Buscar

Inflamação Aguda

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Inflamação Aguda 
Referencia Bibliografica:Robbins e Cotran 
Patologia-Bases Patológicas das Doenças.9ed 
Capítulo 3:Inflamação e Reparo 
A inflamação aguda tem três componentes 
principais: (1) dilatação de pequenos vasos 
levando a aumento no fluxo sanguíneo; (2) 
aumento de permeabilidade da 
microvasculatura, que permite que as 
proteínas do plasma e os leucócitos saiam da 
circulação e (3) emigração de leucócitos da 
microcirculação, seu acúmulo no foco da 
lesão e sua ativação para eliminar o agente 
agressor. 
Quando um organismo encontra um agente 
lesivo, como um microrganismo infeccioso ou 
células mortas, os fagócitos que residem em 
todos os tecidos tentam eliminar esses 
agentes. Ao mesmo tempo, os fagócitos e 
outras células do tipo sentinela nos tecidos 
reconhecem a presença da substância 
estranha ou anormal e reagem por meio da 
liberação de citocinas, mensageiros lipídicos e 
outros mediadores da inflamação. Alguns 
desses mediadores agem nos pequenos vasos 
sanguíneos no entorno, promovendo o efluxo 
de plasma e o recrutamento de leucócitos 
circulantes para o sítio no qual o agente 
agressor está localizado Gerando os sinais 
cardinais ou flogisticos da inflamação 
 
Dor-ação dos mediadores inflamatórios 
Rubor(vermelhidão/ eritema)-vasodilataççao 
e diminuição do fluxo sanguineo 
Inchaço(edema)-aumento da permeabilidade 
vascular 
Calor-vasodilatação e estase sanguinea 
Perda de função:uma vez que comprime 
terminações nervosas impedindo o estimulo 
 
Reações dos vasos sanguíneos na 
Inflamação aguda 
As reações vasculares da inflamação aguda 
consistem em alterações no fluxo sanguíneo e 
na permeabilidade dos vasos, ambas 
destinados à maximização do movimento das 
proteínas e e leucócitos do plasma para fora 
da circulação, em direção ao local da infecção 
ou lesão. 
O deslocamento de fluidos, proteínas e 
células sanguíneas do sistema vascular para 
dentro do tecido intersticial ou das cavidades 
corporais é conhecido como exsudação 
.Exsudato é o fluido extravascular que 
apresenta uma elevada concentração proteica 
e contém resíduos celulares. Sua presença 
implica que há aumento de permeabilidade 
dos pequenos vasos sanguíneos provocada 
por algum tipo de lesão tecidual e uma reação 
inflamatória contínua. Em contraste, um 
transudato é um fluido com baixo conteúdo 
proteico (a maior parte composta de 
albumina), pouco ou nenhum material celular 
e baixa gravidade específica. Trata-se, 
essencialmente, de um ultrafiltrado de 
plasma sanguíneo que resulta de 
desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao 
longo da parede do vaso sem aumento 
correspondente na permeabilidade vascular. 
O edema denota excesso de fluido no tecido 
intersticial ou das cavidades serosas, que 
pode ser ou um exsudato ou um transudato. 
O pus, um exsudato purulento, é um 
exsudato inflamatório rico em leucócitos 
(principalmente neutrófilos), restos de 
células mortas e, em muitos casos, 
microrganismos. 
 
Alterações no Fluxo e no calibre 
vascular 
As mudanças no fluxo e no calibre vascular se 
iniciam logo após a lesão e consistem no 
seguinte: 
1) A vasodilatação é induzida pela ação de 
vários mediadores, sobretudo a histamina, 
nos músculos lisos vasculares. É uma das 
primeiras manifestações de inflamação 
aguda. Inicialmente, a vasodilatação envolve 
as arteríolas e, então, leva à abertura de 
novos leitos capilares na área. O resultado é o 
fluxo sanguíneo aumentado, que é a causa do 
calor e da vermelhidão (eritema) no local da 
inflamação. 
2) A vasodilatação é rapidamente seguida por 
aumento de permeabilidade da 
microvasculatura, com extravasamento de 
fluido rico em proteína nos tecidos 
extravasculares. 
3) A perda de fluido e o diâmetro aumentado 
do vaso levam a fluxo sanguíneo mais lento, 
concentração de hemácias em pequenos 
vasos e aumento de viscosidade do sangue. 
Essas alterações resultam na obstrução dos 
pequenos vasos com hemácias se 
movimentando lentamente, uma condição 
denominada estase, que é vista como 
congestão vascular e vermelhidão localizada 
do tecido envolvido. 
4) À medida que a estase se desenvolve, os 
leucócitos sanguíneos, principalmente os 
neutrófilos, se acumulam ao longo do 
endotélio vascular. Ao mesmo tempo, as 
células endoteliais são ativadas por 
mediadores produzidos nos locais de infecção 
e dano tecidual, expressando níveis 
aumentados de moléculas de adesão. Os 
leucócitos, então, aderem ao endotélio e, 
logo depois, migram através da parede 
vascular para dentro do tecido intersticial. 
Permeabilidade Vascular 
Aumentada(Extravasamento) 
1)A contração das células endoteliais 
resultando no aumento dos espaços 
interendoteliais é o mecanismo mais comum 
de extravasamento. É deflagrada por 
histamina, bradicinina, leucotrienos e 
mediadores químicos. É chamada resposta 
transitória imediata, pois ocorre rapidamente 
após a exposição ao mediador e, em geral, 
tem vida curta (15 a 30 minutos). Em algumas 
formas de lesão leve (p. ex., após 
queimaduras, irradiação ou radiação 
ultravioleta e exposição a certas toxinas 
bacterianas), o extravasamento tem início 
após um atraso de 2 a 12 horas e dura por 
várias horas ou mesmo dias; esse 
extravasamento atrasado e prolongado pode 
ser causado pela contração das células 
endoteliais ou por dano endotelial leve. A 
queimadura de sol com aparecimento tardio é 
um bom exemplo desse tipo de 
extravasamento. 
2)A lesão endotelial,resultando em necrose e 
separação das células endoteliais. O dano 
direto ao endotélio é encontrado em lesões 
graves, como, por exemplo, em queimaduras, 
ou é induzido pela ação de microrganismos e 
suas toxinas, que têm como alvo as células 
endoteliais. Os neutrófilos que aderem ao 
endotélio durante a inflamação também 
podem lesar as células endoteliais e, 
portanto, amplificar a reação. 
 Na maioria dos exemplos, o extravasamento 
se inicia imediatamente após a lesão e é 
mantido por várias horas até que os vasos 
danificados sejam trombosados ou reparados. 
Embora esses mecanismos de permeabilidade 
vascular aumentada sejam descritos 
separadamente, é provável que todos 
contribuam, em vários graus, para as 
respostas à maioria dos estímulos. Por 
exemplo, em diferentes estágios de 
queimadura térmica, o extravasamento 
resulta da contração endotelial quimicamente 
mediada e de dano endotelial direto e 
dependente de leucócitos. O extravasamento 
induzido por esses mecanismos pode causar 
perda de fluido, com risco de morte, em 
vários pacientes queimados. 
 
Resposta de vasos Linfáticos e 
linfonodos 
Além dos vasos sanguíneos, os vasos linfáticos 
também participam da inflamação aguda. O 
sistema linfático e os linfonodos filtram e 
policiam os fluidos extravasculares. 
Normalmente, os vasos linfáticos drenam a 
pequena quantidade de fluido extravascular 
que saiu dos capilares. Na inflamação, o fluxo 
linfático é aumentado e ajuda a drenar o 
fluido do edema que se acumula devido ao 
aumento de permeabilidade vascular. Além 
do fluido, os leucócitos e os resíduos 
celulares, bem como os microrganismos, 
podem encontrar o caminho até a linfa. Os 
vasos linfáticos, assim como os vasos 
sanguíneos, se proliferam durante as reações 
inflamatórias a fim de lidar com o aumento da 
carga. Os vasos linfáticos podem tornar-se 
inflamados de maneira secundária 
(linfangite), da mesma forma que os 
linfonodos de drenagem (linfadenite). Com 
frequência, os linfonodos inflamados são 
aumentados por causa da hiperplasia dos 
folículos linfoides e do aumento no número 
de linfócitos e macrófagos. 
Essa constelação de alterações patológicas 
recebe o nome de linfadenite reativa ou 
inflamatória . Para os clínicos, a presença de 
estrias vermelhas perto de uma ferida na pele 
é sinal revelador de infecção. Essas estrias 
seguem o curso dos canais linfáticos e são 
diagnósticasde linfangite; podem estar 
acompanhadas de aumento doloroso dos 
linfonodos de drenagem, indicando 
linfadenite. 
Recrutamento de leucócitos para 
os Locais de Inflamação 
As mudanças no fluxo sanguíneo e na 
permeabilidade vascular são rapidamente 
seguidas por influxo de leucócitos no tecido. 
Esses leucócitos realizam a função principal 
de eliminar os agentes agressores. Os 
leucócitos mais importantes nas reações 
inflamatórias típicas são aqueles que podem 
realizar a fagocitose, em especial os 
neutrófilos e os macrófagos. Esses leucócitos 
ingerem e destroem bactérias e outros 
microrganismos, além de tecido necrótico e 
substâncias estranhas. Os leucócitos também 
produzem fatores de crescimento que ajudam 
no reparo. O preço pago pela potência de 
defesa dos leucócitos é que, quando 
fortemente ativados, eles podem induzir dano 
aos tecidos e prolongar a inflamação, pois os 
produtos dos leucócitos que destroem os 
microrganismos e ajudam a “limpar” os 
tecidos necróticos também podem lesar os 
tecidos do hospedeiro não envolvidos no 
processo. 
A jornada dos leucócitos da luz vascular até o 
tecido é um processo de várias etapas, 
mediado e controlado por moléculas de 
adesão e citocinas chamadas quimiocinas. 
Esse processo pode ser dividido em fases 
seqüenciais. 
 
Adesão do leucócito ao Endotélio: 
Como o fluxo sanguíneo torna-se mais lento 
no princípio da inflamação (estase), as 
condições hemodinâmicas mudam (a tensão 
de cisalhamento na parede do vaso diminui) e 
mais leucócitos assumem posição periférica 
ao longo da superfície endotelial. Esse 
processo de redistribuição dos leucócitos é 
chamado de marginação. Subsequentemente, 
os leucócitos aderem, de forma transitória, ao 
endotélio, separam-se e se ligam novamente, 
rolando, dessa forma, na parede do vaso. As 
células finalmente param em certo ponto, 
onde aderem firmemente (lembrando seixos 
sobre os quais a corrente flui sem perturbá-
los). 
A ligação dos leucócitos às células endoteliais 
é mediada pelas moléculas de adesão 
complementares nos dois tipos de células cuja 
expressão é reforçada pelas citocinas. As 
citocinas são secretadas pelas células- 
sentinela nos tecidos, como resposta aos 
microrganismos e outros agentes lesivos, 
garantindo, dessa forma, que os leucócitos 
sejam recrutados aos tecidos, onde esses 
estímulos estão presentes. 
Migração dos Leucócitos através do 
endotélio: 
A próxima etapa no processo de 
recrutamento dos leucócitos é a migração dos 
leucócitos através do endotélio, chamada de 
transmigração ou diapedese. A transmigração 
dos leucócitos ocorre principalmente nas 
vênulas pós-capilares. As quimiocinas agem 
nos leucócitos que se aderem e estimulam as 
células a migrar através dos espaços 
interendoteliais em direção ao gradiente de 
concentração química; ou seja, rumo ao local 
da lesão ou da infecção onde as quimiocinas 
estão sendo produzidas. Várias moléculas de 
adesão presentes nas junções intercelulares 
entre as células endoteliais estão envolvidas 
na migração dos leucócitos. 
Após atravessar o endotélio, os leucócitos 
penetram na membrana basal, 
provavelmente por secretarem colagenases, e 
entram no tecido extravascular. As células, 
então, migram em direção ao gradiente 
quimiotático criado pelas quimiocinas e por 
outros quimioatraentes, acumulando-se no 
sítio extravascular. 
A prova mais evidente da importância das 
moléculas de adesão dos leucócitos é a 
existência de deficiências genéticas nessas 
moléculas, que resultam em infecções 
bacterianas recorrentes, como consequência 
da adesão prejudicada de leucócitos e de uma 
resposta inflamatória deficiente. 
Quimiotaxia dos leucócitos: 
Após sair da circulação, os leucócitos vão 
para os tecidos em direção ao local da lesão 
por meio de um processo chamado 
quimiotaxia, que é definido como a 
locomoção seguindo um gradiente químico. 
Ambas as substâncias, exógenas e endógenas, 
podem agir como quimioatraentes. Os 
agentes exógenos mais comuns são os 
produtos bacterianos, incluindo os peptídeos 
que possuem um aminoácido terminal N-
formilmetionina e alguns lipídios. Os 
quimioatraentes endógenos incluem vários 
mediadores químicos (descritos adiante): (1) 
citocinas, particularmente aquelas da família 
de quimiocinas (p. ex., IL-8); (2) componentes 
do sistema complemento, particularmente o 
C5a, e (3) metabólitos, principalmente o 
leucotrieno B4 (LTB4). 
O resultado final é que os leucócitos migram 
seguindo os estímulos inflamatórios na 
direção dos quimioatraentes localmente 
produzidos. 
A natureza do infiltrado de leucócitos varia 
de acordo com o tempo da resposta 
inflamatória e com o tipo de estimulo: 
 
Na maioria das formas de inflamação aguda, 
os neutrófilos predominam no infiltrado 
inflamatório durante as primeiras 6 a 24 
horas, sendo substituídos pelos monócitos em 
24 a 48 horas. 
Há várias razões para a preponderância inicial 
dos neutrófilos: eles são mais numerosos no 
sangue, respondem mais rapidamente às 
quimiocinas e podem ligar-se mais 
firmemente às moléculas de adesão que são 
rapidamente expressas nas células 
endoteliais, tais como P- e E-selectinas. Após 
a entrada nos tecidos, os neutrófilos têm vida 
curta: entram em apoptose e desaparecem 
em 24 a 48 horas. Os monócitos não apenas 
sobrevivem por mais tempo, como também 
podem proliferar nos tecidos e, então, tornar-
se a população dominante nas reações 
inflamatórias crônicas. 
No entanto, eles são exceções a esse 
estereótipo de infiltração celular. Em certas 
infecções – por exemplo, aquelas produzidas 
por bactérias Pseudomonas –, o infiltrado 
celular é dominado por neutrófilos 
continuamente recrutados por vários dias; em 
infecções virais, os linfócitos podem ser as 
primeiras células a chegar; algumas reações 
de hipersensibilidade são dominadas por 
linfócitos ativos, macrófagos e células do 
plasma (refletindo a resposta imunológica); 
nas reações alérgicas, os eosinófilos podem 
ser o tipo celular principal. 
 
1)Infiltrados iniciais da inflamação 
aguda(neutrófilos) e vasos sanguineos 
congestos: 
 
2)Infiltrados celulares tardios(mononucleares 
linfócitos e macrófagos) 
 
A compreensão acerca de recrutamento e 
migração de leucócitos proporcionou um 
grande número de alvos terapêuticos em 
potencial para controlar a inflamação nociva. 
Os agentes que bloqueiam o TNF, uma das 
principais citocinas no recrutamento dos 
leucócitos, estão entre as terapias de maior 
sucesso já desenvolvidas para doenças 
inflamatórias crônicas, e os antagonistas das 
integrinas dos leucócitos são aprovados para 
as doenças inflamatórias, ou estão sendo 
submetidos a ensaios clínicos. 
Previsivelmente, esses antagonistas não 
apenas têm o efeito desejado de controlar a 
inflamação, como também podem 
comprometer a capacidade dos pacientes 
tratados de se defenderem contra 
microrganismos, o que, é claro, é a função 
fisiológica da resposta inflamatória. 
Dano tecidual mediado por 
leucócitos 
Os leucócitos são importantes causas de 
lesão às células e aos tecidos normais sob 
várias circunstâncias: 
1) Como parte da reação de defesa normal 
contra microrganismos infecciosos, quando 
tecidos adjacentes sofrem danos colaterais. 
Em algumas infecções de difícil erradicação, 
como a tuberculose e certas doenças virais, a 
resposta prolongada do hospedeiro contribui 
mais para a doença do que o próprio 
microrganismo. 
2) Quando a resposta inflamatória é 
inapropriadamente direcionada contra os 
tecidos do hospedeiro, como em certas 
doenças autoimunes. 
3) Quando o hospedeiro reage 
excessivamente contra substâncias do 
ambiente geralmente inofensivas, como 
ocorre nas doenças alérgicas, incluindo a 
asma. 
Em todas essas situações, os mecanismos 
pelos quais os leucócitos danificam os tecidos 
normais são os mesmos envolvidos na defesaantimicrobiana, porque, uma vez que os 
leucócitos estejam ativados, seus mecanismos 
efetores não distinguem entre agressor e 
hospedeiro. 
 
Término da Resposta Inflamatória 
Aguda 
Um sistema tão potente de defesa do 
hospedeiro, com capacidade inerente para 
causar dano tecidual, precisa de controle 
rigoroso, a fim de minimizar o dano. Em 
parte, a inflamação diminui depois de os 
agentes agressores serem removidos, 
simplesmente porque os mediadores da 
inflamação são produzidos em rápidos surtos, 
somente enquanto o estímulo persiste, têm 
meias-vidas curtas e são degradados após sua 
liberação. Os neutrófilos tambémtêm meia-
vida curta nos tecidos, morrendo por 
apoptose dentro de poucas horas após 
deixarem o sangue. 
Além disso, à medida que a inflamação se 
desenvolve, o próprio processo deflagra uma 
gama de sinais de alerta que ativamente 
encerram a reação. Esses mecanismos de 
término ativo incluem um interruptor do tipo 
de metabólito de ácido araquidônico 
produzido, de leucotrienos pró-inflamatórios 
a lipoxinas anti-inflamatórias, e a liberação de 
citocinas anti-inflamatórias, incluindo o fator 
de crescimento transformante β (TGF-β) e a 
IL-10, a partir de macrófagos e outras células. 
Outro mecanismo de controle que 
experimentalmente foi demonstrado inclui os 
impulsos neurais (descarga colinérgica) que 
inibem a produção de TNF em macrófagos. 
Mediadores da Inflamação 
Os mediadores da inflamação são as 
substâncias que iniciam e regulam as reações 
inflamatórias. Muitos mediadores foram 
identificados, sendo alvos de terapias 
destinadas a limitar a inflamação. 
Os mediadores mais importantes da 
inflamação aguda são as aminas vasoativas, 
os produtos lipídicos (prostaglandinas e 
leucotrienos), as citocinas (incluindo as 
quimiocinas) e os produtos da ativação do 
complemento. Esses mediadores induzem 
vários componentes da resposta inflamatória 
tipicamente através de mecanismos distintos, 
e é por isso que inibir cada um deles tem sido 
terapeuticamente benéfico. Entretanto, há 
certa sobreposição (redundância) nas ações 
dos mediadores. 
 
Mediadores são secretados a partir de 
células ou produzidos a partir de proteínas 
plasmáticas: 
Os mediadores derivados de células são, em 
geral, concentrados em grânulos 
intracelulares e podem ser rapidamente 
secretados por exocitose do grânulo (p. ex., 
histamina nos grânulos dos mastócitos) ou 
são sintetizados de novo (p. ex., 
prostaglandinas e leucotrienos, citocinas) em 
resposta a um estímulo. 
Os principais tipos de células que produzem 
mediadores de inflamação aguda são as 
sentinelas, que detectam invasores e dano 
tecidual, ou seja, macrófagos, células 
dendríticas e mastócitos; no entanto, 
plaquetas, neutrófilos, células endoteliais e a 
maioria dos epitélios também podem ser 
estimulados a produzir alguns dos 
mediadores. Os mediadores derivados do 
plasma (p. ex., proteínas do complemento) 
são produzidos principalmente no fígado e 
estão presentes na circulação como 
precursores inativos que têm de ser ativados, 
em geral por uma série de clivagens 
proteolíticas, a fim de adquirir suas 
propriedades biológicas. 
Mediadores ativos são produzidos somente 
em resposta a vários estímulos: 
Esses estímulos incluem substâncias e 
produtos microbianos liberados a partir das 
células necróticas. Alguns dos estímulos 
deflagram receptores específicos e vias de 
sinalização, anteriormente descritos, mas 
ainda não sabemos como os outros estímulos 
induzem a secreção de mediadores (p. ex., a 
partir de mastócitos, em resposta a uma lesão 
celular ou irritação mecânica). Essa condição 
comum de os microrganismos ou os tecidos 
mortos atuarem como estímulo inicial garante 
que a inflamação normalmente seja 
desencadeada apenas quando e onde se fizer 
necessária. 
A maioria dos mediadores tem vida curta: 
Eles declinam rapidamente, são desativados 
por enzimas ou são, de forma alternativa, 
depurados ou inibidos. Existe, então, um 
sistema de controle e balanço que regula as 
ações dos mediadores. Esses mecanismos de 
controle inatos são discutidos em cada classe 
de mediador. 
Um mediador pode estimular a liberação de 
outros mediadores: 
Por exemplo, os produtos da ativação do 
complemento estimulam a liberação de 
histamina, e a citocina TNF age nas células 
endoteliais para estimular a produção de 
outra citocina, a IL-1, e muitas quimiocinas. 
Os mediadores secundários podem ter as 
mesmas ações dos mediadores iniciais, mas 
também podem ter atividades diferentes e 
até mesmo opostas. Tais cascatas fornecem 
mecanismos para amplificar – ou, em certos 
casos, neutralizar – a ação inicial do 
mediador. 
A seguir temos os principais mediadores da 
inflamação aguda: 
Aminas vasoativas:Histamina e 
Serotonina 
As duas principais aminas vasoativas, assim 
chamadas porque têm ações importantes nos 
vasos sanguíneos, são a histamina e a 
serotonina. Elas são armazenadas como 
moléculas pré-formadas nas células e estão, 
portanto, entre os primeiros mediadores a 
serem liberados durante a inflamação. As 
fontes mais ricas de histamina são os 
mastócitos normalmente presentes no tecido 
conjuntivo adjacente aos vasos sanguíneos. A 
histamina também é encontrada nos basófilos 
do sangue e nas plaquetas. É armazenada nos 
grânulos dos mastócitos e liberada pela 
desgranulação em resposta a uma variedade 
de estímulos, incluindo (1) lesão física, como 
trauma, frio ou calor; (2) ligação de anticorpos 
aos mastócitos, que constitui a base das 
reações alérgicas; e (3) produtos do 
complemento chamados de anafilatoxinas 
(C3a e C5a), descritos adiante. Os anticorpos e 
produtos do complemento se ligam a 
receptores específicos nos mastócitos, 
desencadeando vias de sinalização que 
induzem a rápida desgranulação. Além disso, 
acredita-se que os leucócitos secretem 
algumas proteínas liberadoras de histamina, 
mas elas ainda não foram caracterizadas. Os 
neuropeptídeos (p. ex., substância P) e 
citocinas (IL-1, Il-8) também podem deflagrar 
a liberação de histamina. 
A histamina causa dilatação das arteríolas e 
aumenta a permeabilidade das vênulas.É 
considerada o principal mediador da fase 
transitória imediata do aumento na 
permeabilidade vascular, produzindo espaços 
interendoteliais nas vênulas. Seus efeitos 
vasoativos são mediados principalmente pela 
ligação a receptores chamados H1 nas células 
endoteliais microvasculares. As drogas anti-
histamínicas que são comumente usadas para 
tratar algumas reações inflamatórias, como as 
alergias, são antagonistas do receptor H1 que 
se ligam e bloqueiam o receptor. A histamina 
também provoca a contração de alguns 
músculos lisos. 
A serotonina (5-hidroxitriptamina) é um 
mediador vasoativo preformado presente nas 
plaquetas e em certas células 
neuroendócrinas, como naquelas do trato 
gastrointestinal e nos mastócitos de roedores, 
mas não em humanos. Sua função primária é 
atuar como um neurotransmissor no trato 
gastrointestinal. Também é um 
vasoconstritor, mas a importância dessa ação 
na inflamação não está definida. 
Metabólitos do Ácido 
Araquidônico(AA) 
Os mediadores lipídicos, 
prostaglandinas,Lipoxina e leucotrienos, são 
produzidos a partir do ácido araquidônico 
(AA), presente nos fosfolipídios da 
membrana, estimulando as reações 
vasculares e celulares na inflamação aguda 
nas regiões de infecção ou lesão.As células 
dessa região vão expressar e ativar acido 
araquidônico mais facilmente diante ao 
estimulo agressivo. 
Estímulos mecânicos, químicos e físicos ou 
outros mediadores (p. ex., C5a) liberam AA 
dos fosfolipídios da membrana através da 
ação de fosfolipases celulares, principalmente 
a fosfolipase A2. Os sinais bioquímicos 
envolvidos na ativação da fosfolipase A2 
incluem aumento do CA 2+ citoplasmático e 
ativação de várias cinases em respostaa 
estímulos externos. Os mediadores derivados 
do AA, também chamados eicosanoides (por 
serem derivados de ácidos graxos com 20 
carbonos; em grego, eicosa = 20), são 
sintetizados por duas classes principais de 
enzimas: ciclo-oxigenases (que geram 
prostaglandinas) e lipo-oxigenases (que 
produzem leucotrienos e lipoxinas).Os 
eicosanoides se ligam aos receptores 
acoplados à proteína G em muitos tipos 
celulares, podendo mediar praticamente cada 
etapa da inflamação. 
 
Prostaglandinas 
As prostaglandinas (PGs) são produzidas pelos 
mastócitos, macrófagos, células endoteliais e 
muitos outros tipos celulares, e estão 
envolvidas em reações vasculares e sistêmicas 
da inflamação. São geradas pelas ações de 
duas ciclo-oxigenases(enzimas), chamadas 
COX-1 e COX-2. 
 A COX-1 é produzida em resposta a estímulos 
anti-inflamatórios,e também é 
particularmente expressa na maioria dos 
tecidos, onde pode executar uma função 
homeostática (p. ex., equilíbrio de fluidos e de 
eletrólitos nos rins, citoproteção no trato 
gastrointestinal). Em contraste, a COX-2 é 
induzida pelos estímulos inflamatórios, 
gerando, dessa forma, as prostaglandinas que 
são envolvidas nas reações inflamatórias, 
porém é baixa ou ausente na maioria dos 
tecidos normais. 
Tromboxano 2(TXA2) 
-É um tipo de prostaglandina presente em 
plaquetas. 
-É um potente agente agregador plaquetário 
e vasoconstritor, é, por si só, instável e 
rapidamente convertido à sua forma inativa 
TxB2. 
Prostaciclina 
-É um tipo de prostaglandina 
- A prostaciclina é um vasodilatador e potente 
inibidor da agregação plaquetária, também 
potencializando significativamente o aumento 
da permeabilidade e os efeitos quimiotáticos 
de outros mediadores. 
IMPORTANTE: 
O desequilíbrio tromboxano-prostaciclina tem 
sido visto como um evento inicial na 
formação do trombo nos vasos sanguíneos 
coronários e cerebrais. 
Além de seus efeitos locais, as 
prostaglandinas estão envolvidas na 
patogênese da dor e da febre na 
inflamação.Anti-inlfamatórios que inibem 
prostaglandinas vão inibir a ação das COX 1 e2 
para evitar a produção de prostaglandina. 
Leucotrienos 
Os leucotrienos são produzidos por leucócitos 
e mastócitos através da ação da lipoxigenase, 
e são envolvidos nas reações vasculares e do 
músculo liso, bem como no recrutamento de 
leucócitos. O LTB4(tipo de leucotrienos) é um 
potente agente quimiotático e ativador de 
neutrófilos, causando agregação e adesão das 
células ao endotélio venular, além de gerar 
ERO e liberar enzimas lisossômicas. Os 
leucotrienos que contêm cisteinil, LTC4, LTD4 
e LTE4 causam vasoconstrição intensa, 
broncoespasmo (importante na asma) e 
aumento de permeabilidade de vênulas. Os 
leucotrienos são muito mais potentes do que 
a histamina em aumentar a permeabilidade 
vascular e provocar broncoespasmo. 
Lipoxinas 
As lipoxinas também são geradas a partir do 
AA através da via de lipoxigenase, mas, 
diferentemente das prostaglandinas e 
leucotrienos, as lipoxinas suprimem a 
inflamação ao inibir o recrutamento de 
leucócitos. Elas inibem a quimiotaxia e a 
adesão dos neutrófilos ao endotélio. Elas são 
infrequentes, pois duas populações de células 
são necessárias para a biossíntese 
transcelular desses mediadores. Os 
leucócitos, particularmente os neutrófilos, 
produzem intermediários na síntese da 
lipoxina, e estes são convertidos em lipoxinas 
pelas plaquetas através da interação com os 
leucócitos. 
Inibidores Farmacológicos de 
Prostaglandinas e Leucotrienos 
A importância dos eicosanoides na inflamação 
direcionou várias tentativas de desenvolver 
drogas que inibam sua produção ou ações 
que eliminem a inflamação. Essas drogas anti-
inflamatórias incluem: 
1) Os inibidores da ciclo-oxigenase incluem a 
aspirina(Acido acetilsalicílico AAS) e outros 
fármacos anti-inflamatórios não esteróides 
(AINEs), como o ibuprofeno. Eles inibem 
tanto a COX-1 quanto a COX-2 e, dessa forma, 
inibem a síntese de prostaglandina (por isso 
sua eficácia ao tratar dor e febre); a aspirina 
tem essa ação por acetilação irreversível e 
inativação das ciclo-oxigenases. 
2)Inibidores de Lipoxigenase A 5-lipoxigenase 
não é afetada pelos AINEs, e muitos inibidores 
novos dessa via enzimática foram 
desenvolvidos. Agentes farmacológicos que 
inibem a produção de leucotrienos (p. ex., 
Zileuton®) são úteis para o tratamento da 
asma. 
3)Corticosteroides: Os corticosteroides são 
agentes anti-inflamatórios que reduzem a 
transcrição de genes que codificam COX-2, 
fosfolipase A2, citocinas pró-inflamatórias (p. 
ex., IL-1 e TNF) 
4) Os antagonistas do receptor de 
leucotrienos bloqueiam os receptores de 
leucotrienos e evitam suas ações. Esses 
medicamentos (p. ex., Montelucaste) ajudam 
no tratamento da asma 
Citocinas e Quimiocinas 
As citocinas são proteínas produzidas por 
muitos tipos celulares (principalmente 
linfócitos, células dendríticas e macrófagos 
ativados, mas também células endoteliais, 
epiteliais e do tecido conjuntivo) que 
medeiam e regulam as reações imunológicas 
inflamatórias. Por convenção, os fatores de 
crescimento que agem nas células epiteliais e 
mesenquimais não são agrupados sob 
citocinas. 
O fator de necrose tumoral(TNF) 
e a Interleucina-1(IL-1) 
A TNF e a Il-1 desempenham papel crítico no 
recrutamento de leucócitos ao promover sua 
adesão ao endotélio, além de sua migração 
através dos vasos. Essas citocinas são 
produzidas principalmente por macrófagos e 
células dendríticas ativadas; O TNF é ainda 
produzido por linfócitos T e mastócitos, e a IL-
1 por algumas células epiteliais. A secreção de 
TNF e IL-1 pode ser estimulada por produtos 
microbianos, imunocomplexos, corpos 
estranhos, lesão física e por uma variedade de 
outros estímulos inflamatórios. A produção 
de TNF é induzida por sinais através dos TLRs 
e outros sensores microbianos, e a síntese de 
IL-1 é estimulada pelos mesmos sinais, mas a 
geração da forma biologicamente ativa dessa 
citocina depende do inflamassomo. 
Os papéis mais importantes dessas citocinas 
na inflamação são os seguintes: 
1)Ativação endotelial: 
Tanto o TNF quanto a IL-1 agem no endotélio 
de modo a induzir um espectro de mudanças, 
chamadas de ativação endotelial. Essas 
mudanças incluem aumento de expressão das 
moléculas de adesão endotelial, na maior 
parte E- e P- selectinas e ligantes para 
integrinas de leucócitos; aumento na 
produção de vários mediadores, incluindo 
outras citocinas e quimiocinas, fatores de 
crescimento e eicosanoides; e aumento da 
atividade pró-coagulante do endotélio. 
2)Ativação de leucócitos e de outras células: 
O TNF aumenta as respostas dos neutrófilos a 
outros estímulos, como, por exemplo, a 
endotoxina bacteriana, e incita a atividade 
microbicida dos macrófagos, em parte ao 
induzir a produção de NO. A IL-1 ativa os 
fibroblastos para a produção de colágeno e 
estimula a proliferação de células sinoviais, 
além de outras células mesenquimais. A IL-1 
também estimula as respostas TH17, o que, 
por sua vez, induz a inflamação aguda. 
3)Respostas sistêmicas da fase aguda: 
A IL-1 e o TNF (assim como a IL-6) induzem as 
respostas sistêmicas de fase aguda associadas 
com infecção ou lesão, incluindo a febre. 
Também estão envolvidas na síndrome da 
sepse, resultante da infecção bacteriana 
disseminada. O TNF também regula o 
equilíbrio de energia ao promover a 
mobilização de lipídios e proteína, além de 
suprimir o apetite. Por esse motivo, a 
produção sustentada de TNF contribui para a 
caquexia, estado patológico caracterizado por 
perda de peso e anorexia que acompanha 
algumas infecções crônicas e doenças 
neoplásicas. 
Quimiocinas 
As quimiocinas são uma família de proteínas 
pequenas (de 8 a 10 kD) que agem 
primariamente comoquimioatraentes para 
tipos específicos de leucócitos. 
• Na inflamação aguda. As quimiocinasinflamatórias são aquelas cuja produção é 
induzida pelos microrganismos e por outros 
estímulos. Essas quimiocinas estimulam a 
ligação dos leucócitos ao endotélio ao 
aumentar a afinidade das integrinas 
leucocitárias, estimulando ainda a migração 
(quimiotaxia) dos leucócitos nos tecidos para 
o local da infecção ou do dano tecidual. 
• Manutenção da arquitetura dos tecidos. 
Algumas quimiocinas são produzidas 
particularmente nos tecidos e, algumas vezes, 
são chamadas quimiocinas homeostáticas. 
Elas organizam vários tipos de células em 
diferentes regiões anatômicas dos tecidos, 
como os linfócitos T e B em áreas discretas do 
baço e linfonodos. 
 
Sistema Complemento 
O sistema complemento é uma coleção de 
proteínas solúveis e de receptores de 
membrana que funcionam principalmente na 
defesa do hospedeiro contra os 
microrganismos e nas reações inflamatórias 
patológicas. O sistema complemento é 
composto por mais de vinte proteínas, 
algumas das quais são numeradas de C1 até 
C9. Esse sistema funciona nas imunidades 
inata e adaptativa para a defesa contra 
microrganismos patogênicos. No processo de 
ativação do complemento, vários produtos de 
clivagem de proteínas do complemento são 
elaborados e provocam aumento da 
permeabilidade vascular, quimiotaxia e 
opsonização. 
As proteínas do complemento estão 
presentes em sua forma inativa no plasma, e 
muitas delas são ativadas para se tornar 
enzimas proteolíticas que degradam outras 
proteínas do complemento, formando, então, 
uma cascata enzimática capaz de uma grande 
amplificação. A etapa crítica na ativação do 
complemento é a proteólise do terceiro 
componente (e mais abundante), C3. A 
clivagem de C3 pode ocorrer por uma das três 
vias seguintes: 
• A via clássica, que é desencadeada pela 
fixação do C1 ao anticorpo (IgM ou IgG) que 
se combinou com o antígeno. 
• A via alternativa, que pode ser 
desencadeada pelas moléculas da superfície 
de microrganismos (p. ex., endotoxina ou 
LPS), polissacarídeos complexos, veneno de 
cobra e outras substâncias, na ausência do 
anticorpo. 
• A via da lectina, na qual a lectina ligante à 
manose do plasma se liga aos carboidratos 
nos microrganismos, ativando diretamente o 
C1. 
Todas as três vias de ativação do 
complemento levam à formação de uma 
enzima ativa chamada C3 convertase, que 
quebra o C3 em dois fragmentos 
funcionalmente distintos: o C3a e o C3b. O 
C3a, então, é liberado e o C3b se torna 
covalentemente ligado à célula ou à molécula 
onde o complemento está sendo ativado. 
Em seguida, mais C3b se liga aos fragmentos 
previamente gerados para formar a C5 
convertase, que quebra o C5 para liberar o 
C5a e deixar o C5b ligado à superfície celular. 
O C5b se liga aos últimos componentes (C6-
C9), culminando na formação de um 
complexo de ataque à membrana (MAC, 
composto por múltiplas moléculas de C9). 
Funções principais do sistema complemento: 
1)Induzir inflamação 
2)Opsonização para fagocitose 
3)Induzir a lise celular 
 
Padrões Morfológicos da 
Inflamação Aguda 
As características morfológicas marcantes de 
todas as reações inflamatórias agudas são a 
dilatação de pequenos vasos sanguíneos e o 
acúmulo de leucócitos e fluido no tecido 
extravascular. Entretanto, padrões 
morfológicos específicos são frequentemente 
sobrepostos nessas características gerais, 
dependendo da severidade da reação, de sua 
causa específica, do tipo de tecido e do local 
envolvidos. A importância do reconhecimento 
dos padrões macro e microscópicos é que 
frequentemente fornecem indícios valiosos 
sobre a causa básica. 
Inflamação Serosa(Exsudato 
seroso) 
A inflamação serosa é marcada pela 
exsudação de fluidos com poucas células nos 
espaços criados pela lesão celular ou em 
cavidades corporais revestidas pelo peritônio, 
pleura e pericárdio. Tipicamente, o fluido na 
inflamação serosa não é infectado pelos 
organismos destrutivos, e não contém muitos 
leucócitos (que tendem a produzir inflamação 
purulenta). Em cavidades corporais, o fluido 
pode ser derivado do plasma (como resultado 
do aumento da permeabilidade vascular) ou 
das secreções de células mesoteliais (como 
resultado de irritação local); o acúmulo de 
fluidos nessas cavidades é chamado de 
efusão. (As efusões também ocorrem em 
condições não inflamatórias, como, por 
exemplo, na redução do efluxo sanguíneo na 
hipótese de insuficiência cardíaca, ou em 
níveis reduzidos de proteínas plasmáticas de 
certas doenças renais e hepaticas. A bolha na 
pele resultante de uma queimadura ou 
infecção viral representa acúmulo de fluido 
seroso, dentro ou imediatamente abaixo da 
epiderme. 
 
Vesícula menor que 5 mm 
Bolha maior que 5 mm 
 
Inflamação serosa na pele com predomínio de 
água 
 
 
Inflamação serosa no pulmão 
 
 
Inflamação serossanguinolenta ou Sero-
Hemorragica no Pulmão. 
 
 
 
 
Inflamação Fibrinosa(Exsudato 
fibrinoso) 
Com maior aumento na permeabilidade 
vascular, grandes moléculas, tais como 
fibrinogênio, passam para fora do vaso, e a 
fibrina é formada e depositada no espaço 
extracelular. Um exsudato fibrinoso se 
desenvolve quando ocorrem grandes 
extravasamentos ou na presença de um 
estímulo pró-coagulante local (p. ex., células 
neoplásicas). O exsudato fibrinoso é 
característico de inflamação no revestimento 
das cavidades do corpo, tais como meninges, 
pericárdio e pleura. Histologicamente, a 
fibrina(produto da metabolização do 
fibribinogenio pela trombina) se assemelha a 
uma rede de fios eosinofílica ou, algumas 
vezes, a um coágulo amorfo Os exsudatos 
fibrinosos podem ser dissolvidos pela 
fibrinólise e removidos pelos macrófagos. 
Quando a fibrina não é removida, ao longo do 
tempo ela pode estimular o crescimento dos 
fibroblastos e vasos sanguíneos e, então, 
levar à cicatriz. A conversão do exsudato 
fibrinoso em tecido cicatrizado (organização) 
dentro do saco pericárdico produz um 
espessamento fibroso opaco do pericárdio e 
do epicárdio na área de exsudação e, se a 
fibrose é extensa, ocorre obliteração do 
espaço pericárdico. 
 
 
 
 
 
Inflamação pulmonar fibrosa por antracose 
 
Aspecto Microscopico da Inflamação 
fibrosa.Pericardite fibrinosa 
 
Inflamação Purulenta(Supurativa-
Exsudato purulento) 
A inflamação purulenta é caracterizada pela 
produção de pus, um exsudato constituído 
por neutrófilos, resíduos liquefeitos de células 
necróticas e fluido de edema. A causa mais 
frequente da inflamação purulenta (também 
chamada supurativa) é a infecção por 
bactérias que causam a necrose por 
liquefação de tecidos, como os estafilococos; 
esses patógenos são chamados de bactérias 
piogênicas (produtoras de pus). Um exemplo 
comum de inflamação supurativa aguda é a 
apendicite aguda. 
IMPORTANTE: 
A inflamação purulenta(supurativa) pode ser 
dividiva em: 
1)Abscesso 
2)Empiema 
3)Fleimão/flegmao 
de acordo com a disposição e localização do 
pus no organismo. 
 
Abscesso 
Esxudato purulento localizado confinado em 
cavidade ou órgão,o abscesso é bem 
delimitado ele forma uma cavidade formada 
por exsudato purulento composto pelo que se 
conhece como pus. 
Composição do Pus(Exsudato 
purulento) 
 Piocitos(neutrófilos degenerados que 
perderam a segmentação) + restos celulares 
debis liquefeitos e células necróticas + liquido 
de edema). 
 
neutrófilosnormais
 
 
 
 Abscessos são coleções localizadas de tecido 
inflamatório purulento, causados por 
supuração mantida em um tecido, um órgão 
ou um espaço confinado. São produzidos pela 
inoculação de bactérias piogênicas dentro de 
um tecido .Os abscessos têm uma região 
central que se parece com uma massa de 
leucócitos necróticos e células teciduais. Em 
geral, existe uma zona de neutrófilos 
preservados em torno desse foco necrótico e, 
fora dessa região, podem ocorrer dilatação 
vascular e proliferação parenquimatosae 
fibroblástica, indicando inflamação crônica e 
reparo. Em tempo, o abscesso pode tornar-se 
confinado por cápsula e, finalmente, ser 
substituído por tecido conjuntivo. 
 
Múltiplos abscessos bacterianos (setas) no 
pulmão em um caso de broncopneumonia. 
 
O abscesso contém neutrófilos e resíduos 
celulares, e é cercado por vasos sanguíneos 
congestos(dilatados) 
 
 
 
 
 
 
Os abscessos possuem uma região central de 
células necróticas,tendo em volta uma 
camada de neutrofilos preservados e 
circundada por vasos dilatados e fibroblastos 
em proliferação,indicando o inicio do reparo. 
 
Empiema 
Quando o esxudato purulento já estiver em 
cavidades pré existentes como espaço 
interpleural,cavidade pericárdica cavidade 
peritoneal,cavidade abdominal.Em casos de 
Meningites e Pneumonias bacterianas 
 
 
 
 
 
Fleimão/flegmão 
Quando o esxudato purulento esta difuso no 
tecido em varias regiaoes causando a celulite 
infecciosa e a eripsela. Essa categoria de 
escudato não pode ser bem delimitado.Por 
exemplo em casos de celulite infecciosa e 
Eripsela 
 
 
 
Deve-se lembrar que nem sempre há a 
predominância de um tipo de 
exsudato,existindo então os tipos mistos que 
poderão ser chamados de 
serofibrinosos,fibrinopurulentos e 
mucopurulentos . 
Exsudato Catarral 
Exsudato caracterizado pela deposição 
excessiva de muco por glândulas mucosas 
e/ou células caliciformes produtoras de muco 
e portanto é um tipo de exsudato que vai 
ocorrer no trato respiratório e no trato 
gastrointestinal que são os sitemas que 
possuem células produtoras de muco 
 
 
 
Úlcera 
Uma úlcera é um defeito local ou escavação 
da superfície de um órgão ou tecido, que é 
produzida por perda (desprendimento) de 
tecido necrótico inflamado .A úlcera pode 
ocorrer somente quando a necrose do tecido 
e a inflamação resultante existem na 
superfície ou em suas proximidades. É mais 
comumente encontrada (1) na mucosa da 
boca, estômago, intestinos ou trato 
genitourinário e (2) na pele e no tecido 
subcutâneo das extremidades inferiores em 
pessoas mais velhas com distúrbios 
circulatórios que predispõem a uma extensa 
necrose isquêmica. 
As ulcerações são mais bem exemplificadas 
pela úlcera péptica do estômago ou do 
duodeno, onde a inflamação aguda e a 
crônica coexistem. Durante a fase aguda, há 
intensa infiltração polimorfonuclear e 
dilatação vascular nas margens da lesão. Com 
a cronicidade, as margens e as bases da úlcera 
desenvolvem proliferação fibroblástica, 
cicatrização e acúmulo de linfócitos, 
macrófagos e plasmócitos.

Continue navegando