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PATOFISIOLOGIA-DA-INFLAMAÇÃO-1

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1 
 
 
PATOFISIOLOGIA DA INFLAMAÇÃO 
1 
 
 
Sumário 
 
1. INFLAMAÇÃO ................................................................................................. 3 
1.1 CAUSAS DA INFLAMAÇÃO ............................................................................ 5 
2. INFLAMAÇÃO AGUDA .......................................................................................... 5 
2.1 ALTERAÇÕES VASCULARES ........................................................................ 6 
2.2 EVENTOS CELULARES (EXTRAVASAMENTO DE LEUCÓCITOS E 
FAGOCITOSE) ................................................................................................................. 8 
2.3 MARGINAÇÃO, ROLAMENTO, ADESÃO E TRANSMIGRAÇÃO 
LEUCOCITÁRIA.............................................................................................................. 10 
2.4 QUIMIOTAXIA ............................................................................................... 12 
2.5 ATIVAÇÃO LEUCOCITÁRIA ......................................................................... 12 
2.6 FAGOCITOSE ............................................................................................... 13 
3. INFLAMAÇÃO CRÔNICA .................................................................................... 14 
3.1 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO ............. 15 
3.2 CAUSAS DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA ......................................................... 15 
3.3 INFILTRADO CELULAR MONONUCLEAR ................................................... 16 
4. MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO DERIVADOS DE CÉLULAS ....... 19 
4.1 MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO DERIVADOS DO PLASMA 
SANGUÍNEO .................................................................................................................. 22 
5. FASES DA INFLAMAÇÃO ................................................................................... 24 
6. RESULTADO DA INFLAMAÇÃO ......................................................................... 26 
7. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 27 
8. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 27 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços 
educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INFLAMAÇÃO 
 A inflamação ou processo inflamatório é uma reação do organismo a 
uma infecção ou lesão dos tecidos. Em um processo inflamatório a região atingida 
fica avermelhada e quente. Isso ocorre devido a um aumento do fluxo de sangue e 
demais líquidos corporais migrados para o local. Na área inflamada também ocorre o 
acúmulo de células provenientes do sistema imunológico (leucócitos, macrófagos e 
linfócitos), com dor localizada mediada por certas substâncias químicas produzidas 
pelo organismo. No processo, os leucócitos destroem o tecido danificado e enviam 
sinais aos macrófagos, que ingerem e digerem os antígenos e o tecido morto. Em 
algumas doenças esse processo pode apresentar caráter destrutivo. 
O processo inflamatório caracteriza-se como um mecanismo de defesa do organismo, 
e esta defesa constitui na ação de destruir (fagocitar), diluir (plasma extravasado) e 
isolar (malha de fibrina) o agente agressor, além de que inicia o processo reparativo 
de cicatrização e regeneração deste tecido que foi lesionado. A inflamação pode 
lesar o próprio organismo de uma maneira mais nociva que o próprio agente agressor, 
e um exemplo disto é a artrite reumatoide na medicina humana e alguns tipos de 
pneumonia. 
A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema imunitário, 
o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade para 
deflagrar uma resposta não-específica contra padrões de agressão previamente e 
geneticamente definidos pelo organismo agredido. Esta definição se contrapõe à da 
imunidade adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores 
específicos segundo seu potencial antigênico. Nesse último caso, o organismo 
precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e 
potencialmente nocivo e só então produzir uma resposta. 
Com a agressão tecidual se seguem imediatamente fenômenos vasculares 
mediados principalmente pela histamina. O resultado é um aumento localizado e 
imediato da irrigação sanguínea, que se traduz em um halo avermelhado em torno da 
lesão (hiperemia ou rubor). Em seguida tem início a produção local de mediadores 
inflamatórios que promovem um aumento da permeabilidade capilar e também 
quimiotaxia, processo químico pelo qual células polimorfonucleares, neutrófilos e 
4 
 
 
macrófagos são atraídos para o foco da lesão. Estas células, por sua vez, realizam a 
fagocitose dos elementos que estão na origem da inflamação e produzem mais 
mediadores químicos, dentre os quais estão as citocinas (como, por exemplo, o fator 
de necrose tumoral e as interleucinas), quimosinas, bradicinina, prostaglandinas e 
leucotrienos. Também as plaquetas e o sistema de coagulação do sangue são 
ativados visando conter possíveis sangramentos. Fatores de adesão são expressos 
na superfície das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos 
internamente. Estes fatores irão mediar a adesão e a diapedese de monócitos 
circulantes e outras células inflamatórias para o local da lesão. 
Em síntese, todos estes fatores atuam em conjunto, levando aos eventos 
celulares e vasculares da inflamação. Resulta em um aumento do calibre de capilares 
responsáveis pela irrigação sanguínea local, produzindo mais hiperemia e aumento 
da temperatura local (calor). O edema ou inchaço ocorre a partir do aumento da 
permeabilidade vascular aos componentes do sangue, o que leva ao extravasamento 
do líquido intravascular para o espaço intersticial extracelular. A dor, outro sintoma 
característico da inflamação, é causada primariamente pela estimulação das 
terminações nervosas por algumas destas substâncias liberadas durante o processo 
inflamatório, por hiperalgesia (aumento da sensibilidade dolorosa) promovida pelas 
prostaglandinas e pela bradicinina, mas também em parte por compressão 
relacionada ao edema. 
A resposta do organismo a uma agressão, como cortes e batidas é o 
desenvolvimento de uma inflamação. A inflamação pode partir, também, do sistema 
imunológico. Nesse caso, são as nossas células de defesa que agridem o corpo. No 
processo inflamatório, ocorre dilatação dos vasos, aumento do fluxo sanguíneo e de 
outros fluidos corporais para o local lesionado. Por isso, esse processo causa 
sintomas como: Vermelhidão; Inchaço; Dor e Aquecimento da área. 
A inflamação tem uma importância no organismo do homem pelo fato de alertar 
sobre lesões e alterações inadequadas que acontecem no corpo humano. Dessa 
forma, se nãohouvesse essa resposta do corpo as infecções iriam evoluir sem 
controle, as queimaduras não iriam cicatrizar sem um cuidado maior, feridas iriam 
permanecer abertas/ ulceradas e não iria acontecer o processo de reparo no corpo. 
5 
 
 
1.1 CAUSAS DA INFLAMAÇÃO 
Agentes Biológicos: Bactérias, fungos, protozoários, vírus, etc. (Microrganismo) 
Agentes Químicos: Drogas em geral. 
Reações Imunológicas: Doenças autoimune e Lúpus Eritematoso. 
Agentes Físicos: Queimadura solar, exposição a alta/baixas temperaturas. 
Agentes Mecânicos: Traumatismo em geral. NECROSES: Qualquer tipo de necrose 
tecidual. 
2. INFLAMAÇÃO AGUDA 
Uma resposta inflamatória aguda tem início imediato e dura pouco tempo. Pode 
ser ocasionada por patógenos orgânicos, radiação ionizante, agentes químicos ou 
traumas mecânicos. Os principais sinais da resposta inflamatória aguda estão 
relacionados à resposta vascular com vasodilatação gerando rubor e calor, aumento 
da permeabilidade vascular gerando edema, aumento da pressão tissular causando 
dor (tensão e compressão às terminações nervosas), seguindo-se a perda de função. 
A resposta celular na inflamação aguda é mediada por neutrófilos, basófilos, 
mastócitos, eosinófilos, macrófagos, células dendríticas e epiteliais. Os principais 
mediadores químicos envolvidos na inflamação aguda são bradiquinina, 
fibrinopeptídeos e prostaglandinas; as proteínas do complemento (C3a, C4a e C5a), 
que induzem a degranulação local dos mastócitos com libertação de histamina; as 
interleucinas IL-1, IL-6, IL-8 e fator de necrose tumoral TNF-α. 
Assim que ocorre a lesão, as plaquetas liberam proteínas do complemento e 
os mastócitos degranulam liberando histamina e serotonina, fatores que medeiam a 
vasodilatação e o aumento da permeabilidade. Os neutrófilos são os primeiros a 
responder à lesão inflamatória e sua migração para o local é induzida por quimosinas 
(IL-8). Estes neutrófilos fagocitam os patógenos e liberam mediadores que contribuem 
na resposta inflamatória, sendo os mais importantes as quimosinas que atraem os 
macrófagos para o local de inflamação. Os macrófagos, ao serem ativados, 
6 
 
 
apresentam fagocitose aumentada e liberação aumentada de mediadores 
(prostaglandinas e leucotrienos) e citocinas (IL-1, IL-6 e TNF-α). São as citocinas 
produzidas pelos macrófagos que atraem os leucócitos. A participação dos eosinófilos 
está mais ligada a infecção por helmintos, assim como a participação dos basófilos 
está mais ligada a alérgenos e parasitas. 
A acumulação de células mortas e micro-organismos, em conjunto com fluidos 
acumulados e várias proteínas, forma o que é conhecido com pus. Mas uma vez que 
a causa da inflamação é removida, a resposta inflamatória cessa e algumas citocinas 
iniciam o processo de cicatrização. 
2.1 ALTERAÇÕES VASCULARES 
Por definição, a inflamação é a resposta de um tecido vivo vascularizado a uma 
agressão. No caso da inflamação aguda, seriam os fenômenos vascular que 
acontecem nas primeiras horas da inflamação. Já que os dois principais mecanismos 
da defesa do hospedeiro contra os microrganismos (anticorpos e leucócitos) se 
encontram normalmente na corrente sanguínea, os fenômenos vasculares 
desempenham um papel de extrema importância na inflamação aguda. 
As alterações vasculares da inflamação aguda acontecem por meio dos seguintes 
fenômenos: 
 Alterações no fluxo e calibre vasculares (alterações hemodinâmicas): 
essas alterações se iniciam logo após a lesão e se desenvolvem em graus 
variáveis dependendo da sua gravidade. As alterações são asa seguintes: 
vasodilatação (o que leva ao aumento focal do fluxo sanguíneo, gerando o 
calor e o rubor) induzida por fatores como a histamina, serotonina, leucotrienos 
e neuropeptídio substancia P; aumento da viscosidade sanguínea (devido a 
maior presença de hemácias na região); acúmulo de leucócitos (especialmente 
neutrófilos) na região. 
7 
 
 
 
 Aumento da permeabilidade vascular (extravasamento vascular): o 
aumento da permeabilidade vascular, levando ao extravasamento de fluido rico 
em proteínas (exsudato) para o tecido extravascular, é uma característica 
fundamental da inflamação aguda. A vasodilatação (que aumenta o espaço 
entre as células endoteliais) e a perda de proteínas do plasma (reduzindo a 
pressão osmótica no fluido intravascular e aumento do fluido intersticial) são 
dois fatores que acarretam no extravasamento acentuado de fluido dos vasos, 
levando ao seu acúmulo no interstício, caracterizando o edema. 
 
8 
 
 
 
 Exsudação leucocitária: são os eventos celulares que compõem a inflamação 
aguda. Os leucócitos são as células da linhagem branca sanguínea, ou seja: 
linfócitos, monócitos (que em nível intersticial, passa a ser chamado de 
macrófago), polimorfonucleares (neutrófilos, acidófilos e basófilos). A primeira 
célula a se envolver no processo inflamatório agudo é o polimorfonuclear 
neutrófilo. 
 
 
2.2 EVENTOS CELULARES (EXTRAVASAMENTO DE 
LEUCÓCITOS E FAGOCITOSE) 
Uma das funções mais essenciais da inflamação é o encaminhamento de 
leucócitos à área lesada e a ativação que desempenham suas funções normais de 
defesa do hospedeiro. A sequência de eventos na jornada dos leucócitos do lúmen 
vascular para o tecido intersticial (extravasamento ou exsudação leucocitária: 
mecanismo pelo qual os polimorfonucleares deixam o capilar para atingir o foco 
inflamatório), pode ser dividida nas seguintes etapas: 
 1. No lúmen, por meio da emissão de moléculas sinalizadoras pelas células 
endoteliais, os polimorfonucleares passam pelas seguintes etapas: marginação, 
9 
 
 
rolamento (processo induzido pelas selectinas, que garantem uma maior eficácia 
neste processo) e adesão ao endotélio (mediado pelas integrinas). Vale salientar que 
o endotélio vascular normalmente não prende as células circulantes nem impede sua 
passagem. Porém, na inflamação, o endotélio precisa ser ativado para permitir que 
ele se ligue aos leucócitos, sendo este o passo inicial para que depois ele s saiam do 
s vasos; 
2. Transmigração (diapedese) através do endotélio; 
3. Migração nos tecidos intersticiais em direção ao estímulo quimiotático 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
2.3 MARGINAÇÃO, ROLAMENTO, ADESÃO E 
TRANSMIGRAÇÃO LEUCOCITÁRIA 
No sangue que flui normalmente através das vênulas, os eritrócitos estão 
confinados a uma coluna axial central, deslocando os leucócitos na direção da parede 
vascular. Como logo no início da inflamação ocorre uma diminuição da velocidade 
do fluxo sanguíneo (estas e), as condições hemodinâmicas mudam e aumenta o 
número de leucócitos na periferia do fluxo, próximo à superfície vascular. Esse 
processo de acúmulo dos leucócitos é chamado de marginação. Subsequentemente, 
os leucócitos, inicialmente uma pequena quantidade seguida de um grande aumento 
desse número, vão rolando aos saltos pelo endotélio, aderindo transitoriamente a ele 
(processo chamado de rolamento) e finalmente param em um determinado ponto, 
onde aderem firmemente (processo chamado de adesão). O endotélio pode ficar 
virtualmente coberto de leucócitos, o que é chamado de pavimentação. A adesão 
leucocitária e a transmigração são reguladas principalmente pela ligação de 
moléculas de adesão complementares no leucócito e na superfície endotelial, e pelos 
mediadores químicos (quimiotaxias e determina das citocinas) que afetam esses 
processos modulando a expressão na superfície ou a avidez dessas moléculas de 
adesão. Os receptores de adesão envolvidos pertencem a quatro famílias 
moleculares: as selectinas (P-selectina, E-selectina); a superfamília das 
imunoglobulinas (IC AM-1 e VCAM-1); as integrinas (glicoproteínas como a Mac-1 e 
11 
 
 
VLA-4); e as glicoproteínas semelhante s à mucina (como o heparan sulfato). As 
figuras abaixo representam o processo. 
 
 
12 
 
 
2.4 QUIMIOTAXIA 
Após o extravasamento,os leucócitos migram nos tecidos em direção ao local 
da lesão por um processo chamado de quimiotaxia, cuja definição mais simples é a 
locomoção ao longo de um gradiente químico gerado por mediadores produzidos n o 
processo inflamatório. Tanto substancias exógenas quanto endógenas podem agir 
como quimiotáticos. Os a gentes exógenos mais comuns são os produtos bacterianos 
(como os peptídeos que possuem o N-for mil-metionina terminal; outros são de 
natureza lipídica). Agentes quimiotáticos endógenos, que serão abordados 
detalhadamente mais adiante, incluem vários mediadores químicos, como: 
componentes do sistema complemento (ver OB S³ mais adiante), especialmente o 
C5a e C3a; produtos da via da lipoxigenase, especialmente o leucotrieno B4 (LT 
B4); e citocinas, especialmente as que pertencem à família das quimiocinas (como o 
IL- 8, por exemplo). Todos os agentes quimiotáticos mencionados se unem a 
receptores específicos ligados à proteína G (GPCR s), que atravessam a membrana 
sete vezes, na superfície dos leucócitos. Os sinais iniciados por esses receptores 
resultam no recrutamento das proteínas G e na ativação de várias moléculas efetoras, 
incluindo a fosfolipase C (PLCγ) e a fosfoino sitol-3 cinase (PI3K). A PLCγ e a PI3K 
atuam no fosfolipídio inositol da membrana e geram mensageiro s lipídicos 
secundários que aumenta o cálcio citosólico e ativam pequenas GTPases (da família 
Rac/Rho/c dc42), responsáveis, entre outras funções, por induzir a polimerização da 
actina do citoesqueleto celular. Desta maneira, os leucócitos são capazes de se 
locomover estendendo pseudópodes até o foco inflamatório 
2.5 ATIVAÇÃO LEUCOCITÁRIA 
Microrganismos, produtos de células necróticas, complexos antígeno-
anticorpo e citocinas, incluindo os fatores quimiotáticos, induzem várias respostas nos 
leucócitos que são parte de suas unções de defesa (neutrófilo e Monócito/macrófago) 
e são incluídos sob a rubrica de ativação linfocitária. A ativação leucocitária resulta 
de várias vias de sinalização iniciadas nos leucócitos, gerando um aumento na 
concentração de Ca2+no citosol e na ativação de enzimas como a proteíno-cinase C 
e a fosfolipase A2. As respostas funcionais induzidas na ativação dos leucócitos 
incluem: 
13 
 
 
 Produção de metabólitos do ácido araquidônico (resultante da ativação da 
fosfolipase A2 e do cálcio intracelular); 
 Desgranulação e secreção de enzimas lisossomais e ativação do surto 
oxidativo; 
 Secreção de citocinas, que amplificam e regulam as reações inflamatórias; 
 Modulação das moléculas de adesão leucocitárias. 
 
2.6 FAGOCITOSE 
A fagocitose e a liberação de enzimas pelos neutrófilos e macrófagos são 
responsáveis pela eliminação de agentes nocivos, constituindo, assim, dois dos 
maiores benefícios derivados do acúmulo de leucócitos no foco inflamatório. A 
fagocitose envolve três etapas distintas, mas relacionadas entre si: 
 
 • Reconhecimento e ligação: apesar de os neutrófilos e os macrófagos serem 
capazes de capturar bactérias e materiais estranhos sem a ligação de receptores 
específicos, a fagocitose de microrganismos e células mortas é tipicamente iniciada 
pelo reconhecimento das partículas por receptores expressos na superfície dos 
leucócitos (como os receptores de manose, açúcar que constitui moléculas 
encontradas na parede celular das bactérias). A eficácia da fagocitose é extrema 
mente aumentada quando o organismo está opsonizado por proteínas específicas 
(opsoninas, como o C5a e C3a) para as quais as células fagocitárias expressam 
receptores de alta afinidade. 
 
• Captura: a ligação de uma partícula ao receptor de um leucócito fagocitário inicia 
o processo de fagocitose: extensões do citoplasma (pseudópodes) se estendem em 
torno da partícula até engolfá-la em um fagossomo criado pela membrana plasmática 
da célula. 
 
• Morte e degradação: a destruição do microrganismo é desempenhada em grande 
parte por mecanismos dependentes de oxigênio. A fagocitose estimula o surto de 
consumo de oxigênio, glicogenólise, aumento da oxidação da glicose e a produção 
de intermediários reativos do oxigênio (espécies reativas do O2). Depois que os 
14 
 
 
microrganismos são mortos, eles são degradados dentro dos fagolisossomos pelas 
hidrolases armazenadas nos lisossomos 
 
 3. INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
Se o agente causador da inflamação aguda persistir dá-se início ao processo 
de inflamação crônica. Este processo pode durar vários dias, meses ou anos. A 
inflamação crônica é caracterizada pela ativação imune persistente com presença 
dominante de macrófagos no tecido lesionado. Os macrófagos liberam mediadores 
que, a longo prazo, tornam-se prejudiciais não só para o agente causador da 
inflamação, mas também para os tecidos da pessoa. Como consequência, a 
inflamação crônica é quase sempre acompanhada pela destruição de tecidos. Entre 
os processos inflamatórios crônicos conhecidos estão: artrite, asma e processos 
alérgicos, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, síndromes intestinais, 
doença celíaca e diabetes. 
A inflamação crônica é considerada um tipo de inflamação prolongada 
(semanas ou meses de pois da instalação da inflamação aguda) na qual a destruição 
tissular e a tentativa de reparar os danos o correm simultaneamente. Para se 
entender a instalação da chamada fase crônica da inflamação, devemos descrever 
os possíveis destinos do processo inflamatório agudo: 
 Resolução completa 
 Cicatrização pela substituição do tecido conjuntivo 
 Formação de abscesso (coleção localizada de secreção purulenta, constituída 
de tecido destruído, células inflamatórias e bactérias piogênicas) 
 Progressão tecidual a inflamação crônica. Isso pode se seguir à inflamação 
aguda, ou a reposta pode ser crônica praticamente desde o início. A transição 
de aguda para crônica ocorre quando não há um a resolução da resposta 
inflamatória aguda de vido à persistência do agente nocivo ou a alguma 
interferência com o processo normal de cicatrização. 
 Apesar de poder ser a continuação de um a inflamação aguda, como descrito 
anteriormente, a inflam ação crônica frequentem ente começa de maneira 
insidiosa com o uma reação pouco intensa, geral mente assintomática. Este 
último tipo de inflamação crônica é a causa de dano tecidual em algumas das 
15 
 
 
doenças humanas mais comuns e debilitante s, como a artrite reumatoide, 
aterosclerose, tuberculose e as doenças pulmonares crônicas. 
3.1 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO INFLAMATÓRIO 
CRÔNICO 
Enquanto que o processo inflamatório agudo se caracteriza por e ventos 
vasculares, formação de edema e presença marcante de neutrófilos no foco 
inflamatório, o processo inflamatório crônico apresenta particularidades que divergem 
da inflamação aguda: 
 É desencadeado por um processo inflamatório agudo prévio não eficiente, de 
modo que o agente agressor ainda persista, desencadeando os mediadores 
que pro movem a instalação da inflamação crônica; 
 Os focos inflamatórios são caracterizados por infiltrados celulares 
mononucleares: linfócitos, macrófagos (chegam com cerca de 24 – 48h depois 
de instalado o processo inflamatório) e plasmócitos. Os eosinófilos, 
mastócitos e neutrófilos só surgem caso o agente agressor persista no 
processo lesivo. As concentrações de neutrófilos são muito menores quando 
comparadas à s da inflamação aguda; 
 Proliferação de fibroblastos e vasos sanguíneos (angiogênese); 
 Aumento do tecido conjuntivo com deposição de colágeno e tecido fibrosado; 
 Destruição tissular: o processo inflamatório, a o tentar debelar o agente 
agressor, passa a d estruir por meio de suas enzimas o tecido da região onde 
o processo se instalou. 
 É um processo específico (diferentemente da inflamação aguda que, mais 
primitiva filogeneticamente, é inespecífica) e mais sofisticado (envolvendoapresentações antigênicas e mais outras reações características da resposta 
imune adaptativa). 
3.2 CAUSAS DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
A inflamação crônica s urge nas seguintes situações: 
 Nas infecções persistentes por determinados microrganismos, como o bacilo 
da tuberculose, o Treponema pallidum (causador da sífilis) e deter minados 
vírus, fungos e para sitas. 
16 
 
 
 A exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos e nocivos, sejam 
eles endógeno s ou exógenos. Um exemplo de agente exógeno é a sílica, 
material não-degradável que, quando inalado por longos períodos, causa uma 
doença pulmonar inflamatória conhecida como silicose. A aterosclerose é 
considerada um a doença inflamatória crônica da parede arterial induzida por 
componentes endógenos (lipídios tóxicos do plasma). 
 Auto-imunida de (Como é o caso das doenças autoimunes). Nessas doenças, 
os auto-antígenos desencadeiam uma reação imunológica que se 
autoperpetua, causando lesão tecidual e inflamação crônicas. Como exemplo: 
artrite reumatoide e os lúpus eritematoso. 
3.3 INFILTRADO CELULAR MONONUCLEAR 
O macrófago é a célula dominante na inflamação crônica (enquanto que na 
inflamação aguda, é o polimorfonuclear neutrófilo), sendo acompanhado, logo então, 
por linfócitos e plasmócitos. 
MACRÓFAGOS 
Os macrófagos são um dos componentes do sistema fagocitário mononuclear. 
Este consiste de células intimamente relaciona das que se originam na medula 
óssea, incluindo monócitos sanguíneos e macrófagos tissulares. De uma forma geral, 
os monócitos e os macrófagos são a mesma célula, porém os monócitos estão 
localizados no sangue, a o passo em que os macrófagos, nos tecido s: os macrófagos 
são derivados dos monócitos do sangue periférico que foram induzidos a migrar 
através do endotélio por agentes químicos (C5a, fibrinopeptídios, citocinas, FCDP – 
fator de crescimento derivado de plaquetas, etc). 
 
Eles estão difusamente espalhados no tecido conjuntivo ou localizados em 
órgãos como o fígado (células de Kupffer), baço, linfonodos, sistema nervoso central 
(micróglia), alvéolos pulmonares e ossos (osteoclastos). A meia vida dos monócitos 
sanguíneos é de cerca de 1 dia, enquanto um macrófago tissular sobrevive por vários 
meses ou anos. 
 
 Como discutido anteriormente, os monócitos começam a migrar para os 
tecidos extravasculares logo no início da inflamação aguda e, em 48 horas, podem 
17 
 
 
constituir o tipo celular predominante. O extravasamento dos monócitos também é 
governado por moléculas de adesão e mediadores químicos quimiotáticos e de 
ativação. Quando o monócito chega ao tecido extra vascular, transforma- se em uma 
célula fagocitária maior, o macrófago. 
 
 Os macrófagos podem ser ativados por uma variedade de estímulos, 
incluindo as citocinas (INF-γ, por exemplo) secretadas pelos linfócitos T ativados e 
pelas células NK. Os macrófagos ativados secretam uma variedade de produtos 
biologicamente ativos que, se não controlados, resultam na lesão tecidual e fibrose 
características da inflamação crônica. Estes produtos agentes nocivos como os 
microrganismos e iniciam o processo de reparação, além de serem responsáveis por 
boa parte da lesão tecidual na inflamação crônica (uma vez que a destruição 
tecidual é uma das principais características da inflamação crônica). 
LINFÓCITOS 
Os linfócitos são mobiliza dos tanto nas reações imunológicas humorais quanto 
celulares, e até mesmo nas reações inflamatórias não-imunológica. Em algumas 
reações inflamatórias crônicas intensas, o acúmulo de linfócitos, plasmócitos e células 
apresentadoras de antígenos pode as sumir as características morfológicas dos 
órgãos linfóides, especialmente dos linfonodos, até mesmo com centros germinativos 
bem desenvolvidos. Esse padrão de organogêne se linfóide é geralmente vista na 
sinóvia de paciente com atrite reumatóide de longa duração. Os linfócitos e 
macrófagos interagem de maneira bidirecional e essas reações desempenham um 
papel importante na inflamação crônica. Os macrófagos apresentam os antígenos 
via MHC aos linfócitos T e produzem citocinas (como a IL-1 2) que estimulam a 
resposta que será desencadeada por est as células T. Os linfócitos ativados 
produzem citocinas e uma delas, o IFN- γ, é o principal ativador dos macrófagos. 
 
PLASMÓCITOS 
Os plasmócitos são células originadas da diferenciação dos linfócitos B. 
Naquela forma, a célula é capaz de secretar anticorpos que agem como opsoninas 
para auxiliar o reconhecimento e fagocitose do microrganismo que persiste no 
estímulo nocivo. O plasmócito representa uma das principais células da inflamação 
18 
 
 
crônica. Seu núcleo é excêntrico (chamado pelos citologistas como em roda de 
carroça), com cito plasma basófilo e um complexo de Golgi bastante desenvolvido 
que aparece nos cortes histológicos como um halo claro próximo a o núcleo. É 
muito comum nas conhecidas osteomielites crônicas. 
EOSINÓFILOS 
 Os eosinófilos são abundantes nas reações imunológicas mediadas pela IgE 
e nas infecções parasitárias. Eles possuem grânulos que contêm proteína básica 
principal, uma proteína altamente catiônica que é tóxica para os parasitas mas 
também causa lise das células epiteliais dos mamíferos. 
MASTÓCITOS 
Os mastócitos estão ampla mente distribuídos no tecido conjuntivo e 
participam tanto da reação inflamatória aguda quanto da crônica. Elas expressam 
na superfície o receptor que liga a porção Fc da IgE (FcεRI). Nas reações agudas, 
IgE ligada aos receptores Fc das células reconhece os antígenos de maneira 
específica e as células sofrem de granulação e liberam mediadores, como a 
histamina e os produtos da oxidação do ácido araquidônico. Esse tipo de resposta 
ocorre durante as reações anafilática s a alimentos, picada d e insetos ou drogas. 
Tabela comparativa da inflamação aguda e crônica 
 
OBS: Dependendo de modificações no agente agressor ou na capacidade de 
resposta do hospedeiro, a inflamação aguda pode cronificar ou a inflamação crônica 
19 
 
 
pode agudizar. Existem situações aonde são observadas características de ambas e, 
portanto, são denominadas de inflamação crônica com agudização. 
4. MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO DERIVADOS 
DE CÉLULAS 
Os mediadores químicos da inflamação derivados de células podem estar pré-
formados em grânulos no interior das células, ou então, podem ser sintetizados 
localmente no sítio da inflamação quando há um estímulo. 
Dentre as células capazes de produzir e liberar diferentes mediadores 
químicos no local da inflamação estão os macrófagos teciduais, os mastócitos, as 
células endoteliais, os leucócitos recrutados da corrente sanguínea em direção ao 
sítio da inflamação. 
Este grupo de mediadores químicos influi as aminas vasoativas (histamina e 
serotonina) os metabólitos do ácido araquidônico (prostaglandinas, leucotrienos e 
lipoxinas), as citocinas (fator de necrose tumoral, interleucina-1 e quimiocinas), as 
espécies reativas do oxigênio (ERO), o óxido nítrico (NO), as enzimas lisossômicas 
dos leucócitos e os neuropeptídeos (substância P). 
AMINAS VASOATIVAS 
São duas as aminas vasoativas: histamina e serotonina. Ambas encontram-se 
pré-formadas em grânulos citoplasmáticos de células. 
A histamina é sintetizada por diferentes tipos celulares, especialmente pelos 
mastócitos adjacentes aos vasos, pelos basófilos e plaquetas circulantes. Esse 
mediador é liberado das células em resposta a um estímulo, como lesão física, 
reações imunes e na presença de outros mediadores químicos, como citocinas, 
anafilatoxinas e neuropeptídeos. Esta molécula leva à dilatação arteriolar, 
aumentando a permeabilidade do vaso e, consequentemente, facilitando a saída de 
leucócitos para o sítio inflamatório. 
A serotonina, também chamada de 5-hidroxitriptamina, apresenta efeitos 
similaresaos da histamina. É encontrado primariamente em grânulos plaquetários e 
liberada durante a agregação das plaquetas. 
METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (AA) 
20 
 
 
Os metabólitos do ácido araquidônico, também chamados de eicosanoides, 
podem mediar, praticamente, cada etapa do processo inflamatório agudo. Sua 
produção é intensificada nos locais da resposta inflamatória. As principais células 
fontes de metabólitos do AA na inflamação são os leucócitos, mastócitos, células 
endoteliais e plaquetas. 
São formados por duas vias principais: 
 Via da ciclooxigenase: esta via resulta na produção de prostaglandinas, 
prostaciclinas e tromboxano. As duas primeiras levam à vasodilatação, inibição 
da agregação plaquetária e estão envolvidas na patogenia da dor e febre no 
processo inflamatório. O último está relacionado com o processo de 
coagulação, uma vez que leva à vasoconstrição e promove a agregação 
plaquetária. 
 Via da lipoxigenase: resulta na produção de leucotrienos e lipoxinas. Os 
primeiros são produzidos por neutrófilos e alguns macrófagos, sendo 
quimiotático para neutrófilos, além de causar broncoespasmo, vasodilatação e 
aumento da permeabilidade vascular. As lipoxinas funcionam basicamente 
como inibidores da inflamação, ou seja, atuando como antagonistas 
endógenos dos leucotrienos, uma vez que inibem a adesão leucocitária no 
endotélio vascular e, consequentemente, a migração dessas células ao sítio 
inflamatório. 
FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA (FAP) 
Este mediador químico é derivado dos fosfolipídeos de membrana de 
neutrófilos, monócitos, basófilos, células endoteliais e plaquetas, dentre outras, 
atuando diretamente sobre as células-alvo. Atua estimulando as plaquetas, causam 
vasoconstrição e broncoconstrição. 
O FAP pode promover a maior parte das reações inflamatórias, englobando o 
aumento de adesão dos leucócitos, a quimiotaxia, a degranulação leucocitária e os 
surtos oxidativo, além de estimular a produção de outros mediadores químicos, 
especialmente, os eicosanoides. 
CITOCINAS 
21 
 
 
Consistem em polipeptídeos sintetizados por diferentes tipos celulares, que 
estão envolvidas na resposta inflamatória imune inata a estímulos nocivos e nas 
respostas imunes adaptativas aos microrganismos. 
As principais citocinas envolvidas na resposta inflamatória aguda são: 
 Fator de necrose tumoral (TNF) e interleucina-1 (IL-1): sintetizados por 
macrófagos ativados, mastócitos, células endoteliais, dentre outras células. 
Necessitam de um estímulo para serem liberadas, como endotoxinas 
bacterianas, imunocomplexos e produtos dos linfóticos T gerados durante as 
respostas imunes. O principal papel destes mediadores químicos é a ativação 
endotelial. 
 Quimiocinas: atuam primariamente como quimioatraentes para diversos 
leucócitos para o local da inflamação. Esta citocina ativa os leucócitos, 
aumentando a afinidade das integrinas presentes na superfície dessas células 
e das células endoteliais. 
ESPÉCIES REATIVAS DO OXIGÊNIO (ERO) 
São enzimas sintetizadas através da via NADPH-oxidase, sendo liberadas dos 
macrófagos ativados e neutrófilos na presença de estímulos como bactérias, 
imunocomplexos, citocinas e diversos estímulos inflamatórios. 
Quando produzidos no interior dos lisossomos dos neutrófilos e macrófagos, 
atuam destruindo microrganismos fagocitados e células necróticas. Quando liberados 
das células em baixos níveis podem aumentar a expressão das moléculas de adesão 
e citocinas, amplificando, deste modo, a cascata de mediadores químicos. Quando 
em concentrações maiores, esses mediadores podem levar à lesão endotelial e de 
outros tipos de células. 
ÓXIDO NÍTRICO (NO) 
O NO consiste em um gás radical livre, solúvel, de curta duração, sintetizado 
por diferentes tipos de células. Os macrófagos usam o NO como um metabólito 
citotóxico, visando destruir microrganismos e células neoplásicas. Quando 
sintetizados pelas células endoteliais, levam ao relaxamento do músculo liso dos 
vasos e consequente vasodilatação. 
22 
 
 
Dentre suas funções na inflamação estão: 
 Relaxamento do músculo liso vascular; 
 Antagonismo a todos os estágios da ativação plaquetária, 
 Diminuição do recrutamento de leucócitos para os sítios inflamatórios; 
 Agente microbicida em macrófagos ativados. 
ENZIMAS LISOSSÔMICAS DOS LEUCÓCITOS 
Os neutrófilos e os monócitos possuem grânulos nos quais estão contidas 
muitas moléculas que participam do processo inflamatório agudo. Costumam ser 
liberados após a morte dessas células, bem como por extravasamento durante a 
formação do fagossomo, ou durante as tentativas frustradas de fagocitar superfícies 
grandes. 
As enzimas lisossômicas mais importantes são: 
 Proteases ácidas: possuem pH ótimo e normalmente são ativas somente no 
interior dos fagolisossomos. 
 Proteases neutras: costumam ser ativas na matriz extracelular e levam à lesão 
destrutiva e deformante por degradarem elastina, colágeno e membrana basal. 
NEUROPEPTÍDEOS 
Consistem em diminutas proteínas, capazes de iniciar as respostas 
inflamatórias. Um exemplo é a substância P, responsável por transmitir os sinais 
dolorosos, regular os tônus do vaso sanguíneo e modular a permeabilidade vascular. 
As fibras nervosas que liberam neuropeptídios são abundantes no pulmão e trato 
gastrointestinal. 
4.1 MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO 
DERIVADOS DO PLASMA SANGUÍNEO 
Os mediadores químicos da inflamação derivados do plasma sanguíneo são, 
na sua maior parte, sintetizados no fígado e encontram-se circulando no plasma, na 
sua forma inativa, sendo ativados no sítio da inflamação. 
As proteínas circulantes de três sistemas inter-relacionados estão ligados em 
diversos aspectos da reação inflamatória. São eles: 
23 
 
 
 Sistema complemento; 
 Sistema das cininas; 
 Sistema da coagulação. 
Sistema Complemento 
Este sistema refere-se a proteínas plasmáticas que atuam na defesa do 
hospedeiro e no processo inflamatório. 
Quando ativas, as proteínas do sistema complemento revestem as partículas 
invasoras, deixando-as mais atrativas para os leucócitos, facilitando a fagocitose das 
mesmas, processo chamado de opsonização. Além disso, aumentam a 
permeabilidade vascular e a quimiotaxia dos leucócitos. A ativação desse sistema 
também dá origem ao complexo de ataque à membrana (MAC), dando origem a 
canais cilíndricos nas membranas plasmáticas dos microrganismos invasores, 
resultando na sua lise. 
Sistema Da Coagulação e das Cininas 
A ativação do fator XII da cascata da coagulação, também conhecido como 
fator de Hageman, trata-se do evento central na geração de diversos mediadores 
circulantes da inflamação. Quando o fator de Hageman é ativado, inicia-se quatro 
sistemas envolvidos no processo inflamatório, que são: 
 Sistema das cininas, na qual há a produção de cininas ativas, como a 
bradicinina, que provoca o aumento da permeabilidade vascular, dilatação 
arteriolar, contração do músculo liso dos brônquios e dor quando injetada na 
pele; 
 
 Sistema de coagulação, resultando na ativação de trombina, que cliva e 
fibrinogênio solúvel circulante, produzindo um coágulo de fibvrina insolúvel. 
Além disso, durante a clivagem do fibrinogênio, a fibrina gerafibrinopeptídeos, 
que aumentam a permeabilidade vascular e são quimiotáticos para leucócitos; 
 
 Sistema fibrinolítico, visando limitar o processo de coagulação, por meio da 
clivagem da fibrina, solubilizando assim o coágulo de fibrina. Sem a fibrinólise 
e os outros mecanismos reguladores, o início da cascata da coagulação 
24 
 
 
poderia resultar em coagulação contínua e irrevogável de toda a 
vascularização; 
 
 Sistema complemento, produzindo anafilatoxinas. A plasmina também pode 
ativar o fator de Hageman, amplificando assim todo o conjunto de respostas. 
 
5. FASES DA INFLAMAÇÃO 
A inflamação é um mecanismo de defesa local, exclusivo de tecidos 
mesenquimais lesados (tecidoconjuntivo, o tecido ósseo e cartilaginoso, os vasos 
sanguíneos e linfáticos e o tecido muscular). É a resposta local do tecido 
vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos 
componentes líquidos e celulares, também por adaptações do tecido conjuntivo 
vizinho. 
 
Existem alguns fenômenos básicos comuns a qualquer tipo de inflamação e 
não importando qual seja o agente inflamatório. Apesar desses fenômenos estarem 
divididos em cinco fases todos eles acontecem como um processo único e conjunto, 
o que faz da inflamação um processo dinâmico. As fases são: 
 
Fase irritativa: ocorrem modificações morfológicas e funcionais dos tecidos 
agredidos que promovem a liberação de mediadores químicos, que irão desencadear 
as outras fases inflamatórias. 
 
Fase vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e de permeabilidade 
vascular no local da agressão. 
 
Fase exsudativa: essa fase é característica do processo inflamatório, e é formada 
pelo exsudato celular e plasmático (migração de líquidos e células para o foco 
inflamatório) oriundos do aumento da permeabilidade vascular. 
 
Fase degenerativa-necrótica: composta por células com alterações degenerativas 
reversíveis ou não (neste caso, originando um material necrótico), derivadas da ação 
25 
 
 
direta do agente agressor ou das modificações funcionais e anatômicas consequentes 
das três fases anteriores. 
 
Fase produtiva-reparativa: aumento na quantidade dos elementos teciduais - 
principalmente células, resultado das fases anteriores. O objetivo é destruir o agente 
agressor e reparar o tecido agredido. 
 
SINAIS CARDINAIS 
Existem também cinco sinais clássicos do processo inflamatório, chamados 
de Sinais Cardinais. 
 
São eles: edema, calor, rubor, dor e perda da função. 
 O edema é causado principalmente pela fase exsudativa e produtiva-
reparativa, por causa do aumento de líquido e de células. 
 O calor vem da fase vascular, onde há hiperemia arterial (que é o aumento 
do volume sanguíneo no local) e, consequentemente, aumento da 
temperatura local. 
 O rubor é a vermelhidão, que também decorre da hiperemia. 
 A dor é originada por mecanismos mais complexos que incluem compressão 
das fibras nervosas locais devido ao edema, agressão direta às fibras nervosas 
e ação farmacológica sobre as terminações nervosas. Envolve no mínimo três 
fases da inflamação (irritativa, vascular e exsudativa). 
26 
 
 
 Finalmente, a perda de função é decorrente do edema (principalmente em 
articulações, impedindo a movimentação) e da dor, que dificultam as atividades 
locais. 
6. RESULTADO DA INFLAMAÇÃO 
Regeneração: Ocorre se houver a proliferação de células da mesma origem das 
células que estavam presentes no parênquima lesado. 
Cicatrização: Ocorre quando se teve uma lesão tecidual com muita necrose celular 
do tecido conjuntivo, com proliferação de tecido fibroso, fibroblastos, que pode levar 
uma perda de função da área lesada. 
27 
 
 
 
7. CONCLUSÃO 
O processo inflamatório é uma resposta do organismo humano, frente a algum 
agente etiológico. Esse processo é essencial para manter a hemostasia do corpo, 
pois caso o processo inflamatório não acontecesse, lesões simples do dia a dia iriam 
se tornar um grande problema. 
O estudo desse processo, é essencial para todos os profissionais da área de 
saúde, pois o conhecimento sobre os diferentes tipos de inflamação, faz com que o 
profissional/estudante tenha uma visão geral sobre o assunto, podendo entender 
como funciona a teoria do processo inflamatório e como ele pode se manifestar 
clinicamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 8. REFERÊNCIAS 
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28 
 
 
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