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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR CURRÍCULO LATTES Prof. Me. Bruna Solera ● Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina (PEF- UEM/UEL); ● Mestre em Educação Física (PEFE - UEM/UEL); ● Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino a Distância (Centro Universitário Cidade Verde); ● Especialista em Educação Especial (Instituto Paranaense de Educação de Maringá-PR); ● Especialista em Psicomotricidade no Contexto Escolar (Instituto Paranaense de Educação, Maringá-PR); ● Graduada em Educação Física Bacharelado (Universidade Estadual de Maringá); ● Graduada em Educação Física Licenciatura (Universidade Estadual de Maringá); ● Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar (GEEFE) (Universidade Estadual de Maringá); ● Coordenadora e recreadora da empresa de recreação infantil “Recreação Tia Pink e Cia” de Maringá-PR; ● Coordenadora do curso de Educação Física Licenciatura e Bacharelado, na modalidade de Educação à Distância, no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV). Experiência de atuação na Educação Física no Ensino Infantil e Ensino Médio. Estuda a Educação Física Escolar e a autonomia dos estudantes. Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4778060448341914 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA http://lattes.cnpq.br/4778060448341914 Olá estudante, Seja bem vindo (a) a apostila de “Educação Física Escolar”! Este material tem como objetivo possibilitar a você conhecimentos relacionados a disciplina de Educação Física na escola, conhecimentos estes que o (a) aproximarão do ambiente escolar e das especificidades que permeiam esse componente curricular. O material está organizado em quatro unidades. Vamos conhecê-las? Na Unidade I intitulada de “A Educação Física Escolar e a Educação: reflexões e desdobramentos” vamos ter contato com saberes sobre a Educação e a escola, iremos conhecer a Educação Física Escolar, entender o papel do professor e por fim discutir o planejamento e sua importância para uma Educação Física com sentido e significado aos alunos. Na Unidade II, “Educação Física: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental Anos Finais” você poderá conhecer a Educação Física e como ela se apresenta na Educação Infantil, no Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, assim como, seus respectivos alunos. Já na Unidade III, chamada de “Educação Física Escolar: conhecendo o Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos, Aulas e Avaliação” você continuará conhecendo a Educação Física na Educação Básica, além de verificar como ela se apresenta na Educação de Jovens de Adultos, como são suas aulas e a importância da avaliação. Por fim, na Unidade IV “Educação Física em diferentes contextos com objetivos educacionais” vamos finalizar nossa apostila conhecendo a gestão educacional, projetos sociais e a educação em espaços não urbanos. Em todas as temáticas mencionaremos a Educação Física e seu papel na instituição escolar. Espero que seja uma caminhada de muita aprendizagem! Bons estudos! UNIDADE I A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A EDUCAÇÃO: REFLEXÕES E DESDOBRAMENTOS Professora Mestre Bruna Solera Plano de Estudo: ● A Educação e o universo escolar ● Considerações acerca da Educação Física Escolar ● O papel do professor na Educação Física Escolar ● Planejamento da Educação Física Escolar Objetivos de Aprendizagem: ● Estudar questões relacionadas à Educação e o ao universo escolar; ● Conhecer a Educação Física Escolar; ● Entender o papel do professor na Educação Física Escolar; ● Discutir o planejamento e sua importância na Educação Física. INTRODUÇÃO Olá estudante, Seja bem vindo (a) a primeira unidade da nossa apostila de estudos de “Educação Física Escolar”! A unidade I, intitulada de “Educação Física Escolar e a Educação: reflexões e desdobramentos” tem como objetivo central possibilitar a você uma visão geral sobre o campo da Educação Física escolar. Para isso, estudaremos conteúdos relacionados à educação, à escola, ao planejamento e à própria Educação Física. Tais conteúdos estão distribuídos ao longo de nossa unidade no formato de tópicos, conforme segue. No tópico 1, chamado de “A Educação em Foco" você terá a possibilidade de se aproximar de conhecimentos relacionados à educação no geral. Você se lembra da história da Educação? Sabe o que é a Educação? Vamos juntos em busca de tais respostas neste tópico. No tópico 2, “Conhecendo o universo escolar” vamos falar de escola. Todos nós já passamos por esse espaço, não é mesmo? Então, entenderemos qual o papel da escola no contexto do ensino e aprendizagem. Sendo assim estudante, após ter adquirido conhecimentos sobre a Educação, sobre o espaço escolar, vamos adentrar no universo da Educação Física. No tópico 3, denominado de “A Educação Física Escolar: considerações gerais” você terá oportunidade de conhecer e entender como a Educação Física se estrutura na escola, quais são suas responsabilidades e objetivos com a formação na educação. Após isso, você irá se deparar com o tópico 4 “Papel do professor na Educação Física escolar”. Neste momento eu pergunto a você: Como ser um bom professor? E por fim, no tópico 5 “Planejamento da Educação Física Escolar” encerraremos a unidade I debatendo sobre o planejamento, qual sua importância para um ensino que atinja os objetivos formativos e educativos, almejados para os alunos na disciplina de Educação Física na escola. Bons estudos! Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-photo/education-back-school- concept-rocket-600w-1446761522.jpg 1 A EDUCAÇÃO EM FOCO Estudante, o que vem em sua mente quando lê a palavra “Educação”? Reflita sobre isso, em seguida dê continuidade a leitura. A Educação possui um significado complexo, com diversos sentidos e significados. Com relação a sua origem etimológica, podemos dizer que Educação pode ser derivado tanto do verbo latino “educare” quanto “educere” (ECCO; NOGARO, 2015). Tais verbos possuem significados distintos de acordo com Ecco e Nogaro (2015). Vejamos: Educare: quer dizer criar, nutrir, orientar, ensinar, conduzir o sujeito de onde ele está para onde ele deseja chegar. Está relacionado a ação do professor sobre o aluno, tendo seu objetivo centrado no desenvolvimento mental e moral dos sujeitos, preparando-os, por meio da mediação sistemática, para a sociedade. Educere: extrair, fazer nascer, tirar de, provocar a atualização de algo, promover o surgimento de dentro pra fora. A iniciativa cabe mais ao aluno do que ao professor, o professor que irá valorizar as potencialidades desse sujeito. De acordo com o dicionário, Educação significa o ato ou processo de educar (-se); aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano. Para Dourado e Oliveira (2003), https://image.shutterstock.com/image-photo/education-back-school-concept-rocket-600w-1446761522.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/education-back-school-concept-rocket-600w-1446761522.jpg A educação é entendida como elemento constitutivo e constituinte das relações sociais mais amplas, contribuindo, contraditoriamente, desse modo, para a transformação e a manutenção dessas relações. (DOURADO; OLIVEIRA, 2009, p. 203). Para Freire (2001), a Educação é uma prática indispensável aos seres humanos, que pode ser vista como prática construtora do ser humano, onde educar é humanizar. A Educação é permanente, o ser humano nunca para de educar-se. Isso se dá não apenas no contexto escolar, mas na vida. Ademais, é importante mencionar que a Educação não é neutra, pois através dela pode-se reforçar ou modificar a situação da sociedade (DALMAS, 1994).A Educação é uma prática que esteve presente em todas as sociedades e como tal, passou por mudanças no decorrer dos anos. A evolução da educação está intimamente ligada à evolução da sociedade. Vejamos agora caro (a) estudante, pinceladas acerca da história da Educação no Brasil. Vamos começar com a Educação durante o Período Colonial (1500 - 1822). De acordo com Souza (2018), neste momento a Educação está sob as mãos dos jesuítas. As Escolas Jesuíticas objetivavam catequizar e converter os nativos a religião católica (BERNARDES, 2021). Figura 1. Escola Jesuíta no Brasil. Fonte: Bernades, L. Tudo Estudo, 2021. O ensino era totalmente acrítico e alheio à realidade da colônia, o que levou, aos poucos, a Educação a se transformar em uma Educação de elite. Neste viés, o ensino deveria ser apenas dos sujeitos que não dependiam do trabalho para sobreviver, sendo assim, não poderia ser de interesse da grande massa pobre. Desta forma, os índios e todos os demais que não faziam parte da pequena nobreza e seus descendentes eram excluídos da Educação. Em 1759, houve um conflito entre Marquês de Pombal e os jesuítas. Isso acabou suprimindo todas as escolas jesuíticas. Quem assumiu a Educação pela primeira vez foi o Estado (SOUZA, 2018). Chegamos então a outro momento da história, a Educação no Período Imperial (1822-1889). O ensino ainda permanecia restrito com a chegada da Família Real, em 1808. Houve neste período maior preocupação com o ensino superior. Souza (2018) afirma que o objetivo da Educação era a formação das classes dirigentes. Foi no Período Imperial onde tivemos a primeira Constituição Brasileira de 1824, que garantia em seu Art. 179 “a instrução primária e gratuita a todos os cidadãos”. Em 1834 com o ato adicional e a Constituição de 1891 o ensino foi descentralizado. Apesar disso, não houve criação de condições para o desenvolvimento de escolas na província, o que de certa forma, contribuiu com o descaso com o ensino público. Então tínhamos de um lado, o ensino para a formação das elites com cursos secundários e superiores e do outro o ensino primário e profissional precário para as classes populares (SOUZA, 2018). Seguindo, vamos falar sobre o contexto educacional durante a Primeira República (1889 - 1930). De acordo com Souza (2018), nesta época o modelo educacional que dava privilégios a elite foi posto em questão. A descentralização permaneceu, e ao invés de contribuir com mudanças significativas apenas representou descaso e abandono dos estados mais pobres. No interior do país havia algumas escolas rurais, no entanto, funcionavam em condições precárias e o professor não tinha, nem sequer, formação profissional. Já a Educação após a Revolução de 1930 (1930 - 1937), passou por transformações. O país começou a enxergar a importância da educação. Neste momento criou-se o Ministério da Educação e as secretarias de Educação do Estado. Em 1932, com o objetivo de uma educação obrigatória, gratuita e laica originou-se o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Em 1934 surgiu a Constituição que tinha como foco a organização do ensino brasileiro, com a participação do Governo Federal. De 1937 a 1945 tivemos os resultados da Educação no Estado Novo e de 1945- 1964 o Governo Populista. Houve a retirada da obrigação do Estado em manter o ensino público. Mas com o fim do Estado Novo, adotou-se uma nova constituição, na qual expressava a educação como direito de todos. Em 1961, tivemos a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Após isso, chegamos à Educação durante o Regime Ditatorial (1964 - 1985), período onde houve a repressão, a privatização do ensino, dando continuidade ao privilégio da classe dominante. Enquanto isso, a educação para as classes populares visava apenas a preparação de mão de obra para sanar as necessidades do mercado de trabalho por meio de um ensino técnico. Além disso, ainda temos muita história a ser contada acerca da Educação até chegarmos aos dias de hoje, mas neste momento nos atentaremos a Educação Brasileira de 1985 à atualidade. De fato essa área passou por várias modificações, novas Constituições e Leis foram promulgadas, os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados (1996), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) (1968) foi criado, assim como o Programa Universidade para Todos (ProUni). Então estudantes, ao longo da história da Educação nos deparamos com diversas fases. Leis e projetos foram criados com o objetivo de sanar deficiências da educação brasileira, mesmo que nem todas elas tenham sido efetivadas no campo da prática, tivemos uma evolução. E nos dias atuais temos um documento norteador da prática docente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um documento de: [...] caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2017). A Educação Básica compreende o Ensino Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais e Ensino Médio. A BNCC estabelece competências gerais para a Educação Básica, são elas: 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorizaçãoda diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017, p. 9). Competências, são definidas na BNCC como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2017, p. 8). Tais competências devem ser estimuladas durante a Educação Básica na escola. A BNCC expõe aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver, buscando uma igualdade educacional, com a concretização do direito do aprender. Isso porque, sabemos e vimos ao longo da breve história da Educação, aqui apresentada, que o Brasil, naturalizou desigualdades educacionais em relação ao acesso à escola, a permanência e aprendizado dos alunos, sendo assim, os planejamentos das escolas, sua rotina e seus eventos devem considerar a superação de tais desigualdades (BRASIL, 2017). Você conhece o espaço escolar? A resposta para esta questão deve ser sim, pois sem dúvida, você estudante, passou pela Educação Básica até chegar ao ensino superior. Vamos conhecer um pouco mais sobre ela? SAIBA MAIS Estudante, o Plano Nacional de Educação (PNE) possui vigência de 10 anos. Sendo assim, o que vigora no momento é o plano de 2014 até 2024 (Lei nº 13.005/2014). Neste, são estabelecidas 20 metas para a Educação. Acesse o link e confira: http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de- educacao-lei-n-13-005-2014 Fonte: Ministério da Educação (2021). #SAIBA MAIS# http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014 http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014 Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-photo/group-elementary- school-kids-running-600w-388660693.jpg 2 CONHECENDO O UNIVERSO ESCOLAR A escola, é o espaço no qual, se deve proporcionar acesso aos conhecimentos culturais e científicos, como uma forma de promoção e ampliação do potencial psíquico dos alunos, isso em íntima associação com as práticas socioculturais e institucionais, assim como, meio de superação das desigualdades educativas (LIBÂNEO, 2016). De acordo com Bagnara e Fensterseifer (2019), a escola possui a responsabilidade de contribuir para o entendimento dos problemas sociais, auxiliando os alunos a compreenderem o mundo. Assim como, pode ser meio de se trabalhar os valores morais incorporados nos debates desenvolvidos no ambiente escolar pelos diversos componentes curriculares. Ademais, de acordo com a BNCC (BRASIL, 2017, p. 14) a escola é vista como “espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve-se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades”. Apesar disso, Bagnara e Fensterseifer (2019) destacam que este espaço, deve ter como centralidade, a produção/construção e transmissão do conhecimento e saberes. Gandin e Gandin (1999, p. 67) concordam ao afirmar que “o conhecimento é o centro da https://image.shutterstock.com/image-photo/group-elementary-school-kids-running-600w-388660693.jpg https://image.shutterstock.com/image-photo/group-elementary-school-kids-running-600w-388660693.jpg atividade em uma escola”. Sendo assim, "problematizá-lo, discutir sua utilidade, sua constituição e a melhor forma de fazer com que os alunos construam seu próprio conhecimento, deveria ser a principal ação das escolas” (GANDIN; GANDIN, 1999, p. 67). Estudante, estamos tratando de conhecimento, você acha que esta palavra é sinônimo de informação? Pois bem, a informação não é conhecimento. Gandin e Gandin (1999) afirmam que a informação é como se fosse a matéria-prima, que só se tornará conhecimento se for transformada pelo sujeito, se fizer sentido para ele e se relacionar com os outros conhecimentos que já foram construídos. Caro estudante, isso se aplica a todos os componentes curriculares presentes na escola. Ademais, cabe a eles, como destacado por Bagnara e Fensterseifer (2019, p. 48), Não se limitar unicamente a reproduzir os sentidos e significados encarnados pelas diferentes manifestações culturais, mas sim tematizá- los, desnaturalizá-los, evidenciando a pluralidade de sentidos e significados que os indivíduos podem produzir nos diversos contextos. Veja estudantes, que a escola não é apenas um espaço para adquirir conhecimento, o movimento encontrado lá vai além de uma simples definição, não é mesmo? A partir do momento que a escola assume tal roupagem, ela “permite ao estudante “ampliar a janela”, “aumentar a lente” através da qual enxerga e compreende o mundo (BAGNAR; FENSTERSEIFER, 2019, p. 49), fazendo com que, a escola ultrapasse a tarefa de reducionista mencionada. Você sabe quais são os componentes curriculares que possuem tal missão no espaço escolar? Isso depende da etapa de ensino que estamos nos referindo, mas falando especificamente da nossa disciplina, a Educação Física, ela se faz presente na Educação Infantil, no Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, no Ensino Ensino Médio, na Educação de Jovens e Adultos e na Educação Especial. Em cada uma dessas etapas, temos conhecimentos a serem construídos por meio do trato com o movimento humano e suas diversas manifestações. Vamos conhecer um pouco mais sobre a Educação Física na Escola? REFLITA “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Paulo Freire Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/happy-kids-jumping-dancing- together-600w-1114465520.jpg www.shutterstock.com/ #REFLITA# https://image.shutterstock.com/image-vector/happy-kids-jumping-dancing-together-600w-1114465520.jpg https://image.shutterstock.com/image-vector/happy-kids-jumping-dancing-together-600w-1114465520.jpg 3 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONSIDERAÇÕES GERAIS Ah Educação Física Escolar! Você se lembra como eram suas aulas de Educação Física na época em que estava na escola? Com o decorrer dos anos, muito tem se alterado com relação a esta disciplina. A tão esperada pelos alunos, a aula de Educação Física já prezou apenas pelo ensino técnico dos esportes, a disciplina era tecnicista. Nesse modelo as aulas eram voltadas para a execução correta dos fundamentos do esporte selecionado. Os mais “famosos” que tem perpassado décadas, são conhecidos por muitos como “quarteto fantástico”. Sabe quais esportes são esses? O Vôlei, Handebol, Basquete e Futebol. Durante muito tempo e até os dias de hoje, ainda nos deparamos com aulas de Educação Física que ensinam aos alunos apenas os quatro esportes mencionados. Entendemos a importância da prática esportiva no espaço escolar, mas a disciplina não se resume a isso. Assim como, o foco de seu ensino não é apenas a técnica de tais práticas. Hoje, buscamos desenvolver uma Educação Física com responsabilidade educativa, isso porque, ela é um componente curricular, e como tal deve auxiliar e contribuir no desafio de atingir os objetivos formativos educacionais presentes no Projeto Político-Pedagógico escolar (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019). Mas o que de fato então é responsabilidade da Educação Física? Há alguns equívocos sobre tal questionamento. De acordo com Bagnara e Fensterseifer (2019), um dos maiores mantras sobre a responsabilidade da Educação Física na escola está emrelacioná-la às preocupações com a saúde e qualidade de vida dos alunos e da população. De fato, tal afirmação não está errada, mas reduzi-la apenas a isso, seria uma interpretação atrofiada do assunto. Para os autores, o debate da Educação Física deve-se centrar nas práticas corporais, onde deverá oferecer condições para a compreensão dos alunos acerca dos elementos que podem interferir na relação destas com a saúde e qualidade de vida, pois não é apenas por meio da Educação Física que a promoção da saúde e qualidade de vida são promovidos. A Educação Física escolar poderia, de forma gradativa e multidimensional, focar na tomada de consciência acerca da relação entre atividade física, exercício físico, saúde, qualidade de vida e contexto social, potencializando/oportunizando um processo formativo pautado pela reflexividade e melhor dimensionamento do tema, afinal, como sabemos, a saúde e a qualidade de vida do sujeito dependem de muitos fatores (multifatorial), e apenas um deles está atrelado ao nível de atividade/exercício físico (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019, p. 42). Outra justificativa, elencada por Bagnara e Fensterseifer (2019), para a Educação Física é a interação humana. Você mesmo pode ter dito, ou já ouviu alguém mencionar, que são nas aulas de Educação Física onde se tem momentos de interação, momento de sair da sala de aula, de cooperar com os colegas, de adquirir valores humanos. Claro que reconhecemos que em muitas aulas da disciplina há potencialização do mencionado, mas é preciso relacioná-los com os conteúdos e especificidades da mesma. Além disso, a interação humana pode acontecer em aulas de outras disciplinas e outros espaços. Além disso, a Educação Física, como uma matéria escolar, ainda possui uma particularidade, o movimento corporal, que de acordo com Palma e colaboradores (2018), é seu referencial primário, ou seja, o movimento, é o ponto crucial das intervenções pedagógicas na área. Através do movimento, podemos possibilitar a nossos alunos experiências que só podem ser vivenciadas por meio dele. Mas fique atento! Não podemos tratá-lo como fim em si mesmo, é preciso abordar conhecimentos conceituais e críticos acerca de cada conteúdo. “É preciso estimular o estudante a refletir e entender as questões corporais da Educação Física, vinculados, também, com o contexto social” (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019, p. 44). Então caros estudantes, [...] acreditar que a Educação Física escolar necessita dar conta da saúde, da interação humana ou das práticas corporais pode não ser um problema. O que pode se constituir como um problema é entender que a Educação Física escolar deva responder por somente uma dessas perspectivas, ignorando as outras e, o que poderia ser ainda pior, desconectada do Projeto Político-Pedagógico da escola e descolada do contexto social” (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019, p. 45). Vamos nos atentar e sermos cuidadosos para não reduzir a Educação Física escolar, vamos trabalhar a favor de uma disciplina que tenha sentido e significado para os alunos, que o ensino seja de fato efetivo e tenhamos com isso a formação de um sujeito autônomo e crítico capaz de transpor para fora dos muros da escola o conteúdo aprendido e se desejado por ele, que esse conhecimento seja modificado. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a Educação Física é um componente curricular, localizado na área das Linguagens, isso porque se trata de uma das formas de linguagem – linguagem corporal -, que os sujeitos utilizam para mediar a sua atividade e a prática social. De acordo com a BNCC (2017, p. 213), a Educação Física “tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social”. As práticas corporais são então entendidas como “manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história”. Sendo assim, Nas aulas, as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. Desse modo, é possível assegurar aos alunos a (re)construção de um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da cultura corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de forma confiante e autoral na sociedade (BRASIL, 2017, p. 213). Na BNCC cada prática corporal compõem uma unidade temática. São elas: ● Brincadeiras e Jogos; ● Esporte; ● Ginástica; ● Danças; ● Lutas; ● Práticas corporais de aventuras. Todos os conteúdos mencionados devem ser trabalhados durante as aulas de Educação Física na escola, buscando então a finalidade de formar indivíduos dotados de capacidade crítica, com condições de agir de forma autônoma com relação às práticas corporais. De acordo com Bagnara e Fensterseifer (2019, p. 53), esta disciplina, com sentido educativo deve “[...] favorecer a apropriação, problematização, compreensão e uso criativo dos conhecimentos de sua especificidade”. Como esse conhecimento é construído? Para isso há o envolvimento tanto dos professores quanto dos alunos. Passe para o próximo tópico e conheça mais sobre o papel do professor da disciplina de Educação Física Escolar. SAIBA MAIS Há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais: movimento corporal como elemento essencial; organização interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica; e produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ ou o cuidado com o corpo e a saúde. Fonte: Base Nacional Comum Curricular, 2017 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.p df Imagem do Tópico: https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Fe ducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o- http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre 8CFQAAAAAdAAAAABAI #SAIBA MAIS# https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI 4 PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Estudante, quem é o professor responsável pela Educação Física na escola? Eu, você, os profissionais formados em Licenciatura em Educação Física. Nosso foco de atuação está na Educação, no espaço escolar. “O professor exerce uma função única dentro da escola. Ele é o elemento de ligação entre o contexto interno –, a escola, o contexto externo – a sociedade –, o conhecimento dinâmico e o aluno” (GALVÃO, 2002, p. 65). Ele não é apenas um transmissor da informação a seus alunos. Na escola o professor irá mediar, orientar a construção do conhecimento. O aluno é centro do processo, e como tal, as ações dos professores são direcionadas a contribuircom uma educação que tenha sentido e significado a eles. Nesta perspectiva, reconhecemos que o professor não é o detentor de todo conhecimento, ele aprende ao mesmo tempo que ensina. Ele não é um ser acabado. A sala de aula - entendida aqui como todo espaço utilizado para o ensino e aprendizagem, seja o espaço físico de quatro paredes com carteiras, ou a quadra, ou o pátio e até mesmo um gramado - é fonte importante de estudo do professor. De acordo com Gandin e Gandin (1999, p. 129), Trata-se de estabelecer uma postura de quem reflete e avalia constantemente as escolhas e os caminhos que toma, de quem está sempre aberto a aprender, de quem usa o espaço do ensino como um processo de aprendizado. Não se trata aqui de dizer que os aprendizados que ocorrem na sala de aula são iguais para os professores e alunos [...]. O professor não pode renunciar ao seu papel fundamental no processo de construção do conhecimento dos alunos, prioridade no espaço da escola. Mas para que esse professor possa dar mais consistência a seu trabalho, para que sua prática seja mais sintonizada como um projeto de transformação da sociedade, ele precisa aprender com suas aulas. Não há como formar sujeitos, se o professor não é, ele é o próprio sujeito. Não há como “conquistar” os alunos para uma posição crítica diante do conhecimento se o professor não tem essa mesma visão. Assim sendo, nós como professores, para exercermos nossa função como tal, devemos sempre estudar. Isso significa que você precisa “problematizar o seu trabalho docente, problematizar o espaço de sala de aula (como espaço privilegiado de construção de conhecimento)” (GANDIN; GANDIN, 1999, p. 130). O estudo deve ser algo constante de maneira que sempre possamos fazer a leitura e interpretar o mundo ao nosso redor sob diversos olhares mediante a fatos da atualidade. Gandin e Gandin (1999, p. 130) destacam que “não há como ser um bom professor sem ser um profissional competente na sua área de estudo”. Além do mencionado, o que é necessário para ser um bom professor? Galvão (2002) traz em seu estudo característica para ser um professor bem sucedido. Tais características estão agrupadas em três aspectos: técnicos, afetivos e sociopolíticos. Veja o quadro 1. Quadro 1. Características técnicas, afetivas e sociopolíticas de um professor bem-sucedido. I. Nas características técnicas, o professor bem-sucedido: 1. Conhece seus alunos e adapta o ensino às suas necessidades, incorporando a experiência do aluno ao conteúdo e incentivando sua participação. 2. Reflete e pensa sobre sua prática. 3. Domina conteúdo e metodologia para ensiná-lo. 4. Aproveita o tempo útil, tem poucas faltas e interrupções. 5. Aceita responsabilidade sobre as exigências dos alunos e seu trabalho. 6. Usa eficientemente o material didático, dedicando mais tempo às práticas que enriquecem o conteúdo. 7. Fornece feedback constante e apropriado. 8. Fundamenta o conteúdo na unidade teórica-prática. 9. Comunica aos alunos o que espera deles e por que (tem objetivo claro). 10. Ensina estratégias metacognitivas aos alunos e as exercita. 11. Estabelece objetivos cognitivos tanto de alto quanto de baixo nível. 12. Integra seu ensino com outras áreas. II. Nas características afetivas, o professor bem-sucedido: 1. Demonstra interesse, entusiasmo, vibração, motivação e/ou satisfação com o ensino e seu trabalho, valorizando seu papel. 2. Desenvolve laço afetivo forte com os alunos. 3. Mantém clima agradável, respeitoso e amigo com os alunos – “atmosfera prazerosa”. 4. É afetivamente maduro (não, “bonzinho”). III. Nas características sociopolíticas, o professor bem-sucedido: 1. Conhece a experiência social concreta dos alunos. 2. Possui visão crítica da escola e de seus determinantes sociais. 3. Possui visão crítica dos conteúdos escolares. Fonte: Adaptado de Galvão, 2002. Caro estudantes, há várias características para ser um bom professor, não é mesmo? São características gerais que se aplicam aos professores de Educação Física. Além disso, quando os olhares se voltam para a especificidade da disciplina, um aspecto muito importante é a motivação do professor. De acordo com Batista, Cardoso e Nicoletti (2019), a motivação influencia nas ações pedagógicas, evidenciando seu compromisso enquanto profissional da educação. Essa motivação pode ser afetada pela falta de infraestrutura adequada,materiais, remuneração e comportamento dos alunos. Mas tudo isso, deve e pode ser superado com uma prática docente bem organizada, ou seja, aulas sistematizadas e fundamentadas para possibilitar uma aprendizagem significativa aos alunos. Há estudos que comprovam que o planejamento das aulas de Educação Física influencia na motivação dos alunos, assim como em sua aprendizagem. Vamos para o próximo tópico? Lá falaremos sobre o planejamento. Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/deadline-concept-business- people-panic-600w-1673460589.jpg www.shutterstock.com/ 5 PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR O que é o planejamento? Você costuma planejar o seu dia? O planejar está presente na história do homem, por exemplo o homem primitivo pensava em como poderia caçar, pescar, atacar seus inimigos. Quando pensamos que queremos algo, pensamos também em quais ações devemos ter para alcançarmos isso, nesse sentido, podemos nos planejar para uma viagem ou até mesmo uma ida ao supermercado. Esse ato faz com que possamos atingir nossos objetivos, no caso com a viagem, teremos um local para ficar, espaços para conhecer e tudo será efetivado dentro do tempo que temos disponível para o passeio. Na ida ao mercado, a organização da lista de compras, faz com que você compre tudo o que necessita. Estudante, a partir do mencionado, como você definiria o planejar? Reflita e depois prossiga com a leitura. Planejar pode ser definido de várias formas, mas de acordo com Gandin (1986, p. 19), “Planejar é organizar a própria ação”, “é agir racionalmente”, “é dar clareza e https://image.shutterstock.com/image-vector/deadline-concept-business-people-panic-600w-1673460589.jpg https://image.shutterstock.com/image-vector/deadline-concept-business-people-panic-600w-1673460589.jpg precisão à própria ação”. Para Menegolla e Sant´Anna (1992, p. 15), o ato de planejar é “uma preocupação que envolve toda a possível ação ou qualquer empreendimento da pessoa”. Para Menegolla e Sant´Anna (1992) planejar o processo educativo é planejar o indefinido, isso porque, a educação não é um processo que podemos pré-definir totalmente os resultados, pois não se trata de uma aprendizagem mecânica, estaremos lidando com seres humanos, nossos alunos. Sendo assim, o planejamento deve ser “o instrumento direcional de todo o processo educacional [...]. O planejamento educacional torna-se necessário, tendo em vista as finalidades da educação [...]” (MENEGOLLA; SANT’ANNA, 1992, p. 31), somente com ele poderemos estabelecer o que se deve realizar para que nossos objetivos sejam atingidos. É importante destacar que o planejamento não é algo engessado, ele é flexível e sempre deve estar em processo de avaliação, revisão para ser efetivo e adequado para quem ele é destinado, conforme mencionado por Menegolla e Sant´Anna (1992, p. 35). O planejamento sempre está em processo, portanto, em evolução e readaptação. Não é um processo estático, mas dinâmico, onde podem ser redefinidos os objetivos, reorganizados os meios e recursos, modificadas as estratégias de ação, mas isto só quando são observadas e constatadas certas incongruências na sua estrutura. Essa característica do planejamento não ser algo engessado, vai de acordo também com Libâneo (1990), onde ele cita que, ao planejar, não devemos pensar em algo rígido e único, pois uma das características do processo de ensino é que está sempreem movimento, sempre se modificando, frente às condições reais, necessitando sempre que necessário passar por constantes revisões. Sendo assim, sempre devemos estar nos questionando se estamos indo para a direção almejada, avaliando o processo e replanejando se for preciso. Gandin (1986) traz que dentro de um processo de planejamento precisamos responder a três perguntas: 1. O que queremos alcançar? 2. A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? 3. O que faremos concretamente (em tal prazo) para diminuir tal distância? Vamos pensar em possíveis respostas considerando a Educação Física Escolar. O que queremos alcançar com nossas aulas? Possibilitar aos alunos a aprendizagem do movimento humano e suas diversas manifestações de forma que eles consigam transferir para fora da escola, de forma autônoma e crítica os conhecimentos adquiridos. Este seria um objetivo geral da Educação Física na escola. Mas vamos pensar em um objetivo para um conteúdo, por exemplo, possibilitar a vivência das lutas por meio de jogos e brincadeiras. Quantas aulas você tem no bimestre ou semestre para tais aulas? O que você fará na quantidade de aulas selecionadas para tal conteúdo para atingir seu objetivo? Estudante, estas questões são essenciais. O planejamento é essencial. Sem uma organização prévia para onde estaremos levando nossos alunos? Para lugar nenhum, pois não sabemos onde iremos chegar. Dessa forma, planejar as ações docentes evita-se ter a improvisação como hábito, aumentando as chances de atingir os objetivos traçados, evitando gasto de energia e tempo, garantindo a segurança e conhecimento que está sendo construído. Agora vamos falar sobre tipos de planejamento, você conhece algum? Vamos conhecer! A) Planejamento Educacional: é o planejamento do Sistema de Educação, que abrange a elaboração de objetivos a longo prazo. Neste envolvem-se os planejamentos a nível nacional, estadual ou municipal. São exemplos, a nível nacional a Base Nacional Comum Curricular; a nível estadual, cada Estado possui o seu planejamento; assim como a nível municipal. É um planejamento mais amplo e abrangente. Tem duração de 10 anos. B) Planejamento Escolar: é o projeto educativo (político-pedagógico) da instituição (BOSSLE, 2002). De acordo com o Libâneo (1994) temos três modalidades de planejamento escolar: São eles, o Projeto Político Pedagógico (PPP) ou Plano de Escola; Plano de Ensino e Plano de Aula. O PPP, de acordo com Schmidt e Leal (2018, p. 5.), [...] requer participação coletiva na elaboração, finalização e efetivação do documento, pois reflete diretamente na prática pedagógica adotada pelos professores e expressa posicionamento adotado referente às teorias educacionais existentes, ato que requer reflexão e investigação. [...] O Projeto Político Pedagógico nasce da necessidade de uma dada realidade da comunidade escolar atrelado ao papel da escola para o desenvolvimento integral do aluno. O Plano de Ensino, por sua vez, é aquele onde o professor trará a “sequência didática, orientações para um ano ou um semestre” (SCHIMITH; LEAL, 2018, p. 7), ele [...] fornece maior possibilidade de efetivação com flexibilidade, dinamismo e coerência, por isso o plano de ensino se constitui basicamente de identificação, que discrimina nome da escola, da disciplina, do professor, do ano/turma, número de aulas, campus para objetivos (geral e específico), que referem-se aos resultados que o professor pretende alcançar com as aulas e estabelece metas específicas do que o professor espera que o aluno assimile do conteúdo aplicado, conteúdo programático, considerando os referenciais e programas escolares, além das experiências do professor e do aluno, metodologia de ensino, avaliação e referências. Dentre as referências existentes para isso temos os PCN’s que servem como referencial curricular, além de livros didáticos e paradidáticos, porém, não devem ser tomados como elementos únicos padronizados. Este plano de ensino irá se desmembrar no Plano de Aula. Ele é essencial e indispensável para todos os momentos da aula, assim como, para qualquer aula. O plano de aula “organiza que metodologia você vai seguir, e pode sistematizar simplificando a sua prática” (SABÓIA; BARBOSA, 2020, p. 8). Então, estudante, nós como professores devemos ter conhecimento de todos esses planejamentos para elaborarmos nosso plano de ensino e nossos planos de aula. É importante ainda ressaltar que o planejamento do professor não deve ser elaborado em via de mão única. Envolver os alunos na elaboração desse planejamento, ou seja, torná- lo participativo é algo que motivará a prática, irá fazer com que os alunos se tornem parte do processo de ensino aprendizagem, que sua vez, terá sentido e significado a eles, possibilitando ainda o desenvolvimento de sua autonomia e uma aprendizagem significativa. Para finalizar, precisamos definir os caminhos para chegarmos no local desejado. E neste caminho temos vários detalhes, como, metodologias de ensino, estratégias, tipo de planejamento que você utilizará. Visite o item referente a materiais complementares e amplie seus conhecimentos. REFLITA É preciso entender que todo planejamento deve considerar estratégias de ensino e intervenções pedagógicas diferenciadas. É PRECISO CONSIDERAR AS EXPERIÊNCIAS DIVERSAS DOS ALUNOS, SEUS VALORES, SEU CONHECIMENTO PROVENIENTE DO SENSO COMUM. Só assim, o planejamento sairá do papel para fazer sentido e significado para os alunos. Fonte: A autora. #SAIBA MAIS# CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim da nossa primeira unidade da apostila de “Educação Física Escolar” e com isso, espero que você tenha avançado na construção de sua bagagem acadêmica. Nesta unidade com o objetivo de possibilitar a você estudante, uma visão geral sobre o campo da Educação Física escolar, perpassamos por conhecimentos sobre à educação, à escola, ao planejamento e à própria Educação Física. Frente a isso podemos verificar que: A Educação possui um significado complexo e dinâmico. A escola é um espaço que vai além da transmissão de informações. A Educação Física Escolar é um componente curricular que deve possibilitar a seus alunos a apropriação, problematização, compreensão e uso criativo dos conhecimentos de sua especificidade. O Professor assume papel imprescindível na execução de uma Educação Física ligada à proposta pedagógica da escola, assim como, para isso deve assumir posturas para ser um bom professor. O planejamento é o traço do caminho que devemos seguir para chegar ao nosso objetivo. Frente a isso podemos concluir que a Educação Física Escolar é uma disciplina presente na escola, com cunho formativo, educativo, que ultrapassa a prática pela prática, exige organização prévia ações e comprometimento profissional para, possibilitar aos alunos, a construção de conhecimentos acerca do movimento humano e suas manifestações, de forma com que faça sentido e tenha significado a eles, e assim, consigam transpor o aprendizado para além dos muros da escola. LEITURA COMPLEMENTAR CONHEÇA O ESPORTE DE ACORDO COM A BNCC A unidade temática Esportes reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática quanto as derivadas. O esporte como uma das práticas mais conhecidas da contemporaneidade, por sua grande presença nos meios de comunicação, caracteriza- se por ser orientado pela comparação de um determinado desempenho entre indivíduos ou grupos (adversários), regido por um conjunto de regras formais, institucionalizadas por organizações (associações, federações e confederações esportivas), as quais definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis de competição. No entanto, essas características não possuem um único sentido ou somenteum significado entre aqueles que o praticam, especialmente quando o esporte é realizado no contexto do lazer, da educação e da saúde. Como toda prática social, o esporte é passível de recriação por quem se envolve com ele. As práticas derivadas dos esportes mantêm, essencialmente, suas características formais de regulação das ações, mas adaptam às demais normas institucionais aos interesses dos participantes, às características do espaço, ao número de jogadores, ao material disponível, etc. Isso permite afirmar, por exemplo, que, em um jogo de dois contra dois em uma cesta de basquetebol, os participantes estão jogando basquetebol, mesmo não sendo obedecidos os artigos que integram o regulamento oficial da modalidade. Para a estruturação dessa unidade temática, é utilizado um modelo de classificação baseado na lógica interna, tendo como referência os critérios de cooperação, interação com o adversário, desempenho motor e objetivos táticos da ação. Esse modelo possibilita a distribuição das modalidades esportivas em categorias, privilegiando as ações motoras intrínsecas, reunindo esportes que apresentam exigências motrizes semelhantes no desenvolvimento de suas práticas. Assim, são apresentadas sete categorias de esportes (note-se que as modalidades citadas na descrição das categorias servem apenas para facilitar a compreensão do que caracteriza cada uma das categorias. Portanto, não são prescrições das modalidades a ser obrigatoriamente tematizadas na escola): • Marca: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar os resultados registrados em segundos, metros ou quilos (patinação de velocidade, todas as provas do atletismo, remo, ciclismo, levantamento de peso, etc.). • Precisão: conjunto de modalidades que se caracterizam por arremessar/lançar um objeto, procurando acertar um alvo específico, estático ou em movimento, comparando- se o número de tentativas empreendidas, a pontuação estabelecida em cada tentativa (maior ou menor do que a do adversário) ou a proximidade do objeto arremessado ao alvo (mais perto ou mais longe do que o adversário conseguiu deixar), como nos seguintes casos: bocha, curling, golfe, tiro com arco, tiro esportivo, etc. • Técnico-combinatório: reúne modalidades nas quais o resultado da ação motora comparado é a qualidade do movimento segundo padrões técnico-combinatórios (ginástica artística, ginástica rítmica, nado sincronizado, patinação artística, saltos ornamentais, etc.). • Rede/quadra dividida ou parede de rebote: reúne modalidades que se caracterizam por arremessar, lançar ou rebater a bola em direção a setores da quadra adversária nos quais o rival seja incapaz de devolvê-la da mesma forma ou que leve o adversário a cometer um erro dentro do período de tempo em que o objeto do jogo está em movimento. Alguns exemplos de esportes de rede são voleibol, vôlei de praia, tênis de campo, tênis de mesa, badminton e peteca. Já os esportes de parede incluem pelota basca, raquetebol, squash, etc. • Campo e taco: categoria que reúne as modalidades que se caracterizam por rebater a bola lançada pelo adversário o mais longe possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases ou a maior distância possível entre as bases, enquanto os defensores não recuperam o controle da bola, e, assim, somar pontos (beisebol, críquete, softbol, etc.). • Invasão ou territorial: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar a capacidade de uma equipe introduzir ou levar uma bola (ou outro objeto) a uma meta ou setor da quadra/ campo defendida pelos adversários (gol, cesta, touchdown etc.), protegendo, simultaneamente, o próprio alvo, meta ou setor do campo (basquetebol, frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol, hóquei sobre grama, polo aquático, rúgbi, etc.). • Combate: reúne modalidades caracterizadas como disputas nas quais o oponente deve ser subjugado, com técnicas, táticas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço, por meio de combinações de ações de ataque e defesa (judô, boxe, esgrima, taekwondo, etc.). Fonte: Base Nacional Comum Curricular (2017). LIVRO • Título. Educação Física: Ensino & Mudanças • Autor. Elenor Kunz • Editora. Ijui • Sinopse. O autor chama a atenção para o “adestramento do Movimento Humano”, que vem ocorrendo nos países de Terceiro Mundo a partir dos esportes nos moldes americanos ou europeus, sem considerar a cultura do movimento existente em cada região, Estado ou país. Esta invasão faz desaparecer as culturas tradicionais do movimento (brincadeiras, jogos, danças). Buscando compreender a inquestionabilidade destes esportes e da Educação Física enquanto orientados na competição e na concorrência, o autor procura traçar novos caminhos para os esportes e a Educação Física que atendam exigências educacionais, vinculadas às implicações políticas e sociais, presentes no ato pedagógico. Para tanto, redimensiona o conceito de Educação e do Movimento Humano para poder legitimar, científica e pedagogicamente, a Educação Física Escolar, no contexto de uma educação crítico-emancipatória. E para não apresentar modelos prefixados do funcionamento da Educação Física nesta proposta, desenvolve perspectivas de ensino a partir dos pressupostos da nova concepção de Educação e Movimento Humano. LIVRO • Título. Aprendizagem Significativa: condições para ocorrência e lacunas que levam a comprometimentos • Autor. Elcie F. Salzano Masini e Marco Antonio Moreira e Colaboradores • Editora. Vetor • Sinopse. Este livro pretende oferecer subsídios teóricos e epistemológicos sobre o aprender em situação formal de ensino e em situações não especificadas e discutir lacunas e comprometimentos do aprender com exemplos em diferentes áreas de pesquisa. Esta publicação terá atingido seu objetivo se alertar para a importância das condições oferecidas para que ocorra o aprender com significado e realizado sua meta central se ficar evidenciado que, para dimensionar comprometimentos no desenvolvimento da aprendizagem, o autor acredita ser indispensável uma análise cuidadosa das lacunas nas condições requeridas para esse aprender. FILME/VÍDEO • Título. Escritores da liberdade • Ano. 2007 • Sinopse. Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, atua nessa instigante história, envolvendo adolescentes criados em meio de tiroteios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Gruwel combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Escritores da Liberdade é baseado no aclamado best-seller O Diário dos Escritores da Liberdade (best-seller Freedom writers), de Erin Gruwell (1999). REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1824) Constituição Política do Império do Brazil. Rio de Janeiro, 1824. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao24.htm>. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. BATISTA, F. L.; CARDOSO, V. D.; NICOLETTI, L. P. O professor de educação física escolar e a influência da motivação em sua prática pedagógica. Revista Educação em Debate, Ceará, v. 41, n. 80, 2019. BAGNARA, I. C.; FENSTERSEIFER, P. E. Educação Física Escolar: política, currículo e didática. Ijuí: Unijuí, 2019. BERNARDES, Luana. Escolas jesuítas. 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Seja bem vindo (a), a Unidade II intitulada de “Educação Física: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental Anos Finais”, da nossa apostila de estudos “Educação Física Escolar”! Após estudar a Educação e a Educação Física na Unidade I, neste momento, você terá a oportunidade de construir conhecimentos acerca da Educação Física escolar em diferentes etapas de ensino. Para isso, dividimos esta unidade em dois tópicos, sendo eles: Educação Física na Educação Infantil e Educação Física no Ensino Fundamental. Nesses tópicos, você se deparará com informações que o auxiliarão a entender a Educação Física e seu papel, a conhecer os alunos e os conteúdos para as etapas de ensino mencionadas. Será uma caminhada empolgante rumo ao desbravamento da Educação Física na escola. Fique atento (a) a todos os detalhes, assim como, se esforce para relacionar os assuntos aqui contemplados com os conhecimentos adquiridos na unidade anterior. Essa relação é muito importante para sua futura atuação profissional. Bons estudos! Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-cartoon-kids- playing-600w-1873706287.jpg www.shutterstock.com/ 1 A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ah, Educação Infantil! O começo da vida escolar das crianças! Primeiro contato dos pequeninos com a Educação Física de forma estruturada. É a partir deste momento que devemos introduzir as práticas corporais de forma a possibilitar uma aprendizagem com sentido e significado aos nossos alunos, e com isso, consequentemente, contribuir com o reconhecimento de nossa disciplina na Educação Básica e sua devida importância para o processo de ensino aprendizagem, para o desenvolvimento infantil e consequente reflexo nas etapas seguintes, assim como na vida adulta. 1.1 O que é a Educação Infantil e sua estrutura A Educação Infantil é uma etapa da Educação Básica que inclui crianças de 0 a 5 anos de idade. Ela está dividida em creche e pré-escola. Nas creches temos crianças de https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-cartoon-kids-playing-600w-1873706287.jpg https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-cartoon-kids-playing-600w-1873706287.jpg 0 a 3 anos, enquanto na pré-escola encontram-se as crianças de 4 e 5 anos. É um espaço fundamental para o desenvolvimento inicial das crianças. A Educação Infantil é direito de todas as crianças e dever do Estado, sendo que esta etapa é obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013). A Educação Infantil possui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, sendo assim, a partir dela, verifique em seguida, como é o processo de matrícula nesta etapa da Educação. É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil. A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino Fundamental. As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às residências das crianças (BRASIL, 2010). Após a entrada na Educação Infantil, tais crianças, podem ter uma jornada em tempo parcial ou uma jornada integral. Na parcial o aluno ficará no espaço, no mínimo 4 horas diárias, já a integral tem duração igual ou superior a sete horas (BRASIL, 2010). Estudante, estamos falando de crianças de 0 a 5 anos, então é preciso considerar, que esta fase pode ser o primeiro contato delas com a Educação estruturada, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017, p. 36) “A entrada na creche ou na pré- escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada”. Apesar de estarem iniciando na Educação, as crianças possuem uma bagagem com si, sendo assim, ao receber tal criança é importante que os conhecimentos trazidos por ela sejam considerados e articulados com a proposta pedagógica. Partindo desta afirmação a Educação Infantil tem como objetivo, [...] ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação (BRASIL, 2007, p. 36). Para atingir tal objetivo, é essencial que haja conversa e compartilhamento entre a instituição e a família. Essa relação é indispensável e ela pode ser efetivada por todo o corpo docente. Então, tanto a instituição escolar, quanto a família e o corpo docente devem estar inteiramente envolvidos para então contemplar o objetivo da Educação Infantil conforme mencionado, assim como cumprir os direitos estabelecidos para ascrianças desta etapa. Veja em seguida os direitos de aprendizagem das crianças na Educação Infantil a partir da BNCC (2007, p. 38). • Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. • Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. • Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. • Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. • Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. • Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. Perceba estudante! O movimento está presente nesta etapa de educação, assim como, “a comunicação corporal e gestual que surgem como sendo a centralidade e a interlocução que passa a ocupar o campo central em prol de um ensino focado na criança, na criatividade e nas suas necessidades". É preciso reconhecer que, “O movimento, nessa etapa de formação se coloca como a “cereja do bolo”, num dito popular, ou seja, é tudo o que a criança quer – se movimentar, brincar, descobrir suas possibilidades motoras, desafios e comunicações com o meio e com os outros” (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 2021, p. 838). Então estudante, após conhecer a Educação Infantil, vamos falar um pouco sobre os sujeitos que estão frequentando esta etapa da Educação? Prossiga sua leitura para o tópico 1.2 e descubra. SAIBA MAIS A Educação Infantil possui princípios, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, são eles: Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. Fonte: BRASIL, 2010. #SAIBA MAIS# 1.2 Crianças e a Educação Infantil Caro estudante, falar sobre a criança, é algo complexo. Temos várias áreas de estudo que investigam tal temática, como por exemplo, a sociologia, o desenvolvimento motor, a psicomotricidade e assim por diante. Para darmos início às nossas discussões, veremos o que documentos norteadores estão trazendo acerca da criança. A criança, de acordo com a Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 12), é definida como, Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. É o ser que “observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos, assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social” (BRASIL, 2017, p. 38). De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 2º “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade” (BRASIL, 1990). Ao voltarmos nossa atenção para a criança de 0 a 6 anos, por meio do olhar da neurociência, é possível afirmar que este é certamente “o período em que as mudanças são mais perceptíveis e refletem as transformações cerebrais, chamadas conjuntamente de plasticidade cerebral” (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 2021, p. 836). Neste período, é o instante em que o brincar se torna a fonte primária para o aprender das crianças da educação infantil, no qual o desenvolvimento de suas habilidades começam a ser influenciados pelas experiências motoras, pelas práticas culturais e sociais que lhes são ofertadas no contexto pré-escolar e familiar (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 2021, p. 837). É na primeira infância que as crianças irão aprender a falar, escrever, ler, executar raciocínio matemático básico, assim como, irão desenvolver diferentes ferramentas cognitivas. De acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), neste período, o brincar é extremamente importante, pois é o que a criança faz quando não está comendo, dormindo ou satisfazendo o desejo dos adultos. “O brincar das crianças é o modo primário pelo qual aprendem sobre seus corpos e potencialidades de movimento” (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 192). Além disso, os autores destacam que o brincar facilita o crescimento cognitivo e afetivo das crianças mais novas. E não para por ai estudante. “Por meio da brincadeira, a criança mais nova desenvolve uma série de capacidades de locomoção, manipulação e estabilidade fundamentais” (GALLAHUE;OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 194). As crianças em idade pré-escolar expandem rapidamente os seus horizontes. Elas estão afirmando a própria personalidade, desenvolvendo suas capacidades e testando os seus limites, assim como os da família e das pessoas ao seu redor. Em resumo, elas estão se colocando no mundo de modo mais complexo e surpreendente (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 194). Para Oliveira (2004), é na Educação Infantil, fase de descoberta de movimentos, onde a criança deve e irá desenvolver o maior número possível de vivências e variações. Neste contexto, a Educação Física se torna essencial, pois, a atividade física é fundamental para o desenvolvimento inicial de todas as crianças, além de influenciar em diferentes aspectos da saúde infantil (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 2021). Ademais, é importante considerar e ter sempre em mente que “[...] não podemos igualar as crianças como se todas elas fossem iguais, ou seja, sempre haverá diferença entre elas na sua forma de agir, sentir, pensar, entre outros, pelo mínimo que seja, pois, cada criança vem de uma realidade diferente” (BOARETTO, 2019, p. 44). No próximo item, abordaremos com mais detalhes a Educação Física na Educação Infantil. Vamos lá? 1.3 A Educação Física na Educação Infantil em foco A Educação Física na Educação Infantil poderá atuar com crianças de 0 a 5 anos, mas sua predominância de atuação se dá com crianças de 4 e 5 anos, ou seja, aquelas presentes na pré-escola. Mas o que garante a presença do professor de Educação Física neste espaço? Você sabe estudante? De acordo com as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.393, de 20 de dezembro de 1996, Art. 26, § 3º “A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica”(BRASIL, 1996). Além disso, apesar de não aparecer de forma direta, a presença da Educação Física é reforçada nas Diretrizes Curriculares da Educação Infantil por meio da afirmação de que a proposta pedagógica da Educação Infantil deve garantir à criança o acesso a conhecimentos de diferentes linguagens, assim como seu currículo tem como eixo norteador as interações e a brincadeira. Vimos a Educação Física, a partir na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) quando trata da Educação Infantil, ao se referir a necessidade do brincar, do explorar movimentos. Neste documento também não há menção direta da disciplina, mas de acordo com Bonfietti et al. (2019), o mencionado seria suficiente para legitimar a área nesta etapa de ensino. Além do dito, podemos justificar a presença da Educação Física na Educação Infantil, por meio de seus benefícios às crianças. Isso é corroborado no estudo de Oliveira, Santana e Souza (2021, p. 834), no qual afirmam que nesta etapa, [...] os processos de aprendizagem, provocados pelas vivências motoras diversificadas nas aulas de Educação Física, estimulam a criação e as interações entre as redes neurais, propiciando às crianças uma formação integral e significativa com reflexos nas demais etapas da educação formal. A Educação Física exerce papel fundamental na Educação Infantil, não é mesmo estudante? Ela poderá também proporcionar às crianças, várias experiências por meio de situações nas quais eles possam inventar, criar, recriar, descobrir movimentos novos, reelaborar conceitos sobre o movimento e suas ações (BASEI, 2008). A Educação Física na Educação Infantil, é um espaço para que, através de situações de experiências – com o corpo, com materiais e de interação social – as crianças descubram os próprios limites, enfrentem desafios, conheçam e valorizem o próprio corpo, relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem sentimentos, utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espaço, entre outras situações voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas, numa atuação consciente e crítica. Dessa forma, essa área do conhecimento poderá contribuir para a efetivação de um programa de Educação Infantil, comprometido com os processos de desenvolvimento da criança e com a formação de sujeitos emancipados (BASEI, 2008, p. 86). Apesar disso, é preciso considerar que tais ganhos estão associados a aulas planejadas, de qualidade, que prezam pela autonomia dos alunos. Como mencionado por Boaretto (2019, p. 9), as aulas de Educação Física, [...] desenvolvidas diariamente por um especialista, sistematizadas e estruturadas, por meio de um planejamento, baseado em uma diagnose adequada, influenciam na formação integral de crianças de 5/6 anos, preparando-as de maneira mais consistente para futuras ações escolares em relação às crianças que não receberam a intervenção diária. Então estudante, a simples prática pela prática não será efetiva e tão pouco refletirá em ganhos para os nossos alunos. Portanto, devemos partir de uma organização prévia para alcançarmos as metas traçadas. 1.4 Conteúdos da Educação Física na Educação Infantil Neste subtópico, vamos abordar os conteúdos e uma possível organização curricular da Educação Física na Educação Infantil para crianças de 4 e 5 anos, as quais podemos chamar de infantil 4 e infantil 5. Destaca-se que não se trata de uma receita de bolo, algo engessado, mas sim, um ponto de partida para suas intervenções neste espaço. De acordo com Boaretto (2019), a dimensão lúdica se apresenta como fundamental para a ação educativa das crianças do infantil. As aulas podem ainda, ressaltar conteúdos relacionados às questões do corpo e do movimento, possibilitando diversas vivências por meio do brincar, criar e recriar. Ademais, ao planejarmos nossas aulas para o Ensino Infantil, é necessário contemplar a totalidade da criança, isso exige que o professor fique atento aos momentos de desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo das crianças. Além disso, devemos considerar cinco campos de experiência trazidos na BNCC, pois por meio deles são definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para a Educação Infantil. “Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural” (BRASIL, 2017, p. 40). São eles: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Estudante, visite a BNCC e saiba mais sobre os objetivos de aprendizagem para cada campo de experiência. É preciso ressaltar que apesar disso, na BNCC, não há uma organização sistematizada para o trato com os conteúdos da Educação Física nas aulas da Educação Infantil. Então, pensando em como vamos organizar nosso planejamento para efetivar as aulas de Educação Física. Palma, Oliveira e Palma (2010) trazem uma proposta de organização curricular. Os autores estruturam os conteúdos em a) o movimento e a corporeidade; b) o movimento e os jogos; c) o movimento e os esportes; d) o movimento em expressão e ritmo; e e) o movimento e a saúde. O movimento e a corporeidade: compreende desde a fase inicial do movimento humano até a fase mais elaborada. Assim, por meio dos conteúdos trabalhados aqui o aluno poderá conhecer o próprio corpo e ação motora. O movimento e os jogos e o movimento e os esportes: contempla-se aqui o estudo da cultura de movimento elaborada em relação às manifestações corporais. Os componentes centrais são os jogos e os esportes e suas variações. O movimento em expressão e ritmo: veremos aqui o corpo e suas possibilidades de expressão, as artes cênicas e a ginástica, que são os componentes de destaque desse núcleo. O movimento e a saúde: inclui-se as questões básicas de higiene, saúde, qualidade de vida e atividade física. Este núcleo estará presente em toda a vida escolar dos alunos, assim como os demais apresentados. Veja abaixo os conteúdos básicos de cada núcleo mencionado anteriormente. Quadro 1. Organização dos núcleos temáticos e seus conteúdos Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010, p. 57 Estudante, a proposta de núcleos temáticos vista, é uma proposta geral para a Educação Básica, agora veremos especificamente o que podemos trabalhar na Educação Infantil. Então, fique atento, falaremos dos objetivos propostos para a Educação Infantil. Nesta etapa o núcleo de O movimento e o esporte não será contemplado. Quadro 2. Objetivos para o professor em relação aos núcleos temáticos para a Educação Infantil. Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010, p. 62. De acordo com Palma, Oliveira e Palma (2010) tais objetivos poderão orientar a prática docente na Educação Infantil, assim como, os demais quadros que serão trazidos. Nestes, serão contemplados o Tema, Subtema, Assunto e exemplos para as aulas de Educação Física nesta etapa da Educação Básica. Em específico, a organização é direcionada ao Infantil 4. Quadro 3. Núcleo de conhecimento o Movimento e a Corporeidade para o Infantil 4 Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010. Abaixo temos a continuação do quadro acerca do movimento e a corporeidade. Continuação quadro 3. Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010. Assim fechamos o núcleo temático de movimento e a corporeidade para irmos para o movimentos e os jogos. Vamos lá? Quadro 4. Núcleo de conhecimento o Movimento e os Jogos para o Infantil 4 Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010. Então, é indicado para as crianças da Educação Infantil nas aulas de Educação Física que
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