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Izabelle Santana Turma XXIV DISTURBIOS DE CIRCULAÇÃO I Prof. Cesar EDEMA Acúmulo anormal e excessivo de líquido nas células, no interstício ou em cavidades do organismo. ∙ Nas células – edema intracelular = degeneração hidrópica; ∙ Nos espaços intercelulares do epitélio malpigüiano = espongiose; ∙ ANASARCA – edema generalizado. ∙ Nas cavidades: ∙ HIDROTÓRAX – cavidade pleural; ∙ HIDROPERITÔNIO/ ASCITE – cavidade peritoneal; ∙ HIDROPERICÁRDIO – cavidade pericárdica; ∙ HIDROCELE – saco escrotal. 60% do peso corporal H2O: 2/3 no intracelular, 1/3 no extracelular e 5% no sangue. CLASSIFICAÇÃO ∙ Edema inflamatório – alteração da permeabilidade vascular; ∙ Edema não-inflamatório – alteração em forças hemodinâmicas. Líquido dentro de hemotórax direito, é necessário fazer punção pleural para analisar o líquido. Pode ser um líquido inflamatório (causado por extravasamento intravascular), ou não inflamatório. ∙ Transudato – água amarelada, sem células ou proteínas, baixa densidade, não inflamatório. Situações que aumentam a pressão hidrostática, e reduzem a pressão oncótica. Pode ser também por acometimento dos vasos linfáticos. ∙ Exsudato – com células, proteínas, indica inflamação. É causado por substância da resposta inflamatória água dos neutrófilos. Inflamação forma gaps no endotélio, fazendo com que possa passar células e proteínas através dos vasos. ∙ Reação de rivalta – diferenciação entre transudato (negativo) e exsudato (positivo). MECANISMO CAUSADOR DO EDEMA “resulta de um desequilíbrio de forças que tendem a deslocar líquidos do compartimento intravascular para o espaço intersticial”. As forças nos vasos: ∙ Pressão hidrostática – tende a expulsar o líquido para o extravascular; ∙ Pressão oncótica – dentro do vaso, atrai a água devido presença da albumina; ∙ Extremidade venular, oncótica maior que pressão hidrostática; ∙ Extremidade arteriolar, hidrostática maior do que a pressão oncótica; ∙ Quando sobra líquido fora dos vasos, pode ser recolhido pelo sistema linfático. 1. Aumento da pressão hidrostática. Dificuldade no retorno venoso, pode ser localizada ou generalizada. Ex.: ICC com edema de membros inferiores. Aumento da pressão hidrostática + retenção de sódio e água (menor filtração glomerular e aumento da aldosterona). Transudato. 2. Diminuição da pressão oncótica. Ex.: síndrome nefrítica, a proteína é excretada na urina, diminuindo a pressão oncótica e causando edema. Ex2: desnutrição ou cirrose hepática com redução da síntese de albumina. Transudato. Izabelle Santana Turma XXIV 3. Obstrução linfática. Ex.: filariose (parasita) ou esvaziamento axilar dos linfonodos junto com a mastectomia de câncer de mama. 4. Retenção de sódio e água. Ex.: ingesta excessiva de sal ou aumento da reabsorção tubular de sódio. 5. Aumento da permeabilidade vascular por eventos inflamatórios. Ex.: pneumonias e derrames pleurais. Exsudatos. EDEMA PULMONAR AGUDO Um coração que não bombeia sangue corretamente, terá um volume sistólico residual nos ventrículos, que irá ser transmitido retrogradamente. Os átrios e microcirculação pulmonar sofrem impacto aumentando sua pressão hidrostática – causa de edema pulmonar; ∙ Alvéolos preenchidos ou por hemácias ou por edema. EDEMA CRÔNICO Edema de membros inferiores. ∙ Retrogradamente, a pressão hidrostática se acumula na VCI. EDEMA NA SINDROME NETROFICA Lesão no glomérulo, deixa a proteína passar e ser excretada. Diminui a pressão oncótica; ∙ Glomerulopatias; ASCITE NA CIRROSE HEPÁTICA Redução da pressão oncótica pela diminuição da produção de albuminas. Hepatócitos são substituídos por fibrose, aumentando a pressão hidrostática portal, obstrução mecânica. ∙ Transudato. HIPEREMIA É o aumento do volume de sangue num determinado órgão ou parte dele com dilatação vascular; Ativa (arterial) – excesso de sangue que chega pela arteríola por aumento da PA. ∙ Causa fisiológica – exercícios; ∙ Causa patológica – traumas; ∙ Agentes físicos – queimadura solar; ∙ Agentes químicos – queimaduras por ácido/base. Patogenia – estímulo da vasodilatação, paralisia da vasoconstrição ou uso de substâncias vasoativas (endógenas/catecolaminas). Macro – cor rósea e temperatura elevada. Micro – dilatação arteriolar e capilar com acúmulo de sangue. Au m en to d a Ph Redução da Po Izabelle Santana Turma XXIV Passiva (venosa/congestão) – sangue acumulado na extremidade venular, por dificuldade de drenagem do sangue venoso. Ex.: congestão passiva crônica do fígado (fígado de nós moscada). ∙ Causa central – ICC; Congestão passiva crônica do fígado – ICC direita, átrio direito com excesso de sangue, é transmitido para as cavas, tanto superior quanto inferior. No fluxo normal da VCI, drena as supra-hepáticas, que drenam as centro lobulares (na ICC a congestão é transmitida retrogradamente). Muitas vezes transmitida macroscopicamente com pontos enegrecidos no fígado (nós moscada) – caracteriza ICC. ∙ Causa periférica – oclusões venosas, trombo (fora dos vasos) ou tumor (nos tecidos). ∙ Intrínseca – varizes; ∙ Extrínseca – compressão de veias por tumor. Macro – veias turgidas, com coloração azulada (Hb reduzida) e temperatura conservada; Micro – dilatação capilar e venular com acúmulo de sangue. CONSEQUENCIAS HIPEREMIA Diminuição do metabolismo celular com anóxia = atrofia; Edema; Hemorragia; Trombose. HEMORRAGIAS Extravasamento do sangue de dentro dos vasos para fora do corpo ou para dentro de cavidades (ex.: aneurisma). ∙ Petéquias – 1 a 2 mm; ∙ Púrpuras – 3 mm ou mais; ∙ Equimoses – 1 a 2 cm; ∙ Hematomas – acúmulo volumoso de sangue; Hemotórax – sangue na cavidade torácica; Hemopericárdio – sangue na cavidade pericárdica; Hemoperitônio – sangue da cavidade peritoneal; Hemartrose – sangue na cavidade articular; Hematocele – sangue dentro da bolsa escrotal; Epistaxe – sangramento nasal. Tamponamento do triangulo arteriolar. HEMOPTISE – sangramento exteriorizado pela boca proveniente do trato respiratório baixo. Ex.: tuberculose. HEMATÊMESE – sangramento exteriorizado pela boca proveniente do trato digestivo alto. Ex.: varizes de esôfago, e úlceras pépticas de estômago e duodeno. Izabelle Santana Turma XXIV MELENA – sangramento eliminado junto com as fezes, sangue digerido, proveniente do trato digestivo alto. São escuras e fétidas, aspecto de borra de café. ENTERORRAGIA – sangre eliminado junto com as fezes, sangue vivo proveniente de trato digestivo baixo. Ex.: hemorroidas. MENORRAGIA – extensão do ciclo menstrual; METRORRAGIA – sangramento uterina fora do período menstrual. Ex.: tumores uterinos. MECANISMOS DE HEMORRAGIA DIAPEDESE – extravasamento de elementos sanguíneos/hemácias na unidade arteriolo-capilar- venular. EX.: dengue, ebola. REXIS – ruptura traumática da parede vascular. Ex.: tiro, corte. DIABROSE – doenças que causam erosões teciduais, destrói tecidos e vasos presentes. Ex.: caverna tuberosa e úlcera péptica. CAUSAS Laceração mecânica ou ruptura traumática da parede dos vasos sanguíneos; Ruptura de um vaso malformado (ex.: aneurismas congênitos) ou afetados por doenças crônico degenerativas (ex.: aterosclerose/HAS); Alteração na coagulação (ex.: hemofilia, plaquetopenias); Doenças crônicas que causam erosões teciduais (ex.: caverna da tuberculose, úlcera péptica); OBS.: anemia crônica do idoso – sangramento uterino, endoscopia e colonoscopia para descartar hemorragias. Depois disso encaminhar para hematologista. CHOQUE Estado do organismo perante incapacidade de manter débito cardíaco para órgãos vitais. Não é possível perfundir os tecidos. Até certo ponto pode ser reversível; Hipotensão + redução do débito cardíaco = hipóxia celular, e se persistente lesão tecidual irreversível. Tipos: 1. Cardiogênico – alteraçõesno miocárdio fazem com que o coração não possa manter débito cardíaco. Ex.: infarto. 2. Hipovolêmico – perde volume de sangue, pode ser por trauma, com diminuição do retorno venoso e do DC. Ex.: hemorragia, úlcera péptica, varizes de esôfago e desidratação por queimadura. 3. Séptico – bactérias, principalmente gram negativas, produzem endotoxinas que induzem a vasodilatação, diminuindo retorno venoso e DC. Ex.: meningococcemia. 4. Anafilático – em respostas alérgicas acentuadas onde há aumento da liberação de vasodilatadores (histamina) que diminui retorno venoso e o DC. Ex.: IgE, edema de glote. Diminuição da contratilidade do miocárdio Diminuição do volume sistólico Congestão pulmonar Diminuição do DC Diminuição da perfusão tecidual Izabelle Santana Turma XXIV Hipersensibilidade imediata, com presença sistêmica de um antígeno introduzido por injeção. Os mediadores dos mastócitos e basófilos alcançam a circulação, causando vasodilatação e exsudação de plasma. Consequente queda da pressão sanguínea ou choque, constrição das vias aéreas superiores e inferiores, efusão do muco intestinal e lesões de urticária na pele. 5. Neurogênico – traumatismo de sistema nervoso central e periférico. Reposta vasomotora com vasodilatação, diminuindo o retorno venoso e o DC. Ex.: trauma raquimedular. É o resultado da cessação abrupta dos impulsos simpáticos com origem no SNC, levando a perda do tônus vascular. Resulta em vasodilatação, diminuição da PA sistêmica, FC e VS com represamento venoso. ESTÁGIOS DO CHOQUE 1) Inicial, não progressivo: perfusão é mantida e há ativação de mecanismos reflexos compensatórios. 2) Progressivo: hipoperfusão tecidual e início de um agravamento circulatório e desequilíbrio metabólicos (acidose). 3) Irreversível: inicia-se após lesões celulares tão graves que, mesmo que os defeitos hemodinâmicos sejam corrigidos, a sobrevivência não é possível. MORFOLOGIA DO CHOQUE Alterações isquêmicas no cérebro, coração, pulmões, glândulas suprarrenais e TGI; Coagulação intravascular disseminada (CIVD) com microtrombos, consumo de plaquetas e fatores de coagulação; Glândula suprarrenal: depleção lipídica cortical. Rim: necrose tubular aguda. Pulmão: dano alveolar difuso. FALÊNCIA/DISFUNÇÃO DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS. DISTURBIOS DE CIRCULAÇÃO II Prof. Victor HEMOSTASIA É um conjunto de processos que em condições normais, apresentam duas funções: 1) Manter o sangue em estado fluido e sem coágulos em vasos normais. 2) Induzir a formação rápida e localizada de um tampão no local da lesão vascular. TROMBOSE É a coagulação do sangue dentro do sistema vascular do indivíduo vivo. Função de conter hemorragias; TRÍADE DE VIRCHOW 1. Lesão endotelial; 2. Fluxo sanguíneo anormal; 3. Hipercoagulabilidade. Cada um deles pode gerar um trombo, mas é normal que um fator desencadeie o outro. Ex.: placas de ateroma deixam o fluxo sanguíneo anormal, deixando o vaso com parede irregular. Promove mais contato da parede do endotélio com o fluxo sanguíneo, e o atrito pode levar ao rompimento endotelial. Um ateroma quando se solta da parede do vaso, rompe o endotélio (lesão endotelial) expondo a MEC, podendo formar o trombo. A aderência de coágulo também pode levar a um fluxo sanguíneo anormal. Izabelle Santana Turma XXIV 1. LESÃO ENDOTELIAL. O endotélio não precisa estar desnudo, basta o desequilíbrio entre pró e anticoagulantes; Placas ulceradas em artérias ateroscleróticas; Vasculites. 2. ALTERAÇÃO DE FLUXO SANGUÍNEO Turbulência de fluxo – trombo formado e aderido, estreitando a luz, alterando o fluxo; Estases – facilita a formação de trombos venosos, longo período acamado ou sentado; Aneurisma arteriais – má-formação da parede vascular. Dilação anormal; Placas ateroscleróticas – irregularidade na parede do vaso; IAM – estase por dificuldade de ejeção completa do VE. 3. HIPERCOAGULABILIDADE Primária (genética): ∙ Mutação do gene do fator V (maior ativação da cascata de coagulação); ∙ 2 a 15% dos caucasianos apresentam mutação nesse gene; ∙ Mutação no gene da protrombina. Secundária (adquirida): ∙ Repouso no leito; ∙ Câncer; ∙ Contraceptivos orais; ∙ Tabagismo. CLASSIFICAÇÃO DOS TROMBOS Constituição: 1. Vermelhos ou de estase; 2. Mistos; 3. Brancos ou fibrinosos; Situação: 1. Oclusivo; 2. Mural ou parcial. DESTINO DOS TROMBOS 1. Propagação; 2. Dissolução; 3. Organização e recanalização; 4. Embolização. EMBOLIA Trombo originado em algum lugar, desprende-se e circula até local distante. EMBOLO – é uma massa sólida, líquida ou gasosa que é levada pelo sangue para um local distante do seu ponto de origem. 99% dos embolos são trombos. TROMBOEMBOLISMO – pode ocorrer na circulação pulmonar e sistêmica; Embolia pulmonar – mais comum. Ex.: de membro inferior venoso, irá para VCI, chegando ao coração pois passa apenas em vasos de cada vez maior calibre. AD – VD, ejetado então para a circulação pulmonar, com afunilamento do seu tamanho, até o momento em que irá se obliterar. ∙ 95% origem em trombos venosos da perna; ∙ Leva a infartos pulmonares. Tromboembolismo arterial/sistêmico – placa de ateroma cerebral (10%), trombo se desprende e vira um embolo. Fica na região porque os vasos diminuem seu calibre. Membros inferiores (75%). Embolia gasosa – mergulhadores que não respeitam a descompressão; Embolia gordurosa e de M.O. – fraturas múltiplas. Oclusão de pequenos vasos por gotículas de gordura, geralmente originadas nas fraturas do fêmur. Embolia do líquido amniótico – líquido na circulação materno-fetal. Izabelle Santana Turma XXIV ISQUEMIA É a redução do suprimento sanguíneo e oxigenação dos tecidos em uma determinada área. Causas: trombose, embolia, arterites e compressões ou torções vasculares. INFARTO Área localizada e necrosada por conta de isquemia, causada pela oclusão do vaso arterial e redução do suprimento ou da drenagem venosa. Podendo ser em qualquer órgão do corpo. TIPOS DE INFARTO Infarto anêmico ou branco; ∙ Oclusão de circulação arterial terminal; ∙ Órgãos compactos – coração, baço e rins. Infarto hemorrágico ou vermelho; ∙ Oclusões arteriais ou venosas; ∙ Tecidos frouxos; ∙ Tecidos com dupla circulação ou circulações colaterais. ∙ Ex.: pulmão, fígado e intestinos. ∙ Pedículos vasculares com oclusão da drenagem venosa. ∙ Ex.: Torção de testículo ou ovário. Fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto: ∙ Natureza do suprimento sanguíneo; ∙ Velocidade do desenvolvimento da oclusão; ∙ Vulnerabilidade do tecido a hipóxia (ex. tecido nervoso 5 min); ∙ Taxa de oxigenação do sangue (pessoas que já tinham saturação baixa tem pior prognóstico).
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