Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Latenciação no Aprimoramento de Fármacos e Compostos Bioativos Rodrigo Vieira Gonzaga Curso: Farmácia Disciplina: Química-Farmacêutica e Farmacodinâmica Segundo a IUPAC, é uma ciência baseada na química, envolvendo aspectos das ciências biológica, médica e farmacêutica, cuja missão é o planejamento, descoberta, invenção, identificação e preparação de compostos biologicamente ativos (protótipos), o estudo do metabolismo, interpretação do mecanismo de ação a nível molecular e a construção das relações entre a estrutura química e atividade farmacológica. Química Farmacêutica / Medicinal http://www.iupac.org www.chem.qmul.ac.uk/iupac/medchem/ FÍSICA INTERDISCIPLINARIDADE QF FARMACOLOGIA BIOLOGIA QUÍMICA TOXICOLOGIA 3 a 6 anos 0,5 a 2 anos Pesquisa básica/ descoberta de fármacos 5.000-10.000 candidatos potenciais Pré-clínica/ Translação 250 candidatos potenciais Triagem Clínica 5 candidatos potenciais Fase 1 Fase 2 Fase 3 Vale da morte Um tratamento aprovado voluntários voluntários 1.000 – 5.000 voluntários No final da expedição, você pode ter gasto até 15 anos e mais de 1 bilhão para trazer um produto para o mercado Gênese de fármacos Disponível em: https://www.brightfocus.org/clinical-trials/brightfocus-clinical-trials Acesso em 24 de novembro de 2017. Introdução 6 a 7 anos 0,5 a 2 anos Vale da morte toxicidade farmacocinética translação Solubilidade permeabilidade LIMA, L. M. Química Nova, v. 30, p.1456-1468, 2007. ADAMS, D. J. Trends in Pharmacological Sciences, v. 33, p.173-180, 2012. Introdução PESQUISA TRANSLACIONAL TOTAL: 10 A 15 ANOS US$ 500 MILHÕES A 2 BILHÕES 70% FALHAM PELA TOXICIDADE 30% FALHAM PELA EFICÁCIA 30% FALHAM PELA TOXICIDADE DESENVOLVIMENTO FDA CENTRO PARA PESQUISA TOXICOLÓGICA PLANO ESTRATÉGICO 2012-2016 FARMACOGENÔMICA FONTE: FAKUNLE, E.S.; LORING, J.F. Trends in Molecular Medicine, v.18, p.709-716, 2012. QUÍMICA FARMACÊUTICA TRIAGEM 1 A 2 ANOS IDENTIFI-CAÇÃO DO LÍDER 1 A 2 ANOS OTIMIZA-ÇÃO DO LÍDER 1 A 2 ANOS ENSAIOS PRÉ-CLÍNICOS 1 A 5 ANOS FASE I 1,5 ANOS FASE II 2 ANOS FASE III 3 ANOS REGISTRO 6 MESES A 2 ANOS Modificações Moleculares Latenciação Otimizar composto líder Hibridação Simplificação molecular Homologia Bioisosterismo CHUNG, M.C.; FERREIRA, E.I. Química Nova, v.22, p. 75- 84, 1999. Palavras chaves: “prodrug design” e “prodrug” Fonte: Web of science Latenciação 9 Latenciação 1925-1996 Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo ANDREJUS KOROLKOVAS INTRODUÇÃO DA LATENCIAÇÃO NO BRASIL Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo ELIZABETH IGNE FERREIRA 122 trabalhos científicos 200 participações em eventos Líquido extracelular Sítio de ação ou alvo Célula ou superfície celular Sem ação no organismo Latenciação Aprimorar propriedades: Farmacêuticas; Farmacocinéticas (ADME). CHUNG, M.C.; FERREIRA, E.I. Química Nova, v.22, p. 75- 84, 1999. CHUNG. et al., Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.41, p. 155-169, 2005. CHUNG et al., Molecules, v.13, p. 616-677, 2008. SILVA et al., Mini-Reviews in Medicinal Chemistry, v. 5, p. 893-914, 2005.. ZAWILSKA et al., Pharmacological Reports, v.65, p. 1-14, 2013. DOSE DESINTEGRAÇÃO DA FORMA FARMACÊUTICA DISSOLUÇÃO DA SUBSTÂNCIA ATIVA FÁRMACO DISPONÍVEL PARA ABSORÇÃO ABSORÇÃO DISTRIBUIÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO EXCREÇÃO FÁRMACO DISPONÍVEL PARA A AÇÃO INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR EFEITO FASE FARMACÊUTICA FASE FARMACOCINÉTICA FASE FARMACODINÂMICA FASES DA AÇÃO DE UM FÁRMACO LATENCIAÇÃO Latenciação Pró-fármacos BIODISPONIBILIDADE PRÓ-FÁRMACO CLÁSSICO SELETIVIDADE TOXICIDADE TEMPO DE AÇÃO FORMULAÇÃO BIOPRECURSOR PRÓ-FÁRMACO RECÍPROCO PRÓ-FÁRMACO MISTO FÁRMACO DIRIGIDO SEGUNDO WERMUTH (1984) OBJETIVOS DA LATENCIAÇÃO BLOCKBUSTERS DAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS Ettmayer et al. J. Med. Chem. 47(2004) 2393. PRÓ-FÁRMACOS TOP-SELLING (2009) HUTTUNEN, K.M.; RAUNIO, H.; RAUTIO, J. Pharmacol Rev, 63:750–771, 2011. Fonte: Pécoul, B. Plos Medicine, 2004, v.1, e6 (modificado). PIPELINE DO DESENVOLVIMENTO DE MEDICAMENTOS Identificação do candidato a fármaco HTS VS SBDD E LBDD Toxicologia Desenvolvimento químico Desenvolvimento biológico Farmacotécnica Novo Fármaco Fase II Fase III Fase I Fase IV Produtos naturais Farmacocinética Otimização do candidato a fármaco Registro Pesquisa Pré-Clínica Pesquisa Clínica PRÓ-FÁRMACOS PRÓ-FÁRMACOS “AD HOC” “POST HOC” 5 A 7% DOS FÁRMACOS APROVADOS NO MUNDO – PRÓ-FÁRMACOS ~15% TODOS OS NOVOS FÁRMACOS APROVADOS EM 2001 E 2002 – PRÓ-FÁRMACOS LATENCIAÇÃO NA PESQUISA DE FÁRMACOS PARA DOENÇAS NEGLIGENCIADAS NOVOS ALVOS FÁRMACOS UTILIZADOS NA TERAPÊUTICA NOVAS ESTRUTURAS PRÓ-FÁRMACOS FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA APLICAÇÕES SECUNDÁRIAS PRÓ-FÁRMACOS FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA TOXICIDADE/ SELETIVIDADE TOXICIDADE/ SELETIVIDADE Post hoc Ad hoc LATENCIAÇÃO PLANEJAMENTO DE FORMAS LATENTES Quais os problemas do fármaco? Quais grupos funcionais disponíveis? Como resolvê-los? Qual tipo mais adequado de transportador? Quais enzimas envolvidas? Qual tipo de ligação mais adequada? PLANEJAMENTO RACIONAL DE PRÓ-FÁRMACOS METABOLISMO PRÓ-FÁRMACOS Éster – pró-fármaco mais comum Enzimas envolvidas na ativação Conhecimento do metabolismo Hidrólise por esterases ENZIMAS IMPORTANTES Descarboxilases Desmetilases Amidases Fosfatases Não ser ativo Estável Solubilidade adequada Biodisponibilidade adequada Resistente à hidrólise Liberar o composto bioativo PRÓ-FÁRMACO IDEAL PRÓ-FÁRMACOS CARACTERÍSTICAS Inatividade ou < atividade que o fármaco original; Síntese e purificação menos complexa; Existência de grupos funcionais biorreversíveis; Mecanismos e/ou sistemas capazes de bioativar o pró-fármaco; Estabilidade química; Ligação lábil entre o fármaco e o transportador, cindida por ação química ou enzimática; Transportador, pró-fármaco e metabólitos não-tóxicos; Liberação deve garantir concentração do fármaco no organismo necessária para exercer atividade. GRUPOS BIORREVERSÍVEIS Planejamento de pró-fármacos Ésteres, amidas, carbamatos e fosfatos Regeneração in vivo OTIMIZAR CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Alteração provisória das propriedades das moléculas Mascarar grupos polares com moléculas orgânicas GRUPOS BIORREVERSÍVEIS GRUPOS BIORREVERSÍVEIS GRUPOS BIORREVERSÍVEIS Ésteres de fosfato Melhoram a hidrossolubilidade Clivagem por fosfatases Carbonatos e carbamatos Maior estabilidade que ésteres simples Amidas Mais estáveis que os ésteres Bioconversão por peptidases Ésteres de alquila Aumentam lipofilicidade Clivados por esterases Liberação controlada CLASSIFICAÇÃO WERMUTH (1984) – Pró-fármacos em: Bioprecursores; Pró-fármacos clássicos; Pró-fármacos mistos; Pró-fármacos recíprocos; Fármacos dirigidos. FORMA DE TRANSPORTE BIOPRECURSORES Moléculas inativas que sofrem biotransformação Sistema redox NÃO APRESENTAM TRANSPORTADOR Ativação do fármaco Benzodiazepínicos N-alquilaminobenzofenona Ciclização anel benzodiazepínico in vivo BIOPRECURSORES Antilipêmicos Inibidor da HMGCoA redutase Ativação por hidrólise da lactona Melhora da biodisponibilidade PRÓ-FÁRMACOS CLÁSSICOS Inativos ou menos ativos que o fármaco original Metabolização DEFINIÇÃO CLÁSSICA Liberação da porção ativa Ligação F-T Aprimorar propriedades FQ Transportadores: peptídeos, açúcares e aminoácidos Redução da toxicidade Aumento da biodisponibilidade Transportador adequado(F-T) POSSUI TRANSPORTADOR PRO-FÁRMACOS CLÁSSICOS TRANSPORTADORES PEPTÍDICOS Reduzir toxicidade e melhorar biodisponibilidade Antiviral Aciclovir Aumento da absorção (3-5X) Absorção – PepT-1 - transporte ativo da valina Valaciclovir Biodisponibilidade (54%) Biodisponibilidade (12-20%) PRO-FÁRMACOS CLÁSSICOS Antiparkinsoniano Aumento da absorção (3-5X) Transporte ativo através de proteínas membranares do aminoácido Porção aa Levodopa Dopamina BHE Pró-fármaco Neurotransmissor Muito polar Transporte pela porção aa Ativação por descarboxilação Muito polar Não atravessa BHE Descarboxilase PRÓ-FÁRMACOS MISTOS Mais de uma etapa para liberação da porção ativa CDS (Chemical Delivery System) Características de bioprecursores e pró-fármacos clássicos Liberação específica (SNC) Oxidação, redução ou hidrólise TRANSPORTADOR SOFRE BIOTRANSFORMAÇÃO Atravessa BHE Transportador sofre metabolismo PRÓ-FÁRMACOS MISTOS CDS (Chemical Delivery System) Sistema utilizado para antiretrovirais PRÓ-FÁRMACOS MISTOS CDS (Chemical Delivery System) Transportador de ação central – sistema trigonelina Diminuição da toxicidade Biotransformação Liberação porção ativa PRÓ-FÁRMACOS MISTOS CDS (Chemical Delivery System) - Antiretroviral AZT-CDS AZT-CDS+ AZT CDS+ PRÓ-FÁRMACOS RECÍPROCOS Compostos com atividade e mecanismos ≠ ou = Sinergismo TRANSPORTADOR COM ATIVIDADE HIBRIDAÇÃO MOLECULAR X PRÓ-FÁRMACO Sinergismo de ação; Mascaramento de grupos tóxicos. PRÓ-FÁRMACOS RECÍPROCOS HIBRIDAÇÃO MOLECULAR X PRÓ-FÁRMACO Tratamento de colite ulcerativa Sulfapiridina ASA Ambos têm atividade PRÓ-FÁRMACOS RECÍPROCOS Tratamento de colite ulcerativa Pró-fármacos derivados de duas moléculas do 5-ASA PRÓ-FÁRMACOS RECÍPROCOS Antimicrobiano Melhorar atividade da ampicilina frente cepas resistentes + Sultamicilina Sulbactam Ampicilina Subactam – inibidor β-lactamase Ampicilina – sensível a β-lactamase + FÁRMACOS DIRIGIDOS Evitar ação inespecífica em outros órgãos ou tecidos Fármacos dirigidos Transportador específico que interage seletivamente com o local de ação TRANSPORTADOR QUE DIRIGEM O FÁRMACO AO SÍTIO DE AÇÃO Aumento da potência Enzimas, células ou receptores Redução dos efeitos adversos por ação inespecífica Seletividade FÁRMACOS DIRIGIDOS TRANSPORTADORES DOS FÁRMACOS DIRIGIDOS Polímeros carreadores de GD Peptídeos, vitaminas, anticorpos e antígenos Macromoléculas específicas Antineoplásico PEG - Prolongamento de ação GD para células cancerígenas Antineoplásico FÁRMACOS DIRIGIDOS Terapia pró-fármaco/enzima direcionada por Ac SISTEMAS DE ALTA SELETIVIDADE SISTEMA ADEPT (Antibody-Directed Enzyme Prodrug Therapy) CONHECIMENTOS INTERDISCIPLINARES Imunologia, Enzimologia e Histologia Biologia Molecular, Farmacologia Química Orgânica, Físico-química e Química Farmacêutica Ativação do fármaco no meio extracelular SISTEMA ADEPT 1° PASSO – Adm. IV conjugado Ac+Enzima Liga ao antígeno alvo na membrana ou fluído extracelular 2° PASSO – Adm. pró-fármaco Sofre ação da enzima acoplada ao Ac Ativação do fármaco EFEITO SISTEMA ADEPT Utiliza enzimas não existentes no organismo – origem microbiana; Anticorpo monoclonal; Abordagem utilizada em agentes anticancerígenos; Ponto crítico – conhecer os anticorpos específicos. CARACTERÍSTICAS Confere seletividade PROBLEMAS Imunogenicidade as enzimas; Toxicidade devido à liberação do fármaco pela célula morta. FÁRMACOS DIRIGIDOS Utiliza genes que codificam enzimas ativadoras SISTEMAS DE ALTA SELETIVIDADE SISTEMA GDEPT/VDEPT - (Gene-Directed Enzyme Prodrug Therapy/Vírus- Directed Enzyme Prodrug Therapy) Transportados por vetores - lipossomas, lipídeos ou vírus VDEPT Altera síntese proteica – obtenção da enzima ativadora SISTEMA GDEPT/VDEPT Adm. gene codificador da β-D-galactosidase; Adm. fármaco dirigido com galactose; Enzima libera o pró-fármaco; PROBLEMA – fármaco liberado pela célula morta SISTEMA GDEPT TRANSPORTADORES POLIMÉRICOS TRANSPORTADORES MACROMOLECULARES Seletividade - GD Prolongamento de ação Aumento da solubilidade (biodisponibilidade) Redução da toxicidade Liberação lenta Presença de grupos lipo ou hidrossolúveis Biodegradável; Atóxico ou antigenicidade intrínseca; Não acumular no organismo; Apresentar grupos funcionais para ligação química; Manter atividade original do fármaco no local de ação. CARACTERÍSTICAS TRANSPORTADORES POLIMÉRICOS FÁRMACOS DIRIGIDOS Polímero Polímero GD F Polímero GD E F F F F F GD Grupo diretor E Espaçante F F Fármaco Macromoléculas naturais Proteínas Albumina, globulina Polissacarídeos Dextrano e quitosana Macromoléculas sintéticas Poliaminoácidos ou peptídicos Polilisina, ácido poliaspártico e ácido poliglutâmico Diversos PEG, micelas, lipossomas e dendrímeros TRANSPORTADORES MACROMOLECULARES TRANSPORTADORES POLIMÉRICOS POLIETILENOGLICOL (PEG) PEG-Fármaco (fármaco peguilado) Solubilidade em água Prolongamento de ação 2-10X – dependendo da MM do PEG Melhor biodisponibilidade oral 2 ou 3 H2O – unid. óxido de etileno Reduz eliminação Reduz degradação enzimática e filtração renal Polímeros sintéticos Simétricos e ramificados Tamanho nanomérico Globulares TRANSPORTADORES DENDRIMÉRICOS Carreador de fármacos Grupos funcionais biorreversíveis Fármaco Ramificações Foco central 57 SUPERAÇÃO DE PROBLEMAS Melhora da biodisponibilidade (solubilidade e lipofilia) Reduzir n° de adm. Aumentar T1/2 Atingir local de ação Mascaramento de grupos tóxicos (-OH e –COOH) Farmacocinética Absorção incompleta Prolongamento de ação Toxicidade local PROBLEMAS DE ABSORÇÃO Melhora da permeabilidade IECA Aumento de 6-7X – biodisponibilidade oral Enalaprilato Enalapril Não é bem absorvido – não muito eficaz in vivo Biodisponibilidade (<10%) Éster etílico – esterases liberam a porção ácida Biodisponibilidade (60-70%) Ácido carboxílico importante para interação F-R Atravessa membrana Esterase sanguínea Menos polar Mais polar PROBLEMAS DE ABSORÇÃO Antimaláricos Atingir local de ação Atravessa a BHE Artemisinina Mais polar Arteméter Metoxila - caráter mais apolar Transportador lipofílico Aumento da lipofilicidade PRÓ-FÁRMACO CLÁSSICO PROLONGAMENTO DE AÇÃO Pró-fármacos poliméricos Pró-fármacos lipofílicos Formação de depósitos (adiposo) – adm. IM Liberação gradual do fármaco H N N S O N O O O OH O O H O N N H N N O O OH H 2 N O HO O O H O lovastatina N O OH O N H O O simvastatina omeprazol aciclovir enalapril O O N S Cl P OO O O N N N NH NH 2 O O O O O O O O O O HN NH 2 N N O O N NH N N OH O O O O O NH 2 O N N HN N O NH 2 clopidogrel oseltamivir valaciclovir tenofovir disoproxila olmesartana medoxomil
Compartilhar