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0.MA.COC. Atividades de Academia

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ATIVIDADES DE ACADEMIA 
Arthur Pontes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 O MERCADO DE ACADEMIA E SUAS TENDÊNCIAS ................................... 3 
2 GINÁSTICA DE ACADEMIA ..................................................................... 17 
3 PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NAS COLETIVAS ............................................... 47 
4 MUSCULAÇÃO ....................................................................................... 65 
5 TENDÊNCIAS NAS ACADEMIAS .............................................................. 90 
6 PERFIL E CARREIRA NAS ACADEMIAS ................................................... 107 
 
 
, 
 
 
3 
 
 
1 O MERCADO DE ACADEMIA E SUAS TENDÊNCIAS 
 
Apresentação 
Nas últimas décadas, você deve ter percebido o aumento do número de pessoas que 
começaram a realizar exercício físico, seja por iniciativa própria, com caminhada, 
atividades na praça, e, até mesmo, exercício em casa, seja com a procura de um lugar 
para ter acompanhamento de um profissional e a opção de outras atividades. 
Você já deve ter notado nos últimos anos o surgimento de novas academias, estúdios e 
locais de treinamentos com profissionais próximos a você. Isso porque a procura vem 
aumentando e as pessoas estão buscando como hábito o exercício físico. 
Anualmente, o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) divulga o número no 
Brasil de academias registradas no País (mais de 35.000, em 2019). Já o relatório global 
da International Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA) confirma os 
números pelo CONFEF e também oficialmente relata o número de academias no 
mundo inteiro. Um dos itens mais importantes do relatório da IHRSA em parceria com 
ACSM refere-se às 20 tendências do mercado de academias para o ano seguinte. 
No que diz respeito ao faturamento, o Brasil atualmente se encontra no décimo lugar 
no mercado fitness, com aproximadamente 2,5 bilhões de dólares, ou seja, algo em 
torno de 8 bilhões de reais por ano, que corresponde a 0,13% do PIB nacional e 3% do 
faturamento do setor de serviços. Esses números mostram o impacto e a crescente 
que esse mercado promissor está desenvolvendo e ele ainda trará novas 
oportunidades para os profissionais que atuam na área. 
Neste bloco, iremos abordar toda a evolução nesse segmento e as principais 
tendências do mercado de academias. 
 
, 
 
 
4 
 
1.1 As tendências da última década, atuais e do futuro 
O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, na sigla em inglês) realiza uma 
pesquisa há mais de 14 anos por meio de questionários online com Profissionais de 
Educação Física e especialistas de todo o mundo. Com os resultados, é divulgado um 
ranking com as principais apostas que devem embalar o mercado envolvendo os 
praticantes de exercício físico e o Profissional de Educação Física sobre o ano seguinte. 
Conhecemos esse ranking como as “Tendências Fitness de ano seguinte”. E como isso 
pode nos ajudar? Ele nos ajuda a entender quais são as oportunidade de mercado para 
o ano seguinte e, com base nesse resultado, podemos ter um parâmetro de como 
estão as nossas habilidades, competências e atitudes em relação à necessidade e 
desejo do mercado, composto por pessoas que fazem ou farão o uso desses serviços. 
Com essa lista, é possível realizar uma análise mais aprofundada sobre as tendências 
do mercado e identificar algumas características importantes desse consumidor. O 
conhecimento dessas características pode servir para direcionar estudos e 
investimentos por parte dos profissionais do segmento fitness, além de direcionar as 
campanhas de marketing para a sua divulgação. 
Abaixo, quatro listas para comparação das tendências fitness dos últimos anos: 
Tabela 1.1 – Tendências Fitness no mundo de 2020 − 2017 
 2020 2019 2018 2017 
1 
Tecnologia Wearable Tecnologia Wearable HIIT 
Tecnologia 
Wearable 
2 
HIIT 
Treinamento em grupo 
– aulas coletivas 
Treinamento em 
grupo – aulas 
coletivas 
Treinamento com 
peso corporal 
3 Treinamento em 
grupo – aulas 
coletivas 
HIIT Tecnologia Wearable HIIT 
4 
Treinamento de Força 
– Peso Livre 
Programas 
para terceira idade 
Treinamento com 
peso corporal 
Profissionais fitness 
certificados, 
especializados e 
experientes 
, 
 
 
5 
 
5 Treinamento 
personalizado 
Treinamento com peso 
corporal 
Treinamento de força 
Treinamento de 
força 
6 Exercício como 
remédio na 
prevenção e 
no tratamento de 
doenças 
Profissionais fitness 
certificados, 
especializados e 
experientes 
Profissionais fitness 
certificados, 
especializados e 
experientes 
Treinamento em 
grupo – aulas 
coletivas 
7 
Treinamento com 
peso corporal 
Yoga Yoga 
Exercício como 
remédio na 
prevenção e 
no tratamento de 
doenças 
8 Programas 
para terceira idade 
Treinamento 
personalizado 
Treinamento 
personalizado 
Yoga 
9 
Wellness Coaching Treinamento Funcional 
Programas 
para terceira idade 
Treinamento 
personalizado 
10 
Profissionais fitness 
certificados, 
especializados e 
experientes 
Exercício como 
remédio na 
prevenção e 
no tratamento de 
doenças 
Treinamento 
funcional 
Exercício físico e 
emagrecimento 
11 Exercício físico e 
emagrecimento 
Wellness Coaching 
Exercício físico e 
emagrecimento 
Programas 
para terceira idade 
12 
Treinamento 
Funcional 
Exercício físico e 
emagrecimento 
Exercício como 
remédio na 
prevenção e 
no tratamento de 
doenças 
Treinamento 
Funcional 
13 
Atividades ao ar livre 
Aplicativos fitness para 
smart phones 
Treinamento 
personalizado em 
pequenos grupos 
Atividades físicas ao 
ar livre 
14 
Yoga 
Liberação Miofascial 
(rolos de mobilidade e 
flexibilidade) 
Atividades ao ar livre 
Treinamento 
personalizado em 
pequenos grupos 
15 
Licenciamento para 
profissionais de fitness 
Promoção de saúde no 
ambiente de trabalho 
Liberação Miofascial 
(rolos de mobilidade e 
flexibilidade) 
Wellness Coaching 
16 
Lifestyle − Saúde 
Mensuração dos 
resultados (Avaliação 
física) 
Licenciamento para 
profissionais de 
fitness 
Promoção de saúde 
no ambiente de 
trabalho 
 
 
17 
 
 
Treinamento 
em Circuito (Circuit 
Training) 
Atividades ao ar livre 
Treinamento 
em Circuito (Circuit 
Training) 
Aplicativos fitness 
para smart phones 
 
, 
 
 
6 
 
18 Promoção de saúde 
no ambiente de 
trabalho 
Licenciamento para 
profissionais de fitness 
Wellness Coaching 
Mensuração dos 
resultados 
(Avaliação física) 
19 Mensuração dos 
resultados (Avaliação 
física) 
Treinamento 
personalizado em 
pequenos grupos 
Exercícios de Core 
Treinamento 
em Circuito (Circuit 
Training) 
20 Programas e 
Exercícios para 
Crianças 
Exercício em Pós- 
Reabilitação 
Treinamento 
esportivo 
Liberação Miofascial 
(rolos de mobilidade 
e flexibilidade) 
Fonte: elaborado pelo autor com base em IHRSA (2019) e Thompson (2017, 2018, 2019, 2020). 
Podemos afirmar que o futuro não é incerto, até porque com as pesquisas, com os 
relatórios e também com as nossas percepções, conseguimos projetar que cada vez 
mais as pessoas irão necessitar do exercício físico como remédio e também prevenção. 
Isso que faz com que nós possamos estar acompanhando toda a evolução desse 
segmento, sempre atentos às necessidades e também às novas soluções e estratégias, 
para que possamos entregar serviços para o nosso participante e assim contribuir para 
a crescente desse mercado. 
1.2 Academia de ginástica − Campos de atuação 
Academia de ginástica pode ser definida como instalação ou espaço, o qual 
proporciona programas de atividade física sistematizados (exercícios) que pretendem 
promover e manter um estado de bem-estar físico para uma boa performance e 
desempenho e/ou saúde. Já Toscano (2001, p. 41) define academias de ginástica da 
seguinte maneira: 
[...] centros de atividades físicas onde se prestam serviços de avaliação, 
prescrição e orientação de exercícios físicos, sob supervisão direta de 
profissionaisde educação física [...]. 
A prática de atividade física sistematizada em academia de ginástica vem crescendo ao 
longo dos anos. São inúmeros os motivos que levam a essa aderência, como por 
exemplo: melhoria da estética, qualidade de vida, saúde, socialização, diminuição do 
estresse, lazer e bem-estar psicológico. 
No mercado das academias de ginástica, são muito utilizados os termos fitness e 
wellness. Você já ouviu falar sobre eles? Sabe o que significam? 
, 
 
 
7 
 
O termo fitness é utilizado para a parte de condicionamento, ou seja, à sua capacidade 
de realizar determinada atividade física levando em consideração fatores como 
resistência, força, condicionamento, flexibilidade, composição corporal, entre outros, 
que denominamos de aptidão física. 
As pessoas que procuram o conceito fitness querem sempre melhorar o seu 
desempenho e ser melhores naquilo que fazem. Por exemplo, elas não correm 
simplesmente pela saúde e para manter o corpo em movimento, mas porque querem 
ser verdadeiros corredores, potencializando seus resultados. Outro exemplo é seguir o 
culto ao corpo, ter como prioridade a estética corporal. 
Enquanto isso, o termo wellness está ligado ao bem-estar e à saúde. Dessa forma, o 
exercício deve ser capaz de promover benefícios não só para o corpo como para 
a mente e todo o funcionamento do organismo. Nesse aspecto, outros fatores 
também são relevantes, como o ambiente, a interação social, a harmonia, e, é claro, o 
bem-estar. 
Nos últimos anos, é percebida uma crescente do mercado wellness devido à 
consciência de que manter uma atividade física regularmente é fundamental para a 
saúde, e muitas pessoas estão buscando esse objetivo independentemente dos 
resultados estéticos ou da preocupação em melhorar sua capacidade física. 
Sendo assim, temos dois campos macro de atuação: o fitness e o wellness. Com isso, 
obtemos diversas possibilidades de desenvolver programas de treinamento para esses 
dois campos: bem-estar e performance (condicionamento físico). 
A modalidade mais comum no mercado das academias é a musculação, que através 
dos aparelhos específicos para os grupos musculares e também pesos livres, halteres, 
barras entre outros, o indivíduo realiza um treinamento resistido contra um peso, que 
resulta em força e resistência musculares. 
Outra força nas academias são as aulas coletivas, que são aulas que acontecem dentro 
de uma sala ou espaço onde se reúnem pessoas para fazerem os mesmos exercícios ou 
modalidade dentro de um determinado tempo e no comando de um Profissional de 
, 
 
 
8 
 
Educação Física, como por exemplo: uma aula de jump, ou, até mesmo, de artes 
marciais. 
Diversas modalidades foram surgindo nas últimas décadas e elas têm invadido as 
academias. As mais fortes do momento têm sido as aulas de treinamento funcional, 
cross training, HIIT e yoga. E com toda essa evolução no mercado, percebemos uma 
crescente procura por academias que oferecem serviços e experiências para os seus 
clientes e participantes. 
 
1.3 Nichos e tipos de academia 
Você sabia que existem vários tipos e modelos de academia? 
Com toda essa movimentação do mercado fitness e também wellness, foram surgindo 
modelos e tipos de academias, para que atendessem à necessidade de um público 
específico e que ao mesmo tempo fossem rentáveis como negócio. 
 
1.3.1 Full Service 
As academias Full Service são um modelo de academia que oferece um mix completo 
de serviço, contendo uma grande variedade de modalidades e, além disso, possuem 
um excelente custo-benefício para os participantes. 
É como se você pagasse um valor único para ter diversos serviços, como por exemplo: 
musculação, ginástica coletiva, artes marciais, natação, entre outros. E com essa 
variedade, o participante pode escolher e experimentar qual modalidade e programa 
de atividade combina com ele. 
Oferecendo diversos serviços, e, até mesmo, escola de esporte, esse modelo de 
academia possui, além de uma infraestrutura grande e abrangente, a necessidade de 
uma grande quantidade de participantes e também de profissionais que possam 
, 
 
 
9 
 
atender a esses participantes. Alguns exemplos de academias Full Service no Brasil: Bio 
Ritmo, Body Tech, Cia Athlética, Ecofit Academia e GreenLife Academia. 
 
1.3.2 Low Cost 
Esse modelo de academia vem crescendo a cada ano que passa no nosso país e é um 
modelo muito comum no mundo afora. Algumas características são essenciais para 
que uma academia seja considerada Low Cost. Como por exemplo: amplo espaço, 
grande quantidade de equipamentos, aparelhos e materiais de alta qualidade, 
autosserviço, ou seja, aulas mais “livres” de supervisão, gerando muito mais 
autonomia e agilidade ao processo de atendimento ao consumidor, já que a 
necessidade de procurar alguém para ajudar está cada vez mais saindo de moda. O 
intuito é desenvolver pessoas cada vez mais autônomas e independentes, que 
consigam realizar parte dos seus treinos sozinhas. 
O investimento para esse modelo de negócio é alto e ele precisa de uma estrutura de 
planejamento muito maior, com processos facilitados e operação reduzida. No Low 
Cost, a operação deve garantir baixa manutenção e pouca mão de obra e isso exige 
intenso planejamento de fluxo e também de programas de treinamento que sejam de 
fácil entendimento e de aplicabilidade. Exemplos de academias Low Cost no Brasil: 
Smart Fit, Just Fit, Self It, Blue Fit e XPrime. 
 
1.3.3 Estudios/ Studio 
Na última década, vem crescendo e aparecendo no mercado o conceito de estúdio que 
assume uma fusão entre o que há de melhor da estrutura da academia com o melhor 
do serviço especializado ou individualizado. 
Com isso, temos de exemplo os estúdios de Personal Trainer que têm como objetivo o 
treino individualizado em um ambiente mais intimista para se treinar com mais 
atenção, qualidade, privacidade, e segurança. Também temos os estúdios de Pilates, 
, 
 
 
10 
 
os quais têm o objetivo de uma prática de exercício especializada em um método que 
costuma ser personalizado ou em pequenos grupos. 
O estúdio/studio consegue cumprir a promessa de resultados, pois o estabelecimento 
está de fato concentrado a resolver necessidades específicas do cliente, seja com a 
modalidade de funcional, de pilates, de musculação, entre outras. 
Ao eleger o estúdio como local de treinamento, o participante objetiva manter um alto 
padrão de qualidade e atendimento com ticket médio (preço a pagar) mais alto do que 
o convencional, já que o atendimento é especializado e personalizado. 
Uma característica importante desse tipo de academia é que as aulas são marcadas, ou 
seja, todo seu treinamento tem hora agendada com antecipação, para que haja limite 
de participantes por aula, tendo horário para começar e terminar, o que garante 
atendimento personalizado e adaptável. Exemplos de Estúdios no Brasil: Academia 
Leven, Action 360, Tecfit Brasil e The Pilates Studio Brasil – Authentic Pilates. 
 
1.3.4 Box 
As modalidades como treinamento funcional e Crossfit vêm crescendo nos últimos 
anos, por isso, a cada dia, mais pessoas procuram por essas modalidades para se 
exercitarem. Quebrando a rotina convencional da musculação, esses métodos 
são realizados a partir dos movimentos naturais do nosso corpo que também 
desenvolve a força. 
Com isso, surgiu o famoso Box, que nada mais é do que um grande galpão, onde são 
realizados todos os treinos, em um único espaço, na maioria das vezes, de forma 
coletiva e com grande número de pessoas. E com isso, acontecem as aulas, de forma 
circuitada, ou por séries, e, até mesmo, desafios. Muito próximo ao estúdio, ele 
também tem hora marcada para começar. 
, 
 
 
11 
 
O ambiente é mais descolado, hoje contando com uma arquitetura também exclusiva 
e um amplo espaço para a realização das aulas. Exemplos de Box no Brasil: My Box 
Nutrition, Box Crossfitxperience, Crossfit Brasil, SoulBox e Clinicaboxfuncional.1.3.5 Academia de Nicho 
A Academia de Nicho surgiu com o intuito de juntar pessoas com o mesmo gosto, em 
uma modalidade específica em si. Sendo diferente das outras categorias, as academias 
de nicho são extremamente focadas em um público-alvo ou tribos (por exemplo, 
idosos, só mulheres, dançarinos, corredores amadores), ou uma modalidade (por 
exemplo, dança, MMA, bike indoor). Com esse nicho, as atividades são especializadas e 
direcionadas com mais qualidade e criando novos conceitos. 
Por se tratar de um nicho, a quantidade de participantes não é grande se comparada a 
uma academia Full Service ou Low Cost, por exemplo. Por isso, o investimento em 
atendimento personalizado e alta qualidade na prestação de serviços se mostram 
necessários para conquistar e fidelizar seus participantes. 
Ela pode parecer muito próxima ao modelo estúdio, mas seu grande diferencial está na 
sua metragem e realmente em trazer experiências e inovações que o estúdio talvez 
não consiga por sua limitação física de espaço ou quantidade de participantes. 
Aqui, o foco está especialmente na experiência do participante. Reforçamos: 
academias de nicho exigem uma alta qualidade na prestação de serviço, com 
profissionais especializados. Exemplos de Academia de Nicho no Brasil: Velocity, My 
Gym, Estúdio de Dança Anacã, Team Nogueira e Instituto Biodelta. 
 
1.3.6 Boutique 
Já imaginou uma academia com equipamentos de última geração, locais específicos 
para selfies, café para conhecer outras pessoas e serviços de spa, como lounge de 
relaxamento e centro de beleza? Essa é a realidade das academias boutique. 
, 
 
 
12 
 
Há muito tempo que as academias deixaram de ser apenas espaço para a prática de 
exercícios! Hoje são pontos de encontros, centro de lifestyle e saúde. De olho no 
comportamento do consumidor, alguns negócios fitness adotaram o conceito de 
boutique, ampliando a oferta de serviços personalizados dentro da academia para um 
público selecionado. 
Esse modelo traz conceitos de luxo e conforto, associados a infraestruturas super-
modernas e diferenciadas entre outros atributos que fazem com que o participante 
tenha uma experiência premium na sua prática diária de exercícios físicos. Exemplos 
de Academia Boutique no Brasil: Les Cinq Gym, Sett Academia, Meu Mood, Bodytech – 
Iguatemi e Unique Academia Boutique. 
 
1.4 Consumidor e Comportamento 
De acordo com a International Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA), o 
Brasil possui a quarta maior população mundial que frequenta academias, estúdios, 
clubes, entre outros estabelecimentos que promovem programas de atividade física, e 
com isso estamos entre os 18 países com maior número de academias por habitante, 
somando mais de 8 milhões de clientes. Mas isso também significa que somente 4% da 
população brasileira frequenta algum estabelecimento licenciado para trabalhar com a 
orientação da atividade física. E o que isso significa? 
Isso significa que ainda temos muitas pessoas para atingirmos e fazer com que elas 
possam realmente frequentar e realizar programas de atividade física com a 
supervisão de um profissional em um estabelecimento licenciado pelo Conselho 
Federal de Educação Física (CONFEF). 
No comportamento do consumidor, são observados os processos em que indivíduos 
ou grupos selecionam, compram ou usam produtos ou serviços. A partir disso, muitas 
academias tiveram ideias para criar experiências e serviços para satisfazer suas 
próprias necessidades e desejos pessoais ou grupais. 
, 
 
 
13 
 
Contudo, é necessário olhar para o consumidor e os seus desejos, para criar e entregar 
algo que seja interessante, vantajoso e solucionador, e no mercado de academias não 
é tão diferente. 
A partir dos anos 1980, no Brasil, pôde-se observar um maior interesse dos indivíduos 
pela atividade física de musculação, tendo como influência grandes atores que 
representavam o fisiculturismo, como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, 
aumentava o interesse da população brasileira no esporte, e na prática de atividade 
física em academias de ginástica. 
Com o passar dos anos, e com a ajuda da ciência, o mercado de academia abriu portas 
para o conceito wellness, o qual aumentou o número de pessoas frequentadoras e 
consolidando que a prática de atividade física de forma moderada e constante se trata 
de um ótimo e eficiente método de obtenção de uma maior qualidade de vida, o que 
aumenta a busca por academias de ginástica. 
Sabemos que os dias estão cada vez mais corridos, o que atrapalha a ida até a 
academia, além do que passar horas na academia também é algo inviável. Com isso, o 
mercado se atentou e começou a trazer treinos mais curtos e eficientes, para que 
pudessem ser realizados e encaixados na rotina semanal. Com métodos como 
circuitados, alternados, combinados, express, entre outros, facilitou-se a aderência do 
participante aos programas de atividade física. Como exemplo, temos a aula coletiva 
em que a própria sentiu o impacto, de modo que antigamente boa parte das aulas era 
de 45 e 60 minutos, e hoje encontramos aulas rápidas de 15 e 30 minutos. 
Prevendo a necessidade de resultado, juntamente com tempo disponível e frequência 
semanal, surgiram os treinos de eletroestimulação. Criada e desenvolvida na 
Alemanha há mais de 10 anos, a eletroestimulação é um treino de força e também 
funcional em que o praticante, usando uma roupa especial, é conectado a uma 
máquina de última geração que promove ativação muscular intensa por meio de 
impulsos elétricos. O programa apresenta em 2 vezes semanais com tempo de 20 
minutos de treinamento em cada sessão resultados eficientes sem exigir mais do corpo 
e sem risco de lesões. 
, 
 
 
14 
 
 
1.5 Futuro do mercado das academias 
Na última década, o mercado das academias no Brasil conheceu uma expansão 
frenética, não somente pela busca pelo corpo forte e malhado, mas principalmente 
pelo aumento da importância dada pelos meios de comunicação como rádio, TV, 
jornais, entre outros, para a importância de se buscar uma forma de vida mais 
saudável, como a lifestyle, em que a atividade física é um dos pilares para manter a 
saúde e cuidar de diversos males como obesidade, hipertensão, diabetes, entre outros. 
Animador foram os números apresentados pelo mercado nos últimos anos, devido a 
toda a sua evolução e crescente, mas, para que isso pudesse ocorrer, houve uma 
mudança principalmente nos modelos de negócios, com o aparecimento de novos 
estabelecimentos e novas metodologias, com objetivo de atender a um público-alvo, 
com uma modalidade ou método específico e, principalmente, uma nova forma de se 
relacionar com o cliente. 
Novos produtos e modelos de negócio surgiram e surgirão nos próximos anos, sempre 
acompanhados da evolução da necessidade e do comportamento humano; com isso, 
devemos nos manter atualizados e sempre observar o mercado de academias de 
forma mais profunda e analítica. Não somente com a paixão e a vontade de fazer, mas 
definindo bem qual será o produto, o serviço, quem são os clientes, qual o 
investimento que será necessário para alcançar o sucesso e, é claro, através de muito 
trabalho. 
O ambiente de realidade virtual já é uma tendência de hoje e do futuro, o qual 
promete revolucionar os treinos e as aulas das academias. Com o ambiente cheio de 
telas que permitem a projeção de imagens gráficas, como de paisagem, ou caminhos, 
ao som de canções que combinam com essas imagens, e, até sentindo o aroma que 
remete e conecta todos os sentidos, possibilita-se ao participante a se remeter à 
sensação de como se estivesse realmente nesses ambientes. Assim, enxergamos a 
academia do futuro, planejada para transformar o treinamento físico em uma 
experiência também sensorial. Chamado de fitness imersivo, o conceito começa a ser 
, 
 
 
15 
 
adotado por academias americanas e virou objeto de estudo por seu potencial para 
revolucionar ostreinos. 
 
Conclusão 
Neste bloco, falamos desde o conceito e a origem das academias no Brasil até os 
estudos de tendências mundiais que se firmam e demonstram a aceleração e a 
globalização desse segmento no mundo afora. Com foco no consumidor e em seus 
comportamentos, houve mudanças de modelos de negócios, que trouxeram outros 
tipos de academias, tornando o exercício físico mais acessível a todos os públicos, 
tribos e com novos serviços. Além disso, abordamos o futuro desse mercado, que só 
tem a crescer, oportunizando novas experiências ao cliente em realidades virtuais e 
também sensoriais, não podendo nos esquecer dos treinos rápidos e eficientes. 
 
REFERÊNCIAS 
IHRSA. International Health, Racquet and Sportsclub Association Global. Report 2019. 
Rob Goldman, Columbia Association: Columbia, MD, 2019. 
THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2017: the CREP 
Edition. ACSMs Health Fit J., v. 21, n. 6, p. 10-19, 2016. 
THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2018: The CREP 
Edition. ACSMs Health Fit J., v. 21, n. 6, p. 10-19, 2017. 
THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2019. ACSMs Health 
Fit J., v. 22, n. 9, p. 10-17, 2018. 
THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2020. ACSMs Health 
Fit J., v. 23, n. 6, p. 10-18, 2019. 
TOSCANO, J. Academia de Ginástica: um serviço de saúde latente. Revista Brasileira de 
Ciência e Movimento. Brasília, v. 9, n. 1, p. 40-42, jan. 2001. 
, 
 
 
16 
 
 
Bibliografia complementar 
CAPINUSSÚ, J. M. Academias de ginástica e condicionamento físico: origens. In: DA 
COSTA, L. (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. 
CORBIN, C. B.; LINDSEY, R. Physical Fitness Concepts. Brown and Benchmark, 1996. 
SANTOS, M. A. Ginástica de academia. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. 
VIDAL, A. B; RIBEIRO, C. A; KERJEB, M. H. Ginástica de academia: aprendendo a 
ensinar. São Paulo: Phorte, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
17 
 
 
2 GINÁSTICA DE ACADEMIA 
 
Apresentação 
Em 1914, surgiu a primeira academia no Brasil, com molde comercial na cidade de 
Belém (PA) e oferecia a modalidade de Jiu-Jítsu. Em 1925, na cidade do Rio de Janeiro 
(RJ) foi aberto um ginásio voltado para a prática de halterofilismo (levantamento de 
peso e culturismo) e ginástica olímpica, idealizado por Enéas Campello. 
Em meados de 1930, a professora Gretch Hillefeld foi responsável pelo surgimento da 
primeira academia de ginástica que se fundamentava no método de ginástica analítica 
com adaptações às necessidades e características do povo brasileiro. A academia 
também se encontrava na cidade do Rio de Janeiro (RJ). 
A partir daí, as academias começaram a surgir em todo o país, onde se praticava 
ginástica de diversas formas, e, é claro, a musculação. Foi na década de 1960 que esse 
cenário começou a ganhar mais espaços e sofrer mudanças de acordo com o público, 
ganhando importância e maior visibilidade, atraindo diversos praticantes (CAPINUSSÚ, 
2006). 
Pereira (1996) afirma que um dos motivos que auxiliou o crescimento das academias 
foi o fator “segurança”, pois os parques, as praças e as ruas tornavam-se cada vez mais 
perigosos, além do grande crescimento populacional, o que impedia a livre 
movimentação. A ginástica, como forma de atividade física que impulsionou as 
academias como conhecemos hoje, teve origem na calistenia. Em seguida, passou-se a 
utilizar a música como estratégia para acompanhar todo o movimento e também 
motivar os participantes e clientes durante os exercícios, principalmente 
cardiorrespiratórios (aeróbios), prática incentivada pelo médico Kenneth Cooper. A 
partir de então, as academias multiplicaram-se. 
 
2.1 Aulas coletivas 
As aulas coletivas, podendo também ser conhecidas como ginástica coletiva, nada mais 
são do que aquilo que acontece dentro de uma sala ou espaço que limita pessoas para 
, 
 
 
18 
 
fazerem os mesmos exercícios ou modalidade dentro de um determinado tempo e no 
comando de um Profissional de Educação Física. 
Você sabia que essa prática já ocorre desde a década de 1960 no Brasil e no mundo? 
Quando as modalidades como Aeróbica, Street Dance e Step foram febre dentro das 
academias, abriram-se portas para esse nicho de mercado fazendo com que cada vez 
mais os profissionais se especializassem nas práticas dessas atividades. No Brasil, as 
aulas coletivas começaram a ganhar espaço no início da década de 1980, com a 
Ginástica Aeróbica, e assim se foi propagando essa e outras modalidades pelo Brasil 
afora. 
As coletivas têm a possibilidade de ofertar vários tipos de aulas, podendo ser: 
neuromotoras, que estão relacionadas com força e resistência musculares; aeróbicas, 
que são trabalhos cardiovasculares; aulas intensas com grande frequência cardíaca e 
adrenalina; funcionais e adaptáveis para o dia a dia e voltadas para o condicionamento 
físico; e body minds, que nada mais são do que exercícios concentrados que exigem a 
relação de corpo e mente, entre outras. Com todas essas opções, o que não faltam são 
modalidades para todos os públicos e todos os gostos. 
Nos últimos anos, percebe-se uma crescente procura por academias que oferecem 
serviços e experiências diferenciadas. Uma das experiências ofertadas tem sido as 
aulas coletivas, não só nas academias tradicionais, mas também nos estúdios e nas 
academias boutiques (segmentadas e especializadas em poucos ou em um único 
serviço), que vêm investindo e apostando em aulas coletivas, em algumas modalidades 
e também nas “tribos” (pessoas que têm gostos e desejos em comum). 
“Nos últimos três anos a procura pelas aulas coletivas reaqueceu o mercado, 
trouxe os participantes de volta para as salas de aulas nas academias, criou 
novos nichos de modalidade indoor e outdoor e muitas oportunidades para 
os profissionais desse setor empreenderem”, disse Andréa Vidal, Diretora da 
Fitness Mais e Palestrante na última IHRSA Brasil Fitness Convention. 
 
Certamente, as pessoas que ainda se mobilizam coletivamente, procuram esse tipo de 
atividade, esperando se divertir, encontrar outras pessoas que também gostam de se 
exercitar em grupo, de dançar com pessoas, participar de uma tribo, de um 
, 
 
 
19 
 
movimento, de uma manifestação, e por isso, frequentam e procuram por aulas 
coletivas. 
Com esse cenário, listamos alguns fatores que contribuem para a crescente das 
coletivas no mercado: 
 Menor custo: aulas em grupos incidem em menor custo para as academias em 
relação à própria sala de musculação, onde um Profissional consegue atender 
um maior número de pessoas dentro de uma atividade, o que aumenta o 
número de participantes por metro quadrado; 
 Aulas interessantes: as atividades são mais divertidas, e, até lúdicas, o que 
atrai diversos públicos, quebrando a rotina e entregando serviço de exercício 
físico ao cliente; 
 As tribos: as aulas começaram a criar identidades e assim aproximando e 
conectando as pessoas que têm os mesmos objetivos e interesses, formando 
assim as tribos; 
 Curtas e eficientes: olhando a necessidade do cliente, surgiram aulas e 
protocolos de treinamentos que são eficientes com pouco tempo de 
treinamento e mais intensidade. 
 
O Profissional de Educação Física que atua nas coletivas é responsável por diversas 
situações com o serviço que entrega. É importante conectar as pessoas e o exercício 
físico. Sendo assim, o mesmo é responsável dentro das aulas coletivas, identificando as 
características individuais de seus participantes, fazer ajustes de suas aulas de acordo 
com o perfil da turma, considerando os objetivos, a escolha da música, metodologias 
coreográficas, protocolos, repertório, execução dos exercícios, intensidade, entre 
outros. 
Torna-se imprescindível na atualidade que o profissional busque aprimoramento 
profissional, ou seja, cursos e formações específicas para atuar nas coletivas com 
excelência emais eficiência. 
Para isso, seguem algumas dicas para você que queira aproveitar esse mercado e atuar 
nas coletivas, sendo um profissional de sucesso: 
, 
 
 
20 
 
1. O profissional precisa desejar sempre uma sala cheia. Não é rentável ter aulas 
com pequenas quantidades de participantes, deve-se ter a ambição em ter as 
aulas cheias e mais desejadas em seu trabalho. 
2. Ter conhecimento técnico das modalidades ministradas, sejam elas no campo 
fisiológico, biomecânico, e, até mesmo, nas estruturas técnicas que respeitem a 
modalidade e a sua autenticidade, podendo ser um programa, ou uma aula 
padronizada na academia. 
3. Ser pontual e respeitar os horários e cronogramas são pontos imprescindíveis 
para o profissional de coletivas. Atentar-se para nunca atrasar nas aulas, 
respeitando a sua e/ou de outro profissional e, principalmente, o cliente, pois 
ele se programou para fazer essa aula naquele horário. 
4. Ao saber que irá se ausentar, providenciar algum profissional substituto. Isso 
facilita a sua relação com a gestão sem causar a falta da entrega do serviço 
para o cliente. 
5. Estar sempre atento às expectativas de entrega do serviço ao cliente, e o 
percebendo como um todo. 
2.2 Modalidades de estilo livre, pré e pró-coreografado 
Para garantir maior adesão às aulas, é importante promover uma aula possível para 
todos os níveis de condicionamento físico e consciência corporal, que atenda a 
homens e mulheres de diversas faixas etárias. Para atingir esses objetivos, o papel do 
profissional é fundamental. 
Nas coletivas, além das modalidades e dos tipos de aulas, temos modelos que podem 
ser empregados em todas elas, que são diretrizes e princípios que auxiliam o 
profissional de Educação Física na montagem até na aplicação de suas aulas. Com isso, 
o profissional tem a possibilidade de ministrar as suas aulas no estilo livre, pré-
coreografado ou pró-coreografado (VIDAL; RIBEIRO; KERJEB; 2018). 
Estilo Livre: o próprio profissional de Educação Física é o autor da aula, planejando-a 
segundo as características, os objetivos e as necessidades dos seus participantes e da 
modalidade. O profissional de Educação Física é quem escolhe as músicas, os 
exercícios, as coreografias, o número de repetições, as estratégias didáticas, os 
recursos materiais, entre outros fatores relacionados à construção da aula. 
, 
 
 
21 
 
Pré-coreografado: o profissional de Educação Física não participa da elaboração da 
aula, recebendo o material contendo vídeo, músicas e um roteiro predeterminado e 
bastante detalhado com exercícios, coreografias, número de repetições, estratégias 
didáticas, dicas de execução e de instrução para estudar passo a passo e reproduzi-los 
para seus participantes, sem modificações. Esse tipo de aula, em geral, é 
comercializado por empresas especializadas, o que leva o profissional de Educação 
Física a participar de um treinamento inicial capacitando-o para ministrar essa aula, e a 
cada período, que pode ser, por exemplo, de três meses, participar de cursos ou 
workshop de reciclagem obrigatório, em que existe uma taxa a pagar pelo profissional 
de Educação Física, o qual receberá um novo kit de material para que aprenda uma 
nova aula. Dependendo da empresa fornecedora de aulas pré-coreografadas, a 
academia deve efetuar pagamento de taxas de licenciamento. 
Pró-coreografado: nesse caso, segue-se o mesmo padrão da aula pré-coreografada, 
contudo, o profissional de Educação Física pode realizar pequenas mudanças na 
estrutura da aula, adaptando-se aos diferentes grupos e níveis de participantes, 
respeitando sempre as diretrizes preestabelecidas. 
O quadro abaixo relaciona a categoria da modalidade, a qual aprenderemos em 
seguida, as aulas ministradas no estilo livre com as suas aulas correspondentes no 
estilo pré e pró-coreografados, de acordo com as características e os objetivos 
apresentados por cada uma. 
Tabela 2.1 – Modalidades nos variados estilos 
MODALIDADE ESTILO LIVRE PRÉ-COREOGRAFADO PRÓ-COREOGRAFADO 
Neuromuscular Localizada Body pump Power Mix 
Aeróbia Aerofight Body combat Fight Do e Ki Max 
Aeróbia Step Body step Extreme 55 
Aeróbia Ritmos Body jam e SH'BAM Fit Dance e Zumba 
Body & Mind Alongamento e Pilates Body balance Oxygen 
Aeróbia Ginástica Aeróbica Body attack *** 
Aeróbia Jump Power Jump Jump Fit 
Neuromuscular Core e Funcional CX WORK Factor F 
Aeróbia Ciclismo Indoor RPM Top Ride 
Fonte: Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
 
, 
 
 
22 
 
2.3 Modalidades Aeróbias 
Dentro das coletivas, existem categorias que guiam as modalidades em suas 
predominâncias fisiológicas. As mais conhecidas, são as atividades aeróbias. Com o 
objetivo principal de um trabalho cardiovascular e cardiorrespiratório, as modalidades 
apresentam características de aumento da frequência cardíaca, ritmo e coordenação 
motora. 
Esse tipo de modalidade pode causar a sensação de cansaço (maior consumo de 
oxigênio) e esse efeito é causado pelo estímulo das funções cardiorrespiratórias e 
vasculares na utilização do oxigênio para gerar energia para os músculos em atividade. 
Geralmente, os movimentos são de intensidade baixa ou moderada, embora durem 
mais tempo. O metabolismo volta à atividade normal logo após o término do exercício, 
o que não traz a sensação de esgotamento, diferente dos exercícios anaeróbicos de 
alta intensidade como HIIT, por exemplo. 
Abaixo, você irá conhecer as modalidades mais tradicionais e principais das aulas 
coletivas com predominância aeróbia. 
 
2.3.1 Ginástica aeróbica 
Diferente do que muitas pessoas imaginam, a Ginástica Aeróbica é uma modalidade 
própria, que ao combinar movimentos de membros inferiores e superiores, forma uma 
coreografia e promove o desempenho da aptidão cardiorrespiratória. Nessa 
modalidade, não existe a utilização de nenhum material, apenas a música. A Ginástica 
Aeróbica é constituída por dois tipos de movimentos: os de baixo e os de alto impacto. 
Além disso, a maioria desses passos é utilizada e reaproveitada em outras 
modalidades. 
Os movimentos de baixo impacto são caracterizados quando um dos pés mantém 
contato com o solo; já nos movimentos de alto impacto existe uma fase aérea, onde os 
dois pés perdem, momentaneamente, o contato com o solo. Abaixo, exemplos de 
movimentos utilizados na Ginástica Aeróbica: 
, 
 
 
23 
 
Tabela 2.2 – Movimentos Básicos da Ginástica Aeróbica 
BAIXO IMPACTO ALTO IMPACTO 
Step Touch Saltito 
Marcha Tcha Tcha 
Passo V Twist 
Mambo Corrida 
Grapevine Pêndulo 
Lunge Lateral/Frontal Polichinelo 
Toque de Calcanhar Polissapato 
Elevação de Joelho Chassé 
Elevação de Calcanhar Chute Frontal/ Lateral 
Pivô Cancan 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
As aulas de Ginástica Aeróbica geralmente são aulas de 45 a 60 minutos que são 
estruturadas da seguinte maneira: 
 Aquecimento: de 4 a 7 minutos; 
 Parte Principal: 35 a 43 minutos; 
 Coreografia Final: 3 a 5 minutos; 
 Esfriamento: 3 a 5 minutos. 
Durante a parte principal, o profissional de Educação Física desenvolve em blocos (de 
dois a quatro) todo o processo pedagógico para que possa chegar à coreografia final, 
que acaba sendo a junção dos blocos, realizada sem alguma interrupção. 
 
 
, 
 
 
24 
 
 
 
2.3.2 Jump 
O Jump é uma aula com características aeróbicas com pequenos saltos, corrida 
estacionária e movimentos coreografados sobre uma minicama elástica individual. 
Essa aula enfatiza o trabalho cardiovascular por meio de variações e combinações de 
membros superiores e inferiores, e em virtude de sua superfície elástica, promove a 
redução do impacto. 
Nas aulas de Jump, os exercícios podem ser divididos em dois grupos, de acordo com a 
forma que é feita a aterrissagem sobre a lona: apoio alternado dos pés também 
, 
 
 
25 
 
conhecido como exercício de família 1 e apoio simultâneo também conhecido de 
família 2. 
Movimentos de apoio alternado:são aqueles em que ocorre a 
transferência constante de peso de um pé para o outro. São 
considerados de menor intensidade e necessitam de maior equilíbrio 
pela diminuição da base de apoio. 
Movimentos de apoio simultâneo: são aqueles executados com apoio 
de ambos os pés, simultaneamente. Apresentam maior intensidade do 
que os de apoio alternado, porém, demandam menor equilíbrio. 
Abaixo, exemplos de movimentos de liderança de apoio alternado e apoio simultâneo 
utilizados nas aulas de Jump: 
Tabela 2.3 – Movimentos Básicos do Jump 
APOIO ALTERNADO – F1 APOIO SIMULTÂNEO – F2 
Tap Passo Básico 
Pré-Corrida ou Marcha Twist 
Hop ou Skip Polichinelo 
Step Touch Polissapato 
Cowboy (baixo e alto) Canguru 
Elevação de Joelho Grupado 
Femoral *** 
Elevação de Calcanhar Frente *** 
Galope *** 
Sprint *** 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
As aulas de Jump atualmente são aulas de 30, 45 e até 60 minutos que são 
estruturadas da seguinte maneira: 
 Aquecimento: de 3 a 8 minutos; 
 Parte Principal: 25 a 45 minutos; 
 Esfriamento: 2 a 7 minutos. 
 
, 
 
 
26 
 
 
 
 
 
, 
 
 
27 
 
2.3.3 Step 
A aula de Step trata-se de uma aula que enfatiza o condicionamento aeróbio, de baixo 
impacto, usando habilidade de locomoção, estabilização, entre outros. Ela consiste em 
subir e descer de uma plataforma de altura variável (step), utilizando, também 
movimentos de membros superiores dentro de uma sequência coreografada com 
acompanhamento musical, para marcação do ritmo. 
Os movimentos fundamentais do step podem dividir-se em dois tipos, dependendo do 
tipo de liderança: simples ou alternados. A liderança está relacionada com a perna que 
inicia o movimento, ou seja, se um passo tem início com a perna direita, dizemos que 
essa é a perna líder, sendo assim: 
Liderança Simples: quando um movimento é executado diversas vezes, 
de forma consecutiva, sem modificação no padrão de movimento, e a 
perna líder sempre permanece a mesma, ou seja, não permite a troca 
natural da perna, recaindo sobre a mesma perna. Todo movimento de 
liderança simples inicia com uma perna e termina com a outra. 
 
 
Liderança Alternada: quando um movimento é executado diversas 
vezes de forma consecutiva, sem modificação no padrão de 
movimentos, e ocorre a alternância de perna líder (ora direita, ora 
esquerda), ou seja, permite a troca natural da perna, não recaindo 
sempre sobre a mesma perna. Todo passo de liderança alternada inicia 
e termina com a mesma perna. 
 
Abaixo, exemplos de movimentos de liderança simples e de liderança alternada 
utilizados nas aulas de Step: 
 
, 
 
 
28 
 
Tabela 2.4 – Movimentos Básicos do Step 
LIDERANÇA SIMPLES LIDERANÇA ALTERNADA 
Básico Elevação de Joelho 
Passo V Elevação de Calcanhar 
Reversão Chute 
Lunge – Frontal/Lateral Abdução 
Montaria Quadril 
Mambo Toque no Chão 
Pivô Galope 
Atravessa Baby Mambo 
Passo T Step Touch 
Pêndulo Passo L 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
As aulas de Step atualmente são aulas de 30 a 45 minutos que são estruturadas da 
seguinte maneira: 
 Aquecimento: de 3 a 5 minutos; 
 Parte Principal: 25 a 35 minutos; 
 Esfriamento: 2 a 5 minutos. 
Assim como outras modalidades, durante a parte principal, o profissional de Educação 
Física desenvolve em blocos (de dois a quatro) todo o processo pedagógico para que 
possa chegar à coreografia final, que acaba sendo a junção dos blocos, realizada sem 
alguma interrupção. 
 
 
, 
 
 
29 
 
 
 
2.4 Modalidades neuromusculares 
Outra categoria que possui diversas modalidades nas coletivas são as neuromotoras. 
As aulas neuromotoras têm o objetivo do trabalho de força, hipertrofia e tonificação 
muscular. 
Essas aulas são realizadas com uma carga externa, como: halteres, barras, elásticos e 
também o próprio peso corporal. O intuito é que o participante vença uma força 
externa, resistindo ao peso. 
Os exercícios resistidos são os mais eficientes para aumentar a capacidade contrátil e o 
volume dos músculos esqueléticos. A realização desses exercícios está diretamente 
relacionada ao recrutamento das fibras musculares, tanto as fibras brancas quanto as 
, 
 
 
30 
 
vermelhas. O treinamento resistido, assim como qualquer outro tipo de atividade, 
contribui para a redução do tecido adiposo por meio do gasto calórico gerado pelo 
treinamento. No entanto, ele também potencializa esse efeito, em razão do aumento 
da taxa metabólica basal, fruto do aumento da massa magra. 
Abaixo, você irá conhecer as modalidades mais tradicionais e principais das aulas 
coletivas com predominância neuromuscular. 
2.4.1 Ginástica Localizada 
A famosa Ginástica Localizada como um método de condicionamento físico tem por 
objetivo o desenvolvimento ou a manutenção da força muscular e da resistência 
muscular localizada (RML) por meio de exercícios analíticos livres ou com sobrecargas 
externas. 
Ela é caracterizada por gestos motores analíticos e voluntários, devidamente 
orientados pelo profissional de Educação Física, que, na maioria das vezes, realiza o 
movimento e o exercício junto ao participante. 
A aula é muito procurada principalmente pelas mulheres, como uma estratégia de 
fugir da monotonia da musculação, e tonificar o corpo fazendo força. Um dos fatores é 
que o participante realiza os movimentos de acordo com a batida da música, fator 
estimulante, além do fato de que uma aula não costuma ser igual à outra. Tendo como 
objetivo trabalhar o corpo inteiro, o profissional de Educação Física desenvolve 
sequências para todas as partes do corpo. 
No quadro abaixo, exemplos de movimentos por grupo muscular utilizados nas aulas 
de Ginástica Localizada: 
 
 
 
 
 
, 
 
 
31 
 
Tabela 2.5 – Movimentos e Exercícios Localizados 
MEMBROS INFERIORES MEMBROS SUPERIORES TRONCO 
Agachamento Desenvolvimento Flexão de Tronco 
Afundo Flexão de Braços Flexão de Quadril 
Abdução de Quadril Rosca Direta Rotação de Tronco 
Adução de Quadril Coice - Tríceps Extensão de Coluna 
Extensão de Quadril Remada Aberta Abdominal Remador 
Stiff Elevação Lateral Abdominal Crunch 
Tríceps Sural Supino Abdominal Infra 
Agachamento Sumô Rosca Martelo Flexão Lateral do Tronco 
Lunges Tríceps Francês Abdominal Oblíquo Cruzado 
Glúteo 6 Apoios Remada Fechada Nadador 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Costa (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
As aulas de Ginástica Localizada atualmente são aulas de 30, 45 minutos e até 60 
minutos que são estruturadas da seguinte maneira: 
 Aquecimento: de 3 a 8 minutos; 
 Parte Principal: 25 a 45 minutos; 
 Esfriamento: 2 a 7 minutos. 
Diferente das outras modalidades, durante a parte principal, o profissional de 
Educação Física possui diversas possibilidades para desenvolver a sua aula, e a escolha 
da sua sequência pode ser baseada nos seguintes modelos: 
 Alternada por Segmento: exemplo: 
o 1º Exercícios para o ombro (MMSS); 
o 2º Exercício para a coxa (MMII); 
o 3º Exercício para o abdômen (tronco). 
 
 Localizada por Segmento Simples: exemplo: 
o 1º Rosca direta; 
o 2º Abdução de ombro; 
o 3º Agachamento; 
o 4º Abdução do quadril. 
 
, 
 
 
32 
 
 Localizada por Segmento Direto: exemplo: 
o 1º Agachamento; 
o 2º Afundo; 
o 3º Tríceps Francês; 
o 4º Tríceps Coice. 
 
 Localizada por Segmento Agonista/Antagonista: exemplo: 
o 1º Abdução do quadril; 
o 2º Adução do quadril; 
o 3º Tríceps francês; 
o 4º Rosca direta. 
 
 Localizada por Segmento Pré-Exaustão: exemplo: 
o 1º Crucifixo; 
o 2º Supino; 
o 3º Flexão de braço. 
 
 Localizada por Segmento Completo por Articulação: exemplo: 
o 1º Agachamento; 
o 2º Extensão de quadril; 
o 3º Abdução de quadril; 
o 4º Adução do quadril. 
Outra estratégia que faz com que a aula seja mais dinâmica e também desafiadora é a 
quantidade de possibilidades e de materiais que podem ser utilizados durantea aula. 
Seguem abaixo alguns exemplos de materiais mais utilizados nessas aulas: 
 Halter; 
 Barra com anilhas; 
 Tornozeleiras; 
 Elásticos (Mini Band, Rubber Band, Super Band); 
 Step; 
, 
 
 
33 
 
 Colchonete; 
 Fitball (Bola Suíça); 
 Bastão; 
 Medicine Ball; 
 Kettlebell; 
 Fita de Suspensão (TRX), entre outros. 
 
 
 
, 
 
 
34 
 
 
2.4.2 Abdômen ou ABS 
As aulas de abdômen são tradicionais nas academias, e têm como objetivo todo o 
trabalho da região do abdômen. Atualmente, dentro dessas aulas, também vêm sendo 
realizados exercícios para quadrado lombar, paravertebrais e todo o tronco, também 
conhecido como Core. 
É comum os professionais de Educação Física utilizarem a denominação de 
supraumbilical e infraumbilical para se referir à determinada porção do abdômen; 
sendo assim, eles utilizam a flexão de tronco para caracterizar a porção supra e a 
flexão do quadril para infra. Mas sabemos que não existe essa divisão do ponto 
anatômico. Estudos confirmam que, na prática, ela também não é valida, e é percebido 
que muitos exercícios utilizados para a região supraumbilical geram maior ativação 
muscular na região infraumbilical em comparação aos exercícios utilizados para esse 
fim (ESCAMILLA et al., 2006). 
No quadro abaixo, veremos possibilidade em colunas de movimentos, planos, 
estímulos e ativação predominante que o profissional de Educação Física poderá 
utilizar nas aulas de abdômen: 
 
, 
 
 
35 
 
 
Tabela 2.6 – Variações e Ativação do Abdômen 
ESTÍMULO VARIAÇÃO DE PLANOS VARIAÇÃO DE 
MOVIMENTO 
ATIVAÇÃO PREDOMINANTE 
Isometria Decúbito Ventral Mobilidade de Coluna Preparação e Aquecimento 
Excêntrica Decúbito Dorsal Flexão de Tronco Supra-Abdominal (Reto) 
Concêntrica Decúbito Lateral Flexão de Quadril Infra-Abdominal 
Insistência Ajoelhado Rotação de Tronco Oblíquos e Quadrado Lombar 
Exaustão Sentado Extensão de Coluna Quadrado Lombar e 
Paravertebrais 
*** Em Pé Combinado - Integrado Varia com o Exercício 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Costa (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
Para facilitarmos a sua compreensão, mais um quadro relacionando as variações de 
movimentos e exemplos de exercícios: 
Tabela 2.7 – Variações e Exercícios do Abdômen 
VARIAÇÃO DE MOVIMENTO EXERCÍCIO 
Mobilidade de Coluna Gato (CAT) 
Flexão de Tronco Abdominal Curto 
Flexão de Quadril Abdominal Infra Simples 
Rotação de Tronco Oblíquo Cruzado 
Extensão de Coluna Perdigueiro 
Combinado - Integrado Abdominal Canivete 
Isometria Prancha Ventral 
Exaustão Abdominal Remador (até a falha) 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Costa (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
As aulas de abdômen muitas vezes são utilizadas como estratégias de complemento de 
um treino anterior, seja na musculação, ou até mesmo, uma aula cardiovascular. 
Sendo assim, existem aulas express de 15 minutos e também aulas específicas como a 
que trabalha a região de Core que geralmente são de 30 minutos. As aulas podem ser 
estruturadas da seguinte maneira: 
 Aquecimento/Preparação: de 2 a 5 minutos; 
 Parte Principal: 12 a 23 minutos; 
 Esfriamento: 1 a 2 minutos. 
, 
 
 
36 
 
Essas aulas também podem contar com a utilização de materiais, para resistência de 
força, ou, até mesmo, gerar instabilidade para ativação do Core. Conheça alguns 
exemplos de materiais mais utilizados nessas aulas: 
 Anilhas; 
 Tornozeleiras (no peito); 
 Step; 
 Colchonete; 
 Fitball (Bola Suíça); 
 Medicine Ball; 
 Bosu; 
 Disco de Equilíbrio; 
 
 
, 
 
 
37 
 
 
 
 
2.5 Modalidades Body & Mind (Zen) 
As modalidades Body & Mind, também conhecidas como Zen, vêm aumentando a 
procura e expansão de novas modalidades nas últimas décadas. Essas aulas têm o 
objetivo de desenvolver a consciência corporal, postural, a conexão consigo mesmo e 
, 
 
 
38 
 
com o próprio corpo através de técnicas de concentração, flexibilidade, controle e 
equilíbrio. 
A seguir, você irá conhecer as modalidades mais tradicionais e principais das aulas 
coletivas com predominância Zen. 
2.5.1 Alongamento e Flexibilidade 
As aulas de alongamento também são tradicionais nas academias, porém existem 
algumas características que fazem com que essas modalidades possam ter objetivos 
diferentes. O mais comum são aulas de alongamento e flexibilidade, utilizando 
métodos também de relaxamento e mobilidade, envolvendo grandes e pequenos 
grupos musculares, respeitando o alinhamento corporal. 
O objetivo dessas aulas é levar aos participantes o desenvolvimento e a manutenção 
da flexibilidade, mobilidade, alívio de tensões e alongamento muscular, trazendo assim 
a melhora na capacidade funcional. Abaixo, você irá compreender a diferença de cada 
estímulo: 
• Alongamento: é um exercício físico com o objetivo de manter e/ou desenvolver 
com baixa intensidade a flexibilidade, que é uma capacidade física; 
• Flexibilidade: é uma capacidade física que oportuniza o máximo de amplitude 
em uma ou mais articulações sem lesioná-las, geralmente de média a alta 
intensidade; 
• Relaxamento: envolve variação de técnicas que servem para os alívios de 
tensões musculoarticulares ou solturas, visando à aquisição de bem-estar e 
conforto; 
• Mobilidade: é a capacidade para executar movimentos dentro de grande 
amplitude de movimentação. A mobilidade pode ser dividida em dois 
componentes: flexibilidade e capacidade de extensão. 
 
, 
 
 
39 
 
Assim como as aulas de abdômen, as aulas de alongamento/flexibilidade são utilizadas 
como estratégias de complemento de um treino anterior, seja na musculação, ou até 
mesmo, numa aula cardiovascular ou neuromuscular. Possibilita aulas express de 15 
minutos e também aulas de 30, 45 e 60 minutos. As aulas podem ser estruturadas da 
seguinte maneira: 
 Aquecimento/Preparação: de 2 a 7 minutos; 
 Parte Principal: 12 a 48 minutos; 
 Esfriamento/Relaxamento Final: 1 a 5 minutos. 
No quadro abaixo, veremos em colunas as possibilidades de materiais, estratégias e 
métodos de flexibilidade: 
Tabela 2.8 – Possibilidades e Variáveis para Flexibilidade e Alongamento 
MATERIAIS ESTRATÉGIAS 
MÉTODOS DE 
FLEXIBILIDADE 
Colchonete Individual Método Passivo 
Mat Pilates em Duplas Método Ativo 
Step Individual com Automassagem Método Balístico 
Fitball (Bola Suíça) 
em Duplas, com Técnica de 
Massagem 
Método FNP (Facilitação 
Neuromuscular 
Proprioceptiva) 
Fita de Alongamento 
Individual com técnicas de 
Relaxamento 
FNP - Contração e 
Relaxamento 
Rolo de Massagem Meditação Guiada 
FNP - Contração - 
Relaxamento / Contração 
- Agonista 
Toalha *** *** 
Bolinha de Tênis *** *** 
Massageadores *** *** 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Santos (1994) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
 
, 
 
 
40 
 
 
 
, 
 
 
41 
 
 
 
2.5.2 Mat Pilates − Solo 
O tradicional Mat Pilates é uma aula baseada no método autêntico Pilates, onde há 
uma mescla de exercícios de flexibilidade e força a partir do trabalho da musculatura 
que envolve nosso centro de gravidade e equilíbrio. Essa modalidade é composta por 
princípios originais do Pilates, como concentração, respiração, centramento (Power 
House), controle, precisão e fluidez. 
É um sistema de exercício físico e reorganização postural, que procura integrar o corpo 
e a mente, com aplicação de princípios básicos fundamentais desenvolvidos por Joseph 
Hubertus Pilates. 
O objetivo dessa aula é levar aos participantes uma maior compreensão dos seus 
corpos, aumentando, dessa forma, sua consciência corporal, para que possam usufruir 
de uma melhor qualidade de vida, resultante do aprimoramento da sua capacidade 
funcional. 
, 
 
 
42 
 
Nas aulas, existe a possibilidade de executá-las apenas com o próprio corpo e um 
colchonete ou com a utilização de materiais. Conheça alguns exemplos de materiais 
mais utilizados nessas aulas: 
 Colchonete; 
 Tapete de Yoga ou Mat; 
 Fitball (bola suíça); 
 TonningBall; 
 Faixa Elástica; 
 Disco de Rotação; 
 Rolo de Pilates ou Yoga; 
 Círculo Mágico; 
 Soft Ball; 
 Over Ball; 
Por ser modalidade tradicional e referência mundial, os exercícios são padrões com 
nomenclatura de língua inglesa e você poderá acompanhar, no quadro abaixo, 
exemplos de movimentos, na nomenclatura original e a sua tradução: 
Tabela 2.9 – Nomenclatura Original e Traduzida do Mat Pilates 
EXERCÍCIOS NOMENCLATURA 
ORIGINAL 
EXERCÍCIOS − NOMENCLATURA 
TRADUZIDA 
The Hundred O Cem 
Roll Up Rolamento Para Cima 
One Leg Circle Círculo com uma Perna 
Rolling Like a Ball Rolando como uma Bola 
Double Leg Stretch Alongamento das Duas Pernas 
Single Straight Leg Stretch Alongamento de uma Perna Estendida 
Shoulder Bridge Ponte sobre os Ombros 
Roll Over Rolamento por Cima 
Single Leg Kick Chute de uma Perna 
Spine Twist Torção da Coluna 
Saw Serrote 
Teaser Desafio 
Swimming Nadando 
Seal Foca 
Side Bend Inclinação Lateral 
 Fonte: elaborado pelo autor com base em Pilates (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
, 
 
 
43 
 
 
As aulas de Mat Pilates atualmente são aulas de 30, 45 e até 60 minutos que são 
estruturadas da seguinte maneira: 
 Aquecimento: de 3 a 8 minutos; 
 Parte Principal: 25 a 45 minutos; 
 Esfriamento: 2 a 7 minutos. 
Essa modalidade exige que o profissional de Educação Física possa por muitas vezes 
demonstrar e executar, orientando ao mesmo tempo os seus participantes. É 
necessário estar atento para evitar a troca de planos desnecessária (em pé/ sentado/ 
em pé/ deitado) para seguir uma fluidez na ordem dos exercícios escolhidos pelo 
profissional de Educação Física. 
 
, 
 
 
44 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
45 
 
Conclusão 
As aulas coletivas são as atividades que mais envolvem pessoas ao mesmo tempo, pois 
estão todos no mesmo local realizando a mesma aula. Contudo, elas também sofrem 
diversas atualizações com novas modalidades e inovação nas modalidades que já são 
tradicionais, como Jump, Step, Ginástica Localizada, Mat Pilates, entre outros. As 
coletivas se tornam acessíveis pelo fato de haver diversos métodos e tipos de 
treinamentos, com objetivos específicos diferentes, que vão desde o emagrecimento 
ao participante que procura se movimentar de forma leve e conectar-se consigo 
mesmo. E com isso o profissional de Educação Física tem autonomia de decisão em 
qual estilo de aula pretende atuar. 
 
REFERÊNCIAS 
CAPINUSSÚ, J. M. Academias de ginástica e condicionamento físico: origens. In: DA 
COSTA, Lamartine (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. 
COSTA, M. G. Ginástica localizada. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. 
ESCAMILLA, R. F. et al. Eletromyographic analysis on tradicional and nontradicional 
abdominal exercise: implications for rehabilitation and training. Physical 
Therapy, v. 86, n. 5, p. 256-71, 2006. 
PEREIRA, M. M. F. Academia: estrutura técnica e administrativa. Rio de Janeiro: Sprint, 
1996. 
PILATES, J. H. Your health. New York: Presentation Dynamics, 1998. 
SANTOS, M. A. Ginástica de academia. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. 
VIDAL, A. B; RIBEIRO, C. A; KERJEB, M. H. Ginástica de academia: aprendendo a 
ensinar. São Paulo: Phorte, 2018. 
 
 
, 
 
 
46 
 
Bibliografia complementar 
CORBIN, C. B., LINDSEY, R. Physical fitness concepts. Brown & Benchmark, 1996. 
GALLAGHER, S. P.; KRYZANOWSKA, R. O Método Pilates de condicionamento físico. 
São Paulo: The Pilates Studio do Brasil, 2000. 
GHAROTE, M. L. Técnicas de Yoga. Guarulhos: Phorte, 2000. 
PILATES, J. H.; MILLER, J. W. Return to life through contrology. New York: Presentation 
Dynamics, 1998. 
SILVA, G.A. Curso Básico de Yoga: teórico pratico. São Paulo: Phorte, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
 
 
47 
 
 
3 PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NAS COLETIVAS 
 
Apresentação 
A ginástica coletiva está viva no mercado fitness do mundo todo. Com toda essa 
mudança de cenário em nosso mercado, vão sair na frente os que perceberem onde 
estão as oportunidades e realmente optarem por fazer diferente, não esquecendo a 
essência da modalidade e de se conectar com ela. A prática com estratégias e 
processos pedagógicos se faz obrigatória diante esse momento. 
Neste bloco, nos tornaremos responsáveis pelos conhecimentos técnicos, pelos 
resultados no aprendizado dos participantes, por desenvolver as pessoas com as suas 
aulas e sempre cuidar muito bem de todas as relações humanas em volta 
(participante, coordenadores, outros professionais de Educação Física). 
Cabe ao profissional de Educação Física identificar em qual estágio encontram-se cada 
participante objetivando a eficiência na execução do movimento e no seu aprendizado. 
Além do conhecimento técnico, serão apresentadas técnicas de comunicação e 
expressão durante as aulas, o que facilitará o processo de ensino-aprendizagem e 
tornando-o satisfatório a ambas as partes envolvidas. 
Os pontos apresentados neste bloco se fazem imprescindíveis e obrigatórios para os 
profissionais que queiram atuar nesse segmento, pois são bases introdutórias 
consideradas básicas e necessárias no processo prático de ministrar aulas coletivas no 
segmento fitness e wellness. 
 
3.1 Musicalidade 
O uso da música é muito comum e se tornou uma característica das aulas de ginástica 
coletiva. E a mesma sendo utilizada, possibilita definir a velocidade da execução do 
movimento, o que diretamente influencia a intensidade da aula, além de torná-la 
alegre e motivadora. 
A música é uma poderosa ferramenta estratégica, para que torne a aula muito mais 
agradável, evitando a concentração de atenção no cansaço físico, dor, e, até mesmo, 
tensão psicológica durante a aula. Por isso, a música é utilizada também como 
, 
 
 
48 
 
possibilidade de aumentar a motivação do participante, facilitando a execução dos 
movimentos, tornando a atividade muito mais dinâmica e positiva. 
Outra possibilidade que facilita ao profissional de Educação Física é a utilização da 
musicalidade para definir a intensidade da aula e o padrão de movimento de execução, 
o que faz com que os participantes estejam todos executando os movimentos ao 
mesmo tempo, padronizados, e facilitando ao profissional de Educação Física para 
possíveis correções e manter próxima a intensidade para todos que estão praticando. 
Para que o profissional de Educação Física possa utilizar para criar padrões de 
movimentos coletivos e também a intensidade, são necessários alguns conhecimentos 
básicos da estrutura musical. 
Com base na teoria musical, tempo (ou batida) é cada unidade marcada pela cadência 
ou ritmo. A batida é chamada de tempo quando sua intensidade é de média a forte, e 
é chamada de contratempo quando é bem suave, com uma intensidade menor. Essas 
batidas são constantes, e, quanto mais próximas estiverem umas das outras, maior 
será a velocidade da música, que é medida pelas batidas da música por minuto (bpm) 
(PAHMEIER; NIERDERBAUMER, 1998). 
Desse modo, a métrica determinada pela divisão das unidades de tempo, podendo ser 
classificadas em simples ou compostos binários (dois pulsos ou tempos musicais), 
ternários (três pulsos ou tempos musicais) ou quartenários (quatro pulsos ou tempos 
musicais). No entanto, em aulas coletivas, geralmente são utilizados dois quartenários, 
compondo assim uma oitava musical (1x8 ou 8 tempos musicais) (AMARAL, 2017). 
 
3.1.1 Oitava Musical 
A oitava musical é a combinação de quatro passos binários ou dois compassos 
quaternários, o que totaliza oito tempos. Essa nomenclatura é muito utilizada nas 
aulas de ginástica coletiva para facilitar a elaboração de aulas. Podemos representá-la 
da seguinte maneira: 
 
OITAVA = | = 8 tempos 
 
 
, 
 
 
49 
 
 
3.1.2 Frase Musical 
A frase musical é formada pela união de 4 oitavas ou 32 tempos. Geralmente, a cada 
mudança de frase musical, ocorre uma modificação na música, podendo ser a entrada 
de um instrumentoou da voz do cantor, por exemplo. Em geral, nos últimos quatro 
tempos da frase musical ocorre uma mudança que avisa do início de uma nova frase 
(antecipação). A frase musical transmite uma ideia de início, meio e fim. Podemos 
representá-la da seguinte maneira: 
 
 
FRASE MUSICAL = |||| = 32 tempos (4 oitavas) 
 
 
3.1.3 Contagem Rápida 
A contagem rápida considera a contagem de todos os tempos musicais (ímpares e 
pares). Ela tem maior utilização durante as montagens de uma aula coreografada ou 
no processo de ensino de uma sequência coreográfica onde exista uso de movimentos 
sincronizados com a música. Podemos representá-la da seguinte maneira: 
 
 
|||||||| = 8 tempos 
 
 
3.1.4 Contagem Lenta 
A contagem lenta só considera os tempos musicais ímpares. Geralmente, mais 
utilizada em aulas neuromusculares para a marcação rítmica do movimento. Podemos 
representá-la da seguinte maneira: 
 
 
|||||||| = 8 tempos 
 
, 
 
 
50 
 
Todas essas possibilidades auxiliam durante as aulas de ginástica coletiva. 
Principalmente quando falamos da frase musical, pois ela nos remete a início, meio e 
fim. Recomenda-se que o profissional de Educação Física, durante a aula, só use a 
contagem – tanto a rápida quanto a lenta – como recurso didático, ou seja, para 
auxiliar na marcação rítmica do movimento. Dessa forma, evita-se que ele fique 
contando durante toda a aula, o que impossibilita de fornecer outras informações 
relevantes. Abaixo, uma tabela com a contagem musical: 
 
Tabela 3.1 – Variáveis da contagem musical 
TEMPOS CONTAGEM 
RÁPIDA 
CONTAGEM 
LENTA 
Nº DE OITAVAS 
MUSICAIS 
Nº DE FRASES 
MUSICAIS 
1x8 8 tempos 4 tempos 1 0 
4x8 32 tempos 16 tempos 4 1 
8x8 64 tempos 32 tempos 8 2 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
3.1.5 Contagem das BPM 
O ideal é que durante as aulas de ginástica coletiva você possa escolher músicas 
editadas profissionalmente, ou específicas para as aulas, pois as bpm já estarão 
identificadas, mas é importante verificar se elas correspondem ao mencionado e se 
são uniformes e adequadas para o tipo de aula que será ministrada. 
Uma das estratégias para realizar a sua contagem é feita de seguinte maneira: você 
deverá contar o número de batidas por determinado tempo, por exemplo, 
cronometrar 10 segundos de batidas (contando elas) e multiplicar o resultado por 6, 
ou cronometrar 30 segundos de batidas (contando elas) e multiplicar o 
resultado por 2. 
Cada tipo de aula tem uma recomendação de bpm respeitando os objetivos, as 
características e os padrões de segurança, conforme a tabela abaixo: 
 
 
 
 
 
, 
 
 
51 
 
Tabela 3.2 – Recomendações de músicas e BPM 
RECOMENDAÇÕES MUSICAIS − AULA/BPM/ESTILO 
TIPO DE AULA BPM ESTILO MUSICAL 
Localizada/ Abdômen 120 a 138 Dance, Pop, Pop Rock 
Aeróbica 140 a 160 Tribal, Dance, Flashback 
Step 132 a 140 Dance, Pop Dance, Tribal 
Aerofight 135 a 145 Hard Dance 
Jump 138 a 145 Dance, Pop Dance, Tribal 
Circuito 135 a 145 Pop, Rock, Black Music 
Street Dance 105 a 115 Black Music, Hip Hop 
Ritmos Latinos 132 a 140 Reggaeton, Salsa, Merengue 
Body and Mind Abaixo de 100 MPB, New Age, Instrumental 
Fonte: elaborado pelo autor com base em Amaral (2017) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 
3.1.6 Seleção Musical 
Cada tipo de aula depende de um estilo musical diferente. Você deverá escolher as 
músicas de acordo com o gosto musical dos participantes, e não exclusivamente o seu 
gosto pessoal. Pode ser uma estratégia de sucesso você utilizar em aulas heterogêneas 
vários ritmos para agradar e motivar todos os participantes. Mas existem algumas 
instruções importantes às quais você deve ficar atento: 
 BPM inadequado: descaracteriza o trabalho, além de colocar em risco a 
segurança na execução dos movimentos e dificultar a assimilação por parte dos 
participantes; 
 Mudança de BPM durante a aula: tomar muito cuidado para mudar o BPM 
durante a aula, pois compromete a execução física e segurança dos 
participantes. O ideal é aumentar de forma progressiva respeitando o BPM 
ideal para a prática da modalidade. Também é utilizada para aumentar ou 
diminuir a intensidade do exercício; 
 Organizar uma sequência musical antecipada: procure não trocar muitas vezes 
de CD ou playlist, ou, até mesmo, ficar procurando na hora música no aparelho 
eletrônico durante a aula, pois perderá o ritmo da aula e a motivação dos 
participantes; 
 Variação de músicas: é muito importante variar as músicas para sempre 
manter sua motivação e a dos participantes; 
, 
 
 
52 
 
 Volume do som: cuidado com o volume do som, e também do microfone 
quando utilizado. Lembre-se de que o som tem que ser agradável e não pode 
incomodar os participantes e nem o restante da academia. Nosso intuito é 
trazer benefícios para os participantes; 
 Qualidade do som: evitar sons chiados, muito agudos, sem qualidade ou com 
comerciais durante a música. O som precisa ser o mais limpo e agradável 
possível. 
 
3.2 Blocos coreográficos 
Podemos definir coreografia como a soma de movimentos combinados e fluentes 
entre si, cuja ordem de execução é determinada pelo profissional de Educação Física e 
organizada de acordo com uma estrutura musical. Para que possamos montar uma 
coreografia, independentemente do tipo de aula, precisamos conhecer os movimentos 
fundamentais de cada modalidade, assim como a quantidade de tempos musicais que 
cada movimento ocupa. Todas as coreografias são estruturadas em oitavas e, 
consequentemente, em frases musicais. 
A construção de uma coreografia em uma aula ocorre com a conjugação gradual de 
movimentos fundamentais, que são agrupados em partes relativamente 
independentes, as quais chamamos de blocos. 
Para que haja equilíbrio muscular, articular, motor e cognitivo, as coreografias devem 
ser estruturadas de forma simétrica, ou seja, todo movimento realizado para um lado 
do corpo deve ser repetido para o outro lado, ocupando a mesma ordem em que ele 
aparece na sequência elaborada pelo profissional de Educação Física. Essas 
coreografias são chamadas simétricas, e temos como exemplo as modalidades como 
step, ginástica aeróbica, jump, entre outras, que exigem simetria em suas coreografias. 
Os blocos coreográficos são exercícios ou movimentos que somados completam uma 
ou mais frases musicais. Temos como exemplo: bloco bilateral, bloquinho e blocão. O 
que difere um do outro é o número de tempos, ou seja, a duração. 
 
 
 
, 
 
 
53 
 
3.2.1 Bilateral – 32 tempos 
Essa é a forma mais fácil de combinação de movimentos. Ela é composta por 1 frase 
musical, ou seja, 32 tempos; os primeiros 16 tempos se iniciam com a perna direita e 
os 16 tempos seguintes se iniciam com a perna esquerda, repetindo a mesma 
sequência já executada. Importante ressaltar que após ter iniciado a sequência 
coreográfica com a perna direita, somente depois de finalizado os 16 tempos é que a 
mesma sequência coreográfica será repetida com a perna esquerda. 
Essa é a mais utilizada em aulas voltadas para o público iniciante, pois, como estrutura 
de menor duração, comporta quantidade menor de movimentos, o que facilita o 
processo de aprendizagem e de memorização. Podemos representá-la da seguinte 
maneira: 
D|| = E|| 
1 frase musical = 4 oitavas (IIII) = 32 tempos = 16 tempos iniciados para direita e 16 
tempos iniciados para esquerda 
 
 
3.2.2 Bloquinho – 64 tempos 
O bloquinho tem a duração de 2 frases musicais, totalizando 64 tempos. Os primeiros 
32 tempos se iniciam com a perna direita e os 32 tempos seguintes se iniciam com a 
perna esquerda, repetindo a mesma sequência já executada. Importante ressaltar que 
após ter iniciado a sequência coreográfica com a perna direita, somente depois de 
finalizado os 32 tempos é que a mesma sequência coreográfica será repetida com a 
perna esquerda. Esse é o tipo de bloco mais utilizado nas aulas que têm coreografia 
simétrica, e pode serusado tanto com participantes iniciantes como com avançados. 
Nesse caso, o que diferenciará uma sequência da outra é o nível de complexidade e/ou 
de intensidade. Podemos representá-lo da seguinte maneira: 
D|||| = E|||| 
2 frases musicais = 8 oitavas (IIII-IIII) = 64 tempos = 32 tempos iniciado para direita e 
32 tempos iniciados para esquerda 
 
 
, 
 
 
54 
 
3.2.3 Blocão – 128 tempos 
O blocão tem a duração de 4 frases musicais, totalizando 128 tempos. Os primeiros 64 
tempos se iniciam com a perna direita e os 64 tempos seguintes se iniciam com a 
perna esquerda, repetindo a mesma sequência já executada. Importante ressaltar que 
após ter iniciado a sequência coreográfica com a perna direita, somente depois de 
finalizado os 64 tempos é que a mesma sequência coreográfica será repetida com a 
perna esquerda. Como esse bloco é composto por uma grande quantidade de tempos, 
permitindo um número maior de movimentos e tornando sua memorização mais 
difícil, o blocão só deve ser utilizado com participantes avançados. Podemos 
representá-lo da seguinte maneira: 
D|||||||| = E|||||||| 
4 frases musicais = 16 oitavas (IIII-IIII-IIII-IIII) = 128 tempos = 64 tempos iniciado para 
direita e 64 tempos iniciados para esquerda 
 
A coreografia de uma aula simétrica é composta por um ou mais blocos. O primeiro 
movimento de um bloco deve ser sempre realizado no primeiro tempo de uma frase 
musical, será mais difícil para os participantes acompanharem a aula, e haverá a 
sensação de que alguma coisa está errada. 
Após definir o formato do bloco, o profissional de Educação Física deverá escolher os 
movimentos que irá utilizar em cada música, diferenciando os movimentos nos 
diversos blocos, pois facilita a assimilação e memorização por parte dos participantes. 
 
3.2.4 Montagem Coreográfica 
O profissional de Educação Física deverá primeiramente definir o tamanho da 
estrutura coreográfica que irá usar. A quantidade de blocos que irão compor a 
coreografia dependerá do nível de habilidade dos participantes, duração da aula, do 
tamanho da estrutura escolhida e dos objetivos a serem alcançados. 
Logo em seguida, o profissional de Educação Física deverá escolher os movimentos 
que irá utilizar em cada estrutura obedecendo a critérios de segurança 
musculoarticular, eficiência, fluência e plasticidade, sempre respeitando o objetivo da 
aula em questão. Uma dica importante é que você pode diferenciar os movimentos 
, 
 
 
55 
 
nos diversos blocos, pois isso facilita a assimilação e a memorização por parte dos 
participantes. 
A fluência do movimento deve ser respeitada em todos os tipos de aula, uma vez que 
se o profissional de Educação Física quebrar a movimentação natural do exercício, o 
participante só executará a sequência se pensar no movimento antes de executá-lo, o 
que fará perder o tempo de execução desse movimento. 
A fluência necessária em aulas de ginástica coletiva, principalmente as coreografadas, 
é proporcionada pelo que chamamos de principio da perna pronta (PPP). Esse princípio 
está relacionado com a fluência dos movimentos, em que o encadeamento entre os 
passos deverá obedecer aos princípios mecânicos mais elementares, tornando os 
movimentos mais naturais. 
 
3.3 Processos Pedagógicos 
O processo pedagógico é o meio pelo qual o profissional de Educação Física irá ensinar, 
passo a passo, todos os movimentos que compõem a coreografia, de forma coerente, 
lógica e ordenada, até chegar ao produto final, ou seja, a coreografia que foi 
elaborada. 
O ideal é que esse processo ocorra de forma natural e fluida, sem que interfira na 
intensidade da aula, possibilitando ao participante aprender a coreografia sem muita 
dificuldade e de forma mais constante, ou seja, sem interrupções na aula, para 
observação e assimilação dos movimentos. 
Existem várias técnicas para realizar o processo pedagógico, e a maioria se baseia em 
um processo de ensino, que ocorre de forma gradativa dos pré-passos (movimentos da 
própria modalidade) de forma que tenham a mecânica de execução o mais semelhante 
possível às dos movimentos que compõem a coreografia final. Abaixo, técnicas que são 
utilizadas para ensinar os passos e combiná-los com o objetivo de chegar ao produto 
final: 
 
3.3.1 Adição 
A técnica da adição é a soma de movimentos que vão formando a coreografia, e ocorre 
na ordem em que serão executados, somados entre si. Assim, ensina-se o primeiro 
, 
 
 
56 
 
movimento, e após sua aprendizagem completa, ensina-se o segundo movimento. 
Depois, somam-se os dois, e assim sucessivamente, até se formar cada bloco que irá 
compor a coreografia. 
 
3.3.2 Pirâmide 
A técnica da pirâmide é a combinação de dois movimentos iniciando com um grande 
número de repetições, que serão reduzidas gradualmente, respeitando a frase musical, 
até atingir a quantidade de repetições desejada. Essa técnica é interessante para 
participantes que tenham dificuldade de memorização, já que repete várias vezes o 
mesmo movimento. Porém, devemos tomar cuidado para não gerar um desequilíbrio 
muscular. 
 
3.3.3 Esqueleto 
A técnica do esqueleto trata-se da sequência de padrões de movimentos que são 
modificados em cima de estrutura pré-elaborada contendo movimentos mais simples 
(pré-passos), podendo durar 32 ou 64 tempos, levando em consideração que essa 
soma de tempos já representa a execução da estrutura para ambos os lados. Os pré-
passos são movimentos da própria modalidade. Sua execução é simples e são mais 
similares aos movimentos da coreografia final, que serão transformados um a um, 
fazendo que o participante mantenha a movimentação de forma constante, 
favorecendo a manutenção da intensidade. As modificações podem ocorrer para 
aumentar a complexidade (introdução de giros, figuras, deslocamentos) ou a 
intensidade (movimentos mais amplos, com propulsões), ou ainda, um pouco de 
ambas. Seguem abaixo os erros mais comuns no processo pedagógico: 
 Não respeitar as frases musicais; 
 Construção muito distante do produto final; 
 Realizar tudo somente para o um único lado; 
 Não ter processo pedagógico escolhido na construção coreográfica; 
 Não se atentar as estratégicas didáticas que estão no tópico a seguir. 
 
 
, 
 
 
57 
 
 
3.4 Estratégias didáticas 
Para que você possa facilitar o processo de ensino-aprendizagem, ou seja, ensinar o 
seu participante no melhor processo para que ele possa aprender, você deverá fazer o 
uso de algumas estratégias; assim, suas aulas serão mais assimiláveis, dinâmicas e 
agradáveis para os participantes. 
 
3.4.1 Posicionamento do profissional de Educação Física 
Recomendamos que o profissional de Educação Física permaneça na maior parte de 
sua aula de frente ao participante, mesmo na presença de espelhos. Em todo o 
momento, devemos ter contato visual direto com os participantes. O ideal é que antes 
de iniciar a aula, você possa orientar os seus participantes com relação ao 
posicionamento. 
Podemos posicionar os participantes em 3 estratégias. Uma delas é a tradicional, onde 
o profissional de Educação Física atua de frente, e em seu comando de voz, começa 
pelo lado esquerdo (formato espelho) e do lado direito do participante. Os 
participantes ficam intercalados, sempre mantendo no mínimo um braço de distância. 
 
 
Fonte: Amaral (2017). 
Figura 3.1 − Posicionamento Tradicional. 
 
Temos também a posição da diagonal, onde o profissional de Educação Física atua 
lateralmente aos participantes. Caso a sala possua espelho atrás do profissional de 
Educação Física, o mesmo poderá ser utilizado como recurso para visualizar todos os 
, 
 
 
58 
 
participantes. Os participantes são divididos em dois grupos, onde o profissional de 
Educação Física está no centro. Os grupos direcionam o corpo para diagonal oposta do 
profissional, para facilitar a visualização, principalmente se a aula ocorre em maior 
parte no chão. 
 
 
 
Fonte:

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