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Indaial – 2021 Design De Mobiliário, objetos e eMbalageM Prof.a Bruna Soares 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.a Bruna Soares Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S676d Soares, Bruna Design de mobiliário, objetos e embalagem. / Bruna Soares. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 166 p.; il. ISBN 978-65-5663-376-3 ISBN Digital 978-65-5663-372-5 1. Design do mobiliário. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 747 apresentação Prezado acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático da disciplina de Design de Mobiliário, Objetos e Embalagem. Este livro abarca conceitos fundamentais para o desenvolvimento dos projetos de mobiliário, objetos e embalagens. Para o desenvolvimento de um projeto de mobiliário, objetos e embalagens de excelência, é fundamental a elaboração de diversos processos industriais, com ênfase na conceituação dos estudos e aplicações dos materiais estruturais. A produção desse processo parte do desenvolvimento da linguagem gráfica, interpretação e análise do mobiliário, objetos e embalagem e dos elementos necessários para definir produtos e projetos. O estudo deve ser desenvolvido por meio da padronização, normatização técnica e parâmetros técnicos e de projeto. Na Unidade 1 você encontrará temas que abordam os conceitos básicos, os princípios de linguagem e estética do design do mobiliário, a história e teoria do mobiliário, além da indústria moveleira sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção do mobiliário, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção mobiliária. A unidade finaliza com abordagem da criação projetual do mobiliário, a partir dos materiais do processo de fabricação, ergonomia, percepção e conforto de mobiliário. Na Unidade 2, o estudo se caracteriza na produção de objetos. O estudo parte dos fundamentos de linguagem e estética do objeto, a história e a teoria do objeto, além dos recursos e matérias-primas para o desenvolvimento de objeto sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção do objeto, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção de objetos. A unidade finaliza abordando a criação projetual do objeto a partir dos materiais do processo de fabricação, ergonomia, percepção e conforto de objeto. Na Unidade 3, conforme as unidades anteriores, seguindo a mesma metodologia, os estudos partem dos fundamentos de linguagem e estética de embalagem, história e a teoria da embalagem, além dos recursos e matérias-primas para o desenvolvimento da embalagem sustentável. O estudo também é caracterizado pelo desenvolvimento da produção da embalagem, com enfoque nos seguintes temas: mercadologia e tendência, gerenciamento de projeto e gestão da produção de embalagem. A unidade finaliza abordando a criação projetual da embalagem, a partir dos materiais do processo de fabricação, ergonomia e percepção. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Espera-se que esses estudos contribuam para a sua formação profissional, e que os conteúdos apresentados neste caderno de ensino possibilitem a aprendizagem e o desenvolvimento dos mobiliários, objetos e embalagens. Prof.a Bruna Soares Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO .............................. 1 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO ............................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO .......... 3 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO MOBILIÁRIO ......................................................... 4 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO ................................................................................ 5 3 HISTÓRIA E TEORIA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO ........................................................... 10 3.1 HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO ..................................................................................................... 10 3.2. DESIGN DE MOBILIÁRIO ......................................................................................................... 11 3.2.1 Mobiliário Egípcio ............................................................................................................... 12 3.2.2 Mobiliário da Mesopotâmia ............................................................................................... 12 3.2.3 Mobiliário Grego .................................................................................................................. 13 3.2.4 Mobiliário Romano .............................................................................................................. 14 3.2.5 Mobiliário Bizantino ............................................................................................................ 14 3.2.6 Mobiliário Gótico ................................................................................................................. 15 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DE MOBILIÁRIO .............................................................. 17 4.1 SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................. 17 4.2. INDÚSTRIA MOVELEIRA SUSTENTÁVEL ........................................................................... 17 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃODO MOBILIÁRIO ........................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA .............................................................................................. 23 2.1 MERCADO MOVELEIRO ........................................................................................................... 24 2.2 TENDÊNCIAS MOBILIÁRIAS .................................................................................................. 27 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO ................................................ 28 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO MOBILIÁRIO ....................................................... 28 3.1.1Gerenciamentos de projeto mobiliário .............................................................................. 29 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO ........................................................................... 30 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO ............................ 30 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS MOBILIÁRIOS................................................................... 32 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 33 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34 TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO .......................................................... 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35 2 MATERIAL E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MOBILIÁRIO ....................................... 35 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA ................................................. 36 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DO MOBILIÁRIO ............................................................... 37 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE MOBILIÁRIO ........................................... 38 3.1 MOBILIÁRIO ERGONÔMICO ................................................................................................... 38 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS MÓVEIS .............................................................. 41 4 PROJETO DO MOBILIÁRO ........................................................................................................... 42 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DO PROJETO MOBILIÁRIO .................................................. 43 4.2 PROJETO COM ÊNFASE NO MOBILIÁRIO ........................................................................... 44 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 46 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 51 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 54 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE OBJETO ...................................59 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM OBJETOS ..................................... 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DO OBJETO .................. 61 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO OBJETO ................................................................. 62 2.2 ESTÉTICA DO OBJETO ............................................................................................................... 64 3 HISTÓRIA E TEORIA DO OBJETO .............................................................................................. 66 3.1 HISTÓRIA DO OBJETO ............................................................................................................... 66 3.2 DESIGNERS DE OBJETOS .......................................................................................................... 67 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DO OBJETO ........................................................................ 70 4.1 SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................. 71 4.2 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE OBJETO SUSTENTÁVEL .......................... 71 4.3 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA OBJETOS ..................... 73 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 75 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 76 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DE OBJETOS ................................... 79 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 79 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DO OBJETO ...................................................................... 79 2.1 MERCADO DO DESIGN DE OBJETOS .................................................................................... 80 2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE OBJETOS ...................................................................... 83 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DO OBJETO ........................ 85 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETOS ...................................................... 86 3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE OBJETOS .................................................................. 87 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE OBJETO ...................................................................................... 89 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE OBJETOS ..................................... 90 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS OBJETOS ............................................................................ 90 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DE OBJETOS................................................................... 95 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95 2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETO ................................................ 95 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA OBJETO ........................................................... 96 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE OBJETOS ........................................................................ 97 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE OBJETO ..................................................... 97 3.1 OBJETOS ERGONÔMICO .......................................................................................................... 98 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS OBJETOS ............................................................. 99 4 PROJETO DO OBJETO .................................................................................................................. 100 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE OBJETOS ............................................................................ 101 4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE OBJETOS .................................................................................. 102 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 103 RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................107 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 109 UNIDADE 3 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS ....................... 113 TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE NAS EMBALAGENS ..................... 115 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DA EMBALAGEM .......... 115 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DAS EMBALAGENS ................................................ 117 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DAS EMBALAGENS ...................................................................... 118 3 HISTÓRIA E TEORIA DA EMBALAGEM ................................................................................ 121 3.1 HISTÓRIA DA EMBALAGEM ................................................................................................. 121 3.2 DESIGNERS DE EMBALAGENS ............................................................................................. 123 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DA EMBALAGEM .......................................................... 124 4.1 RECURSOS PARA DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS ......................................... 125 4.2 MATÉRIAS-PRIMAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL PARA EMBALAGENS........ 127 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 129 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 130 TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM ........................ 133 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA DA EMBALAGEM ........................................................ 134 2.1 MERCADO DO DESIGN DE EMBALAGENS ....................................................................... 134 2.2 TENDÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS ......................................................... 138 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO DA EMBALAGEM .......... 140 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS ........................................... 140 3.2 GERENCIAMENTOS PROJETUAL DE EMBALAGENS ..................................................... 141 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DA EMBALAGEM ....................................................................... 143 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DE EMBALAGENS ........................ 143 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DAS EMBALAGENS ............................................................... 144 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 146 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 147 TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DA EMBALAGEM ....................................................... 149 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149 2 MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA EMBALAGEM .................................. 149 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DE EMBALAGENS ..................................... 150 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE EMBALAGENS ........................................................... 151 3 CRIATIVIDADE, PERCEPÇÃO E FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS ................... 151 3.1 EMBALAGENS CRIATIVAS ..................................................................................................... 152 3.2 FUNCIONALIDADE DE EMBALAGENS .............................................................................. 153 4 PROJETO DA EMBALAGEM ....................................................................................................... 154 4.1 PROCESSOS NA CRIAÇÃO DE EMBALAGENS ................................................................. 155 4.2 PROJETO COM ÊNFASE DE EMBALAGENS ....................................................................... 156 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 157 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 161 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 162 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 164 1 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • aprender os conceitos de linguagem do mobiliário; • diferenciar a história do mobiliário; • entender a importância da sustentabilidade na indústria moveleira; • conceituar as tendências mobiliárias; • distinguir os princípios do planejamento e controle da produção; • identificar materiais e processos de fabricação; • compreender a importância da ergonomia e conforto de mobiliário; • conhecer o processo de criação do projeto. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO TÓPICO 3 – CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 1 INTRODUÇÃO O termo móvel é originalmente do latim mobilis, e o mobiliário origina-se de uma palavra do Francês mobilier. A palavra surgiu no século XIX, abrangendo uma série de conjuntos de objetos, móveis e várias funcionalidades para dar ao ser humano condições confortáveis e práticas para o cotidiano, como trabalho, descanso e lazer (CAVALCANTI, 2001). A função do designer inserido no campo projetual tem como prioridade a interação das relações do homem com o seu meio e para isso utiliza algumas ferramentas metodológicas para nortear suas ideias (BORGES,2011). Manzini e Vezzoli (2005), salientam a importância de práticas orientadas à sustentabilidade no entretenimento empresarial e questionam determinados modelos de desenvolvimento. Dentro deste contexto, o designer emerge como um importante agente no processo de transição para uma sociedade sustentável ao apresentar os cenários factíveis e visões compartilhadas de futuros possíveis e sustentáveis para as organizações e aplicando estratégias ambientais conscientes desde as fases iniciais do projeto (FERREIRA, 2008). A partir desses pressupostos, no Tópico 1, estudaremos os seguintes temas: (1) a linguagem e a estética do design de mobiliário; (2) estudo e o entendimento dos designers; e (3) a importância da sustentabilidade na indústria moveleira. 2 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO A estruturação do conteúdo inicia com a história e surgimento do Design de mobiliário e a industrialização. A evolução do mobiliário tem seu marco histórico na Era Industrial, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). Com os desdobramentos sociais e industriais, fez-se a produção da padronagem. Com a dinâmica da vida continuada, a mercadologia e tendências propiciam novas áreas de atuações ao profissional Design de Mobiliário. UNIDADE 1 — PRODUÇÃOE DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 4 A História do Mobiliário remete ao momento inicial em que o homem procura uma habitação para se proteger e conviver e se estende aos dias atuais. A evolução do mobiliário perpassa pela história sociopolítica, artística e cultural, por meio dos diversos períodos e regiões. O móvel acompanha as necessidades dos habitantes e das moradias, dos mais variados territórios; acompanha os estilos e maneiras regionais, evolui e aperfeiçoa-se segundo o avanço das técnicas; e se transforma, adaptando-se à modernidade e ao conforto (MARTINI, 2016, p. 12). Com os avanços econômicos e sociais, o desenvolvimento do design se destaca nas atividades produtivas e também no ensino, qualificando ainda mais profissionais. 2.1 FUNDAMENTOS DE LINGUAGEM DO MOBILIÁRIO Caro acadêmico, você sabia que tão antiga quanto a arte da arquitetura, a história do mobiliário surgiu ainda na antiguidade? O mobiliário tem uma linguagem peculiar, ocasionando uma conjuntura do design de mobiliário e da arquitetura de interiores modernos brasileiros (MORAES, 2006). Há 5.000 anos os egípcios já utilizavam técnicas e ferramentas na produção dos móveis. O crédito para o surgimento do móvel é frequentemente atribuído aos antigos egípcios. Esses povos já decoravam suas pequenas cabanas com mobiliários (cadeiras e mesas), pinturas, murais, esculturas e vasos (MARTINI, 2016). O mobiliário egípcio é testemunho inicial das artes, mas a decoração de interiores, os móveis e os acessórios fizeram-se notáveis nas civilizações em todo o mundo ao longo da História (MORAES, 2006). O design do mobiliário em frente aos acontecimentos históricos no período de 1947 a 1968, buscou a harmonização e uma identificação direta de objetos, ambientes e edificações, valorizando os locais e as tradições da cultura brasileira (SANTOS, 2014). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 5 FIGURA 1 – MOBILIÁRIOS BRASILEIROS FONTE: <encurtador.com.br/lER18>; <encurtador.com.br/etTZ1>; <encurtador.com.br/juwA1>; <encurtador.com.br/fjry2>. Acesso em: 6 jan. 2021. No século XX, os arquitetos modernos desenvolveram um mecanismo no processo de produção e criação do design de móveis, principalmente nos assentos, priorizando o conforto e visualização (TEIXEIRA, 2010). 2.2 ESTÉTICA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO Nas décadas de 1950 e 1960, romperam-se muitas barreiras, iniciando como ponto de partida um estudo de design histórico e teórico de um conceito de design nacional, voltado às atividades profissionais. Segundo Dantas (2005), é preciso investigar cuidadosamente um conjunto histórico antes deste período, tendo uma acertabilidade típica do mobiliário nacional Os móveis no Brasil, como mobílias e objetos decorativos, eram todos importados até a década de 1940, sendo assim, nada era de produção nacional. Inspirados nos modelos da Europa, algumas fábricas iniciaram sua própria produção, principiando o mobiliário brasileiro (SANTOS, 2014). Inicialmente, no século XX, eram utilizadas as madeiras escuras e curvadas para revestimentos e acabamentos palhinhas (TEIXEIRA, 1996). Atualmente, é comum a presença de palhas nos móveis, decorações e objetos. UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 6 FIGURA 2 – MÓVEL DE PALHINHA FONTE: <http://ngrevista.com.br/wp-content/uploads/2019/11/P%C3%A1gina-20-768x427.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O mercado nacional se destaca e cresce no pós-guerra, a produção dispara e há um crescimento exuberante no mercado nacional, suprindo as necessidades do crescimento e urbanização da sociedade (TEIXEIRA, 1996). O clima e os materiais disponíveis no país, como madeiras e tecidos, é um fato preocupante para a época na produção de móveis nacionais, adequando-se às limitações aqui encontradas (SANTOS, 2014). FIGURA 3 – MÓVEL DE MADEIRA E TECIDO FONTE: <https://www.casasbahia-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir. aspx?IdArquivo=853199272>; <https://www.casasbahia-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir. aspx?IdArquivo=865587949>. Acesso em: 6 jan. 2021. TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 7 George Wachavchik criou um fato histórico na arquitetura e no mobiliário na década de 1930, introduzindo casas altamente modernas no estado de São Paulo (SANTOS, 2014). Warchavchik, revolucionário da época, defende as ideias de móveis racionalistas em suas obras, implantando materiais em metal, muito utilizados nas peças europeias (SANTOS, 2014). A estética dos móveis nacionais abrange uma estrutura misturando madeiras, metais e couros (TEIXEIRA, 1996). FIGURA 4 - MÓVEL DE METAL FONTE: <http://italianleather.com.br/wp-content/uploads/2019/04/bauhaus-brno-chair-sq-1- 1024x1024.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Conhecidos por desenvolver um estilo distinto e moderno construído com base no princípio da simplicidade, professores e alunos da escola Bauhaus projetaram alguns dos móveis mais emblemáticos do século XX. Os móveis da Bauhaus foram projetados para serem funcionais acima de todas as outras qualidades. Despojados de seus elementos básicos, componentes fundamentais como mesas ou pernas foram tipicamente reduzidos a formas geométricas simples. Os designers da Bauhaus queriam criar objetos esteticamente agradáveis, mas também queriam que seus produtos estivessem disponíveis para um grande público – o design simples de cada peça tornava mais fácil produzi-los com eficiência. FONTE: <http://italianleather.com.br/10-designs-imperdiveis-da-bauhaus/>. Acesso em: 6 jan. 2021. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 8 Ainda falando das décadas de 1940 e 1950, ocorreu uma grande utilização de madeiras maciças e placas de compensado, em alguns casos, o couro é substituído pelo tecido, utilizado em encostos e assentos, amenizando o custo (TEIXEIRA, 1996). FIGURA 5 - MADEIRA MACIÇA DE 1940 FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/34/b6/fb/34b6fb87f6a8205c23a756ede9183e0b.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O pioneiro do design moderno nacional é o ícone português Joaquim Tenreiro, que defendia a qualidade moveleira e utilizava madeira de Jacarandá e palhinha como revestimento, diferente da estética de mobiliário do brasileiro José Zanine Caldas, que idealizava uma cultura específica e inovadora e utilizava chapas e recortes de compensado (TEIXEIRA, 1996). Zanine, além de dedicado as suas obras de arte, fazia um bom aproveitamento de toda chapa, aderindo beleza, desperdício e racionalização (SANTOS, 2014). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 9 FIGURA 6 - DESIGN JOAQUIM TENREIRO FONTE: <http://www.iarq.com.br/wp-content/uploads/2017/02/1-2.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Obteve-se uma produção que conjugou o espírito moderno do despojamento e da simplicidade ao uso de nossos materiais, assegurando ao móvel então produzido, uma qualidade universal e artisticamente elaborada, o que alterou de maneira significativa o aspecto do mobiliário brasileiro. [...] houve uma concepção de conforto, permitindo melhor ajustamento ao corpo, trazendo uma multiplicidade de formas, recurvas e adelgaçadas (SANTOS, 2014, p. 117). Após a Segunda Guerra Mundial (1945), com a inserção da Revolução Industrial, foi inserido mais indústrias capacitadas e qualificadas nas produções de mobílias em série, com o objetivo de preços mais acessíveis no mercado, atendendo como público-alvo a classe média, e ainda mantendo a qualidade do produto. Em 1951, notou-se uma carência de profissionais qualificados no mercado. Lina Bo Bardi, coordenadora do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em São Paulo, insere o ensino de design. Por falta de verbas do governo, resistiu apenas três anos (SANTOS, 2014). João Batista Vilanova Artigas, professor, arquiteto, engenheiro e urbanista, defende as necessidades em inserir o ensino de design na universidade. Em 1962, foi então inserido o curso de design na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidadede São Paulo (FAU-USP), visto que desenho industrial é o estudo do objeto e do seu uso. O resultado dessa intervenção deverá ser um designer caracteristicamente brasileiro, ligado nitidamente ao nosso patrimônio artístico, popular e erudito (NIEMEYER, 1998). UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 10 FIGURA 7 – UNIVERSIDADE FAU-USP FONTE: <https://imagens.usp.br/wp-content/uploads/FAU_Aula-Habit%C3%A1culos_ Foto-Cec%C3%ADlia-Bastos-121-506x337.jpg>; <https://www.causp.gov.br/wp-content/ uploads/2020/04/FAU_USP_Ana_Carolina_Coelho_229.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. No ano de 1963 nasceu o primeiro curso superior em design, a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), incentivado pela Escola de Ulm, da Alemanha, pelo corpo docente de ex-alunos (MORAES, 2006). Em 1975, a escola foi anexada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), aderindo assim um ensino acadêmico. 3 HISTÓRIA E TEORIA DO DESIGN DE MOBILIÁRIO Com enfoque no conhecimento histórico dos estilos, os assuntos abordados estão organizados para melhor familiarização de acordo com a ordem cronológica tempo/espaço. Do mundo antigo a era da globalização, conheça um pouco da evolução, técnicas e criações humanas relacionadas ao design de mobiliário. Entender o panorama histórico dos estilos é fundamental para análise crítica do contexto atual, uma vez que o reflexo de sua evolução consolida o profissional atual. Contudo, saber o que é design e gostar de design é fundamental para a organização do ambiente. 3.1 HISTÓRIA DO MOBILIÁRIO A história do mobiliário adequa-se aos lares desde o período neolítico (7.000 a.C.), visados tecnicamente pela dinastia do antigo Egito (2680-2407 a.C.). Na Idade Média e Renascença, os poucos móveis que existiam eram apenas utilizados pelos nobres, como cama e arcos, encontrados em palácios e mosteiros (BORGES, 2007). No século XVII, especificamente na França, surge um aperfeiçoamento de cortes diferentes e criativos de móveis. Em 1662 a 1667, o rei Henrique Navarra iniciou uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte (BORGES, 2007). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 11 FIGURA 8 – MÓVEIS DO SÉCULO XVIII FONTE: <https://pmiltonarquitetura.files.wordpress.com/2012/08/mobi_interior-3. jpg?w=529&h=311>. Acesso em: 6 jan. 2021. A academia de arte e ciências fundada por Jean Baptiste Colbert inseriu o estilo barroco na época de Louis XIV, na Europa. Consequentemente a França ampliou, levando os estilos de Louis XV e Louis XVI até o Empire e para toda a Europa. No século XVIII, os alemães Abraham e David Roentgen, marceneiros e moveleiros, profissionais excelentes da época, eram muito requisitados na Europa (ALBRECHT, 1992). 3.2. DESIGN DE MOBILIÁRIO No início da história do Design de mobiliário, utilizava-se em excesso as madeiras, mas com estudos e criatividade em ascensão na era pós-industrial, outros materiais são explorados como metal e pedra, proporcionando a entrada do plástico. Basicamente, o design de mobiliário buscava além do conforto, funcionalidade e estética, sempre buscando fortemente uma tendência de projeto dentro da arquitetura de interiores relacionado à cada época e local. Henrique Navarra iniciou uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte (SANTOS, 2014). UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 12 3.2.1 Mobiliário Egípcio No Egito, a inspiração eram os deuses. O mobiliário se resumia em tamboretes, mesas e cadeiras. Pesquisadores firmavam que tais peças eram de restos originais encontrados na tumba da rainha Heteferes. Os encostos e braços das cadeiras eram talhados em alto relevo, simbolizando os deuses e cultos religiosos, os pés em forma de patas de animais, revestidas em ouro, marfins e outros materiais luxuosos (FAZIO, 2011). FIGURA 9 – CADEIRA REVESTIDA EM OURO FONTE: <https://furniturecart.files.wordpress.com/2013/04/sitamun-throne.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O design egípcio é caracterizado por cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos, pirâmides, entre outros elementos. As pirâmides arqueológicas tiveram início à medida que ocorriam os rituais religiosos, preocupados com os rituais da morte (FAZIO, 2011). Os móveis resistentes eram “feitos para durar” após a morte dos faraós. Características do mobiliário egípcio: • Materiais utilizados: couro, pedras preciosas e tecidos. • Móveis desenvolvidos na época: cama, cadeira, bancos, vasos, arcas entre outros. • Móveis baixos e formas de desenhos diversos. 3.2.2 Mobiliário da Mesopotâmia O mobiliário da Mesopotâmia se resumia apenas em tronos sem encostos, os assentos talhados e os pés retos, simples, os murais expostos com gravuras bem trabalhadas de deuses e rainhas (FAZIO, 2011). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 13 FIGURA 10 – TRONOS SEM ENCOSTO FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/_cQQHJj9j-d0/TVGxqXeX18I/AAAAAAAAA9M/ irG6H5oWpnU/s1600/mesopotamia.png>. Acesso em: 6 jan. 2021. O povo mesopotâmico se desenvolveu ao longo dos séculos em terras férteis localizadas nos rios Tigre e Eufrates. 3.2.3 Mobiliário Grego No mobiliário da Grécia continental, segundo pesquisadores, há poucas peças existentes da antiguidade, apenas anéis, pequenas peças em bronze, cerâmicas, e algumas decorações que ornamentavam o salão do trono. Era baseada em uma tendência ornamental em elementos arquitetônicos, a praticidade e a comodidade, como a cama grega, utilizada para dormir e para comer, com uma parte horizontal inclinando a altura da mesa, sem apoios para os pés (MOURA, 2015). FIGURA 11 – MOBILIÁRIO GREGO FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/_4ee9u1Xu2wI/SOgHO6IdyJI/AAAAAAAACFo/ uvDdHn4bAxU/s320/klismos.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 14 Enquanto os outros povos investiam em construções relacionadas à arquitetura militar, religiosa e residencial, os gregos e romanos foram responsáveis por obras arquitetônicas com enfoque aos espaços de manifestações e cidadania (MOURA, 2015). 3.2.4 Mobiliário Romano O mobiliário romano na Era Cristã revela-se uma influência forte da Grécia, o bronze e o mármore se destacam como tendência principal, decorações utilizadas em mesas retangulares e redondas, facilitando a praticidade, as bases dobráveis para melhor comodidade e versatilidade (GOMEZ, 2012). FIGURA 12 – CADEIRA DOBRÁVEL FONTE: <https://www.essenciamoveis.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/09/banco- dobravel.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Os romanos foram os responsáveis por introduzir a “combinação” estética e conforto (MOURA, 2015). Na época, as camas ficavam na sala principal e não no dormitório. 3.2.5 Mobiliário Bizantino Apesar de poucos mobiliários do período bizantino, há relatos e estudos, as peças eram solicitadas por famílias poderosas, palácios e igrejas imperiais, ornamento um espaço luxuoso (MOURA, 2015). TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 15 FIGURA 13 – MÓVEL BIZANTINO FONTE: <https://www.wdl.org/pt/item/641/view/1/1/>. Acesso em: 6 jan. 2021. O estudo aponta que as peças eram confeccionadas com cobre retorcido, com formatos de patas de animais, similar ao mobiliário romano, em uma forma mais audaciosa, destacando a riqueza e glamour, além do cobre, havia uma junção de marfim em relevos com a mistura de madeira nobre, ornamentando o estilo e poder do período (GOMEZ, 2012). Características projetuais do mobiliário bizantino. • Utilização mosaicos. • Revestimentos cromático. • Escultura com marfim. 3.2.6 Mobiliário Gótico O design gótico inseriu no mundo arquitetônico algo bem diferente dos mobiliários citados, idealiza um diferente e arrojado móvel, além de praticidade, introduz novas formas (MOURA, 2015). Um móvel gótico identificado como aparador, com um espaço para apoiar objetos, logo abaixo um espaço fechado com portas e prateleiras, para guardar peças,louças e objetos pessoais, parecendo com uma cristaleira. Pesquisadores afirmam que as decorações são talhadas na madeira (portas) com desenhos folheados, arcos e colunas, verdadeiro mix arquitetônico, não esquecendo das cadeiras com revestimento nos assentos com tapeçaria (MOURA, 2015). UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 16 FIGURA 14 – MÓVEL GÓTICO FONTE: <https://i.pinimg.com/236x/37/48/aa/3748aa0547a57a40428e70d201be1cab.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. A evolução dos estilos do design de interiores foi ocorrendo ao longo dos grandes movimentos artísticos, como: Art Nouveau, Bauhaus, Le Corbusier e Minimalismo (VELA et al. 2016). O design de interiores do período moderno é mais simples, decorrente das mudanças e tendências. Existe uma pluralidade de ideias de cunho individual e coletivo no período, tendo diversas origens como a Bauhaus, na Alemanha; Le Corbusier, na França e Frank Loyd Right nos Estados Unidos (BENEVOLO, 2004). Caro acadêmico, após este estudo do início histórico dos primeiros mobiliários, recomenda-se sua continuação para entendimento da produção dos móveis contemporâneos. Segue link sugerido para estudos: https://www.academia.edu/9102100/ HISTORIA_DO_MOBILIARIO. DICAS TÓPICO 1 — HISTÓRIA DO DESIGN COM ÊNFASE EM MOBILIÁRIO 17 4 DESIGN E SUSTENTABILIDADE DE MOBILIÁRIO Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de um equilíbrio, conforto, deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades. 4.1 SUSTENTABILIDADE A sustentabilidade não se limita apenas a utilização de matérias-primas naturais e certificados, mas uma grande utilização de restos de produtos fabricados em edificações, reaproveitamentos, como materiais alternativos, como bambu, juta, sisa e pedras sintéticas (FERREIRA, 2008). Um reaproveitamento bem interessante, arrojado e inovador, está no exemplo de móveis de papelão recobertos com compensados de madeiras descartados em madeireiras, aproveitando as sobras de couros para revestir em cadeiras e bancos decorativos (FERREIRA, 2008). FIGURA 15 – SUSTENTABILIDADE FONTE: <http://sustentarqui.com.br/wp-content/uploads/2014/08/ HugoFrancaMontagem-e1408058920635.png>. Acesso em: 6 jan. 2021. 4.2. INDÚSTRIA MOVELEIRA SUSTENTÁVEL A indústria moveleira precisa se preocupar com o meio ambiente e se adequar à sustentabilidade, ou seja, reaproveitar os materiais necessários para cada artigo em questão. Existem madeiras de demolição, aproveitadas de forma direta no processo de fabricação de móveis mais sustentáveis, reaproveitando resíduos que seriam enviados para o aterro sanitário, mas com a criatividade e inteligência, de modo que os projetos se concentram em reaproveitar todos os resíduos e lixos prováveis para decorações de objetos estilizados conforme necessidade de cada obra em questão, atendendo assim às exigências de cada arquiteto (OLIVEIRA et al., 2009) . UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 18 FIGURA 16 – INDÚSTRIA MOVELEIRA FONTE: <http://www.sindimol.com.br/wp-content/uploads/2012/03/DSC_0110-640x425.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos que atendem aos requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto, priorizando sempre o bom senso da economia, falando também socialmente e ambientalmente. 19 Neste tópico, você aprendeu que: • A história do design em mobiliários acentua-se na qualidade de cada época, se adequando aos lugares e etnias, o estilo de uma linguagem que se adapta a cada sistema de espaço e tempo em questão. • O modernismo e a cultura vêm se estilizando com as expressões de designers de épocas, tendo uma narrativa de atividade específica, buscando valorizar as origens, linguagens, aspectos e produções, misturando materiais e formando uma arte excepcional. • Os designers se reinventam, diversificando criatividade com materiais, tanto naturais como nativos, ou até industrializados, para uma composição incomum, aprimorando as artes arquitetônicas e inserindo nas produções objetos e artesanatos idealizando um diferencial. • A sustentabilidade não se limita apenas a utilizações de matérias-primas naturais e certificadas, mas uma grande utilização de restos de produtos fabricados em edificações, reaproveitamentos. • A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos, que atende os requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto. RESUMO DO TÓPICO 1 20 1 A história é a maneira necessária para a abordagem do design de móveis. Basicamente, o design de mobiliário busca além do conforto, funcionalidade e estética, sempre buscando fortemente uma tendência de projeto dentro da arquitetura de interiores relacionada à cada época e local. Henrique Navarra iniciou uma centralização mais realista, unificando o artesanato e arte. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características do mobiliário egípcio: a) ( ) Cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. b) ( ) Cores frias, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. c) ( ) Cores vivas, pinturas, desenhos estilizados, utilização de símbolos místicos e construção imperial. d) ( ) Cores vivas, pinturas, vidros, utilização de símbolos místicos, pirâmides entre outros elementos. 2 O mobiliário romano na Era Cristã revela-se uma influência forte da Grécia: o bronze e o mármore se destacam como tendência principal, decorações utilizadas em mesas retangulares e redondas, facilitando a praticidade, as bases dobráveis para melhor comodidade e versatilidade. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características dos móveis na Era Romana: a) ( ) Utilização de revestimentos cromáticos. b) ( ) As salas eram integradas com a área de serviço. c) ( ) As pirâmides eram as obras arquitetônicas relevantes da época. d) ( ) As camas ficavam na sala principal e não no dormitório. 3 A indústria moveleira precisa se preocupar com o meio ambiente, se adequando à sustentabilidade, ou seja, reaproveitamentos os materiais necessários para cada artigo em questão. A sustentabilidade dá-se no processo de fabricação de produtos, que atende os requisitos socioambientais, mantendo a qualidade e bom gosto, priorizando sempre o bom senso da economia, falando também socialmente e ambientalmente. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com as características da indústria moveleira sustentável: a) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando desconforto visual. b) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando apenas funcionalidade. AUTOATIVIDADE 21 c) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de equilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades. d) ( ) Fundamentalmente, o mobiliário sustentável, além de desequilíbrio e conforto, deve presar à harmonia, acrescentando uma ótima estética e funcionalidades. 4 Apesar de poucos mobiliários do período bizantino, há relatos que, as peças eram solicitadas por famílias poderosas, palácios e igrejas imperiais, ornamento um espaço luxuoso. A partir desses pressupostos, descreva características do mobiliário bizantino. 5 A história do design em mobiliários acentua-se na qualidade de cada época, se adequando com os lugares e etnias, o estilo de uma linguagem que se adapta a cada sistema de espaço e tempo em questão. A partir desses pressupostos, descreva as principais diferenças de cada época. 22 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 1 INTRODUÇÃO Mundialmente, as organizações que atuam em diversos ramos da economia priorizam namaioridade investimentos de capacitação de colaboradores e gerenciamento, assimilando ótimos resultados e desempenho em cada setor designado. O setor moveleiro atualmente possui grande participação na economia mundial, fortalecendo a indústria de móveis, despertando um grande interesse nos investidores e microempreendedores (SERRA, 2005). Este setor engloba diversos tipos de matérias-primas, processos de produção, equipamentos específicos, materiais em geral, maquinários e mão de obra capacitada e qualificada, resultando um controle e planejamento eficiente na execução do produto. Antecede uma organização formada por uma estrutura estratégica e operacional, muitas vezes com deficiência, que ocasiona perdas e controle dos processos em questão (OLIVEIRA et al., 2009). Para um bom funcionamento e para e conter os desperdícios, é inserido um Planejamento e Controle de Produção, fato que auxilia na geração de empregos, aumentando a economia mundial e brasileira. O setor moveleiro vem conquistando seu espaço e mostra como é imprescindível a implantação do Planejamento e Controle de Produção e um bom gerenciamento para a excelência na produção dos materiais (SERRA, 2005). A partir desses pressupostos, no Tópico 2, estudaremos os seguintes temas: (1) compreensão da tendência no mercado moveleiro; (2) a complexidade do processo de desenvolvimento e o gerenciamento dos projetos na produção; e (3) a qualificação de um planejamento e da gestão na produção do mobiliário. 2 MERCADOLOGIA E TENDÊNCIA O mercado é muito promissor inovando as tendências. As exigências dos consumidores geram dinamismo e criatividade devido ao acesso facilitado às informações, fazendo com que as empresas realizem pesquisas de mercado e ofereçam produtos diferenciados e modernos. 24 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO O papel da indústria de móveis e mobiliários está se tornando cada vez mais necessário, com atribuições que vão desde a criação de projetos baseados nos princípios da sustentabilidade, conforto através de estudo da ergonomia, funcionalidade, melhoria da qualidade e valor estético, passando pela introdução de novos materiais (vime, bambu etc.), desenvolvimento de embalagens, até a promoção dos produtos com desenvolvimento de materiais gráficos, editoriais e criação de web sites (SERRA, 2005, p. 12). Devido ao aumento da concorrência, as empresas precisam se preparar com as mudanças do mercado, trazendo assim a necessidade de analisar as futuras tendências de mercado e satisfazer os desejos de cada cliente. 2.1 MERCADO MOVELEIRO O setor moveleiro pode ser considerado um dos mais antigos a nível mundial, pois deriva dos carpinteiros e artesãos produtores de móveis, que com a revolução industrial passaram a utilizar máquinas e ferramentas, visando obter economias de esforço e tempo. Os avanços proporcionados pelo processo industrial permitiram a padronização e os ganhos de escala, de maneira que os móveis deixaram de serem produtos artesanais para se tornarem produtos industrializados e reproduzidos em séries (FERREIRA et al., 2008). Segue quadro com o dinamismo concorrencial: QUADRO 1 – DINAMISMO CONCORRENCIAL Design: o design é o único fator de inovação próprio da indústria moveleira. O design é um bem imaterial que se exterioriza na forma de um objeto, entretanto, não deve estar relacionado apenas à aparência e à estética dos produtos. O design está vinculado a todos os aspectos relacionados à concepção do produto que permitam a empresa se diferenciar e construir vantagens sobre os concorrentes: manufaturabilidade, ergonomia, qualidade, durabilidade, conforto, utilização de novos materiais, estratégias de distribuição e marketing, entre outros. Desta maneira, as inovações em design propiciam a criação de uma “identidade própria” para os móveis de uma empresa, se constituído em um dos elementos chave para as condições de concorrência nesta indústria. Cabe destacar, que o design original é um bem passível de ser apropriado sendo protegido pelas leis de propriedade industrial (TIGRE, 2006). Máquinas e equipamentos: com relação ao padrão tecnológico das máquinas e equipamentos utilizados por esta indústria, a grande mudança ocorrida nas últimas décadas foi a substituição da base eletromecânica pela microeletrônica, o que permitiu maior aproveitamento dos materiais, maior flexibilidade na produção e melhor qualidade nos produtos. Apesar de esta indústria ser intensiva em mão de obra, as inovações tecnológicas estão permitindo uma redução em seu uso, principalmente em segmentos que possam ser transformados em processos contínuos, como é o caso da produção de móveis retilíneos seriados. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 25 Materiais: com relação aos materiais, verificam-se grandes mudanças decorrentes das inovações ocorridas nas indústrias química e petroquímica: materiais compostos, plásticos mais resistentes, novas tintas etc. Entretanto, a principal tendência observada na indústria moveleira mundial é a substituição das madeiras nativas, dado o aumento das restrições ecológicas. Estas madeiras nativas estão sendo substituídas tanto pelas madeiras reflorestáveis, como o pinus e o eucalipto, como pelas chapas e painéis de madeira reconstituída. Dentre as inovações trazidas pela indústria de painéis, destaca-se o MDF – Medium Density Fiberboard –, que revolucionou a indústria moveleira desde que foi introduzido no mercado europeu nos anos 1980. Este novo tipo de chapa apresenta resistência mecânica e estabilidade dimensional, que a transformam no substituto mais próximo da madeira maciça. Além do MDF, a indústria de painéis tem lançado uma variedade de novos tipos de chapas de madeira reconstituída, para diferentes aplicações. Cabe destacar que, na maioria dos móveis, é utilizada uma combinação de chapas e de madeiras maciças, visando melhoria da qualidade e redução dos custos. Por fim, observa-se a crescente utilização de outros materiais combinados com a madeira, como o vidro, os metais, as pedras, os couros e os plásticos. FONTE: FERREIRA et al. (2008, p. 2-3) O setor moveleiro se destaca no uso da fabricação de matérias-primas, seguindo uma classificação, como em residências, escritórios e instituições. Na indústria moveleira, segue uma sequência de madeiras torneadas e ou em linha reta, priorizando as matérias-primas como aglomerados, painéis e compensados. No mundo moveleiro, as indústrias se adequam às ampliações de variedade de matérias-primas, utilizando frequentemente madeiras maciças, madeiras como aglomerados, MDF, MDP, OSB e compensado (SERRA, 2005). O processo de execução de um móvel na produção necessita de maquinários e equipamentos adequados para a finalização do produto, ornando uma parceria de fornecedores de (SOUZA, 2017), como: • Metais. • Ferramentas adequadas como dobradiças, corrediças, articuladores, puxadores. • Acessórios, incluindo ainda fornecedores de couro, indústria têxtil, compondo móveis de excelência, de estilo, qualidade e conforto. 26 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO FIGURA 17 – INDÚSTRIA MOVELEIRA FONTE: <https://esbrasil.com.br/industria-moveleira/>. Acesso em: 6 jan. 2021. FIGURA 18 – MDF E MDP FONTE: <encurtador.com.br/fgyHV>; <encurtador.com.br/htGM4>; <encurtador.com.br/hDHKT>. Acesso em: 6 jan. 2021. Caro acadêmico, os principais produtores mundiais de móveis são China, União Europeia e Estados Unidos, sendo estes também os maiores consumidores mundiais. Na União Europeia, a Itália e a Alemanha se distinguem como maiores produtoras e como centros de excelência em design e tecnologia. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste se destacam como principais produtoras de móveis e observam-se também, nessas regiões, as maiores áreas com plantios florestais, uma vez que na fabricação de seus móveis, há predominância de madeira. Os móveis de madeira são também segmentados em retilíneos e torneados. As principais matérias-primasdos primeiros são os aglomerados, painéis e compensados. INTERESSA NTE TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 27 Os torneados têm como matéria-prima principal a madeira maciça, podendo também incluir painéis. As indústrias de processamento madeireiro têm ampliado o leque de seus produtos, de maneira que existe uma grande variedade de matérias-primas derivadas da madeira (madeira maciça, chapas de madeira reconstituída como aglomerado, MDF, MDP, OSB e compensado). FONTE: <https://www.bnb.gov.br/documents/80223/3585904/moveis_34-2018.pdf/ f0e0657f-a6c2-db33-f139-04d95692453e>. Acesso em: 6 jan. 2021. 2.2 TENDÊNCIAS MOBILIÁRIAS Tendência significa “seguir algo”, no sentido de se tratar de uma espécie de mecanismo social. No mercado atual, a tendência é fundamental para a indústria mobiliária, o design e o arquiteto inserem um processo criativo e inovador, seguindo um protocolo de determinados mercados, priorizando os lançamentos de cada região em ascensão (OLIVEIRA, 2006). FIGURA 19 – TENDÊNCIA FONTE: <https://digital.formobile.com.br/sites/formobile.com/files/styles/article_featured_ retina/public/jogo%20de%20cadeiras_0.jpg?itok=hXp6Pau7>. Acesso em: 6 jan. 2021. Na Alemanha surgiu um conceito chamado de Quarta Revolução, transformando grandes processos produtivos, instigando a criatividade, customizando o produto até a venda final. No mercado brasileiro, os designers se especializam em tendências específicas, atendendo às demandas com produto acabado, escritórios, móveis modulados, assim aproveitando melhor o espaço (DANTAS, 2005). 28 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 3 DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE PROJETO O gerenciamento de projetos é uma boa gestão projetual, com pessoas capacitadas em conhecimento na área desejada, desempenhando assim uma boa produtividade e finalização do produto. O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de cumprir os seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e integração apropriadas dos processos de gerenciamento de projetos identificados para o projeto (PMI, 2017, p. 10). Todos sabemos que o mercado de trabalho tem se tornando mais disputado e que o nível de exigência dos clientes tem aumentado consideravelmente. Assim, aplicar as metodologias de gerenciamento de projetos se torna imprescindível. Obviamente, cada empreendimento tem suas próprias particularidades, necessitando de estratégias específicas. É válido afirmar que gerir um projeto incorre na aplicação de conhecimentos, ferramentas e técnicas para que os objetivos definidos sejam alcançados. FONTE: <https://www.projectbuilder.com.br/blog/metodologias-de-gestao-de-projetos/>. Acesso em: 6 jan. 2021. INTERESSA NTE 3.1 PROCESSOS NO DESENVOLVIMENTO MOBILIÁRIO O processo de desenvolvimento adere algumas áreas funcionais da empresa, especificamente a produção eficiente, indo desde o início até a finalização do produto. Cheng (2000) descreve o processo e as áreas funcionais envolvidas em cada etapa: • Planejamento do produto, segmento e estabelecimento do conceito, Marketing. • Projeto do produto, projeto do processo e preparação para a produção. • Lançamento: Marketing, P & D, Manufatura, Venda e Logística. Para uma produção eficaz, necessita-se a redução de tempo no processo de desenvolvimento, tendo uma relevante importância, pessoas qualificadas desempenhando uma enorme agilidade e eficiência na finalização do produto, obtendo melhores resultados. O gerenciamento é feito através da identificação e desdobramento das variáveis que compõem o desenvolvimento do produto, através de tabelas, matrizes e procedimentos de extração, relação e conversão (CHENG et al., 1995). TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 29 A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário. Está inserida em qualquer indústria produtiva. É necessária a inclusão de normalização, redução e sistema instigando a economia. A padronização intensifica as atividades do processo do valor agregado, possibilitando melhorias no sistema produtivo (CHENG et al., 1995). FIGURA 20 – DIAGRAMA DE ISHIKAWA Material Meio Ambiente Método Mão de obra Máquina Objetivo CAUSAS EFEITO FONTE: <https://d1lc5plzz0mq74.cloudfront.net/wp-content/uploads/2015/08/21203011/ Ishikawa.png>. Acesso em: 6 jan. 2021. Goese (1999, p. 18), afirma que “antes de definir padrões, faz-se necessário identificar os processos para melhorias e compreensão do funcionamento da organização”. Campos (1992) compreende a identificação dos processos, resultando em um relacionamento causa-efeito, tendo como facilitador a diferença de causa e seus efeitos, como mostra o diagrama Ishikawa. 3.1.1Gerenciamentos de projeto mobiliário O gerenciamento de projetos proporciona o desenvolvimento de competência como liderança, estratégia, capacidade de planejamento e tomada de decisão, habilidades fundamentais para uma boa gestão (PMI, 2017). Kerzner (2007, p. 30) pondera “que são diversos os fatores externos, que podem forçar as empresas a adotarem o gerenciamento de projetos como forma de realizarem os seus projetos”. A execução de um projeto eficaz necessita de um gerenciamento e liderança capacitada na área, determinando uma equipe preparada com critério de organização e seleção de pessoas qualificadas, atingindo os objetivos e garantindo o sucesso. Os critérios importantes a serem aplicados são (PMI, 2017). 30 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO • Realismo. • Capacidade. • Flexibilidade. • Facilidade de uso. • Custo. • Facilidade de informatização. O gerenciamento requer alguns fatores relevantes para a execução do projeto solicitado, considerando precisamente possível a implementação de proposta de trabalho como (CHENG et al., 1995). • Responsável pela área de Marketing. • Equipe qualificada e competente. • Determinar metas e objetivos. • Priorizar projetos de acordo com as metas e objetivos estabelecidos. Os projetos coordenados pela gerência de pesquisa e desenvolvimento, durante a execução do projeto, realizam reuniões com gerentes de outras áreas funcionais, objetivando o alinhamento e um melhor desempenho e resultados, atingindo as metas exigidas (CHENG, 1995). 4 GESTÃO DA PRODUÇÃO DE MOBILIÁRIO A gestão da produção define as atividades fundamentais que as organizações usam para realizar tarefas e atingir suas metas (RITZMAN; KRAJESWSKI, 2004). As atividades desenvolvidas por uma empresa visam atender seus objetivos de curto, médio e longo prazo, se relacionando, na maioria das vezes, de forma complexa e transformando insumos e matérias-primas em produtos acabados. 4.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. Biazin e Godoy (2000) caracterizam esses níveis da seguinte forma: • Nível estratégico: onde são definidas as políticas estratégicas de longo prazo da organização e planejamento estratégico da produção, resultando em um Plano de Produção (PP) suprindo todas as necessidades produtivas dentro de um período de longo prazo. TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MOBILIÁRIO 31 • Nível tático: onde são definidos os planos de médio prazo para a produção, resultando no Plano Mestre de Produção (PMP). O planejamento no nível estratégico é dividido detalhes para facilitar do controle e operação. • Nível operacional: onde são definidos programas de produção de curto prazo. O PCP prepara a programação da produção com a administração de estoques, colocando em ordem, emitindo e liberando ordens de compra, fabricação e montagem, executando o acompanhamento e controle da produção. O sistema de Planejamento e Controleda Produção (PCP) é aquele que planeja e programa todas as operações e atividades da organização, controlando-as de modo que consiga ser alcançado um aumento na eficiência de todo o sistema produtivo. Em outras palavras, o sistema PCP é quem planeja as atividades necessárias para a execução da produção, desde a aquisição de matérias-primas, mão de obra, controle de processos produtivos e setores, movimentação de produtos e serviços até o consumidor final. Utilizando informações sobre a capacidade produtiva e os estoques de produtos existentes, pode ser determinado o tipo de produto a ser produzido e a quantidade estimada de produção (ZOCCHE, 2011). FIGURA 21 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO FONTE: <https://gmad.com.br/casa-do-mdf/wp-content/uploads/2019/07/lucro-2.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O planejamento é uma função administrativa de otimização de recursos de entrada, que determina o que deve ser realizado para atingir os objetivos traçados (CHIAVENATO, 2004). 32 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 4.2 GESTÕES NA PRODUÇÃO DOS MOBILIÁRIOS Pozo (2010 apud REBOUÇAS; CAMPOS NETO; FERREIRA, 2015, p. 3) afirma que: [...] as atividades de compras não são um fim em si próprio, mas sim uma atividade de apoio fundamental no processo produtivo, suprindo as demandas de materiais. Ainda segundo o autor, as atividades de compras têm por sua finalidade manter a organização numa posição competitiva no mercado através de ações de negociações de preços, buscas de materiais alternativos e no incessante trabalho de relacionamento com fornecedor. FIGURA 22 – GESTÃO NA PRODUÇÃO FONTE: <https://www.moveisdevalor.com.br/portal/cache/image/10769-sebrae-estrategias- setor-moveleiro-770x499.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. O mercado moveleiro exige uma gestão capacitada, diferenciando uma redução de custos de pedidos urgentes e a seleção de fornecedores adequados, garantindo a qualidade no processo produtivo, incluindo compras com melhor preço, a entrega rápida, qualidade e confiança (MOREIRA, 2008). 33 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Mundialmente, as organizações que atuam em diversos ramos da economia priorizam na maioridade investimentos de capacitação de colaboradores e gerenciamento, assimilando ótimos resultados e desempenho em cada setor designado. • É necessária uma mudança e avaliação do desempenho dos profissionais, do processo de desenvolvimento, da organização da equipe de trabalho e dos métodos utilizados. • O objetivo inicial de propor um novo procedimento do existente, que permite colmatar as falhas atuais no processo de gestão dos projetos de moveleiros. • A padronização é uma das estratégias no processo do desenvolvimento mobiliário. Está inserida em qualquer indústria produtiva. É necessária a inclusão de normalização, redução e sistema instigando a economia. • O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. 34 1 O designer e o arquiteto inserem um processo criativo e inovador no desenvolvimento dos seus projetos e objetos, seguindo um protocolo de determinados mercados, priorizando os lançamentos de cada região em ascensão. A partir desses pressupostos, descreva o significado de Tendência Mobiliária. 2 O PCP é responsável pela organização e aplicação de recursos produtivos de modo que atenda aos planos estabelecidos em três níveis organizacionais: estratégico, tático e operacional. A partir desses pressupostos, descreva as características dos três níveis. 3 Na gestão de Produção de Mobiliário, existe um setor indispensável e eficiente para o fluxo e organização dentro da empresa ou indústria. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA. a) ( ) PCP – Planejamento de Controle de Produção. b) ( ) PDP – Planejamento de Desenvolvimento de Produção. c) ( ) PMP – Plano Mestre de Produção. d) ( ) PCB – Plano de Controle Básico. 4 A execução de um projeto eficaz necessita de um gerenciamento e liderança capacitada na área, determinando uma equipe preparada com critério de organização e seleção de pessoas qualificadas, atingindo os objetivos e garantindo o sucesso. A partir desses pressupostos, assinale a alternativa CORRETA com os critérios importantes a serem aplicados: a) ( ) Realismo, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso. b) ( ) Planejamento, Qualificação, Flexibilidade, Facilidade de Uso. c) ( ) Planejamento, Desenvolvimento, Flexibilidade, Facilidade de Uso. d) ( ) Realismo, Capacidade, Flexibilidade, Facilidade de Uso entre outros. 5 O processo de desenvolvimento adere algumas áreas funcionais da empresa, especificamente a produção eficiente, indo desde o início até a finalização do produto. A partir desses pressupostos assinale a alternativa CORRETA com os critérios de processo segundo Cheng (2000): FONTE: CHENG, L. C. Caracterização da gestão de desenvolvimento do produto: delineando o seu contorno e dimensões básicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INOVAÇÃO E GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO, 2., 2000, São Carlos. Anais [...]. São Carlos: IGDP, 2000. a) ( ) Planejamento do produto, Projeto do produto e Lançamento. b) ( ) Planejamento do produto, Lançamento do produto, Flexibilidade. c) ( ) Planejamento do produto, Facilidade do produto, Flexibilidade. d) ( ) Planejamento do produto, Desenvolvimento do produto, Flexibilidade. AUTOATIVIDADE 35 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 1 INTRODUÇÃO Este Tópico trabalha o desenvolvimento e a criação do projeto do mobiliário e compreende o papel do designer, partindo das primeiras ideias e desenhos iniciais até o último item a ser finalizado (BONFIM 1995). As fases do processo de produção são critérios estabelecidos pelo designer e estão na maioria das vezes acompanhados de outros profissionais de grande importância, como o marceneiro (CAVALCANTI, 2001). O designer tem como prioridade a interação das relações do ser humano com o seu meio, e para isso utiliza ferramentas metodológicas para formar as suas ideias (DIJON,1999). O estudo tem como objetivo demonstrar o processo projetual de um mobiliário desenvolvido através do referido a um conjunto de informações. “Na análise ergonômica, encontra-se a base de todo o desenvolvimento da forma e das soluções desenvolvidas, e assim foram observados padrões e adequações de medidas ergonomicamente adequadas para melhor adaptação ao conceito do móvel multifuncional” (SOUZA et al., 2017, p. 14). A partir desses pressupostos, no Tópico 3 estudaremos os seguintes temas: (1) O estudo e compreensão de materiais e processos de fabricação de mobiliário; (2) a ergonomia, percepção e conforto de mobiliário; e (3) o entendimento do projeto do mobiliário. 2 MATERIAL E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE MOBILIÁRIO Os designers, nas criações de projetos, direcionam a importância em saber qual matéria-prima que o profissional irá trabalhar, pois cada material envolve um maquinário específico. 36 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS NA INDÚSTRIA MOVELEIRA A produtividade no setor moveleiro representa uma ampla atividade e demanda de muitos recursos de matérias-primas das florestas. Até a finalização dos móveis e das madeiras processadas, amplia para outras atividades de produtos, associando o fornecimento de insumos. (MARTINI, 2016). A matéria-prima deriva de insumos de madeiras de reflorestamento, introduzindo o aproveitamento econômico das florestas nativas e mudas de insumos para gerar as madeiras, considerada o principal item para a extração florestal, alimentando grande parte da indústria moveleira (MARTINI, 2016). Os agentes de reflorestamento são empresas produtoras de celulose, siderurgia e produtos sólidos de madeiras, como madeira serradae chapas de madeiras, além de governos estaduais, pequenos produtores e outras empresas do ramo de reflorestamento (MARTINI, 2016). O reflorestamento fornece madeira para as indústrias de móveis e para outras atividades de produtos, separados e ou classificados como cadeia, uma delas o pinus e eucalipto, destinado para indústrias de celulose e papel, siderurgia (carvão e vegetal) (MARTINI, 2016). A outra cadeia são os laminados, as esquadrias e os painéis, classificados como principais insumos básicos na indústria moveleira, já os blocos de madeira sólida (compensados e lâminas) e os reconstituídos (aglomerados, MDF, chapas, OSB e HDF) são considerados os produtos mais importantes (MARTINI, 2016). FIGURA 23 – MATÉRIAS-PRIMAS FONTE: <https://www.moveisdevalor.com.br/portal/cache/image/7860-Industria_em_ Rondonia-770x499.jpg> Acesso em: 6 jan. 2021. TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 37 Concluindo a cadeia principal de insumos necessários para a presença de tubos, fibras, pregos, colas, vidros, vernizes e tintas, elementos necessários para a fabricação de móveis, dependendo de cada estilo de móveis produzidos (MARTINI, 2016). 2.2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DO MOBILIÁRIO O processo de fabricação é uma transformação inicial da matéria-prima até a finalização do produto acabado, engloba um conjunto de ideias, projetos, matérias-primas, seguido de um sistema(plano) de organização para a montagem ou industrialização (MOREIRA, 2004). O processo de fabricação ordena uma sequência, aderindo os maquinários adequados para o objetivo, contando com reforço do processo de conformação mecânica, forjamento e estampagem, incluindo tecnologia e equipamentos modernos e permitindo um controle eficaz no processo produtivo, que garante a qualidade do produto (MOREIRA, 2004). De acordo com Pinheiro (1999 apud TEIXEIRA, 2010, p. 17), “o setor moveleiro nacional é recente e encontra-se em fase de crescimento, adaptação ao mercado e o aperfeiçoamento de seu parque fabril”. FIGURA 24 – LAYOUT FONTE: <https://www.gabster.com.br/marcenaria/producao/3-passos-para-definir-um-layout- ideal-na-marcenaria/>. Acesso em: 6 jan. 2021. No processo de fabricação, inicialmente é necessária uma coordenação competente, contratando pessoas qualificadas e adequadas para as operações. Além disso, é necessário planejar sequências operacionais e definir o fluxo baseado nos recursos disponíveis. É importante implantar um layout, conforme Figura 24. 38 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 3 ERGONOMIA, PERCEPÇÃO E CONFORTO DE MOBILIÁRIO Caro acadêmico, lembre-se: sem ergonomia não existe projeto de mobiliário para o ser humano. O projetista design deve pensar nas características físicas e nas atividades das pessoas que utilizaram o mobiliário. 3.1 MOBILIÁRIO ERGONÔMICO A ergonomia é uma prioridade na concepção dos espaços e no design de mobiliário, garantindo conforto, segurança e o bem-estar necessário. A Associação Internacional de Ergonomia (2000 apud GUÉRIN et al., 2001) define que é necessário que a ergonomia esteja no foco do desenvolvimento de todo e qualquer projeto, definindo uma disciplina científica relacionada a uma aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Compreender as características dos corpos humanos é uma das principais tarefas de quem busca na ergonomia da forma humana uma ferramenta útil para alcançar a perfeição no projeto de mobiliário. Interessante notar que as etnias das pessoas representam um fator determinante para compreender a ergonomia humana previamente. Por exemplo, os orientais possuem tendência a serem baixos e magros, ao ponto que norte-americanos são marcantes em virtude da altura e largura. FONTE: <https://www.vivendodecoracao.com.br/por-que-sem-ergonomia-nao-existe- projeto-de-mobiliario/>. Acesso em: 6 jan. 2021. IMPORTANT E TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 39 FIGURA 25 – PARÂMETRO DA ERGONOMIA FONTE: <https://vivendodecoracao.com.br/old/wp-content/uploads/2016/05/ergonomia- humana-2-1030x793.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Um bom começo para atender os requisitos de ergonomia em prol dos colaboradores dentro dos ambientes de trabalho são as cadeiras de escritório. Elas devem dispor de características como: 1- Apoio para os braços: eles auxiliam na função de sustentação com objetivo de aliviar a tensão dos ombros e coluna cervical, principalmente em postos de trabalho onde o tampo da mesa não permita o apoio dos braços do usuário; 2- Regulagem de altura: é importante para que os pés estejam apoiados no chão e o assento não esteja numa altura que comprima as coxas e prejudique a circulação sanguínea. Caso isso não seja possível, deve-se utilizar o apoio para os pés; 3- O encosto com apoio da curvatura da coluna vertebral, com possibilidade de regulagem de altura do apoio lombar, proporcionando liberdade de movimentos e adequando-se a postura de cada usuário. 4- Profundidade máxima do assento e borda frontal arredondada que não pressione a área posterior dos joelhos. Uma cadeira de porte maior que será compartilhada por usuários de estaturas diferentes deve ter dispositivo de regulagem dessa profundidade de assento. 5- Para uso contínuo no computador: regulagens independentes de inclinação do encosto e do assento. INTERESSA NTE 40 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO 6- Assento que faça a devida distribuição do peso do corpo, sem ser excessivamente profundo e macio e nem mesmo duro e plano. 7- As espumas do estofamento devem ter alta resiliência, ou seja, com pouca ou nenhuma deformação no seu uso. FONTE: <https://funcional.com.br/ergonomia-qual-a-sua-importancia-no-mobiliario- corporativo/>. Acesso em: 6 jan. 2021. FIGURA 26 – CADEIRA ERGONÔMICA FONTE: <https://funcional.com.br/wp-content/uploads/2019/03/ergonomia-funcional-235x300.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. Definições de ergonomia tem o objetivo de ressaltar o caráter interdisciplinar e seu objeto de estudo, a interação entre o homem e o trabalho, focando em uma das áreas da ergonomia, que trata das características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, no âmbito da ergonomia física, objetivando melhorar o uso do produto, máquina ou sistema através de alterações de características físicas do produto, como dimensões, pesos, formas, resistências (GUÉRIN et al., 2001). TÓPICO 3 — CRIAÇÃO PROJETUAL DO MOBILIÁRIO 41 FIGURA 27 – ERGONOMIA NO PROJETO DE MOBILIÁRIO E MOBILIZAÇÕES FONTE: <https://vivendodecoracao.com.br/old/wp-content/uploads/2016/05/ergonomia- humana.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2021. A definição de ergonomia estabelece requisitos e parâmetros do mobiliário, além dos estudos e adequações, e faz necessária a análise de tarefas para o cumprimento de medidas e dimensões exigidas. Utilizada por Lima e Torres (2014), por se tratar de mobiliário multifuncional, faz-se analisar as diversas formas do uso de um determinado objeto. 3.2 CONFORTO E FUNCIONALIDADE DOS MÓVEIS O design de um móvel exige uma perfeita junção, unindo o conforto e a funcionalidade, atualizando no passar dos anos, evoluindo assim estes quesitos (GUÉRIN et al., 2001). 42 UNIDADE 1 — PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE MOBILIÁRIO Cavalcanti (2001) complementa que somente após os anos 1970 o móvel se ajustou completamente às novas exigências de moradia contemporânea. Período marcado principalmente por móveis característicos e que se adequaram às novas dimensões dos ambientes, pelo acúmulo de múltiplas funções e pela utilização de uma mesma peça para diversas funções. “Conforto significa muito mais que algo físico; conforto de verdade é tão cultural quanto físico, e tem significado diferentes coisas para diferentes pessoas em diferentes tempos” (CONFORTO [...], 2018, s. p.). FIGURA 28 – CONFORTO E FUNCIONALIDADE
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