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Instrumental cirúrgico Enf.a. Prof.a. Me. Iane Brito Leal Instrumental cirúrgico • A palavra “sutura” engloba todo material utilizado para unir ou laquear tecidos, auxiliando no processo de cicatrização por primeira intenção. • Os materiais orgânicos são destruídos por proteólise (quebra de proteínas), ao contrário dos sintéticos, que sofrem hidrólise e que, por esse motivo, estão relacionados a menores reações inflamatórias. Instrumental cirúrgico • Atualmente, houve uma substituição da maioria dos materiais de origem natural pelos materiais de origem sintética, embora a seda, apesar de ter origem natural, venha sendo, ainda, amplamente utilizada. Instrumental cirúrgico • A configuração, a manuseabilidade, a força de tensão e a reação tecidual são propriedades inerente aos fios de sutura. • A configuração diz respeito ao número de camadas que compõem um fio. • Os fios podem ser classificados em monofilamentos, que estão associados ao menor risco de infecção e menor traumatismo tecidual, ou multifilamentos, que têm maior força tênsil, são mais flexíveis e mais fáceis de manusear. Instrumental cirúrgico • A manuseabilidade é estabelecida por três propriedades: a memória, a elasticidade e a tensão dos nós. • A memória está relacionada à tendência para manter a posição, de modo que, quanto maior a memória, maior será a dificuldade em dar os nós e mantê-los com tensão. Instrumental cirúrgico • A manuseabilidade é estabelecida por três propriedades: a memória, a elasticidade e a tensão dos nós. • A elasticidade está relacionada à possibilidade de retorno à posição inicial após a sutura ter sido estirada, tem efeito de elástico, possibilitando a manutenção da tensão da sutura em áreas de variações de volume, por exemplo, no edema. Instrumental cirúrgico • A manuseabilidade é estabelecida por três propriedades: a memória, a elasticidade e a tensão dos nós. • A tensão dos nós é a força necessária para um nó deslizar, tendo papel fundamental na laqueação arterial. Instrumental cirúrgico • A força de tensão relaciona-se à força necessária para romper uma sutura. • Está diretamente relacionada à espessura da sutura, sendo que, para o mesmo material, as suturas mais finas serão mais fracas. • O nó é o local de menor força de tensão. Instrumental cirúrgico • A reação tecidual é gerada sempre que materiais estranhos são implantados no organismo e, nesse caso, o tecido tende a reagir com um processo inflamatório durante dois a sete dias. Tempos cirúrgicos Instrumental cirúrgico Instrumental cirúrgico Instrumental cirúrgico Instrumental cirúrgico Instrumental cirúrgico Instrumental cirúrgico Instrumental cirúrgico Fios de sutura Fios de sutura Fios de sutura Fios de sutura • Os fios absorvíveis podem ser monofilamentos sintéticos (Monocryl, PDS®, Maxon®), multifilamentos naturais (catgut) e multifilamentos sintéticos (Vicryl® e Dexon®). Fios de sutura Monocryl® Fios de sutura • Monocryl®: apresenta boa segurança, sua força tênsil previsível é de 21 a 28 dias, apresenta alta resistência, pouca memória, é causador de pouco traumatismo tecidual e sua absorção ocorre por hidrólise. • Tem duração média de 90 a 120 dias. • Pode ser encontrado nas cores violeta e incolor. • É indicado para uso em tecidos de médio tempo de suporte, como o tecido celular subcutâneo. Fios de sutura • PDS II® Fios de sutura • PDS II®: mantém uma boa força de tensão, por um período médio de 60 a 90 dias. • Sua absorção ocorre por hidrólise e pode durar aproximadamente 180 dias. • Pode ser encontrado nas cores violeta, azul e incolor. • Pode ser utilizado na suspensão vaginal e no encerramento da aponeurose (membrana consistente e fibrosa que reveste os músculos). Fios de sutura • Maxon®: Fios de sutura • Maxon®: tem força de tensão semelhante à do PDS, porém, a absorção completa costuma ocorrer entre 180 e 210 dias. • O fio catgut, atualmente, não é mais utilizado, por ser um material de origem bovina (intestino) e estar relacionado à problemática inerente à encefalopatia espongiforme bovina. Fios de sutura • Maxon®: Por ter origem natural, apresenta o inconveniente de desencadear uma grande reação tecidual e de ter absorção em tempo imprevisível, especialmente em sua variedade simples, ou seja, quando não está revestida por crômio. Fios de sutura • Vicryl® Fios de sutura • Vicryl®: caracteriza-se por ser um fio com força tênsil de 28 a 35 dias e absorção previsível em 56 a 70 dias. • É de fácil manuseamento, possibilita dar nós seguros e de fácil execução, com boa passagem pelos tecidos e, gerando pouco traumatismo tecidual. • Pelo fato de ser um fio sintético, gera pouca reação de corpo estranho. Fios de sutura • Vicryl®: Esse fio encontra-se disponível nas cores violeta e incolor. • É o fio mais utilizado em ginecologia e obstetrícia (peritoneu, útero, vagina, trompas, períneo, aponeurose dos retos abdominais). • A variedade Vicryl rapide® é uma boa escolha para suturas perineais, por apresentar uma força tênsil de 10 a 12 dias e tempo de absorção de 42 dias. Fios de sutura • Vicryl®: • A variedade Vicryl plus® apresenta a vantagem de contar com um agente antisséptico (Triclosan-IRGACARE MP) que tem efeito bactericida contra os microrganismos Staphylococcus aureus e epidermidis. Fios de sutura • Dexon® Fios de sutura • Dexon®: apresenta tensão do nó e força de tensão similares às do Vicryl®, porém, a absorção completa pode demorar entre 90 e 120 dias. • O Dexon II® possibilita dar nós com facilidade. Pode ser utilizado em suturas intradérmicas. Fios de sutura • Os fios não absorvíveis estão divididos em monofilamentos sintéticos (Ethilon®, Dermalon® , Prolene® , Surgilene®, Mersilene®, Novafil®), multifilamentos naturais (Seda, Mersilk®), multifilamentos sintéticos (Ethiflex®, Ethibond®, Dacron®, Ethicon® , Polydek® , Nurolon®) e fios de natureza mista (Supramid®). Fios de sutura • Ethilon® e o Dermalon®: Fios de sutura • Ethilon® e o Dermalon®: são fios de nylon e, por isso, apresentam elevada força tênsil, elasticidade e memória da reação tecidual reduzida. • Sua elevada memória exige que sejam dados de três a quatro nós, ao passo que sua hidrólise promove uma perda de 15% a 20% da força tênsil por ano. • Esses fios estão disponíveis em calibres finíssimos e são pouco utilizados em ginecologia e obstetrícia. Fios de sutura • Prolene® Fios de sutura • Prolene®: assim como o Ethilon®, tem elevadas força tênsil e elasticidade, o que promove uma facilidade em distribuir a tensão em suturas contínuas. • Exige quatro nós, gera pouca reação de corpo estranho e sua retirada é simples. • Por ser um fio mo-nofilamentos, tem pouca proliferação bacteriana, podendo ser utilizado em locais com infecção. Fios de sutura • Prolene®: Gera pouco traumatismo por arrastamento e diferencia-se dos restantes monofilamentos por apresentar maior flexibilidade. • Pode ser encontrado na cor azul. • Pode ser utilizado na sutura intradérmica. Fios de sutura • Mersilene®: de fácil manuseio, permite realização segura de nó e desencadeia pouca reação tecidual. • Está disponível nas cores verde e branca. Fios de sutura • Novafil®: apresenta elevada força tênsil, pouco atrito e muita elasticidade. Fios de sutura • Seda® Fios de sutura • Seda®: fio multifilamento entrançado, muito fácil de manusear. • Apresenta baixo custo, possibilitando dar nós seguros, porém, associa-se a tempo de suporte errático. • Sua força tênsil é pequena e com perda total ao fim de 1 a 2 anos. Fios de sutura • Seda®: • Por ser um fio orgânico, desencadeia maior reação tecidual e, por ser multifi- lamento, apresenta maior risco de infecção. • Está disponível na cor preta. Fios de sutura • Mersilk®: fio de seda entrançada formada por fibras proteicas naturais produzidas pelo bicho-da-seda e encontrada no mercado nas cores preta e marfim. Fiosde sutura • Ethibond® Fios de sutura • Ethibond®: apresenta elevada força tensional e baixa reação tecidual, é de fácil manuseio e possibilita a realização de nós seguros. • É um fio não absorvível que contém revestimento, o qual, além de diminuir o atrito quando de sua passagem nos tecidos, reduz o risco de infecção. • Está disponível nas cores verde e branca. Fios de sutura • Dacron®: fio de poliéster bem semelhante ao Ethibond® Fios de sutura • Nurolon®: fio de nylon (poliamida 66). • A hidrólise reduz, anualmente, sua força tênsil em 15% a 20%. • Está disponível na cor preta. Fios de sutura • Supramid® Fios de sutura • Supramid®: é um pseudomonofilamentos. • O primeiro filamento confere-lhe flexibilidade, já o segundo confere-lhe fácil des- lizamento. • Gera pouca reação tecidual e é de fácil remoção. • Está disponível nas cores preta e incolor. • Pode ser utilizado em suturas cutâneas. Agulhas • As agulhas estão classificadas em duas categorias: as de fundo falso (não fechado) e as de fundo verdadeiro (fechado). • As agulhas são fabricadas com aço inoxidável • são compostas por fundo, corpo e ponta. Agulhas • ponta Agulhas • As mais retas são utilizadas em tecidos próximo à superfície e nos intestinos. • As curvas são mais apropriadas para lesões pequenas ou, profundas ou em cavidades Referências OLIVEIRA, E.; OLIVEIRA, T. Técnicas de Instrumentação Cirúrgica. [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2018. 9788536532448. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536532448/. Acesso em: 26 May 2021 Central de Material Esterilizado (CME) Enf.a. Prof.a. Me. Iane Brito Leal CME • A Central de Materiais e Esterilização (CME) é um dos setores mais críticos de um hospital, pois é responsável pelo processamento de produtos para a saúde, de forma a garantir materiais esterilizados, por meio de condições adequadas, e a segurança do paciente e dos profissionais que os utilizam. CME • A Resolução RDC/Anvisa no. 307/2002 define a CME como uma unidade que tem como função a distribuição de materiais médico-hospitalares devidamente processados e esterilizados aos demais setores assistenciais da instituição de saúde. CME • A Resolução RDC no. 15/2012, Anvisa, que dispõe sobre os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, estabelece que a CME precisa ter uma cadeia de gestão capaz de estruturar e organizar o seu funcionamento. CME • A CME e a empresa processadora devem ser coordenadas por um profissional responsável, de nível superior, quem deverá coordenar todas as ações referentes ao processamento de produtos para saúde, respeitadas as competências profissionais estabelecidas na legislação específica vigente (BRASIL, 2012). • O trabalho do enfermeiro na CME exige competências gerenciais, na medida em que ele atuará diretamente na administração da unidade, competências técnico- assistenciais relacionadas aos processos de trabalho da unidade e de gestão de pessoas que compõem a equipe de trabalho. Aspectos Gerenciais da CME • Nesse sentido, o enfermeiro precisa ter desenvolvido habilidades e competências que o tornem capaz de gerenciar uma unidade que exige um alto grau de responsabilização (GIL; CAMELO; LAUS, 2013) Aspectos Gerenciais da CME • A Resolução COFEN no. 424/2012 tem como objetivo nortear as atribuições dos profissionais de enfermagem em CME e em empresas processadoras de produtos para saúde. • Entre as atribuições expressas no art. 1o da resolução, destacam-se as seguintes. Aspectos Gerenciais da CME • Planejamento, coordenação, execução, supervisão e avaliação de todas as etapas do processamento dos produtos para saúde — recepção, limpeza, secagem, avaliação da integridade e funcionalidade, preparo, desinfecção ou esterilização, armazenamento e distribuição para as unidades que os utilizarão. Aspectos Gerenciais da CME • Ter participação ativa na elaboração do Plano Operacional Padrão (POP) para as etapas do processamento de produtos para saúde, fundamentado em referencial científico atualizado e normatização pertinente. Aspectos Gerenciais da CME • Ter participação na elaboração de sistema de registro, que pode ser manual ou informatizado, de execução, monitoramento e controle das etapas de limpeza e desinfecção ou esterilização, além da manutenção e do monitoramento dos equipamentos que estão sendo utilizados na CME. • Avaliar a qualidade dos produtos fornecidos por empresa processadora terceirizada, quando for o caso. Aspectos Gerenciais da CME • Envolver-se nas ações de prevenção e controle de eventos adversos no serviço de saúde, incluindo o controle de infecção. • Garantir a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), conforme o ambiente de trabalho da CME. • Participar do dimensionamento de pessoal e da qualificação necessária aos profissionais para o trabalho na CME. Aspectos Gerenciais da CME • Promover atividades de capacitação, educação permanente e avaliação de desempenho dos profissionais que exercem suas atividades na CME. • Realizar orientação e supervisão nas unidades usuárias dos produtos para saúde, quanto ao transporte e armazenamento deles. • Manter-se atualizado em relação às inovações tecnológicas referentes ao processamento de produtos para saúde. Aspectos Gerenciais da CME CME Artigos • artigos críticos — materiais utilizados em procedimentos invasivos (penetração em pele e mucosas adjacentes, tecidos subepiteliais e sistema vascular — áreas sem colonização com microbiota própria), incluindo todos os artigos ou produtos a eles conectados. • Após a limpeza, esses artigos deverão ser submetidos à esterilização; Artigos • artigos semicríticos — materiais que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras (tecidos que apresentam colonização com microbiota própria). • Após a limpeza, devem ser submetidos à desinfecção de alto nível ou esterilização; Artigos • artigos não críticos — materiais que entram em contato com a pele íntegra e, também, aqueles que não entram em contato direto com o paciente, requerendo limpeza após seu uso. • Ainda, dependendo do destino de seu último uso, deverão ser submetidos à desinfecção de baixo ou médio nível. Artigos CME • CME classe I realiza o processamento de produtos para saúde não críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de processamento; • CME classe II é responsável pelos produtos para saúde não críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa, passíveis de processamento. Áreas A CME classe I deve possuir, minimamente, os seguintes ambientes: I — área de recepção e limpeza (setor sujo); II — área de preparo e esterilização (setor limpo); III — sala de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo); IV — área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo); e V — área de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo) A CME classe II deve possuir, minimamente, os seguintes ambientes: I —-sala de recepção e limpeza (setor sujo); II — sala de preparo e esterilização (setor limpo); III — sala de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo); IV — área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo); V — sala de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo) Áreas Planta Física CME classe II • A área para recebimento dos produtos para saúde deve estar localizada dentro da sala de recepção e limpeza, • Devendo dispor de: pelo menos, uma bancada, com dimensões que permitam a conferência dos materiais e recipientes para descarte de materiais perfurocortantes e de resíduo biológico. Planta Física CME classe II • Na CME classe II, que recebe instrumental cirúrgico e produtos consignados para processamento, deve existir uma área exclusiva, dimensionada de acordo com o volume de trabalho desenvolvido,para recepção, conferência e devolução desses. Planta Física • Os equipamentos destinados à limpeza automatizada devem ser instalados em área que não obstrua a circulação da sala de recepção e limpeza, obedecendo às especificações técnicas do fabricante. Planta Física Sistema de climatização da área de limpeza da CME classe II ✓ manter temperatura ambiente entre 18o e 22oC; ✓ garantir vazão mínima de ar total de 18,00 m3/h/m2 ; ✓ manter um diferencial de pressão negativo entre os ambientes adjacentes, com pressão diferencial mínima de 2,5 Pa; ✓ prover exaustão forçada de todo ar da sala com descarga para o exterior da edificação — o ar de reposição pode ser proveniente dos ambientes vizinhos (BRASIL, 2012, art. 52). Planta Física A sala de preparo e esterilização da CME classe II e da empresa processadora deve ser medida e calculada de acordo com o volume e dimensão dos equipamentos para esterilização e dispor de: ✓ equipamento para transporte com rodízio, em quantitativo de acordo com o volume de trabalho; ✓ secadora de produtos para saúde e pistolas de ar comprimido medicinal, gás inerte ou ar filtrado, seco e isento de óleo; Planta Física ✓ seladoras de embalagens; ✓ estações de trabalho e cadeiras ou bancos ergonômicos com altura regulável. Planta Física Sala de desinfecção química • Deve conter bancada com duas cubas, sendo uma para limpeza e uma para enxágue, • Com profundidade e dimensionamento que permitam a imersão completa do produto ou equipamento, • Mantendo distanciamento mínimo de forma a não permitir a transferência acidental de líquidos. Planta Física Sala de armazenamento e distribuição • deve possuir equipamento de transporte com rodízio, escadas, se necessário, e prateleiras ou cestos aramados. • O armazenamento de produtos para saúde deve ser centralizado em local exclusivo e de acesso restrito, não podendo ocorrer em área de circulação, mesmo que temporariamente, • e as prateleiras devem ser constituídas de material não poroso, resistente à limpeza úmida e ao uso de produtos saneantes. 1-Entrada/recepção; 2-expurgo; 3-área preparo/esterilização; 4-sala depósito; 5-sala repouso; 6-sala administrativa; 7-copa; 8-vestiário/WC feminino; 9-vestiário/ WC masculino; 10-sala de armazenamento e distribuição; 11-hall (entrega de materiais). Fluxo • A CME deve ter um fluxo contínuo e unidirecional de material, não sendo permitido o cruzamento de materiais sujos com os limpos e esterilizados. • Os trabalhadores dessa unidade não podem circular entre áreas sujas e limpas, e o fluxo de pessoas deverá ser restrito aos que trabalham na área indicada do colaborador. Fluxo • Deve haver separação específica dos ambientes que auxiliam no controle de infecções hospitalares, como uso de barreiras físicas e técnicas, proteções, recursos físicos, operacionais e funcionais. • A utilização de um fluxograma possibilita um ambiente limpo e livre de contaminação e facilita o trabalho a ser realizado. Fluxo • Os materiais são classificados por tipos, e as tarefas são divididas por setores ou áreas: a atividade começa com a recepção e termina com a guarda e distribuição do material esterilizado (SOUZA, 2012). Fluxo Fluxo - área de recepção • Os funcionários do local devem receber material sujo das outras unidades do hospital e do centro cirúrgico, seguindo horário preestabelecido e utilizando EPI. Fluxo - área de recepção • A descontaminação prévia do material é feita por meio dos métodos mecânico (fricção com o uso de escovas ou esponjas embebidas em solução desinfetante), físico (imersão do material em água fervente por 30 minutos ou uso de máquinas lavadoras por 15 minutos, ou autoclaves de material contaminado, sem ciclo de secagem) e químico (imersão completa do artigo em solução desinfetante). • A atribuição do colaborador nessa área é realizar a limpeza dos materiais, separados de acordo com suas características — vidrarias, instrumentais, borrachas e material inoxidável. Fluxo - área de recepção • Quando feita manualmente, são eles colocados em solução desencrostante ou de detergente enzimático e, após, transferidos para as pias, lavados com o auxílio de escova ou outro dispositivo que possibilite a remoção de sujidades — sempre com cautela para não causar danos. Fluxo - área de recepção • Depois, devem ser enxaguados com jatos de água e/ou detergente ou ultrassom (se lavadora ultrassônica) e, concluído o ciclo, são retirados, e a eficácia do processo de lavagem deverá ser verificada. Fluxo - área de recepção CME • A Resolução RDC no. 15/2002 estabelece algumas definições importantes em relação às etapas pelas quais os materiais devem passar ao dar entrada na CME, conforme descritas a seguir (COSTA et al., 1990). • Pré-limpeza: retirada da sujidade visível de instrumentos e materiais. • Limpeza: retirada de sujidades orgânicas e inorgânicas, diminuição da carga microbiana presente nos instrumentos e materiais, por meio da utilização de água, produtos e acessórios de limpeza, pela ação mecânica em superfícies internas e externas, de modo a deixar o material ou instrumento seguro para ser manuseado e preparado para as etapas de desinfecção ou esterilização. CME CME • Esterilização: configura-se na eliminação completa de todas as formas de vida microbianas (helmintos, fungos, protozoários, esporos, bactérias, vírus) mediante processo químico ou físico. CME Limpeza • Para realizar a limpeza do material, é necessário lavá-lo, enxaguá-lo e secá-lo. • Para que a lavagem seja adequada, é preciso garantir a retirada total de matéria orgânica e de pirógenos depositados em diferentes partes do material. • Os produtos que compõem a linha de limpadores enzimáticos são recomendados como uma opção de limpeza, já que podem favorecer a ação mecânica, minimizando os riscos ocupacionais. Limpeza • Também constituem excelentes removedores de matéria orgânica, apresentando como característica muito favorável à sua utilização o fato de não causarem danos por corrosão aos materiais cirúrgicos, de serem atóxicos, biodegradáveis e de manipulação simples. • A água utilizada na lavagem deve ser desmineralizada, desionizada e desalinizada, para não causar danos ao material. Limpeza • A limpeza prévia ao processo de esterilização é um fator que minimiza a carga bacteriana do material, reduzindo em até 4 log os microrganismos. • Assim, quanto mais eficiente a limpeza prévia, menores serão as chances de ocorrer falhas na esterilização. Desinfecção Desinfecção Desinfecção Desinfecção Desinfecção Desinfecção Embalagens para esterilização • Uma das principais características das embalagens utilizadas para esterilização de materiais é a capacidade de preservar a esterilidade do material após o processo de esterilização e durante seu armazenamento. • principais materiais utilizados para a esterilização: Tecido de algodão cru, Papéis, Filmes transparentes, Embalagens para esterilização • Tecido de algodão cru: não existe um meio de garantir a limitação da quantidade máxima de reprocessamentos viáveis desse material. • A temperatura e a umidade relativa devem ser controladas durante a estocagem da embalagem, para evitar o ressecamento do tecido. Embalagens para esterilização • Papéis: o uso de papéis comuns e de baixa qualidade, como os papéis do tipo manilha, toalha e outros com superfície e massas irregulares, os quais contêm amido e corantes e que são poucos flexíveis e resistentes, deve ser evitado. • Os papéis adequados para o processo de esterilização são: Papel grau cirúrgico Papel crepado Embalagens para esterilização • Papel grau cirúrgico: • é permeável ao vapor e ao óxido de etileno. • O papel grau cirúrgico laminado com polipropileno é utilizado em autoclaves a vapor e saturado sob pressão; já o com polietileno para esterilização utiliza o óxido de etileno. • A etiqueta de identificaçãoprecisa conter as seguintes in-formações: tipo de papel, gramatura, diâmetro, formato e massa da bobina e número de ordem de fabricação ou lote. Embalagens para esterilização • Papel crepado: representa a principal opção para a substituição do tecido de algodão. É composto por celulose tratada, resistente à temperatura máxima de 150 °C por um período de uma hora. • Esse material apresenta como vantagens: eficiência à esterilização por vapor e óxido de etileno, material flexível, sendo facilmente moldável. • É bastante indicado para a confecção de campos e aventais cirúrgicos. • Quando comparado ao tecido de algodão, apresenta como principal desvantagem sua menor resistência à tração. Embalagens para esterilização • Filmes transparentes: requerem um processo de selagem que permita garantir a integridade do pacote. • A embalagem dupla não é necessária, podendo ser utilizada durante o empacotamento de diferentes artigos pequenos. • Esses filmes, que formam uma embalagem com o papel grau cirúrgico, têm a vantagem de possibilitar a visualização do conteúdo. • Durante o processo de esterilização, as partes de papel devem se acomodadas juntas. Embalagens para esterilização • Tyvec: é compatível com óxido de etileno, vapor, peróxido de hidrogênio e radiação gama. • Pode ser submetido a altas temperaturas (280 °C), apresenta alta resistência a tração e excelente barreira microbiológica. • Porém, sua utilização é limitada por seu alto custo. Embalagens para esterilização • Lâminas de alumínio, caixas, cestos e bandejas metálicas: as lâminas de alumínio devem apresentar uma espessura de 0,025 a 0,050 mm, sendo utilizadas apenas no processo de esterilização por calor seco, o qual, atualmente, não está mais em uso. • As caixas, cestos ou bandejas metálicas podem ser utilizadas na esterilização por vapor desde que contenham furos e sejam recobertas com embalagens permeáveis ao vapor. Embalagens para esterilização • Vidros refratários: precisam ser resistentes a altas temperaturas. • São indicados para o processo de esterilização de líquidos e podem ser empregados tanto em estufa (calor seco) quanto em autoclaves (calor úmido). Embalagens para esterilização • Contêineres: são caixas perfuradas que requerem proteção dos orifícios utilizando os filtros de papel grau cirúrgico, tecido ou não tecido. • São recomendados observando-se a qualidade dos filtros e a periodicidade de troca destes. Embalagens para esterilização • Não tecido: o não tecido SMS é o resultado da união de três camadas de não tecido 100% polipropileno. • Tem duas lâminas externas de spunbond e uma interna de meltblown. • Pode ser utilizado com autoclaves a vapor, óxido de etileno e plasma de peróxido de hidrogênio. • Atende adequadamente aos critérios de qualidade de uma embalagem e às normas internacionais de padrão de qualidade. Embalagens para esterilização • Não tecido: • Apresenta resistência à tração, alongamento, rasgo e coluna d’água sob pressão, repelência a água e óleos e eficiência de filtração de bactérias. • O fabricante do SMS oferece informações de uso adequado das embalagens e os métodos de escolha das diferentes gramaturas e tamanhos, considerando o volume e o peso do material. Embalagens para esterilização Métodos de processamento Métodos de esterilização • Para que um material seja considerado estéril, é preciso que a probabilidade de sobrevivência dos microrganismos contaminantes seja menor que 1:1.000.000. • Esse é o principal critério dos testes biológicos realizados para o controle do processo de esterilização. Métodos de esterilização • A seleção do método de esterilização a ser utilizado está relacionada diretamente com o tipo de material a ser processado — por exemplo, materiais termossensíveis requerem métodos de esterilização de baixa temperatura. Métodos de esterilização Químicos • Podem ser subdivididos em líquidos e gasosos. • São caracterizados, em suma, pela interação entre diferentes compostos químicos. • Os métodos químicos líquidos utilizam glutaraldeído, peróxido de hidrogênio, formaldeído ou ácido peracético, ao passo que a esterilização de material cirúrgico utilizando o método gasoso faz uso do óxido de etileno. Métodos de esterilização Químicos • O gás tem alto poder de difusão e penetração, o que favorece o processo de esterilização, conferindo muita versatilidade à esteriização dos materiais que não podem ser submetidos ao calor, ou seja, os que são sensíveis ao calor. • Em situação de esterilização química, deve-se colocar um indicador químico de esterilização e registrar/anotar todos os materiais preparados em impressos próprios, possibilitando a avaliação estatística mensal e anual da produção da CME. • Todos os materiais deverão ser agrupados e preparados por tipo em local adequado para esterilização e deverá haver um controle de todos os materiais que serão encaminhados a serviços terceirizados de esterilização, quando não se dispuser de autoclaves de óxido de etileno ou peróxido de hidrogênio. Métodos de esterilização Métodos de esterilização Físico-químicos • O método físico associa dois métodos que, de maneira geral, ocorrem à baixa temperatura. • Podem ser por vapor à baixa temperatura associado ao formaldeído ou por plasma associado ao peróxido de hidrogênio. Métodos de esterilização Físicos • A esterilização de material cirúrgico empregando métodos físicos utiliza o calor. • Sua eficácia, segundo a Anvisa (BRASIL, 2017), está diretamente relacionada a variáveis como temperatura e tempo de exposição. • A sensibilidade dos microrganismos é variada, o que exige uma atenção especial na utilização desse método. • Os métodos são: esterilização térmica por calor seco, esterilização térmica por vapor saturado e por radiação ionizante. Métodos de esterilização • O vapor quente sob pressão: é o método mais usado para esterilização de materiais médico- hospitalares do tipo crítico. • É não tóxico, de baixo custo e esporicida. • Por esses motivos, deve ser usado para todos os itens que não sejam sensíveis ao calor e à umidade. • O calor úmido destrói os microorganismos por coagulação e desnaturação irreversíveis de suas enzimas e proteínas estruturais. • Este tipo de processo é realizado em autoclaves. Métodos de esterilização • Quanto as vantagens do calor úmido, é possível considerar o rápido aquecimento e a penetração do calor em artigos têxteis e a destruição de esporos microbianos em um curto período de exposição. Métodos de esterilização • Ele também é um processo econômico, de fácil controle de qualidade e não deixa resíduos tóxicos nos materiais submetidos ao processo de esterilização. • Em relação às desvantagens do calor úmido, podemos citar o efeito deletério sobre alguns materiais, particularmente aqueles que são intolerantes ao calor (produtos termossensíveis). Métodos de esterilização • Dependendo do material utilizado na fabricação dos artigos, o calor úmido poderá promover um efeito de corrosão e podem também ocorrer danos em fibras ópticas. • Outra limitação é a não esterilização de óleos e pós, por serem impermeáveis ao vapor, os quais devem ser esterilizados por calor seco ou radiação. Métodos de esterilização • A esterilização pelo calor seco é feita em estufas elétricas equipadas com termostato e ventilador, a fim de promover um aquecimento mais rápido, controlado e uniforme dentro da câmara. • A circulação de ar quente e o aquecimento dos materiais se faz de forma lenta e irregular, requerendo longos períodos de exposição e temperatura mais elevada do que o vapor saturado sob pressão para se alcançar a esterilização. Métodos de esterilização • Este processo deve se restringir a artigos que não possam ser esterilizados pelo vapor saturado sob pressão , pelo dano que a umidade pode lhes causar ou quando são impermeáveis, como vaselina, óleos e pós. Métodos de esterilização • Com relaçãoao prazo de validade da esterilização, não importa qual é o método de esterilização utilizado. • Existe divergência entre autores e estudiosos da área a respeito dos prazos de validade da esterilização. • Muitos defendem que o prazo de validade precisa ser estabelecido pelo serviço, • Porém, existe um consenso que recomenda que o material esterilizado deve permanecer estocado pelo menor tempo possível. Métodos de esterilização • No caso das autoclaves, a disposição dos materiais deve ser de forma que permita a penetração e a circulação do vapor e a eliminação do ar, utilizando até 80% da capacidade do aparelho (não lotar). • Não se deve colocar os pacotes ainda quentes sobre superfícies frias (poderá ocorrer danos aos metais por choque térmico). Métodos de esterilização • Após o processamento térmico, o material deverá ser retirado dos equipamentos; • após o material ter resfriado, as embalagens deverão ser lacradas e identificadas quanto ao aparelho, ao número do ciclo e à data de esterilização e, finalmente, ser encaminhadas à área de guarda e distribuição. Métodos de esterilização • Na área de guarda e distribuição, os colaboradores deverão guardar os materiais por ordem de data de esterilização e de utilização, de forma a usar o material esterilizado há mais tempo, antes do esterilizado mais recentemente, favorecendo assim a validade de esterilização. Métodos de esterilização • A entrega de material esterilizado deverá ser em horário padronizado estabelecido pela CME, lembrando que o controle deverá ocorrer para evitar falta ou acúmulo nos setores, evitando reprocessamento desnecessário. Métodos de esterilização • Para transportar o material esterilizado, é preciso atentar a algumas recomendações: transportar o material em veículos limpos e desinfetados com álcool a 70% no fim do dia; Métodos de esterilização • O material deve estar embalado com a técnica de duplo empacotamento ou ser transportado em recipientes rígidos com tampa, que impeçam o contato do material esterilizado com o meio; • Os materiais precisam ser distribuídos de modo a não favorecer a contaminação PROCESSO LIMPEZA CC O processo de limpeza no centro cirúrgico deve cumprir determinadas etapas: ✓Pré-operatória ✓Operatória ✓Concorrente ✓Terminal PROCESSO LIMPEZA CC Limpeza pré-operatória: • É efetuada geralmente pelo pessoal do plantão noturno e com o intuito de remover as partículas de poeira depositadas nas superfícies horizontais após o final da limpeza terminal. • Essa remoção deve ser feita uma hora antes do início da primeira cirurgia da programação a ser realizada. PROCESSO LIMPEZA CC A limpeza operatória: • É a que se executa durante o procedimento cirúrgico, restrita à contaminação ao redor do campo operatório. • As áreas contaminadas com material biológico como sangue, secreção, muco devem receber cuidados com um agente químico de amplo espectro, para que não ocorra secagem da superfície e disseminação contaminando o ar, não se devendo, entretanto, manipular roupas ou lixo durante esse período. • O aspecto mais importante desta limpe za é a remoção mecânica da sujidade. PROCESSO LIMPEZA CC Limpeza concorrente: • É executada no término de cada cirurgia. • A equipe cirúrgica ao deixar a sala de operação deve colocar o avental no hamper e as luvas em local determinado, para auxiliar o circulante na arrumação da sala para a próxima cirurgia. • O hamper deve ser fechado e levado ao local de acesso à lavanderia. PROCESSO LIMPEZA CC Limpeza concorrente: • O instrumental deve ser colocado aberto em caixas pelo instrumentador ainda devidamente paramentado ou pelo circulante de sala, usando luvas. • Em seguida, encaminhado ao expurgo do centro de material o mais cedo possível para o reprocessamento. PROCESSO LIMPEZA CC Limpeza terminal: • No final do dia, após o término de programação cirúrgica, executa -se a limpeza terminal do centro cirúrgico. • O mobiliário e equipamentos são limpos com agente adequado, incluindo rodas e gavetas, levando em consideração que a fricção mecânica é importante para remoção da sujidade. PROCESSO LIMPEZA CC Limpeza terminal: • As macas e os carros de transporte também devem ser limpos. • As paredes devem ser lavadas se houver necessidade. • O chão deve ser lavado com água e sabão com o uso da máquina a vácuo. Referências • de, O.S.M. K. Centro Cirúrgico e CME. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2019. 9788595029477. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029477/.Acesso em: 26 May 2021 Obrigada
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