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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – UNIFAL/MG BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA ADRIELLI SCARPEL COLPANI JÉSSICA SILVA DE OLIVEIRA THAYNA RAYANNE DA SILVA LUCIAN ALLAN FERREIRA PÊNDULO SIMPLES Poços de Caldas/MG 2017 RESUMO O experimento realizado foi o do pêndulo simples, que consiste em uma massa acoplada à extremidade de um fio e pendurado a um suporte fixo, assim permitindo que a massa se mova livremente, ou seja, permita que haja oscilações através da força da gravidade. Os dados coletados foram os tempos das oscilações, através de um cronômetro digital ativado e interrompido manualmente. Foi também medido o tempo de oscilação para cinco massas diferentes acopladas a um fio com mesmo comprimento e cinco comprimentos diferentes de fio para a uma mesma massa. Isso tudo feito para verificar o modelo matemático de Galileu onde, para pequenas angulações de oscilações, o tempo independe da massa acoplada à extremidade de um fio. Palavras-Chave: Experimento, pêndulo, oscilações, tempo. 1. OBJETIVOS Realizar medidas de tempo e adquirir noções sobre a ordem de grandeza nessas medidas; Medir o período de oscilação de um pêndulo simples; Avaliar alguns conceitos da física experimental, como noções de estatística, erros aleatórios ou estatísticos, média, desvio padrão e a fórmula de Galileu. 2. INTRODUÇÃO 2.1 Pêndulo Simples O estudo da natureza das oscilações e a descoberta da periodicidade do movimento pendular foi desenvolvido por Galileu Galilei. Conta à história que Galileu, ao assistir à missa na catedral de Pisa todos os domingos, reparava que um candelabro balançava devido à corrente de ar, o que o motivou a estudar o movimento oscilatório de um pêndulo. Ele percebeu que independentemente da distância percorrida pelo pêndulo, o tempo para completar o movimento era sempre o mesmo. Galileu não tinha nenhum cronômetro ou relógio que lhe permitisse medir o tempo em suas experiências, por isso, controlou o tempo com as suas pulsações (2004). Desta forma, o estudo do pêndulo levou-o a concluir que a duração do movimento pendular não é afetada pelo peso do corpo suspenso, mas sim pelo tamanho da corda que o suspende. Baseado nestas conclusões, Galileu desenvolveu o relógio de pêndulo, o mais preciso na época (2004). O Pêndulo Simples é um sistema composto por uma massa acoplada a um pivô que permite sua movimentação livremente (MELLO, 20--). Esse movimento envolve basicamente uma grandeza chamada período (simbolizada por T), que consiste no intervalo de tempo que o objeto leva para percorrer toda a trajetória (ou seja, retornar a sua posição original de lançamento, uma vez que o movimento pendular é periódico)(ALBARELLO, DUARTE e FAORO, 20--). O Pêndulo Simples se baseia nas seguintes hipóteses e pode ser descrito como mostra a Imagem 1, abaixo: 1. o pêndulo é constituído por um ponto material suspenso por um fio inextensível e sem massa; 2. apenas as forças peso e tração agem sobre o ponto material; 3. utiliza-se ângulos de abertura pequenos ( < 10° ), tal que seja válida a aproximação sen(θ) ~ θ (em radianos), onde θ é o ângulo entre o fio e a vertical, durante a oscilação. Imagem 1 – Pêndulo Simples Baseado nessas hipóteses pode-se deduzir a seguinte relação entre T e L: 2.2 Desvio Padrão Um processo de medida tem sempre por objetivo determinar o valor médio verdadeiro, ymv, de uma grandeza, cujo valor verdadeiro é yv. Acontece que, em geral, o valor verdadeiro nos é desconhecido, e para se obter o valor médio verdadeiro, são necessárias infinitas medidas! Dessa forma, para um conjunto de medidas, {y1, y2, y3, ...yn}, o valor médio verdadeiro é dado por: Como em geral ymv é um valor inacessível, usam-se estimativas: a média dada pela equação: , A estimativa do desvio padrão: E do desvio padrão da média: . 3. METODOLOGIA 3.1 Materiais Balança Analítica; Cilindros de Metal; Cronômetro digital; Fio (barbante); Garra metálica; Régua graduada; Suporte universal; 3.2 Métodos de análise Etapa 1 1. Mediu-se a massa de um cilindro de metal (denominado C1) com o auxilio de uma balança semi-analítica, e verificou-se a incerteza instrumental; 2. Mediu-se o comprimento deste fio (denominado L1) com o auxilio de uma régua graduada, e verificou-se a incerteza instrumental; 3. Colocou-se o cilindro C1 na extremidade do fio; 4. Mediu-se o ângulo entre o fio e a vertical do pêndulo, e soltou-se o fio com o objetivo de analisar o tempo de oscilação do pêndulo; 5. Mediu 100 vezes o tempo de 5 oscilações (T5) do pêndulo simples, para isso, utilizou-se um cronômetro digital; 6. Anotou-se os resultados obtidos; 7. Calculou-se a média de T5, a média de T1, o tempo de acordo com a fórmula de Galileu e o desvio padrão. Etapa 2 1. Mediu-se a massa de mais quatro cilindros de metal (denominados C2, C3, C4 e C5) com o auxilio de uma balança semi-analítica, e verificou-se a incerteza instrumental; 2. Anotou-se a massa obtida; 3. Sem alterar o comprimento L1 do pêndulo, mediu-se 20 vezes o tempo de 5 oscilações (T5) do pêndulo simples para cada um dos quatro cilindros; 4. Anotou-se os resultados obtidos; 5. Calculou-se a média de T5, a média de T1, o tempo de acordo com a fórmula de Galileu e o desvio padrão de cada um dos quatro cilindros. Etapa 3 1. Utilizou-se o cilindro C1 com sua respectiva massa para a próxima etapa do experimento; 2. Colocou-se o cilindro C1 na ponta do fio do pêndulo, e mediu-se o comprimento do fio para que este ficasse com 40 cm, comprimento este denominado L2; 3. Mediu-se 20 vezes o tempo de 5 oscilações (T5) do pêndulo simples; 4. Colocou-se o cilindro C1 na ponta do fio do pêndulo, e mediu-se o comprimento do fio para que este ficasse com 30 cm, comprimento este denominado L3; 5. Mediu-se 20 vezes o tempo de 5 oscilações (T5) do pêndulo simples; 6. Colocou-se o cilindro C1 na ponta do fio do pêndulo, e mediu-se o comprimento do fio para que este ficasse com 20 cm, comprimento este denominado L4; 7. Mediu-se 20 vezes o tempo de 5 oscilações (T5) do pêndulo simples; 8. Colocou-se o cilindro C1 na ponta do fio do pêndulo, e mediu-se o comprimento do fio para que este ficasse com 10 cm, comprimento este denominado L5; 9. Mediu-se 20 vezes o tempo de 5 oscilações (T5) do pêndulo simples; 10. Anotou-se o resultado obtido para cada variação do comprimento do fio; 11. Calculou-se a média de T5, a média de T1, o tempo de acordo com a fórmula de Galileu e o desvio padrão para cada comprimento de fio (L2, L3, L4 e L5). Observação: Com o objetivo de diminuir o efeito do tempo de reação, mediu-se o intervalo de tempo ∆t levado pelo pêndulo para completar 5 oscilações. Sendo assim, aumentou-se a precisão do experimento, de modo que qualquer imprecisão na medida de n oscilações tem seu efeito no cálculo de g reduzido na mesma proporção. Para poder aumentar o número de oscilações, a resistência do ar deve ser minimizada, já que tende a reduzir a amplitude das oscilações. 4. RESULTADOS Etapa 1 Medida do Cilindro 1 – C1 (23,770 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (490,0 +/- 0,5) mm Etapa 2 Medida do Cilindro 2 – C2 (30,080 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (490,0 +/- 0,5) mm Medida do Cilindro 3 – C3 (44,960 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (500,0 +/- 0,5) mm Medida do Cilindro 4 – C4 (52,450 +/- 0,005) g – Comprimento do Pêndulo (490,0 +/- 0,5) mm Medida do Cilindro 5 – C5 (56,010 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (500,0 +/- 0,5) mm Etapa 3 Medida do Cilindro 1 – C1 (23,770 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo(400,0 +/- 0,5) mm Medida do Cilindro 1 – C1 (23,770 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (300,0 +/- 0,5) mm Medida do Cilindro 1 – C1 (23,770 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (200,0 +/- 0,5) mm Medida do Cilindro 1 – C1 (23,770 +/- 0,005) g Comprimento do Pêndulo (100,0 +/- 0,5) mm 5. CONCLUSÃO Durante a realização do experimento com pêndulo simples, foi possível determinar a relação entre o período e o comprimento de um pêndulo, sendo ambos diretamente proporcionais. Percebe-se também que através de medidas experimentais e métodos matemáticos é possível prever qual será o comportamento do objeto em estudo para outros comprimentos e amplitudes. Além disso, vale ressaltar que o experimento não considera a massa do objeto, ou seja, é possível obter os mesmos resultados para pesos diferentes. Por fim, nota-se que o período do pêndulo simples depende somente do comprimento do fio. Mas, ao fazer as medidas, nota-se que não podemos atingir uma medida exata, encontrando-se erros por conta da influência ao soltar o pêndulo, na leitura das medidas e na leitura do tempo, todos dados pela percepção visual e habilidade ao soltar o bloco de cada integrante do grupo. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBARELLO, Janine da Rosa; DUARTE Kelly Pereira; FAORO, Vanessa. Oscilação e Velocidade do Pêndulo Simples na Modelagem Matemática. Disponível em: <http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_017/artigos/pdf/Artigo_08.pdf/ > Autor desconhecido. Introdução às Medidas em Física. 2004. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5874/mod_resource/content/2/Experi%C3% AAncia%201.pdf>. MELLO, Vera Lucia Martins de. Pêndulo simples, de torção e físico. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11302331032014Instrume ntacao_para_o_Ensino_de_Fisica_IV_Aula_2.pdf/ > PEREIRA, ANA LUIZA. Física Experimental. 2013. Disponível em : <(http://www.ft.unicamp.br/~lfavila/EB204/EXPERIMENTO_III_PenduloSimples_Rote iro.pdf/> SILVEIRA, Fernando Lang da. Determinando a aceleração gravitacional. 1995. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/GRAVIDADE.pdf/ >
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