fundamental a elaboração de diversos processos industriais, com ênfase na conceituação dos estudos e aplicações dos materiais estruturais. A produção desse processo parte do desenvolvimento da linguagem gráfica, interpretação e análise do mobiliário, objetos e embalagem e dos elementos necessários para definir produtos e projetos. O estudo deve ser desenvolvido por meio da padronização, normatização técnica e parâmetros técnicos e de projeto. Na Unidade 1 você encontrará temas que abordam os conceitos básicos, os princípios de linguagem e estética do design do mobiliário, a história e teoria do mobiliário, além da indústria moveleira sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção do mobiliário, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção mobiliária. A unidade finaliza com abordagem da criação projetual do mobiliário, a partir dos materiais do processo de fabricação, ergonomia, percepção e conforto de mobiliário. Na Unidade 2, o estudo se caracteriza na produção de objetos. O estudo parte dos fundamentos de linguagem e estética do objeto, a história e a teoria do objeto, além dos recursos e matérias-primas para o desenvolvimento de objeto sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção do objeto, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção de objetos. A unidade finaliza abordando a criação projetual do objeto a partir dos materiais do processo de fabricação, ergonomia, percepção e conforto de objeto. Na Unidade 3, conforme as unidades anteriores, seguindo a mesma metodologia, os estudos partem dos fundamentos de linguagem e estética de embalagem, história e a teoria da embalagem, além dos recursos e matérias-primas para o desenvolvimento da embalagem sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção da embalagem, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção de embalagem. A unidade finaliza abordando a criação projetual da embalagem, a partir dos materiais do processo de fabricação, ergonomia e percepção. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Espera-se que esses estudos contribuam para a sua formação profissional, e que os conteúdos apresentados neste caderno de ensino possibilitem a aprendizagem e o desenvolvimento dos mobiliários, objetos e embalagens. Prof.a Bruna Soares Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO .............................. 1 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO ............................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO .......... 3 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO MOBILIÁRIO ......................................................... 4 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO ................................................................................ 5 3 HISTÓRIA E TEORIA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO ........................................................... 10 3.1 HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO ..................................................................................................... 10 3.2. DESIGN DE MOBILIÁRIO ......................................................................................................... 11 3.2.1 Mobiliário Egípcio ............................................................................................................... 12 3.2.2 Mobiliário da Mesopotâmia ............................................................................................... 12 3.2.3 Mobiliário Grego .................................................................................................................. 13 3.2.4 Mobiliário Romano .............................................................................................................. 14 3.2.5 Mobiliário Bizantino ............................................................................................................ 14 3.2.6 Mobiliário Gótico ................................................................................................................. 15 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DE MOBILIÁRIO .............................................................. 17 4.1 SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................. 17 4.2. INDÚSTRIA MOVELEIRA SUSTENTÁVEL ........................................................................... 17 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃODO MOBILIÁRIO ........................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA .............................................................................................. 23 2.1 MERCADO MOVELEIRO ........................................................................................................... 24 2.2 TENDÊNCIAS MOBILIÁRIAS .................................................................................................. 27 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO ................................................ 28 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO MOBILIÁRIO ....................................................... 28 3.1.1Gerenciamentos de projeto mobiliário .............................................................................. 29 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO ........................................................................... 30 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO ............................ 30 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS MOBILIÁRIOS................................................................... 32 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 33 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34 TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO .......................................................... 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35 2 MATERIAL E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MOBILIÁRIO ....................................... 35 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA ................................................. 36 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DO MOBILIÁRIO ............................................................... 37 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE MOBILIÁRIO ........................................... 38 3.1 MOBILIÁRIO ERGONÔMICO ................................................................................................... 38 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS MÓVEIS .............................................................. 41 4 PROJETO DO MOBILIÁRO ........................................................................................................... 42 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DO PROJETO MOBILIÁRIO .................................................. 43 4.2 PROJETO COM ÊNFASE NO MOBILIÁRIO ........................................................................... 44 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 46 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 51 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 54 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO ...................................59 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS ..................................... 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DO OBJETO .................. 61 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO OBJETO ................................................................. 62 2.2 ESTÉTICA DO OBJETO ............................................................................................................... 64 3 HISTÓRIA E TEORIA DO OBJETO .............................................................................................. 66 3.1 HISTÓRIA DO OBJETO ............................................................................................................... 66 3.2 DESIGNERS DE OBJETOS .......................................................................................................... 67 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DO OBJETO ........................................................................ 70 4.1 SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................. 71 4.2 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE OBJETO SUSTENTÁVEL .......................... 71 4.3 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA OBJETOS ..................... 73 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 75 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 76 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS ................................... 79 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 79 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DO OBJETO ...................................................................... 79 2.1 MERCADO DO DESIGN DE OBJETOS .................................................................................... 80 2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE OBJETOS ...................................................................... 83 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DO OBJETO ........................ 85 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETOS ...................................................... 86 3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE OBJETOS .................................................................. 87 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE OBJETO ...................................................................................... 89 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE OBJETOS ..................................... 90 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS OBJETOS ............................................................................ 90 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS................................................................... 95 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95 2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETO ................................................ 95 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA OBJETO ........................................................... 96 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETOS ........................................................................ 97 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE OBJETO ..................................................... 97 3.1 OBJETOS ERGONÔMICO .......................................................................................................... 98 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS OBJETOS ............................................................. 99 4 PROJETO DO OBJETO .................................................................................................................. 100 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE OBJETOS ............................................................................ 101 4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE OBJETOS .................................................................................. 102 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 103 RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................107 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 109 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS ....................... 113 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS ..................... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DA EMBALAGEM .......... 115 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DAS EMBALAGENS ................................................ 117 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DAS EMBALAGENS ...................................................................... 118 3 HISTÓRIA E TEORIA DA EMBALAGEM ................................................................................ 121 3.1 HISTÓRIA DA EMBALAGEM ................................................................................................. 121 3.2 DESIGNERS DE EMBALAGENS ............................................................................................. 123 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DA EMBALAGEM .......................................................... 124 4.1 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS ......................................... 125 4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA EMBALAGENS........ 127 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 129 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 130 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM ........................ 133 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DA EMBALAGEM ........................................................ 134 2.1 MERCADO DO DESIGN DE EMBALAGENS ....................................................................... 134 2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS ......................................................... 138 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DA EMBALAGEM .......... 140 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS ........................................... 140 3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE EMBALAGENS ..................................................... 141 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM ....................................................................... 143 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS ........................ 143 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DAS EMBALAGENS ............................................................... 144 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 146 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 147 TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM ....................................................... 149 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149 2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA EMBALAGEM .................................. 149 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS ..................................... 150 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS ........................................................... 151 3 CRIATIVIDADE, PERCEPÇÃO E FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS ................... 151 3.1 EMBALAGENS CRIATIVAS ..................................................................................................... 152 3.2 FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS .............................................................................. 153 4 PROJETO DA EMBALAGEM ....................................................................................................... 154 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE EMBALAGENS ................................................................. 155 4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE EMBALAGENS ....................................................................... 156 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 157 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 161 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 162 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 164 1 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • aprender os conceitos de linguagem do mobiliário; • diferenciar a história do mobiliário; • entender a importância da sustentabilidade na indústria moveleira; • conceituar as tendências mobiliárias; • distinguir os princípios do planejamento e controle da produção; • identificar materiais e processos de fabricação; • compreender a importância da ergonomia e conforto de mobiliário; • conhecer o processo de criação do projeto. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 1 INTRODUÇÃO O termo móvel é originalmente do latim mobilis, e o mobiliário origina-se de uma palavra do Francês mobilier. A palavra surgiu no século XIX, abrangendo uma série de conjuntos de objetos, móveis e várias funcionalidades para dar ao ser humano condições confortáveis e práticas para o cotidiano, como trabalho, descanso e lazer (CAVALCANTI, 2001). A função do designer inserido no campo projetual tem como prioridade a interação das relações do homem com o seu meio e para isso utiliza algumas ferramentas metodológicas para nortear suas ideias (BORGES,2011). Manzini e Vezzoli (2005), salientam a importância de práticas orientadas à sustentabilidade no entretenimento empresarial e questionam determinados modelos de desenvolvimento. Dentro deste contexto, o designer emerge como um importante agente no processo de transição para uma sociedade sustentável ao apresentar os cenários factíveis e visões compartilhadas de futuros possíveis e sustentáveis para as organizações e aplicando estratégias ambientais conscientes desde as fases iniciais do projeto (FERREIRA, 2008). A partir desses pressupostos, no Tópico 1, estudaremos os seguintes temas: (1) a linguagem e a estética do design de mobiliário; (2) estudo e o entendimento dos designers; e (3) a importância da sustentabilidade na indústria moveleira. 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO A estruturação do conteúdo inicia com a história e surgimento do Design de mobiliário e a industrialização. A evolução do mobiliário tem seu marco histórico na Era Industrial, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). Com os desdobramentos sociais e industriais, fez-se a produção da padronagem. Com a dinâmica da vida continuada, a mercadologia e tendências propiciam novas áreas de atuações ao profissional Design de Mobiliário. UNIDADE 1 — PRODUÇÃOE DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 4 A História do Mobiliário remete ao momento inicial em que o homem procura uma habitação para se proteger e conviver e se estende aos dias atuais. A evolução do mobiliário perpassa pela história sociopolítica, artística e cultural, por meio dos diversos períodos e regiões. O móvel acompanha as necessidades dos habitantes e das moradias, dos mais variados territórios; acompanha os estilos e maneiras regionais, evolui e aperfeiçoa-se segundo o avanço das técnicas; e se transforma, adaptando-se à modernidade e ao conforto (MARTINI, 2016, p. 12). Com os avanços econômicos e sociais, o desenvolvimento do design se destaca nas atividades produtivas e também no ensino, qualificando ainda mais profissionais. 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO MOBILIÁRIO Caro acadêmico, você sabia que tão antiga quanto a arte da arquitetura, a história do mobiliário surgiu ainda na antiguidade? O mobiliário tem uma linguagem peculiar, ocasionando uma conjuntura do design de mobiliário e da arquitetura de interiores modernos brasileiros (MORAES, 2006). Há 5.000 anos os egípcios já utilizavam técnicas e ferramentas na produção dos móveis. O crédito para o surgimento do móvel é frequentemente atribuído aos antigos egípcios. Esses povos já decoravam suas pequenas cabanas com mobiliários (cadeiras e mesas), pinturas, murais, esculturas e vasos (MARTINI, 2016). O mobiliário egípcio é testemunho inicial das artes, mas a decoração de interiores, os móveis e os acessórios fizeram-se notáveis nas civilizações em todo o mundo ao longo da História (MORAES, 2006). O design do mobiliário em frente aos acontecimentos históricos no período de 1947 a 1968, buscou a harmonização e uma identificação direta de objetos, ambientes e edificações, valorizando os locais e as tradições da cultura brasileira (SANTOS, 2014). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 5 FIGURA 1 – MOBILIÁRIOS BRASILEIROS FONTE: <encurtador.com.br/lER18>; <encurtador.com.br/etTZ1>; <encurtador.com.br/juwA1>; <encurtador.com.br/fjry2>. Acesso em: 6 jan. 2021. No século XX, os arquitetos modernos desenvolveram um mecanismo no processo de produção e criação do design de móveis, principalmente nos assentos, priorizando o conforto e visualização (TEIXEIRA, 2010). 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO Nas décadas de 1950 e 1960, romperam-se muitas barreiras, iniciando como ponto de partida um estudo de design histórico e teórico de um conceito de design nacional, voltado às atividades profissionais. Segundo Dantas (2005), é preciso investigar cuidadosamente um conjunto histórico antes deste período, tendo uma acertabilidade típica do mobiliário nacional Os móveis no Brasil, como mobílias e objetos decorativos, eram todos importados até a década de 1940, sendo assim, nada era de produção nacional. Inspirados nos modelos da Europa, algumas fábricas iniciaram sua própria produção, principiando o mobiliário brasileiro (SANTOS, 2014). Inicialmente, no século XX, eram utilizadas as madeiras escuras e curvadas para revestimentos e acabamentos palhinhas (TEIXEIRA, 1996). Atualmente, é comum a presença de palhas nos móveis, decorações e objetos. UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 6 FIGURA 2 – MÓVEL DE PALHINHA FONTE: <http://ngrevista.com.br/wp-content/uploads/2019/11/P%C3%A1gina-20-768x427.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O mercado nacional se destaca e cresce no pós-guerra, a produção dispara e há um crescimento exuberante no mercado nacional, suprindo as necessidades do crescimento e urbanização da sociedade (TEIXEIRA, 1996). O clima e os materiais disponíveis no país, como madeiras e tecidos, é um fato preocupante para a época na produção de móveis nacionais, adequando-se às limitações aqui encontradas (SANTOS, 2014). FIGURA 3 – MÓVEL DE MADEIRA E TECIDO FONTE: <https://www.casasbahia-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir. aspx?IdArquivo=853199272>; <https://www.casasbahia-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir. aspx?IdArquivo=865587949>. Acesso em: 6 jan. 2021. TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 7 George Wachavchik criou um fato histórico na arquitetura e no mobiliário na década de 1930, introduzindo casas altamente modernas no estado de São Paulo (SANTOS, 2014). Warchavchik, revolucionário da época, defende as ideias de móveis racionalistas em suas obras, implantando materiais em metal, muito utilizados nas peças europeias (SANTOS, 2014). A estética dos móveis nacionais abrange uma estrutura misturando madeiras, metais e couros (TEIXEIRA, 1996). FIGURA 4 - MÓVEL DE METAL FONTE: <http://italianleather.com.br/wp-content/uploads/2019/04/bauhaus-brno-chair-sq-1- 1024x1024.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Conhecidos por desenvolver um estilo distinto e moderno construído com base no princípio da simplicidade, professores e alunos da escola Bauhaus projetaram alguns dos móveis mais emblemáticos do século XX. Os móveis da Bauhaus foram projetados para serem funcionais acima de todas as outras qualidades. Despojados de seus elementos básicos, componentes fundamentais como mesas ou pernas foram tipicamente reduzidos a formas geométricas simples. Os designers da Bauhaus queriam criar objetos esteticamente agradáveis, mas também queriam que seus produtos estivessem disponíveis para um grande público – o design simples de cada peça tornava mais fácil produzi-los com eficiência. FONTE: <http://italianleather.com.br/10-designs-imperdiveis-da-bauhaus/>. Acesso em: 6 jan. 2021. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 8 Ainda falando das décadas de 1940 e 1950, ocorreu uma grande utilização de madeiras maciças e placas de compensado, em alguns casos, o couro é substituído pelo tecido, utilizado em encostos e assentos, amenizando o custo (TEIXEIRA, 1996). FIGURA 5 - MADEIRA MACIÇA DE 1940 FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/34/b6/fb/34b6fb87f6a8205c23a756ede9183e0b.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O pioneiro do design moderno nacional é o ícone português Joaquim Tenreiro, que defendia a qualidade moveleira e utilizava madeira de Jacarandá e palhinha como revestimento, diferente da estética de mobiliário do brasileiro José Zanine Caldas, que idealizava uma cultura específica e inovadora e utilizava chapas e recortes de compensado (TEIXEIRA, 1996). Zanine, além de dedicado as suas obras de arte, fazia um bom aproveitamento de toda chapa, aderindo beleza, desperdício e racionalização (SANTOS, 2014). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 9 FIGURA 6 - DESIGN JOAQUIM TENREIRO FONTE: <http://www.iarq.com.br/wp-content/uploads/2017/02/1-2.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Obteve-se uma produção que conjugou o espírito moderno do despojamento e da simplicidade ao uso de nossos materiais, assegurando ao móvel então produzido, uma qualidade universal e artisticamente elaborada, o que alterou de maneira significativa o aspecto do mobiliário brasileiro. [...] houve uma concepção de conforto, permitindo melhor ajustamento ao corpo, trazendo uma multiplicidade de formas, recurvas e adelgaçadas (SANTOS, 2014, p. 117). Após a Segunda Guerra Mundial (1945), com a inserção da Revolução Industrial, foi inserido mais indústrias capacitadas e qualificadas nas produções de mobílias em série, com o objetivo de preços mais acessíveis no mercado, atendendo como público-alvo a classe média, e ainda mantendo a qualidade do produto. Em 1951, notou-se uma carência de profissionais qualificados no mercado. Lina Bo Bardi, coordenadora do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em São Paulo, insere o ensino de design. Por falta de verbas do governo, resistiu apenas três anos (SANTOS, 2014). João Batista Vilanova Artigas, professor, arquiteto, engenheiro e urbanista, defende as necessidades em inserir o ensino de design na universidade. Em 1962, foi então inserido o curso de design na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidadede São Paulo (FAU-USP), visto que desenho industrial é o estudo do objeto e do seu uso. O resultado dessa intervenção deverá ser um designer caracteristicamente brasileiro, ligado nitidamente ao nosso patrimônio artístico, popular e erudito (NIEMEYER, 1998). UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 10 FIGURA 7 – UNIVERSIDADE FAU-USP FONTE: <https://imagens.usp.br/wp-content/uploads/FAU_Aula-Habit%C3%A1culos_ Foto-Cec%C3%ADlia-Bastos-121-506x337.jpg>; <https://www.causp.gov.br/wp-content/ uploads/2020/04/FAU_USP_Ana_Carolina_Coelho_229.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. No ano de 1963 nasceu o primeiro curso superior em design, a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), incentivado pela Escola de Ulm, da Alemanha, pelo corpo docente de ex-alunos (MORAES, 2006). Em 1975, a escola foi anexada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), aderindo assim um ensino acadêmico. 3 HISTÓRIA E TEORIA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO Com enfoque no conhecimento histórico dos estilos, os assuntos abordados estão organizados para melhor familiarização de acordo com a ordem cronológica tempo/espaço. Do mundo antigo a era da globalização, conheça um pouco da evolução, técnicas e criações humanas relacionadas ao design de mobiliário. Entender o panorama histórico dos estilos é fundamental para análise crítica do contexto atual, uma vez que o reflexo de sua evolução consolida o profissional atual. Contudo, saber o que é design e gostar de design é fundamental para a organização do ambiente. 3.1 HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO A história do mobiliário adequa-se aos lares desde o período neolítico (7.000 a.C.), visados tecnicamente pela dinastia do antigo Egito (2680-2407 a.C.). Na Idade Média e Renascença, os poucos móveis que existiam eram apenas utilizados pelos nobres, como cama e arcos, encontrados em palácios e mosteiros (BORGES, 2007). No século XVII, especificamente na França, surge um aperfeiçoamento de cortes diferentes e criativos de móveis. Em 1662 a 1667, o rei Henrique Navarra iniciou uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte (BORGES, 2007). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 11 FIGURA 8 – MÓVEIS DO SÉCULO XVIII FONTE: <https://pmiltonarquitetura.files.wordpress.com/2012/08/mobi_interior-3. jpg?w=529&h=311>. Acesso em: 6 jan. 2021. A academia de arte e ciências fundada por Jean Baptiste Colbert inseriu o estilo barroco na época de Louis XIV, na Europa. Consequentemente a França ampliou, levando os estilos de Louis XV e Louis XVI até o Empire e para toda a Europa. No século XVIII, os alemães Abraham e David Roentgen, marceneiros e moveleiros, profissionais excelentes da época, eram muito requisitados na Europa (ALBRECHT, 1992). 3.2. DESIGN DE MOBILIÁRIO No início da história do Design de mobiliário, utilizava-se em excesso as madeiras, mas com estudos e criatividade em ascensão na era pós-industrial, outros materiais são explorados como metal e pedra, proporcionando a entrada do plástico. Basicamente, o design de mobiliário buscava além do conforto, funcionalidade e estética, sempre buscando fortemente uma tendência de projeto dentro da arquitetura de interiores relacionado à cada época e local. Henrique Navarra iniciou uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte (SANTOS, 2014). UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 12 3.2.1 Mobiliário Egípcio No Egito, a inspiração eram os deuses. O mobiliário se resumia em tamboretes, mesas e cadeiras. Pesquisadores firmavam que tais peças eram de restos originais encontrados na tumba da rainha Heteferes. Os encostos e braços das cadeiras eram talhados em alto relevo, simbolizando os deuses e cultos religiosos, os pés em forma de patas de animais, revestidas em ouro, marfins e outros materiais luxuosos (FAZIO, 2011). FIGURA 9 – CADEIRA REVESTIDA EM OURO FONTE: <https://furniturecart.files.wordpress.com/2013/04/sitamun-throne.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O design egípcio é caracterizado por cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos, pirâmides, entre outros elementos. As pirâmides arqueológicas tiveram início à medida que ocorriam os rituais religiosos, preocupados com os rituais da morte (FAZIO, 2011). Os móveis resistentes eram “feitos para durar” após a morte dos faraós. Características do mobiliário egípcio: • Materiais utilizados: couro, pedras preciosas e tecidos. • Móveis desenvolvidos na época: cama, cadeira, bancos, vasos, arcas entre outros. • Móveis baixos e formas de desenhos diversos. 3.2.2 Mobiliário da Mesopotâmia O mobiliário da Mesopotâmia se resumia apenas em tronos sem encostos, os assentos talhados e os pés retos, simples, os murais expostos com gravuras bem trabalhadas de deuses e rainhas (FAZIO, 2011). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 13 FIGURA 10 – TRONOS SEM ENCOSTO FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_cQQHJj9j-d0/TVGxqXeX18I/AAAAAAAAA9M/ irG6H5oWpnU/s1600/mesopotamia.png>. Acesso em: 6 jan. 2021. O povo mesopotâmico se desenvolveu ao longo dos séculos em terras férteis localizadas nos rios Tigre e Eufrates. 3.2.3 Mobiliário Grego No mobiliário da Grécia continental, segundo pesquisadores, há poucas peças existentes da antiguidade, apenas anéis, pequenas peças em bronze, cerâmicas, e algumas decorações que ornamentavam o salão do trono. Era baseada em uma tendência ornamental em elementos arquitetônicos, a praticidade e a comodidade, como a cama grega, utilizada para dormir e para comer, com uma parte horizontal inclinando a altura da mesa, sem apoios para os pés (MOURA, 2015). FIGURA 11 – MOBILIÁRIO GREGO FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/_4ee9u1Xu2wI/SOgHO6IdyJI/AAAAAAAACFo/ uvDdHn4bAxU/s320/klismos.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 14 Enquanto os outros povos investiam em construções relacionadas à arquitetura militar, religiosa e residencial, os gregos e romanos foram responsáveis por obras arquitetônicas com enfoque aos espaços de manifestações e cidadania (MOURA, 2015). 3.2.4 Mobiliário Romano O mobiliário romano na Era Cristã revela-se uma influência forte da Grécia, o bronze e o mármore se destacam como tendência principal, decorações utilizadas em mesas retangulares e redondas, facilitando a praticidade, as bases dobráveis para melhor comodidade e versatilidade (GOMEZ, 2012). FIGURA 12 – CADEIRA DOBRÁVEL FONTE: <https://www.essenciamoveis.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/09/banco- dobravel.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Os romanos foram os responsáveis por introduzir a “combinação” estética e conforto (MOURA, 2015). Na época, as camas ficavam na sala principal e não no dormitório. 3.2.5 Mobiliário Bizantino Apesar de poucos mobiliários do período bizantino, há relatos e estudos, as peças eram solicitadas por famílias poderosas, palácios e igrejas imperiais, ornamento um espaço luxuoso (MOURA, 2015). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 15 FIGURA 13 – MÓVEL BIZANTINO FONTE: <https://www.wdl.org/pt/item/641/view/1/1/>. Acesso em: 6 jan. 2021. O estudo aponta que as peças eram confeccionadas com cobre retorcido, com formatos de patas de animais, similar ao mobiliário romano, em uma forma mais audaciosa, destacando a riqueza e glamour, além do cobre, havia uma junção de marfim em relevos com a mistura de madeira nobre, ornamentando o estilo e poder do período (GOMEZ, 2012). Características projetuais do mobiliário bizantino. • Utilização mosaicos. • Revestimentos cromático. • Escultura com marfim. 3.2.6 Mobiliário Gótico O design gótico inseriu no mundo arquitetônico algo bem diferente dos mobiliários citados, idealiza um diferente e arrojado móvel, além de praticidade, introduz novas formas (MOURA, 2015). Um móvel gótico identificado como aparador, com um espaço para apoiar objetos, logo abaixo um espaço fechado com portas e prateleiras, para guardar peças,louças e objetos pessoais, parecendo com uma cristaleira. Pesquisadores afirmam que as decorações são talhadas na madeira (portas) com desenhos folheados, arcos e colunas, verdadeiro mix arquitetônico, não esquecendo das cadeiras com revestimento nos assentos com tapeçaria (MOURA, 2015). UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 16 FIGURA 14 – MÓVEL GÓTICO FONTE: <https://i.pinimg.com/236x/37/48/aa/3748aa0547a57a40428e70d201be1cab.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. A evolução dos estilos do design de interiores foi ocorrendo ao longo dos grandes movimentos artísticos, como: Art Nouveau, Bauhaus, Le Corbusier e Minimalismo (VELA et al. 2016). O design de interiores do período moderno é mais simples, decorrente das mudanças e tendências. Existe uma pluralidade de ideias de cunho individual e coletivo no período, tendo diversas origens como a Bauhaus, na Alemanha; Le Corbusier, na França e Frank Loyd Right nos Estados Unidos (BENEVOLO, 2004). Caro acadêmico, após este estudo do início histórico dos primeiros mobiliários, recomenda-se sua continuação para entendimento da produção dos móveis contemporâneos. Segue link sugerido para estudos: https://www.academia.edu/9102100/ HISTORIA_DO_MOBILIARIO. DICAS TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 17 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DE MOBILIÁRIO Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de um equilíbrio, conforto, deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades. 4.1 SUSTENTABILIDADE A sustentabilidade não se limita apenas a utilização de matérias-primas naturais e certificados, mas uma grande utilização de restos de produtos fabricados em edificações, reaproveitamentos, como materiais alternativos, como bambu, juta, sisa e pedras sintéticas (FERREIRA, 2008). Um reaproveitamento bem interessante, arrojado e inovador, está no exemplo de móveis de papelão recobertos com compensados de madeiras descartados em madeireiras, aproveitando as sobras de couros para revestir em cadeiras e bancos decorativos (FERREIRA, 2008). FIGURA 15 – SUSTENTABILIDADE FONTE: <http://sustentarqui.com.br/wp-content/uploads/2014/08/ HugoFrancaMontagem-e1408058920635.png>. Acesso em: 6 jan. 2021. 4.2. INDÚSTRIA MOVELEIRA SUSTENTÁVEL A indústria moveleira precisa se preocupar com o meio ambiente e se adequar à sustentabilidade, ou seja, reaproveitar os materiais necessários para cada artigo em questão. Existem madeiras de demolição, aproveitadas de forma direta no processo de fabricação de móveis mais sustentáveis, reaproveitando resíduos que seriam enviados para o aterro sanitário, mas com a criatividade e inteligência, de modo que os projetos se concentram em reaproveitar todos os resíduos e lixos prováveis para decorações de objetos estilizados conforme necessidade de cada obra em questão, atendendo assim às exigências de cada arquiteto (OLIVEIRA et al., 2009) . UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 18 FIGURA 16 – INDÚSTRIA MOVELEIRA FONTE: <http://www.sindimol.com.br/wp-content/uploads/2012/03/DSC_0110-640x425.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos que atendem aos requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto, priorizando sempre o bom senso da economia, falando também socialmente e ambientalmente. 19 Neste tópico, você aprendeu que: • A história do design em mobiliários acentua-se na qualidade de cada época, se adequando aos lugares e etnias, o estilo de uma linguagem que se adapta a cada sistema de espaço e tempo em questão. • O modernismo e a cultura vêm se estilizando com as expressões de designers de épocas, tendo uma narrativa de atividade específica, buscando valorizar as origens, linguagens, aspectos e produções, misturando materiais e formando uma arte excepcional. • Os designers se reinventam, diversificando criatividade com materiais, tanto naturais como nativos, ou até industrializados, para uma composição incomum, aprimorando as artes arquitetônicas e inserindo nas produções objetos e artesanatos idealizando um diferencial. • A sustentabilidade não se limita apenas a utilizações de matérias-primas naturais e certificadas, mas uma grande utilização de restos de produtos fabricados em edificações, reaproveitamentos. • A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos, que atende os requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto. RESUMO DO TÓPICO 1 20 1 A história é a maneira necessária para a abordagem do design de móveis. Basicamente, o design de mobiliário busca além do conforto, funcionalidade e estética, sempre buscando fortemente uma tendência de projeto dentro da arquitetura de interiores relacionada à cada época e local. Henrique Navarra iniciou uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características do mobiliário egípcio: a) ( ) Cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. b) ( ) Cores frias, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. c) ( ) Cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos e construção imperial. d) ( ) Cores vivas, pinturas, vidros, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. 2 O mobiliário romano na Era Cristã revela-se uma influência forte da Grécia: o bronze e o mármore se destacam como tendência principal, decorações utilizadas em mesas retangulares e redondas, facilitando a praticidade, as bases dobráveis para melhor comodidade e versatilidade. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características dos móveis na Era Romana: a) ( ) Utilização de revestimentos cromáticos. b) ( ) As salas eram integradas com a área de serviço. c) ( ) As pirâmides eram as obras arquitetônicas relevantes da época. d) ( ) As camas ficavam na sala principal e não no dormitório. 3 A indústria moveleira precisa se preocupar com o meio ambiente, se adequando à sustentabilidade, ou seja, reaproveitamentos os materiais necessários para cada artigo em questão. A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos, que atende os requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto, priorizando sempre o bom senso da economia, falando também socialmente e ambientalmente. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características da indústria moveleira sustentável: a) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando desconforto visual. b) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando apenas funcionalidade. AUTOATIVIDADE 21 c) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades. d) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de desequilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades. 4 Apesar de poucos mobiliários do período bizantino, há relatos que, as peças eram solicitadas por famílias poderosas, palácios e igrejas imperiais, ornamento um espaço luxuoso. A partir desses pressupostos, descreva características do mobiliário bizantino. 5 A história do design em mobiliários acentua-se na qualidade de cada época, se adequando com os lugares e etnias, o estilo de uma linguagem que se adapta a cada sistema de espaço e tempo em questão. A partir desses pressupostos, descreva as principais diferenças de cada época. 22 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 1 INTRODUÇÃO Mundialmente, as organizações que atuam em diversos ramos da economia priorizam namaioridade investimentos de capacitação de colaboradores e gerenciamento, assimilando ótimos resultados e desempenho em cada setor designado. O setor moveleiro atualmente possui grande participação na economia mundial, fortalecendo a indústria de móveis, despertando um grande interesse nos investidores e microempreendedores (SERRA, 2005). Este setor engloba diversos tipos de matérias-primas, processos de produção, equipamentos específicos, materiais em geral, maquinários e mão de obra capacitada e qualificada, resultando um controle e planejamento eficiente na execução do produto. Antecede uma organização formada por uma estrutura estratégica e operacional, muitas vezes com deficiência, que ocasiona perdas e controle dos processos em questão (OLIVEIRA et al., 2009). Para um bom funcionamento e para e conter os desperdícios, é inserido um Planejamento e Controle de Produção, fato que auxilia na geração de empregos, aumentando a economia mundial e brasileira. O setor moveleiro vem conquistando seu espaço e mostra como é imprescindível a implantação do Planejamento e Controle de Produção e um bom gerenciamento para a excelência na produção dos materiais (SERRA, 2005). A partir desses pressupostos, no Tópico 2, estudaremos os seguintes temas: (1) compreensão da tendência no mercado moveleiro; (2) a complexidade do processo de desenvolvimento e o gerenciamento dos projetos na produção; e (3) a qualificação de um planejamento e da gestão na produção do mobiliário. 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA O mercado é muito promissor inovando as tendências. As exigências dos consumidores geram dinamismo e criatividade devido ao acesso facilitado às informações, fazendo com que as empresas realizem pesquisas de mercado e ofereçam produtos diferenciados e modernos. 24 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO O papel da indústria de móveis e mobiliários está se tornando cada vez mais necessário, com atribuições que vão desde a criação de projetos baseados nos princípios da sustentabilidade, conforto através de estudo da ergonomia, funcionalidade, melhoria da qualidade e valor estético, passando pela introdução de novos materiais (vime, bambu etc.), desenvolvimento de embalagens, até a promoção dos produtos com desenvolvimento de materiais gráficos, editoriais e criação de web sites (SERRA, 2005, p. 12). Devido ao aumento da concorrência, as empresas precisam se preparar com as mudanças do mercado, trazendo assim a necessidade de analisar as futuras tendências de mercado e satisfazer os desejos de cada cliente. 2.1 MERCADO MOVELEIRO O setor moveleiro pode ser considerado um dos mais antigos a nível mundial, pois deriva dos carpinteiros e artesãos produtores de móveis, que com a revolução industrial passaram a utilizar máquinas e ferramentas, visando obter economias de esforço e tempo. Os avanços proporcionados pelo processo industrial permitiram a padronização e os ganhos de escala, de maneira que os móveis deixaram de serem produtos artesanais para se tornarem produtos industrializados e reproduzidos em séries (FERREIRA et al., 2008). Segue quadro com o dinamismo concorrencial: QUADRO 1 – DINAMISMO CONCORRENCIAL Design: o design é o único fator de inovação próprio da indústria moveleira. O design é um bem imaterial que se exterioriza na forma de um objeto, entretanto, não deve estar relacionado apenas à aparência e à estética dos produtos. O design está vinculado a todos os aspectos relacionados à concepção do produto que permitam a empresa se diferenciar e construir vantagens sobre os concorrentes: manufaturabilidade, ergonomia, qualidade, durabilidade, conforto, utilização de novos materiais, estratégias de distribuição e marketing, entre outros. Desta maneira, as inovações em design propiciam a criação de uma “identidade própria” para os móveis de uma empresa, se constituído em um dos elementos chave para as condições de concorrência nesta indústria. Cabe destacar, que o design original é um bem passível de ser apropriado sendo protegido pelas leis de propriedade industrial (TIGRE, 2006). Máquinas e equipamentos: com relação ao padrão tecnológico das máquinas e equipamentos utilizados por esta indústria, a grande mudança ocorrida nas últimas décadas foi a substituição da base eletromecânica pela microeletrônica, o que permitiu maior aproveitamento dos materiais, maior flexibilidade na produção e melhor qualidade nos produtos. Apesar de esta indústria ser intensiva em mão de obra, as inovações tecnológicas estão permitindo uma redução em seu uso, principalmente em segmentos que possam ser transformados em processos contínuos, como é o caso da produção de móveis retilíneos seriados. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 25 Materiais: com relação aos materiais, verificam-se grandes mudanças decorrentes das inovações ocorridas nas indústrias química e petroquímica: materiais compostos, plásticos mais resistentes, novas tintas etc. Entretanto, a principal tendência observada na indústria moveleira mundial é a substituição das madeiras nativas, dado o aumento das restrições ecológicas. Estas madeiras nativas estão sendo substituídas tanto pelas madeiras reflorestáveis, como o pinus e o eucalipto, como pelas chapas e painéis de madeira reconstituída. Dentre as inovações trazidas pela indústria de painéis, destaca-se o MDF – Medium Density Fiberboard –, que revolucionou a indústria moveleira desde que foi introduzido no mercado europeu nos anos 1980. Este novo tipo de chapa apresenta resistência mecânica e estabilidade dimensional, que a transformam no substituto mais próximo da madeira maciça. Além do MDF, a indústria de painéis tem lançado uma variedade de novos tipos de chapas de madeira reconstituída, para diferentes aplicações. Cabe destacar que, na maioria dos móveis, é utilizada uma combinação de chapas e de madeiras maciças, visando melhoria da qualidade e redução dos custos. Por fim, observa-se a crescente utilização de outros materiais combinados com a madeira, como o vidro, os metais, as pedras, os couros e os plásticos. FONTE: FERREIRA et al. (2008, p. 2-3) O setor moveleiro se destaca no uso da fabricação de matérias-primas, seguindo uma classificação, como em residências, escritórios e instituições. Na indústria moveleira, segue uma sequência de madeiras torneadas e ou em linha reta, priorizando as matérias-primas como aglomerados, painéis e compensados. No mundo moveleiro, as indústrias se adequam às ampliações de variedade de matérias-primas, utilizando frequentemente madeiras maciças, madeiras como aglomerados, MDF, MDP, OSB e compensado (SERRA, 2005). O processo de execução de um móvel na produção necessita de maquinários e equipamentos adequados para a finalização do produto, ornando uma parceria de fornecedores de (SOUZA, 2017), como: • Metais. • Ferramentas adequadas como dobradiças, corrediças, articuladores, puxadores. • Acessórios, incluindo ainda fornecedores de couro, indústria têxtil, compondo móveis de excelência, de estilo, qualidade e conforto. 26 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO FIGURA 17 – INDÚSTRIA MOVELEIRA FONTE: <https://esbrasil.com.br/industria-moveleira/>. Acesso em: 6 jan. 2021. FIGURA 18 – MDF E MDP FONTE: <encurtador.com.br/fgyHV>; <encurtador.com.br/htGM4>; <encurtador.com.br/hDHKT>. Acesso em: 6 jan. 2021. Caro acadêmico, os principais produtores mundiais de móveis são China, União Europeia e Estados Unidos, sendo estes também os maiores consumidores mundiais. Na União Europeia, a Itália e a Alemanha se distinguem como maiores produtoras e como centros de excelência em design e tecnologia. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste se destacam como principais produtoras de móveis e observam-se também, nessas regiões, as maiores áreas com plantios florestais, uma vez que na fabricação de seus móveis, há predominância de madeira. Os móveis de madeira são também segmentados em retilíneos e torneados. As principais matérias-primasdos primeiros são os aglomerados, painéis e compensados. INTERESSA NTE TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 27 Os torneados têm como matéria-prima principal a madeira maciça, podendo também incluir painéis. As indústrias de processamento madeireiro têm ampliado o leque de seus produtos, de maneira que existe uma grande variedade de matérias-primas derivadas da madeira (madeira maciça, chapas de madeira reconstituída como aglomerado, MDF, MDP, OSB e compensado). FONTE: <https://www.bnb.gov.br/documents/80223/3585904/moveis_34-2018.pdf/ f0e0657f-a6c2-db33-f139-04d95692453e>. Acesso em: 6 jan. 2021. 2.2 TENDÊNCIAS MOBILIÁRIAS Tendência significa “seguir algo”, no sentido de se tratar de uma espécie de mecanismo social. No mercado atual, a tendência é fundamental para a indústria mobiliária, o design e o arquiteto inserem um processo criativo e inovador, seguindo um protocolo de determinados mercados, priorizando os lançamentos de cada região em ascensão (OLIVEIRA, 2006). FIGURA 19 – TENDÊNCIA FONTE: <https://digital.formobile.com.br/sites/formobile.com/files/styles/article_featured_ retina/public/jogo%20de%20cadeiras_0.jpg?itok=hXp6Pau7>. Acesso em: 6 jan. 2021. Na Alemanha surgiu um conceito chamado de Quarta Revolução, transformando grandes processos produtivos, instigando a criatividade, customizando o produto até a venda final. No mercado brasileiro, os designers se especializam em tendências específicas, atendendo às demandas com produto acabado, escritórios, móveis modulados, assim aproveitando melhor o espaço (DANTAS, 2005). 28 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO O gerenciamento de projetos é uma boa gestão projetual, com pessoas capacitadas em conhecimento na área desejada, desempenhando assim uma boa produtividade e finalização do produto. O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de cumprir os seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e integração apropriadas dos processos de gerenciamento de projetos identificados para o projeto (PMI, 2017, p. 10). Todos sabemos que o mercado de trabalho tem se tornando mais disputado e que o nível de exigência dos clientes tem aumentado consideravelmente. Assim, aplicar as metodologias de gerenciamento de projetos se torna imprescindível. Obviamente, cada empreendimento tem suas próprias particularidades, necessitando de estratégias específicas. É válido afirmar que gerir um projeto incorre na aplicação de conhecimentos, ferramentas e técnicas para que os objetivos definidos sejam alcançados. FONTE: <https://www.projectbuilder.com.br/blog/metodologias-de-gestao-de-projetos/>. Acesso em: 6 jan. 2021. INTERESSA NTE 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO MOBILIÁRIO O processo de desenvolvimento adere algumas áreas funcionais da empresa, especificamente a produção eficiente, indo desde o início até a finalização do produto. Cheng (2000) descreve o processo e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa: • Planejamento do produto, segmento e estabelecimento do conceito, Marketing. • Projeto do produto, projeto do processo e preparação para a produção. • Lançamento: Marketing, P & D, Manufatura, Venda e Logística. Para uma produção eficaz, necessita-se a redução de tempo no processo de desenvolvimento, tendo uma relevante importância, pessoas qualificadas desempenhando uma enorme agilidade e eficiência na finalização do produto, obtendo melhores resultados. O gerenciamento é feito através da identificação e desdobramento das variáveis que compõem o desenvolvimento do produto, através de tabelas, matrizes e procedimentos de extração, relação e conversão (CHENG et al., 1995). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 29 A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário. Está inserida em qualquer indústria produtiva. É necessária a inclusão de normalização, redução e sistema instigando a economia. A padronização intensifica as atividades do processo do valor agregado, possibilitando melhorias no sistema produtivo (CHENG et al., 1995). FIGURA 20 – DIAGRAMA DE ISHIKAWA Material Meio Ambiente Método Mão de obra Máquina Objetivo CAUSAS EFEITO FONTE: <https://d1lc5plzz0mq74.cloudfront.net/wp-content/uploads/2015/08/21203011/ Ishikawa.png>. Acesso em: 6 jan. 2021. Goese (1999, p. 18), afirma que “antes de definir padrões, faz-se necessário identificar os processos para melhorias e compreensão do funcionamento da organização”. Campos (1992) compreende a identificação dos processos, resultando em um relacionamento causa-efeito, tendo como facilitador a diferença de causa e seus efeitos, como mostra o diagrama Ishikawa. 3.1.1Gerenciamentos de projeto mobiliário O gerenciamento de projetos proporciona o desenvolvimento de competência como liderança, estratégia, capacidade de planejamento e tomada de decisão, habilidades fundamentais para uma boa gestão (PMI, 2017). Kerzner (2007, p. 30) pondera “que são diversos os fatores externos, que podem forçar as empresas a adotarem o gerenciamento de projetos como forma de realizarem os seus projetos”. A execução de um projeto eficaz necessita de um gerenciamento e liderança capacitada na área, determinando uma equipe preparada com critério de organização e seleção de pessoas qualificadas, atingindo os objetivos e garantindo o sucesso. Os critérios importantes a serem aplicados são (PMI, 2017). 30 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO • Realismo. • Capacidade. • Flexibilidade. • Facilidade de uso. • Custo. • Facilidade de informatização. O gerenciamento requer alguns fatores relevantes para a execução do projeto solicitado, considerando precisamente possível a implementação de proposta de trabalho como (CHENG et al., 1995). • Responsável pela área de Marketing. • Equipe qualificada e competente. • Determinar metas e objetivos. • Priorizar projetos de acordo com as metas e objetivos estabelecidos. Os projetos coordenados pela gerência de pesquisa e desenvolvimento, durante a execução do projeto, realizam reuniões com gerentes de outras áreas funcionais, objetivando o alinhamento e um melhor desempenho e resultados, atingindo as metas exigidas (CHENG, 1995). 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO A gestão da produção define as atividades fundamentais que as organizações usam para realizar tarefas e atingir suas metas (RITZMAN; KRAJESWSKI, 2004). As atividades desenvolvidas por uma empresa visam atender seus objetivos de curto, médio e longo prazo, se relacionando, na maioria das vezes, de forma complexa e transformando insumos e matérias-primas em produtos acabados. 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. Biazin e Godoy (2000) caracterizam esses níveis da seguinte forma: • Nível estratégico: onde são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da organização e planejamento estratégico da produção, resultando em um Plano de Produção (PP) suprindo todas as necessidades produtivas dentro de um período de longo prazo. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 31 • Nível tático: onde são definidos os planos de médio prazo para a produção, resultando no Plano Mestre de Produção (PMP). O planejamento no nível estratégico é dividido detalhes para facilitar do controle e operação. • Nível operacional: onde são definidos programas de produção de curto prazo. O PCP prepara a programação da produção com a administração de estoques, colocando em ordem, emitindo e liberando ordens de compra, fabricação e montagem, executando o acompanhamento e controle da produção. O sistema de Planejamento e Controleda Produção (PCP) é aquele que planeja e programa todas as operações e atividades da organização, controlando-as de modo que consiga ser alcançado um aumento na eficiência de todo o sistema produtivo. Em outras palavras, o sistema PCP é quem planeja as atividades necessárias para a execução da produção, desde a aquisição de matérias-primas, mão de obra, controle de processos produtivos e setores, movimentação de produtos e serviços até o consumidor final. Utilizando informações sobre a capacidade produtiva e os estoques de produtos existentes, pode ser determinado o tipo de produto a ser produzido e a quantidade estimada de produção (ZOCCHE, 2011). FIGURA 21 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO FONTE: <https://gmad.com.br/casa-do-mdf/wp-content/uploads/2019/07/lucro-2.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O planejamento é uma função administrativa de otimização de recursos de entrada, que determina o que deve ser realizado para atingir os objetivos traçados (CHIAVENATO, 2004). 32 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS MOBILIÁRIOS Pozo (2010 apud REBOUÇAS; CAMPOS NETO; FERREIRA, 2015, p. 3) afirma que: [...] as atividades de compras não são um fim em si próprio, mas sim uma atividade de apoio fundamental no processo produtivo, suprindo as demandas de materiais. Ainda segundo o autor, as atividades de compras têm por sua finalidade manter a organização numa posição competitiva no mercado através de ações de negociações de preços, buscas de materiais alternativos e no incessante trabalho de relacionamento com fornecedor. FIGURA 22 – GESTÃO NA PRODUÇÃO FONTE: <https://www.moveisdevalor.com.br/portal/cache/image/10769-sebrae-estrategias- setor-moveleiro-770x499.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O mercado moveleiro exige uma gestão capacitada, diferenciando uma redução de custos de pedidos urgentes e a seleção de fornecedores adequados, garantindo a qualidade no processo produtivo, incluindo compras com melhor preço, a entrega rápida, qualidade e confiança (MOREIRA, 2008). 33 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Mundialmente, as organizações que atuam em diversos ramos da economia priorizam na maioridade investimentos de capacitação de colaboradores e gerenciamento, assimilando ótimos resultados e desempenho em cada setor designado. • É necessária uma mudança e avaliação do desempenho dos profissionais, do processo de desenvolvimento, da organização da equipe de trabalho e dos métodos utilizados. • O objetivo inicial de propor um novo procedimento do existente, que permite colmatar as falhas atuais no processo de gestão dos projetos de moveleiros. • A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário. Está inserida em qualquer indústria produtiva. É necessária a inclusão de normalização, redução e sistema instigando a economia. • O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. 34 1 O designer e o arquiteto inserem um processo criativo e inovador no desenvolvimento dos seus projetos e objetos, seguindo um protocolo de determinados mercados, priorizando os lançamentos de cada região em ascensão. A partir desses pressupostos, descreva o significado de Tendência Mobiliária. 2 O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. A partir desses pressupostos, descreva as características dos três níveis. 3 Na gestão de Produção de Mobiliário, existe um setor indispensável e eficiente para o fluxo e organização dentro da empresa ou indústria. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA. a) ( ) PCP – Planejamento de Controle de Produção. b) ( ) PDP – Planejamento de Desenvolvimento de Produção. c) ( ) PMP – Plano Mestre de Produção. d) ( ) PCB – Plano de Controle Básico. 4 A execução de um projeto eficaz necessita de um gerenciamento e liderança capacitada na área, determinando uma equipe preparada com critério de organização e seleção de pessoas qualificadas, atingindo os objetivos e garantindo o sucesso. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com os critérios importantes a serem aplicados: a) ( ) Realismo, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso. b) ( ) Planejamento, Qualificação, Flexibilidade, Facilidade de Uso. c) ( ) Planejamento, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso. d) ( ) Realismo, Capacidade, Flexibilidade, Facilidade de Uso entre outros. 5 O processo de desenvolvimento adere algumas áreas funcionais da empresa, especificamente a produção eficiente, indo desde o início até a finalização do produto. A partir desses pressupostos assinale a alternativa CORRETA com os critérios de processo segundo Cheng (2000): FONTE: CHENG, L. C. Caracterização da gestão de desenvolvimento do produto: delineando o seu contorno e dimensões básicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INOVAÇÃO E GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO, 2., 2000, São Carlos. Anais [...]. São Carlos: IGDP, 2000. a) ( ) Planejamento do produto, Projeto do produto e Lançamento. b) ( ) Planejamento do produto, Lançamento do produto, Flexibilidade. c) ( ) Planejamento do produto, Facilidade do produto, Flexibilidade. d) ( ) Planejamento do produto, Desenvolvimento do produto, Flexibilidade. AUTOATIVIDADE 35 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 1 INTRODUÇÃO Este Tópico trabalha o desenvolvimento e a criação do projeto do mobiliário e compreende o papel do designer, partindo das primeiras ideias e desenhos iniciais até o último item a ser finalizado (BONFIM 1995). As fases do processo de produção são critérios estabelecidos pelo designer e estão na maioria das vezes acompanhados de outros profissionais de grande importância, como o marceneiro (CAVALCANTI, 2001). O designer tem como prioridade a interação das relações do ser humano com o seu meio, e para isso utiliza ferramentas metodológicas para formar as suas ideias (DIJON,1999). O estudo tem como objetivo demonstrar o processo projetual de um mobiliário desenvolvido através do referido a um conjunto de informações. “Na análise ergonômica, encontra-se a base de todo o desenvolvimento da forma e das soluções desenvolvidas, e assim foram observados padrões e adequações de medidas ergonomicamente adequadas para melhor adaptação ao conceito do móvel multifuncional” (SOUZA et al., 2017, p. 14). A partir desses pressupostos, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas: (1) O estudo e compreensão de materiais e processos de fabricação de mobiliário; (2) a ergonomia, percepção e conforto de mobiliário; e (3) o entendimento do projeto do mobiliário. 2 MATERIAL E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MOBILIÁRIO Os designers, nas criações de projetos, direcionam a importância em saber qual matéria-prima que o profissional irá trabalhar, pois cada material envolve um maquinário específico. 36 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA A produtividade no setor moveleiro representa uma ampla atividade e demanda de muitos recursos de matérias-primas das florestas. Até a finalização dos móveis e das madeiras processadas, amplia para outras atividades de produtos, associando o fornecimento de insumos. (MARTINI, 2016). A matéria-prima deriva de insumos de madeiras de reflorestamento, introduzindo o aproveitamento econômico das florestas nativas e mudas de insumos para gerar as madeiras, considerada o principal item para a extração florestal, alimentando grande parte da indústria moveleira (MARTINI, 2016). Os agentes de reflorestamento são empresas produtoras de celulose, siderurgia e produtos sólidos de madeiras, como madeira serradae chapas de madeiras, além de governos estaduais, pequenos produtores e outras empresas do ramo de reflorestamento (MARTINI, 2016). O reflorestamento fornece madeira para as indústrias de móveis e para outras atividades de produtos, separados e ou classificados como cadeia, uma delas o pinus e eucalipto, destinado para indústrias de celulose e papel, siderurgia (carvão e vegetal) (MARTINI, 2016). A outra cadeia são os laminados, as esquadrias e os painéis, classificados como principais insumos básicos na indústria moveleira, já os blocos de madeira sólida (compensados e lâminas) e os reconstituídos (aglomerados, MDF, chapas, OSB e HDF) são considerados os produtos mais importantes (MARTINI, 2016). FIGURA 23 – MATÉRIAS-PRIMAS FONTE: <https://www.moveisdevalor.com.br/portal/cache/image/7860-Industria_em_ Rondonia-770x499.jpg> Acesso em: 6 jan. 2021. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 37 Concluindo a cadeia principal de insumos necessários para a presença de tubos, fibras, pregos, colas, vidros, vernizes e tintas, elementos necessários para a fabricação de móveis, dependendo de cada estilo de móveis produzidos (MARTINI, 2016). 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DO MOBILIÁRIO O processo de fabricação é uma transformação inicial da matéria-prima até a finalização do produto acabado, engloba um conjunto de ideias, projetos, matérias-primas, seguido de um sistema(plano) de organização para a montagem ou industrialização (MOREIRA, 2004). O processo de fabricação ordena uma sequência, aderindo os maquinários adequados para o objetivo, contando com reforço do processo de conformação mecânica, forjamento e estampagem, incluindo tecnologia e equipamentos modernos e permitindo um controle eficaz no processo produtivo, que garante a qualidade do produto (MOREIRA, 2004). De acordo com Pinheiro (1999 apud TEIXEIRA, 2010, p. 17), “o setor moveleiro nacional é recente e encontra-se em fase de crescimento, adaptação ao mercado e o aperfeiçoamento de seu parque fabril”. FIGURA 24 – LAYOUT FONTE: <https://www.gabster.com.br/marcenaria/producao/3-passos-para-definir-um-layout- ideal-na-marcenaria/>. Acesso em: 6 jan. 2021. No processo de fabricação, inicialmente é necessária uma coordenação competente, contratando pessoas qualificadas e adequadas para as operações. Além disso, é necessário planejar sequências operacionais e definir o fluxo baseado nos recursos disponíveis. É importante implantar um layout, conforme Figura 24. 38 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE MOBILIÁRIO Caro acadêmico, lembre-se: sem ergonomia não existe projeto de mobiliário para o ser humano. O projetista design deve pensar nas características físicas e nas atividades das pessoas que utilizaram o mobiliário. 3.1 MOBILIÁRIO ERGONÔMICO A ergonomia é uma prioridade na concepção dos espaços e no design de mobiliário, garantindo conforto, segurança e o bem-estar necessário. A Associação Internacional de Ergonomia (2000 apud GUÉRIN et al., 2001) define que é necessário que a ergonomia esteja no foco do desenvolvimento de todo e qualquer projeto, definindo uma disciplina científica relacionada a uma aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Compreender as características dos corpos humanos é uma das principais tarefas de quem busca na ergonomia da forma humana uma ferramenta útil para alcançar a perfeição no projeto de mobiliário. Interessante notar que as etnias das pessoas representam um fator determinante para compreender a ergonomia humana previamente. Por exemplo, os orientais possuem tendência a serem baixos e magros, ao ponto que norte-americanos são marcantes em virtude da altura e largura. FONTE: <https://www.vivendodecoracao.com.br/por-que-sem-ergonomia-nao-existe- projeto-de-mobiliario/>. Acesso em: 6 jan. 2021. IMPORTANT E TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 39 FIGURA 25 – PARÂMETRO DA ERGONOMIA FONTE: <https://vivendodecoracao.com.br/old/wp-content/uploads/2016/05/ergonomia- humana-2-1030x793.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Um bom começo para atender os requisitos de ergonomia em prol dos colaboradores dentro dos ambientes de trabalho são as cadeiras de escritório. Elas devem dispor de características como: 1- Apoio para os braços: eles auxiliam na função de sustentação com objetivo de aliviar a tensão dos ombros e coluna cervical, principalmente em postos de trabalho onde o tampo da mesa não permita o apoio dos braços do usuário; 2- Regulagem de altura: é importante para que os pés estejam apoiados no chão e o assento não esteja numa altura que comprima as coxas e prejudique a circulação sanguínea. Caso isso não seja possível, deve-se utilizar o apoio para os pés; 3- O encosto com apoio da curvatura da coluna vertebral, com possibilidade de regulagem de altura do apoio lombar, proporcionando liberdade de movimentos e adequando-se a postura de cada usuário. 4- Profundidade máxima do assento e borda frontal arredondada que não pressione a área posterior dos joelhos. Uma cadeira de porte maior que será compartilhada por usuários de estaturas diferentes deve ter dispositivo de regulagem dessa profundidade de assento. 5- Para uso contínuo no computador: regulagens independentes de inclinação do encosto e do assento. INTERESSA NTE 40 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 6- Assento que faça a devida distribuição do peso do corpo, sem ser excessivamente profundo e macio e nem mesmo duro e plano. 7- As espumas do estofamento devem ter alta resiliência, ou seja, com pouca ou nenhuma deformação no seu uso. FONTE: <https://funcional.com.br/ergonomia-qual-a-sua-importancia-no-mobiliario- corporativo/>. Acesso em: 6 jan. 2021. FIGURA 26 – CADEIRA ERGONÔMICA FONTE: <https://funcional.com.br/wp-content/uploads/2019/03/ergonomia-funcional-235x300.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Definições de ergonomia tem o objetivo de ressaltar o caráter interdisciplinar e seu objeto de estudo, a interação entre o homem e o trabalho, focando em uma das áreas da ergonomia, que trata das características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, no âmbito da ergonomia física, objetivando melhorar o uso do produto, máquina ou sistema através de alterações de características físicas do produto, como dimensões, pesos, formas, resistências (GUÉRIN et al., 2001). TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 41 FIGURA 27 – ERGONOMIA NO PROJETO DE MOBILIÁRIO E MOBILIZAÇÕES FONTE: <https://vivendodecoracao.com.br/old/wp-content/uploads/2016/05/ergonomia- humana.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. A definição de ergonomia estabelece requisitos e parâmetros do mobiliário, além dos estudos e adequações, e faz necessária a análise de tarefas para o cumprimento de medidas e dimensões exigidas. Utilizada por Lima e Torres (2014), por se tratar de mobiliário multifuncional, faz-se analisar as diversas formas do uso de um determinado objeto. 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS MÓVEIS O design de um móvel exige uma perfeita junção, unindo o conforto e a funcionalidade, atualizando no passar dos anos, evoluindo assim estes quesitos (GUÉRIN et al., 2001). 42 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO Cavalcanti (2001) complementa que somente após os anos 1970 o móvel se ajustou completamente às novas exigências de moradia contemporânea. Período marcado principalmente por móveis característicos e que se adequaram às novas dimensões dos ambientes, pelo acúmulo de múltiplas funções e pela utilização de uma mesma peça para diversas funções. “Conforto significa muito mais que algo físico; conforto de verdade é tão cultural quanto físico, e tem significado diferentes coisas para diferentes pessoas em diferentes tempos” (CONFORTO [...], 2018, s. p.). FIGURA 28 – CONFORTO E FUNCIONALIDADEFONTE: <encurtador.com.br/EMYZ5>. Acesso em: 6 jan. 2021. O móvel funcional consiste na praticidade, beleza, qualidade e principalmente o conforto. Um móvel funcional é considerado como aspecto de organização e otimização do ambiente projetado. Um móvel ergonômico significa conforto e adere bem-estar ao espaço, além de idealizar um ambiente personalizado. 4 PROJETO DO MOBILIÁRO O Projeto do Mobiliário possui uma grande importância a respeito da configuração do espaço na habitação, pois influencia e serve como um estudo do ambiente, das características de moradia e das transformações. Os projetos podem ser entendidos como uma série de procedimentos sequenciais que visam buscar a solução de um problema (GIBBS, 2015). TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 43 O mobiliário possui grande importância para uma configuração de espaço na habitação, uma vez que influencia como objeto de estudo do ambiente e transforma a redução dos espaços e as alterações na caracterização com inovações tecnológicas. Ao buscar móveis mais versáteis e úteis, o ambiente terá características como flexibilidade, mobilidade e multifuncionalidade. 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DO PROJETO MOBILIÁRIO Ao projetar um mobiliário, o designer precisa estar consciente da relevância das emoções que envolvem tanto o ambiente construído quanto o usuário. Os produtos são meios de comunicação que transmitem significados, valores e funções (KRIPPENDORFF, 2006). FIGURA 29 – PROCESSO DE CRIAÇÃO FONTE: <http://www.uniesp.edu.br/sites/institucional/curso.php?id_curso=177>. Acesso em: 6 jan. 2021. No processo criativo, a metodologia de design é inserida para uma estrutura composta por etapas. Segundo Gomes (2001), essas etapas devem compreender o processo criativo não como uma receita a ser seguida, mas como fases e etapas que permitam conhecer as variáveis do problema de projeto. As etapas apresentam como macro e microestruturas: • A macroestrutura é a subdivisão do processo de desenho em etapas, ou fases, que dão orientação ao procedimento do método. • Microestrutura se entende por procedimentos empregados em cada uma das etapas. Ela oferece técnicas e métodos que podem ser empregados em certas fases (DE BRITO, 2004, p. 37). Veja no Quadro 2 as características de cada item: 44 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO QUADRO 2 – ESTRUTURAS O elemento formação profissional permite identificar a formação acadêmica em design ou áreas afins. Essa informação permite analisar as diferenças ou similaridades durante o processo de criação de cada profissional. Processo Criativo é o passo a passo do processo de cada profissional para a concepção da peça; que partido ele utiliza e de que maneira ele dá início ao seu processo de criação. Modos de Produção é o processo de produção propriamente dito, incluindo a infraestrutura produtiva. As técnicas construtivas que utilizadas, uso correto da matéria-prima, utilização ou não de outros materiais para prototipia. Matéria-prima que o profissional trabalha, pois para cada material envolve consequentemente um maquinário específico. A tipologia apresenta quais produtos aquele profissional desenvolve e consequentemente comercializa no mercado seja nacional ou internacionalmente. A proposta estética é vista como sendo de grande importância, pois a peça traduz o estilo do designer. A forma em que a peça acabada se apresenta está intrinsecamente ligada a todo um aprendizado que o profissional adquiriu durante seu processo de formação. As influências que cada profissional tem como referência projetual. FONTE: (ALENCAR; CAVALCANTI, 2016, p. 109). “Cada designer apresenta sua peculiaridade durante o processo de criação, assim como o modo e a maneira de desenvolvimento de cada peça na sua maneira de trabalhar” (ALENCAR; CAVALCANTI, 2016, p. 104). Segundo os autores, alguns critérios analisados no processo são: • Formação. • Processo criativo. • Modos de produção. • Matéria-prima. • Tipologia. • Proposta estética. • Influências. 4.2 PROJETO COM ÊNFASE NO MOBILIÁRIO O Design planeja, idealiza e realiza projetos de espaço atendendo a requisitos de funcionalidade e qualidade. Esta profissão requer a união e principalmente o bom senso com decoradores, engenheiros e arquitetos, compondo assim um projeto com ênfase no mobiliário. Munari (2002) define metodologia de projeto como sendo uma série de exercícios em uma ordem, ditada pela experiência que são necessárias para se obter o melhor resultado com o menor esforço. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 45 O planejamento se associa às necessidades estabelecidas pelas metas do projeto até o desenvolvimento, controlando os processos operacionais, passando pelas etapas de análise, criação e geração de alternativa, especificando o detalhamento. Muito frequentemente, a indústria tende a inventar falsas necessidades para poder produzir e vender novos produtos. Nesse caso, o designer não deve deixar-se envolver numa operação que se destina ao lucro exclusivo do industrial e ao prejuízo do consumidor (MUNARI, 2002, p. 30). A metodologia de projeto proporciona a organização de ideias e informações, possibilitando uma visão geral das metas estabelecidas, sistematizando o desenvolvimento, prevenindo prováveis erros, adequando uma definição eficaz de um problema. FIGURA 30 – PROJETO FINALIZADO FONTE: <https://www.worksolution.ws/o-que-considerar-em-um-projeto-mobiliario-para- aproveitar-espacos/>. Acesso em: 21 6 jan. 2021. Munari (2002) insiste em dizer que o design deve manter uma conduta de organização e articulação de decisões para o desenvolvimento e realização do processo projetual, adotando a metodologia como um suporte para o designer no momento da criação e no desenvolvimento do produto. 46 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO LEITURA COMPLEMENTAR LEVEZA E BELEZA NO DESIGN DE MOBILIÁRIO DO LAR MODERNO: ALGUNS SUBSÍDIOS Marina Kosovski Maluf Jorge Lucio de Campos INTRODUÇÃO Com o intuito de situar melhor a ideia de leveza no design de mobiliário doméstico – a fim de caracterizá-la como um aspecto de elegância, beleza e bom gosto no contexto do lar – propomos aqui uma abordagem histórica apoiada no quadro geral de mudanças ocorridas na sociedade moderna, principalmente, a partir do século XVIII. Levando em conta que “as noções do que é apropriado e, portanto, belo no lar, deram forma ao design de artigos para uso doméstico” (FORTY, 2007, p. 132), destacamos um período – que vai de meados do século XIX até o início do século XX – caracterizado pela busca de uma leveza na estética do mobiliário doméstico das casas europeias e norte-americanas, difundida tanto por designers quanto por arquitetos e decoradores, e incorporada, de modo geral, pela classe média. Nesse sentido, nos atemos a dois de seus aspectos mais significativos: 1) a concepção do lar como um espaço de expressão do caráter dos indivíduos que nele habitam (ECO, 2004; FORTY, 2007; DENIS, 2000); e 2) a incorporação das ideias higienistas no ambiente doméstico (FORTY, 2007; DENIS, 2000; LUPTON e MILLER, 1996). Para melhor abordá-los, enfatizamos a noção de lar moderno, assim como uma série de sentimentos que com ele surgem – como a intimidade, a privacidade, a domesticidade, o conforto, a identidade, o bom gosto, o bem-estar, a higiene e a eficiência – todos plenamente representados na decoração de seus interiores (RYBCZYNSKI, 1969). 1 O BELO E O BOM NO LAR 1.1 LAR E INTIMIDADE A noção do lar – tal como conhecemos hoje, como um espaço privado e íntimo – é resultante de uma mudança que começou a ocorrer na Idade Média, mas que só se consolidou com a Revolução Industrial, a saber: a separação entre a casa e o local de trabalho. Rybczynski lembra que, na Paris do século XVII, embora muitos donos de loja, mercadores e artesãos ainda trabalhassem e morassem no mesmo lugar (sobreloja), já havia burgueses – advogados, construtores,funcionário públicos – para quem a casa era apenas uma residência, o que implicava em transformações nos sentimentos nela presentes: TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 47 A consequência dessa separação foi que – com relação ao mundo exterior – a casa estava se tornando um local mais privado. Com essa privatização da casa, surgiu um maior senso de intimidade, que identificava a casa, exclusivamente, com um senso familiar (RIBCZYNSKI, 1969, p. 51). No século seguinte, tal separação entre casa e local de trabalho se instituiu, definitivamente, uma vez que o surgimento das fábricas levava os trabalhadores e os proprietários a trabalharem fora de seu ambiente domiciliar. Forty é afirmativo quanto à institucionalização desse processo “É óbvio que as fábricas são resultado da revolução industrial, mas raramente pensamos que os lares, tal como os conhecemos hoje, são uma criação da mesma revolução” (FORTY, 2007, p. 137). Conforme este autor aponta, a fábrica e o escritório não apenas separavam, fisicamente, o trabalho do lar. Suas características estimularam as pessoas a manter os espaços, mentalmente, separados. Se as primeiras representavam lugares da opressão – tanto para a classe operária, a “oprimida”, quanto para os empregadores, os “opressores”), o último deveria conter todas as virtudes positivas que o transformavam num abrigo onde era possível resgatar o respeito por si mesmo. O lar, que já vinha adquirindo um senso de intimidade familiar, passou a representar, assim, o amor-próprio, o resgate da autoestima, adquirindo o caráter de um lugar de ficção, de dissociação, que deveria estar isento de qualquer sentimento ruim: uma espécie de lugar ideal. É nesse contexto, ou seja, do lar como um lugar de refúgio e intimidade, que a decoração da casa, de seus objetos e móveis começaram a adquirir maior importância. A domesticidade é um conjunto de emoções sentidas, e não um único atributo. Ela está relacionada à família, à intimidade, a devoção ao lar, assim como uma sensação da casa como incorporadora – e não somente abrigo – destes sentimentos [...] O interior não era só um ambiente para as atividades domésticas – como sempre havia sido – mas os cômodos, os seus objetos, agora adquiriam vida própria (RYBCZYNSKI, 1969, p. 85). 1.2 BELEZA, SOLIDEZ E CONFORTO “Fazer do lar um lugar totalmente virtuoso exigia trabalho duro e os vitorianos adotaram várias estratégias para satisfazer essas ilusões” (FORTY, 2007, p. 214), dentre as quais o desenvolvimento de padrões especiais de gosto e de um design voltado para o lar. Já que o ambiente de trabalho não oferecia um modelo a ser seguido nos interiores domésticos, os vitorianos buscaram uma metáfora – acerca de como um lar deveria parecer – que pudesse lhes servir de inspiração: “os descreviam, frequentemente, suas casas como um céu” (FORTY, 2007, p. 142), isto é, partir da imagem de algo sereno, calmo e alegre, sem nenhum resquício daquele outro ambiente. 48 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO Mas o céu tampouco ofereceria um modelo satisfatório (e concreto) de decoração a ser seguido. A fonte mais disponível de inspiração para os decoradores passou a ser as casas da aristocracia, lugares totalmente livres da associação com o trabalho, e que a burguesia admirava em função de sua vida de ócio e conforto. Assim, até a década de 1860, muitas casas burguesas buscaram imitar o gosto aristocrático (FORTY, 2007; DENIS, 2000), o que resultou em interiores que prezavam o conforto e o luxo, repletos de móveis, cortinas, estampas, motivos decorativos, papéis de parede, carpetes, enfim, de objetos, tecidos e ornamentos. Dessa forma, embora tenha sido possível identificar, naquele momento, uma aproximação entre a noção de lar e uma busca pela leveza, metaforizada na imagem do céu, pode-se dizer que esse sentido não se materializou na aparência dos interiores. Ao contrário: a casa era a quintessência do mundo burguês, pois nela, e nela apenas, se podia esquecer ou suprimir, artificialmente, os problemas e as contradições da sociedade. Aqui e somente aqui, as famílias burguesas [...] podiam manter uma ilusão de felicidade harmoniosa e hierárquica, circundadas pelos manufaturados que eram a demonstração dessa felicidade e que, ao mesmo tempo, a tornavam possível.[...] A impressão mais imediata de um interior burguês da metade do século é de super aglomeração e dissimulação: uma quantidade de objetos, no mais das vezes mascarados por almofadas, tecidos drapeados, tapeçarias e sempre, qualquer que seja a sua natureza, elaborados. Nenhum quadro numa moldura dourada, entalhada, marchetada, até listrada de veludo; nenhuma cadeira sem estofamento; nenhum tecido numa borda. Vale lembrar que a opulência dos interiores vitorianos se deu num momento em que as questões de aparência e identidade ganhavam importância numa sociedade marcada pelo crescimento e expansão da classe média e pela transformação nos hábitos de consumo pessoal e domésticos. Denis (1999, p. 56) resume com precisão esse momento: O surgimento das classes medias na Europa e nos estados Unidos [...], trouxe uma relativa democratização da noção de individualidade, ou seja, uma nova disposição de diferenciar e expressar a identidade de cada um do grupo através de opções de leitura, de vestuário, de decoração, enfim, de consumo. Segundo Richard Sennet, no seu já clássico O declínio do homem público, o século XIX foi marcado por uma transformação profunda nas relações sociais em que mercadorias e hábitos de consumo passam a ser vistos como verdadeiros “hieróglifos sociais”, simbolizando a personalidade e demarcando identidades. Assim, a beleza e o bom gosto, expressos através do excesso e da opulência dos objetos domésticos, não só representavam o conforto, como também eram uma forma de diferenciação social: É na moradia de classe média; na intimidade do lar; nas mesas, estantes, gavetas e armários da burguesia grande e pequena que se encontra um dos primeiros focos históricos importantes para a personalização do design. A preocupação com a aparência – primeiramente, da própria pessoa e, por extensão, da moradia – como indicador do status individual, serviu de estímulo para a formação de códigos complexos de significação (DENIS, 2000, p. 57). TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 49 Será com bases nessa identificação entre o sujeito e seus objetos, assim como na noção de que o lar expressa o caráter de seus habitantes, que, na segunda metade do século XIX, sua aparência se transformará, sobretudo a partir de uma reação, por parte de arquitetos e designers, à opulência do gosto vitoriano. 1.3 APARÊNCIA E IDENTIDADE No livro Cultura e sociedade, Raymond Williams discute os contrastes existentes entre algumas ideias de forte influência – os embates sobre questões políticas, a democracia e o novo industrialismo, a oposição entre indivíduo e massa, a salvação da indústria doméstica frente à industrialização das manufaturas, o ataque ao utilitarismo, entre outras – próprias da Inglaterra do início do século XIX, sob os efeitos da Revolução Industrial e no clima de grandes mudanças de ordem social. Não cabe aqui se estender demais sobre um assunto já tão amplamente abordado, mas apenas apontar que, concordando com Williams, essa “tradição de crítica à sociedade industrial” integrava as bases da transformação que estabelecerá a ideia de uma estreita relação entre a cultura e a sociedade, e deu ensejo às principais convicções de William Morris (1834-96) e de John Ruskin (1819-1900), responsáveis pela fundação do Arts & Crafts. O fato de, pela primeira vez, arquitetos e designers projetarem um móvel – com a consciência de que aquele objeto inevitavelmente refletirá o seu tempo – carregou o design com um sentimento de moralidade, a partir do qual se desenvolverá uma crítica aos modos de produção e à estética vigentes.Em reação às transformações provocadas pelo utilitarismo e pelo novo industrialismo (FORTY, 2007; DENIS, 2000), este movimento buscou, como pode, resgatar e preservar valores como honestidade e simplicidade. Desse modo, a beleza de um móvel passou a ser considerada como intimamente relacionada ao método como ele foi feito e aos valores por ele carregados, resultando num padrão formal que se opunha à aparência pesada, até então cultivada pelos vitorianos. Desse modo: A mesma abundância de mercadorias baratas, que era percebida pela maioria como sinônimo de conforto, de luxo e de progresso, passou a ser condenada por alguns como indicativa do excesso e da decadência dos padrões de bom gosto e, mesmo, de padrões morais. Ao mesmo tempo que a nova fartura industrial ampliava as possibilidades de consumo para a multidão, para alguns ela gerava preocupações inéditas sobre a natureza do que era consumido (DENIS, 2000, p. 69). A estética do mobiliário produzido durante a vigência do Arts & Crafts foi, rapidamente, incorporada ao gosto de arquitetos e decoradores, dando origem a um outro movimento chamado mobília de arte. Segundo Forty, “à medida que os ambientes domésticos passaram a ser considerados sinais do caráter de seus ocupantes, as pessoas começaram a se esforçar para apresentar uma imagem satisfatória de si mesmas.” (FORTY, 2007, p. 148). O objetivo era, 50 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO fundamentalmente, “estabelecer toda uma forma de beleza que correspondesse, aproximadamente, às virtudes morais que, (segundo pensavam Morris e Ruskin), deveriam ser representadas no lar”. (FORTY, 2007, p. 153), passando os manuais de decoração a repudiar o mau gosto do excesso e a enfatizar a simplicidade. FONTE: Adaptado de <http://www.bocc.ubi.pt/pag/maluf-campos-leveza-e-beleza-no-design- de-mobiliario.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2021. 51 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • A produtividade no setor moveleiro representa uma ampla atividade e demanda de muitos recursos de matérias-primas das florestas. Até a finalização dos móveis e das madeiras processadas, amplia para outras atividades de produtos, associando o fornecimento de insumos. • O processo de fabricação é uma transformação inicial da matéria-prima até a finalização do produto acabado, engloba um conjunto de ideias, projetos e matérias-primas, seguido de um sistema(plano) de organização para a montagem ou industrialização. • Sem ergonomia não existe projeto de mobiliário para o ser humano. O projetista deve pensar nas características físicas e nas atividades das pessoas que utilizaram o mobiliário. • O design de um móvel exige uma perfeita junção, unindo o conforto e a funcionalidade, atualizando no passar dos anos, evoluindo assim estes quesitos. • Cada designer apresenta sua peculiaridade durante o processo de criação, assim como o modo e a maneira de desenvolvimento de cada peça na sua maneira de trabalhar. • Ao projetar um mobiliário, o designer precisa estar consciente da relevância de emoções que envolvem tanto o ambiente construído quanto o usuário. Os produtos são meios de comunicação que transmitem significados, valores e funções Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA 52 1 Um bom começo para atender aos requisitos de ergonomia em prol dos colaboradores dentro dos ambientes de trabalho são as cadeiras de escritório. Descreva as características para o desenvolvimento de uma cadeira de escritório. 2 Cada designer apresenta sua peculiaridade durante o processo de criação, assim como o modo e a maneira de desenvolvimento de cada peça na sua maneira de trabalhar. Descreva as características dos critérios de processo para o desenvolvimento de uma peça. 3 No processo criativo, a metodologia de design é inserida para uma estrutura composta por etapas. Essas etapas devem compreender o processo criativo não como uma receita a ser seguida, mas como fases e etapas que permitam conhecer as variáveis do problema de projeto. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as etapas de metodologia. a) ( ) Macroestrutura e Microestrutura. b) ( ) Ergonomia e Microestrutura. c) ( ) Design e Macroestrutura d) ( ) Funcionalidade, Macroestrutura e Microestrutura. 4 Quando se trata do processo de criação, cada designer possui suas individualidades. Além disso, o modo de trabalho e de desenvolvimento de componentes também apresenta a peculiaridade de cada designer. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características do modo de produção. a) ( ) É o passo a passo do processo de cada profissional para a concepção da peça; que partido ele utiliza e de que maneira ele dá início ao seu processo de criação. b) ( ) Apresenta quais produtos aquele profissional desenvolve. c) ( ) Que o profissional trabalha, pois para cada material envolve consequentemente um maquinário específico. d) ( ) As técnicas construtivas que utilizadas, uso correto da matéria-prima, utilização ou não de outros materiais. 5 Ao projetar um mobiliário, o designer precisa estar consciente da relevância de emoções que envolvem tanto o ambiente construído quanto o usuário. Os produtos são meios de comunicação que transmitem significados, valores e funções. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características da metodologia Macroestrutura. AUTOATIVIDADE 53 a) ( ) Técnicas e métodos que podem ser empregados em certas fases. b) ( ) Ergonomia das peças. c) ( ) Subdivisão do processo de desenho em etapas, ou fases, que dão orientação ao procedimento do método. d) ( ) Design e criatividade projetual. 54 REFERÊNCIAS ALBRECHT, K. Revolução nos serviços. São Paulo: Pioneira, 1992. ALENCAR, A. L. de; CAVALCANTI, V. P. Designers de mobiliário: um estudo de caso sobre o processo de configuração dos designers contemporâneos brasileiros. Estudos em Design. Rio de Janeiro: v. 24, n. 3, p. 104-115, 2016. BIAZIN, C. C.; GODOY, A. M. G. O planejamento e controle da produção na indústria de revestimentos cerâmicos. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 20., Natal, 2000. Anais [...]. Natal: ABEPRO, 2000. BORGES, A. Móvel brasileiro contemporâneo / Adélia Borges, Paulo Herkenhoff, Rafael Cardoso. Rio de Janeiro: Aeroplano: FGV Projetos, 2007. BORGES, A. Designer mais artesanatos: O caminho brasileiro. 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Acesso em: 6 jan. 2021. 58 59 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • entender os conceitos de linguagem do objeto; • diferenciar a história do objeto; • entender a importância da sustentabilidade do objeto; • conceituar as tendências do objeto; • distinguir os princípios do planejamento e controle da produção; • identificar materiais e processos de fabricação; • compreender a importância da ergonomia e conforto do objeto; • conhecer o processo de criação do projeto. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 60 61 UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS Acadêmico, com a história e a evolução das sociedades, surge a utilização de grafismo como forma de expressão do homem. Anos mais tarde, no período Paleolítico, também conhecido como Idade da Pedra, iniciaram as produções de objetos. Os objetos eram feitos de utensílios achados, como chifres, dentes e madeiras. Naquela época não existiam as inúmeras técnicas encontradas no mercado. Atualmente, os objetos são muito utilizados na decoração, que une as ideias e criatividade dos profissionais designers de objetos, móveis, embalagens, entre outros. O designer compreende e trabalha a técnica visual, estabelecendo as relações entre a estética e a funcionalidade. Assim, o profissional consegue relacionar os aspectos materiais e projetuais do objeto, além de inserir um conjunto de experiência humana, harmonizando o espaço a ser desenvolvido. A partir desse pressuposto, no Tópico 1 estudaremos os seguintes temas: 1) estudo da linguagem e a funcionalidade do objeto; (2) estudo e a compreensão dos designers; (3) a importância da sustentabilidade das matérias-primas na indústria do objeto. 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DO OBJETO Estudos de linguagem e estética requerem uma pesquisa do objeto de design específico, tendo como propósito a análise de todos os tipos de objetos (KUBISCH e SEGER, 2007). A função estética ocupa um campo de ação muito mais amplo que a arte propriamente dita. Qualquer objeto e qualquer ação (seja um processo natural ou uma atividade humana) podemchegar a ser portadores da função estética” (MUKAROVSKY, 1993, p. 22). Conforme Kubisch e Seger (2007), a estética tem como base o desenvolvimento e a finalização do produto, relacionando o entretenimento de usos necessários. Além disso, ainda visa unir o conforto e a valorização do ambiente. UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 62 FIGURA 1 – OBJETOS DE DESIGN FONTE: <encurtador.com.br/oMU18>; <encurtador.com.br/wyGX9>; <encurtador.com.br/nqOTV>. Acesso em: 7 jan. 2021. Segundo Kubisch e Seger (2007), a estética é fundamental, principalmente na aparência do objeto, pois proporciona soluções e estratégias de projeto, produção e venda final, além de definir um produto de qualidade. 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO OBJETO Na longa história da humanidade, surge a utilização de grafismo como forma de expressão do homem. No período da Idade da Pedra (30.000 a.C.), os objetos já eram feitos de utensílios achados, como chifres e dentes. Também eram feitos desenhos em pedras ornamentais (KUBISCH e SEGER, 2007). Os padrões têm ocorrido dentro e fora dos estilos ao longo de séculos, e provavelmente, nunca irão desaparecer. O fascínio que exercem sobre os seres humanos, seja mística, psicológica ou sensorial, nunca realmente vacilou, simplesmente existem momentos em que é mais aceitável do que outros (SAVOIR, 2007, p. 7). Já no período modernista, é notória a existência de uma grande essência de forma e textura natural dos materiais, que valoriza os objetos em madeiras, pedras, vidros, ferros, aços e padronagens nos papéis de paredes, que ornamentam uma junção decorativa e específica (MUNARI, 1997). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS 63 FIGURA 2 – OBJETOS NATURAL FONTE: <encurtador.com.br/jDKOS>; <encurtador.com.br/azGNO>; <encurtador.com.br/djvFM>. Acesso em: 30 ago. 2020. Grafismo é a arte em que são mais relevantes as formas, as cores e detalhes do que a figura ou representação. Pode ser também uma forma mais sucinta de representar um objeto ou composição de objetos, contanto que os impactos de cor e forma façam sentido com a proposta do artista. A arte do grafismo é simples e exuberante das cores, criando conceitos como a repetição, ritmo, equilíbrio e escala. O grafismo pode mostrar uma ideia estática ou com a sensação de movimento. FONTE: <https://tiatatimaluquinha.blogspot.com/2014/08/tipos-de-linhas-e-grafismo- artes-visuais.html>. Acesso em: 6 jan. 2021. NOTA UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 64 2.2 ESTÉTICA DO OBJETO Ao longo da história, considerando os produtos elaborados e ou preparados pelo homem, estes exercem as funções que envolvem objetos e peças práticas, estéticas e simbólicas, predominando uma funcionalidade e atendendo às expectativas idealizadas ao objeto. Ainda sobre as funções do objeto, estas atribuem- se às superfícies, aos objetos em si e aos ambientes decorados, o que evidencia e auxilia algumas características específicas do projeto (LÖBACH, 2001). A seleção da padronagem é pessoal. Os padrões são simbólicos e são imbuídos de significados culturais. Estão intrinsecamente ligados com estilo e cor, com textura e com a memória. O reconhecimento de uma padronagem é uma hierarquia cognitiva de definições, momentos e detalhes, como um quebra-cabeça no design de interiores, a padronagem deve fazer parte do projeto (RODERMANN, 1999). A padronagem se resume em estampas e pode tanto ser aplicada na superfície dos tecidos como trabalhadas na própria estrutura dele durante a produção (LÖBACH, 2001). As padronagens são elementos muito fortes nas decorações, interpretando e harmonizando uma composição com objetos dentro do ambiente (LÖBACH, 2001). FIGURA 3 – OBJETO DE DECORAÇÃO EM PADRONAGEM FONTE: <encurtador.com.br/fmtMN>; <encurtador.com.br/mEST4>. Acesso em: 6 jan. 2021 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS 65 O uso da padronagem em objetos decorativos confere mais estilo e personalidade a uma casa. Com o auxílio de conceitos decorativos básicos e bom senso, utilizando objetos adequados, compondo uma combinação de recurso com um mobiliário adequado para garantir um ambiente charmoso e harmônico. Apesar de serem conceitos um pouco parecidos é importante entender as diferenças entre a padronagem e a estampa. Enquanto o primeiro é a repetição de desenhos no próprio tecido durante a fabricação, as estampas são uma pintura ou uma adesivação sobre o tecido liso. FONTE: <https://blog.lartex.com.br/padronagem-na-decoracao/>. Acesso em: 6 jan. 2021. IMPORTANT E A estética do objeto é o resultado final da aparência e deve estar condizente com alguns tópicos, como: • Atributos do exterior. • Estilo. • Organização. • Visual do objeto. • Funcionalidade. • Função ergonômica. FIGURA 4 – OBJETOS FUNCIONAIS FONTE: <encurtador.com.br/twxL1>; <encurtador.com.br/jBIQY>; <encurtador.com.br/bdixX>. Acesso em: 7 jan. 2021. Segundo Gomes Filho (2002), ainda sobre a estética do objeto, pode-se dizer que a arte é também uma prioridade no conceito de estudo em questão, que envolve vários atributos na composição final, como já citado, nas decorações em metais, em ferro, em cerâmicas, as padronagens, e assim por diante, atendendo e priorizando as questões de cada época e registrando o tempo ao qual está vinculado. UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 66 3 HISTÓRIA E TEORIA DO OBJETO A história e teoria do objeto torna-se viável e mais conhecida por análises dos projetos mobiliários e dos modos de mediação e comunicação tecnológica. Abrange os mais diversos ideais e caracteriza uma teoria geral da sociedade humana com base em um sentindo existencial, uma compreensão total do mundo (BAUDRILLARD, 2003). 3.1 HISTÓRIA DO OBJETO Segundo estudos já vistos anteriormente, o design surgiu no século XIX, na revolução industrial, e o objetivo inicial era unir a função e a forma do objeto, de forma a otimizar a funcionalidade e a beleza estética do ambiente conforme projeto. A intenção era de sistematizar o discurso que os objetos de design manifestam ao serem consumidos, aquilo que escapa de essencial ao designer e que, nos objetos, adquire (simbolicamente) vida própria: “...hoje os objetos tornaram-se mais complexos que o comportamento do homem a eles relativo” (BAUDRILLARD, 2008, p. 62) FIGURA 5 – OBJETOS SÉCULO XIX FONTE: <encurtador.com.br/ghpsx>; <encurtador.com.br/lqHKO>; <encurtador.com.br/oGM27>. Acesso em: 7 jan. 2021. Apresentamos, ainda, um conjunto de reflexões sobre o caráter dos objetos em um nível que transcende ao funcional. Em linhas gerais, parte-se do pressuposto de que os objetos de Design estão ligados de forma direta ao homem e são portadores de significados que mediam as relações humanas (BAUDRILLARD, 2008). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS 67 FIGURA 6 – OBJETOS FUNCIONAIS FONTE: <http://www.megaartigos.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/03/objetos-de-casa- e-o-design.jpg>. Acesso em: 7 jan. 2021. Considera-se ao longo da história os produtos desenvolvidos pelo homem, possuindo funções práticas, estéticas e simbólicas, e que a predominância de uma função não elimina as demais, todas fazem parte do objetivo a que se destina o objeto (LÖBACH, 2001). O objeto possui um significado de longa duração e seu próprio significado funcional e não apenas a finalidade dos objetos, mas também a uma capacidade de fazer parte de um conjunto de relações (BAUDRILLARD, 2008). 3.2 DESIGNERS DE OBJETOS Designers designam um desenvolvimento de objetos conceituais, dando ênfase à decoração de interiores e paisagismo e consolidando uma atividade e um campo de conhecimento em que os designers estão presentes na vida de toda a sociedade. Assim, suprem as necessidades dos projetos, unificam e compõem estruturas e ambientes harmoniosos, com objetos de decoração conforme a moda atual de cada época (ESCOREL, 2004). UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO68 FIGURA 7 – DECORAÇÕES DE INTERIORES E PAISAGISMO FONTE: <encurtador.com.br/dftA7>; <encurtador.com.br/bEJT4>; <encurtador.com.br/cpvMZ>. Acesso em: 6 jan. 2021 Você sabia que o pós-modernismo se caracteriza por uma série de mudanças que vêm ocorrendo na sociedade desde 1950? A essência da pós-modernidade vem através das cópias e imagens de objetos reais e a reprodução técnica do real, significando apagar a diferença entre real e o imaginário, a essência e a aparência, ou seja, um real, mais real e mais interessante que a própria realidade, chamado por alguns autores como hiper-realidade. FONTE: <http://editor.ifpb.edu.br/reitoria/pro-reitorias/prpipg/revista-principia/edicoes-da- revista/Revista_Principia16-1.pdf#page=68>. Acesso em: 6 jan. 2021. INTERESSA NTE TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS 69 Os designers definem os objetos em seus projetos, que devem ter duas funções essenciais: • Objeto de utilização: prático e funcional, objeto utilitário. • Objeto de possessão: subjetivamente um objeto de coleção. FIGURA 8 – OBJETO UTILITÁRIO E DE COLEÇÃO FONTE: <encurtador.com.br/FQWY4>; <encurtador.com.br/puGOS>; <encurtador.com.br/gmoKW>; <encurtador.com.br/ceGP3>. Acesso em: 6 jan. 2021 Fundamentalmente, as lojas, as revistas e mostras das indústrias da decoração transformam a ambiência num objeto de consumo, no símbolo de desejo, transformando os espaços em signos, implicando uma modificação simultânea da relação humana com o consumo do ambiente. Tenta-se, com isso, de jogar com o desejo do bem-estar, do conforto e da geração de um estilo de vida baseado numa suposição de funcionalidade, de bom gosto e refinamento, como se o morar bem não fosse necessário a todos, mas apenas a um grupo privilegiado de pessoas (BENJAMIM, 1991). UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 70 Segundo Debord (1997), fica uma prática de decorações, mesclando objetos funcionais e objetos de coleção, contribuindo uma produção específica de objetos de decoração de uso doméstico e de uso nos diversos ambientes. 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DO OBJETO Ultimamente, cresceu o interesse na questão do design de produtos sustentáveis, ainda com uma perspectiva adotada pelo profissional. Instiga-se uma atenção especial relativa à competência criativa essencial dos designers, que foca em uma análise específica do ciclo de vida e uso de materiais reciclados (FEATHERSTONE, 1995). FIGURA 9 – SUSTENTABILIDADE FONTE: <encurtador.com.br/cgO24>; <encurtador.com.br/JMOZ6>; <encurtador.com.br/Q1456>. Acesso em: 6 jan. 2021 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS 71 Ao reutilizar, é possível ressignificar muitas coisas que não são mais úteis para você. Em inglês, essa prática se chama “upcycle”. Você pode transformar garrafas em vasos, enfeites e um monte de outras coisas. Dá para usar restos de madeira ou caixas de feira para construir seu próprio móvel, como uma estante, prateleira ou mesinha. Você consegue encontrar várias inspirações de upcycle no Google, é bem bacana! Além disso, também tem o sentido mais comum de se reutilizar que é apenas usar novamente, com a mesma função já usada. Por exemplo, você pode reutilizar potes de vidro de alimentos para guardar outras coisas dentro. É bem prático, econômico e sustentável. FONTE: <http://reciclagemsemescandalo.com.br/2018/06/10-dicas-sustentabilidade-dia-a-dia/>. Acesso em: 6 jan. 2021 NOTA 4.1 SUSTENTABILIDADE O conceito de sustentabilidade está em alta no mundo todo e em todas as áreas. A indústria da moda foi aderindo esta ideia para estimular o consumo. Não muito diferente é o que acontece com o mundo das decorações, design de interiores e nas edificações (MANZINI; VEZZOLI, 2002). 4.2 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE OBJETO SUSTENTÁVEL O desenvolvimento e os recursos sustentáveis deram-se na definição das necessidades do presente e do futuro, dando prioridade a três princípios básicos que devem ser compridos: • Desenvolvimento econômico. • Proteção ambiental. • Equidade social. UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 72 FIGURA 10 – OBJETO SUSTENTÁVEL FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-qc7c-3qFkDo/UHBxT01c14I/AAAAAAAAAZs/5JlJOq_kUlg/ s1600/porta+lapis+de+garrafa.jpg>; <https://acasadopedrinho.com/blog/wp-content/ uploads/2014/08/image125.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021 O processo de desenvolvimento sustentável está relacionado ao crescimento e objetividade à conservação do uso racional dos recursos naturais, que são: • Crescimento renovável. • Mudança de qualidade do crescimento. • Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e saneamento básico. • Garantia de um nível sustentável da população. TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS 73 • Conservação e proteção da base de recursos. • Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco. • Reorientação das relações econômicas internacionais (CMMAD, 1991). 4.3 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA OBJETOS Muitos produtos são considerados sustentáveis por proporcionar menos perdas, por serem recicláveis ou mais duráveis e outros são porque contêm menos substâncias prejudiciais ou tóxicas (CHEHEBE, 1997). Vamos conhecer, a seguir, algumas matérias-primas que não poluem, que beneficiam ao meio ambiente, e principalmente são econômicas: • Vidros. • Tijolos de solo cimento. • Cortiça reciclada. • Tinta natural. • Cola a base de água. • Madeiras de demolição. • Sedas artesanais etc. Materiais sustentáveis podem ser de origem artesanal ou industrializados, que não sejam poluentes nem tóxicos e que beneficiem o meio ambiente e a saúde dos usuários e dos trabalhadores. Embora se pareçam em conceito, um material sustentável não é necessariamente igual a um material ecológico, enquanto o primeiro analisa todo o ciclo econômico e socioambiental, o segundo a preocupação é somente com o impacto ao meio ambiente. FONTE: <https://sustentarqui.com.br/saiba-como-escolher-um-material-sustentavel/>. Acesso em: 6 jan. 2021. IMPORTANT E UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 74 FIGURA 11 – MATÉRIA-PRIMA AMBIENTAL DO OBJETO FONTE: <https://storage.googleapis.com/eureciclo-blog/1/embalagens-1.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Segundo Chehebe (1997), um produto sustentável é o que apresenta o melhor desempenho ambiental, com função, qualidade e nível de satisfação. Ao comparar com um produto padrão, as matérias-primas têm um recurso proveniente do manejo sustentável e respeitam os critérios ambientais e sociais, que garantem a renovação natural dos ecossistemas. 75 Neste tópico, você aprendeu que: • A história e teoria do objeto torna-se viável e mais conhecida por análises dos projetos mobiliários e dos modos de mediação e comunicação tecnológica, acentuando o estilo, qualidade, funcionalidade e estética de cada época. • Design do objeto se remete especificamente à moda, à decoração de interiores e ao paisagismo, consolidando um conhecimento de campo em estudo, suprindo as necessidades dos projetos, unificando e compondo estruturas e ambientes harmoniosos, com objetos de decoração conforme a moda atual. • A sustentabilidade no mundo todo e em todas as áreas já está virando uma mania necessária, por exemplo: a indústria da moda foi aderindo esta ideia, estimulando o consumo. Não muito diferente inseriu-se no mundo das decorações, design de interiores e nas edificações. • O desenvolvimento e os recursos sustentáveis se definem nas necessidades do presente e do futuro, estabelecendo um grande aumento no setor econômico, além de tudo proteção ambienta. • A estética é fundamental, principalmente na aparência do objeto, proporcionando soluções e estratégias de projeto, produção e venda final, definindo também um produto de qualidade. RESUMO DO TÓPICO 1 76 1 Na longa história da humanidade, surge a utilização de grafismo como forma de expressão do homem. No período da Idadeda Pedra (30.000 a.C.), os objetos já eram feitos de utensílios achados, como chifres e dentes. Também eram feitos desenhos em pedras ornamentais (KUBISCH; SEGER, 2007). A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com as características do mobiliário egípcio. FONTE: KUBISCH, N.; SEGER, P. A. Ornaments: patterns for interior decoration (based on “The Practical Decorator and Ornaments by George & Maurice Ashdown Audsley, 1892”), Berlin: H.F. Ullmann, 2007. a) ( ) Chifres, dentes e, também eram feitos desenhos em pedras ornamentais. b) ( ) Desenhos de símbolos místicos e ornamentais, pirâmides entre outros elementos. c) ( ) Pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos e construção imperial. d) ( ) Cores vivas, vidros, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. 2 Estética do objeto é o resultado final da aparência, devendo, assim, estar condizente com alguns tópicos. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com os tópicos condizentes: a) ( ) Ferramentas, estilos, pedras, funcionalidade. b) ( ) Estilo, vidros, funcionalidade, função ergonômica. c) ( ) Ferramentas, estilos, visual do objeto. d) ( ) Atributos do exterior, estilo organização, visual, funcionalidade, função ergonômica. 3 Os designers definem os objetos em seus projetos, que devem ter duas funções essenciais. Segundo Debord (1997), assim definidos, fica uma prática de decorações, mesclando objetos funcionais e objetos de coleção. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com os tópicos condizentes: FONTE: DEBORD, G. A sociedade do espetáculo: comentários sobre a sociedade do espetá- culo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. a) ( ) Contribuindo uma produção específica de objetos de decoração de uso doméstico e de uso nos diversos ambientes. b) ( ) Não aderindo uma produção específica de objetos de decoração de uso doméstico e de uso nos diversos ambientes. c) ( ) Contribuindo uma produção específica de objetos de decoração de uso doméstico e de uso nos diversos carros. d) ( ) Contribuindo um desfile de moda específica de objetos de decoração de uso doméstico e de uso nos diversos ambientes. AUTOATIVIDADE 77 4 O conceito de sustentabilidade está em alta no mundo todo e todas as áreas, a indústria da moda foi aderido esta ideia, para estimular o consumo, não muito diferente para o mundo das decorações, design de interiores e nas edificações. A partir desse pressuposto, descreva características o conceito da sustentabilidade 5 O desenvolvimento e os recursos sustentáveis deram-se na definição as necessidades do presente e do futuro, dando prioridade a três princípios básicos. A partir desses, pressupostos descreva os princípios básicos. 78 79 UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS O desenvolvimento de objetos possui participação na economia em nível mundial, pois interessa o mundo dos investidores e microempreendedores, que lucram através de sua exploração (SERRA, 2005). Ainda sobre esse desenvolvimento em ascensão, ele globaliza e envolve uma variedade de matérias-primas, processos de produção, equipamentos específicos, materiais em geral, maquinários e mão de obra capacitada e qualificada, o que resulta um controle e planejamento eficiente na execução do produto (OLIVEIRA et al., 2009). Para uma empresa desempenhar com eficiência e qualidade no seu funcionamento, é necessário conter os desperdícios com um Planejamento e Controle de Produção (PCP). O PCP auxilia na geração de empregos e melhora a economia mundial, além de desempenhar uma produção eficaz. Os objetos de decoração demostram a conquista no espaço de um ambiente. Assim, se torna essencial a implantação do setor de Planejamento e Controle de Produção e um bom gerenciamento para a excelência na produção dos materiais (SERRA, 2005). A partir desse pressuposto, no Tópico 2 estudaremos os seguintes temas: (1) o entendimento da tendência no mercado de objetos; (2) O processo de desenvolvimento e o gerenciamento dos projetos na produção; (3) a qualificação de um planejamento e da gestão da produção de objetos. 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DO OBJETO Mercadologia é o conjunto de atividades e estratégias que significam “estudo do mercado”. A mercadologia expressa sua relação com o ambiente de negócios e atende ao mercado por meio da pesquisa, planejamento e distribuição de produtos e serviços. Empresas utilizam essa abordagem para satisfazer as necessidades dos consumidores e conquistar seu espaço no mercado requisitado de forma mais ampla para seus negócios (MATTAR, 1999). 80 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO FIGURA 12 – MERCADO DO OBJETO FONTE: <https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/profissionais-estudando-formas- de-mercadologia.jpeg>; <https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/grafico-com- simbolo-crescente-e-box-de-check.jpeg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Conforme Mattar (1999), com o dinamismo do mercado surgem novas ideias e tendências. Um dos fatores que contribui é o aumento de exigência dos consumidores. As empresas que pretendem atuar neste mercado competitivo necessitam realizar pesquisas para prever as tendências e oferecer novos produtos que atendam às necessidades e os desejos dos seus consumidores. 2.1 MERCADO DO DESIGN DE OBJETOS Iniciamos este estudo com algumas considerações, dando prioridade ao público-alvo, às tendências econômicas e a alguns elementos macro e micro ambientais. A partir dessas informações, há uma avaliação dos objetos criados pelo designer sobre a possibilidade de como inserir no mercado (KOTLER, 2000). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS 81 FIGURA 13 – OBJETOS DESENVOLVIDOS PARA O MERCADO FONTE: <encurtador.com.br/jvyQ1>; <encurtador.com.br/qsuBO>; <encurtador.com.br/dnBX9>. Acesso em: 6 jan. 2021. Para um bom diagnóstico, o objeto elaborado, ou seja, a mercadoria, propõe estratégias para aumentar o volume de vendas, levando em conta as melhores táticas para comercialização, precificação, promoção e distribuição de produtos. Em outras palavras, o conhecido Marketing (KOTLER, 2000). O marketing está por toda parte. Formal oi informalmente, pessoas e organizações envolvem-se em um grande número de atividades que poderiam ser chamadas de marketing. O bom marketing tem se tornado um ingrediente cada vez mais indispensável para o sucesso dos negócios. E o marketing afeta profundamente nossa vida cotidiana. Ele está em tudo o que fazemos, das roupas que vestimos aos sites em que clicamos, passando pelos anúncios que vemos (KOTLER, KELLER, 2006, p. 2). Segundo Kotler (2000), a mercadologia determina quais produtos devem ser lançados no mercado, como devem ser vendidos e para qual público-alvo. 82 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO GRÁFICO 1 – EXEMPLO DE GRÁFICO DE MARKETING FONTE: <https://blog.workana.com/wp-content/uploads/2019/02/REDES-SOCIALES- NEGOCIO-WORKANA-1.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Existe um conceito de que a mercadologia e marketing tem o mesmo significado, mas estudos e opiniões apontam que é considerada mercadologia a análise voltada para dentro da empresa, que busca informações relevantes para a atuação do marketing. Já o marketing é uma estratégia voltada “para fora”, que mira nos consumidores e mercados-alvo (KOTLER, 2000). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS 83 FIGURA 14 – MERCADOLOGIA E MARKETING FONTE: <https://i0.wp.com/mktsemsegredos.com/wp-content/uploads/2017/01/ MERCADOLOGIA.png?w=700>. Acesso em: 6 jan. 2021. O mercado transforma dados em informações, enquanto o marketing usa essas informações para criar conteúdo. Há uma confirmação a ser feita de quais teorias são as corretas e que aproximam os significados de cada uma. Existe cinco formas de identificar as estratégias em uma empresa: •Análise de concorrência. • Geração de novos clientes. • Escolha de canais e distribuição. • Redução de riscos. • Identificação de oportunidades. 2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE OBJETOS O objeto é uma forma de artesanato que respeita a cultura de uma região ou comunidade. É possível encontrar diversas formas de artesanato feito com matérias-primas regionais. 84 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO FIGURA 15 – TENDÊNCIA DE OBJETOS FONTE: <https://henn.com.br/images/uploads/blog/espelhos-na-decoracao.jpg>; <https://decoretti.pl/images/galerie/42-635.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O Conselho Mundial de Artesanato define artesanato como sendo “toda atividade produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente ou com a utilização de meios tradicionais, com habilidade, destreza, qualidade e criatividade” (SEBRAE, 2010, p. 12). A atividade predominantemente manual de produção de um bem que requeira criatividade e/ou habilidade pessoal, podendo ser utilizadas ferramentas e máquinas; O resultado da montagem individual de componentes, mesmo anteriormente trabalhados e que resulta em novos produtos (CARVALHO, 2001, p. 16). A tendência de objetos na indústria permite mais produção com menor custo e torna as fábricas mais competitivas e eficientes. De maneira prática, os projetos criativos também podem ser aplicados para melhorar o monitoramento do tempo dos ciclos de produção, da quantidade de material utilizado e fornecer informações para reorganizar a linha de produção da forma mais eficiente possível. FONTE: <https://cio.com.br/7-tendencias-tecnologicas-para-a-industria-em-2019/>. Acesso em: 6 jan. 2021. ATENCAO TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS 85 FIGURA 16 – TENDÊNCIA NA PRODUÇÃO FONTE: <https://cdn.shopify.com/s/files/1/0923/3684/products/11b5f09f-0392-422d-bdef- cab50f96e6b5_750x500.jpg?v=1600699357>. Acesso em: 6 jan. 2021. Ainda sobre tendências na produção de objetos, Monçores (2010) explora uma análise específica que busca a história da pesquisa de tendências no campo de Design com ênfase nas indústrias e nas produções, hoje empregados nos termos “tendência” e “moda”. “Um número crescente de pesquisadores tem se debruçado sobre as práticas, métodos e relevância da pesquisa de tendências nos campos da moda e do design, com interseções nas áreas da antropologia, do marketing e da economia” (MONÇORES, 2010, p. 107). Enquanto isso, Rech e Morato (2010) trouxeram os termos adequados e desempenho dentro do sistema de pesquisa de tendências complementados por Monçores (2010). 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DO OBJETO O gerenciamento e o desenvolvimento de projeto do objeto devem possuir um objetivo direto e claro, conforme citação a seguir: A aplicação dos conceitos de Gerenciamento de Projetos deve ser precedida do entendimento completo do que é um projeto. Inúmeras definições podem ser encontradas na bibliografia especializada, “esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”, assim, um projeto é qualquer atividade com início, meio e fim e cujo resultado deve ser único (CANDIDO et al., 2012, p. 13). Os projetos demandam uma organização necessária para a produção, pois cada projeto é único porque depende de situações e partes interessadas diferentes. 86 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETOS O processo de desenvolvimento dos objetos exige muitas áreas funcionais de uma empresa, indo desde a elaboração de um layout de produção para cada departamento, onde se inicia o projeto, até a finalizando o produto. Cheng (2000) descreve alguns processos e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa: • Planejamento do produto. • Projeto do produto. • Lançamento: Marketing, P & D, Manufatura, Venda e Logística. • Logística. • Vendas. FIGURA 17 – PROCESSO DE PRODUÇÃO FONTE: Agostini, Decker e Silva (2002, p. 183) O processo de produção e desenvolvimento dos objetos inicia com a formação de uma equipe adequada para a execução do projeto. A equipe deve ser qualificada e composta por gerente, colaboradores especializados, monitores de programação específica (CHENG, 2000). Um projeto envolve sempre alguns processos de extrema importância para sua conclusão e nenhum desses processos pode ser dispensado: • Inicialização. • Planejamento. • Execução. • Controle e monitoramento. • Finalização do produto. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS 87 É importante ressaltar que um processo não deve ser confundido com um projeto. Os processos são trabalhos contínuos que produzem resultados padronizados e definidos. Já um projeto é algo temporário, que é elaborado progressivamente e gera um resultado único (que provavelmente não será repetido da mesma maneira). FONTE: <https://www.eosconsultores.com.br/gestao-de-projetos/>. Acesso em: 6 jan. 2021 IMPORTANT E 3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE OBJETOS Atualmente, se ouve sobre o Gerenciamento de Projetos, que dá uma falsa impressão de que este assunto é novidade no mercado. No entanto, ele vem sendo estudado há mais de 60 anos (VARGAS, 2005). O conjunto de mecanismos organizados por acompanhamento de processos necessariamente precisa ser desenvolvido com qualidade, preço e prazo competitivos, visando a satisfação dos clientes (VARGAS, 2005). FIGURA 18 – PRODUÇÃO DE UM OBJETO FONTE: <https://fmnews.com.br/wp-content/uploads/2018/09/revolucao-industrial-1024x682.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021 88 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO O gerenciamento se especializa na importância de um projeto, desenvolvendo e determinando equipes multidisciplinares (VALERIANO, 1998). [...] é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um novo processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2005 apud DEGRAF, 2018, p. 4). A complexidade do projeto ocorre na divisão das tarefas entre profissionais de diferentes setores. Os especialistas de cada área devem ser orientados e é necessário o acompanhamento de um profissional (gerente) para garantir a finalização do objeto (VALERIANO, 1998). De acordo com o PMBOK (Project Management Body of Knowledge), projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único e exclusivo. O PMBOK é o guia mais relevante quando se trata de projetos. Ele é elaborado pelo PMI (Project Management Institute), a instituição mais renomada do mundo nessa área. Dessa forma, pode-se caracterizar um projeto como algo temporário que necessita de planejamento, execução e controle. Tudo isso serve para entregar produtos ou serviços de maneira exclusiva através de etapas determinadas previamente e com recursos limitados. FONTE: <https://www.eosconsultores.com.br/gestao-de-projetos/>. Acesso em: 6 jan. 2021 NOTA O gestor precisa conhecer o processo técnico e administrativo, ter habilidades para gerenciar equipes. As principais atribuições do gerente de integração são: • Desenvolvimento do plano – documento de planejamento. • Execução do plano – executar com sucesso o projeto. • Controle geral de mudanças – registrar cada mudança, dentro do prazo determinado. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS 89 FIGURA 19 – GERENCIAMENTO DE PROJETO FONTE: <encurtador.com.br/btEFL>; <encurtador.com.br/fgxX9>. Acesso em: 6 jan. 2021 Gerenciar projetos é uma atividade complexa e que depende de recursos, requisitos específicos definidos pelo cliente e sincronia de ações em seu desenvolvimento, controle e negociação (VALERIANO, 1998). 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE OBJETO A gestão de projetos tem que garantir o resultado obtido e satisfazer a demanda da empresa, com relação aos prazos e custos estabelecidos (RITZMAN; KRAJESWSKI, 2004). 90 UNIDADE 2— PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE OBJETOS Planejamento e controle da produção envolvem um conjunto de decisões na finalidade de definir o que produzir, a quantidade e para quando comprar os insumos e entregar (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010). Essas decisões são determinadas com antecedência, e basicamente são baseadas em previsões, visando alcançar um plano de produção para cada grupo de famílias de produtos e utilizando os recursos de produção de maneira eficaz (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010). Existem várias maneiras, perspectivas e parâmetros distintos na implantação de um sistema produtivo no PCP, desde os mais amplos até as mais detalhadas funções. Uma classificação bastante conhecida dos sistemas produtivos é feita com base na atividade econômica à qual este pertence, conforme segue (SLACK et al., 2008): a) Primária: agropecuária, extrativismo; b) Secundária: indústria, transformação; c) Terciária: serviços. O Planejamento Controle de Produção em uma empresa, auxilia o bom funcionamento da produção, sendo que é por meio dele que o sistema produtivo é ajustado para atender as necessidades dos clientes; devendo estar alinhado com os demais setores da empresa, para que a mesma seja capaz de alcançar suas metas e objetivos (LINKE et al., 2013, p. 308). Segundo Chiavenato (2004), o planejamento é essencial para uma boa administração e para a otimização de recursos de entrada em uma empresa, pois determina o que deve ser realizado para atingir os objetivos designados. 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS OBJETOS Para uma boa Gestão de produção, o principal desafio é evitar o desperdiço. São aplicados conceitos e sistemas em processos produtivos, estabilidade das atividades dos processos e das operações, que nivelam a cadeia produtiva e exigem uma padronização eficiente (PASQUALINI, 2010). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS 91 FIGURA 20 – GESTÃO NA PRODUÇÃO FONTE: <https://e-millennium.com.br/wp-content/uploads/2018/02/post-erp-gestao-producao- 1024x538.png>. Acesso em: 6 jan. 2021 Umas das principais características na Administração da Produção é gerenciar e controlar as operações de uma organização e profissionais competentes. Empregam alguns tipos de atividades e tarefas aplicadas ao processo produtivo de uma empresa em prestação de serviços e focam em aumentar a produtividade do homem e melhorar a eficiência dos maquinários (PASQUALINI, 2010). 92 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Os setores organizacionais priorizam os diversos ramos da economia. Eles investem em capacitações de seus colaboradores e inserem cursos de gerenciamento na busca de resultados eficazes. Com isso, desempenham resultados positivos para cada setor designado. • A mudança e a avaliação do desempenho dos profissionais são importantes para o processo de desenvolvimento. • O objetivo inicial é propor um novo procedimento do existente, que permite colmatar as falhas atuais no processo de gestão dos projetos de moveleiros. • A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário. • A estratégia está inserida em qualquer indústria produtiva e é necessária para a inclusão de normalização, redução, sistema instigando a economia. • O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos, de modo que atendam aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. 93 1 A mercadologia é o conjunto de atividades e estratégias, significando o “estudo do mercado”, expressando sua relação com o ambiente de negócios. A partir desse pressuposto, descreva o significado de mercadologia. 2 O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atendam aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. A partir desse pressuposto, descreva as características dos três níveis. 3 Existem várias maneiras, perspectivas e parâmetros distintos na implantação de um sistema produtivo no PCP, desde os mais amplos até as mais detalhadas funções. Uma classificação bastante conhecida dos sistemas produtivos é feita com base na atividade econômica à qual este pertence (SLACK, 2008). A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA: FONTE: SLACK, N. et al. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Altas, 2008. a) ( ) Primária: agropecuária, extrato; Secundária: mercado, transformação; Terciária: serviços ecumênicos b) ( ) PMP – Plano Mestre de Produção. c) ( ) PCB – Plano de Controle Básico. d) ( ) Primária: agropecuária, extrativismo; Secundária: indústria, transformação; Terciária: serviços. 4 O gestor precisa conhecer o processo técnico e administrativo, ter habilidades para gerenciar equipes. Existem algumas principais atribuições do gerente de integração. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com os critérios importantes a serem aplicados. a) ( ) Controle, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso. b) ( ) Planejamento, Controle, Flexibilidade, Facilidade de Uso. c) ( ) Planejamento, Desenvolvimento, Execução de planos, Facilidade de Uso. d) ( ) Desenvolvimento do plano, execução do plano, controle geral de mudanças. AUTOATIVIDADE 94 5 O processo de desenvolvimento dos objetos exige muitas áreas funcionais de uma empresa, elaborando um layout de produção para cada departamento, alguns processos e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA com os critérios de processo segundo as etapas. a) ( ) Planejamento do produto, Projeto do produto, Lançamento, Logística e Vendas. b) ( ) Planejamento do produto, Lançamento do produto, Flexibilidade, Vendas e Pontualidade c) ( ) Planejamento do produto, Facilidade do produto, Flexibilidade, Venda e Qualidade d) ( ) Planejamento do produto, Desenvolvimento do produto, Flexibilidade, Logística e Comunicação. 95 UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS Estudaremos neste Tópico o desenvolvimento e a criação dos projetos do objeto. A função de um designer insere o projeto e tem como prioridade a integração das relações do ser humano com o meio em que vive, e, para isso, utiliza ferramentas metodológicas para formar as suas ideias (DIJON,1999). A função de um designer insere o projeto e tem como prioridade a integração das relações do ser humano com o meio em que vive, e para isso, utiliza ferramentas metodológicas para formar as suas ideias (DIJON,1999). O estudo tem como objetivo demonstrar o processo projetual de um objeto desenvolvido através do referido com a reunião de informações. Ergonomicamente falando, encontra-se a base de todo o desenvolvimento da forma e das soluções desenvolvidas, e assim foram observados padrões e adequações de medidas para melhor adaptação ao significado de um objeto multifuncional (MUNARI, 1997). A partir desse pressuposto, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas: (1) o desenvolvimento e estudo da compreensão de materiais e processos de fabricação dos objetos; (2) a ergonomia, a funcionalidade do conforto de objeto; (3) a compreensão do projeto do objeto. 2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETO O processo de fabricação conceitua-se em um procedimento que transforma a matéria-prima em um produto bem acabado, que especifica planos bem organizados e resulta na manufatura e economia das indústrias (KALPAKJIAN, 1985). Segundo Kalpakjian (1985), nos projetos que os designers desenvolvem, já se sabe a importância de qual matéria-prima que o profissional irá trabalhar. 96 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA OBJETO Um dos setores produtivos responsáveis por suprimentos é o de minerais industriais ou não-metálicos. Os principais tipos dematérias-primas utilizados pelos mais diversos setores que compõem as indústrias podem ser classificados em: • Matérias-primas naturais: utilizadas por meio extração da natureza ou que foram submetidas a algum tratamento físico para eliminação de impurezas indesejáveis. • Matérias-primas sintéticas: são as que puras ou misturadas foram submetidas a um tratamento térmico, que pode ser calcinação, sinterização, fusão e fusão/ redução e as produzidas por processos químicos. FIGURA 21 – MATERIAIS PARA FABRICAÇÃO FONTE: <encurtador.com.br/loqI2>; <encurtador.com.br/ilAB4>; <encurtador.com.br/uyOT0>. Acesso em: 6 jan. 2021 A produtividade utilizada para os objetos de decoração representa uma ampla atividade e consome diversos recursos e matérias-primas da natureza até a finalização dos objetos (MUNARI, 2002). TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS 97 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETOS O processo de fabricação de objetos inicia-se principalmente na transformação da matéria-prima. Com isso, pode-se finalizar o produto com qualidade, sem deixar de obedecer a uma sequência de conjunto de ideias, projetos, matérias-primas e seguir uma ordem de organização de montagem e industrialização (MOREIRA, 2004). Os objetos artesanais, apresentam características de retoques do seu criador, que acontecem na fase final de acabamento do produto, isto não acontece nos produtos industrializados, que são anônimos, produzidos em série pelas máquinas (LEITE; SOARES; SILVA, 2007, p. 2). A arte é o homem acrescido à natureza, sendo fruto da liberdade e da razão humana, visa a produção, a habilidade e a utilização de técnicas para satisfazer um sentimento estético ou artístico, ou seja, a evolução humana é consequência da metamorfose das estruturas naturais em artificiais (DUROZOI, 1942 apud LEITE; SOARES; SILVA, 2007, p. 2). FIGURA 22 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO FONTE: <encurtador.com.br/uMOS9>; <encurtador.com.br/lpqFV>. Acesso em: 6 jan. 2021. Segundo Moreira (2004), um conjunto de sistemas é considerado como uma integração para um processo de fabricação, operações e para o gerenciamento de uma empresa. Este conjunto visa um possível controle de recursos de fabricação e aumenta a produtividade, qualidade do produto, confiabilidade e reduz custos. 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE OBJETO Caro acadêmico, lembre-se: sem ergonomia não existe projeto de um objeto e móveis adequados para cada ambiente na vida do ser humano. O projetista designer deve pensar nas características físicas e nas atividades das pessoas que utilizam o ambiente, se moldando aos objetos. 98 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 3.1 OBJETOS ERGONÔMICO A ergonomia é um conceito muito utilizado e requisitado no design, pois proporciona objetos e ambientes favoráveis aos seres humanos. A nosso ver, o design é a ferramenta com a qual se pode contar para melhoria do padrão de qualidade dos objetos em geral (GOMES FILHO 2003). A ergonomia está presente nas vestimentas escolhidas, na xícara onde o café é bebido, na geladeira, na escova de dentes, no transporte para o trabalho etc. (GOMES FILHO 2003). Existem grupos de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) dentro de empresas que supervisionam o cumprimento de diversas leis que asseguram o trabalhador. Os chamados “cipeiros” fazem com que as regras ergonômicas da empresa sejam cumpridas, por exemplo, lembrando os funcionários do uso de óculos de proteção, capacetes, abafadores de ruído, máscaras protetoras, botas e luvas especiais para o cuidado com a saúde. FONTE: <https://www.researchgate.net/publication/311609477_AVALIACOES_ ERGONOMICAS_REALIZADAS_NO_ENSINO_DA_ERGONOMIA_NO_CURSO_DE_DESIGN>. Acesso em: 6 jan. 2021. INTERESSA NTE FIGURA 23 – OBJETOS ERGONÔMICOS FONTE: <encurtador.com.br/blwTX>; <encurtador.com.br/fitxI>; <encurtador.com.br/yW069>. Acesso em: 6 jan. 2021. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS 99 Ergonomia física trata da relação entre as atividades físicas executadas e as características da anatomia do ser humano, sua fisiologia, antropometria e biomecânica. Os principais tópicos analisados nesse tipo são: a postura no trabalho; a forma como os materiais são manuseados; a presença de movimentos repetitivos; a projeção dos postos de trabalho; os possíveis distúrbios musculoesqueléticos; a segurança e a saúde do trabalhador. FONTE: <https://beecorp.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-ergonomia/>. Acesso em: 6 jan. 2021. NOTA Segundo Gomes Filho (2002), existem muitos programas de ergonomia que são bastante eficazes na busca pelo bem-estar e saúde do ser humano, que permitem minimizar os impactos das atividades por meio do cuidado com a saúde física e mental e garantem o uso de objetos com mais conforto e segurança. 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS OBJETOS Os objetos utilizam como fonte tendência do homem para a troca e para o comércio. Esses objetos têm um fim lucrativo e prático de uso e de consumo, compreendendo que a origem dos objetos é o valor de troca, sendo assim, é a função social para a qual o objeto se comporta (BAUDRILLARD, 2008). O objetivo dos objetos funcionais, além do conforto, é atender às exigências e necessidades do cotidiano do ser humano (BAUDRILLARD, 2008). A partir do momento em que o homem fabrica o primeiro objeto, institui-se uma relação duradoura entre eles que, consequentemente, os torna um par. O objeto torna-se o mediador entre o homem e o meio natural, desencadeando a evolução cultural humana. Os objetos são como testemunhas, pois por meio deles é possível reconstruir a evolução das sociedades humanas (POIRIER, 1999 apud CORRÊA; SILVA, 2013, p. 12). A compreensão que se tem dos objetos, portanto, é de que, além de serem bens de troca, são usados com a finalidade de concederem estabilidade ao homem, mesmo que por vezes essa finalidade seja ultrapassada, como afirma Baudrillard (2008). 100 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO FIGURA 24 – CONFORTO E FUNCIONALIDADE FONTE: <encurtador.com.br/gAUW8>; <encurtador.com.br/JNS02>; <encurtador.com.br/ixGH6>. Acesso em: 6 jan. 2021. O objeto de função tanto social quanto pragmática compõe um conforto no nosso cotidiano, e tudo o que é utilizado em nosso dia a dia são objetos que funcionam como meios agradáveis e usuais, para usufruirmos na vida de modo geral (POIRIER, 1999). 4 PROJETO DO OBJETO O projeto de objeto necessita de alguns estágios de desenvolvimento, em que há uma continuidade direta, com a mesma notação utilizada em cada estágio: • Pesquisa de tendência a um estágio anterior. • Adição de detalhes às classes de objetos existentes. • Criação de novas horizontes para fornecer funcionalidade adicional. Os projetos de objetos são contextualizados e entendidos numa sequência de procedimentos e buscam uma resolução de problemas existentes, evitando assim danos na fabricação (LÖBACH, 2001). TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS 101 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE OBJETOS No processo da criação de objetos, o designer precisa se conscientizar de que o alvo da relevância de suas emoções que envolvem o ambiente em questão, envolvem também uma concordância requisitada. Os objetos são as identidades e transmitem significados, valores e funções (KRIPPENDORFF, 2006). FIGURA 25 – PROCESSO DE CRIAÇÃO FONTE: <https://parel.co/v3/wp-content/uploads/2018/06/3-960x600.jpg>; <https://cdn1. vintepila.com.br/arquivos/2020/12/18202230/images-11-711x405.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Os aspectos da criação incluem a necessidade de padronização dos processos inerentes à produção de objetos, destacando uma evidência do grau de complexidade dos requisitos envolvidos na produção de vários artefatos. Com isso, tem-se a necessidade de contar com diferentes profissionais que possam responder, de forma coerente, pelo caráter e personalidade (KRIPPENDORFF, 2006). Falando ainda sobre criação de objeto, o design de projetos insere apadronização dos processos e a qualidade dos objetos. Assim, adere uma proposta de desenvolvimento em um processo de produção eficaz (KRIPPENDORFF, 2006). 102 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE OBJETOS O Design tem o objetivo de criar, idealizar e realizar projetos baseados nas tendências, além de atender requisitos de funcionalidade e qualidade. Esta profissão requer a união e, principalmente, o bom senso com profissionais específicos e criativos (MUNARI, 2002). FIGURA 26 – PROJETO DE OBJETOS FONTE: <http://casa-decoracao.cotanet.com.br/img/site/produtos/projeto-de-play-ground.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O planejamento faz parte das necessidades estabelecidas, do objetivo do projeto até o desenvolvimento (MUNARI, 2002). O design deve manter uma conduta de organização e articulação de decisões para o desenvolvimento e realização do processo projetual, adotando a metodologia como um suporte para o designer no momento da criação e no desenvolvimento do produto (MUNARI, 2002, p. 80). Caro acadêmico, conforme citado, o planejamento se adequa e controla os processos operacionais, passando pelas etapas, criação, qualidade geração, especificando cada detalhe e desempenhando na qualificação do produto. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS 103 LEITURA COMPLEMENTAR SUSTENTABILIDADE NO DESIGN DE OBJETOS DO LAR MODERNO: ALGUNS SUBSÍDIOS Letícia Pimentel Marieli Moreira Gurgacz 1 INTRODUÇÃO Este artigo concentra-se em alertar a sociedade para algumas mudanças de hábito em seus lares, de forma a incluir o uso da sustentabilidade na decoração de interiores, através de artifícios como peças decorativas, mobiliários, acessórios, iluminação e reutilização de objetos e materiais já consumidos para fins decorativos e outros. Para a organização das Nações Unidas (ONU), o conceito de desenvolvimento sustentável é definido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (WCED, 1887, p. 43), ou seja, conciliar o uso de recursos naturais para atender as nossas necessidades, sem prejudicar as próximas gerações, visando sempre a preservação da natureza. Com base nesta teoria, hoje podemos encontrar no Brasil diversas lojas de móveis e decoração e até mesmo empresas fabricantes de matéria-prima para estes com conceito 100% sustentável, utilizando madeiras reflorestadas, materiais reciclados, placas de bananeira e couro ecológico. Serão abordados temas como artesanato, Ecodesign e reutilização, sempre tendo como palavra- chave a sustentabilidade. 2 REFERENCIAL TEÓRICO OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Alcançar o bem-estar em nossos lares envolve muitas vezes mudanças de atitude que estão diretamente ligadas à forma de decoração em nosso lar. Buscamos muitas vezes usar em nossa decoração objetos que nos remetam bem- estar e boas recordações. Estes ambientes nos servem como abrigo, descanso, esperança, lembranças e muitas vezes como demonstração do nosso poder aquisitivo e de estilo de vida, ostentação, através de objetos e tipo de decoração que compõe cada ambiente. A decoração demonstra e muito a personalidade do usuário, por isso a decisão de como iremos compor um ambiente, no qual teremos contato diariamente, acaba tendo grande influência na nossa vida cotidiana. No livro Terapia do apartamento, o designer de interiores Maxwell Gillingham-Ryan percebe a sensibilidade de seus clientes ao espaço e constata: quando entra num ambiente, você absorve tudo o que está a sua frente como uma esponja seca absorvendo água. 104 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO O seu corpo pode percorrer apenas uma pequena distância, mas seus olhos percorrem o cômodo inteiro, captando todas as partes, incluindo o teto, os cantos e o chão sob seus pés. O que você toca e sente, assim como o que você vê, invade você e o afeta. Em resultado, um ambiente pode fazê-lo se sentir distraído e pouco à vontade ou então confortável e bem-vindo. Um ambiente pode inspirar ou confundir. Pode fazê-lo sentir-se pequeno ou grande. Os ambientes têm um grande poder. (GILLINGHAM-RYAN, 2007, p. 14). Então se faz necessário o uso de mobiliários e acessórios decorativos para que o ambiente tenha sentido, pois é através destes que conseguimos definir um ambiente. Quanto ao estilo, muitas vezes este está ligado à cultura, religião, personalidade, moda, classe social e a busca por melhor qualidade de vida. Este último extremamente necessário tanto para o usuário, quanto para o meio ambiente, pois ao atermos uma consciência ambiental passamos a utilizar produtos que possuam “selos verdes” e também praticar o reaproveitamento do que não se utiliza mais ou que ainda podemos encontrar sem uso para a criação de objetos, peças decorativas, luminárias, pufes, sapateiras e tantos outros. Na visão do arquiteto Glaucus Cianciardi (2010), a respeito da decoração de um ambiente, uma casa por si só, não é um lar. É um objeto arquitetônico inanimado, destinado ao abrigo do ser humano. Somente após um processo etológico de domínico territorial tal espaço se transforma em lar. A decoração faz parte dessa apropriação espacial. Decorar é, com a mediação de objetos, conferir sentidos a um lugar, tornando-o mais significativo que um simples abrigo; é tornar público de modo privado de ser de cada indivíduo, é apropriar-se do espaço, submetendo-os aos desígnios de quem o habita, de forma que o reflita tal qual um espelho a sua imagem e semelhança. Os móveis são elementos fundamentais para a composição de um ambiente, os acessórios como vasos, cortinas, tapetes, luminárias e outros também tem grande importância na decoração. Alguns acessórios podem dar uma “nova cara” ao ambiente e torná-los, além de agradáveis, um espaço ecologicamente correto. 2.1 A RELAÇÃO ENTRE DECORAÇÃO DE INTERIORES E SUSTENTABILIDADE Visando a busca de possíveis novos caminhos para o desenvolvimento sustentável, aconteceu em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, o evento Rio+20, realizado pela Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS 105 Uma das propostas do evento foi discutir a relevância da proposição de novos paradigmas para Arquitetura e o Design. Para o Design de interiores, esta questão vem a ser um fator importante, pois a proposta de se buscar alternativas que associe o menor impacto ambiental possível sem renunciar a tecnologia pode ser a principal diferença em projeto de interiores. Em 1987, através do Relatório Brundtland ou nosso futuro comum (Our Common Future), foi formada uma comissão composta por ONGs e cientistas do mundo inteiro, que defendem o desenvolvimento sustentável. O relatório também aponta a incompatibilidade existente entre produção, consumo e desenvolvimento sustentável, lembrando-se da necessidade do homem em ter uma nova relação com meio ambiente. Baseado neste princípio, o relatório defende que o atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (WCED, 1991). A decoração de interiores, de um modo geral, está relacionada à escolha de cores, iluminação, materiais ou mobiliários mais adequados para cada ambiente, e também revelam nossa personalidade e a forma como pensamos. Podem ser aplicados tanto para o ambiente interno como para ambientes externos (terraço e sacadas). Quando se pensa em decoração de interiores sustentável, vem em mente uma decoração como custo elevado dos produtos, mas com criatividade e alternativas simples como uso do artesanato local para peças de decoração, reciclagem ou reaproveitamento do objeto que já temos em casa. O reaproveitamento de alguns objetos ou a utilização de itens feitos de materiais reciclados, além de econômico, é sinônimode sustentabilidade, pois ao se optar por um projeto de interiores sustentável estaremos não só contribuindo para a redução do impacto ambiental, mas também estaremos melhorando a qualidade de vida do usuário e das gerações futuras. 3 METODOLOGIA Neste trabalho, busca-se apresentar os aspectos relevantes para a reutilização de materiais na decoração de interiores, nas suas diversas formas, buscando de forma sustentável e econômica suprir todas as necessidades do indivíduo, bem como seu conforto, satisfação, bem-estar e respeito para com o meio ambiente, visando diminuir o descarte incorreto de materiais na natureza. Este estudo tem caráter dissertativo e bibliográfico, visando expor o tema e seus desdobramentos através de concepções iniciais, reflexivas e efetivas, bem como busca na literatura já publicada analisar e discutir tais contribuições para um embasamento prático e teórico que habilitam a produção e discussão do trabalho. 106 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO 4 ANÁLISES E DISCUSSÕES O trabalho teve como objetivo demonstrar como a decoração de interiores pode ser harmoniosa e criativa com diversos meios sustentáveis, usando diversas maneiras de reutilização de materiais. Para isso, foram pesquisadas técnicas e materiais utilizados e seus diversos usos na decoração de interiores. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que a questão da sustentabilidade é fundamental para nós e para as gerações futuras. É evidente que a decoração de interiores, assim como a construção civil, tem uma grande contribuição nos danos causados ao meio ambiente. Por estes motivos o presente artigo espera esclarecer que decorar sem agredir o meio ambiente não pode ser considerado somente como tendência, mas práticas a serem seguidas daqui em diante. A criatividade de profissionais do ramo e de nossas atitudes aliada a sustentabilidade em nossos lares, através do reaproveitamento do que seria jogado no lixo, pode tornar qualquer ambiente agradável, confortável e sofisticado. Mais do que inovar, temos que ter um “novo olhar”, um olhar que se preocupa com o futuro do planeta em que vivemos. Atualmente, existem esforços por meio de empresas para produzir produtos com conceito 100% sustentáveis, além de termos a opção de optar pelo artesanato e/ ou reaproveitamento do que já não utilizamos mais ou que iríamos jogar no lixo. O Ecodesign vem para contribuir com as questões ecológicas de muitas empresas e do planeta, pois o impacto ambiental provocado pelas indústrias é bem menor quando se trabalha com os princípios de um projeto Ecodesign. Apesar de todos os princípios apresentados nesse artigo, na busca de um planeta mais sustentável, os métodos de redução dos impactos ambientais devem ser utilizados de acordo com a necessidade de cada ambiente e de acordo com a possibilidade econômica do usuário. Conclui-se que a decoração produz em cada um de nós sensações diferentes, mas ao termos a consciência de que a decoração voltada para um mesmo objetivo, ou seja, um planeta melhor, mais sustentável, a sensação se torna algo encantador, pois sabemos que estamos fazendo bem para nó e para o planeta. As alternativas mostradas neste artigo são apenas uma pequena contribuição para minimizar os impactos ambientais, mas que servem como reflexão para ações sustentáveis dentro e fora dos nossos lares. FONTE: Adaptado de <https://www.fag.edu.br/upload/ecci/anais/5b8d77607abe6.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2021. 107 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • A matéria-prima utilizada na indústria de objetos representa uma variedade de recursos na finalização do produto, proporcionando a produtividade e desempenho dos materiais utilizados. Assim, amplia outras atividades, que resulta na escolha adequada para o fornecimento de insumos. • Nos projetos que os designers desenvolvem, já se sabe a importância de qual matéria-prima que o profissional irá trabalhar. • Os objetos utilizam como fonte a tendência do homem para a troca e para o comércio. • O objeto tem função tanto social quanto pragmática. • Os objetos compõem um conforto no nosso cotidiano, e tudo o que é utilizado em nosso dia a dia são objetos que funcionam como meios agradáveis e usuais, para usufruirmos na vida de modo geral. • Os projetos de objetos são contextualizados e entendidos numa sequência de procedimentos e buscam uma resolução de problemas existentes, evitando assim danos na fabricação. Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA 108 1 A ergonomia é um conceito muito utilizado e requisitado no design, proporcionando objetos e ambientes. Descreva as características para o desenvolvimento de um objeto ergonômico. 2 Os designers apresentam suas próprias personalidades durante o processo de criação, cada qual na sua maneira de desenvolvimento das peças e sua maneira de trabalhar. Descreva as características dos critérios de processo para o desenvolvimento de uma peça. 3 Alguns setores das indústrias são responsáveis por suprimentos para o desenvolvimento de um produto, em específico como de minerais industriais ou não metálicos. Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Matérias-primas naturais e matérias-primas sintéticas. b) ( ) Ergonomia e Materiais industriais. c) ( ) Design e materiais não metálicos. d) ( ) Funcionalidade, Ergonomia e Design. 4 Cada designer apresenta um projeto de objeto visando uma tendência para troca e para o comércio A partir desse conceito, assinale a alternativa CORRETA conforme o modo de apresentação. a) ( ) A tendência não está relacionada ao processo de cada profissional para a concepção da peça, na utilização, dando início ao seu processo de criação. b) ( ) A tendência está relacionada à apresentação dos produtos ao cliente final. c) ( ) A tendência está relacionada ao maquinário necessário para finalização. d) ( ) O objetivo dos objetos funcionais, além do conforto, é atender às exigências e necessidades do cotidiano do ser humano. 5 Alcançar o bem-estar em nossos lares envolve, muitas vezes, mudanças de atitude que estão diretamente ligadas à forma de decoração em nosso lar. Buscamos muitas vezes usar em nossa decoração objetos que nos remetam bem-estar e boas recordações. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA relacionada a função do ambiente: a) ( ) Estão relacionadas às técnicas e métodos que podem ser empregados nos espaços. b) ( ) Servem-nos apenas para o processo de descanso. c) ( ) Nos servem como abrigo, descanso, esperança, lembranças e muitas vezes como demonstração do nosso poder aquisitivo e de estilo de vida, ostentação, através de objetos e tipo de decoração que compõe cada ambiente. d) ( ) Nenhuma alternativa está correta. AUTOATIVIDADE 109 REFERÊNCIAS BAUDRILLARD, J. O sistema dos objetos. 5 ed. São Paulo: Perspectiva, 2008. BAUDRILLARD, J. The mirror of production. New York: Telos Press, 2003. BENJAMIN, W. Sociologia. São Paulo: Ática 1991. CANDIDO, R. et al. Gerenciamento de projetos. Curitiba: Aymará, 2012. Disponível em: https://docplayer.com.br/54676722-Gerenciamento-de-projetos. html. Acesso em: 6 jan. 2021. 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Rio de Janeiro: Brasport, 2005. 113 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • aprender os conceitos de linguagem das embalagens; • diferenciar a história das embalagens; • entender a importância da sustentabilidade das embalagens; • conceituar as tendências das embalagens; • distinguir os princípios do planejamento e controle das embalagens; • identificar materiais e processos de fabricação; • compreender a importância da ergonomia e conforto das embalagens; • conhecer o processo de criação das embalagens. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 114 115 UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS A embalagem é originalmente e necessariamente um dos itens principais no mercado do consumidor, que une as ideias e a criatividade dos designers de embalagens. Ela possui várias funcionalidades para facilitar o armazenamento e proporcionar condições favoráveis na utilização e práticas do cotidiano, como transporte e conservação do produto (MESTRINER, 2001). O designer tem como papel fundamental colocar a sua criatividade no campo projetual, tendo como prioridade a integração das relações do consumidor no mundo do mercado, além de hostilizar ferramentas metodológicas para novas ideias no setor e alcançar as metas designadas (MESTRINER, 2001). Mestriner (2001) admite a importância de práticas adequadas à sustentabilidade no setor de embalagense no entretenimento empresarial, questionando determinados modelos e inovações no desenvolvimento de produtos. A partir desses pressupostos, no Tópico 1 estudaremos os seguintes temas: (1) a compreensão da linguagem e da estética, funcionalidade das embalagens; (2) estudo dos elementos compositivos da criatividade dos designers; (3) identificação e abordagem da importância e da necessidade da sustentabilidade das embalagens. 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DA EMBALAGEM Neste subtópico estudaremos a história e o processo de desenvolvimento da linguagem das embalagens específicas e na relação com o homem, abordaremos a importância da ferramenta do marketing e a necessidade específica do suporte da comunicação visual (MESTRINER, 2001). Contextualizando o material de informação, podemos entender como a linguagem visual da embalagem tem um papel fundamental de atração frente ao consumidor, revertendo em valores importantes ao consumo (FANTONI, 2003). UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 116 FIGURA 1 – OBJETOS DE EMBALAGENS FONTE: <encurtador.com.br/tJKTU>; <encurtador.com.br/bLNV4>; encurtador.com.br/eluO2>. Acesso em: 8 jan. 2021. A estética de uma embalagem é muito relevante e fundamental para um produto, também é um fator essencial na apresentação, pois apresenta as estratégias de projeto, produção e venda final, além de definir um produto de qualidade (FANTONI, 2003). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS 117 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DAS EMBALAGENS A linguagem da embalagem é entendida como uma competência na relação entre a produção, o consumidor e o designer, já que abrange as questões estruturais, estéticas, na economia e na mercadologia (FANTONI, 2003). As competências de uma embalagem aliam-se a um bom projeto na elaboração do designer, com a intenção de causar uma boa impressão de formas, cores, dimensões e prováveis movimentos. Com isso, aderem-se determinados valores (MESTRINER, 2001). Os designers precisam evoluir cada vez mais para uma visão abrangente do processo, indo além das questões relacionadas exclusivamente com o desenho como a forma, as cores, imagens e letras que são sua especialidade para, no caso do design de embalagem, atuarem também como geradores de ideias, sentimentos e percepções que se incorporem ao produto constituindo ao mesmo tempo expressão e atributo de seu conteúdo. Isto representa uma nova fronteira para a atuação dos designers e eles terão neste campo de atuação muito mais a contribuir com sua sensibilidade e sua expertise (MESTRINER, 2001, p. 74). FIGURA 2 – FUNDAMENTOS DAS EMBALAGENS FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/05/0d/60/050d60864f5991e6b56329fbc7416246.jpg>; <https://i2.read01.com/SIG=k8itp8/3049774f42694458414c.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 118 Na construção de uma linguagem propriamente dita de uma embalagem, devem ser incorporadas funções específicas, que identifiquem com mais facilidade seu conteúdo por meio de uma forma adequada (SUDJIC, 2010). Uma árvore tem coerência: o contorno de sua silhueta, a forma da folha, os anéis de seu tronco, a forma de suas raízes, tudo isso é formado pelo mesmo DNA; e tem a mesma categoria. E, num certo nível, queremos que os objetos feitos pelo homem reflitam, ou imitem, essa propriedade. Quando vemos que não a possuem, ficamos decepcionados (SUDJIC, 2010, p. 17). Visto isso, a identificação de um design estrutural é necessária para diferenciar os produtos por meio de sua forma, sendo uma ferramenta poderosa, a fim de permitir uma rápida identificação entre determinados produtos (SUDJIC, 2010). 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DAS EMBALAGENS Estudos apontam que é fundamental uma proposta inteligente para uma embalagem, ou seja, um design bem elaborado, com atributos visuais, que constroem e proporcionam algo desejável e atraente, tanto para o produto como para o consumidor (cliente) (MATOS, 2005). Além da estética visual do produto, atribui-se também a um bom atrativo, como a qualidade e as especificações nas embalagens, iniciando uma provável apropriação ou não do produto pelo consumidor (MATOS, 2005). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS 119 FIGURA 3 – A ESTÉTICA DA EMBALAGEM FONTE: Adaptada de <http://www.portubrasil.com.br/35-exemplos-de-embalagens-criativas/>. Acesso em: 8 jan. 2021. Por definição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) enumera as características e significados da embalagem e seus componentes: • Embalagem – Invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, os produtos. • Embalagem externa – Embalagem destinada a conter a embalagem interna. • Embalagem interna – Embalagem que está em contato direto com o produto. • Embalagem primária – Acondicionamento que está em contato direto com o produto e que pode se constituir em recipiente, envoltório ou qualquer outra forma de proteção, removível ou não, destinado a envasar ou manter, cobrir ou empacotar matérias-primas, produtos semielaborados ou produtos acabados. • Embalagem secundária – A que protege a embalagem primária para o transporte, armazenamento e distribuição. • Rótulo – Identificação impressa, litografada, pintada, gravada a fogo, a pressão ou autoadesiva, aplicada diretamente sobre recipientes, embalagens, invólucros ou qualquer protetor de embalagem externo ou interno, não podendo ser removida ou alterada durante o uso do produto e durante o seu transporte ou armazenamento. FONTE: <http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NTY0MQ==>. Acesso em: 8 jan. 2021. IMPORTANT E UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 120 FIGURA 4 – EMBALAGENS E RÓTULOS FONTE: Adaptada de <http://www.abre.org.br/premio_2018/vencedores_bronze.php>. Acesso em: 8 jan. 2021. A estética da mercadoria cumpre sua função somente no tocante às necessidades. No caso de determinadas mercadorias, ela precisa aguçá-las e coagi-las com toda intensidade. Seu sucesso está em uma determinada necessidade de exigir imperiosamente a apropriação da mercadoria anunciada. A forma da apropriação fica em aberto. Ela pode apenas colocar no mundo imagens para as quais os seus destinatários afluem, ansiosos por mercadorias. Desse modo, o sinal de sucesso deve ser visto não só no volume de vendas (HAUG, 1997, p. 50-51). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS 121 A estética no design de embalagem é uma imagem remetida como linguagem visual, necessariamente com várias informações que compõem uma característica individual e apresentam ao consumidor experiências sensoriais. Com isso, promove-se uma dependência do seu repertório, em que a ilustração bem posta é primordial (MESTRINER, 2001). 3 HISTÓRIA E TEORIA DA EMBALAGEM Desde o início da humanidade, já era decorrente a necessidade de proteger e transportar alimentos. Na Grécia antiga, por volta do ano 1000 a.C., por exemplo, os médicos embalavam os remédios em recipientes de bambu e jarros de barros (MOURA; BANZATO, 2003). No decorrer do avanço de cada época, exigia-se uma corporação cada vez com mais recurso e efeitos visuais, e em 1830, os rótulos de identificação de uma cor eram usados em todas as embalagens para diversos tipos e formas de produtos (MOURA; BANZATO, 2003). Em 1850, George Baxter inventou o método de cromolitografia, que permitia criar impressões coloridas. Com esta ideia e técnica inovadora, as imagens proporcionam a possibilidade de uma visualização coerente, que torna os produtos mais atraente e vendáveis (EVANGELISTA, 2001). 3.1 HISTÓRIA DA EMBALAGEM A história da embalagem surgiu há milharesde anos, tendo como sua base as necessidades do homem primitivo para transportar seus alimentos. Como caçador e a procura de abrigos novos, o homem daquela época sentia a necessidade de algum recipiente, como artefatos da natureza, para o transporte de alimentos e água, para suas longas e intermináveis viagens (EVANGELISTA, 2001). FIGURA 5 – RECIPIENTES NATURAIS FONTE: <encurtador.com.br/vBHU5>; <encurtador.com.br/jrsv1>. Acesso em: 8 jan. 2021. UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 122 A natureza, por sua eficiência, proporcionava a conservação de alimentos, como cascas ou películas do reino vegetal e animal, como: bananas, noz, amendoim, vagens etc., já no mundo animal seriam os ovos, conchas, cascos de tartaruga etc. (EVANGELISTA, 2001). Geram um mundo experimental, de um pensar e agir em hipóteses – do que seria possível, se nem sempre provável. O que da amplitude à imaginação é essa nossa capacidade de perfazer uma série de atuações, associar objetos e eventos, poder manipulá-los, tudo mentalmente, sem precisar de sua presença física (OSTROWER, 2009, p. 20). FIGURA 6 – EMBALAGENS DE VIDROS FONTE: <http://cmykdigest.com/wp-content/uploads/2020/03/Global-Embalagens-de-vidro- Market.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. Com a necessidade de mais conservação de alimentos, surgiu um dos modelos mais antigos, utilizado até hoje, que é o vidro. O vidro surgiu nos anos 3.000 a.C., criado pelos egípcios. Com o vidro, aprimoravam e conservavam os alimentos, além de servir também como objeto de decoração (MOURA, 2003). Já no Século XVIII, devido à Revolução Industrial, a produção de embalagens alterou um comportamento de mercado, exigindo uma inovação de embalagens mais conservadoras de alimentos a um preço acessível. Assim, desenvolveu-se uma produção em escala de vidros. (MOURA, 2003). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS 123 3.2 DESIGNERS DE EMBALAGENS Conforme o trecho anterior, o desenvolvimento das embalagens vem acompanhando a história da sociedade desde que o homem percebeu a necessidade de transportar e conservar alimentos e objetos para suas viagens, surgindo alguns recipientes (CAMARGO, NEGÃO, 2007). Os designers entram nesse mundo das embalagens como criadores fundamentais dos projetos, exercendo um papel importante, com pesquisas para cada produto específico, estética e valores. As primeiras embalagens foram desenvolvidas de modo artesanal e cumpriam basicamente as funções de contenção, proteção e transportes de alimentos (CAMARGO, NEGÃO, 2007). FIGURA 7 – DESIGNERS DE EMBALAGENS FONTE: <https://www.flexoglobal.com/graphics/press-releases/2019/dalim-05.png>. Acesso em: 8 jan. 2021. O papel dos designers de embalagens como princípio fundamental é projetar e desenvolver uma atividade multidisciplinar que envolve várias áreas do conhecimento: • Marketing (ferramenta de comunicação). • Projeto (estética). • Produção (material e conhecimento técnico). UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 124 FIGURA 8 – PROJETO DE EMBALAGEM FONTE: <http://blog.indumak.com.br/projeto-de-desenvolvimento-de-embalagem/>. Acesso em: 8 jan. 2021. O desenvolvimento da embalagem necessariamente passa por várias etapas, incluindo o estudo de cada produto para a execução de um projeto. É essencial que todos os envolvidos na cadeia produtiva tenham um comprometimento neste processo, conheçam cada aspecto e compartilhem informações e responsabilidades para que o resultado em uma embalagem seja eficiente (ROMANO, 1996). 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DA EMBALAGEM Embalagens sustentáveis são uma forma de reduzir os danos causados pelos descartes, considerando como principalmente o uso de material orgânico ou recicláveis, que não demandam muita energia e recursos naturais em sua produção e que, após o seu descarte, tenham impactos ambientais reduzidos, podendo ser medidos por meio da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) de produtos (MANZINI, 2008). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS 125 As embalagens de alumínio podem ser consideradas sustentáveis, pois são infinitamente recicláveis. Além disso, o alumínio não é tóxico para o organismo (mas é preciso tomar cuidado com o bisfenol, um tipo de plástico que reveste latas de alimentos e age como um disruptor endócrino). FONTE: <https://www.ecycle.com.br/6316-embalagens-sustentaveis.html>. Acesso em: 8 jan. 2021. INTERESSA NTE FIGURA 9 – SUSTENTABILIDADE FONTE: <https://semeandoautores.com.br/sustentabilidade-reciclagem/>. Acesso em: 8 jan. 2021. A sustentabilidade é um tópico muito explorado no mundo todo e em todas as áreas. A indústria produtiva foi aderindo a essa ideia para estimular o consumo, não muito diferente para o mundo dos designers, nas suas criações e desenvolvimento, para o uso correto de matérias-primas (MANZINI; VEZZOLI, 2002). 4.1 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS A complexidade dos projetos de embalagens é fundamental para o desenvolvimento no desempenho e na finalização do produto, atendendo à necessidade do mercado físico e virtual (ZAVADIL; SILVA, 2013). UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 126 Os requisitos importantes para uma metodologia no desenvolvimento de embalagens, segundo Rotandaro, Miguel e Gomes (2010), sugerem uma priorização de algumas relevantes etapas: • aspectos do produto, focando as informações como aparência, necessidade de proteção, detalhamento de distribuição etc.; • projeto do transporte; • material adequado, especificando o tipo de proteção necessária; • avaliação do projeto, cujo foco principal recai sobre os custos da embalagem. FIGURA 10 – EMBALAGENS ESPECÍFICAS FONTE: <http://www.portubrasil.com.br/wp-content/uploads/2017/04/018.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. No processo de desenvolvimento de embalagens, os designers responsáveis devem estabelecer uma pesquisa e unir informações, avaliando a relação do consumidor com o produto, aderindo um processo específico de comunicação efetiva. TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS 127 4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA EMBALAGENS As matérias-primas utilizadas nas embalagens são muito variadas. As pesquisas de desenvolvimento estão avançando nos estudos mais aprofundados para que novos produtos e insumos cheguem ao mercado consumidor. A matéria-prima, especificamente as sustentáveis, são uma excelente ferramenta no desempenho de uma embalagem, atuando como um “vendedor oculto” nas gôndolas, pois assume um papel importante de novas personalidades, como beleza e sofisticação (EVANGELISTA, 2001). Citaremos alguns dos materiais e insumos mais tradicionais utilizados para elaboração de embalagens sustentáveis: • Os adesivos termoplásticos, desenvolvidos para a aplicação por equipamentos automáticos. • O metal, como folhas de flandres, alumínio e fibra de lata. • A madeira, considerada a primeira embalagem modernas, utilizada para transportes de produtos. • O papel cartão, uma folha de papel espessa e rígida, formada de pasta de celulose. • O papel kraft, um papel resistente, em tons de marrom, dependendo da origem da celulose. • O plástico, que é utilizado em diversas embalagens como filmes, sacos, tubos, engradados e frascos. • Vidro, que é um dos materiais mais antigos usados na fabricação de embalagens. Uma das iniciativas de preservação do meio ambiente é a reciclagem dos itens que consumimos, entre eles as latas de aço. Material 100% reciclável, as latas de aço podem ser revalorizadas infinitas vezes e virar ferramentas, automóveis, geladeiras, dobradiças, maçanetas, vigas para construção civil e novas embalagens. “A lata de aço pode ser facilmente separada de outros materiais por meiode um processo magnético, que facilita a triagem para a reutilização. A sustentabilidade do aço ainda pode ser comprovada em seu processo de fabricação, pois as embalagens de aço pós consumo são fundamentais para a fabricação de novo aço”, comenta Thais Fagury, presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço). Segundo dados mais recentes do Instituto Aço Brasil, 8,9 milhões de toneladas de sucata de aço foram recicladas em 2017. FONTE: <https://www.temsustentavel.com.br/10-curiosidades-sobre-latas-de-aco/>. Acesso em: 8 jan. 2021. INTERESSA NTE UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 128 FIGURA 11 – MATÉRIA-PRIMA SUSTENTÁVEL FONTE: <https://observatorio3setor.org.br/noticias/escola-implanta-projeto-com-foco-na- gestao-sustentavel-lixo/>. Acesso em: 8 jan. 2021. A demonstração do avanço na pesquisa e desenvolvimento de embalagens de baixo impacto ambiental, especificamente, apresenta os principais insumos ou matérias-primas das embalagens sustentáveis, expondo como principal caraterística serem úteis, ativas e inteligentes (LAKATOS e MARCONI, 2008) 129 Neste tópico, você aprendeu que: • Na história da embalagem que se torna viável um estudo de grande conhecimento por análises dos projetos desenvolvidos e sobre os modos de mediação e comunicação tecnológica, acentuando cada estilo, qualidade, funcionalidade e estética do produto de cada época. • A embalagem requer a criatividade de um designer de embalagens, remetendo um desempenho em pesquisas, informações e aderindo a estudos para compor as necessidades necessárias para idealizar o produto • A sustentabilidade e reciclagem de matérias-primas em todas as áreas produtivas aderiram à necessidade de eliminar lixos para evitar uma agressão ao meio ambiente, além de estimular e incentivar o consumo de embalagens sustentáveis. • O desenvolvimento e os recursos sustentáveis se definem nas necessidades do presente e do futuro, pois estabelece um grande aumento no setor econômico, além da proteção ambiental. • A estética é fundamental, principalmente na aparência da embalagem, pois proporciona soluções e estratégias de projeto, produção e venda final, além de definir também um produto de qualidade. RESUMO DO TÓPICO 1 130 1 Na história e o processo de desenvolvimento da linguagem das embalagens específicas na relação com o homem é abordada a importância da ferramenta do marketing e a necessidade específica do suporte da comunicação visual (MESTRINER, 2001). A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características de abordagem da história da embalagem: FONTE: MESTRINER, F. Design de embalagens – curso básico. São Paulo: Makron Books, 2001. a) ( ) Importância da ferramenta do marketing e suporte da comunicação visual. b) ( ) Importância da ferramenta do marketing e comunicação da moda. c) ( ) Comunicação visual da moda e do design projetual. d) ( ) Importância da ferramenta do marketing e comunicação da mídia. 2 A estética no design de embalagem é uma imagem que insere a linguagem de elementos visuais. A partir desses pressupostos assinale a alternativa CORRETA com os tópicos condizentes: a) ( ) Não remete como linguagem visual. b) ( ) Remete como linguagem visual, mas não é necessário informações c) ( ) Remete como linguagem virtual, necessariamente com várias informações, que não compõe uma característica individual. d) ( ) Remete como linguagem visual, necessariamente com várias informações, compondo uma característica individual. 3 Os designers entram neste mundo das embalagens como criadores fundamentais dos projetos, exercendo um papel importante, com pesquisas para cada produto específico, estética e valores. As primeiras embalagens foram desenvolvidas de modo artesanal e cumpriam basicamente as funções de contenção, proteção e transportes de alimentos (CAMARGO, NEGÃO, 2007). A partir desses pressupostos, descreva o papel principal dos designers. 4 O papel dos designers de embalagens, como princípio fundamental, é de projetar e desenvolver uma atividade multidisciplinar que envolve várias áreas do conhecimento. A partir desses pressupostos, descreva quais são as atividades principais que envolvem as áreas do conhecimento do designer. 5 Os requisitos importantes para uma metodologia no desenvolvimento de embalagens. Segundo Rotandaro, Miguel e Gomes (2010), sugerem uma priorização de algumas relevantes etapas. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA de algumas etapas de priorização: FONTE: ROTANDARO, R. G.; MIGUEL, P. A. C.; GOMES, L. A. V. Projeto do produto e do processo. São Paulo: Atlas, 2010, 193p. AUTOATIVIDADE 131 a) ( ) Aspectos do produto, projeto do transporte; material adequado, avaliação do projeto. b) ( ) Material especifico, transporte por terra, avaliação do projeto. c) ( ) Marketing, material específico, aspecto do projeto. d) ( ) Ferramentas adequadas, materiais adequados, aspecto do produto. 132 133 UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM Nos tempos atuais de consumo, a competividade tem sido algo que as empresas estão enfrentando diariamente, quando o mercado está desenvolvendo cada vez mais produtos semelhantes, com características idênticas e mesmo preço ou até com menor valor. A inovação e a criatividade solucionam necessariamente um propósito de que um produto possa continuar no mercado. Há milênios de anos, a embalagem surgiu para conservar, armazenar e principalmente para o transporte de produtos. Com a inovação nos dias de hoje e com a criatividade, as embalagens se tornaram um produto de consumo essencial para o mercado consumidor (TASCHNER, 2010). O desenvolvimento de embalagens possui uma atualidade no mundo, com grande participação na economia. Assim, fortalecem o mercado dos produtos, instigam um interesse no mundo dos investidores e microempreendedores e os envolvidos no negócio tiram seus lucros (TASCHNER, 2010). As empresas especializadas em desenvolvimento de embalagens têm como papel fundamental desempenhar os produtos com eficiência e qualidade no seu funcionamento. É necessário conter os desperdícios e inserir um setor específico de Planejamento e Controle de Produção (PCP). O PCP é um setor que planeja e auxilia na gestão operacional das empresas, adquirindo o envolvimento das operações e a consolidação eficaz. A implementação deste setor visa a garantia de qualidade e produtividade, desempenhando e designando funções para cada profissional envolvido (TASCHNER, 2010). A partir desses pressupostos, no Tópico 2 estudaremos os seguintes temas: (1) a tendência no mercado das embalagens e sua evolução; (2) Os processos de desenvolvimento de uma embalagem e o gerenciamento dos projetos na produção; (3) a qualificação de um planejamento e da gestão da produção das embalagens. 134 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DA EMBALAGEM A mercadologia tem como compromisso importante a dominação das empresas, priorizando medidas de desenvolvimento econômico e social e obtendo uma visão direta com a possibilidade de criação efetiva no mercado de embalagens nas indústrias e suas tenências (BOYO; WESTFALL, 1984). FIGURA 12 – MERCADO DE EMBALAGEM FONTE: <encurtador.com.br/diDGO>; <encurtador.com.br/bcgSV>. Acesso em: 8 jan. 2021. O mercado exige uma pesquisa do produto já existente, com o intuito de identificar quais os diferenciais competitivos entre os concorrentes, como uma aceitação e o potencial para novos produtos. Com isso, é possível ter determinados valores, qualidade, cores, design da embalagem e seus conceitos (SAMARA; BARROS, 2007). 2.1 MERCADO DO DESIGN DE EMBALAGENSO designer é um profissional com um papel importante para o mercado das embalagens, além de estar presente desde o início da construção da embalagem até a entrada no mercado, e, consequentemente, na valorização do consumidor (TASCHNER, 2010). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM 135 FIGURA 13 – DESIGN DE EMBALAGENS FONTE: < https://www.dezin.info/wp-content/uploads/2020/10/Patterns-for-packaging-cdr-file- free-6.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. Uma das funções do designer é poder criar novas ideias, sugerir mudanças e questionar a maneira de como as embalagens são utilizadas, produzidas e descartadas pelos consumidores (MANZINI; VEZZOLI, 2008) Nossa relação com as coisas está repleta de significados, construídos a cada experiência que temos. Neste sentido, é fundamental recordar o papel como agente de mediação, entre nós e o mundo em que vivemos. Através das coisas, materializamos nossas convicções, ideais, sonhos e sentimentos. Desta maneira, o design tem um papel fundamental na construção de valores em nossa sociedade (FUENTES, 2006, p. 35). O designer pesquisa e rotula no mercado uma inclusão nas embalagens de informações, fazendo assim com que o material promova o seu descarte ideal em locais adequados, além de incentivar a reciclagem das embalagens e direcionar ao desenvolvimento sustentável (TASCHNER, 2010). 136 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS FIGURA 14 – DESIGN MERCADOLÓGICO FONTE: <encurtador.com.br/cfoSX>; <encurtador.com.br/ikDP0>; <encurtador.com.br/syFKU>. Acesso em: 8 jan. 2021. As embalagens no mercado têm a função de distribuir a utilização no seu uso e aderir um design favorável e atrativo. Com esse propósito, foram acrescidas pelas empresas alguns relevantes itens, que melhoram o consumo excessivo no mercado: • Facilitar a armazenagem: a embalagem deve ser projetada para redução de custos. • Proteger e conservar o produto: a embalagem deve servir, também, para a proteção do produto nos pontos de venda. • Posicionar o produto: posicionar o produto nas gôndolas ou prateleiras. • Facilitar o uso do produto: a embalagem deve ser adequada ao tipo de uso do produto. • Mercadológica: tem a função e obrigação de seduzir o consumidor através de um design atrativo e chamativo. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM 137 FIGURA 15 – ARMAZENAMENTO FONTE: <https://www.diariodepetropolis.com.br/Conteudo/Dados_DRPTR14/acervo/1/202005/ fotos/0640_x_0439_20200526152448_7MU1Q.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. A embalagem se tornou uma arma poderosa para a mídia de marketing, pois acarreta uma carga consigo: a marca, a qualidade e valores dos produtos (KOTLER; ARMSTRONG, 1998). As decisões sobre embalagens sempre se basearam em fatores como custo e produção, e sua função primordial era conter e proteger o produto. Recentemente, porém, numerosos fatores tornaram-na uma importante ferramenta de marketing. Com o crescimento do autosserviço, as embalagens hoje têm várias tarefas de venda – desde atrair a atenção dos consumidores até descrever o produto e realizar a venda. Hoje se conhece o poder de uma boa embalagem para suscitar no consumidor um reconhecimento imediato da empresa ou da marca (KOTLER; ARMSTRONG, 1998). Pode ser que o ambiente em que a sua embalagem vai estar seja agressivo. É imprescindível que você conheça toda a cadeia de distribuição, os veículos, os transbordos de carga e os espaços usados para estocagem. Alguns cuidados devem ser tomados para a especificação da embalagem para transporte: • Não pode ser pesada demais: o peso total deve ser adequado para ser carregada por uma pessoa. • Quando os produtos são objeto de roubo sistêmico, pode-se codificar a identificação deles, sempre com o conhecimento do cliente. • Podem ser usados fechamentos que inibam a abertura e o roubo do conteúdo. • Podem ser dotadas de detalhes para facilitar a abertura no ponto de venda. FONTE: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tecnicas-para-embalagens- de-produtos,d0da347ea5b13410VgnVCM100000b272010aRCRD>. Acesso em: 8 jan. 2021. ATENCAO 138 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS Percebe-se que a embalagem possui outros meios de comunicação utilizados pelas empresas nas campanhas publicitárias e propagandas, com as características de contato direto, sensorial, tátil e intelectual com o consumidor (KOTLER; ARMSTRONG, 1998). 2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS A tendência na produção de embalagens tem uma relação entra as imagens feitas pelo olhar do consumidor, formando um caminho que percorre toda a face da embalagem em si. “[...] o olho completa as conexões que faltam, mas relaciona automaticamente, e com maior força as unidades semelhantes” (DONDIS, 2007, p. 45). “No mundo do design, tendemos a associar emoção com beleza. Construímos coisas atraentes, coisas mimosas, coisas coloridas. Por mais importantes que sejam esses atributos, não são eles que impulsionam as pessoas em sua vida quotidiana” (NORMAN, 2008, p. 67-68). FIGURA 16 – TENDÊNCIA DE EMBALAGENS FONTE: <https://www.des1gnon.com/wp-content/uploads/2014/02/Des1gnon_tendencia_ embalagem_thumb.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. A tendência das embalagens é uma propensão que segue um determinado movimento significativo da atualidade. Trata-se de uma inovação para os tempos atuais de cada época, que seguem um caminho de aceitação e inspiram padrões de diversos projetos com algumas características criativas como (NORMAN, 2008): • Formas geométricas: cores vivas. • Transparências e brancos: expressão simples e clareza. • Papel Kraft: inovação do material. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM 139 • Alto contraste: com preto e branco. • Toque de aquarela: colorido. • Branco como a tela: minimalista com letras coloridas. • Ilustrações curiosas: divertidos e explicativos. FIGURA 17 – TENDÊNCIAS CRIATIVAS FONTE: Adaptada de <https://www.des1gnon.com/2014/02/7-tendencias-aplicadas-nas- embalagens/>. Acesso em: 8 jan. 2021. 140 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DA EMBALAGEM O desenvolvimento e gerenciamento de um projeto de embalagem exige uma atividade considerável, especificamente de em uma empresa, e qualquer que seja a organização, uma corporação pode gerenciar problemas que se tornam rotinas, baseadas em ideias conclusivas. (PMI, 2017). Tendo em vista que os projetos podem variar de complexidade, duração ou tamanho, eles devem ser notados pelas empresas como distintos entre si. Desse modo, cada projeto deve ser administrado de tal maneira a adequar-se as suas especificidades, atividades, incertezas e ambientes interno e externo (JUNIOR; PLONSKI, 2011 apud RAMOS, 2017, p. 12). 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS O processo no desenvolvimento de embalagens inclui exclusivamente o pensar e o sentir, consciente e inconsciente do produto em questão. Para um bom desempenho de desenvolvimento de embalagens, deve-se considerar alguns momentos significativos como (TORRANCE, 1974): • Insight: que é o momento de captação e estruturação de possibilidades, indagando as ideias necessárias. • Elaboração: questionamento, levantando e testando as ideias. • Inspiração: ideias flexíveis, pesquisando o mercado atual. FIGURA 18 – DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS FONTE: <http://www.kubos.com.br/wp-content/uploads/2013/08/etapas_embalagem1.png>. Acesso em: 8 jan. 2021. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM 141 A concepção de uma embalagem deve levar em conta o prazer da desembalar. A dificuldade de desembalar um produto pode lhe conferir aspectos negativos, bem como se deve considerar esse ritual tão ou até mais importante que o design ou o material da embalagem. Um exemplo claro da importância do desembalar são asembalagens japonesas. Na cultura oriental, embalar um produto é um ato de amor, de demonstração de carinho; um dos canais encontrados para extravasar sentimentos é justamente a embalagem. A especialidade dos japoneses na área da embalagem se desenvolveu principalmente nas tradicionais lojas onde depuravam suas técnicas baseadas nos métodos herdados de gerações anteriores. As características das embalagens tradicionais japonesas são o trabalho manual e o emprego de materiais naturais para sua confecção. FONTE: <https://www.eosconsultores.com.br/gestao-de-projetos/>. Acesso em: 12 set. 2020. INTERESSA NTE O desenvolvimento de embalagens requer uma atenção especial para um processo com atividade multidisciplinar envolvendo várias áreas de conhecimentos indispensáveis (TORRANCE, 1974): • Marketing: ferramenta de comunicação. • Projeto da embalagem: estética e funcionalidade. • Produção: matéria-prima e conhecimento técnico do processo produtivo. 3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE EMBALAGENS O gerenciamento de projeto de embalagens inclui muitos fatores essenciais na execução de um processo e atividades com sucesso, pois identifica, define e coordena uma equipe eficaz e qualificada para finalizar o produto (FUENTES, 2006). FIGURA 19 – GERENCIAMENTO DE EMBALAGENS FONTE: <https://www.moultonlogistics.com/hs-fs/hub/285195/file-1310146389-jpg/ images/164355102.jpg?width=294&height=196&name=164355102.jpg>. Acesso em: 8 jan. 2021. 142 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS No gerenciamento existem alguns processos para um desempenho eficaz, que aplicam uma apresentação dentro do grupo de desenvolvimento, que são: • Desenvolver o termo de abertura do projeto. • Desenvolver o plano de gerenciamento de projeto. • Orientar e gerenciar o trabalho do projeto. • Monitorar e controlar o trabalho do projeto. • Realizar o controle integrado de mudanças. • Encerrar o projeto ou fase. Para gerenciar um projeto é necessário ter uma certificação na área de gerenciamento de projetos, é uma discussão frequente entre profissionais do setor. Ela não garante um bom emprego, aumento salarial ou promoção, mas funciona como uma comprovação de que o profissional tem habilidades técnicas para atuar como gerente de projetos. A certificação auxilia na tomada de decisão de quem está contratando, mas não garante a competência do profissional. Quem tem interesse em obter uma certificação deve ficar atento às opções existentes no mercado. FONTE: <https://gdeprojetos.wordpress.com/category/curiosidades/>. Acesso em: 8 jan. 2021. IMPORTANT E O objetivo de gerenciamento é fornecer aos colaboradores da empresa as informações indispensáveis para o acompanhamento de tarefas e o desenvolvimento do seu desempenho. As instruções verbais e descritas aos funcionários devem ser bem interpretadas, evitando erros de comunicação que podem acarretar um aumento de custo do projeto (PINTO, 2003). FIGURA 20 – GERENCIAMENTO DE PROJETO FONTE: <https://bsbr.com.br/gerenciamento-integracao-projeto>. Acesso em: 8 jan. 2021. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM 143 Segundo Valeriano (1998), o gerenciamento de projetos é uma complexidade de atividades em que necessariamente depende-se de recursos, itens específicos definidos pelo cliente e harmonização de sincronia de ações em seu desenvolvimento, controle e negociação. 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM A gestão de produção da embalagem é fundamental para o processo de qualquer organização. Surgiu para controlar e administrar toda a entrada e saída dos materiais (BALLOU, 2012). Segundo Ballou (2012), um gerente competente é essencial para as gestões atuais e futuras. O controle dos estoques de matérias-primas é essencial para as grandes necessidades das empresas no que diz respeito a administrar melhor seus materiais. 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS A importância do Planejamento e Controle da Produção (PCP) nas indústrias de embalagens enfatiza uma competência através da visão profissional, por meio da demonstração dos impactos positivos da administração da produção e os efeitos de um planejamento não coerente (CHIAVENATO, 2005). O projeto contextualiza as principais vertentes do Planejamento e Controle da Produção (PCP), rebatendo no mercado a produtividade crescente das indústrias das embalagens (CHIAVENATO, 2005). Para produzir e bem é necessário planejar, organizar, dirigir e controlar. Para atender os requisitos de eficiência e eficácia, a produção precisa repousar em um sistema de planejamento e controle confiável. Há muita atividade a ser planejada, organizada e coordenada para que a produção ocorra da melhor maneira possível. A complexidade do sistema produtivo exige necessariamente um esquema de planejamento e controle [...] (CHIAVENATO, 2005, p. 101). A função do PCP é aumentar a eficiência e desenvolvimento do processo produtivo da empresa. Consiste em manter a finalidade de atuar sobre os meios de produção a fim de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam alcançados. As funções são: • Planejar a produção: planejar o processo produtivo, programando materiais, máquinas e estoques. • Monitorar e controlar a produção: monitorar e controlar o desempenho da produção em relação ao que foi planejado. • Direcionar áreas distintas da empresa: o PCP mantém uma rede de relações com as demais áreas da empresa. 144 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS FIGURA 21 – PCP FONTE: <https://www.portalchambril.com.br/media/2018/04/img-1-3.png>. Acesso em: 8 jan. 2021. Produção Finanças Vendas Engenharia Compras Almoxarifado Contabilidade e Custos RH PCP Segundo Chiavenato (2005), o planejamento de uma produção deve ser bem administrado, principalmente para uma otimização de recursos de entrada e saída de uma empresa para se alcançar determinados objetos designados. 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DAS EMBALAGENS A Gestão de produção de embalagens exige uma administração de produções e operações que diz respeito às atividades orientadas. Com isso, evita- se o desperdício, além de aplicar processos produtivos necessários na finalização (MOREIRA, 1998). Na gestão de produção é essencial a consciência de saber o que fazer e como executar, de maneira eficiente e econômica. O processo de gestão segue um propósito, princípios e valores pré-estabelecidos, com o intuito de alcançar os objetivos e metas (MOREIRA, 1998). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM 145 FIGURA 22 – CICLO GESTÃO NA PRODUÇÃO FONTE: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Imagens%20SebraeNA/ xpg12,P20,P285,P29.png.pagespeed.ic.xrQyZ4Muby.webp>. Acesso em: 8 jan. 2021. Segundo Mayer (1992), em um sistema de produção é necessária a transformação de insumos em bens e em serviços, através da inserção de alguns principais tipos de sistema de produção: • Produção contínua: fluxo em linha de produção, apresentando sequências lineares. • Produção em posição fixa: facilidade na execução de grandes projetos, exigindo a posição fixa como escolha. • Produção em lotes: associada a cada característica específica do produto, aguardando a finalização de padronagem, até o início de outro lote. 146 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • As organizações empresariais focam e atuam em setores de embalagens, priorizando, em investimentos capacitando colaboradores e gerenciando, aderindo resultados e desempenhos excelentes em cada setor designado. • A gestão de produção da embalagem é fundamental para o processo de qualquer organização. • O objetivo de qualificar um profissional é uma proposta eficaz para uma empresa, inserindo assim novos procedimentos de gerenciamento, que permitem evitar as falhas atuais no processo degestão dos projetos de embalagens. • O processo de gestão segue um propósito, princípios e valores pré-estabelecidos, com o intuito de alcançar os objetivos e metas • Para produzir e bem é necessário planejar, organizar, dirigir e controlar. Para atender os requisitos de eficiência e eficácia, a produção precisa repousar em um sistema de planejamento e controle confiável. 147 1 O designer é um profissional com um papel importante para o mercado das embalagens, além de estar presente desde o início da construção da embalagem até a entrada no mercado, e, consequentemente, na valorização do consumidor. A partir desses pressupostos, descreva o significado de um designer como profissional. 2 A função do PCP é aumentar a eficiência e o desenvolvimento do processo produtivo da empresa, consistindo em manter a finalidade de atuar sobre os meios de produção a fim de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam alcançados. A partir desses pressupostos, descreva com as suas palavras as características de eficiência. 3 A função do PCP é aumentar a eficiência e desenvolvimento do processo produtivo da empresa. Consiste em manter a finalidade de atuar sobre os meios de produção a fim de aumentar a eficiência e cuidar para que os objetivos de produção sejam alcançados. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA das funções: a) ( ) Desenvolvimento do produto, monitorar e controlar a produção, direcionar áreas distintas da empresa. b) ( ) Planejar insumos, monitorar as horas, direcionar áreas distintas da empresa. c) ( ) Planejar a produção, monitorar e controlar a produção, direcionar áreas distintas da empresa. d) ( ) Projeto do produto, controle de produção, direcionar áreas distintas da empresa. 4 A tendência das embalagens é uma propensão que segue um determinado movimento significativo da atualidade. Trata-se de uma inovação para os tempos atuais de cada época, que seguem um caminho de aceitação e inspiram padrões de diversos projetos com algumas características criativas como (NORMAN, 2008): A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com os critérios importantes a serem aplicados: a) ( ) Formas geométricas, transparências, papel comum. b) ( ) Formas geométricas, transparências e brancos, alto contraste, toque de aquarela, ilustrações curiosas. c) ( ) Transparências e brancos, papel kraft, alto contraste, toque de aquarela, branco, ilustrações curiosas. d) ( ) Formas geométricas, transparências e brancos, papel Kraft, alto contraste, toque de aquarela, branco, ilustrações curiosas. AUTOATIVIDADE 148 5 Segundo Mayer (1992), em um sistema de produção é necessária a transformação de insumos em bens e em serviços, através da inserção de alguns principais tipos de sistema de produção: A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com os critérios importantes a serem aplicados: a) ( ) Produção contínua, Produção em posição fixa, Produção em lotes b) ( ) Planejamento do produto, Produção em posição fixa, Produção em lotes. c) ( ) Produção contínua, Facilidade do produto, Flexibilidade, Venda e Qualidade. d) ( ) Planejamento do produto, Produção contínua, Flexibilidade, Logística e Comunicação. 149 UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM Este trabalho estuda o desenvolvimento e a criação do projeto e o processo integrado. Assim, damos vida a uma embalagem e compreendemos o desempenho do designer, além de instigarmos a criatividade, a funcionalidade e os desenhos criativos até o último item a ser finalizado (LIRA; CARVALHO, 2006). O designer tem o papel fundamental de inserir no projeto as tendências do mercado. Este processo deve ser feito através de uma pesquisa, união de ideias e a integração das relações do consumidor com o meio em que vive. É necessário utilizar as ferramentas metodológicas para formar o produto ideal (LIRA; CARVALHO, 2006). A embalagem tem como objetivo o desenvolvimento de um projeto inicial, que resulta em um item que tem como um intuito de cativar possíveis consumidores do próprio produto. (MOREIRA, 1998). A partir desses pressupostos, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas: (1) O desenvolvimento e compreensão de materiais no processo de fabricação das embalagens; (2) a ergonomia, funcionalidade e conforto da embalagem; (3) Compreendes e analisar o desenvolvimento do projeto da embalagem. 2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA EMBALAGEM Necessariamente, é fundamental conhecer os passos iniciais do projeto para que durante o desenvolvimento seja possível minimizar transtornos ou contratempos, nas escolhas adequadas de materiais, inserindo um processo produtivo eficaz para cada tipo de produto (OSTROWER, 1998). No processo de produção tradicional, por exemplo, o papel e a madeira são as principais fontes de celulose utilizada. A madeira em si é composta de água e a fração sólida dela mesma, consiste com alguns componentes como: celulose, hemicelulose, lignina e materiais orgânicos e inorgânicos (AMARAL, 2008). 150 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS Definir quais materiais utilizados na indústria de embalagens em um produto é um passo importante para a finalização de um projeto. Há uma ampla variedade disponível no mercado, de metais e de plásticos inovadores (NAVARRO; NAVARRO, 2007). FIGURA 23 – MATERIAIS PARA EMBALAGENS FONTE: <encurtador.com.br/jtAO1>; <encurtador.com.br/ceqxS>; <encurtador.com.br/iMNX0>. Acesso em: 8 jan. 2021. Segundo Navarro e Navarro (2007), são classificados alguns principais materiais de embalagens: • Embalagens metálicas: umas das embalagens mais antigas e modernas, e os mais utilizados são o alumínio, o aço inox e a folha de flandres (um composto de ferro e estanho). • Embalagens de vidros: fabricado há milênios de anos, o vidro apresenta ima capacidade de proteção do conteúdo contra odores e contaminantes externos. • Embalagens plásticas: são extremamente versáteis e maleáveis, além de ser mais barato, são utilizados em transporte, por serem mais leves e práticos. • Embalagens de papéis: podem ser recicláveis, também com um baixo custo e fáceis de serem produzidas, embalagens de papel são extremamente populares para produtos não perecíveis ou como segunda embalagem. • Embalagens bioplásticas: sustentável, tem um grande impacto ambiental, criados a partir de vegetais, como milho, batata e mandioca. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM 151 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS O processo de fabricação de embalagens e a produção transformam a matéria-prima até na finalização do produto, sempre obedecendo uma sequência de qualidade, de ideias, criatividade e projetos (LIRA; CARVALHO, 2006). FIGURA 24 – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGEM FONTE: <https://exame.com/wp-content/uploads/2019/07/prima-1-1-1. jpg?quality=70&strip=info&resize=680,453>. Acesso em: 8 jan. 2021. Segundo Lira e Carvalho (2006), a gerência recebe o pedido, repassa para cada área específica, emite uma ordem de produção com as especificações do produto, separa as matérias-primas a serem utilizadas, suas respectivas quantidades e o total a ser produzido do produto. 3 CRIATIVIDADE, PERCEPÇÃO E FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS Caro acadêmico, como é de se esperar, a funcionalidade da embalagem é um fator muito importante para o produto, sendo adequado para cada mercado. O design cria as características físicas e as funcionalidades ergométricas das embalagens, além de se adaptar à utilização dos conteúdos (MESTRINER, 2012). 152 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 3.1 EMBALAGENS CRIATIVAS Oprocesso criativo das embalagens tem como papel fundamental do designer trabalhar exclusivamente em um mundo complexo que envolve o produto, a indústria e o marketing. Isso faz com que este profissional fique atento a todas as etapas do processo que envolve a vida das embalagens (MESTRINER, 2012). Se você tem um produto que muitas outras pessoas também produzem, tente mostrá-lo de maneira inovadora. Uma embalagem de mel deu um passo na direção certa ao usar uma caixa feita de cera de abelha, deixando de lado o típico recipiente de plástico ou de vidro. E o melhor de tudo: após usar o produto, você pode virá-lo de ponta-cabeça e usá-lo como vela. Você pode queimar o pacote, fazendo com que o produto se torne completamente livre de desperdícios. FONTE: <https://www.cbd.org.br/artigos/design-de-embalagens-50-embalagens-criativas/>. Acesso em: 8 jan. 2021. ATENCAO FIGURA 25 – EMBALAGENS CRIATIVAS FONTE: Adaptada de <https://br.qr-code-generator.com/qr-codes-on/food-packaging/>. Acesso em: 8 jan. 2021. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM 153 Ser criativo e humorado nas embalagens e ser também um pouco brincalhão com sua embalagem é divertido. Se você pode fazer alguém sorrir ao olhar para o seu produto, por que não fazer isso? Por exemplo, pincéis que atuam como pelos faciais nas embalagens com rostos ilustrados. As embalagens devem ser divertidas de olhar e, definitivamente, diferenciando de outros pincéis. FONTE: <https://www.cbd.org.br/artigos/design-de-embalagens-50-embalagens- criativas/>. Acesso em: 8 jan. 2021. IMPORTANT E Segundo Mestriner (2012), o design de embalagens tem como principais atributos um diferencial no conhecimento dos hábitos e atitudes dos consumidores que relaciona os produtos, apontando como uma poderosa ferramenta para o marketing e sendo essencialmente um suporte de vendas, principalmente nas pequenas empresas que não dispõem de outro tipo de comunicação com o cliente. 3.2 FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS Hoje em dia, a funcionalidade e a aparência das embalagens têm um papel muito mais importante do que apenas proteger o produto ou promovê- lo. A funcionalidade e a versatilidade se tornaram ferramentas estratégicas para as empresas, assim, a embalagem passou a fazer parte do produto que é comercializado (CAMARGO; NEGÃO, 2007). FIGURA 26 – FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS FONTE: Adaptada de <https://designdeembalagem.com.br/funcionalidades-das-embalagens>. Acesso em: 8 jan. 2021. 154 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS Existem alguns exemplos de funcionalidade de embalagens inovadoras: • O uso da embalagem à vácuo. • Novas bisnagas de creme dental. • Maioneses de potes de vidro para potes de plástico. • Long necks de alumínio ao invés de vidro. • Rótulos para informar o consumidor. • Garrafas de vinhos, cervejas e outras bebidas com tampa de rosca. • Versões de embalagens menores de diversos produtos combatendo o desperdício. FIGURA 27 – FUNCIONALIDADE INOVADORAS FONTE: <encurtador.com.br/bILP0>; <encurtador.com.br/rvAIR>. Acesso em: 8 jan. 2021. Segundo Camargo e Negão (2007), a funcionalidade de embalagens insere uma ergonomia específica e os valores dos produtos, pois reforça as marcas, aprimora a produtividade e aumenta a capacidade de rendimentos. A tecnologia de embalagens entra neste ciclo ao dar o poder de modificar o mercado e aumentar as vendas. 4 PROJETO DA EMBALAGEM Para um projeto de embalagem ser um sucesso, adquire-se a necessidade de se ter alguns estágios de desenvolvimento, tendo em vista uma expressão cognitiva direta, com noção de utilidade em cada estágio: • Pesquisa de tendência do produto no mercado. • Adição de detalhes específicos e informações nas embalagens existentes. • Criação e ideias inovadoras, com funcionalidade adicional. Segundo Moura (2003), com o projeto concluído, providencia-se amostras da embalagem para garantir a qualidade, a funcionalidade e solicita a análise de conformidade dos aspectos dimensionais, até a aprovação do produto. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM 155 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE EMBALAGENS Na criação de embalagens, inicialmente surge a necessidade de proteger os produtos de insetos e roedores, com o intuito de manter a conservação do produto no transporte por longas distâncias. Surge assim a evolução do processo de criação de embalagens junto à sociedade e o mercado (ABRENEWS, 1997) Para um processo na criação de embalagem seja executado com sucesso, é indispensável e interessante seguir várias etapas: • Estudo de público: estudar e entender o público consumidor e seu comportamento, para iniciar a criação da embalagem. • Estudo de mercado: entender o mercado, seus concorrentes e os pontos de venda. • Estudo de logística: entender o fabricante do produto, de como é fabricado, embalado e distribuído. • Definição de códigos e legislação: rotular e seguir as regras específicas do produto, como valores nutricionais, validade, código de barra, pesos, e muitas outras. • Design de embalagem: estudo do público, produto, mercado e normas, depois do estudo, inicia-se a criação, designando o processo. FIGURA 28 – PROCESSO DE CRIAÇÃO FONTE: <http://www.elizegarcia.com/o-processo-de-criacao-de-um-site/>. Acesso em: 8 jan. 2021. Abrenews (1997) enfatiza que a criação de embalagens deve levar em conta todo um processo para desenvolver as embalagens que protegem o produto durante a fabricação e transporte. 156 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE EMBALAGENS O projeto de embalagens conta com a eficiência de um designer, que se baseia em estudos de tendências, enfatiza ideias e instiga a criação na finalização do projeto, atendendo assim aos requisitos da funcionalidade, conforto e qualidade do produto (MOURA, 2003). FIGURA 29 – PROJETO DE OBJETOS FONTE: <encurtador.com.br/jqS07>; <encurtador.com.br/svBW5>. Acesso em: 8 jan. 2021. Segundo Moura (2003), o planejamento é fundamental e necessário para o estabelecimento do objetivo de um projeto até o desenvolvimento final. Ele adequa e controla os processos operacionais, além de passar pelas etapas de funcionalidade, criação, qualidade, e estética especificando cada detalhe do produto. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM 157 LEITURA COMPLEMENTAR GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÃO DE PROJETOS EM UMA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS Marciano Ramos 1 INTRODUÇÃO Atualmente, com a crescente concorrência entre as empresas, os setores de desenvolvimento de novos produtos estão sendo cada dia mais exigidos. Este ambiente de competitividade amplia a demanda por produtos diferenciados e com maior excelência em seus níveis de qualidade. Mundim (2002) aponta que a vantagem competitiva de uma empresa está ligada a sua capacidade de introduzir novos produtos no mercado, sendo estes tecnologicamente atualizados e com características que atendam o grau de exigência do consumidor. Entretanto, o desenvolvimento de novos produtos se caracteriza por ser um processo complexo e dinâmico que requer o envolvimento de várias áreas, contando com a participação de pessoas de várias funções e especialidades. De acordo com Brettel et al. (2011), o desenvolvimento de novos produtos é reconhecido como um empenho multidisciplinar que abrange a integração e interconexão de diferentes departamentos. Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A natureza temporária dos projetos indica que eles têm um início e um término definidos (PMI, 2017). Em outras palavras, todo projeto tem um tempo prefixado para criar um produto, um serviço ou um resultado singular (VALERIANO, 2005). A principal característica de qualquer tipo de projeto é que ele é arriscadoe, por isso, a gestão de projetos (ou gerenciamento de projetos) oferece instrumentos para contornar tantas incertezas, encontrando maneiras de limitar os riscos (CARVALHO, 2012). Ou seja, os processos dessa área de conhecimento permitem o cumprimento dos prazos de acordo com o planejado (CARVALHO, 2015). Conforme Baxter (2011), para que sejam minimizadas as falhas no produto final e este apresente total satisfação do cliente, é necessário avaliar todas as escolhas feitas durante a fase do projeto. Nesse sentido de interconexão entre os departamentos, devem apresentar uma excelente sinergia para que essas escolhas sejam feitas de maneira mais correta. 158 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS Diante disso, percebe-se que o processo deve ser conduzido de maneira sistemática, e para que isso ocorra faz-se necessário o auxílio de ferramentas de gestão de vários processos envolvidos. Compreendendo a complexidade do desenvolvimento de projetos e sabendo da importância de um bom gerenciamento da informação, o presente estudo tem como objetivo avaliar a informação e suas ferramentas de gerenciamento, para auxílio do processo no processo de desenvolvimento de novos produtos em uma empresa de embalagens localizada na região sudoeste do Paraná. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PROJETOS Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado exclusivo. Embora elementos repetitivos possam estar presentes em algumas entregas do projeto, essa repetição não muda a singularidade fundamental do trabalho do projeto e podem ser tangíveis ou intangíveis, por exemplo, prédios de escritórios são construídos com os materiais idênticos ou similares ou pela mesma equipe, mas cada um é exclusivo – com diferentes projetos, circunstâncias, fornecedores, etc. (PMI, 2008). Ou seja, as atividades são consideradas específicas em uma empresa, e qualquer que seja a organização, uma corporação pode gerenciar problemas que se tornam rotinas, baseadas em amostras históricas. Na verdade, é que nenhuma empresa no mercado atual não quer ser apenas mais uma, e para alavancar a concorrência, usam do desafio de gerenciar atividades nunca realizadas no passado, e que jamais possam vir a se repetir no futuro. Diante da literatura sobre gerenciamento de projetos, é possível alinhar um conjunto de problemas de gestão com o conjunto de habilidades consideradas necessárias para resolvê-los, assim, a natureza complementar dessas perspectivas ficam explicitas. A questão não é discutir se primeiro há o problema e depois é necessária a habilidade para resolvê-lo ou oposto, o foco é destacar que diante desse emparelhamento há um apelo lógico inerente à importância das competências do gerente de projetos (MEREDITH; MANTEL, 2003). De acordo com a norma ISO 10006 (1997), um projeto é definido como sendo um processo único, consistindo em um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos. Assim, podem-se perceber dois conceitos essenciais desta definição: um referente à temporalidade, ou seja, todo projeto tem um começo e um fim bem determinado e outro que se refere à singularidade, ou seja, que o produto ou serviço é, de algum modo, diferente de todos os similares feitos anteriormente. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM 159 2.1.1 Gestão de projetos Os projetos são de suma importância para a gestão estratégica de negócios, pois trazem para as empresas vantagens competitivas. Mesmo tendo conhecimento dessa importância, várias organizações descuidam-se no que se refere à gestão e acabam não desempenhando as atividades de acordo com o planejado, assim, um dos maiores desafios das organizações é justamente entregar projetos que atendam aos prazos, custos e especificações (JUNIOR; PLONSKI, 2011). Projeto é um empenho temporário (de curto, médio ou longo prazo) dirigido por pessoas a fim de realizar tarefas ou atividades inter-relacionadas com o objetivo de designar um produto ou serviço único. Para alcançar seu objetivo são utilizados recursos limitados e necessário atender as especificações determinadas no escopo do projeto com o prazo, custos e padrões de qualidade. Tendo em vista que os projetos podem variar de complexidade, duração ou tamanho, eles devem ser notados pelas empresas como distintos entre si. Desse modo, cada projeto deve ser administrado de tal maneira a adequar-se as suas especificidades, atividades, incertezas e ambientes interno e externo (JUNIOR; PLONSKI, 2011). Segundo Clemente e Ghido (2013) um projeto abrange certo grau de incerteza, pois é planejado um objetivo baseando-se apenas em algumas hipóteses atreladas a estimativas, que devem ser arquivadas devido a sua significativa influência no projeto. Essa ligação de hipótese e estimativa implica na incerteza de conclusão total do projeto. Enfim, a gestão de projetos é, resumidamente, o bom 13 emprego de conhecimentos, planejamento, controle de recurso e técnicas que garantam a eficiente e eficaz execução de projetos. 2.1.2. Planejamento do projeto As atividades do planejamento do projeto, de forma genérica, devem empreender esforços no sentido de identificar todas as atividades, recursos e a melhor forma de integrá-los para que o projeto siga em frente com o mínimo de erros, o planejamento deve prever a necessidade de integração de informação e decisões entre as áreas funcionais e outros projetos da empresa, construindo para a melhor coordenação e comunicação no projeto Rozenfeld et al.; (2006). Diversas pesquisas (DAI; WELLS, 2004; MULLALY, 2006; JULIAN. 2008) demonstram que a percepção de desempenho em custos, prazo e qualidade dos projetos gerenciados em organizações que contam com PMO é mais positiva que em organizações sem tais estruturas. Adicionalmente, pesquisas têm demonstrado que os PMO não são estruturas estáticas, nem com um conjunto fixo de funções independentes da organização onde atuam. Ao contrário, os PMO são fortemente determinados pelo negócio da empresa e pelos objetivos de desempenho dos projetos (AUBRY et al, 2010). 160 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS 2.1.3. Ciclo de vida do projeto: fases Keeling (2002) afirma que qualquer projeto possui diversas fases, e cada uma delas tem suas próprias características e necessidades. Essas diversas fases caracterizam o ciclo de vida do projeto. O mesmo autor afirma que o entendimento do ciclo de vida é imprescindível para obter sucesso no gerenciamento de projetos. Basicamente 4 (quatro) fases compõem esse ciclo as quais serão descritas a seguir, sob a visão de Clemente e Ghido (2013): • Iniciação: nessa fase é identificada a necessidade do projeto, que é usualmente considerada como parte de um processo de planejamento estratégico da organização, pois nessa etapa são realizadas algumas avaliações importantes tais como o limite de recursos que serão disponíveis, viabilidade e perspectivas. Após consolidada a ideia ou necessidade do projeto, o mesmo deve ser aprovado 14 por gestores então serão definidas as datas de início e conclusão, bem como os objetivos, os benefícios esperados, análises exigidas. • Planejamento: antes de começar o projeto a equipe envolvida deve possuir um determinado tempo para elaborar um planejamento detalhado, de maneira que seja possível cumpri-lo. Isso permite que ao longo da execução do projeto não ocorram falhas, caos ou mesmo frustrações. São envolvidas no planejamento as seguintes questões: o que deve ser feito; como será feito; quem o fará; quanto tempo será necessário; quanto custará; e quais são os riscos. O planejamento torna-se crucial para uma realização bem-sucedida. • Execução:depois de elaborado o plano-base, a terceira etapa a ser seguida é a execução. A equipe, que será liderada por um gestor do projeto, irá desempenhar as atividades que fazem parte do plano, as quais devem ser concluídas no tempo que foi determinado no escopo. Para tanto é preciso que tal equipe, realize suas tarefas com determinação, eficiência, eficácia e controle, a fim de alcançar seus objetivos e atender as especificações. • Encerramento: por fim, a fase de encerramento do projeto é composta por diversas ações como: coletar e fazer pagamentos finais; avaliar e reconhecer o trabalho das pessoas; realizar uma avaliação pós-projeto onde deve-se identificar lições aprendidas e recomendações relevantes para futuros projetos bem como arquivar documentos. É de suma importância ter um feedback do cliente e do patrocinador do projeto para determinar se os benefícios deste foram alcançados, além de avaliar o grau de satisfação de todos os envolvidos. Neste contexto, para que o processo de desenvolvimento de novos projetos seja aperfeiçoado, faz-se necessário a utilização de recursos que tornem as fases do projeto e sua gestão mais simplificadas e rápidas, visto o grau de complexidade que esse processo possui. Sendo assim, as utilizações de ferramentas de gestão da informação tornam-se indispensável para se alcançar esse objetivo. FONTE: RAMOS, M. Gerenciamento de informação de projetos em uma indústria de embalagens. 2017, 29 f. Trabalho de Conclusão de curso (Especialização em Engenharia de Produção) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2017. Disponível em: http://repositorio.roca. utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/9918/1/PB_ESEP_II_2017_15.pdf. Acesso em: 8 jan. 2021. 161 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • A produção e o processo dos materiais utilizados na indústria de embalagens representam uma atividade de recursos de matérias-primas até a finalização do produto. • A funcionalidade é necessária e fundamental ao projeto das embalagens, incentivando o consumo final. • O projetista designer estuda e pesquisa as características físicas e as atividades dos clientes que utilizarão as embalagens. • O entendimento da produtividade da indústria e do mercado somam um estímulo de desejo do consumidor dos materiais adequados para cada embalagem projetada e suas funções. • Na criação de embalagens, inicialmente surge a necessidade de proteger os produtos de insetos e roedores, com o intuito de manter a conservação do produto no transporte por longas distâncias. Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA 162 1 Definir quais materiais utilizados na indústria de embalagens em um produto é um passo importante para a finalização de um projeto. Há uma ampla variedade disponível no mercado, de metais e de plásticos inovadores. Descreva os materiais de embalagens. 2 Hoje em dia, a funcionalidade e a aparência das embalagens têm um papel muito mais importante do que proteger o produto ou promovê-lo. A funcionalidade e a versatilidade se tornaram ferramentas estratégicas para as empresas, assim a embalagem passou a fazer parte do produto que é comercializado. Descreva as características da funcionalidade das embalagens. 3 A funcionalidade de embalagens insere uma ergonomia específica e os valores dos produtos, reforçando as marcas, aprimorando a produtividade e aumentando a capacidade de rendimentos. A partir desse pressuposto, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A tecnologia de embalagens entra neste ciclo dando o poder de modificar o mercado e aumentando as vendas b) ( ) A moda nas embalagens entra em um ciclo, dando o poder de modificar o mercado e aumentando as vendas. c) ( ) As embalagens não precisam de um ciclo, só o poder de modificar o mercado, aumentando as vendas. d) ( ) A tecnologia dentro da moda entra neste ciclo dando o poder de modificar o mercado e aumentando as vendas. 4 Segundo Moura (2003), com o projeto concluído, providencia-se amostras da embalagem para garantir a qualidade e a funcionalidade. A partir desses conceitos, assinale a alternativa CORRETA com o que deve ser feito após: a) ( ) Informação de design de moda e de conformidade dos aspectos dimensionais, até a aprovação do produto. b) ( ) Solicitação de materiais para pinturas, acentuando os aspectos dimensionais, até a aprovação do produto. c) ( ) Criar uma análise de conformidade dos aspectos tridimensionais, até o início da produção do produto. d) ( ) Solicitar a análise de conformidade dos aspectos dimensionais, até a aprovação do produto. 5 O projeto de embalagens conta com a eficiência de um designer, que se baseia em estudos de tendências, enfatiza ideias e instiga a criação na finalização do projeto, atendendo assim aos requisitos da funcionalidade, conforto e qualidade do produto. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características do projeto de um objeto. AUTOATIVIDADE 163 a) ( ) Informações e métodos que podem ser empregados em certas fases. b) ( ) Ergonomia das embalagens. c) ( ) O projeto atende a uma tendência no mercado com os requisitos da funcionalidade, conforto e qualidade do produto. d) ( ) Processo e comportamento das embalagens. 164 REFERÊNCIAS ABRENEWS. Avaliação da embalagem. São Paulo: ABRE, 1997. AMARAL, K. J. Uso de água em indústria de celulose sob a óptica da gestão de recursos hídricos. D.Sc., Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil., 2008. BALLOU, R. H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 2012. BOYO, H.; WESTFALL, R. Pesquisa mercadológica. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1984, 804p. BUCCI, E. O espetáculo e a mercadoria. In: NOVAES, Adauto (Org). Muito além do espetáculo. São Paulo: Editora Senac, 2005. CAMARGO, E.; NEGÃO, C. Design de embalagens: do marketing à produção. 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