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Doenças Esofagianas

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1 Clínica Médica 
Doenças 
Esofagianas 
Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA 
 
 
 
Estrutura e Função do 
Esôfago 
→ tubo muscular 
→ atravessa mediastino posterior 
→ interliga hipofaringe ao estômago com um 
esfíncter em cada extremidade 
→ transporta alimentos e líquidos entre as duas 
extremidades 
→ doenças esofágicas podem ser evidenciadas 
por disfunção ou dor 
→ a dor pode ser indistinguível da dor torácica 
de origem cardíaca e pode ser causada por 
inflamação, infecção, distúrbios da motilidade 
ou neoplasia 
Sintomas de Doença 
Esofágica 
→ história clínica é essencial 
→ detalhes importantes 
• aumento/redução do peso 
• hemorragia digestiva 
• hábitos dietéticos (horários das refeições é 
importante) 
• tabagismo 
• ingestão de álcool 
→ principais sintomas 
• pirose 
• regurgitação 
• dor torácica 
• disfagia 
• odinofagia 
• sensação de bolo retroesternal 
Pirose 
→ sintoma esofágico mais comum 
→ sensação de desconforto ou ardência por trás 
do esterno; pode ocorrer com frequência e 
interferir nas atividades habituais como o 
sono 
→ início em epigástrio e pode irradiar para 
pescoço 
→ percebido geralmente dps da ingestão de 
alimentos, durante a realização de ativ fís e 
enquanto paciente está deitado 
→ desconforto aliviado pela ingestão de água ou 
antiácido 
→ a pirose e a DRGE estão tão associadas que o 
tratamento empírico da DRGE é a abordagem 
mais aceita 
Regurgitação 
→ retorno involuntário de alimentos ou líquidos 
para a faringe sem náuseas ou ânsia de 
vômito 
→ paciente relata presença de líquido amargo ou 
ardente na garganta/boca, podendo conter 
partículas alimentares não digeridas 
→ provocada por atividades como se abaixar, 
arrotar ou outras manobras que aumentem a 
pressão intra-abdominal 
→ importante diferencia de: 
• vômito – precedido de náuseas e 
acompanhado de ânsia de vomitar 
• ruminação – alimento recém-deglutido é 
regurgitado e deglutido novamente por 
várias vzs por até 1h 
Dor Torácica 
→ sintoma comum 
→ DRGE é a causa mais comum 
→ características semelhantes à de origem 
cardíaca; isso provavelmente ocorre por 
compartilharem do mesmo plexo nervoso 
→ a distensão e a estimulação química do 
esôfago costuma ser percebida como dor 
torácica 
 
 
 
 
 
 2 Clínica Médica 
Disfagia Esofágica 
→ sensação que o alimento “agarra” ou até q fica 
retido no tórax 
→ disfagia entre sólidos e liq sugere distúrbio de 
motilidade, como acalasia 
→ disfagia somente de sólidos sugere estenose, 
anel ou tumor 
→ localização da retenção do alimento é 
imprecisa 
Odinofagia 
→ dor causada/agravada pela deglutição 
→ pode se manifestar junto com a disfagia 
→ em pacientes com DRGE o sintoma 
provavelmente está relacionado com uma 
úlcera ou erosões 
Sensação de Bolo Retroesternal / “Bolo 
Faríngeo” 
→ percebida como uma massa ou plenitude na 
garganta mesmo qnd indivíduo não está 
engolindo 
→ ocorre mts vzs nos indivíduos com 
transtornos de ansiedade ou obsessivo-
compulsivo 
→ comumente atribuível à DRGE 
Hipersalivação 
→ sintoma não é comum 
→ resultante de reflexo vagal ativado pela 
acidificação da mucosa esofágica 
→ em geral, ocorre associada a pirose 
Exames Diagnósticos 
Endoscopia / Esofagogastroduodenoscopia 
(EGD) 
→ melhor exame para investigar trato 
gastrintestinal proximal 
→ vantagens em comparação as radiografias 
com bário: 
• sensibilidade maior para detectar lesões da 
mucosa e anormalidades identificáveis 
sobretudo por cores, inclusive metaplasia de 
Barret ou lesões vasculares 
• possibilidade de obter espécimes de biópsia 
para exame histológico das anormalidades 
suspeitas e de dilatar estenoses durante o 
exame 
 
 
 
→ desvantagens principais 
• sensibilidade baixa para detectar estenoses 
difusas (não focais) 
• custo mais alto 
• necessidade de usar sedativos ou 
anestésicos 
Radiografia 
→ principal inconveniente é q raramente a 
radiografia evita a necessidade de realizar a 
endoscopia; exames positivos ou negativos 
são seguidos da avaliação endoscópica 
→ radiografias contrastadas do esôfago, do 
estômago e do duodeno podem demonstrar 
refluxo do contraste, hérnia de hiato, 
granulações da mucosa, erosões, úlceras e 
estenoses 
→ sensibilidade para detectar estenoses do 
esôfago é maior do que a endoscopia 
Ultrassonografia endoscópica 
→ gera imagens transparietais dos tecidos 
localizados ao redor da ponta do endoscópio 
→ resolução mt maior da imagem do que 
técnicas radiológicas 
→ principais aplicações – estadiamento do 
câncer de esôfago, avaliação da displasia do 
esôfago de Barrett e investigação de lesões 
submucosas 
Manometria esofágica 
→ analisa contratilidade do esôfago dps da 
deglutição 
→ diagnostica distúrbios de motilidade – 
acalasia, espasmo esofágico difuso (EED) – e 
avalia integridade peristáltica antes de 
cirurgia para refluxo 
Teste de Refluxo 
→ teste de refluxo/ pHmetria pode demonstrar 
exposição excessiva do esôfago ao suco 
gástrico refluído, q é a anormalidade 
fisiológica da DRGE 
→ facilita a investigação dos pacientes que se 
queixam de sintomas típicos ou q, 
inexplicavelmente, têm resposta insatisfatória 
ao tratamento 
 
 
 
 3 Clínica Médica 
Distúrbios Estruturais 
Hérnia de hiato 
→ herniação do estômago (na maioria dos casos, 
mas pode ocorrer com outras vísceras) para 
dentro do mediastino pelo hiato esofágico do 
diafragma 
→ resultam do desgaste e da laceração – 
aumentam com a elevação da pressão intra-
abdominal secundária a obesidade abdominal, 
gestação, etc., junto de fatores hereditários 
que predispõem a essa condição 
→ as hérnias de hiato predispõem à DRGE 
→ 4 tipos de hérnia de hiato 
• tipo I (por deslizamento) – 95% de todos os 
casos; corresponde a translocação cefálica 
da junção gastroesofágica e da cárdia do 
estômago 
• tipo II, III e IV – subtipos da hérnia 
paraesofágica (herniação para dentro do 
mediastino inclui outra estrutura visceral 
diferente da cárdia gástrica; reparação 
cirúrgica é recomendada frequentemente 
como tratamento, principalmente qnd 
causam sintomas 
o tipo II – fundo gástrico sofre herniação e 
junção gastroesofágica permanece fixada 
ao hiato 
o tipo III (hérnia mista) – fundo gástrico sofre 
herniação; hérnia paraesofágica e por 
deslizamento 
o tipo IV – outras vísceras além do estômago 
sofrem herniação para dentro do 
mediastino, geralmente o cólon 
• hérnias paraesofágicas II e III – estômago 
inverte e as hérnias paraesofágicas 
volumosas podem causar “inversão completa 
do estômago” 
Anéis e Membranas 
→ anel B / anel mucosa esofágico inferior – 
estreitamento membranoso fino localizado na 
junção escamocolunar da mucosa; causa é 
desconhecida e pode ser encontrado em até 
15% da população geral e geralmente são 
assintomáticos 
 
→ anéis de Shatzki – anéis distais geralmente 
associados a episódios de disfagia para 
alimentos sólidos; comum q paciente tenha 
mais de 40a; uma das causas mais comuns de 
impactação alimentar “síndrome da 
churrascaria”; anéis sintomáticos são tratados 
por dilatação 
→ constrições membranosas nos segmentos 
mais proximais do esôfago podem ser 
congênitas ou inflamatórias; detectadas em 
10% dos indivíduos; casos típicos originam-se 
da superfície anterior do esôfago; qnd 
circunferenciais podem causar disfagia 
intermitente como nos anéis de Shatzki; 
tratamento por dilatação 
→ síndrome de Plummer-Vinson – combinação 
de membranas esofágicas proximais 
sintomáticas com anemia ferropriva nas 
mulheres de meia idade 
Divertículos 
→ classificados com base na localização 
→ mais comuns são epifrênicos, hipofaríngeos 
(divertículo de Zenker) e mesoesofágicos 
 
 
 
 
 
 
 4 Clínica Médica 
→ divertículos epifrênico e de Zenker 
• pseudovertículos 
• herniação da mucosa e da submucosa 
através da camada muscular do esôfago 
• resultam de  da pressãointraluminal 
associada à obstrução distal 
• tratamento por meio de diverticulectomia 
cirúrgica e miotomia cricofaríngea, ou uma 
cirurgia de marsupialização na qual um 
dispositivo de grampeamento endoscópico é 
usado para cortar esse músculo 
• epifrênicos frequentemente causam acalasia, 
distúrbios do esôfago hipercontrátil ou 
estenose esofágica distal 
 
Exemplos de divertículos de Zenker pequenos (A) e grandes 
(B, C) originados do triângulo de Killian na hipofaringe 
distal. Os divertículos menores ficam aparentes apenas 
durante a deglutição, enquanto os grandes retêm alimentos 
e líquidos. 
→ divertículos mesoesofágicos 
• podem ser causados por tração produzida 
por inflamação adjacente (tuberculose por 
ex); em casos de inflamação adjacente são 
divertículos verdadeiros, pois incluem todas 
as camadas da parede esofágica 
• tbm podem ser causados por pulsão 
associada aos distúrbios motores do esôfago 
→ divertículos epifrênicos e mesoesofágicos 
costumam ser assintomáticos até o ponto em 
q retem alimentos e causam disfagia e 
regurgitação 
→ divertículos volumosos podem ser retirados 
cirurgicamente, em geral simultaneamente a 
uma miotomia qnd há distúrbio da motilidade 
coexistente 
Tumores 
→ apresentação típica – disfagia progressiva aos 
alimentos sólidos e emagrecimento 
→ sinais e sintomas associados – odinofagia, 
deficiência de ferro e rouquidão causada pela 
lesão do nervo laríngeo recorrente esquerdo 
(tumores de terço médio do esôfago) 
→ as manifestações clínicas são indícios de 
doença localmente invasiva ou até metastática 
evidenciada por fístulas traqueoesofágicas e 
paralisia das pregas vocais 
→ sobrevida do câncer de esôfago é curta por 
conta dos numerosos linfático esofágicos, 
possibilitando metástases para linfonodos 
regionais 
→ tumores esofágicos comumente não são 
benignos 
→ tumores costumam causar sintomas 
associados à disfagia e devem ser retirados 
nessas mesmas circunstâncias 
→ ordem de frequência decrescente – 
leiomiomas, pólipos fibrovasculares, 
papilomas escamosos, tumores de cels 
granulosas, lipomas escamosos, tumores de 
cels granulosas, lipomas, neurofibromas e 
pólipos fibroides inflamatórios 
Anomalias Congênitas 
→ atresia esofágica – mais comum; ocorre falha 
de desenvolvimento durante a fusão entre os 
esôfagos proximal e distal associada a uma 
fístula traqueoesofágicas; geralmente 
diagnosticada e corrigida nos primeiros dias 
de vida; complicação tardia mais comum é a 
disfagia 
→ anomalias menos comuns – estenose 
esofágica congênita, membranas e 
duplicações 
 5 Clínica Médica 
Distúrbios da Motilidade 
Esofágica 
→ doenças atribuíveis à disfunção 
neuromuscular do esôfago e, em geral, 
causam disfagia, dor torácica ou pirose 
→ principais distúrbios – acalasia, EED e DRGE 
→ podem ser secundários a doenças mais 
difusas – pseudoacalasia, doença de Chagas e 
esclerodermia 
Acalasia 
→ doença rara 
→ ocorre incapacidade de relaxar o esfíncter 
esofágico inferior durante a deglutição e 
ausência de peristalse 
→ causa destruição das cels ganglionares no 
plexo mioentérico do esôfago 
→ acredita-se que a causa seja autoimune 
atribuível à infecção latente pelo herpesvírus 
tipo 1 
→ geralmente evidenciada dos 25-60a 
→ manifestações clínicas 
• disfagia, regurgitação(ocorre qnd alimentos, 
liq e secreções ficam retidos no esôfago 
dilatado), dor torácica (comum nos estágios 
iniciais, provavelmente causada por 
espasmo do esôfago; dor retroesternal 
opressiva e em aperto, por vzs com 
irradiação para pescoço, braços, mandíbula e 
dorso) e emagrecimento 
• pacientes referem – disfagia aos alimentos 
sólidos e aos líquidos 
• qnd crônica observa-se aganglionose 
• qnd avançada pode levar a bronquite, 
pneumonia ou abcesso pulmonar secundário 
a regurgitação e aspiração crônica 
→ diagnóstico 
• radiografia com deglutição de bário e/ou pela 
manometria esofágica 
o RX revela esôfago dilatado com 
esvaziamento incompleto, nível hidroaéreo 
e afilamento na região EEI (aspecto em bico 
de pássaro) 
 
o no RX pode se observar divertículo 
• endoscopia exclui pseudoacalasia; 
• manometria esofágica 
o exame diagnóstico mais sensível 
o critérios diagnósticos – relaxamento 
reduzido do EEI e ausência de peristalse 
o capaz de detectar doença em fase precoce, 
antes que haja dilatação do esôfago e 
retenção de alimentos 
→ tratamento 
• tratamento farmacológico - nitratos ou BCC 
antes das refeições 
• toxina botulínica - aplicada no EEI durante 
endoscopia; dura em torno de 6m 
• dilatação com balão pneumático – 
tratamento duradouro; 
• miotomia de Heller – tratamento duradouro 
• em casos refratários pode ser feita 
ressecção do esôfago com tração do 
estômago ou interposição de um segmento 
do cólon transverso 
• observações 
o acalasia não pode ser evitada ou revertida 
por qlqr intervenção terapêutica 
o alivia mais a disfagia e a regurgitação doq a 
dor torácica 
o objetivo do tratamento é reduzir a pressão 
do EEI, mas é importante notar q a 
peristalse não é recuperada 
o 
→ diagnóstico diferencial – EED, doença de 
Chagas e pseudoacalasia (essa última 
diagnosticada por endoscopia, TC ou USE) 
 
 
 
 6 Clínica Médica 
Espasmo Esofágico Difuso 
→ episódios de disfagia e dor torácica – ocorre 
por contrações esofágicas anormais com 
relaxamento normal do EEI durante a 
deglutição 
→ fisiopatologia e história natural pouco 
esclarecidas 
→ manifestações clínicas 
• dor torácica de origem esofágica mt 
semelhante à angina pectoris 
• indícios sugestivos de dor esofágica – dor 
prolongada sem relação com esforço, q 
interrompe o sono; relacionada com 
refeições; aliviada por antiácidos; pode ser 
acompanhada de pirose, disfagia ou 
regurgitação 
→ diagnóstico de EED deve ser estabelecido 
somente após exclusão de dor torácica, 
doenças esofágicas e esofagite péptica ou 
infecciosa 
→ diagnóstico 
• manometria - EED pode ser definido como 
atividade descoordenada (“espástica”) do 
esôfago distal; ocorrem contrações 
espontâneas e repetitivas; ou contrações 
prolongadas de amplitude alta espontâneas e 
repetitivas; ou contrações prolongadas de 
amplitude alta 
• endoscopia – ajuda a detectar outras lesões 
estruturais e inflamatórias q podem causar 
dor torácica 
• RX – contrações terciárias ou “esôfago em 
saca-rolhas”; “esôfago em conta de rosário”, 
pseudovertículos ou ondulações do esôfago 
(tais alterações tbm podem ser encontradas 
na acalasia) 
 
esôfago típico em “saca-rolha” q é resultado da contração 
espástica da musculatura circular da parede esofágica; na 
verdade, essa musculatura é formada por músculos em 
disposição helicoidal. Essas anormalidades também são 
encontradas na acalasia espástica 
→ tratamento 
• ainda não existe tratamento estabelecido 
• pode haver melhora com nitratos, BCC, 
hidralazina, toxina botulínica e ansiolíticos - 
experiências controladas q demonstraram 
eficácia utilizaram ansiolítico 
• tratamento cirúrgico considerado apenas 
qnd há emagrecimento extremo ou dor 
insuportável 
Achados Manométricos Inespecíficos 
→ exames manométricos q investigam dor 
torácica e/ou disfagia geralmente detectam 
anormalidades leves, q n são suficiente para 
diagnosticar acalasia ou EED 
→ essas anormalidades são comuns entre 
pacientes com refluxo e transtornos 
psiquiátricos (como ansiedade e depressão) 
Doença do Refluxo 
Gastroesofágico 
→ conjunto de distúrbios causados pelo refluxo 
gastroesofágico, acarretando sintomas 
incômodos ou diversas manifestações 
esofágicas e extraesofágicas 
→ em relação ao esôfago as lesões incluem 
esofagite, estenose, esôfago de Barret e 
adenocarcinoma 
 
 7 Clínica Médica 
Fisiopatologia 
→ esofagite corresponde a minoria dos casos, 
mas é o subgrupo da DRGE mais bem definido 
→ esofagite ocorre qnd ác gástrico e pepsina 
refluídos causam necrose da mucosaesofágica levando a processos como erosões 
e úlceras 
→ a esofagite é resultante de um processo 
excessivo de refluxo; para que ocorra 
limitação adequada de refluxo é necessário 
que haja integridade anatômica e fisiológica 
da junção esofagogástrica 
→ 3 principais mecanismos q causam 
incompetência da junção gastroesofágica 
• relaxamentos transitórios do EEI – 
corresponde a 90% de causa dos refluxos 
dos indivíduos normais ou dos pacientes com 
DRGE sem hérnia de hiato 
• hipotensão do EEI 
• distorção anatômica da junção 
esofagogástrica 
→ fatores de piora do refluxo – obesidade 
abdominal, gravidez, estados de 
hipersecreção gástrica, retardo do 
esvaziamento gástrico, supressão da 
peristalse esofágica e glutonaria 
→ o suco gástrico é deletério ao epitélio do 
esôfago 
→ apesar de a hipersecreção de ácido gástrico 
não ser o fator predominante da patogênese 
da esofagite existem casos a parte como na: 
• síndrome de Zollinger-Ellison – associada à 
esofagite em 50% dos pacientes 
• gastrite crônica por Helicobacter pylori – 
confere efeito protetor ao induzir gastrite 
atrófica com hipoacidez associada 
Sintomas 
→ sintomas típicos – pirose (frequência e 
gravidade da pirose não se correlacionam 
diretamente com a presença ou a gravidade 
da esofagite) e regurgitação 
→ sintomas um pouco menos comuns 
• disfagia – o refluxo crônico pode resultar no 
desenvolvimento de estenose péptica ou 
adenocarcinoma 
• dor torácica - importante considerar 
cuidadosamente existência de doença 
cardíaca 
→ síndrome extraesofágicas associadas à DGRE 
- tosse crônica, laringite, asma e erosões 
dentárias 
 
Diagnóstico Diferencial 
→ esofagites (infecciosa, farmacogênica ou 
eosinofílica), doença ulcerosa péptica, 
dispepsia, cólica biliar, doença arterial 
coronariana e distúrbios da motilidade 
esofágica 
→ primeira consideração deve ser excluir 
doença arterial coronariana 
→ as outras possibilidades podem ser 
investigadas por endoscopia, exames 
radiográficos contrastados do trato 
gastrintestinal superior ou manometria 
Complicações 
→ relacionadas com 
• esofagite crônica (sangramento e estenose) 
• a relação entre DRGE e adenocarcinoma do 
esôfago 
→ esofagite e estenoses pépticas atualmente 
são menos comuns pelo uso de fármacos que 
bloqueiam a secreção ácida 
→ complicação grave da DRGE é a metaplasia de 
Barrett; aumenta o risco de adenocarcinoma 
esofágico; maior risco para homens brancos 
obesos em sexta década de vida 
Tratamento 
→ MEV 
• evitar alimentos q reduzem a pressão do EEI 
- alimentos gordurosos, álcool, hortelã, 
pimenta e possivelmente chá e café 
• evitar alimentos ácidos - frutas cítricas e 
alimentos à base de tomates 
• adotar comportamentos q atenuem refluxo 
e/ou pirose – elevar cabeceira do leito, evitar 
ingerir alimentos antes de deitar, reduzir 
peso 
→ farmacológico 
• inibidores da secreção ácida gástrica – ñ 
impede refluxo, mas atenua sintomas e 
possibilita cicatrização da esofagite 
• eficácia corresponde à potência do fármaco 
como antissecretor; 
• inibidores das bombas de prótons (IBPs) – 
mais eficazes; o aumento de doses causa 
benefício modesto 
 8 Clínica Médica 
• antagonistas do receptor 2 de histamina 
(AR2H) – superiores a placebo 
• tratamento normalmente ocorre por tempo 
indefinido de forma a controlar os sintomas 
• efeitos colaterais são mínimos; pode ocorrer 
aumento da susceptibilidade às infecções 
entéricas (C. difficile) e déficit na absorção 
de vit B12 e ferro 
→ fundoplicatura laparoscópica de Nissen 
• alternativa cirúrgica para tratamento da 
DRGE crônica 
• utilidade principal é o tratamento da 
esofagite (estudos indicam eficácia 
semelhante à do tratamento com IBP) 
• atenção para potenciais efeitos deletérios – 
morbidade e mortalidade operatórias, 
disfagia pós-operatória, insucesso ou 
recidiva com necessidade de segunda 
intervenção, incapacidade de eructar e 
acentuação da distensão, flatulência e 
queixas intestinais após a cirurgia 
Esofagite Infecciosa 
→ rara em pacientes imunologicamente 
competentes; nesses pacientes os ag 
etiológicos mais comuns são herpes simples e 
Candida albicans 
→ tornou-se relativamente mais comum pela 
utilização crescente de imunossupressão para 
transplantes de órgãos, doenças inflamatórias 
crônicas e quimioterapia, além da epidemia de 
AIDS e infecções por espécies Candida, 
herpesvírus e citomegalovírus (CMV) 
→ sintomas típico – odinofagia (esse sintoma 
não é comum com esofagite de refluxo); tbm 
pode se encontrar disfagia, dor torácica e 
hemorragia 
Esofagite por Candida 
→ Candida é normalmente encontrada na 
faringe, mas pode causar esofagite em 
indivíduos imunossuprimidos 
→ tbm ocorre qnd há estase esofágica 
secundária aos distúrbios da motilidade 
esofágica e aos divertículos 
→ sintomas típicos – odinofagia e disfagia 
→ tratamento é empírico, mas se houver 
persistência dos sintomas há necessidade de 
endoscopia imediata com biópsia (na 
endoscopia visualiza-se placas brancas 
friáveis) 
→ tratamento – Fluconazol 14-21d 
• se ñ houver melhora – Voriconazol ou 
Posaconazol 
• em casos de paciente q n conseguem 
deglutir fármacos – Equinocandina IV 
Esofagite Herpética 
→ causada por Herpes Simplex 1 ou 2 
→ vesículas no nariz e nos lábios sugerem 
etiologia herpética 
→ anormalidades endoscópicas – vesículas e 
pqns úlceras em saca-bocado; 
→ tratamento (p/ imunocomprometidos) – 
Aciclovir 5x/d 14-21d 
• pacientes c/ grave odinofagia – Aciclovir IV 
8/8h 7-14d 
Citomegalovírus 
→ ocorre principalmente em imunossuprimidos, 
sobretudo nos receptores de transplantes d e 
órgãos 
→ anormalidades endoscópicas – úlceras 
serpiginosas sobre mucosa oral normal 
→ tratamento – Valganciclovir VO 12/12h 
(mantido até cicatrização) 
Traumatismo Mecânico e 
Lesão Iatrogênica 
Perfuração Esofágica 
→ maioria dos casos de perfuração ocorre por 
instrumentação ou traumatismo 
→ perfuração esofágica causa dor retroesternal 
pleurítica devido a pneumomediastino e 
enfisema subcutâneo 
• TC de tórax é mais sensível para detectar ar 
no mediastino 
→ perfuração pode ocorrer em área de estenose 
durante a dilatação do esôfago 
→ tratamento – 
• vazamentos ñ contidos - aspiração 
nasogástrica e ATB parenterais de amplo 
espectro com drenagem e reparo cirúrgico 
imediatos 
• perfurações iatrogênicas ou pacientes 
inoperáveis – aplicação endoscópica de 
grampos ou a colocação de stent 
Laceração de Mallory-Weiss 
 9 Clínica Médica 
→ laceração parcial da junção gastroesofágica 
causada por vômitos, esforço repetido para 
vomitar ou tosse vigorosa 
→ hematêmese é comum 
→ em geral, o sangramento regride 
espontaneamente, mas pode melhorar com 
aplicação tópica de Epinefrina 
→ raramente é necessária intervenção cirúrgica 
Esofagite pós-Irradiação 
→ pode complicar o tratamento dos cânceres 
torácicos 
→ mucosa esofágica torna-se eritematosa, 
edemaciada e friável 
→ pode ocorrer formação de estenoses anos dps 
da exposição à radiação 
→ tratamento com medidas de suporte e em 
casos de estenoses crônicas faz-se dilatação 
esofágica 
Esofagite Corrosiva 
→ lesão cáustica do esôfago por ingestão de 
álcalis ou ingestão acidental/intencional de 
ácidos 
→ pode não haver lesões orais 
→ necessário exame endoscópico 
→ lesão grave pode causar perfuração do 
esôfago, sangramento, estenose e morte 
→ a cicatrização de lesões mais graves 
costumam causar estenoses graves, q 
requerem repetidas dilatações 
Esofagite Causada por Ingestão de 
Comprimidos 
→ ocorre qnd comprimido ñ consegue 
atravessar todo esôfago e aloja-se em seu 
interior 
→ costuma ocorrer devido a hábitos 
inadequados de ingestão de comprimidos 
→ sintomas típicos – dor torácica e odinofagia de 
início súbito; dor começa horas dps da 
ingestão ou desperta indivíduo q dorme 
→ endoscopia evidencia ulceração ou inflamação 
localizada→ tratamento – fármacos q bloqueiam secreção 
ác do estômago para aliviar refluxo 
coexistente; qnd houver cicatrização a 
dilatação está indicada 
Corpo Estranho e Impactação de 
Alimentos 
→ resulta em incapacidade de eliminar as 
secreções (espuma na boca) e dor torácica 
grave 
→ alimento impactado pode ser retirado por 
endoscopia 
Manifestações Esofágicas 
de Doença Sistêmica 
Esclerodermia e Doenças Vasculares 
do Colágeno 
→ esofagite esclerodérmica - hipotensão do EEI 
e peristalse esofágica ausente 
→ anormalidades manométricas predispõem os 
pacientes à DRGE grave em consequência da 
disfunção da barreira formada pelo EEI e da 
eliminação dificultada do ac refluído para o 
esôfago 
→ qnd ocorre disfagia é aliviada pela ingestão de 
alimentos na posição ereta e pelo uso de liq 
para facilitar a passagem dos alimentos 
Doenças Dermatológicas 
→ distúrbios dermatológicos q podem afetar a 
orofaringe e o esôfago – pênfigo vulgar, 
penfigoide bolhoso, penfigoide cicatricial, 
síndrome de Behçet e epidermólise bolhosa 
→ tratamento – glicocorticoides; dilatação pode 
ser necessária para tratar as estenoses

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