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São técnicas amplamente utilizadas para o conhecimento da natureza química das células e dos tecidos. Detectam a presença de compostos específicos e indicam sua localização e distribuição exata. Conceitos básicos As técnicas permitem a localização, ao microscópio de luz ou MET, de componentes químicos específicos que compõe as células e os tecidos, respeitando a integridade celular/tecidual. Têm como base reações químicas entre o composto pesquisado e o reagente utilizado. A técnica citoquímica deve ser específica para o componente pesquisado e sensível. Sua execução requer o conhecimento do mecanismo da reação química envolvida. O complexo formado indicará a presença da substância pesquisada (reação positiva) e somente os locais de positividade aparecem marcados na preparação. Dependendo da técnica utilizada e do objetivo do estudo, pode-se submeter os cortes de tecidos a uma contracoloração (coloração não específica, baseada em acidofilia-basofilia), após realização da técnica histoquímica. Aplicações 1) Técnica citoquímica para demonstração de carboidratos (reação do PAS) A técnica de PAS (ácido periódico – reativo de Schiff) foi descrita em 1945 por McManus e se tornou uma das mais usada para demonstração de carboidratos simples ou associados a proteínas. Mecanismo de reação Tem como base o uso sequencial de dois reagentes seletivos: o ácido periódico e o reagente de Schiff. i) Oxidação dos grupos hidroxilas livres em dois átomos de carbonos pelo ácido periódico, produzindo radicais aldeídicos; ii) reação dos radicais aldeídicos com o reativo de Schiff, produzindo composto de cor magenta (cromóforo). PAS é positiva para: Células animais: Glicoproteínas neutras Glicoproteínas ácidas ricas em ácido siálico Glicogênio Células vegetais: Amido Celulose Hemicelulose Pectinas Distinção entre carboidratos A distinção entre glicogênio e glicoproteínas é feita submetendo-se o material a tratamento enzimático com amilase (enzima que digere glicogênio e amido). Logo, as estruturas que não se coram com o PAS são células que contêm glicogênio, enquanto as que coram com PAS contêm glicoproteínas. A distinção entre glicoproteínas neutras de glicoproteínas ácidas e de outros glicoconjugados é feita associando-se a técnica do PAS com a técnica do alcien blue. A positividade é indicada pelo aparecimento de cromóforo de cor azul celeste. Alcien blue é positiva para: pH 0,5 pH 2,5 Glicoconjugados ácidos sulfatados Glicoconjugados ácidos sulfatados Glicoconjugados ácidos carboxilados Glicoproteínas ácidas Localização Cromóforo Visível ao microscópio de luz de campo claro Fluoróforo Visível ao microscópio de fluorescência Produto elétron-denso Visível ao MET 2) Técnica para demonstração de DNA (Feulgen) Mecanismo de reação É baseada na ação hidrolítica do ácido clorídrico sobre o DNA e nas propriedades químicas do reativo de Schiff. i) o ácido clorídrico quebra a molécula de DNA, a base nitrogenada é liberada e os grupos aldeídicos ficam expostos; ii) reação dos radicais aldeídicos com o reativo de Schiff, produzindo cromóforo de cor púrpura-lilás. A reação não forma grupos aldeídicos com o açúcar do RNA e, portanto, é específica para DNA. 3) Técnica citoquímica para demonstração de lipídios (Oil Red O-ORO) Mecanismo de reação A marcação de lipídios pelo ORO tem como base as propriedades físicas deste corante, que tem grande afinidade por compartimentos ricos em lipídios neutros. Aparece na cor vermelha formando cromóforo e fluoróforo. Imunocitoquímica Tem como objetivo a identificação de uma molécula com potencial antigênico, por meio de seu anticorpo específico. Para cada antígeno pode-se obter um anticorpo, chamado de anticorpo primário que, por sua vez, pode ser marcado direta ou indiretamente com um composto denominado marcador, o qual irá permitir a visualização do complexo antígeno-anticorpo. Quando o antígeno encontrasse presente na célula, o anticorpo primário liga-se diretamente a ele e o complexo resultante é detectado ao microscópio de luz ou MET. O produto da reação deve ser corado, emitir fluorescência ou ser elétron-denso. A aplicação dessas técnicas deve ser sempre acompanhada de controles positivos e negativos para fins de validação dos resultados. Detectam moléculas isoladas, geralmente tipos específicos de proteínas, como, por exemplo, proteínas em células tumorais ou em células em processo de morte ou ativação. O método mais comumente utilizado é o indireto e este envolve duas etapas: i) o anticorpo primário liga-se ao antígeno correspondente; ii) o segundo anticorpo é conjugado com um marcador que indicará a positividade da reação. Imunocitoquímica ultraestrutural Aplicação da técnica de imunocitoquímica em microscopia eletrônica: i) células seccionadas e incubadas com solução contendo anticorpo primário; ii) incubação com o anticorpo secundário conjugado com marcador elétron-denso. O resultado é a identificação da proteína em sítios intracelulares. A técnica de imunocitoquímica ultraestrutural é conhecida como immunogold pelo fato de utilizar anticorpos marcados com partículas de ouro.
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