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APOSTILA - Educação Física Escolar (UniFatecie)

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Prévia do material em texto

Educação
Física Escolar
Professora Me. Bruna Solera
EduFatecie
E D I T O R A
Reitor
Prof Ms. 
Diretor de Ensino 
Prof Ms. 
Diretor Financeiro
Prof
Diretor Administrativo 
Secretário Acadêmico 
Prof
Coordenação Adjunta de Ensino 
Prof a
Coordenação Adjunta de 
Pesquisa 
Prof
Coordenação Adjunta de 
Extensão 
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação a Distância 
Web Designer
Revisão Textual
e Diagramação
UNIFATECIE Unidade 1 
UNIFATECIE Unidade 2 
(
UNIFATECIE Unidade 3 
UNIFATECIE Unidade 4 
www.unifatecie.edu.br/site/
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir 
do site ShutterStock
20 by Editora EduFatecie 
Copyright do Texto © 20 Os autores 
Copyright © Edição 20 Editora EduFatecie
o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a 
EQUIPE EXECUTIVA
Editora-Chefe 
Prof
 Sbardeloto
Tatiane Viturino de
Oliveira
André Dudatt
www.unifatecie.edu.br/
editora-edufatecie
edufatecie@fatecie.edu.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
S685e Solera, Bruna 
 Educação física escolar / Bruna Solera. Paranavaí: EduFatecie, 
 2021. 
 118 p. : il. Color. 
 ISBN 978-65-87911-62-5 
1. Educação física. 2. Educação física para crianças3. Educação 
física – Ensino fundamental. I. Núcleo de Educação a Distância; II. Centro 
Universitário UniFatecie. III. Título.
CDD : 23 ed. 796.07 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
AUTORA
Prof. Me. Bruna Solera
● Doutoranda	em	Educação	Física	pelo	Programa	de	Pós-Graduação	Associado
em	Educação	Física	da	Universidade	Estadual	de	Maringá	e	da	Universidade
Estadual	de	Londrina	(PEF-	UEM/UEL);
● Mestre	em	Educação	Física	(PEFE	-	UEM/UEL);
● Especialista	em	Tecnologias	Aplicadas	ao	Ensino	a	Distância	(Centro	Universi-
tário	Cidade	Verde);
● Especialista	 em	 Educação	 Especial	 (Instituto	 Paranaense	 de	 Educação	 de
Maringá-PR);
● Especialista	em	Psicomotricidade	no	Contexto	Escolar	(Instituto	Paranaense	de
Educação,	Maringá-PR);
● Graduada	em	Educação	Física	Bacharelado	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
● Graduada	em	Educação	Física	Licenciatura	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
● Integrante	 do	 Grupo	 de	 Estudos	 e	 Pesquisas	 em	 Educação	 Física	 Escolar
(GEEFE)	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
● Coordenadora	e	recreadora	da	empresa	de	recreação	 infantil	 “Recreação	Tia
Pink	e	Cia”	de	Maringá-PR;
● Coordenadora	 do	 curso	 de	 Educação	 Física	 Licenciatura	 e	 Bacharelado,	 na
modalidade	 de	 Educação	 à	Distância,	 no	Centro	 Universitário	 Cidade	 Verde
(UniFCV).
Experiência	 de	 atuação	 na	Educação	 Física	 no	Ensino	 Infantil	 e	 Ensino	Médio.	
Estuda	a	Educação	Física	Escolar	e	a	autonomia	dos	estudantes.
Link	para	acesso	ao	currículo	lattes:	http://lattes.cnpq.br/4778060448341914	
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá	estudante,
Seja	bem	vindo	(a)	a	apostila	de	“Educação	Física	Escolar”!
Este	material	tem	como	objetivo	possibilitar	a	você	conhecimentos	relacionados	a	
disciplina	de	Educação	Física	na	escola,	conhecimentos	estes	que	o	(a)	aproximarão	do	
ambiente	escolar	e	das	especificidades	que	permeiam	esse	componente	curricular.
O	material	está	organizado	em	quatro	unidades.	Vamos	conhecê-las?
Na	Unidade	I	intitulada	de	“A	Educação	Física	Escolar	e	a	Educação:	reflexões	e	des-
dobramentos”	vamos	ter	contato	com	saberes	sobre	a	Educação	e	a	escola,	iremos	conhecer	
a	Educação	Física	Escolar,	entender	o	papel	do	professor	e	por	fim	discutir	o	planejamento	e	
sua	importância	para	uma	Educação	Física	com	sentido	e	significado	aos	alunos.
Na	Unidade	II,	“Educação	Física:	da	Educação	Infantil	ao	Ensino	Fundamental	Anos	
Finais”	você	poderá	conhecer	a	Educação	Física	e	como	ela	se	apresenta	na	Educação	Infantil,	
no	Ensino	Fundamental	Anos	Iniciais	e	Anos	Finais,	assim	como,	seus	respectivos	alunos.
Já	na	Unidade	 III,	chamada	de	“Educação	Física	Escolar:	conhecendo	o	Ensino	
Médio,	Educação	de	Jovens	e	Adultos,	Aulas	e	Avaliação”	você	continuará	conhecendo	a	
Educação	Física	na	Educação	Básica,	além	de	verificar	como	ela	se	apresenta	na	Educa-
ção	de	Jovens	de	Adultos,	como	são	suas	aulas	e	a	importância	da	avaliação.
Por	fim,	na	Unidade	 IV	 “Educação	Física	em	diferentes	contextos	com	objetivos	
educacionais”	vamos	finalizar	nossa	apostila	conhecendo	a	gestão	educacional,	projetos	
sociais	e	a	educação	em	espaços	não	urbanos.	Em	todas	as	temáticas	mencionaremos	a	
Educação	Física	e	seu	papel	na	instituição	escolar.
Espero	que	seja	uma	caminhada	de	muita	aprendizagem!
Bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 3
A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e 
Desdobramentos
UNIDADE	II	................................................................................................... 28
Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - 
Anos Finais
UNIDADE	III	.................................................................................................. 63
Educação Física Escolar: Conhecendo o Ensino Médio, Educação de 
Jovens e Adultos, Aulas e Avaliação
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 92
Educação Física em Diferentes Contextos com Objetivos 
Educacionais
3
Plano de Estudo:
● A	Educação	e	o	universo	escolar
● Considerações	acerca	da	Educação	Física	Escolar
● O	papel	do	professor	na	Educação	Física	Escolar
● Planejamento	da	Educação	Física	Escolar
Objetivos da Aprendizagem:
● Estudar	questões	relacionadas	à	Educação	e	o	ao	universo	escolar;
● Conhecer	a	Educação	Física	Escolar;
● Entender	o	papel	do	professor	na	Educação	Física	Escolar;
● Discutir	o	planejamento	e	sua	importância	na	Educação	Física.
UNIDADE I
A Educação Física Escolar 
e a Educação: Reflexões e 
Desdobramentos
Professora Me. Bruna Solera
4UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
INTRODUÇÃO
Olá	estudante,
Seja	bem	vindo	(a)	a	primeira	unidade	da	nossa	apostila	de	estudos	de	“Educação	
Física	Escolar”!
A	unidade	I,	intitulada	de	“Educação	Física	Escolar	e	a	Educação:	reflexões	e	des-
dobramentos”	tem	como	objetivo	central	possibilitar	a	você	uma	visão	geral	sobre	o	campo	
da	Educação	Física	escolar.	Para	isso,	estudaremos	conteúdos	relacionados	à	educação,	
à	escola,	ao	planejamento	e	à	própria	Educação	Física.	Tais	conteúdos	estão	distribuídos	
ao	longo	de	nossa	unidade	no	formato	de	tópicos,	conforme	segue.	
No	tópico	1,	chamado	de	“A	Educação	em	Foco”	você	terá	a	possibilidade	de	se	apro-
ximar	de	 conhecimentos	 relacionados	à	educação	no	geral.	Você	se	 lembra	da	história	da	
Educação?	Sabe	o	que	é	a	Educação?	Vamos	juntos	em	busca	de	tais	respostas	neste	tópico.
No	tópico	2,	“Conhecendo	o	universo	escolar”	vamos	falar	de	escola.	Todos	nós	já	
passamos	por	esse	espaço,	não	é	mesmo?	Então,	entenderemos	qual	o	papel	da	escola	
no	 contexto	 do	ensino	e	 aprendizagem.	Sendo	assim	estudante,	 após	 ter	 adquirido	 co-
nhecimentos	sobre	a	Educação,	sobre	o	espaço	escolar,	vamos	adentrar	no	universo	da	
Educação	Física.	
No	 tópico	3,	denominado	de	 “A	Educação	Física	Escolar:	 considerações	gerais”	
você	terá	oportunidade	de	conhecer	e	entender	como	a	Educação	Física	se	estrutura	na	
escola,	quais	são	suas	responsabilidades	e	objetivos	com	a	formação	na	educação.
Após	 isso,	 você	 irá	 se	deparar	 com	o	 tópico	4	 “Papel	 do	professor	na	Educação	
Física	escolar”.	Neste	momento	eu	pergunto	a	você:	Como	ser	um	bom	professor?	E	por	fim,	
no	tópico	5	“Planejamento	da	Educação	Física	Escolar”	encerraremos	a	unidade	I	debatendo	
sobre	o	planejamento,	qual	sua	importância	para	um	ensino	que	atinja	os	objetivos	formativos	
e	educativos,	almejados	para	os	alunos	na	disciplina	de	Educação	Física	na	escola.
Bons estudos!
5UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
1. A EDUCAÇÃO EM FOCOEstudante,	o	que	vem	em	sua	mente	quando	lê	a	palavra	“Educação”?	Reflita	sobre	
isso,	em	seguida	dê	continuidade	a	leitura.
A	Educação	possui	um	significado	complexo,	com	diversos	sentidos	e	significados.	
Com	relação	a	sua	origem	etimológica,	podemos	dizer	que	Educação	pode	ser	derivado	
tanto	do	verbo	 latino	 “educare”	quanto	 “educere”	 (ECCO;	NOGARO,	2015).	Tais	 verbos	
possuem	significados	distintos	de	acordo	com	Ecco	e	Nogaro	(2015).	Vejamos:
Educare:	quer	dizer	criar,	nutrir,	orientar,	ensinar,	conduzir	o	sujeito	de	onde	ele	está	
para	onde	ele	deseja	chegar.	Está	relacionado	a	ação	do	professor	sobre	o	aluno,	tendo	
seu	objetivo	centrado	no	desenvolvimento	mental	e	moral	dos	sujeitos,	preparando-os,	por	
meio	da	mediação	sistemática,	para	a	sociedade.
Educere:	extrair,	 fazer	nascer,	tirar	de,	provocar	a	atualização	de	algo,	promover	
o surgimento	de	dentro	pra	 fora.	A	 iniciativa	cabe	mais	ao	aluno	do	que	ao	professor,	o
professor	que	irá	valorizar	as	potencialidades	desse	sujeito.
De	acordo	com	o	dicionário,	Educação	significa	o	ato	ou	processo	de	educar	(-se);	
aplicação	dos	métodos	próprios	para	assegurar	a	 formação	e	o	desenvolvimento	 físico,	
intelectual	e	moral	do	ser	humano.	
Para	Dourado	e	Oliveira	(2003),	
6UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
A	educação	é	entendida	como	elemento	 constitutivo	e	 constituinte	das	 re-
lações	sociais	mais	amplas,	contribuindo,	contraditoriamente,	desse	modo,	
para	a	 transformação	e	a	manutenção	dessas	 relações.	 (DOURADO;	OLI-
VEIRA,	2009,	p.	203).
Para	Freire	(2001),	a	Educação	é	uma	prática	indispensável	aos	seres	humanos,	que	
pode	ser	vista	como	prática	construtora	do	ser	humano,	onde	educar	é	humanizar.	A	Educação	
é	permanente,	o	ser	humano	nunca	para	de	educar-se.	Isso	se	dá	não	apenas	no	contexto	
escolar,	mas	na	vida.		Ademais,	é	importante	mencionar	que	a	Educação	não	é	neutra,	pois	
através	dela	pode-se	reforçar	ou	modificar	a	situação	da	sociedade	(DALMAS,	1994).
A	Educação	é	uma	prática	que	esteve	presente	em	todas	as	sociedades	e	como	
tal,	passou	por	mudanças	no	decorrer	dos	anos.	A	evolução	da	educação	está	intimamente	
ligada	à	evolução	da	sociedade.	Vejamos	agora	caro	(a)	estudante,	pinceladas	acerca	da	
história	da	Educação	no	Brasil.
Vamos	começar	com	a	Educação	durante	o	Período	Colonial	 (1500	 -	1822).	De	
acordo	com	Souza	(2018),	neste	momento	a	Educação	está	sob	as	mãos	dos	jesuítas.	As	
Escolas	Jesuíticas	objetivavam	catequizar	e	converter	os	nativos	a	religião	católica	(BER-
NARDES,	2021).	
FIGURA 1. ESCOLA JESUÍTA NO BRASIL.
Fonte:	Bernades,	L.	Tudo	Estudo,	2021.
O	ensino	era	totalmente	acrítico	e	alheio	à	realidade	da	colônia,	o	que	levou,	aos	
poucos,	a	Educação	a	 se	 transformar	em	uma	Educação	de	elite.	Neste	 viés,	 o	ensino	
deveria	ser	apenas	dos	sujeitos	que	não	dependiam	do	 trabalho	para	sobreviver,	sendo	
assim,	não	poderia	ser	de	interesse	da	grande	massa	pobre.	Desta	forma,	os	índios	e	todos	
7UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
os	demais	que	não	faziam	parte	da	pequena	nobreza	e	seus	descendentes	eram	excluídos	
da	Educação.	Em	1759,	houve	um	conflito	entre	Marquês	de	Pombal		e	os	jesuítas.	Isso	
acabou	suprimindo	todas	as	escolas	jesuíticas.	Quem	assumiu	a	Educação	pela	primeira	
vez	foi	o	Estado	(SOUZA,	2018).
Chegamos	então	a	outro	momento	da	história,	a	Educação	no	Período	 Imperial	
(1822-1889).	O	ensino	ainda	permanecia	restrito	com	a	chegada	da	Família	Real,	em	1808.	
Houve	neste	período	maior	preocupação	com	o	ensino	superior.	Souza	(2018)	afirma	que	
o objetivo	da	Educação	era	a	 formação	das	classes	dirigentes.	Foi	no	Período	 Imperial
onde	tivemos	a	primeira	Constituição	Brasileira	de	1824,	que	garantia	em	seu	Art.	179	“a
instrução	primária	e	gratuita	a	todos	os	cidadãos”.
Em	1834	com	o	ato	adicional	e	a	Constituição	de	1891	o	ensino	foi	descentralizado.	
Apesar	disso,	não	houve	criação	de	condições	para	o	desenvolvimento	de	escolas	na	pro-
víncia,	o	que	de	certa	forma,	contribuiu	com	o	descaso	com	o	ensino	público.	Então	tínhamos	
de	um	lado,	o	ensino	para	a	formação	das	elites	com	cursos	secundários	e	superiores	e	do	
outro	o	ensino	primário	e	profissional	precário	para	as	classes	populares	(SOUZA,	2018).
Seguindo,	vamos	falar	sobre	o	contexto	educacional	durante	a	Primeira	República	
(1889	-	1930).	De	acordo	com	Souza	(2018),	nesta	época	o	modelo	educacional	que	dava	
privilégios	a	elite	foi	posto	em	questão.	A	descentralização	permaneceu,	e	ao	invés	de	con-
tribuir	com	mudanças	significativas	apenas	representou	descaso	e	abandono	dos	estados	
mais	pobres.	No	interior	do	país	havia	algumas	escolas	rurais,	no	entanto,	funcionavam	em	
condições	precárias	e	o	professor	não	tinha,	nem	sequer,	formação	profissional.	
Já	a	Educação	após	a	Revolução	de	1930	(1930	-	1937),	passou	por	transforma-
ções.	O	país	começou	a	enxergar	a	importância	da	educação.	Neste	momento	criou-se	o	
Ministério	da	Educação	e	as	secretarias	de	Educação	do	Estado.	Em	1932,	com	o	objetivo	
de	 uma	educação	 obrigatória,	 gratuita	 e	 laica	 originou-se	 o	Manifesto	 dos	Pioneiros	 da	
Educação	Nova.	Em	1934	surgiu	a	Constituição	que	 tinha	como	 foco	a	organização	do	
ensino	brasileiro,	com	a	participação	do	Governo	Federal.
De	1937	a	1945	tivemos	os	resultados	da	Educação	no	Estado	Novo	e	de	1945-1964	
o Governo	Populista.	Houve	a	retirada	da	obrigação	do	Estado	em	manter	o	ensino	público.
Mas	com	o	fim	do	Estado	Novo,	adotou-se	uma	nova	constituição,	na	qual	expressava	a
educação	como	direito	de	todos.	Em	1961,	tivemos	a	aprovação	da	Lei	de	Diretrizes	e	Ba-
ses	da	Educação	Nacional	(LDBEN).	Após	isso,	chegamos	à	Educação	durante	o	Regime
Ditatorial	(1964	-	1985),	período	onde	houve	a	repressão,	a	privatização	do	ensino,	dando
continuidade	ao	privilégio	da	classe	dominante.	Enquanto	isso,	a	educação	para	as	classes
8UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
populares	visava	apenas	a	preparação	de	mão	de	obra	para	sanar	as	necessidades	do	
mercado	de	trabalho	por	meio	de	um	ensino	técnico.
Além	disso,	ainda	temos	muita	história	a	ser	contada	acerca	da	Educação	até	che-
garmos	aos	dias	de	hoje,	mas	neste	momento	nos	atentaremos	a	Educação	Brasileira	de	
1985	à	atualidade.	De	fato	essa	área	passou	por	várias	modificações,	novas	Constituições	
e	Leis	foram	promulgadas,	os	Parâmetros	Curriculares	Nacionais	foram	elaborados	(1996),	
o Fundo	Nacional	de	Desenvolvimento	da	Educação	(FNDE)	(1968)	foi	criado,	assim	como
o Programa	Universidade	para	Todos	(ProUni).
Então	estudantes,	ao	longo	da	história	da	Educação	nos	deparamos	com	diversas	
fases.	 Leis	 e	 projetos	 foram	 criados	 com	o	 objetivo	 de	 sanar	 deficiências	 da	 educação	
brasileira,	mesmo	que	nem	todas	elas	tenham	sido	efetivadas	no	campo	da	prática,	tivemos	
uma	evolução.	E	nos	dias	atuais	 temos	um	documento	norteador	da	prática	docente,	a	
Base	Nacional	Comum	Curricular	(BNCC),	um	documento	de:
[...]	caráter	normativo	que	define	o	conjunto	orgânico	e	progressivo	de	apren-
dizagens	essenciais	que	todos	os	alunos	devem	desenvolver	ao	longo	das	
etapas	e	modalidades	da	Educação	Básica,	de	modo	que	tenham	assegu-
rados	seus	direitos	de	aprendizagem	e	desenvolvimento,	em	conformidade	
com	o	que	preceitua	o	Plano	Nacional	de	Educação	(PNE)	(BRASIL,	2017).	
A	Educação	Básica	compreende	o	Ensino	Infantil,	Ensino	Fundamental	Anos	Ini-
ciais	e	Finais	e	Ensino	Médio.	A	BNCC	estabelece	competências	gerais	para	a	Educação	
Básica,	são	elas:
1. Valorizar	 e	 utilizar	 os	 conhecimentos	 historicamente	 construídos	 sobre	 o
mundo	físico,	social,	cultural	e	digital	para	entender	e	explicar	a	realidade,	con-
tinuar	aprendendo	e	colaborar	para	a	construção	de	uma	sociedade	justa,	de-
mocrática	e	inclusiva.
2. Exercitar	a	curiosidade	intelectual	e	recorrer	à	abordagem	própria	das	ciên-
cias,	incluindo	a	investigação,	a	reflexão,	a	análise	crítica,	a	imaginaçãoe	a
criatividade,	para	 investigar	causas,	elaborar	e	 testar	hipóteses,	 formular	e
resolver	problemas	e	criar	soluções	 (inclusive	 tecnológicas)	com	base	nos
conhecimentos	das	diferentes	áreas.
3. Valorizar	e	fruir	as	diversas	manifestações	artísticas	e	culturais,	das	locais
às	mundiais,	e	também	participar	de	práticas	diversificadas	da	produção	ar-
tístico-cultural.
4. Utilizar	diferentes	linguagens	–	verbal	(oral	ou	visual-motora,	como	Libras,
e	escrita),	corporal,	visual,	sonora	e	digital	–,	bem	como	conhecimentos	das
linguagens	artística,	matemática	e	científica,	para	se	expressar	e	partilhar	infor-
mações,	experiências,	ideias	e	sentimentos	em	diferentes	contextos	e	produzir
sentidos	que	levem	ao	entendimento	mútuo.
5. Compreender,	utilizar	e	criar	 tecnologias	digitais	de	 informação	e	comu-
nicação	de	forma	crítica,	significativa,	reflexiva	e	ética	nas	diversas	práticas
sociais	(incluindo	as	escolares)	para	se	comunicar,	acessar	e	disseminar	in-
formações,	produzir	conhecimentos,	resolver	problemas	e	exercer	protago-
nismo	e	autoria	na	vida	pessoal	e	coletiva.
6. Valorizar	a	diversidade	de	saberes	e	vivências	culturais	e	apropriar-se	de
conhecimentos	e	experiências	que	lhe	possibilitem	entender	as	relações	pró-
prias	do	mundo	do	trabalho	e	fazer	escolhas	alinhadas	ao	exercício	da	cida-
dania	e	ao	seu	projeto	de	vida,	com	liberdade,	autonomia,	consciência	crítica
e	responsabilidade.
9UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
7. Argumentar	com	base	em	fatos,	dados	e	informações	confiáveis,	para	for-
mular,	negociar	e	defender	 ideias,	pontos	de	vista	e	decisões	comuns	que
respeitem	e	promovam	os	direitos	humanos,	a	consciência	socioambiental
e	o	consumo	responsável	em	âmbito	 local,	 regional	e	global,	com	posicio-
namento	ético	em	relação	ao	cuidado	de	si	mesmo,	dos	outros	e	do	planeta.
8. Conhecer-se,	apreciar-se	e	cuidar	de	sua	saúde	física	e	emocional,	com-
preendendo-se	na	diversidade	humana	e	reconhecendo	suas	emoções	e	as
dos	outros,	com	autocrítica	e	capacidade	para	lidar	com	elas.
9. Exercitar	a	empatia,	o	diálogo,	a	resolução	de	conflitos	e	a	cooperação,
fazendo-se	respeitar	e	promovendo	o	respeito	ao	outro	e	aos	direitos	huma-
nos,	com	acolhimento	e	valorização	da	diversidade	de	indivíduos	e	de	grupos
sociais,	seus	saberes,	identidades,	culturas	e	potencialidades,	sem	precon-
ceitos	de	qualquer	natureza.
10. Agir	 pessoal	 e	 coletivamente	 com	autonomia,	 responsabilidade,	 flexibili-
dade,	resiliência	e	determinação,	tomando	decisões	com	base	em	princípios
éticos,	democráticos,	inclusivos,	sustentáveis	e	solidários	(BRASIL,	2017,	p.	9).
Competências,	 são	 definidas	 na	BNCC	 como	 “a	mobilização	 de	 conhecimentos	
(conceitos	e	procedimentos),	habilidades	(práticas,	cognitivas	e	socioemocionais),	atitudes	
e	 valores	 para	 resolver	 demandas	 complexas	 da	 vida	 cotidiana,	 do	 pleno	 exercício	 da	
cidadania	e	do	mundo	do	 trabalho”	 (BRASIL,	2017,	p.	8).	Tais	competências	devem	ser	
estimuladas	durante	a	Educação	Básica		na	escola.
A	BNCC	expõe	aprendizagens	essenciais	que	todos	os	alunos	devem	desenvolver,	
buscando	uma	 igualdade	educacional,	com	a	concretização	do	direito	do	aprender.	 Isso	
porque,	sabemos	e	vimos	ao	longo	da	breve	história	da	Educação,	aqui	apresentada,	que	
o Brasil,	naturalizou	desigualdades	educacionais	em	relação	ao	acesso	à	escola,	a	perma-
nência	e	aprendizado	dos	alunos,	sendo	assim,	os	planejamentos	das	escolas,	sua	rotina	e
seus	eventos	devem	considerar	a	superação	de	tais	desigualdades	(BRASIL,	2017).
Você	conhece	o	espaço	escolar?	A	resposta	para	esta	questão	deve	ser	sim,	pois	
sem	dúvida,	você	estudante,	passou	pela	Educação	Básica	até	chegar	ao	ensino	superior.	
Vamos	conhecer	um	pouco	mais	sobre	ela?
SAIBA MAIS
Estudante,	o	Plano	Nacional	de	Educação	(PNE)	possui	vigência	de	10	anos.	Sendo	
assim,	 o	 que	 vigora	 no	momento	 é	 o	 plano	 de	 2014	 até	 2024	 (Lei	 nº	 13.005/2014).	
Neste,	são	estabelecidas	20	metas	para	a	Educação.	Acesse	o	link	e	confira:	http://pne.
mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-
-n-13-005-2014
Fonte:	Ministério	da	Educação	(2021).
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014
http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014
10UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
2. CONHECENDO O UNIVERSO ESCOLAR
A	escola,	é	o	espaço	no	qual,	 se	deve	proporcionar	acesso	aos	conhecimentos	
culturais	e	científicos,	como	uma	forma	de	promoção	e	ampliação	do	potencial	psíquico	dos	
alunos,	 isso	em	 íntima	associação	com	as	práticas	socioculturais	e	 institucionais,	assim	
como,	meio	de	superação	das	desigualdades	educativas	(LIBÂNEO,	2016).	De	acordo	com	
Bagnara	e	Fensterseifer	 (2019),	a	escola	possui	a	 responsabilidade	de	contribuir	para	o	
entendimento	 dos	 problemas	 sociais,	 auxiliando	 os	 alunos	 a	 compreenderem	o	mundo.	
Assim	como,	pode	ser	meio	de	se	trabalhar	os	valores	morais	incorporados	nos	debates	
desenvolvidos	no	ambiente	escolar	pelos	diversos	componentes	curriculares.	Ademais,	de	
acordo	com	a	BNCC	(BRASIL,	2017,	p.	14)	a	escola	é	vista	como	“espaço	de	aprendizagem	
e	de	democracia	inclusiva,	deve-se	fortalecer	na	prática	coercitiva	de	não	discriminação,	
não	preconceito	e	respeito	às	diferenças	e	diversidades”.
Apesar	 disso,	Bagnara	 e	Fensterseifer	 (2019)	 destacam	que	este	 espaço,	 deve	
ter	como	centralidade,	a	produção/construção	e	transmissão	do	conhecimento	e	saberes.	
Gandin	e	Gandin	(1999,	p.	67)	concordam	ao	afirmar	que	“o	conhecimento	é	o	centro	da	
atividade	em	uma	escola”.	Sendo	assim,	“problematizá-lo,	discutir	sua	utilidade,	sua	consti-
tuição	e	a	melhor	forma	de	fazer	com	que	os	alunos	construam	seu	próprio	conhecimento,	
deveria	ser	a	principal	ação	das	escolas”	(GANDIN;	GANDIN,	1999,	p.	67).
Estudante,	estamos	tratando	de	conhecimento,	você	acha	que	esta	palavra	é	si-
nônimo	de	informação?	
11UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
Pois	 bem,	 a	 informação	 não	 é	 conhecimento.	Gandin	 e	Gandin	 (1999)	 afirmam	
que	a	informação	é	como	se	fosse	a	matéria-prima,	que	só	se	tornará	conhecimento	se	for	
transformada	pelo	sujeito,	se	fizer	sentido	para	ele	e	se	relacionar	com	os	outros	conheci-
mentos	que	já	foram	construídos.	Caro	estudante,	isso	se	aplica	a	todos	os	componentes	
curriculares	presentes	na	escola.
Ademais,	cabe	a	eles,	como	destacado	por	Bagnara	e	Fensterseifer	(2019,	p.	48),	
Não	se	limitar	unicamente	a	reproduzir	os	sentidos	e	significados	encarnados	
pelas	diferentes	manifestações	culturais,	mas	sim	tematizá-los,	desnaturali-
zá-los,	evidenciando	a	pluralidade	de	sentidos	e	significados	que	os	 indiví-
duos	podem	produzir	nos	diversos	contextos.
Veja	estudantes,	que	a	escola	não	é	apenas	um	espaço	para	adquirir	conhecimen-
to,	o	movimento	encontrado	lá	vai	além	de	uma	simples	definição,	não	é	mesmo?	A	partir	do	
momento	que	a	escola	assume	tal	roupagem,	ela	“permite	ao	estudante	“ampliar	a	janela”,	
“aumentar	 a	 lente”	 através	 da	 qual	 enxerga	 e	 compreende	 o	mundo	 (BAGNAR;	FENS-
TERSEIFER,	2019,	p.	49),	fazendo	com	que,	a	escola	ultrapasse	a	tarefa	de	reducionista	
mencionada.
Você	 sabe	 quais	 são	 os	 componentes	 curriculares	 que	 possuem	 tal	missão	 no	
espaço	escolar?
Isso	depende	da	etapa	de	ensino	que	estamos	nos	referindo,	mas	falando	especifi-
camente	da	nossa	disciplina,	a	Educação	Física,	ela	se	faz	presente	na	Educação	Infantil,	
no	Ensino	Fundamental	Anos	Iniciais	e	Anos	Finais,	no	Ensino	Ensino	Médio,	na	Educação	
de	Jovens	e	Adultos	e	na	Educação	Especial.	Em	cada	uma	dessas	etapas,	temos	conhe-
cimentos	a	serem	construídos	por	meio	do	trato	com	o	movimento	humano	e	suas	diversas	
manifestações.Vamos	conhecer	um	pouco	mais	sobre	a	Educação	Física	na	Escola?	
REFLITA
“Ensinar	não	é	transferir	conhecimento,	mas	criar	as	possibilidades	para	a	sua	própria	
produção	ou	a	sua	construção”.
Paulo	Freire
12UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
3. A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CONSIDERAÇÕES GERAIS
Ah	Educação	Física	Escolar!	Você	se	lembra	como	eram	suas	aulas	de	Educação	
Física	na	época	em	que	estava	na	escola?
Com	o	decorrer	 dos	anos,	muito	 tem	se	alterado	 com	 relação	a	esta	disciplina.	
A	 tão	esperada	pelos	alunos,	a	aula	de	Educação	Física	 já	prezou	apenas	pelo	ensino	
técnico	dos	esportes,	a	disciplina	era	tecnicista.	Nesse	modelo	as	aulas	eram	voltadas	para	
a	execução	correta	dos	fundamentos	do	esporte	selecionado.	Os	mais	“famosos”	que	tem	
perpassado	décadas,	são	conhecidos	por	muitos	como	“quarteto	fantástico”.	Sabe	quais	
esportes	são	esses?	O	Vôlei,	Handebol,	Basquete	e	Futebol.
Durante	muito	 tempo	e	até	os	dias	de	hoje,	ainda	nos	deparamos	com	aulas	de	
Educação	Física	que	ensinam	aos	alunos	apenas	os	quatro	esportes	mencionados.	En-
tendemos	a	 importância	da	prática	esportiva	no	espaço	escolar,	mas	a	disciplina	não	se	
resume	a	isso.	Assim	como,	o	foco	de	seu	ensino	não	é	apenas	a	técnica	de	tais	práticas.	
Hoje,	buscamos	desenvolver	uma	Educação	Física	com	responsabilidade	educativa,	
isso	porque,	ela	é	um	componente	curricular,	e	como	tal	deve	auxiliar	e	contribuir	no	desafio	
de	atingir	os	objetivos	formativos	educacionais	presentes	no	Projeto	Político-Pedagógico	
escolar	(BAGNARA;	FENSTERSEIFER,	2019).	Mas	o	que	de	fato	então	é	responsabilidade	
da	Educação	Física?	
Há	alguns	equívocos	sobre	tal	questionamento.	De	acordo	com	Bagnara	e	Fens-
terseifer	(2019),	um	dos	maiores	mantras	sobre	a	responsabilidade	da	Educação	Física	na	
13UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
escola	está	em	relacioná-la	às	preocupações	com	a	saúde	e	qualidade	de	vida	dos	alunos	
e	da	população.	De	fato,	tal	afirmação	não	está	errada,	mas	reduzi-la	apenas	a	isso,	seria	
uma	interpretação	atrofiada	do	assunto.	
Para	 os	 autores,	 o	 debate	 da	 Educação	 Física	 deve-se	 centrar	 nas	 práticas	
corporais,	 onde	deverá	oferecer	 condições	para	a	 compreensão	dos	alunos	acerca	dos	
elementos	que	podem	interferir	na	relação	destas	com	a	saúde	e	qualidade	de	vida,	pois	
não	é	apenas	por	meio	da	Educação	Física	que	a	promoção	da	saúde	e	qualidade	de	vida	
são	promovidos.
A	Educação	Física	escolar	poderia,	de	forma	gradativa	e	multidimensional,	
focar	 na	 tomada	 de	 consciência	 acerca	 da	 relação	 entre	 atividade	 física,	
exercício	físico,	saúde,	qualidade	de	vida	e	contexto	social,	potencializando/
oportunizando	 um	processo	 formativo	 pautado	 pela	 reflexividade	 e	melhor	
dimensionamento	do	tema,	afinal,	como	sabemos,	a	saúde	e	a	qualidade	de	
vida	do	sujeito	dependem	de	muitos	fatores	(multifatorial),	e	apenas	um	deles	
está	atrelado	ao	nível	de	atividade/exercício	 físico	(BAGNARA;	FENSTER-
SEIFER,	2019,	p.	42).
Outra	justificativa,	elencada	por	Bagnara	e	Fensterseifer	(2019),	para	a	Educação	
Física	é	a	interação	humana.	Você	mesmo	pode	ter	dito,	ou	já	ouviu	alguém	mencionar,	
que	são	nas	aulas	de	Educação	Física	onde	se	 tem	momentos	de	 interação,	momento	
de	sair	da	sala	de	aula,	de	cooperar	com	os	colegas,	de	adquirir	valores	humanos.	Claro	
que	reconhecemos	que	em	muitas	aulas	da	disciplina	há	potencialização	do	mencionado,	
mas	é	preciso	relacioná-los	com	os	conteúdos	e	especificidades	da	mesma.	Além	disso,	a	
interação	humana	pode	acontecer	em	aulas	de	outras	disciplinas	e	outros	espaços.
Além	disso,	a	Educação	Física,	como	uma	matéria	escolar,	ainda	possui	uma	parti-
cularidade,	o	movimento	corporal,	que	de	acordo	com	Palma	e	colaboradores	(2018),	é	seu	
referencial	primário,	ou	seja,	o	movimento,	é	o	ponto	crucial	das	intervenções	pedagógicas	
na	área.	Através	do	movimento,	podemos	possibilitar	a	nossos	alunos	experiências	que	só	
podem	ser	vivenciadas	por	meio	dele.	Mas	fique	atento!	Não	podemos	tratá-lo	como	fim	em	si	
mesmo,	é	preciso	abordar	conhecimentos	conceituais	e	críticos	acerca	de	cada	conteúdo.	“É	
preciso	estimular	o	estudante	a	refletir	e	entender	as	questões	corporais	da	Educação	Física,	
vinculados,	também,	com	o	contexto	social”	(BAGNARA;	FENSTERSEIFER,	2019,	p.	44).
Então	caros	estudantes,
[...]	acreditar	que	a	Educação	Física	escolar	necessita	dar	conta	da	saúde,	
da	interação	humana	ou	das	práticas	corporais	pode	não	ser	um	problema.	O	
que	pode	se	constituir	como	um	problema	é	entender	que	a	Educação	Física	
escolar	deva	responder	por	somente	uma	dessas	perspectivas,	ignorando	as	
outras	e,	o	que	poderia	ser	ainda	pior,	desconectada	do	Projeto	Político-Pe-
dagógico	da	escola	e	descolada	do	contexto	social”	(BAGNARA;	FENSTER-
SEIFER,	2019,	p.	45).
14UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
Vamos	nos	atentar	e	sermos	cuidadosos	para	não	reduzir	a	Educação	Física	es-
colar,	vamos	trabalhar	a	favor	de	uma	disciplina	que	tenha	sentido	e	significado	para	os	
alunos,	que	o	ensino	seja	de	fato	efetivo	e	tenhamos	com	isso	a	formação	de	um	sujeito	
autônomo	e	crítico	capaz	de	transpor	para	fora	dos	muros	da	escola	o	conteúdo	aprendido	
e	se	desejado	por	ele,	que	esse	conhecimento	seja	modificado.
De	acordo	com	a	Base	Nacional	Comum	Curricular	(BNCC)	a	Educação	Física	é	
um	componente	curricular,	localizado	na	área	das	Linguagens,	isso	porque	se	trata	de	uma	
das	formas	de	 linguagem	–	 linguagem	corporal	 -,	que	os	sujeitos	utilizam	para	mediar	a	
sua	atividade	e	a	prática	social.		De	acordo	com	a	BNCC	(2017,	p.	213),	a	Educação	Física	
“tematiza	as	práticas	corporais	em	suas	diversas	formas	de	codificação	e	significação	so-
cial”.	As	práticas	corporais	são	então	entendidas	como	“manifestações	das	possibilidades	
expressivas	dos	sujeitos,	produzidas	por	diversos	grupos	sociais	no	decorrer	da	história”.
Sendo	assim,	
Nas	aulas,	as	práticas	corporais	devem	ser	abordadas	como	fenômeno	cul-
tural	dinâmico,	diversificado,	pluridimensional,	singular	e	contraditório.	Desse	
modo,	é	possível	assegurar	aos	alunos	a	(re)construção	de	um	conjunto	de	
conhecimentos	 que	 permitam	 ampliar	 sua	 consciência	 a	 respeito	 de	 seus	
movimentos	e	dos	recursos	para	o	cuidado	de	si	e	dos	outros	e	desenvolver	
autonomia	para	apropriação	e	utilização	da	cultura	corporal	de	movimento	
em	 diversas	 finalidades	 humanas,	 favorecendo	 sua	 participação	 de	 forma	
confiante	e	autoral	na	sociedade	(BRASIL,	2017,	p.	213).
Na	BNCC	cada	prática	corporal	compõem	uma	unidade	temática.	São	elas:	
● Brincadeiras	e	Jogos;
● Esporte;
● Ginástica;
● Danças;
● Lutas;
● Práticas	corporais	de	aventuras.
Todos	 os	 conteúdos	 mencionados	 devem	 ser	 trabalhados	 durante	 as	 aulas	 de	
Educação	Física	na	escola,	buscando	então	a	finalidade	de	formar	indivíduos	dotados	de	
capacidade	crítica,	com	condições	de	agir	de	forma	autônoma	com	relação	às	práticas	cor-
porais.	De	acordo	com	Bagnara	e	Fensterseifer	(2019,	p.	53),	esta	disciplina,	com	sentido	
educativo	deve	“[...]	favorecer	a	apropriação,	problematização,	compreensão	e	uso	criativo	
dos	conhecimentos	de	sua	especificidade”.	
Como	esse	conhecimento	é	construído?
Para	isso	há	o	envolvimento	tanto	dos	professores	quanto	dos	alunos.	Passe	para	
o próximo	tópico	e	conheça	mais	sobre	o	papel	do	professor	da	disciplina	de	Educação
Física	Escolar.
15UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
SAIBA MAIS
Há	 três	 elementos	 fundamentais	 comuns	 às	 práticas	 corporais:	 movimento	 corporal	
como	elemento	essencial;	organização	interna	(de	maior	ou	menor	grau),	pautada	por	
uma	lógica	específica;	e	produto	cultural	vinculado	com	o	lazer/entretenimento	e/	ou	o	
cuidado	com	o	corpo	e	a	saúde.	
Fonte:	Base	Nacional	Comum	Curricular,	2017
16UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
4. PAPELDO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Estudante,	quem	é	o	professor	responsável	pela	Educação	Física	na	escola?	
Eu,	você,	os	profissionais	formados	em	Licenciatura	em	Educação	Física.	Nosso	
foco	de	atuação	está	na	Educação,	no	espaço	escolar.		
“O	professor	exerce	uma	função	única	dentro	da	escola.	Ele	é	o	elemento	de	ligação	
entre	o	contexto	interno	–,	a	escola,	o	contexto	externo	–	a	sociedade	–,	o	conhecimento	
dinâmico	e	o	aluno”	(GALVÃO,	2002,	p.	65).		Ele	não	é	apenas	um	transmissor	da	informa-
ção	a	seus	alunos.	
Na	escola	o	professor	irá	mediar,	orientar	a	construção	do	conhecimento.	O	aluno	é	
centro	do	processo,	e	como	tal,	as	ações	dos	professores	são	direcionadas	a	contribuir	com	
uma	educação	que	tenha	sentido	e	significado	a	eles.	Nesta	perspectiva,	reconhecemos	
que	o	professor	não	é	o	detentor	de	todo	conhecimento,	ele	aprende	ao	mesmo	tempo	que	
ensina.	Ele	não	é	um	ser	acabado.	
A	sala	de	aula	-	entendida	aqui	como	todo	espaço	utilizado	para	o	ensino	e	aprendi-
zagem,	seja	o	espaço	físico	de	quatro	paredes	com	carteiras,	ou	a	quadra,	ou		o	pátio	e	até	
mesmo	um	gramado	-	é	fonte	importante	de	estudo	do	professor.	De	acordo	com	Gandin	e	
Gandin	(1999,	p.	129),
Trata-se	de	estabelecer	uma	postura	de	quem	reflete	e	avalia	constantemente	
as	escolhas	e	os	caminhos	que	toma,	de	quem	está	sempre	aberto	a	apren-
der,	de	quem	usa	o	espaço	do	ensino	como	um	processo	de	aprendizado.	
Não	se	trata	aqui	de	dizer	que	os	aprendizados	que	ocorrem	na	sala	de	aula	
são	iguais	para	os	professores	e	alunos	[...].	O	professor	não	pode	renunciar	
ao	seu	papel	fundamental	no	processo	de	construção	do	conhecimento	dos	
alunos,	prioridade	no	espaço	da	escola.	Mas	para	que	esse	professor	possa	
dar	mais	consistência	a	seu	trabalho,	para	que	sua	prática	seja	mais	sintoni-
zada	como	um	projeto	de	transformação	da	sociedade,	ele	precisa	aprender	
com	suas	aulas.	Não	há	como	formar	sujeitos,	se	o	professor	não	é,	ele	é	o	
próprio	sujeito.	Não	há	como	“conquistar”	os	alunos	para	uma	posição	crítica	
diante	do	conhecimento	se	o	professor	não	tem	essa	mesma	visão.
17UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
Assim	sendo,	nós	como	professores,	para	exercermos	nossa	função	como	tal,	deve-
mos	sempre	estudar.	Isso	significa	que	você	precisa	“problematizar	o	seu	trabalho	docente,	
problematizar	o	espaço	de	sala	de	aula	(como	espaço	privilegiado	de	construção	de	conheci-
mento)”	(GANDIN;	GANDIN,	1999,	p.	130).	O	estudo	deve	ser	algo	constante	de	maneira	que	
sempre	possamos	fazer	a	leitura	e	interpretar	o	mundo	ao	nosso	redor	sob	diversos	olhares	
mediante	a	fatos	da	atualidade.	Gandin	e	Gandin	(1999,	p.	130)	destacam	que	“não	há	como	
ser	um	bom	professor	sem	ser	um	profissional	competente	na	sua	área	de	estudo”.
Além	do	mencionado,	o	que	é	necessário	para	ser	um	bom	professor?	Galvão	(2002)	
traz	em	seu	estudo	característica	para	ser	um	professor	bem	sucedido.	Tais	características	
estão	agrupadas	em	três	aspectos:	técnicos,	afetivos	e	sociopolíticos.	Veja	o	quadro	1.
QUADRO 1.CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS, AFETIVAS E SOCIOPOLÍTICAS DE UM 
PROFESSOR BEM-SUCEDIDO.
I. Nas características técnicas, o professor bem-sucedido:
1. Conhece	seus	alunos	e	adapta	o	ensino	às	suas	necessidades,	incorporando	a	ex-
periência	do	aluno	ao	conteúdo	e	incentivando	sua	participação.
2. Reflete	e	pensa	sobre	sua	prática.
3. Domina	conteúdo	e	metodologia	para	ensiná-lo.
4. Aproveita	o	tempo	útil,	tem	poucas	faltas	e	interrupções.
5. Aceita	responsabilidade	sobre	as	exigências	dos	alunos	e	seu	trabalho.
6. Usa	eficientemente	o	material	didático,	dedicando	mais	tempo	às	práticas	que	enri-
quecem	o	conteúdo.
7. Fornece	feedback	constante	e	apropriado.
8. Fundamenta	o	conteúdo	na	unidade	teórica-prática.
9. Comunica	aos	alunos	o	que	espera	deles	e	por	que	(tem	objetivo	claro).
10. Ensina	estratégias	metacognitivas	aos	alunos	e	as	exercita.
11. Estabelece	objetivos	cognitivos	tanto	de	alto	quanto	de	baixo	nível.
12. Integra	seu	ensino	com	outras	áreas.
II. Nas características afetivas, o professor bem-sucedido:
1. Demonstra	interesse,	entusiasmo,	vibração,	motivação	e/ou	satisfação	com	o	ensino
e	seu	trabalho,	valorizando	seu	papel.
2. Desenvolve	laço	afetivo	forte	com	os	alunos.
3. Mantém	clima	agradável,	respeitoso	e	amigo	com	os	alunos	–	“atmosfera	prazerosa”.
4. É	afetivamente	maduro	(não,	“bonzinho”).
III. Nas características sociopolíticas, o professor bem-sucedido:
1. Conhece	a	experiência	social	concreta	dos	alunos.
2. Possui	visão	crítica	da	escola	e	de	seus	determinantes	sociais.
3. Possui	visão	crítica	dos	conteúdos	escolares.
Fonte:	Adaptado	de	Galvão,	2002.
18UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
Caro	estudantes,	há	várias	características	para	ser	um	bom	professor,	não	é	mes-
mo?	São	características	gerais	que	se	aplicam	aos	professores	de	Educação	Física.	Além	
disso,	quando	os	olhares	se	voltam	para	a	especificidade	da	disciplina,	um	aspecto	muito	
importante	é	a	motivação	do	professor.	De	acordo	com	Batista,	Cardoso	e	Nicoletti	(2019),	
a	motivação	influencia	nas	ações	pedagógicas,	evidenciando	seu	compromisso	enquanto	
profissional	da	educação.	
Essa	motivação	pode	ser	afetada	pela	falta	de	infraestrutura	adequada,materiais,	
remuneração	e	comportamento	dos	alunos.	Mas	tudo	isso,	deve	e	pode	ser	superado	com	
uma	prática	docente	bem	organizada,	ou	seja,	aulas	sistematizadas	e	fundamentadas	para	
possibilitar	uma	aprendizagem	significativa	aos	alunos.		
Há	estudos	que	comprovam	que	o	planejamento	das	aulas	de	Educação	Física	
influencia	 na	motivação	 dos	 alunos,	 assim	 como	 em	 sua	 aprendizagem.	Vamos	 para	 o	
próximo	tópico?	Lá	falaremos	sobre	o	planejamento.
19UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
5. PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
O	que	é	o	planejamento?	Você	costuma	planejar	o	seu	dia?	
O	planejar	está	presente	na	história	do	homem,	por	exemplo	o	homem	primitivo	
pensava	em	como	poderia	 caçar,	 pescar,	 atacar	 seus	 inimigos.	Quando	pensamos	que	
queremos	algo,	pensamos	também	em	quais	ações	devemos	ter	para	alcançarmos	isso,	
nesse	 sentido,	 podemos	 nos	 planejar	 para	 uma	 viagem	ou	 até	mesmo	uma	 ida	 ao	 su-
permercado.	 Esse	 ato	 faz	 com	 que	 possamos	 atingir	 nossos	 objetivos,	 no	 caso	 com	 a	
viagem,	teremos	um	local	para	ficar,	espaços	para	conhecer	e	tudo	será	efetivado	dentro	
do	tempo	que	temos	disponível	para	o	passeio.	Na	ida	ao	mercado,	a	organização	da	lista	
de	compras,	faz	com	que	você	compre	tudo	o	que	necessita.	
Estudante,	a	partir	do	mencionado,	como	você	definiria	o	planejar?	Reflita	e	depois	
prossiga	com	a	leitura.
Planejar	pode	ser	definido	de	várias	formas,	mas	de	acordo	com	Gandin	(1986,	p.	
19),	“Planejar	é	organizar	a	própria	ação”,	“é	agir	racionalmente”,	“é	dar	clareza	e	precisão	
à	própria	ação”.	Para	Menegolla	e	Sant´Anna	(1992,	p.	15),	o	ato	de	planejar	é	“uma	preo-
cupação	que	envolve	toda	a	possível	ação	ou	qualquer	empreendimento	da	pessoa”.
Para	Menegolla	 e	Sant´Anna	 (1992)	 planejar	 o	 processo	educativo	é	 planejar	 o	
indefinido,	isso	porque,	a	educação	não	é	um	processo	que	podemos	pré-definir	totalmente	
os	resultados,	pois	não	se	trata	de	uma	aprendizagem	mecânica,	estaremos	lidando	com	
seres	 humanos,	 nossos	 alunos.	 Sendo	 assim,	 o	 planejamento	 deve	 ser	 “o	 instrumento	
20UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
direcional	de	todo	o	processo	educacional	[...].	O	planejamento	educacional	torna-se	ne-
cessário,	 tendo	 em	 vista	 as	 finalidades	 da	 educação	 [...]”	 (MENEGOLLA;	 SANT’ANNA,	
1992,	p.	31),	somente	com	ele	poderemos	estabelecer	o	que	se	deve	 realizar	para	que	
nossos	objetivos	sejam	atingidos.	
É	importante	destacar	que	o	planejamento	não	é	algo	engessado,	ele	é	flexível	e	
sempre	deve	estar	em	processo	de	avaliação,	revisão	para	ser	efetivo	e	adequado	para	
quem	ele	é	destinado,	conforme	mencionado	por	Menegollae	Sant´Anna	(1992,	p.	35).
O	planejamento	sempre	está	em	processo,	portanto,	em	evolução	e	readap-
tação.	Não	é	um	processo	estático,	mas	dinâmico,	onde	podem	ser	redefi-
nidos	os	objetivos,	 reorganizados	os	meios	e	recursos,	modificadas	as	es-
tratégias	de	ação,	mas	isto	só	quando	são	observadas	e	constatadas	certas	
incongruências	na	sua	estrutura.
Essa	característica	do	planejamento	não	ser	algo	engessado,	vai	de	acordo	tam-
bém	com	Libâneo	 (1990),	onde	ele	cita	que,	ao	planejar,	não	devemos	pensar	em	algo	
rígido	e	único,	pois	uma	das	características	do	processo	de	ensino	é	que	está	sempre	em	
movimento,	sempre	se	modificando,	frente	às	condições	reais,	necessitando	sempre	que	
necessário	passar	por	constantes	revisões.
Sendo	assim,	sempre	devemos	estar	nos	questionando	se	estamos	 indo	para	a	
direção	almejada,	avaliando	o	processo	e	replanejando	se	for	preciso.	Gandin	(1986)	traz	
que	dentro	de	um	processo	de	planejamento	precisamos	responder	a	três	perguntas:	
1. O	que	queremos	alcançar?
2. A	que	distância	estamos	daquilo	que	queremos	alcançar?
3. O	que	faremos	concretamente	(em	tal	prazo)	para	diminuir	tal	distância?
Vamos	pensar	em	possíveis	respostas	considerando	a	Educação	Física	Escolar.	
O	que	queremos	alcançar	com	nossas	aulas?	Possibilitar	aos	alunos	a	aprendizagem	do	
movimento	humano	e	suas	diversas	manifestações	de	forma	que	eles	consigam	transferir	
para	fora	da	escola,	de	forma	autônoma	e	crítica	os	conhecimentos	adquiridos.	Este	seria	
um	objetivo	geral	da	Educação	Física	na	escola.	
Mas	vamos	pensar	em	um	objetivo	para	um	conteúdo,	por	exemplo,	possibilitar	a	
vivência	das	lutas	por	meio	de	jogos	e	brincadeiras.	Quantas	aulas	você	tem	no	bimestre	
ou	semestre	para	tais	aulas?	O	que	você	fará	na	quantidade	de	aulas	selecionadas	para	tal	
conteúdo	para	atingir	seu	objetivo?	
Estudante,	estas	questões	são	essenciais.	O	planejamento	é	essencial.	Sem	uma	
organização	prévia	para	onde	estaremos	levando	nossos	alunos?	Para	lugar	nenhum,	pois	
não	sabemos	onde	iremos	chegar.		
21UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
Dessa	forma,	planejar	as	ações	docentes	evita-se	ter	a	improvisação	como	hábito,	
aumentando	as	chances	de	atingir	os	objetivos	traçados,	evitando	gasto	de	energia	e	tem-
po,	garantindo	a	segurança	e	conhecimento	que	está	sendo	construído.
Agora	vamos	falar	sobre	tipos	de	planejamento,	você	conhece	algum?	Vamos	conhecer!
A) Planejamento Educacional:	é	o	planejamento	do	Sistema	de	Educação,	que
abrange	a	elaboração	de	objetivos	a	 longo	prazo.	Neste	envolvem-se	os	planejamentos	
a	nível	nacional,	estadual	ou	municipal.		São	exemplos,	a	nível	nacional	a	Base	Nacional	
Comum	Curricular;	a	nível	estadual,	cada	Estado	possui	o	seu	planejamento;	assim	como	
a	nível	municipal.	É	um	planejamento	mais	amplo	e	abrangente.	Tem	duração	de	10	anos.
B) Planejamento Escolar:	 é	 o	 projeto	 educativo	 (político-pedagógico)	 da	 ins-
tituição	 (BOSSLE,	 2002).	De	 acordo	 com	o	 Libâneo	 (1994)	 temos	 três	modalidades	 de	
planejamento	escolar:	São	eles,	o	Projeto	Político	Pedagógico	(PPP)	ou	Plano	de	Escola;	
Plano	de	Ensino	e	Plano	de	Aula.	
O	PPP,	de	acordo	com	Schmidt	e	Leal	(2018,	p.	5.),
[...]	 requer	participação	coletiva	na	elaboração,	 finalização	e	efetivação	do	
documento,	 pois	 reflete	 diretamente	 na	 prática	 pedagógica	 adotada	 pelos	
professores	 e	 expressa	 posicionamento	 adotado	 referente	 às	 teorias	 edu-
cacionais	existentes,	ato	que	requer	 reflexão	e	 investigação.	 [...]	O	Projeto	
Político	Pedagógico	nasce	da	necessidade	de	uma	dada	realidade	da	comu-
nidade	escolar	atrelado	ao	papel	da	escola	para	o	desenvolvimento	integral	
do	aluno.
O	Plano	 de	Ensino,	 por	 sua	 vez,	 é	 aquele	 onde	 o	 professor	 trará	 a	 “sequência	
didática,	orientações	para	um	ano	ou	um	semestre”	(SCHIMITH;	LEAL,	2018,	p.	7),	ele
[...]	 fornece	maior	possibilidade	de	efetivação	com	flexibilidade,	dinamismo	
e	coerência,	por	isso	o	plano	de	ensino	se	constitui	basicamente	de	identi-
ficação,	que	discrimina	nome	da	escola,	da	disciplina,	do	professor,	do	ano/
turma,	número	de	aulas,	campus	para	objetivos	(geral	e	específico),	que	re-
ferem-se	aos	resultados	que	o	professor	pretende	alcançar	com	as	aulas	e	
estabelece	metas	específicas	do	que	o	professor	espera	que	o	aluno	assimile	
do	conteúdo	aplicado,	conteúdo	programático,	considerando	os	referenciais	
e	programas	escolares,	além	das	experiências	do	professor	e	do	aluno,	me-
todologia	de	ensino,	avaliação	e	referências.	Dentre	as	referências	existentes	
para	isso	temos	os	PCN’s	que	servem	como	referencial	curricular,	além	de	
livros	didáticos	e	paradidáticos,	porém,	não	devem	ser	 tomados	como	ele-
mentos	únicos	padronizados.
Este	plano	de	ensino	irá	se	desmembrar	no	Plano	de	Aula.	Ele	é	essencial	e	indis-
pensável	para	todos	os	momentos	da	aula,	assim	como,	para	qualquer	aula.	O	plano	de	
aula	“organiza	que	metodologia		você		vai		seguir,		e	pode		sistematizar	simplificando		a		sua		
prática”	(SABÓIA;	BARBOSA,	2020,	p.	8).
Então,	estudante,	nós	como	professores	devemos	ter	conhecimento	de	todos	es-
ses	planejamentos	para	elaborarmos	nosso	plano	de	ensino	e	nossos	planos	de	aula.	É	
importante	ainda	ressaltar	que	o	planejamento	do	professor	não	deve	ser	elaborado	em	
22UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
via	de	mão	única.	Envolver	os	alunos	na	elaboração	desse	planejamento,	ou	seja,	torná-lo	
participativo	é	algo	que	motivará	a	prática,	irá	fazer	com	que	os	alunos	se	tornem	parte	do	
processo	de	ensino	aprendizagem,	que	sua	vez,	terá	sentido	e	significado	a	eles,	possibili-
tando	ainda	o	desenvolvimento	de	sua	autonomia	e	uma	aprendizagem	significativa.
Para	finalizar,	precisamos	definir	os	caminhos	para	chegarmos	no	local	desejado.	
E	neste	caminho	temos	vários	detalhes,	como,	metodologias	de	ensino,	estratégias,	tipo	
de	planejamento	que	você	utilizará.	Visite	o	item	referente	a	materiais	complementares	e	
amplie	seus	conhecimentos.
REFLITA
É	preciso	entender	que	todo	planejamento	deve	considerar	estratégias	de	ensino	e	inter-
venções	pedagógicas	diferenciadas.	É	PRECISO	CONSIDERAR	AS	EXPERIÊNCIAS	
DIVERSAS	DOS	ALUNOS,	SEUS	VALORES,	SEU	CONHECIMENTO	PROVENIENTE	
DO	SENSO	COMUM.	Só	assim,	o	planejamento	sairá	do	papel	para	 fazer	sentido	e	
significado	para	os	alunos.
Fonte:	a	autora.
23UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos	ao	fim	da	nossa	primeira	unidade	da	apostila	de	“Educação	Física	Esco-
lar”	e	com	isso,	espero	que	você	tenha	avançado	na	construção	de	sua	bagagem	acadêmica.	
Nesta	unidade	com	o	objetivo	de	possibilitar	a	você	estudante,	uma	visão		geral	sobre	
o campo	da	Educação	Física	escolar,	perpassamos	por	conhecimentos	sobre	à	educação,	à
escola,	ao	planejamento	e	à	própria	Educação	Física.	Frente	a	isso	podemos	verificar	que:
A	Educação	possui	um	significado	complexo	e	dinâmico.
A	escola	é	um	espaço	que	vai	além	da	transmissão	de	informações.
A	Educação	Física	Escolar	é	um	componente	curricular	que	deve	possibilitar	a	seus	
alunos	a	apropriação,	problematização,	compreensão	e	uso	criativo	dos	conhecimentos	de	
sua	especificidade.
O	Professor	assume	papel	 imprescindível	na	execução	de	uma	Educação	Física	
ligada	à	proposta	pedagógica	da	escola,	assim	como,	para	isso	deve	assumir	posturas	para	
ser	um	bom	professor.
O	planejamento	é	o	traço	do	caminho	que	devemos	seguir	para	chegar	ao	nosso	objetivo.
Frente	a	 isso	podemos	concluir	que	a	Educação	Física	Escolar	é	uma	disciplina	
presente	na	escola,	com	cunho	formativo,	educativo,	que	ultrapassa	a	prática	pela	prática,	
exige	organização	prévia	ações	e	comprometimento	profissional	para,	possibilitar	aos	alu-
nos,	a	construção	de	conhecimentos	acerca	do	movimento	humano	e	suas	manifestações,	
de	forma	com	que	faça	sentido	e	tenha	significado	a	eles,	e	assim,	consigam	transpor	o	
aprendizado	para	além	dos	muros	da	escola.24UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
LEITURA COMPLEMENTAR
CONHEÇA O ESPORTE DE ACORDO COM A BNCC
A	unidade	 temática	Esportes	 reúne	 tanto	as	manifestações	mais	 formais	dessa	
prática	quanto	as	derivadas.	O	esporte	como	uma	das	práticas	mais	conhecidas	da	contem-
poraneidade,	por	sua	grande	presença	nos	meios	de	comunicação,	caracteriza-se	por	ser	
orientado	pela	comparação	de	um	determinado	desempenho	entre	 indivíduos	ou	grupos	
(adversários),	regido	por	um	conjunto	de	regras	formais,	institucionalizadas	por	organiza-
ções	(associações,	federações	e	confederações	esportivas),	as	quais	definem	as	normas	
de	disputa	e	promovem	o	desenvolvimento	das	modalidades	em	todos	os	níveis	de	com-
petição.	No	entanto,	essas	características	não	possuem	um	único	sentido	ou	somente	um	
significado	entre	aqueles	que	o	praticam,	especialmente	quando	o	esporte	é	realizado	no	
contexto	do	lazer,	da	educação	e	da	saúde.	Como	toda	prática	social,	o	esporte	é	passível	
de	recriação	por	quem	se	envolve	com	ele.	As	práticas	derivadas	dos	esportes	mantêm,	
essencialmente,	 suas	 características	 formais	 de	 regulação	das	ações,	mas	adaptam	às	
demais	normas	institucionais	aos	interesses	dos	participantes,	às	características	do	espa-
ço,	ao	número	de	jogadores,	ao	material	disponível,	etc.	Isso	permite	afirmar,	por	exemplo,	
que,	em	um	jogo	de	dois	contra	dois	em	uma	cesta	de	basquetebol,	os	participantes	estão	
jogando	basquetebol,	mesmo	não	sendo	obedecidos	os	artigos	que	integram	o	regulamento	
oficial	da	modalidade.	Para	a	estruturação	dessa	unidade	temática,	é	utilizado	um	modelo	de	
classificação	baseado	na	lógica	interna,	tendo	como	referência	os	critérios	de	cooperação,	
interação	com	o	adversário,	desempenho	motor	e	objetivos	táticos	da	ação.	Esse	modelo	
possibilita	a	distribuição	das	modalidades	esportivas	em	categorias,	privilegiando	as	ações	
motoras	intrínsecas,	reunindo	esportes	que	apresentam	exigências	motrizes	semelhantes	
no	desenvolvimento	de	suas	práticas.	Assim,	são	apresentadas	sete	categorias	de	esportes	
(note-se	 que	 as	modalidades	 citadas	 na	 descrição	 das	 categorias	 servem	apenas	 para	
facilitar	a	compreensão	do	que	caracteriza	cada	uma	das	categorias.	Portanto,	não	são	
prescrições	das	modalidades	a	ser	obrigatoriamente	tematizadas	na	escola):	
● Marca:	conjunto	de	modalidades	que	se	caracterizam	por	comparar	os	resulta-
dos	registrados	em	segundos,	metros	ou	quilos	(patinação	de	velocidade,	todas	as	provas	
do	atletismo,	remo,	ciclismo,	levantamento	de	peso,	etc.).
● Precisão:	conjunto	de	modalidades	que	se	caracterizam	por	arremessar/lançar
um	objeto,	procurando	acertar	um	alvo	específico,	estático	ou	em	movimento,	comparan-
25UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
do-se	o	número	de	tentativas	empreendidas,	a	pontuação	estabelecida	em	cada	tentativa	
(maior	ou	menor	do	que	a	do	adversário)	ou	a	proximidade	do	objeto	arremessado	ao	alvo	
(mais	 perto	 ou	mais	 longe	 do	 que	 o	 adversário	 conseguiu	 deixar),	 como	nos	 seguintes	
casos:	bocha,	curling,	golfe,	tiro	com	arco,	tiro	esportivo,	etc.
● Técnico-combinatório:	reúne	modalidades	nas	quais	o	resultado	da	ação	motora
comparado	é	a	qualidade	do	movimento	segundo	padrões	técnico-combinatórios	(ginástica	
artística,	ginástica	rítmica,	nado	sincronizado,	patinação	artística,	saltos	ornamentais,	etc.).
● Rede/quadra	dividida	ou	parede	de	rebote:	reúne	modalidades	que	se	caracteri-
zam	por	arremessar,	lançar	ou	rebater	a	bola	em	direção	a	setores	da	quadra	adversária	nos	
quais	o	rival	seja	incapaz	de	devolvê-la	da	mesma	forma	ou	que	leve	o	adversário	a	cometer	
um	erro	dentro	do	período	de	tempo	em	que	o	objeto	do	jogo	está	em	movimento.	Alguns	
exemplos	de	esportes	de	rede	são	voleibol,	vôlei	de	praia,	tênis	de	campo,	tênis	de	mesa,	
badminton	e	peteca.	Já	os	esportes	de	parede	incluem	pelota	basca,	raquetebol,	squash,	etc.	
● Campo	e	 taco:	 categoria	que	 reúne	as	modalidades	que	se	 caracterizam	por
rebater	a	bola	lançada	pelo	adversário	o	mais	longe	possível,	para	tentar	percorrer	o	maior	
número	 de	 vezes	 as	 bases	 ou	 a	maior	 distância	 possível	 entre	 as	 bases,	 enquanto	 os	
defensores	não	recuperam	o	controle	da	bola,	e,	assim,	somar	pontos	(beisebol,	críquete,	
softbol,	etc.).	
● Invasão	ou	territorial:	conjunto	de	modalidades	que	se	caracterizam	por	compa-
rar	a	capacidade	de	uma	equipe	introduzir	ou	levar	uma	bola	(ou	outro	objeto)	a	uma	meta	
ou	setor	da	quadra/	campo	defendida	pelos	adversários	(gol,	cesta,	touchdown	etc.),	pro-
tegendo,	simultaneamente,	o	próprio	alvo,	meta	ou	setor	do	campo	(basquetebol,	frisbee,	
futebol,	futsal,	futebol	americano,	handebol,	hóquei	sobre	grama,	polo	aquático,	rúgbi,	etc.).
● Combate:	reúne	modalidades	caracterizadas	como	disputas	nas	quais	o	opo-
nente	deve	ser	subjugado,	com	técnicas,	táticas	e	estratégias	de	desequilíbrio,	contusão,	
imobilização	ou	exclusão	de	um	determinado	espaço,	por	meio	de	combinações	de	ações	
de	ataque	e	defesa	(judô,	boxe,	esgrima,	taekwondo,	etc.).
Fonte:	Base	Nacional	Comum	Curricular	(2017).
26UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título:	Educação	Física:	Ensino	&	Mudanças
Autor: Elenor	Kunz
Editora:	Ijui	
Sinopse:	O	autor	chama	a	atenção	para	o	“adestramento	do	Movi-
mento	Humano”,	que	vem	ocorrendo	nos	países	de	Terceiro	Mundo	
a	partir	dos	esportes	nos	moldes	americanos	ou	europeus,	sem	
considerar	a	cultura	do	movimento	existente	em	cada	região,	Es-
tado	ou	país.	Esta	invasão	faz	desaparecer	as	culturas	tradicionais	
do	movimento	(brincadeiras,	jogos,	danças).	Buscando	compreen-
der	a	 inquestionabilidade	destes	esportes	e	da	Educação	Física	
enquanto	 orientados	 na	 competição	 e	 na	 concorrência,	 o	 autor	
procura	traçar	novos	caminhos	para	os	esportes	e	a	Educação	Fí-
sica	que	atendam	exigências	educacionais,	vinculadas	às	implica-
ções	políticas	e	sociais,	presentes	no	ato	pedagógico.	Para	tanto,	
redimensiona	o	conceito	de	Educação	e	do	Movimento	Humano	
para	 poder	 legitimar,	 científica	 e	 pedagogicamente,	 a	Educação	
Física	Escolar,	no	contexto	de	uma	educação	crítico-emancipató-
ria.	E	para	não	apresentar	modelos	prefixados	do	funcionamento	
da	Educação	Física	nesta	proposta,	desenvolve	perspectivas	de	
ensino	a	partir	dos	pressupostos	da	nova	concepção	de	Educação	
e	Movimento	Humano.
LIVRO
Título:	Aprendizagem	Significativa:	 condições	para	ocorrência	 e	
lacunas	que	levam	a	comprometimentos
Autor:	Elcie	F.	Salzano	Masini	e	Marco	Antonio	Moreira	e	Colabo-
radores
Editora:	Vetor
Sinopse:	Este	livro	pretende	oferecer	subsídios	teóricos	e	episte-
mológicos	sobre	o	aprender	em	situação	formal	de	ensino	e	em	si-
tuações	não	especificadas	e	discutir	lacunas	e	comprometimentos	
do	aprender	com	exemplos	em	diferentes	áreas	de	pesquisa.	Esta	
publicação	terá	atingido	seu	objetivo	se	alertar	para	a	importância	
das	condições	oferecidas	para	que	ocorra	o	aprender	com	signifi-
cado	e	realizado	sua	meta	central	se	ficar	evidenciado	que,	para	
dimensionar	comprometimentos	no	desenvolvimento	da	aprendi-
zagem,	o	autor	acredita	ser	indispensável	uma	análise	cuidadosa	
das	lacunas	nas	condições	requeridas	para	esse	aprender.
27UNIDADE I A Educação Física Escolar e a Educação: Reflexões e Desdobramentos
FILME/VÍDEO 
Título.	Escritores	da	liberdade	
Ano. 2007
Sinopse.	Hilary Swank,	duas	vezes	premiada	com	o	Oscar,	atua	
nessa	 instigante	 história,	 envolvendo	 adolescentes	 criados	 em	
meio	de	 tiroteios	e	agressividade,	e	a	professora	que	oferece	o	
que	eles	mais	precisam:	uma	voz	própria.	Quando	vai	parar	numa	
escola	 corrompida	 pela	 violência	 e	 tensão	 racial,	 a	 professora	
Gruwel	 combate	um	sistema	deficiente,	 lutando	para	que	a	sala	
de	aula	faça	a	diferença	na	vida	dos	estudantes.	Agora,	contando	
suas	próprias	histórias,	 e	 ouvindo	as	dos	outros,	 uma	 turma	de	
adolescentes	supostamente	indomáveis	vaidescobrir	o	poder	da	
tolerância,	recuperar	suas	vidas	desfeitas	e	mudar	seu	mundo.	Es-
critores da Liberdade	é	baseado	no	aclamado	best-seller O Diário 
dos Escritores da Liberdade (best-seller Freedom writers), de Erin 
Gruwell (1999).
28
Plano de Estudo:
● Educação	Física	na	Educação	Infantil;
● Educação	Física	no	Ensino	Fundamental;
Objetivos da Aprendizagem
● Entender	a	Educação	Física	na	Educação	Infantil	e	no	Ensino	Fundamental;
● Conhecer	os	alunos	da	Educação	Infantil	e	do	Ensino	Fundamental;
● Verificar	como	a	Educação	Física	se	apresenta
na	Educação	Infantil	e	Ensino	Fundamental.
UNIDADE II
Educação Física: Da Educação Infantil 
ao Ensino Fundamental - Anos Finais
Professora Me. Bruna Solera
29UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
INTRODUÇÃO
Olá	estudante!
Seja	bem	vindo	(a),	a	Unidade	II	intitulada	de	“Educação	Física:	da	Educação	In-
fantil	ao	Ensino	Fundamental	Anos	Finais”,	da	nossa	apostila	de	estudos	“Educação	Física	
Escolar”!
Após	estudar	a	Educação	e	a	Educação	Física	na	Unidade	I,	neste	momento,	você	
terá	a	oportunidade	de	construir	 conhecimentos	acerca	da	Educação	Física	escolar	em	
diferentes	etapas	de	ensino.	Para	isso,	dividimos	esta	unidade	em	dois	tópicos,	sendo	eles:	
Educação	Física	na	Educação	Infantil	e	Educação	Física	no	Ensino	Fundamental.
Nesses	 tópicos,	você	se	deparará	com	 informações	que	o	auxiliarão	a	entender	
a	 Educação	 Física	 e	 seu	 papel,	 a	 conhecer	 os	 alunos	 e	 os	 conteúdos	 para	 as	 etapas	
de	 ensino	mencionadas.	 Será	 uma	 caminhada	 empolgante	 rumo	 ao	 desbravamento	 da	
Educação	Física	na	escola.	
Fique	atento	(a)	a	 todos	os	detalhes,	assim	como,	se	esforce	para	relacionar	os	
assuntos	aqui	contemplados	com	os	conhecimentos	adquiridos	na	unidade	anterior.	Essa	
relação	é	muito	importante	para	sua	futura	atuação	profissional.
Bons estudos!
30UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
1. A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ah,	Educação	Infantil!	
O	começo	da	vida	escolar	das	crianças!	Primeiro	contato	dos	pequeninos	com	a	
Educação	Física	de	forma	estruturada.	É	a	partir	deste	momento	que	devemos	introduzir	
as	práticas	corporais	de	forma	a	possibilitar	uma	aprendizagem	com	sentido	e	significado	
aos	nossos	alunos,	e	com	isso,	consequentemente,	contribuir	com	o	reconhecimento	de	
nossa	disciplina	na	Educação	Básica	e	sua	devida	importância	para	o	processo	de	ensino	
aprendizagem,	para	o	desenvolvimento	infantil	e	consequente	reflexo	nas	etapas	seguintes,	
assim	como	na	vida	adulta.	
1.1 O que é a Educação Infantil e sua estrutura
A	Educação	Infantil	é	uma	etapa	da	Educação	Básica	que	inclui	crianças	de	0	a	5	
anos	de	idade.	Ela	está	dividida	em	creche	e	pré-escola.	Nas	creches	temos	crianças	de	0	
a	3	anos,	enquanto	na	pré-escola	encontram-se	as	crianças	de	4	e	5	anos.	É	um	espaço	
fundamental	para	o	desenvolvimento	inicial	das	crianças.
A	Educação	Infantil	é	direito	de	todas	as	crianças	e	dever	do	Estado,	sendo	que	esta	
etapa	é	obrigatória	para	as	crianças	de	4	e	5	anos	(Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	
Nacional,	Lei	nº	12.796,	de	4	de	abril	de	2013).	A	Educação	Infantil	possui	as	Diretrizes	
Curriculares	Nacionais	para	a	Educação	Infantil,	sendo	assim,	a	partir	dela,	verifique	em	
seguida,	como	é	o	processo	de	matrícula	nesta	etapa	da	Educação.
31UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
É	obrigatória	a	matrícula	na	Educação	Infantil	de	crianças	que	completam	4	
ou	5	anos	até	o	dia	31	de	março	do	ano	em	que	ocorrer	a	matrícula.	
As	crianças	que	completam	6	anos	após	o	dia	31	de	março	devem	ser	matri-
culadas	na	Educação	Infantil.
A	 frequência	 na	Educação	 Infantil	 não	 é	 pré-requisito	 para	 a	matrícula	 no	
Ensino	Fundamental.
As	vagas	em	creches	e	pré-escolas	devem	ser	oferecidas	próximas	às	resi-
dências	das	crianças	(BRASIL,	2010).
Após	 a	 entrada	 na	Educação	 Infantil,	 tais	 crianças,	 podem	 ter	 uma	 jornada	 em	
tempo	parcial	ou	uma	jornada	integral.	Na	parcial	o	aluno	ficará	no	espaço,	no	mínimo	4	
horas	diárias,	já	a	integral	tem	duração	igual	ou	superior	a	sete	horas	(BRASIL,	2010).	
Estudante,	estamos	falando	de	crianças	de	0	a	5	anos,	então	é	preciso	considerar,	
que	esta	fase	pode	ser	o	primeiro	contato	delas	com	a	Educação	estruturada,	de	acordo	
com	a	Base	Nacional	Comum	Curricular	(2017,	p.	36)	“A	entrada	na	creche	ou	na	pré-es-
cola	significa,	na	maioria	das	vezes,	a	primeira	separação	das	crianças	dos	seus	vínculos	
afetivos	familiares	para	se	incorporarem	a	uma	situação	de	socialização	estruturada”.	
Apesar	de	estarem	 iniciando	na	Educação,	as	crianças	possuem	uma	bagagem	
com	si,	sendo	assim,	ao	receber	tal	criança	é	importante	que	os	conhecimentos	trazidos	por	
ela	sejam	considerados	e	articulados	com	a	proposta	pedagógica.	Partindo	desta	afirmação	
a	Educação	Infantil	tem	como	objetivo,	
[...]	 ampliar	 o	universo	de	experiências,	 conhecimentos	e	habilidades	des-
sas	crianças,	diversificando	e	consolidando	novas	aprendizagens,	atuando	
de	maneira	complementar	à	educação	 familiar	–	especialmente	quando	se	
trata	 da	educação	dos	bebês	e	 das	 crianças	bem	pequenas,	 que	envolve	
aprendizagens	muito	próximas	aos	dois	contextos	(familiar	e	escolar),	como	
a	socialização,	a	autonomia	e	a	comunicação	(BRASIL,	2017,	p.	36).	
Para	atingir	tal	objetivo,	é	essencial	que	haja	conversa	e	compartilhamento	entre	a	
instituição	e	a	família.	Essa	relação	é	indispensável	e	ela	pode	ser	efetivada	por	todo	o	corpo	
docente.	Então,	tanto	a	instituição	escolar,	quanto	a	família	e		o	corpo	docente	devem	estar	
inteiramente	envolvidos	para	então	contemplar	o	objetivo	da	Educação	Infantil	conforme	
mencionado,	assim	como	cumprir	os	direitos	estabelecidos	para	as	crianças	desta	etapa.
Veja	em	seguida	os	direitos	de	aprendizagem	das	crianças	na	Educação	Infantil	a	
partir	da	BNCC	(2007,	p.	38).
• Conviver	com	outras	crianças	e	adultos,	em	pequenos	e	grandes	grupos,
utilizando	diferentes	linguagens,	ampliando	o	conhecimento	de	si	e	do	outro,
o respeito	em	relação	à	cultura	e	às	diferenças	entre	as	pessoas.
• Brincar	cotidianamente	de	diversas	formas,	em	diferentes	espaços	e	tem-
pos,	com	diferentes	parceiros	(crianças	e	adultos),	ampliando	e	diversificando
seu	acesso	a	produções	culturais,	seus	conhecimentos,	sua	imaginação,	sua
criatividade,	suas	experiências	emocionais,	corporais,	sensoriais,	expressi-
vas,	cognitivas,	sociais	e	relacionais.
• Participar	ativamente,	com	adultos	e	outras	crianças,	tanto	do	planejamento
da	gestão	da	escola	 e	 das	atividades	propostas	 pelo	 educador	 quanto	 da
realização	das	atividades	da	vida	cotidiana,	tais	como	a	escolha	das	brinca-
32UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
deiras,	dos	materiais	e	dos	ambientes,	desenvolvendo	diferentes	linguagens	
e	elaborando	conhecimentos,	decidindo	e	se	posicionando.	
• Explorar	movimentos,	gestos,	sons,	formas,	texturas,	cores,	palavras,	emo-
ções,	transformações,	relacionamentos,	histórias,	objetos,	elementos	da	na-
tureza,	na	escola	e	fora	dela,	ampliando	seus	saberes	sobre	a	cultura,	em
suas	diversas	modalidades:	as	artes,	a	escrita,	a	ciência	e	a	tecnologia.
• Expressar,	como	sujeito	dialógico,	criativo	e	sensível,	suas	necessidades,
emoções,	 sentimentos,	dúvidas,	hipóteses,	descobertas,	opiniões,	questio-
namentos,	por	meio	de	diferentes	linguagens.
• Conhecer-se	e	construir	 sua	 identidade	pessoal,	 social	e	cultural,	 consti-
tuindo	uma	imagem	positiva	de	si	e	de	seus	grupos	de	pertencimento,	nas
diversas	experiências	de	cuidados,	interações,	brincadeiras	e	linguagens	vi-
venciadas	na	instituição	escolar	e	em	seu	contexto	familiar	e	comunitário.
Perceba	estudante!	O	movimento	está	presente	nesta	etapa	de	educação,	assim	
como,	“a	comunicação	corporal	e	gestual	que	surgem	como	sendo	a	centralidade	e	a	in-
terlocução	que	passa	a	ocupar	o	campo	central	em	prol	de	um	ensinofocado	na	criança,	
na	criatividade	e	nas	suas	necessidades”.	É	preciso	reconhecer	que,	“O	movimento,	nessa	
etapa	de	formação	se	coloca	como	a	“cereja	do	bolo”,	num	dito	popular,	ou	seja,	é	tudo	
o que	a	criança	quer	–	se	movimentar,	brincar,	descobrir	 	suas	 	possibilidades	motoras,
desafios	e	comunicações	com	o	meio	e	com	os	outros”	(OLIVEIRA;	SANTANA;	SOUZA,
2021,	p.	838).
Então	estudante,	após	conhecer	a	Educação	Infantil,	vamos	falar	um	pouco	sobre	
os	sujeitos	que	estão	frequentando	esta	etapa	da	Educação?	Prossiga	sua	leitura	para	o	
tópico	1.2	e	descubra.
SAIBA MAIS
A	Educação	Infantil	possui	princípios,	de	acordo	com	as	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	
para	a	Educação	Infantil,	são	eles: Éticos:	da	autonomia,	da	responsabilidade,	da	solida-
riedade	e	do	respeito	ao	bem	comum,	ao	meio	ambiente	e	às	diferentes	culturas,	identida-
des	e	singularidades.	Políticos:	dos	direitos	de	cidadania,	do	exercício	da	criticidade	e	do	
respeito	à	ordem	democrática. Estéticos:	da	sensibilidade,	da	criatividade,	da	ludicidade	
e	da	liberdade	de	expressão	nas	diferentes	manifestações	artísticas	e	culturais.
Fonte:	BRASIL,	2010.
33UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
1.2 Crianças e a Educação Infantil
Caro	 estudante,	 falar	 sobre	 a	 criança,	 é	 algo	 complexo.	Temos	 várias	 áreas	 de	
estudo	que	 investigam	 tal	 temática,	como	por	exemplo,	a	sociologia,	o	desenvolvimento	
motor,	a	psicomotricidade	e	assim	por	diante.	Para	darmos	início	às	nossas	discussões,	
veremos	o	que	documentos	norteadores	estão	trazendo	acerca	da	criança.
A	criança,	de	acordo	com	a	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	da	Educação	Infantil	
(BRASIL,	2010,	p.	12),	é	definida	como,	
Sujeito	histórico	e	de	direitos	que,	nas	interações,	relações	e	práticas	cotidia-
nas	que	vivencia,	constrói	sua	identidade	pessoal	e	coletiva,	brinca,	imagina,	
fantasia,	deseja,	aprende,	observa,	experimenta,	narra,	questiona	e	constrói	
sentidos	sobre	a	natureza	e	a	sociedade,	produzindo	cultura.
É	o	ser	que	“observa,	questiona,	levanta	hipóteses,	conclui,	faz	julgamentos,	assi-
mila	valores	e	que	constrói	conhecimentos	e	se	apropria	do	conhecimento	sistematizado	
por	meio	da	ação	e	nas	interações	com	o	mundo	físico	e	social”	(BRASIL,	2017,	p.	38).		De	
acordo	com	o	Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente,	Art.	2º	“Considera-se	criança,	para	os	
efeitos	desta	Lei,	a	pessoa	até	doze	anos	de	idade	incompletos,	e	adolescente	aquela	entre	
doze	e	dezoito	anos	de	idade”	(BRASIL,	1990).		
Ao	voltarmos	nossa	atenção	para	a	criança	de	0	a	6	anos,	por	meio	do	olhar	da	
neurociência,	é	possível	afirmar	que	este	é	certamente	“o	período		em		que		as		mudanças		
são		mais		perceptíveis		e	refletem		as		transformações		cerebrais,		chamadas		conjuntamen-
te	de	plasticidade	cerebral”	(OLIVEIRA;	SANTANA;	SOUZA,	2021,	p.	836).	Neste	período,	
	é		o		instante		em		que		o		brincar		se		torna		a		fonte	primária		para		o		aprender		
das		crianças		da		educação		infantil,		no		qual		o		desenvolvimento		de		suas		
habilidades	começam		a		ser		influenciados		pelas		experiências		motoras,	pe-
las	práticas	culturais	e	sociais	que	lhes	são	ofertadas	no	contexto	pré-escolar	
e	familiar	(OLIVEIRA;	SANTANA;	SOUZA,	2021,	p.	837).
É	na	primeira	infância	que	as	crianças	irão	aprender	a	falar,	escrever,	ler,	executar	
raciocínio	matemático	básico,	assim	como,	 irão	desenvolver	diferentes	 ferramentas	cog-
nitivas.	De	acordo	com	Gallahue,	Ozmun	e	Goodway	 (2013),	neste	período,	o	brincar	é	
extremamente	importante,	pois	é	o	que	a	criança	faz	quando	não	está	comendo,	dormindo	
ou	 satisfazendo	 o	 desejo	 dos	 adultos.	 “O	 brincar	 das	 crianças	 é	 o	modo	 primário	 pelo	
qual	aprendem	sobre	seus	corpos	e	potencialidades	de	movimento”	(GALLAHUE;	OZMUN;	
GOODWAY,	2013,	p.	192).	Além	disso,	os	autores	destacam	que	o	brincar	facilita	o	cresci-
mento	cognitivo	e	afetivo	das	crianças	mais	novas.
E	não	para	por	ai	estudante.	“Por	meio	da	brincadeira,	a	criança	mais	nova	desen-
volve	uma	série	de	capacidades	de	locomoção,	manipulação	e	estabilidade	fundamentais”	
(GALLAHUE;OZMUN;	GOODWAY,	2013,	p.	194).	
34UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
As	crianças	em	idade	pré-escolar	expandem	rapidamente	os	seus	horizontes.	
Elas	estão	afirmando	a	própria	personalidade,	desenvolvendo	suas	capaci-
dades	e	testando	os	seus	limites,	assim	como	os	da	família	e	das	pessoas	
ao	seu	redor.	Em	resumo,	elas	estão	se	colocando	no	mundo	de	modo	mais	
complexo	e	surpreendente	(GALLAHUE;	OZMUN;	GOODWAY,	2013,	p.	194).
Para	Oliveira	(2004),	é	na	Educação	Infantil,	fase	de	descoberta	de	movimentos,	
onde	a	criança	deve	e	irá	desenvolver	o	maior	número	possível	de	vivências	e	variações.	
Neste	contexto,	a	Educação	Física	se	torna	essencial,	pois,	a	atividade	física	é	fundamen-
tal	para	o	desenvolvimento	inicial	de	todas	as	crianças,	além	de	influenciar	em	diferentes	
aspectos	da	saúde	infantil	(OLIVEIRA;	SANTANA;	SOUZA,	2021).
Ademais,	é	importante	considerar	e	ter	sempre	em	mente	que		“[...]	não	podemos	
igualar	as	crianças	como	se	todas	elas	fossem	iguais,	ou	seja,	sempre	haverá	diferença	
entre	elas	na	sua	forma	de	agir,	sentir,	pensar,	entre	outros,	pelo	mínimo	que	seja,	pois,	
cada	criança	vem	de	uma	realidade	diferente”	(BOARETTO,	2019,	p.	44).
No	próximo	item,	abordaremos	com	mais	detalhes	a	Educação	Física	na	Educação	
Infantil.	Vamos	lá?
1.3 A Educação Física na Educação Infantil em foco
A	Educação	Física	na	Educação	Infantil	poderá	atuar	com	crianças	de	0	a	5	anos,	
mas	sua	predominância	de	atuação	se	dá	com	crianças	de	4	e	5	anos,	ou	seja,	aquelas	
presentes	na	pré-escola.	Mas	o	que	garante	a	presença	do	professor	de	Educação	Física	
neste	espaço?	Você	sabe	estudante?	
De	acordo	com	as	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional,	Lei	nº	9.393,	de	20	
de	dezembro	de	1996,	Art.	26,	§	3º	“A	educação	física,	integrada	à	proposta	pedagógica	
da	escola,	é	componente	curricular	obrigatório	da	educação	básica”	(BRASIL,	1996).	Além	
disso,	apesar	de	não	aparecer	de	forma	direta,		a	presença	da	Educação	Física	é	reforçada	
nas	Diretrizes	Curriculares	da	Educação	Infantil	por	meio	da	afirmação	de	que	a	proposta	
pedagógica	 da	Educação	 Infantil	 deve	garantir	 à	 criança	o	 acesso	a	 conhecimentos	 de	
diferentes	linguagens,	assim	como	seu	currículo	tem	como	eixo	norteador	as	interações	e	
a	brincadeira.		
Vimos	a	Educação	Física,	a	partir	na	Base	Nacional	Comum	Curricular	(BRASIL,	
2017)	quando	trata	da	Educação	Infantil,	ao	se	referir	a	necessidade	do	brincar,	do	explorar	
movimentos.	Neste	documento	também	não	há	menção	direta	da	disciplina,	mas	de	acordo	
com	Bonfietti	et	al.	(2019),	o	mencionado	seria	suficiente	para	legitimar	a	área	nesta	etapa	
de	ensino.
35UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
Além	 do	 dito,	 podemos	 justificar	 a	 presença	 da	 Educação	 Física	 na	 Educação	
Infantil,	por	meio	de	seus	benefícios	às	crianças.	Isso	é	corroborado	no	estudo	de	Oliveira,	
Santana	e	Souza	(2021,	p.	834),	no	qual	afirmam	que	nesta	etapa,	
[...]	os		processos		de	aprendizagem,		provocados		pelas		vivências		motoras		
diversificadas		nas		aulas		de		Educação		Física,		estimulam		a		criação		e		as	
interações	 entre	 as	 redes	 neurais,	 propiciando	 às	 crianças	 uma	 formação	
integral	e	significativa	com	reflexos	nas	demais	etapas	da	educação	formal.
A	Educação	Física	exerce	papel	fundamental	na	Educação	Infantil,	não	é	mesmo	
estudante?	 Ela	 poderá	 também	 proporcionar	 às	 crianças,	 várias	 experiências	 por	meio	
de	situações	nas	quais	eles	possam	inventar,	criar,	recriar,	descobrir	movimentos	novos,	
reelaborar	conceitos	sobre	o	movimento	e	suas	ações	(BASEI,	2008).	A	Educação	Física	
na	Educação	Infantil,
é	um	espaço	para	que,	através	de	situações	de	experiências	–	com	o	corpo,	
com	materiais	 e	 de	 interação	 social	 –	 as	 crianças	 descubram	 os	 próprios	
limites,	enfrentemdesafios,	conheçam	e	valorizem	o	próprio	corpo,	relacio-
nem-se	com	outras	pessoas,	percebam	a	origem	do	movimento,	expressem	
sentimentos,	utilizando	a	linguagem	corporal,	localizem-se	no	espaço,	entre	
outras	situações	voltadas	ao	desenvolvimento	de	suas	capacidades	intelec-
tuais	e	afetivas,	numa	atuação	consciente	e	crítica.	Dessa	forma,	essa	área	
do	 conhecimento	 poderá	 contribuir	 para	 a	 efetivação	 de	 um	 programa	 de	
Educação	Infantil,	comprometido	com	os	processos	de	desenvolvimento	da	
criança	e	com	a	formação	de	sujeitos	emancipados	(BASEI,	2008,	p.	86).
Apesar	disso,	é	preciso	considerar	que	tais	ganhos	estão	associados	a	aulas	pla-
nejadas,	 de	 qualidade,	 que	 prezam	pela	 autonomia	 dos	 alunos.	Como	mencionado	 por	
Boaretto	(2019,	p.	9),	as	aulas	de	Educação	Física,	
[...]	desenvolvidas	diariamente	por	um	especialista,	sistematizadas	e	estrutu-
radas,	por	meio	de	um	planejamento,	baseado	em	uma	diagnose	adequada,	
influenciam	na	formação	integral	de	crianças	de	5/6	anos,	preparando-as	de	
maneira	mais	consistente	para	futuras	ações	escolares	em	relação	às	crian-
ças	que	não	receberam	a	intervenção	diária.
Então	estudante,	a	simples	prática	pela	prática	não	será	efetiva	e	tão	pouco	
refletirá	em	ganhos	para	os	nossos	alunos.	Portanto,	devemos	partir	de	uma	
organização	prévia	para	alcançarmos	as	metas	traçadas.
1.4 Conteúdos da Educação Física na Educação Infantil
Neste	subtópico,	vamos	abordar	os	conteúdos	e	uma	possível	organização	curricu-
lar	da	Educação	Física	na	Educação	Infantil	para	crianças	de	4	e	5	anos,	as	quais	podemos	
chamar	de	infantil	4	e	infantil	5.	Destaca-se	que	não	se	trata	de	uma	receita	de	bolo,	algo	
engessado,	mas	sim,	um	ponto	de	partida	para	suas	intervenções	neste	espaço.	
De	acordo	com	Boaretto	(2019),	a	dimensão	lúdica	se	apresenta	como	fundamental	
para	a	ação	educativa	das	crianças	do	infantil.		As	aulas	podem	ainda,	ressaltar	conteúdos	
relacionados	às	questões	do	corpo	e	do	movimento,	possibilitando	diversas	vivências	por	
meio	do	brincar,	criar	e	recriar.	Ademais,	ao	planejarmos	nossas	aulas	para	o	Ensino	Infantil,	
36UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
é	necessário	contemplar	a	totalidade	da	criança,	isso	exige	que	o	professor	fique	atento	aos	
momentos	de	desenvolvimento	motor,	cognitivo	e	afetivo	das	crianças.
Além	disso,	devemos	considerar	cinco	campos	de	experiência	trazidos	na	BNCC,	
pois	por	meio	deles	são	definidos	objetivos	de	aprendizagem	e	desenvolvimento	para	a	
Educação	Infantil.	“Os	campos	de	experiências	constituem	um	arranjo	curricular	que	acolhe	
as	situações	e	as	experiências	concretas	da	vida	cotidiana	das	crianças	e	seus	saberes,	
entrelaçando-os	 aos	 conhecimentos	 que	 fazem	 parte	 do	 patrimônio	 cultural”	 (BRASIL,	
2017,	p.	40).	São	eles:	O	eu,	o	outro	e	o	nós;	Corpo,	gestos	e	movimentos;	Traços,	sons,	
cores	e	formas;	Escuta,	 fala,	pensamento	e	 imaginação;	Espaços,	 tempos,	quantidades,	
relações	e	transformações.	
Estudante,	visite	a	BNCC	e	saiba	mais	sobre	os	objetivos	de	aprendizagem	para	
cada	campo	de	experiência.	É	preciso	ressaltar	que	apesar	disso,	na	BNCC,	não	há	uma	
organização	sistematizada	para	o	trato	com	os	conteúdos	da	Educação	Física	nas	aulas	da	
Educação	Infantil.
Então,	pensando	em	como	vamos	organizar	nosso	planejamento	para	efetivar	as	
aulas	de	Educação	Física.	Palma,	Oliveira	e	Palma	(2010)	trazem	uma	proposta	de	organi-
zação	curricular.	Os	autores	estruturam	os	conteúdos	em	a)	o	movimento	e	a	corporeidade;	
b)	o	movimento	e	os	jogos;	c)	o	movimento	e	os	esportes;	d)	o	movimento	em	expressão	e	
ritmo;	e	e)	o	movimento	e	a	saúde.
O movimento e a corporeidade: compreende	desde	a	fase	inicial	do	movimento	
humano	até	a	 fase	mais	 elaborada.	Assim,	 por	meio	dos	 conteúdos	 trabalhados	aqui	 o	
aluno	poderá	conhecer	o	próprio	corpo	e	ação	motora.
 O movimento e os jogos e o movimento e os esportes: contempla-se	aqui	o	
estudo	 da	 cultura	 de	movimento	 elaborada	 em	 relação	 às	manifestações	 corporais.	Os	
componentes	centrais	são	os	jogos	e	os	esportes	e	suas	variações.
O movimento em expressão e ritmo:	veremos	aqui	o	corpo	e	suas	possibilidades	de	
expressão,	as	artes	cênicas	e	a	ginástica,	que	são	os	componentes	de	destaque	desse	núcleo.
O movimento e a saúde:	 inclui-se	as	questões	básicas	de	higiene,	saúde,	qua-
lidade	de	vida	e	atividade	física.	Este	núcleo	estará	presente	em	toda	a	vida	escolar	dos	
alunos,	assim	como	os	demais	apresentados.
Veja	abaixo	os	conteúdos	básicos	de	cada	núcleo	mencionado	anteriormente.
37UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
QUADRO 1. ORGANIZAÇÃO DOS NÚCLEOS TEMÁTICOS E SEUS CONTEÚDOS
Núc leos Conteúdos	Básic os
O	movimento	e	a 	
c orporeidade
Compreensão	e	c onhec imento	do	c orpo,	das	
hab ilidades	motoras,	(loc omotoras,	não	
locomotoras,	manipula tivas);	estruturas	
c apac ita tivas	e	motoras	(la tera lidade corpora l,	
equilíb rio	c orpora l,	c oordenação	motora ,	
orientação	e	estruturação	espaço	tempora l,	
esquema	corpora l,	veloc idade,	flexib ilidade	
c orpora l,	forç a 	muscula r,	resistênc ia 	c orpora l),	
perc epção	c orpora l	(motora 	e	sensoria l).
O	movimento	e	os	
jogos
Aspec tos	soc iocultura is dos	jogos,	jogos	
popula res.
O	movimento	e	os	
esportes
Aspec tos	soc iocultura is	e	b iológ ic os	do	
esporte,	esporte	e	suas	d iferentes	
manifestações	(trad ic iona is,	olímp icos,	
c ontemporâneos,	de	aventura 	ou	rad ic a is,	
as	lutas	e	a 	relação	com	o	esporte).
O	movimento	em	
expressão	e	ritmo
Expressão	corpora l	e	rítmica 	(c orpo	e	ritmo,	
mímica ,	imitação);	b rincadeiras	c antadas,	
parlendas,	danças	(reg iona is,	folc lóric as,	
folguedos	popula res,	danças	de	sa lão,	
danças	ind ividua is	c ontemporâneas);	a rtes	
c irc enses	(equilib rismo,	ma labarismo,	
ac robac ias).
O	movimento	e	a 	
saúde
Aptidão	físic a ,	exerc íc io	físic o,	saúde	e	
qua lidade	de	vida 	(háb itos	hig iênic os	e	
a limenta res,	c omposiç ão	corpora l,	háb itos	
postura is,	doenças	c rônic o-degenera tivas);	
socorros	de	urgênc ia ,	ana tomia 	do	corpo	
humano	(sistemas	locomotor,a rtic ula r,	
esquelétic o,	muscula r);	c ontrole	a limenta r	e	
reeducação	a limenta r;	gasto	energétic o;	
metabolismo	corpora l,	g inástic a 	e	
musculação	na 	academia ,	c orpola tria .
Fonte:	adaptado	de	Palma;	Oliveira;	Palma,	2010,	p.	57
Estudante,	a	proposta	de	núcleos	temáticos	vista,	é	uma	proposta	geral	para	a	Edu-
cação	Básica,	agora	veremos	especificamente	o	que	podemos	trabalhar	na	Educação	Infantil.
Então,	fique	atento,	 falaremos	dos	objetivos	propostos	para	a	Educação	 Infantil.	
Nesta	etapa	o	núcleo	de	O	movimento	e	o	esporte	não	será	contemplado.
38UNIDADE II Educação Física: Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental - Anos Finais
QUADRO 2. OBJETIVOS PARA O PROFESSOR EM RELAÇÃO AOS NÚCLEOS 
TEMÁTICOS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL.
Fonte:	adaptado	de	Palma;	Oliveira;	Palma,	2010,	p.	62.
De	acordo	com	Palma,	Oliveira	e	Palma	(2010)	 tais	objetivos	poderão	orientar	a	
prática	docente	na	Educação	Infantil,	assim	como,	os	demais	quadros	que	serão	trazidos.	
Nestes,	serão	contemplados	o	Tema,	Subtema,	Assunto	e	exemplos	para	as	aulas	de	Edu-
cação	Física	nesta	etapa	da	Educação	Básica.	Em	específico,	a	organização	é	direcionada	
ao	Infantil	4.
Núc leos Ob jetivos	da 	Educação	Infantil
O	movimento	e	a 	
c orporeidade
Organiza r	situações	de	vivênc ias	c orpora is	e	
estudos	que	possib ilitem	experiênc ias	motoras	
em	constantes	interações	c om	ob jetos	e	
pessoas.
O	movimento	e	os	
jogos
Possib ilita r	a 	vivênc ia 	de	manifestações	lúd ic as	
c omo	integrantes	da 	c ultura 	motora ,	
c ontribuindo	pa ra 	o	p rocesso	de	c onstrução	da 	
motric idade.
O	movimento	em	
expressão	e	ritmo
Promover	a 	experiênc ia 	do	movimento	
rítmico	como	forma	de	expressão	corpora l	
e	de	representação	soc ia l,	va lorizando-o	
em	d iversas	manifestações	cultura is.
O	movimento	e	a 	
saúde
Possib ilita r

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