Buscar

Educação Física Escolar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
CURRÍCULO LATTES 
 
Prof. Me. Bruna Solera 
 
● Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado 
em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade 
Estadual de Londrina (PEF- UEM/UEL); 
● Mestre em Educação Física (PEFE - UEM/UEL); 
● Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino a Distância (Centro 
Universitário Cidade Verde); 
● Especialista em Educação Especial (Instituto Paranaense de Educação de 
Maringá-PR); 
● Especialista em Psicomotricidade no Contexto Escolar (Instituto Paranaense de 
Educação, Maringá-PR); 
● Graduada em Educação Física Bacharelado (Universidade Estadual de Maringá); 
● Graduada em Educação Física Licenciatura (Universidade Estadual de Maringá); 
● Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar 
(GEEFE) (Universidade Estadual de Maringá); 
● Coordenadora e recreadora da empresa de recreação infantil “Recreação Tia Pink 
e Cia” de Maringá-PR; 
● Coordenadora do curso de Educação Física Licenciatura e Bacharelado, na 
modalidade de Educação à Distância, no Centro Universitário Cidade Verde 
(UniFCV). 
 
Experiência de atuação na Educação Física no Ensino Infantil e Ensino Médio. Estuda a 
Educação Física Escolar e a autonomia dos estudantes. 
 
Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4778060448341914 
 
 
 
 
 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
http://lattes.cnpq.br/4778060448341914
 
Olá estudante, 
 
Seja bem vindo (a) a apostila de “Educação Física Escolar”! 
Este material tem como objetivo possibilitar a você conhecimentos relacionados a 
disciplina de Educação Física na escola, conhecimentos estes que o (a) aproximarão do 
ambiente escolar e das especificidades que permeiam esse componente curricular. 
O material está organizado em quatro unidades. Vamos conhecê-las? 
Na Unidade I intitulada de “A Educação Física Escolar e a Educação: reflexões e 
desdobramentos” vamos ter contato com saberes sobre a Educação e a escola, iremos 
conhecer a Educação Física Escolar, entender o papel do professor e por fim discutir o 
planejamento e sua importância para uma Educação Física com sentido e significado 
aos alunos. 
Na Unidade II, “Educação Física: da Educação Infantil ao Ensino Fundamental 
Anos Finais” você poderá conhecer a Educação Física e como ela se apresenta na 
Educação Infantil, no Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, assim como, seus 
respectivos alunos. 
Já na Unidade III, chamada de “Educação Física Escolar: conhecendo o Ensino 
Médio, Educação de Jovens e Adultos, Aulas e Avaliação” você continuará conhecendo 
a Educação Física na Educação Básica, além de verificar como ela se apresenta na 
Educação de Jovens de Adultos, como são suas aulas e a importância da avaliação. 
Por fim, na Unidade IV “Educação Física em diferentes contextos com objetivos 
educacionais” vamos finalizar nossa apostila conhecendo a gestão educacional, projetos 
sociais e a educação em espaços não urbanos. Em todas as temáticas mencionaremos 
a Educação Física e seu papel na instituição escolar. 
Espero que seja uma caminhada de muita aprendizagem! 
 
Bons estudos! 
 
 
UNIDADE I 
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A EDUCAÇÃO: REFLEXÕES E 
DESDOBRAMENTOS 
Professora Mestre Bruna Solera 
 
 
Plano de Estudo: 
 
● A Educação e o universo escolar 
● Considerações acerca da Educação Física Escolar 
● O papel do professor na Educação Física Escolar 
● Planejamento da Educação Física Escolar 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
● Estudar questões relacionadas à Educação e o ao universo escolar; 
● Conhecer a Educação Física Escolar; 
● Entender o papel do professor na Educação Física Escolar; 
● Discutir o planejamento e sua importância na Educação Física. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Olá estudante, 
Seja bem vindo (a) a primeira unidade da nossa apostila de estudos de “Educação 
Física Escolar”! 
A unidade I, intitulada de “Educação Física Escolar e a Educação: reflexões e 
desdobramentos” tem como objetivo central possibilitar a você uma visão geral sobre o 
campo da Educação Física escolar. Para isso, estudaremos conteúdos relacionados à 
educação, à escola, ao planejamento e à própria Educação Física. Tais conteúdos estão 
distribuídos ao longo de nossa unidade no formato de tópicos, conforme segue. 
No tópico 1, chamado de “A Educação em Foco" você terá a possibilidade de se 
aproximar de conhecimentos relacionados à educação no geral. Você se lembra da 
história da Educação? Sabe o que é a Educação? Vamos juntos em busca de tais 
respostas neste tópico. 
No tópico 2, “Conhecendo o universo escolar” vamos falar de escola. Todos nós já 
passamos por esse espaço, não é mesmo? Então, entenderemos qual o papel da escola 
no contexto do ensino e aprendizagem. Sendo assim estudante, após ter adquirido 
conhecimentos sobre a Educação, sobre o espaço escolar, vamos adentrar no universo 
da Educação Física. 
No tópico 3, denominado de “A Educação Física Escolar: considerações gerais” 
você terá oportunidade de conhecer e entender como a Educação Física se estrutura na 
escola, quais são suas responsabilidades e objetivos com a formação na educação. 
Após isso, você irá se deparar com o tópico 4 “Papel do professor na Educação 
Física escolar”. Neste momento eu pergunto a você: Como ser um bom professor? E por 
fim, no tópico 5 “Planejamento da Educação Física Escolar” encerraremos a unidade I 
debatendo sobre o planejamento, qual sua importância para um ensino que atinja os 
objetivos formativos e educativos, almejados para os alunos na disciplina de Educação 
Física na escola. 
 
Bons estudos! 
 
Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-photo/education-back-school-
concept-rocket-600w-1446761522.jpg 
1 A EDUCAÇÃO EM FOCO 
 
Estudante, o que vem em sua mente quando lê a palavra “Educação”? Reflita sobre 
isso, em seguida dê continuidade a leitura. 
A Educação possui um significado complexo, com diversos sentidos e significados. 
Com relação a sua origem etimológica, podemos dizer que Educação pode ser derivado 
tanto do verbo latino “educare” quanto “educere” (ECCO; NOGARO, 2015). Tais verbos 
possuem significados distintos de acordo com Ecco e Nogaro (2015). Vejamos: 
Educare: quer dizer criar, nutrir, orientar, ensinar, conduzir o sujeito de onde ele 
está para onde ele deseja chegar. Está relacionado a ação do professor sobre o aluno, 
tendo seu objetivo centrado no desenvolvimento mental e moral dos sujeitos, 
preparando-os, por meio da mediação sistemática, para a sociedade. 
Educere: extrair, fazer nascer, tirar de, provocar a atualização de algo, promover o 
surgimento de dentro pra fora. A iniciativa cabe mais ao aluno do que ao professor, o 
professor que irá valorizar as potencialidades desse sujeito. 
De acordo com o dicionário, Educação significa o ato ou processo de educar (-se); 
aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, 
intelectual e moral do ser humano. 
Para Dourado e Oliveira (2003), 
 
https://image.shutterstock.com/image-photo/education-back-school-concept-rocket-600w-1446761522.jpg
https://image.shutterstock.com/image-photo/education-back-school-concept-rocket-600w-1446761522.jpg
 
A educação é entendida como elemento constitutivo e constituinte das 
relações sociais mais amplas, contribuindo, contraditoriamente, desse 
modo, para a transformação e a manutenção dessas relações. 
(DOURADO; OLIVEIRA, 2009, p. 203). 
 
Para Freire (2001), a Educação é uma prática indispensável aos seres humanos, 
que pode ser vista como prática construtora do ser humano, onde educar é humanizar. 
A Educação é permanente, o ser humano nunca para de educar-se. Isso se dá não 
apenas no contexto escolar, mas na vida. Ademais, é importante mencionar que a 
Educação não é neutra, pois através dela pode-se reforçar ou modificar a situação da 
sociedade (DALMAS, 1994).A Educação é uma prática que esteve presente em todas as sociedades e como tal, 
passou por mudanças no decorrer dos anos. A evolução da educação está intimamente 
ligada à evolução da sociedade. Vejamos agora caro (a) estudante, pinceladas acerca 
da história da Educação no Brasil. 
Vamos começar com a Educação durante o Período Colonial (1500 - 1822). De 
acordo com Souza (2018), neste momento a Educação está sob as mãos dos jesuítas. 
As Escolas Jesuíticas objetivavam catequizar e converter os nativos a religião católica 
(BERNARDES, 2021). 
 
 
Figura 1. Escola Jesuíta no Brasil. 
 
Fonte: Bernades, L. Tudo Estudo, 2021. 
 
O ensino era totalmente acrítico e alheio à realidade da colônia, o que levou, aos 
poucos, a Educação a se transformar em uma Educação de elite. Neste viés, o ensino 
deveria ser apenas dos sujeitos que não dependiam do trabalho para sobreviver, sendo 
assim, não poderia ser de interesse da grande massa pobre. Desta forma, os índios e 
todos os demais que não faziam parte da pequena nobreza e seus descendentes eram 
excluídos da Educação. Em 1759, houve um conflito entre Marquês de Pombal e os 
jesuítas. Isso acabou suprimindo todas as escolas jesuíticas. Quem assumiu a Educação 
pela primeira vez foi o Estado (SOUZA, 2018). 
Chegamos então a outro momento da história, a Educação no Período Imperial 
(1822-1889). O ensino ainda permanecia restrito com a chegada da Família Real, em 
1808. Houve neste período maior preocupação com o ensino superior. Souza (2018) 
afirma que o objetivo da Educação era a formação das classes dirigentes. Foi no Período 
Imperial onde tivemos a primeira Constituição Brasileira de 1824, que garantia em seu 
Art. 179 “a instrução primária e gratuita a todos os cidadãos”. 
 
Em 1834 com o ato adicional e a Constituição de 1891 o ensino foi descentralizado. 
Apesar disso, não houve criação de condições para o desenvolvimento de escolas na 
província, o que de certa forma, contribuiu com o descaso com o ensino público. Então 
tínhamos de um lado, o ensino para a formação das elites com cursos secundários e 
superiores e do outro o ensino primário e profissional precário para as classes populares 
(SOUZA, 2018). 
Seguindo, vamos falar sobre o contexto educacional durante a Primeira República 
(1889 - 1930). De acordo com Souza (2018), nesta época o modelo educacional que 
dava privilégios a elite foi posto em questão. A descentralização permaneceu, e ao invés 
de contribuir com mudanças significativas apenas representou descaso e abandono dos 
estados mais pobres. No interior do país havia algumas escolas rurais, no entanto, 
funcionavam em condições precárias e o professor não tinha, nem sequer, formação 
profissional. 
Já a Educação após a Revolução de 1930 (1930 - 1937), passou por 
transformações. O país começou a enxergar a importância da educação. Neste momento 
criou-se o Ministério da Educação e as secretarias de Educação do Estado. Em 1932, 
com o objetivo de uma educação obrigatória, gratuita e laica originou-se o Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova. Em 1934 surgiu a Constituição que tinha como foco a 
organização do ensino brasileiro, com a participação do Governo Federal. 
De 1937 a 1945 tivemos os resultados da Educação no Estado Novo e de 1945-
1964 o Governo Populista. Houve a retirada da obrigação do Estado em manter o ensino 
público. Mas com o fim do Estado Novo, adotou-se uma nova constituição, na qual 
expressava a educação como direito de todos. Em 1961, tivemos a aprovação da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Após isso, chegamos à Educação 
durante o Regime Ditatorial (1964 - 1985), período onde houve a repressão, a 
privatização do ensino, dando continuidade ao privilégio da classe dominante. Enquanto 
isso, a educação para as classes populares visava apenas a preparação de mão de obra 
para sanar as necessidades do mercado de trabalho por meio de um ensino técnico. 
Além disso, ainda temos muita história a ser contada acerca da Educação até 
chegarmos aos dias de hoje, mas neste momento nos atentaremos a Educação Brasileira 
de 1985 à atualidade. De fato essa área passou por várias modificações, novas 
 
Constituições e Leis foram promulgadas, os Parâmetros Curriculares Nacionais foram 
elaborados (1996), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) (1968) 
foi criado, assim como o Programa Universidade para Todos (ProUni). 
Então estudantes, ao longo da história da Educação nos deparamos com diversas 
fases. Leis e projetos foram criados com o objetivo de sanar deficiências da educação 
brasileira, mesmo que nem todas elas tenham sido efetivadas no campo da prática, 
tivemos uma evolução. E nos dias atuais temos um documento norteador da prática 
docente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um documento de: 
 
[...] caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de 
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao 
longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que 
tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, 
em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação 
(PNE) (BRASIL, 2017). 
 
A Educação Básica compreende o Ensino Infantil, Ensino Fundamental Anos 
Iniciais e Finais e Ensino Médio. A BNCC estabelece competências gerais para a 
Educação Básica, são elas: 
 
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre 
o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a 
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma 
sociedade justa, democrática e inclusiva. 
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das 
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a 
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar 
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive 
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das 
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da 
produção artístico-cultural. 
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como 
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como 
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se 
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em 
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento 
mútuo. 
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas 
 
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e 
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e 
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se 
de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as 
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao 
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, 
autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para 
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns 
que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência 
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e 
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, 
dos outros e do planeta. 
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, 
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas 
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com 
elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, 
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos 
humanos, com acolhimento e valorizaçãoda diversidade de indivíduos e 
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, 
sem preconceitos de qualquer natureza. 
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, 
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em 
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários 
(BRASIL, 2017, p. 9). 
 
Competências, são definidas na BNCC como “a mobilização de conhecimentos 
(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), 
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno 
exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2017, p. 8). Tais competências 
devem ser estimuladas durante a Educação Básica na escola. 
A BNCC expõe aprendizagens essenciais que todos os alunos devem 
desenvolver, buscando uma igualdade educacional, com a concretização do direito do 
aprender. Isso porque, sabemos e vimos ao longo da breve história da Educação, aqui 
apresentada, que o Brasil, naturalizou desigualdades educacionais em relação ao acesso 
à escola, a permanência e aprendizado dos alunos, sendo assim, os planejamentos das 
escolas, sua rotina e seus eventos devem considerar a superação de tais desigualdades 
(BRASIL, 2017). 
 
Você conhece o espaço escolar? A resposta para esta questão deve ser sim, pois 
sem dúvida, você estudante, passou pela Educação Básica até chegar ao ensino 
superior. Vamos conhecer um pouco mais sobre ela? 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Estudante, o Plano Nacional de Educação (PNE) possui vigência de 10 anos. 
Sendo assim, o que vigora no momento é o plano de 2014 até 2024 (Lei nº 13.005/2014). 
Neste, são estabelecidas 20 metas para a Educação. Acesse o link e confira: 
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-
educacao-lei-n-13-005-2014 
 
Fonte: Ministério da Educação (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014
 
 
Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-photo/group-elementary-
school-kids-running-600w-388660693.jpg 
 
2 CONHECENDO O UNIVERSO ESCOLAR 
 
 
A escola, é o espaço no qual, se deve proporcionar acesso aos conhecimentos 
culturais e científicos, como uma forma de promoção e ampliação do potencial psíquico 
dos alunos, isso em íntima associação com as práticas socioculturais e institucionais, 
assim como, meio de superação das desigualdades educativas (LIBÂNEO, 2016). De 
acordo com Bagnara e Fensterseifer (2019), a escola possui a responsabilidade de 
contribuir para o entendimento dos problemas sociais, auxiliando os alunos a 
compreenderem o mundo. Assim como, pode ser meio de se trabalhar os valores morais 
incorporados nos debates desenvolvidos no ambiente escolar pelos diversos 
componentes curriculares. Ademais, de acordo com a BNCC (BRASIL, 2017, p. 14) a 
escola é vista como “espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve-se 
fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às 
diferenças e diversidades”. 
Apesar disso, Bagnara e Fensterseifer (2019) destacam que este espaço, deve ter 
como centralidade, a produção/construção e transmissão do conhecimento e saberes. 
Gandin e Gandin (1999, p. 67) concordam ao afirmar que “o conhecimento é o centro da 
https://image.shutterstock.com/image-photo/group-elementary-school-kids-running-600w-388660693.jpg
https://image.shutterstock.com/image-photo/group-elementary-school-kids-running-600w-388660693.jpg
 
atividade em uma escola”. Sendo assim, "problematizá-lo, discutir sua utilidade, sua 
constituição e a melhor forma de fazer com que os alunos construam seu próprio 
conhecimento, deveria ser a principal ação das escolas” (GANDIN; GANDIN, 1999, p. 
67). 
Estudante, estamos tratando de conhecimento, você acha que esta palavra é 
sinônimo de informação? 
Pois bem, a informação não é conhecimento. Gandin e Gandin (1999) afirmam que 
a informação é como se fosse a matéria-prima, que só se tornará conhecimento se for 
transformada pelo sujeito, se fizer sentido para ele e se relacionar com os outros 
conhecimentos que já foram construídos. Caro estudante, isso se aplica a todos os 
componentes curriculares presentes na escola. 
Ademais, cabe a eles, como destacado por Bagnara e Fensterseifer (2019, p. 48), 
 
Não se limitar unicamente a reproduzir os sentidos e significados 
encarnados pelas diferentes manifestações culturais, mas sim tematizá-
los, desnaturalizá-los, evidenciando a pluralidade de sentidos e 
significados que os indivíduos podem produzir nos diversos contextos. 
 
Veja estudantes, que a escola não é apenas um espaço para adquirir 
conhecimento, o movimento encontrado lá vai além de uma simples definição, não é 
mesmo? A partir do momento que a escola assume tal roupagem, ela “permite ao 
estudante “ampliar a janela”, “aumentar a lente” através da qual enxerga e compreende 
o mundo (BAGNAR; FENSTERSEIFER, 2019, p. 49), fazendo com que, a escola 
ultrapasse a tarefa de reducionista mencionada. 
Você sabe quais são os componentes curriculares que possuem tal missão no 
espaço escolar? 
Isso depende da etapa de ensino que estamos nos referindo, mas falando 
especificamente da nossa disciplina, a Educação Física, ela se faz presente na Educação 
Infantil, no Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, no Ensino Ensino Médio, na 
Educação de Jovens e Adultos e na Educação Especial. Em cada uma dessas etapas, 
temos conhecimentos a serem construídos por meio do trato com o movimento humano 
e suas diversas manifestações. 
Vamos conhecer um pouco mais sobre a Educação Física na Escola? 
 
 
 
REFLITA 
 
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria 
produção ou a sua construção”. 
Paulo Freire 
 
 
 
Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/happy-kids-jumping-dancing-
together-600w-1114465520.jpg 
www.shutterstock.com/ 
 
#REFLITA# 
https://image.shutterstock.com/image-vector/happy-kids-jumping-dancing-together-600w-1114465520.jpg
https://image.shutterstock.com/image-vector/happy-kids-jumping-dancing-together-600w-1114465520.jpg
 
 
3 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
Ah Educação Física Escolar! Você se lembra como eram suas aulas de Educação 
Física na época em que estava na escola? 
Com o decorrer dos anos, muito tem se alterado com relação a esta disciplina. A 
tão esperada pelos alunos, a aula de Educação Física já prezou apenas pelo ensino 
técnico dos esportes, a disciplina era tecnicista. Nesse modelo as aulas eram voltadas 
para a execução correta dos fundamentos do esporte selecionado. Os mais “famosos” 
que tem perpassado décadas, são conhecidos por muitos como “quarteto fantástico”. 
Sabe quais esportes são esses? O Vôlei, Handebol, Basquete e Futebol. 
Durante muito tempo e até os dias de hoje, ainda nos deparamos com aulas de 
Educação Física que ensinam aos alunos apenas os quatro esportes mencionados. 
Entendemos a importância da prática esportiva no espaço escolar, mas a disciplina não 
se resume a isso. Assim como, o foco de seu ensino não é apenas a técnica de tais 
práticas. 
Hoje, buscamos desenvolver uma Educação Física com responsabilidade 
educativa, isso porque, ela é um componente curricular, e como tal deve auxiliar e 
contribuir no desafio de atingir os objetivos formativos educacionais presentes no Projeto 
Político-Pedagógico escolar (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019). Mas o que de fato 
então é responsabilidade da Educação Física? 
Há alguns equívocos sobre tal questionamento. De acordo com Bagnara e 
Fensterseifer (2019), um dos maiores mantras sobre a responsabilidade da Educação 
Física na escola está emrelacioná-la às preocupações com a saúde e qualidade de vida 
dos alunos e da população. De fato, tal afirmação não está errada, mas reduzi-la apenas 
a isso, seria uma interpretação atrofiada do assunto. 
Para os autores, o debate da Educação Física deve-se centrar nas práticas 
corporais, onde deverá oferecer condições para a compreensão dos alunos acerca dos 
elementos que podem interferir na relação destas com a saúde e qualidade de vida, pois 
não é apenas por meio da Educação Física que a promoção da saúde e qualidade de 
vida são promovidos. 
 
 
 
A Educação Física escolar poderia, de forma gradativa e 
multidimensional, focar na tomada de consciência acerca da relação entre 
atividade física, exercício físico, saúde, qualidade de vida e contexto 
social, potencializando/oportunizando um processo formativo pautado 
pela reflexividade e melhor dimensionamento do tema, afinal, como 
sabemos, a saúde e a qualidade de vida do sujeito dependem de muitos 
fatores (multifatorial), e apenas um deles está atrelado ao nível de 
atividade/exercício físico (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019, p. 42). 
 
Outra justificativa, elencada por Bagnara e Fensterseifer (2019), para a Educação 
Física é a interação humana. Você mesmo pode ter dito, ou já ouviu alguém mencionar, 
que são nas aulas de Educação Física onde se tem momentos de interação, momento 
de sair da sala de aula, de cooperar com os colegas, de adquirir valores humanos. Claro 
que reconhecemos que em muitas aulas da disciplina há potencialização do mencionado, 
mas é preciso relacioná-los com os conteúdos e especificidades da mesma. Além disso, 
a interação humana pode acontecer em aulas de outras disciplinas e outros espaços. 
Além disso, a Educação Física, como uma matéria escolar, ainda possui uma 
particularidade, o movimento corporal, que de acordo com Palma e colaboradores (2018), 
é seu referencial primário, ou seja, o movimento, é o ponto crucial das intervenções 
pedagógicas na área. Através do movimento, podemos possibilitar a nossos alunos 
experiências que só podem ser vivenciadas por meio dele. Mas fique atento! Não 
podemos tratá-lo como fim em si mesmo, é preciso abordar conhecimentos conceituais 
e críticos acerca de cada conteúdo. “É preciso estimular o estudante a refletir e entender 
as questões corporais da Educação Física, vinculados, também, com o contexto social” 
(BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019, p. 44). 
Então caros estudantes, 
 
[...] acreditar que a Educação Física escolar necessita dar conta da 
saúde, da interação humana ou das práticas corporais pode não ser um 
problema. O que pode se constituir como um problema é entender que a 
Educação Física escolar deva responder por somente uma dessas 
perspectivas, ignorando as outras e, o que poderia ser ainda pior, 
desconectada do Projeto Político-Pedagógico da escola e descolada do 
contexto social” (BAGNARA; FENSTERSEIFER, 2019, p. 45). 
 
 
Vamos nos atentar e sermos cuidadosos para não reduzir a Educação Física 
escolar, vamos trabalhar a favor de uma disciplina que tenha sentido e significado para 
os alunos, que o ensino seja de fato efetivo e tenhamos com isso a formação de um 
sujeito autônomo e crítico capaz de transpor para fora dos muros da escola o conteúdo 
aprendido e se desejado por ele, que esse conhecimento seja modificado. 
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a Educação Física é 
um componente curricular, localizado na área das Linguagens, isso porque se trata de 
uma das formas de linguagem – linguagem corporal -, que os sujeitos utilizam para 
mediar a sua atividade e a prática social. De acordo com a BNCC (2017, p. 213), a 
Educação Física “tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação 
e significação social”. As práticas corporais são então entendidas como “manifestações 
das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no 
decorrer da história”. 
Sendo assim, 
Nas aulas, as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno 
cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. 
Desse modo, é possível assegurar aos alunos a (re)construção de um 
conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a 
respeito de seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos 
outros e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da cultura 
corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo 
sua participação de forma confiante e autoral na sociedade (BRASIL, 
2017, p. 213). 
 
 
Na BNCC cada prática corporal compõem uma unidade temática. São elas: 
● Brincadeiras e Jogos; 
● Esporte; 
● Ginástica; 
● Danças; 
● Lutas; 
● Práticas corporais de aventuras. 
 
Todos os conteúdos mencionados devem ser trabalhados durante as aulas de 
Educação Física na escola, buscando então a finalidade de formar indivíduos dotados de 
 
capacidade crítica, com condições de agir de forma autônoma com relação às práticas 
corporais. De acordo com Bagnara e Fensterseifer (2019, p. 53), esta disciplina, com 
sentido educativo deve “[...] favorecer a apropriação, problematização, compreensão e 
uso criativo dos conhecimentos de sua especificidade”. 
Como esse conhecimento é construído? 
Para isso há o envolvimento tanto dos professores quanto dos alunos. Passe para 
o próximo tópico e conheça mais sobre o papel do professor da disciplina de Educação 
Física Escolar. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Há três elementos fundamentais comuns às práticas corporais: movimento 
corporal como elemento essencial; organização interna (de maior ou menor grau), 
pautada por uma lógica específica; e produto cultural vinculado com o 
lazer/entretenimento e/ ou o cuidado com o corpo e a saúde. 
 
Fonte: Base Nacional Comum Curricular, 2017 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.p
df 
 
 
Imagem do Tópico: 
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Fe
ducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI
 
wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre
8CFQAAAAAdAAAAABAI 
#SAIBA MAIS# 
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fwww.institutoem.com.br%2Fcurso%2Feducacao-fisica-escolar-64&psig=AOvVaw1jUUPcsD2lZu71o-wJz3Q2&ust=1615745145936000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICD8PHtre8CFQAAAAAdAAAAABAI
 
 
4 PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
Estudante, quem é o professor responsável pela Educação Física na escola? 
Eu, você, os profissionais formados em Licenciatura em Educação Física. Nosso 
foco de atuação está na Educação, no espaço escolar. 
“O professor exerce uma função única dentro da escola. Ele é o elemento de ligação 
entre o contexto interno –, a escola, o contexto externo – a sociedade –, o conhecimento 
dinâmico e o aluno” (GALVÃO, 2002, p. 65). Ele não é apenas um transmissor da 
informação a seus alunos. 
Na escola o professor irá mediar, orientar a construção do conhecimento. O aluno 
é centro do processo, e como tal, as ações dos professores são direcionadas a contribuircom uma educação que tenha sentido e significado a eles. Nesta perspectiva, 
reconhecemos que o professor não é o detentor de todo conhecimento, ele aprende ao 
mesmo tempo que ensina. Ele não é um ser acabado. 
A sala de aula - entendida aqui como todo espaço utilizado para o ensino e 
aprendizagem, seja o espaço físico de quatro paredes com carteiras, ou a quadra, ou o 
pátio e até mesmo um gramado - é fonte importante de estudo do professor. De acordo 
com Gandin e Gandin (1999, p. 129), 
 
Trata-se de estabelecer uma postura de quem reflete e avalia 
constantemente as escolhas e os caminhos que toma, de quem está 
sempre aberto a aprender, de quem usa o espaço do ensino como um 
processo de aprendizado. Não se trata aqui de dizer que os aprendizados 
que ocorrem na sala de aula são iguais para os professores e alunos [...]. 
O professor não pode renunciar ao seu papel fundamental no processo 
de construção do conhecimento dos alunos, prioridade no espaço da 
escola. Mas para que esse professor possa dar mais consistência a seu 
trabalho, para que sua prática seja mais sintonizada como um projeto de 
transformação da sociedade, ele precisa aprender com suas aulas. Não 
há como formar sujeitos, se o professor não é, ele é o próprio sujeito. Não 
há como “conquistar” os alunos para uma posição crítica diante do 
conhecimento se o professor não tem essa mesma visão. 
 
 
 
Assim sendo, nós como professores, para exercermos nossa função como tal, 
devemos sempre estudar. Isso significa que você precisa “problematizar o seu trabalho 
docente, problematizar o espaço de sala de aula (como espaço privilegiado de 
construção de conhecimento)” (GANDIN; GANDIN, 1999, p. 130). O estudo deve ser algo 
constante de maneira que sempre possamos fazer a leitura e interpretar o mundo ao 
nosso redor sob diversos olhares mediante a fatos da atualidade. Gandin e Gandin (1999, 
p. 130) destacam que “não há como ser um bom professor sem ser um profissional 
competente na sua área de estudo”. 
Além do mencionado, o que é necessário para ser um bom professor? Galvão 
(2002) traz em seu estudo característica para ser um professor bem sucedido. Tais 
características estão agrupadas em três aspectos: técnicos, afetivos e sociopolíticos. 
Veja o quadro 1. 
 
Quadro 1. Características técnicas, afetivas e sociopolíticas de um professor bem-sucedido. 
I. Nas características técnicas, o professor bem-sucedido: 
1. Conhece seus alunos e adapta o ensino às suas necessidades, incorporando a experiência 
do aluno ao conteúdo e incentivando sua participação. 
2. Reflete e pensa sobre sua prática. 
3. Domina conteúdo e metodologia para ensiná-lo. 
4. Aproveita o tempo útil, tem poucas faltas e interrupções. 
5. Aceita responsabilidade sobre as exigências dos alunos e seu trabalho. 
6. Usa eficientemente o material didático, dedicando mais tempo às práticas que enriquecem 
o conteúdo. 
7. Fornece feedback constante e apropriado. 
8. Fundamenta o conteúdo na unidade teórica-prática. 
9. Comunica aos alunos o que espera deles e por que (tem objetivo claro). 
10. Ensina estratégias metacognitivas aos alunos e as exercita. 
11. Estabelece objetivos cognitivos tanto de alto quanto de baixo nível. 
12. Integra seu ensino com outras áreas. 
II. Nas características afetivas, o professor bem-sucedido: 
1. Demonstra interesse, entusiasmo, vibração, motivação e/ou satisfação com o ensino e seu 
trabalho, valorizando seu papel. 
2. Desenvolve laço afetivo forte com os alunos. 
3. Mantém clima agradável, respeitoso e amigo com os alunos – “atmosfera prazerosa”. 
4. É afetivamente maduro (não, “bonzinho”). 
 
III. Nas características sociopolíticas, o professor bem-sucedido: 
1. Conhece a experiência social concreta dos alunos. 
2. Possui visão crítica da escola e de seus determinantes sociais. 
3. Possui visão crítica dos conteúdos escolares. 
Fonte: Adaptado de Galvão, 2002. 
 
Caro estudantes, há várias características para ser um bom professor, não é 
mesmo? São características gerais que se aplicam aos professores de Educação Física. 
Além disso, quando os olhares se voltam para a especificidade da disciplina, um aspecto 
muito importante é a motivação do professor. De acordo com Batista, Cardoso e Nicoletti 
(2019), a motivação influencia nas ações pedagógicas, evidenciando seu compromisso 
enquanto profissional da educação. 
Essa motivação pode ser afetada pela falta de infraestrutura adequada,materiais, 
remuneração e comportamento dos alunos. Mas tudo isso, deve e pode ser superado 
com uma prática docente bem organizada, ou seja, aulas sistematizadas e 
fundamentadas para possibilitar uma aprendizagem significativa aos alunos. 
Há estudos que comprovam que o planejamento das aulas de Educação Física 
influencia na motivação dos alunos, assim como em sua aprendizagem. Vamos para o 
próximo tópico? Lá falaremos sobre o planejamento. 
 
 
 
 
 
Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/deadline-concept-business-
people-panic-600w-1673460589.jpg 
www.shutterstock.com/ 
 
5 PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 
 
O que é o planejamento? Você costuma planejar o seu dia? 
O planejar está presente na história do homem, por exemplo o homem primitivo 
pensava em como poderia caçar, pescar, atacar seus inimigos. Quando pensamos que 
queremos algo, pensamos também em quais ações devemos ter para alcançarmos isso, 
nesse sentido, podemos nos planejar para uma viagem ou até mesmo uma ida ao 
supermercado. Esse ato faz com que possamos atingir nossos objetivos, no caso com a 
viagem, teremos um local para ficar, espaços para conhecer e tudo será efetivado dentro 
do tempo que temos disponível para o passeio. Na ida ao mercado, a organização da 
lista de compras, faz com que você compre tudo o que necessita. 
Estudante, a partir do mencionado, como você definiria o planejar? Reflita e depois 
prossiga com a leitura. 
Planejar pode ser definido de várias formas, mas de acordo com Gandin (1986, p. 
19), “Planejar é organizar a própria ação”, “é agir racionalmente”, “é dar clareza e 
https://image.shutterstock.com/image-vector/deadline-concept-business-people-panic-600w-1673460589.jpg
https://image.shutterstock.com/image-vector/deadline-concept-business-people-panic-600w-1673460589.jpg
 
precisão à própria ação”. Para Menegolla e Sant´Anna (1992, p. 15), o ato de planejar é 
“uma preocupação que envolve toda a possível ação ou qualquer empreendimento da 
pessoa”. 
Para Menegolla e Sant´Anna (1992) planejar o processo educativo é planejar o 
indefinido, isso porque, a educação não é um processo que podemos pré-definir 
totalmente os resultados, pois não se trata de uma aprendizagem mecânica, estaremos 
lidando com seres humanos, nossos alunos. Sendo assim, o planejamento deve ser “o 
instrumento direcional de todo o processo educacional [...]. O planejamento educacional 
torna-se necessário, tendo em vista as finalidades da educação [...]” (MENEGOLLA; 
SANT’ANNA, 1992, p. 31), somente com ele poderemos estabelecer o que se deve 
realizar para que nossos objetivos sejam atingidos. 
É importante destacar que o planejamento não é algo engessado, ele é flexível e 
sempre deve estar em processo de avaliação, revisão para ser efetivo e adequado para 
quem ele é destinado, conforme mencionado por Menegolla e Sant´Anna (1992, p. 35). 
 
O planejamento sempre está em processo, portanto, em evolução e 
readaptação. Não é um processo estático, mas dinâmico, onde podem 
ser redefinidos os objetivos, reorganizados os meios e recursos, 
modificadas as estratégias de ação, mas isto só quando são observadas 
e constatadas certas incongruências na sua estrutura. 
 
 Essa característica do planejamento não ser algo engessado, vai de acordo 
também com Libâneo (1990), onde ele cita que, ao planejar, não devemos pensar em 
algo rígido e único, pois uma das características do processo de ensino é que está 
sempreem movimento, sempre se modificando, frente às condições reais, necessitando 
sempre que necessário passar por constantes revisões. 
Sendo assim, sempre devemos estar nos questionando se estamos indo para a 
direção almejada, avaliando o processo e replanejando se for preciso. Gandin (1986) traz 
que dentro de um processo de planejamento precisamos responder a três perguntas: 
1. O que queremos alcançar? 
2. A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? 
3. O que faremos concretamente (em tal prazo) para diminuir tal distância? 
 
 
Vamos pensar em possíveis respostas considerando a Educação Física Escolar. O 
que queremos alcançar com nossas aulas? Possibilitar aos alunos a aprendizagem do 
movimento humano e suas diversas manifestações de forma que eles consigam transferir 
para fora da escola, de forma autônoma e crítica os conhecimentos adquiridos. Este seria 
um objetivo geral da Educação Física na escola. 
Mas vamos pensar em um objetivo para um conteúdo, por exemplo, possibilitar a 
vivência das lutas por meio de jogos e brincadeiras. Quantas aulas você tem no bimestre 
ou semestre para tais aulas? O que você fará na quantidade de aulas selecionadas para 
tal conteúdo para atingir seu objetivo? 
Estudante, estas questões são essenciais. O planejamento é essencial. Sem uma 
organização prévia para onde estaremos levando nossos alunos? Para lugar nenhum, 
pois não sabemos onde iremos chegar. 
Dessa forma, planejar as ações docentes evita-se ter a improvisação como hábito, 
aumentando as chances de atingir os objetivos traçados, evitando gasto de energia e 
tempo, garantindo a segurança e conhecimento que está sendo construído. 
Agora vamos falar sobre tipos de planejamento, você conhece algum? Vamos 
conhecer! 
A) Planejamento Educacional: é o planejamento do Sistema de Educação, que 
abrange a elaboração de objetivos a longo prazo. Neste envolvem-se os 
planejamentos a nível nacional, estadual ou municipal. São exemplos, a nível 
nacional a Base Nacional Comum Curricular; a nível estadual, cada Estado possui 
o seu planejamento; assim como a nível municipal. É um planejamento mais amplo 
e abrangente. Tem duração de 10 anos. 
B) Planejamento Escolar: é o projeto educativo (político-pedagógico) da instituição 
(BOSSLE, 2002). De acordo com o Libâneo (1994) temos três modalidades de 
planejamento escolar: São eles, o Projeto Político Pedagógico (PPP) ou Plano de 
Escola; Plano de Ensino e Plano de Aula. 
O PPP, de acordo com Schmidt e Leal (2018, p. 5.), 
[...] requer participação coletiva na elaboração, finalização e efetivação 
do documento, pois reflete diretamente na prática pedagógica adotada 
pelos professores e expressa posicionamento adotado referente às 
teorias educacionais existentes, ato que requer reflexão e investigação. 
[...] O Projeto Político Pedagógico nasce da necessidade de uma dada 
 
realidade da comunidade escolar atrelado ao papel da escola para o 
desenvolvimento integral do aluno. 
 
O Plano de Ensino, por sua vez, é aquele onde o professor trará a “sequência 
didática, orientações para um ano ou um semestre” (SCHIMITH; LEAL, 2018, p. 7), ele 
 
[...] fornece maior possibilidade de efetivação com flexibilidade, 
dinamismo e coerência, por isso o plano de ensino se constitui 
basicamente de identificação, que discrimina nome da escola, da 
disciplina, do professor, do ano/turma, número de aulas, campus para 
objetivos (geral e específico), que referem-se aos resultados que o 
professor pretende alcançar com as aulas e estabelece metas 
específicas do que o professor espera que o aluno assimile do conteúdo 
aplicado, conteúdo programático, considerando os referenciais e 
programas escolares, além das experiências do professor e do aluno, 
metodologia de ensino, avaliação e referências. Dentre as referências 
existentes para isso temos os PCN’s que servem como referencial 
curricular, além de livros didáticos e paradidáticos, porém, não devem 
ser tomados como elementos únicos padronizados. 
 
Este plano de ensino irá se desmembrar no Plano de Aula. Ele é essencial e 
indispensável para todos os momentos da aula, assim como, para qualquer aula. O plano 
de aula “organiza que metodologia você vai seguir, e pode sistematizar simplificando 
a sua prática” (SABÓIA; BARBOSA, 2020, p. 8). 
Então, estudante, nós como professores devemos ter conhecimento de todos esses 
planejamentos para elaborarmos nosso plano de ensino e nossos planos de aula. É 
importante ainda ressaltar que o planejamento do professor não deve ser elaborado em 
via de mão única. Envolver os alunos na elaboração desse planejamento, ou seja, torná-
lo participativo é algo que motivará a prática, irá fazer com que os alunos se tornem parte 
do processo de ensino aprendizagem, que sua vez, terá sentido e significado a eles, 
possibilitando ainda o desenvolvimento de sua autonomia e uma aprendizagem 
significativa. 
Para finalizar, precisamos definir os caminhos para chegarmos no local desejado. 
E neste caminho temos vários detalhes, como, metodologias de ensino, estratégias, tipo 
de planejamento que você utilizará. Visite o item referente a materiais complementares 
e amplie seus conhecimentos. 
 
 
 
REFLITA 
 
É preciso entender que todo planejamento deve considerar estratégias de ensino 
e intervenções pedagógicas diferenciadas. É PRECISO CONSIDERAR AS 
EXPERIÊNCIAS DIVERSAS DOS ALUNOS, SEUS VALORES, SEU CONHECIMENTO 
PROVENIENTE DO SENSO COMUM. Só assim, o planejamento sairá do papel para 
fazer sentido e significado para os alunos. 
 
Fonte: A autora. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Chegamos ao fim da nossa primeira unidade da apostila de “Educação Física 
Escolar” e com isso, espero que você tenha avançado na construção de sua bagagem 
acadêmica. 
Nesta unidade com o objetivo de possibilitar a você estudante, uma visão geral 
sobre o campo da Educação Física escolar, perpassamos por conhecimentos sobre à 
educação, à escola, ao planejamento e à própria Educação Física. Frente a isso 
podemos verificar que: 
A Educação possui um significado complexo e dinâmico. 
A escola é um espaço que vai além da transmissão de informações. 
A Educação Física Escolar é um componente curricular que deve possibilitar a seus 
alunos a apropriação, problematização, compreensão e uso criativo dos conhecimentos 
de sua especificidade. 
O Professor assume papel imprescindível na execução de uma Educação Física 
ligada à proposta pedagógica da escola, assim como, para isso deve assumir posturas 
para ser um bom professor. 
O planejamento é o traço do caminho que devemos seguir para chegar ao nosso 
objetivo. 
Frente a isso podemos concluir que a Educação Física Escolar é uma disciplina 
presente na escola, com cunho formativo, educativo, que ultrapassa a prática pela 
prática, exige organização prévia ações e comprometimento profissional para, possibilitar 
aos alunos, a construção de conhecimentos acerca do movimento humano e suas 
manifestações, de forma com que faça sentido e tenha significado a eles, e assim, 
consigam transpor o aprendizado para além dos muros da escola. 
 
 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
CONHEÇA O ESPORTE DE ACORDO COM A BNCC 
 
A unidade temática Esportes reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática 
quanto as derivadas. O esporte como uma das práticas mais conhecidas da 
contemporaneidade, por sua grande presença nos meios de comunicação, caracteriza-
se por ser orientado pela comparação de um determinado desempenho entre indivíduos 
ou grupos (adversários), regido por um conjunto de regras formais, institucionalizadas 
por organizações (associações, federações e confederações esportivas), as quais 
definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em 
todos os níveis de competição. No entanto, essas características não possuem um único 
sentido ou somenteum significado entre aqueles que o praticam, especialmente quando 
o esporte é realizado no contexto do lazer, da educação e da saúde. Como toda prática 
social, o esporte é passível de recriação por quem se envolve com ele. As práticas 
derivadas dos esportes mantêm, essencialmente, suas características formais de 
regulação das ações, mas adaptam às demais normas institucionais aos interesses dos 
participantes, às características do espaço, ao número de jogadores, ao material 
disponível, etc. Isso permite afirmar, por exemplo, que, em um jogo de dois contra dois 
em uma cesta de basquetebol, os participantes estão jogando basquetebol, mesmo não 
sendo obedecidos os artigos que integram o regulamento oficial da modalidade. Para a 
estruturação dessa unidade temática, é utilizado um modelo de classificação baseado na 
lógica interna, tendo como referência os critérios de cooperação, interação com o 
adversário, desempenho motor e objetivos táticos da ação. Esse modelo possibilita a 
distribuição das modalidades esportivas em categorias, privilegiando as ações motoras 
intrínsecas, reunindo esportes que apresentam exigências motrizes semelhantes no 
desenvolvimento de suas práticas. Assim, são apresentadas sete categorias de esportes 
(note-se que as modalidades citadas na descrição das categorias servem apenas para 
facilitar a compreensão do que caracteriza cada uma das categorias. Portanto, não são 
prescrições das modalidades a ser obrigatoriamente tematizadas na escola): 
• Marca: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar os resultados 
registrados em segundos, metros ou quilos (patinação de velocidade, todas as provas do 
atletismo, remo, ciclismo, levantamento de peso, etc.). 
 • Precisão: conjunto de modalidades que se caracterizam por arremessar/lançar um 
objeto, procurando acertar um alvo específico, estático ou em movimento, comparando-
se o número de tentativas empreendidas, a pontuação estabelecida em cada tentativa 
(maior ou menor do que a do adversário) ou a proximidade do objeto arremessado ao 
alvo (mais perto ou mais longe do que o adversário conseguiu deixar), como nos 
seguintes casos: bocha, curling, golfe, tiro com arco, tiro esportivo, etc. 
 
 • Técnico-combinatório: reúne modalidades nas quais o resultado da ação motora 
comparado é a qualidade do movimento segundo padrões técnico-combinatórios 
(ginástica artística, ginástica rítmica, nado sincronizado, patinação artística, saltos 
ornamentais, etc.). 
 • Rede/quadra dividida ou parede de rebote: reúne modalidades que se caracterizam 
por arremessar, lançar ou rebater a bola em direção a setores da quadra adversária nos 
quais o rival seja incapaz de devolvê-la da mesma forma ou que leve o adversário a 
cometer um erro dentro do período de tempo em que o objeto do jogo está em 
movimento. Alguns exemplos de esportes de rede são voleibol, vôlei de praia, tênis de 
campo, tênis de mesa, badminton e peteca. Já os esportes de parede incluem pelota 
basca, raquetebol, squash, etc. 
• Campo e taco: categoria que reúne as modalidades que se caracterizam por rebater a 
bola lançada pelo adversário o mais longe possível, para tentar percorrer o maior número 
de vezes as bases ou a maior distância possível entre as bases, enquanto os defensores 
não recuperam o controle da bola, e, assim, somar pontos (beisebol, críquete, softbol, 
etc.). 
• Invasão ou territorial: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar a 
capacidade de uma equipe introduzir ou levar uma bola (ou outro objeto) a uma meta ou 
setor da quadra/ campo defendida pelos adversários (gol, cesta, touchdown etc.), 
protegendo, simultaneamente, o próprio alvo, meta ou setor do campo (basquetebol, 
frisbee, futebol, futsal, futebol americano, handebol, hóquei sobre grama, polo aquático, 
rúgbi, etc.). 
 • Combate: reúne modalidades caracterizadas como disputas nas quais o oponente deve 
ser subjugado, com técnicas, táticas e estratégias de desequilíbrio, contusão, 
imobilização ou exclusão de um determinado espaço, por meio de combinações de ações 
de ataque e defesa (judô, boxe, esgrima, taekwondo, etc.). 
 
Fonte: Base Nacional Comum Curricular (2017). 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título. Educação Física: Ensino & Mudanças 
• Autor. Elenor Kunz 
• Editora. Ijui 
• Sinopse. O autor chama a atenção para o “adestramento do Movimento Humano”, que 
vem ocorrendo nos países de Terceiro Mundo a partir dos esportes nos moldes 
americanos ou europeus, sem considerar a cultura do movimento existente em cada 
região, Estado ou país. Esta invasão faz desaparecer as culturas tradicionais do 
movimento (brincadeiras, jogos, danças). Buscando compreender a inquestionabilidade 
destes esportes e da Educação Física enquanto orientados na competição e na 
concorrência, o autor procura traçar novos caminhos para os esportes e a Educação 
Física que atendam exigências educacionais, vinculadas às implicações políticas e 
sociais, presentes no ato pedagógico. Para tanto, redimensiona o conceito de Educação 
e do Movimento Humano para poder legitimar, científica e pedagogicamente, a Educação 
Física Escolar, no contexto de uma educação crítico-emancipatória. E para não 
apresentar modelos prefixados do funcionamento da Educação Física nesta proposta, 
desenvolve perspectivas de ensino a partir dos pressupostos da nova concepção de 
Educação e Movimento Humano. 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título. Aprendizagem Significativa: condições para ocorrência e lacunas que levam a 
comprometimentos 
• Autor. Elcie F. Salzano Masini e Marco Antonio Moreira e Colaboradores 
• Editora. Vetor 
• Sinopse. Este livro pretende oferecer subsídios teóricos e epistemológicos sobre o 
aprender em situação formal de ensino e em situações não especificadas e discutir 
lacunas e comprometimentos do aprender com exemplos em diferentes áreas de 
pesquisa. Esta publicação terá atingido seu objetivo se alertar para a importância das 
condições oferecidas para que ocorra o aprender com significado e realizado sua meta 
central se ficar evidenciado que, para dimensionar comprometimentos no 
desenvolvimento da aprendizagem, o autor acredita ser indispensável uma análise 
cuidadosa das lacunas nas condições requeridas para esse aprender. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
• Título. Escritores da liberdade 
• Ano. 2007 
• Sinopse. Hilary Swank, duas vezes premiada com o Oscar, atua nessa instigante 
história, envolvendo adolescentes criados em meio de tiroteios e agressividade, e a 
professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar 
numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Gruwel combate um 
sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos 
estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma 
de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar 
suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Escritores da Liberdade é baseado no 
aclamado best-seller O Diário dos Escritores da Liberdade (best-seller Freedom writers), 
de Erin Gruwell (1999). 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Constituição (1824) Constituição Política do Império do Brazil. Rio de Janeiro, 
1824. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao24.htm>. 
 
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, 
MEC/CONSED/UNDIME, 2017. 
BATISTA, F. L.; CARDOSO, V. D.; NICOLETTI, L. P. O professor de educação física 
escolar e a influência da motivação em sua prática pedagógica. Revista Educação em 
Debate, Ceará, v. 41, n. 80, 2019. 
BAGNARA, I. C.; FENSTERSEIFER, P. E. Educação Física Escolar: política, currículo 
e didática. Ijuí: Unijuí, 2019. 
BERNARDES, Luana. Escolas jesuítas. Todo Estudo. Disponível em: 
<https://www.todoestudo.com.br/historia/escolas-jesuitas>. Acesso em: 07 março 2021. 
BOSSLE,F.. Planejamento de ensino na educação física-uma contribuição ao coletivo 
docente. Movimento, v. 8, n. 1, p. 31-39, 2002. 
DALMAS, A. Planejamento participativo na escola: elaboração, acompanhamento e 
avaliação. 2ª ed., Petrópolis: Vozes, 1994. 
 
DOURADO, L. F.; OLIVEIRA, J. F. A qualidade da educação: perspectivas e desafios. 
Cadernos Cedes, v. 29, n. 78, p. 201-215, 2009. 
 
ECCO, I.; NOGARO, A. A educação em Paulo Freire como processo de humanização. 
In: Educere: XII Congresso Nacional de Educação. 2015. p. 3523-3535. 
 
FREIRE, P. Política e educação: ensaios. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
 
GANDIN, D. Planejamento: como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1986. 
 
GANDIN, D.; GANDIN, L. A. Temas para um projeto político-pedagógico. 2ª ed. 
Petrópolis: Vozes, 1999. 
 
GALVÃO, Z. Educação física escolar: a prática do bom professor. Revista Mackenzie 
de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 1, n. 1, 2002. 
 
LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Editora Cortez, 1990. 
 
LIBÂNEO, J. C. Políticas educacionais no Brasil: desfiguramento da escola e do 
conhecimento escolar. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 46, n. 159, 2016, p. 38-
62. 
 
 
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Editora Cortez, 1994. ( Coleção Magistério 2ª 
Grau). 
 
MENEGOLLA, M.; SANT’ ANNA, I. M. Por que planejar? Como Planejar? Currículo - 
Área - Aula. Petrópolis: Vozes, 1992. 
 
PALMA, Â. P. T. V.; OLIVEIRA, A. A. B.; PALMA, J. A. V. Educação Física e a 
organização curricular: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. 
SciELO-EDUEL, 2018 
 
SOUZA, J. C. S. Educação e História da Educação no Brasil. Educação Pública, 2018. 
 
SCHIMITH, A.; LEAL, E. P. D.. PLANEJAMENTO ESCOLAR COMO FATOR DE 
RELEVÂNCIA PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUALIDADE. 
2018. Disponível em: <https://multivix.edu.br/wp-
content/uploads/2018/12/planejamento-escolar-como-fator-de-relevancia-para-o-
processo-de-ensino-aprendizagem-de-qualidade.pdf> . Acesso em: 14 março 2021. 
 
SABÓIA, V. S. M.; BARBOSA, R. P. Base nacional comum curricular: competências, 
habilidades e o planejamento escolar. Práticas Educativas, Memórias e Oralidades-
Rev. Pemo, v. 2, n. 1, 2020. 
 
UNIDADE II 
EDUCAÇÃO FÍSICA: DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO FUNDAMENTAL ANOS 
FINAIS 
Professora Mestre Bruna Solera 
 
 
Plano de Estudo: 
• Educação Física na Educação Infantil; 
• Educação Física no Ensino Fundamental; 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Entender a Educação Física na Educação Infantil e no Ensino Fundamental; 
• Conhecer os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental; 
• Verificar como a Educação Física se apresenta na Educação Infantil e Ensino 
Fundamental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Olá estudante! 
 
Seja bem vindo (a), a Unidade II intitulada de “Educação Física: da Educação Infantil 
ao Ensino Fundamental Anos Finais”, da nossa apostila de estudos “Educação Física 
Escolar”! 
Após estudar a Educação e a Educação Física na Unidade I, neste momento, você 
terá a oportunidade de construir conhecimentos acerca da Educação Física escolar em 
diferentes etapas de ensino. Para isso, dividimos esta unidade em dois tópicos, sendo 
eles: Educação Física na Educação Infantil e Educação Física no Ensino Fundamental. 
Nesses tópicos, você se deparará com informações que o auxiliarão a entender a 
Educação Física e seu papel, a conhecer os alunos e os conteúdos para as etapas de 
ensino mencionadas. Será uma caminhada empolgante rumo ao desbravamento da 
Educação Física na escola. 
Fique atento (a) a todos os detalhes, assim como, se esforce para relacionar os 
assuntos aqui contemplados com os conhecimentos adquiridos na unidade anterior. Essa 
relação é muito importante para sua futura atuação profissional. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem do Tópico: https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-cartoon-kids-
playing-600w-1873706287.jpg 
www.shutterstock.com/ 
 
1 A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Ah, Educação Infantil! 
O começo da vida escolar das crianças! Primeiro contato dos pequeninos com a 
Educação Física de forma estruturada. É a partir deste momento que devemos introduzir 
as práticas corporais de forma a possibilitar uma aprendizagem com sentido e significado 
aos nossos alunos, e com isso, consequentemente, contribuir com o reconhecimento de 
nossa disciplina na Educação Básica e sua devida importância para o processo de ensino 
aprendizagem, para o desenvolvimento infantil e consequente reflexo nas etapas 
seguintes, assim como na vida adulta. 
 
1.1 O que é a Educação Infantil e sua estrutura 
 
A Educação Infantil é uma etapa da Educação Básica que inclui crianças de 0 a 5 
anos de idade. Ela está dividida em creche e pré-escola. Nas creches temos crianças de 
https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-cartoon-kids-playing-600w-1873706287.jpg
https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-cartoon-kids-playing-600w-1873706287.jpg
 
0 a 3 anos, enquanto na pré-escola encontram-se as crianças de 4 e 5 anos. É um espaço 
fundamental para o desenvolvimento inicial das crianças. 
A Educação Infantil é direito de todas as crianças e dever do Estado, sendo que esta 
etapa é obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos (Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013). A Educação Infantil possui as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, sendo assim, a partir dela, verifique em 
seguida, como é o processo de matrícula nesta etapa da Educação. 
 
É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 
4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. 
As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser 
matriculadas na Educação Infantil. 
A frequência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no 
Ensino Fundamental. 
As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às 
residências das crianças (BRASIL, 2010). 
 
Após a entrada na Educação Infantil, tais crianças, podem ter uma jornada em tempo 
parcial ou uma jornada integral. Na parcial o aluno ficará no espaço, no mínimo 4 horas 
diárias, já a integral tem duração igual ou superior a sete horas (BRASIL, 2010). 
Estudante, estamos falando de crianças de 0 a 5 anos, então é preciso considerar, 
que esta fase pode ser o primeiro contato delas com a Educação estruturada, de acordo 
com a Base Nacional Comum Curricular (2017, p. 36) “A entrada na creche ou na pré-
escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus 
vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização 
estruturada”. 
Apesar de estarem iniciando na Educação, as crianças possuem uma bagagem com 
si, sendo assim, ao receber tal criança é importante que os conhecimentos trazidos por 
ela sejam considerados e articulados com a proposta pedagógica. Partindo desta 
afirmação a Educação Infantil tem como objetivo, 
 
[...] ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades 
dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, 
atuando de maneira complementar à educação familiar – especialmente 
quando se trata da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, 
que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e 
 
escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação (BRASIL, 
2007, p. 36). 
 
Para atingir tal objetivo, é essencial que haja conversa e compartilhamento entre a 
instituição e a família. Essa relação é indispensável e ela pode ser efetivada por todo o 
corpo docente. Então, tanto a instituição escolar, quanto a família e o corpo docente 
devem estar inteiramente envolvidos para então contemplar o objetivo da Educação 
Infantil conforme mencionado, assim como cumprir os direitos estabelecidos para ascrianças desta etapa. 
Veja em seguida os direitos de aprendizagem das crianças na Educação Infantil a 
partir da BNCC (2007, p. 38). 
 
• Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, 
utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do 
outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. 
• Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e 
tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e 
diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua 
imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, 
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. 
• Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do 
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo 
educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como 
a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo 
diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se 
posicionando. 
• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, 
emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos 
da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, 
em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. 
• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, 
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, 
questionamentos, por meio de diferentes linguagens. 
• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, 
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, 
nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e 
linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e 
comunitário. 
 
Perceba estudante! O movimento está presente nesta etapa de educação, assim 
como, “a comunicação corporal e gestual que surgem como sendo a centralidade e a 
interlocução que passa a ocupar o campo central em prol de um ensino focado na criança, 
 
na criatividade e nas suas necessidades". É preciso reconhecer que, “O movimento, nessa 
etapa de formação se coloca como a “cereja do bolo”, num dito popular, ou seja, é tudo o 
que a criança quer – se movimentar, brincar, descobrir suas possibilidades motoras, 
desafios e comunicações com o meio e com os outros” (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 
2021, p. 838). 
Então estudante, após conhecer a Educação Infantil, vamos falar um pouco sobre os 
sujeitos que estão frequentando esta etapa da Educação? Prossiga sua leitura para o 
tópico 1.2 e descubra. 
 
SAIBA MAIS 
 
A Educação Infantil possui princípios, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação Infantil, são eles: Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da 
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, 
identidades e singularidades. Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da 
criticidade e do respeito à ordem democrática. Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, 
da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e 
culturais. 
 
Fonte: BRASIL, 2010. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
1.2 Crianças e a Educação Infantil 
 
 
Caro estudante, falar sobre a criança, é algo complexo. Temos várias áreas de 
estudo que investigam tal temática, como por exemplo, a sociologia, o desenvolvimento 
motor, a psicomotricidade e assim por diante. Para darmos início às nossas discussões, 
veremos o que documentos norteadores estão trazendo acerca da criança. 
A criança, de acordo com a Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil 
(BRASIL, 2010, p. 12), é definida como, 
 
 
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas 
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, 
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, 
questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, 
produzindo cultura. 
 
É o ser que “observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos, 
assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento 
sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social” (BRASIL, 
2017, p. 38). De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 2º 
“Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade” (BRASIL, 
1990). 
Ao voltarmos nossa atenção para a criança de 0 a 6 anos, por meio do olhar da 
neurociência, é possível afirmar que este é certamente “o período em que as 
mudanças são mais perceptíveis e refletem as transformações cerebrais, 
chamadas conjuntamente de plasticidade cerebral” (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 
2021, p. 836). Neste período, 
 
 é o instante em que o brincar se torna a fonte primária para o 
aprender das crianças da educação infantil, no qual o desenvolvimento 
de suas habilidades começam a ser influenciados pelas experiências 
motoras, pelas práticas culturais e sociais que lhes são ofertadas no 
contexto pré-escolar e familiar (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 2021, p. 
837). 
 
É na primeira infância que as crianças irão aprender a falar, escrever, ler, executar 
raciocínio matemático básico, assim como, irão desenvolver diferentes ferramentas 
cognitivas. De acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), neste período, o brincar 
é extremamente importante, pois é o que a criança faz quando não está comendo, 
dormindo ou satisfazendo o desejo dos adultos. “O brincar das crianças é o modo primário 
pelo qual aprendem sobre seus corpos e potencialidades de movimento” (GALLAHUE; 
OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 192). Além disso, os autores destacam que o brincar facilita 
o crescimento cognitivo e afetivo das crianças mais novas. 
 
E não para por ai estudante. “Por meio da brincadeira, a criança mais nova 
desenvolve uma série de capacidades de locomoção, manipulação e estabilidade 
fundamentais” (GALLAHUE;OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 194). 
 
As crianças em idade pré-escolar expandem rapidamente os seus 
horizontes. Elas estão afirmando a própria personalidade, desenvolvendo 
suas capacidades e testando os seus limites, assim como os da família e 
das pessoas ao seu redor. Em resumo, elas estão se colocando no mundo 
de modo mais complexo e surpreendente (GALLAHUE; OZMUN; 
GOODWAY, 2013, p. 194). 
 
Para Oliveira (2004), é na Educação Infantil, fase de descoberta de movimentos, 
onde a criança deve e irá desenvolver o maior número possível de vivências e variações. 
Neste contexto, a Educação Física se torna essencial, pois, a atividade física é 
fundamental para o desenvolvimento inicial de todas as crianças, além de influenciar em 
diferentes aspectos da saúde infantil (OLIVEIRA; SANTANA; SOUZA, 2021). 
Ademais, é importante considerar e ter sempre em mente que “[...] não podemos 
igualar as crianças como se todas elas fossem iguais, ou seja, sempre haverá diferença 
entre elas na sua forma de agir, sentir, pensar, entre outros, pelo mínimo que seja, pois, 
cada criança vem de uma realidade diferente” (BOARETTO, 2019, p. 44). 
No próximo item, abordaremos com mais detalhes a Educação Física na Educação 
Infantil. Vamos lá? 
 
1.3 A Educação Física na Educação Infantil em foco 
 
 
A Educação Física na Educação Infantil poderá atuar com crianças de 0 a 5 anos, 
mas sua predominância de atuação se dá com crianças de 4 e 5 anos, ou seja, aquelas 
presentes na pré-escola. Mas o que garante a presença do professor de Educação 
Física neste espaço? Você sabe estudante? 
De acordo com as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.393, de 20 
de dezembro de 1996, Art. 26, § 3º “A educação física, integrada à proposta pedagógica 
da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica”(BRASIL, 1996). 
Além disso, apesar de não aparecer de forma direta, a presença da Educação Física 
é reforçada nas Diretrizes Curriculares da Educação Infantil por meio da afirmação de 
 
que a proposta pedagógica da Educação Infantil deve garantir à criança o acesso a 
conhecimentos de diferentes linguagens, assim como seu currículo tem como eixo 
norteador as interações e a brincadeira. 
Vimos a Educação Física, a partir na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 
2017) quando trata da Educação Infantil, ao se referir a necessidade do brincar, do 
explorar movimentos. Neste documento também não há menção direta da disciplina, 
mas de acordo com Bonfietti et al. (2019), o mencionado seria suficiente para legitimar 
a área nesta etapa de ensino. 
Além do dito, podemos justificar a presença da Educação Física na Educação 
Infantil, por meio de seus benefícios às crianças. Isso é corroborado no estudo de 
Oliveira, Santana e Souza (2021, p. 834), no qual afirmam que nesta etapa, 
 
[...] os processos de aprendizagem, provocados pelas vivências 
motoras diversificadas nas aulas de Educação Física, estimulam a 
criação e as interações entre as redes neurais, propiciando às crianças 
uma formação integral e significativa com reflexos nas demais etapas 
da educação formal. 
 
A Educação Física exerce papel fundamental na Educação Infantil, não é mesmo 
estudante? Ela poderá também proporcionar às crianças, várias experiências por meio 
de situações nas quais eles possam inventar, criar, recriar, descobrir movimentos 
novos, reelaborar conceitos sobre o movimento e suas ações (BASEI, 2008). A 
Educação Física na Educação Infantil, 
 
é um espaço para que, através de situações de experiências – com o 
corpo, com materiais e de interação social – as crianças descubram os 
próprios limites, enfrentem desafios, conheçam e valorizem o próprio 
corpo, relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do 
movimento, expressem sentimentos, utilizando a linguagem corporal, 
localizem-se no espaço, entre outras situações voltadas ao 
desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas, numa 
atuação consciente e crítica. Dessa forma, essa área do conhecimento 
poderá contribuir para a efetivação de um programa de Educação 
Infantil, comprometido com os processos de desenvolvimento da 
criança e com a formação de sujeitos emancipados (BASEI, 2008, p. 
86). 
 
 
Apesar disso, é preciso considerar que tais ganhos estão associados a aulas 
planejadas, de qualidade, que prezam pela autonomia dos alunos. Como mencionado 
por Boaretto (2019, p. 9), as aulas de Educação Física, 
 
[...] desenvolvidas diariamente por um especialista, sistematizadas e 
estruturadas, por meio de um planejamento, baseado em uma diagnose 
adequada, influenciam na formação integral de crianças de 5/6 anos, 
preparando-as de maneira mais consistente para futuras ações 
escolares em relação às crianças que não receberam a intervenção 
diária. 
 
Então estudante, a simples prática pela prática não será efetiva e tão pouco 
refletirá em ganhos para os nossos alunos. Portanto, devemos partir de uma 
organização prévia para alcançarmos as metas traçadas. 
 
1.4 Conteúdos da Educação Física na Educação Infantil 
 
 
Neste subtópico, vamos abordar os conteúdos e uma possível organização curricular 
da Educação Física na Educação Infantil para crianças de 4 e 5 anos, as quais podemos 
chamar de infantil 4 e infantil 5. Destaca-se que não se trata de uma receita de bolo, algo 
engessado, mas sim, um ponto de partida para suas intervenções neste espaço. 
De acordo com Boaretto (2019), a dimensão lúdica se apresenta como fundamental 
para a ação educativa das crianças do infantil. As aulas podem ainda, ressaltar conteúdos 
relacionados às questões do corpo e do movimento, possibilitando diversas vivências por 
meio do brincar, criar e recriar. Ademais, ao planejarmos nossas aulas para o Ensino 
Infantil, é necessário contemplar a totalidade da criança, isso exige que o professor fique 
atento aos momentos de desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo das crianças. 
Além disso, devemos considerar cinco campos de experiência trazidos na BNCC, 
pois por meio deles são definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para a 
Educação Infantil. “Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que 
acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus 
saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural” 
(BRASIL, 2017, p. 40). São eles: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; 
 
Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, 
quantidades, relações e transformações. 
Estudante, visite a BNCC e saiba mais sobre os objetivos de aprendizagem para 
cada campo de experiência. É preciso ressaltar que apesar disso, na BNCC, não há uma 
organização sistematizada para o trato com os conteúdos da Educação Física nas aulas 
da Educação Infantil. 
Então, pensando em como vamos organizar nosso planejamento para efetivar as 
aulas de Educação Física. Palma, Oliveira e Palma (2010) trazem uma proposta de 
organização curricular. Os autores estruturam os conteúdos em a) o movimento e a 
corporeidade; b) o movimento e os jogos; c) o movimento e os esportes; d) o movimento 
em expressão e ritmo; e e) o movimento e a saúde. 
O movimento e a corporeidade: compreende desde a fase inicial do movimento 
humano até a fase mais elaborada. Assim, por meio dos conteúdos trabalhados aqui o 
aluno poderá conhecer o próprio corpo e ação motora. 
 O movimento e os jogos e o movimento e os esportes: contempla-se aqui o 
estudo da cultura de movimento elaborada em relação às manifestações corporais. Os 
componentes centrais são os jogos e os esportes e suas variações. 
O movimento em expressão e ritmo: veremos aqui o corpo e suas possibilidades 
de expressão, as artes cênicas e a ginástica, que são os componentes de destaque desse 
núcleo. 
O movimento e a saúde: inclui-se as questões básicas de higiene, saúde, qualidade 
de vida e atividade física. Este núcleo estará presente em toda a vida escolar dos alunos, 
assim como os demais apresentados. 
Veja abaixo os conteúdos básicos de cada núcleo mencionado anteriormente. 
 
 
Quadro 1. Organização dos núcleos temáticos e seus conteúdos 
Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010, p. 57 
 
Estudante, a proposta de núcleos temáticos vista, é uma proposta geral para a 
Educação Básica, agora veremos especificamente o que podemos trabalhar na Educação 
Infantil. 
 Então, fique atento, falaremos dos objetivos propostos para a Educação Infantil. 
Nesta etapa o núcleo de O movimento e o esporte não será contemplado. 
 
 
 
Quadro 2. Objetivos para o professor em relação aos núcleos temáticos para a Educação 
Infantil. 
 
Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010, p. 62. 
 
De acordo com Palma, Oliveira e Palma (2010) tais objetivos poderão orientar a 
prática docente na Educação Infantil, assim como, os demais quadros que serão trazidos. 
Nestes, serão contemplados o Tema, Subtema, Assunto e exemplos para as aulas de 
Educação Física nesta etapa da Educação Básica. Em específico, a organização é 
direcionada ao Infantil 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 3. Núcleo de conhecimento o Movimento e a Corporeidade para o Infantil 4 
 
Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010. 
Abaixo temos a continuação do quadro acerca do movimento e a corporeidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Continuação quadro 3. 
 
Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010. 
Assim fechamos o núcleo temático de movimento e a corporeidade para irmos para 
o movimentos e os jogos. Vamos lá? 
 
 
 
 
 
 
Quadro 4. Núcleo de conhecimento o Movimento e os Jogos para o Infantil 4 
 
Fonte: Palma; Oliveira; Palma, 2010. 
 
Então, é indicado para as crianças da Educação Infantil nas aulas de Educação 
Física que

Continue navegando