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ATIVIDADES DE ACADEMIA Arthur Pontes , 2 SUMÁRIO 1 O MERCADO DE ACADEMIA E SUAS TENDÊNCIAS ................................... 3 2 GINÁSTICA DE ACADEMIA ..................................................................... 17 3 PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NAS COLETIVAS ............................................... 47 4 MUSCULAÇÃO ....................................................................................... 65 5 TENDÊNCIAS NAS ACADEMIAS .............................................................. 90 6 PERFIL E CARREIRA NAS ACADEMIAS ................................................... 107 , 3 1 O MERCADO DE ACADEMIA E SUAS TENDÊNCIAS Apresentação Nas últimas décadas, você deve ter percebido o aumento do número de pessoas que começaram a realizar exercício físico, seja por iniciativa própria, com caminhada, atividades na praça, e, até mesmo, exercício em casa, seja com a procura de um lugar para ter acompanhamento de um profissional e a opção de outras atividades. Você já deve ter notado nos últimos anos o surgimento de novas academias, estúdios e locais de treinamentos com profissionais próximos a você. Isso porque a procura vem aumentando e as pessoas estão buscando como hábito o exercício físico. Anualmente, o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) divulga o número no Brasil de academias registradas no País (mais de 35.000, em 2019). Já o relatório global da International Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA) confirma os números pelo CONFEF e também oficialmente relata o número de academias no mundo inteiro. Um dos itens mais importantes do relatório da IHRSA em parceria com ACSM refere-se às 20 tendências do mercado de academias para o ano seguinte. No que diz respeito ao faturamento, o Brasil atualmente se encontra no décimo lugar no mercado fitness, com aproximadamente 2,5 bilhões de dólares, ou seja, algo em torno de 8 bilhões de reais por ano, que corresponde a 0,13% do PIB nacional e 3% do faturamento do setor de serviços. Esses números mostram o impacto e a crescente que esse mercado promissor está desenvolvendo e ele ainda trará novas oportunidades para os profissionais que atuam na área. Neste bloco, iremos abordar toda a evolução nesse segmento e as principais tendências do mercado de academias. , 4 1.1 As tendências da última década, atuais e do futuro O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, na sigla em inglês) realiza uma pesquisa há mais de 14 anos por meio de questionários online com Profissionais de Educação Física e especialistas de todo o mundo. Com os resultados, é divulgado um ranking com as principais apostas que devem embalar o mercado envolvendo os praticantes de exercício físico e o Profissional de Educação Física sobre o ano seguinte. Conhecemos esse ranking como as “Tendências Fitness de ano seguinte”. E como isso pode nos ajudar? Ele nos ajuda a entender quais são as oportunidade de mercado para o ano seguinte e, com base nesse resultado, podemos ter um parâmetro de como estão as nossas habilidades, competências e atitudes em relação à necessidade e desejo do mercado, composto por pessoas que fazem ou farão o uso desses serviços. Com essa lista, é possível realizar uma análise mais aprofundada sobre as tendências do mercado e identificar algumas características importantes desse consumidor. O conhecimento dessas características pode servir para direcionar estudos e investimentos por parte dos profissionais do segmento fitness, além de direcionar as campanhas de marketing para a sua divulgação. Abaixo, quatro listas para comparação das tendências fitness dos últimos anos: Tabela 1.1 – Tendências Fitness no mundo de 2020 − 2017 2020 2019 2018 2017 1 Tecnologia Wearable Tecnologia Wearable HIIT Tecnologia Wearable 2 HIIT Treinamento em grupo – aulas coletivas Treinamento em grupo – aulas coletivas Treinamento com peso corporal 3 Treinamento em grupo – aulas coletivas HIIT Tecnologia Wearable HIIT 4 Treinamento de Força – Peso Livre Programas para terceira idade Treinamento com peso corporal Profissionais fitness certificados, especializados e experientes , 5 5 Treinamento personalizado Treinamento com peso corporal Treinamento de força Treinamento de força 6 Exercício como remédio na prevenção e no tratamento de doenças Profissionais fitness certificados, especializados e experientes Profissionais fitness certificados, especializados e experientes Treinamento em grupo – aulas coletivas 7 Treinamento com peso corporal Yoga Yoga Exercício como remédio na prevenção e no tratamento de doenças 8 Programas para terceira idade Treinamento personalizado Treinamento personalizado Yoga 9 Wellness Coaching Treinamento Funcional Programas para terceira idade Treinamento personalizado 10 Profissionais fitness certificados, especializados e experientes Exercício como remédio na prevenção e no tratamento de doenças Treinamento funcional Exercício físico e emagrecimento 11 Exercício físico e emagrecimento Wellness Coaching Exercício físico e emagrecimento Programas para terceira idade 12 Treinamento Funcional Exercício físico e emagrecimento Exercício como remédio na prevenção e no tratamento de doenças Treinamento Funcional 13 Atividades ao ar livre Aplicativos fitness para smart phones Treinamento personalizado em pequenos grupos Atividades físicas ao ar livre 14 Yoga Liberação Miofascial (rolos de mobilidade e flexibilidade) Atividades ao ar livre Treinamento personalizado em pequenos grupos 15 Licenciamento para profissionais de fitness Promoção de saúde no ambiente de trabalho Liberação Miofascial (rolos de mobilidade e flexibilidade) Wellness Coaching 16 Lifestyle − Saúde Mensuração dos resultados (Avaliação física) Licenciamento para profissionais de fitness Promoção de saúde no ambiente de trabalho 17 Treinamento em Circuito (Circuit Training) Atividades ao ar livre Treinamento em Circuito (Circuit Training) Aplicativos fitness para smart phones , 6 18 Promoção de saúde no ambiente de trabalho Licenciamento para profissionais de fitness Wellness Coaching Mensuração dos resultados (Avaliação física) 19 Mensuração dos resultados (Avaliação física) Treinamento personalizado em pequenos grupos Exercícios de Core Treinamento em Circuito (Circuit Training) 20 Programas e Exercícios para Crianças Exercício em Pós- Reabilitação Treinamento esportivo Liberação Miofascial (rolos de mobilidade e flexibilidade) Fonte: elaborado pelo autor com base em IHRSA (2019) e Thompson (2017, 2018, 2019, 2020). Podemos afirmar que o futuro não é incerto, até porque com as pesquisas, com os relatórios e também com as nossas percepções, conseguimos projetar que cada vez mais as pessoas irão necessitar do exercício físico como remédio e também prevenção. Isso que faz com que nós possamos estar acompanhando toda a evolução desse segmento, sempre atentos às necessidades e também às novas soluções e estratégias, para que possamos entregar serviços para o nosso participante e assim contribuir para a crescente desse mercado. 1.2 Academia de ginástica − Campos de atuação Academia de ginástica pode ser definida como instalação ou espaço, o qual proporciona programas de atividade física sistematizados (exercícios) que pretendem promover e manter um estado de bem-estar físico para uma boa performance e desempenho e/ou saúde. Já Toscano (2001, p. 41) define academias de ginástica da seguinte maneira: [...] centros de atividades físicas onde se prestam serviços de avaliação, prescrição e orientação de exercícios físicos, sob supervisão direta de profissionaisde educação física [...]. A prática de atividade física sistematizada em academia de ginástica vem crescendo ao longo dos anos. São inúmeros os motivos que levam a essa aderência, como por exemplo: melhoria da estética, qualidade de vida, saúde, socialização, diminuição do estresse, lazer e bem-estar psicológico. No mercado das academias de ginástica, são muito utilizados os termos fitness e wellness. Você já ouviu falar sobre eles? Sabe o que significam? , 7 O termo fitness é utilizado para a parte de condicionamento, ou seja, à sua capacidade de realizar determinada atividade física levando em consideração fatores como resistência, força, condicionamento, flexibilidade, composição corporal, entre outros, que denominamos de aptidão física. As pessoas que procuram o conceito fitness querem sempre melhorar o seu desempenho e ser melhores naquilo que fazem. Por exemplo, elas não correm simplesmente pela saúde e para manter o corpo em movimento, mas porque querem ser verdadeiros corredores, potencializando seus resultados. Outro exemplo é seguir o culto ao corpo, ter como prioridade a estética corporal. Enquanto isso, o termo wellness está ligado ao bem-estar e à saúde. Dessa forma, o exercício deve ser capaz de promover benefícios não só para o corpo como para a mente e todo o funcionamento do organismo. Nesse aspecto, outros fatores também são relevantes, como o ambiente, a interação social, a harmonia, e, é claro, o bem-estar. Nos últimos anos, é percebida uma crescente do mercado wellness devido à consciência de que manter uma atividade física regularmente é fundamental para a saúde, e muitas pessoas estão buscando esse objetivo independentemente dos resultados estéticos ou da preocupação em melhorar sua capacidade física. Sendo assim, temos dois campos macro de atuação: o fitness e o wellness. Com isso, obtemos diversas possibilidades de desenvolver programas de treinamento para esses dois campos: bem-estar e performance (condicionamento físico). A modalidade mais comum no mercado das academias é a musculação, que através dos aparelhos específicos para os grupos musculares e também pesos livres, halteres, barras entre outros, o indivíduo realiza um treinamento resistido contra um peso, que resulta em força e resistência musculares. Outra força nas academias são as aulas coletivas, que são aulas que acontecem dentro de uma sala ou espaço onde se reúnem pessoas para fazerem os mesmos exercícios ou modalidade dentro de um determinado tempo e no comando de um Profissional de , 8 Educação Física, como por exemplo: uma aula de jump, ou, até mesmo, de artes marciais. Diversas modalidades foram surgindo nas últimas décadas e elas têm invadido as academias. As mais fortes do momento têm sido as aulas de treinamento funcional, cross training, HIIT e yoga. E com toda essa evolução no mercado, percebemos uma crescente procura por academias que oferecem serviços e experiências para os seus clientes e participantes. 1.3 Nichos e tipos de academia Você sabia que existem vários tipos e modelos de academia? Com toda essa movimentação do mercado fitness e também wellness, foram surgindo modelos e tipos de academias, para que atendessem à necessidade de um público específico e que ao mesmo tempo fossem rentáveis como negócio. 1.3.1 Full Service As academias Full Service são um modelo de academia que oferece um mix completo de serviço, contendo uma grande variedade de modalidades e, além disso, possuem um excelente custo-benefício para os participantes. É como se você pagasse um valor único para ter diversos serviços, como por exemplo: musculação, ginástica coletiva, artes marciais, natação, entre outros. E com essa variedade, o participante pode escolher e experimentar qual modalidade e programa de atividade combina com ele. Oferecendo diversos serviços, e, até mesmo, escola de esporte, esse modelo de academia possui, além de uma infraestrutura grande e abrangente, a necessidade de uma grande quantidade de participantes e também de profissionais que possam , 9 atender a esses participantes. Alguns exemplos de academias Full Service no Brasil: Bio Ritmo, Body Tech, Cia Athlética, Ecofit Academia e GreenLife Academia. 1.3.2 Low Cost Esse modelo de academia vem crescendo a cada ano que passa no nosso país e é um modelo muito comum no mundo afora. Algumas características são essenciais para que uma academia seja considerada Low Cost. Como por exemplo: amplo espaço, grande quantidade de equipamentos, aparelhos e materiais de alta qualidade, autosserviço, ou seja, aulas mais “livres” de supervisão, gerando muito mais autonomia e agilidade ao processo de atendimento ao consumidor, já que a necessidade de procurar alguém para ajudar está cada vez mais saindo de moda. O intuito é desenvolver pessoas cada vez mais autônomas e independentes, que consigam realizar parte dos seus treinos sozinhas. O investimento para esse modelo de negócio é alto e ele precisa de uma estrutura de planejamento muito maior, com processos facilitados e operação reduzida. No Low Cost, a operação deve garantir baixa manutenção e pouca mão de obra e isso exige intenso planejamento de fluxo e também de programas de treinamento que sejam de fácil entendimento e de aplicabilidade. Exemplos de academias Low Cost no Brasil: Smart Fit, Just Fit, Self It, Blue Fit e XPrime. 1.3.3 Estudios/ Studio Na última década, vem crescendo e aparecendo no mercado o conceito de estúdio que assume uma fusão entre o que há de melhor da estrutura da academia com o melhor do serviço especializado ou individualizado. Com isso, temos de exemplo os estúdios de Personal Trainer que têm como objetivo o treino individualizado em um ambiente mais intimista para se treinar com mais atenção, qualidade, privacidade, e segurança. Também temos os estúdios de Pilates, , 10 os quais têm o objetivo de uma prática de exercício especializada em um método que costuma ser personalizado ou em pequenos grupos. O estúdio/studio consegue cumprir a promessa de resultados, pois o estabelecimento está de fato concentrado a resolver necessidades específicas do cliente, seja com a modalidade de funcional, de pilates, de musculação, entre outras. Ao eleger o estúdio como local de treinamento, o participante objetiva manter um alto padrão de qualidade e atendimento com ticket médio (preço a pagar) mais alto do que o convencional, já que o atendimento é especializado e personalizado. Uma característica importante desse tipo de academia é que as aulas são marcadas, ou seja, todo seu treinamento tem hora agendada com antecipação, para que haja limite de participantes por aula, tendo horário para começar e terminar, o que garante atendimento personalizado e adaptável. Exemplos de Estúdios no Brasil: Academia Leven, Action 360, Tecfit Brasil e The Pilates Studio Brasil – Authentic Pilates. 1.3.4 Box As modalidades como treinamento funcional e Crossfit vêm crescendo nos últimos anos, por isso, a cada dia, mais pessoas procuram por essas modalidades para se exercitarem. Quebrando a rotina convencional da musculação, esses métodos são realizados a partir dos movimentos naturais do nosso corpo que também desenvolve a força. Com isso, surgiu o famoso Box, que nada mais é do que um grande galpão, onde são realizados todos os treinos, em um único espaço, na maioria das vezes, de forma coletiva e com grande número de pessoas. E com isso, acontecem as aulas, de forma circuitada, ou por séries, e, até mesmo, desafios. Muito próximo ao estúdio, ele também tem hora marcada para começar. , 11 O ambiente é mais descolado, hoje contando com uma arquitetura também exclusiva e um amplo espaço para a realização das aulas. Exemplos de Box no Brasil: My Box Nutrition, Box Crossfitxperience, Crossfit Brasil, SoulBox e Clinicaboxfuncional.1.3.5 Academia de Nicho A Academia de Nicho surgiu com o intuito de juntar pessoas com o mesmo gosto, em uma modalidade específica em si. Sendo diferente das outras categorias, as academias de nicho são extremamente focadas em um público-alvo ou tribos (por exemplo, idosos, só mulheres, dançarinos, corredores amadores), ou uma modalidade (por exemplo, dança, MMA, bike indoor). Com esse nicho, as atividades são especializadas e direcionadas com mais qualidade e criando novos conceitos. Por se tratar de um nicho, a quantidade de participantes não é grande se comparada a uma academia Full Service ou Low Cost, por exemplo. Por isso, o investimento em atendimento personalizado e alta qualidade na prestação de serviços se mostram necessários para conquistar e fidelizar seus participantes. Ela pode parecer muito próxima ao modelo estúdio, mas seu grande diferencial está na sua metragem e realmente em trazer experiências e inovações que o estúdio talvez não consiga por sua limitação física de espaço ou quantidade de participantes. Aqui, o foco está especialmente na experiência do participante. Reforçamos: academias de nicho exigem uma alta qualidade na prestação de serviço, com profissionais especializados. Exemplos de Academia de Nicho no Brasil: Velocity, My Gym, Estúdio de Dança Anacã, Team Nogueira e Instituto Biodelta. 1.3.6 Boutique Já imaginou uma academia com equipamentos de última geração, locais específicos para selfies, café para conhecer outras pessoas e serviços de spa, como lounge de relaxamento e centro de beleza? Essa é a realidade das academias boutique. , 12 Há muito tempo que as academias deixaram de ser apenas espaço para a prática de exercícios! Hoje são pontos de encontros, centro de lifestyle e saúde. De olho no comportamento do consumidor, alguns negócios fitness adotaram o conceito de boutique, ampliando a oferta de serviços personalizados dentro da academia para um público selecionado. Esse modelo traz conceitos de luxo e conforto, associados a infraestruturas super- modernas e diferenciadas entre outros atributos que fazem com que o participante tenha uma experiência premium na sua prática diária de exercícios físicos. Exemplos de Academia Boutique no Brasil: Les Cinq Gym, Sett Academia, Meu Mood, Bodytech – Iguatemi e Unique Academia Boutique. 1.4 Consumidor e Comportamento De acordo com a International Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA), o Brasil possui a quarta maior população mundial que frequenta academias, estúdios, clubes, entre outros estabelecimentos que promovem programas de atividade física, e com isso estamos entre os 18 países com maior número de academias por habitante, somando mais de 8 milhões de clientes. Mas isso também significa que somente 4% da população brasileira frequenta algum estabelecimento licenciado para trabalhar com a orientação da atividade física. E o que isso significa? Isso significa que ainda temos muitas pessoas para atingirmos e fazer com que elas possam realmente frequentar e realizar programas de atividade física com a supervisão de um profissional em um estabelecimento licenciado pelo Conselho Federal de Educação Física (CONFEF). No comportamento do consumidor, são observados os processos em que indivíduos ou grupos selecionam, compram ou usam produtos ou serviços. A partir disso, muitas academias tiveram ideias para criar experiências e serviços para satisfazer suas próprias necessidades e desejos pessoais ou grupais. , 13 Contudo, é necessário olhar para o consumidor e os seus desejos, para criar e entregar algo que seja interessante, vantajoso e solucionador, e no mercado de academias não é tão diferente. A partir dos anos 1980, no Brasil, pôde-se observar um maior interesse dos indivíduos pela atividade física de musculação, tendo como influência grandes atores que representavam o fisiculturismo, como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, aumentava o interesse da população brasileira no esporte, e na prática de atividade física em academias de ginástica. Com o passar dos anos, e com a ajuda da ciência, o mercado de academia abriu portas para o conceito wellness, o qual aumentou o número de pessoas frequentadoras e consolidando que a prática de atividade física de forma moderada e constante se trata de um ótimo e eficiente método de obtenção de uma maior qualidade de vida, o que aumenta a busca por academias de ginástica. Sabemos que os dias estão cada vez mais corridos, o que atrapalha a ida até a academia, além do que passar horas na academia também é algo inviável. Com isso, o mercado se atentou e começou a trazer treinos mais curtos e eficientes, para que pudessem ser realizados e encaixados na rotina semanal. Com métodos como circuitados, alternados, combinados, express, entre outros, facilitou-se a aderência do participante aos programas de atividade física. Como exemplo, temos a aula coletiva em que a própria sentiu o impacto, de modo que antigamente boa parte das aulas era de 45 e 60 minutos, e hoje encontramos aulas rápidas de 15 e 30 minutos. Prevendo a necessidade de resultado, juntamente com tempo disponível e frequência semanal, surgiram os treinos de eletroestimulação. Criada e desenvolvida na Alemanha há mais de 10 anos, a eletroestimulação é um treino de força e também funcional em que o praticante, usando uma roupa especial, é conectado a uma máquina de última geração que promove ativação muscular intensa por meio de impulsos elétricos. O programa apresenta em 2 vezes semanais com tempo de 20 minutos de treinamento em cada sessão resultados eficientes sem exigir mais do corpo e sem risco de lesões. , 14 1.5 Futuro do mercado das academias Na última década, o mercado das academias no Brasil conheceu uma expansão frenética, não somente pela busca pelo corpo forte e malhado, mas principalmente pelo aumento da importância dada pelos meios de comunicação como rádio, TV, jornais, entre outros, para a importância de se buscar uma forma de vida mais saudável, como a lifestyle, em que a atividade física é um dos pilares para manter a saúde e cuidar de diversos males como obesidade, hipertensão, diabetes, entre outros. Animador foram os números apresentados pelo mercado nos últimos anos, devido a toda a sua evolução e crescente, mas, para que isso pudesse ocorrer, houve uma mudança principalmente nos modelos de negócios, com o aparecimento de novos estabelecimentos e novas metodologias, com objetivo de atender a um público-alvo, com uma modalidade ou método específico e, principalmente, uma nova forma de se relacionar com o cliente. Novos produtos e modelos de negócio surgiram e surgirão nos próximos anos, sempre acompanhados da evolução da necessidade e do comportamento humano; com isso, devemos nos manter atualizados e sempre observar o mercado de academias de forma mais profunda e analítica. Não somente com a paixão e a vontade de fazer, mas definindo bem qual será o produto, o serviço, quem são os clientes, qual o investimento que será necessário para alcançar o sucesso e, é claro, através de muito trabalho. O ambiente de realidade virtual já é uma tendência de hoje e do futuro, o qual promete revolucionar os treinos e as aulas das academias. Com o ambiente cheio de telas que permitem a projeção de imagens gráficas, como de paisagem, ou caminhos, ao som de canções que combinam com essas imagens, e, até sentindo o aroma que remete e conecta todos os sentidos, possibilita-se ao participante a se remeter à sensação de como se estivesse realmente nesses ambientes. Assim, enxergamos a academia do futuro, planejada para transformar o treinamento físico em uma experiência também sensorial. Chamado de fitness imersivo, o conceito começa a ser , 15 adotado por academias americanas e virou objeto de estudo por seu potencial para revolucionar ostreinos. Conclusão Neste bloco, falamos desde o conceito e a origem das academias no Brasil até os estudos de tendências mundiais que se firmam e demonstram a aceleração e a globalização desse segmento no mundo afora. Com foco no consumidor e em seus comportamentos, houve mudanças de modelos de negócios, que trouxeram outros tipos de academias, tornando o exercício físico mais acessível a todos os públicos, tribos e com novos serviços. Além disso, abordamos o futuro desse mercado, que só tem a crescer, oportunizando novas experiências ao cliente em realidades virtuais e também sensoriais, não podendo nos esquecer dos treinos rápidos e eficientes. REFERÊNCIAS IHRSA. International Health, Racquet and Sportsclub Association Global. Report 2019. Rob Goldman, Columbia Association: Columbia, MD, 2019. THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2017: the CREP Edition. ACSMs Health Fit J., v. 21, n. 6, p. 10-19, 2016. THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2018: The CREP Edition. ACSMs Health Fit J., v. 21, n. 6, p. 10-19, 2017. THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2019. ACSMs Health Fit J., v. 22, n. 9, p. 10-17, 2018. THOMPSON, W. R. Worldwide survey of fitness trends for 2020. ACSMs Health Fit J., v. 23, n. 6, p. 10-18, 2019. TOSCANO, J. Academia de Ginástica: um serviço de saúde latente. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, v. 9, n. 1, p. 40-42, jan. 2001. , 16 Bibliografia complementar CAPINUSSÚ, J. M. Academias de ginástica e condicionamento físico: origens. In: DA COSTA, L. (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. CORBIN, C. B.; LINDSEY, R. Physical Fitness Concepts. Brown and Benchmark, 1996. SANTOS, M. A. Ginástica de academia. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. VIDAL, A. B; RIBEIRO, C. A; KERJEB, M. H. Ginástica de academia: aprendendo a ensinar. São Paulo: Phorte, 2018. , 17 2 GINÁSTICA DE ACADEMIA Apresentação Em 1914, surgiu a primeira academia no Brasil, com molde comercial na cidade de Belém (PA) e oferecia a modalidade de Jiu-Jítsu. Em 1925, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) foi aberto um ginásio voltado para a prática de halterofilismo (levantamento de peso e culturismo) e ginástica olímpica, idealizado por Enéas Campello. Em meados de 1930, a professora Gretch Hillefeld foi responsável pelo surgimento da primeira academia de ginástica que se fundamentava no método de ginástica analítica com adaptações às necessidades e características do povo brasileiro. A academia também se encontrava na cidade do Rio de Janeiro (RJ). A partir daí, as academias começaram a surgir em todo o país, onde se praticava ginástica de diversas formas, e, é claro, a musculação. Foi na década de 1960 que esse cenário começou a ganhar mais espaços e sofrer mudanças de acordo com o público, ganhando importância e maior visibilidade, atraindo diversos praticantes (CAPINUSSÚ, 2006). Pereira (1996) afirma que um dos motivos que auxiliou o crescimento das academias foi o fator “segurança”, pois os parques, as praças e as ruas tornavam-se cada vez mais perigosos, além do grande crescimento populacional, o que impedia a livre movimentação. A ginástica, como forma de atividade física que impulsionou as academias como conhecemos hoje, teve origem na calistenia. Em seguida, passou-se a utilizar a música como estratégia para acompanhar todo o movimento e também motivar os participantes e clientes durante os exercícios, principalmente cardiorrespiratórios (aeróbios), prática incentivada pelo médico Kenneth Cooper. A partir de então, as academias multiplicaram-se. 2.1 Aulas coletivas As aulas coletivas, podendo também ser conhecidas como ginástica coletiva, nada mais são do que aquilo que acontece dentro de uma sala ou espaço que limita pessoas para , 18 fazerem os mesmos exercícios ou modalidade dentro de um determinado tempo e no comando de um Profissional de Educação Física. Você sabia que essa prática já ocorre desde a década de 1960 no Brasil e no mundo? Quando as modalidades como Aeróbica, Street Dance e Step foram febre dentro das academias, abriram-se portas para esse nicho de mercado fazendo com que cada vez mais os profissionais se especializassem nas práticas dessas atividades. No Brasil, as aulas coletivas começaram a ganhar espaço no início da década de 1980, com a Ginástica Aeróbica, e assim se foi propagando essa e outras modalidades pelo Brasil afora. As coletivas têm a possibilidade de ofertar vários tipos de aulas, podendo ser: neuromotoras, que estão relacionadas com força e resistência musculares; aeróbicas, que são trabalhos cardiovasculares; aulas intensas com grande frequência cardíaca e adrenalina; funcionais e adaptáveis para o dia a dia e voltadas para o condicionamento físico; e body minds, que nada mais são do que exercícios concentrados que exigem a relação de corpo e mente, entre outras. Com todas essas opções, o que não faltam são modalidades para todos os públicos e todos os gostos. Nos últimos anos, percebe-se uma crescente procura por academias que oferecem serviços e experiências diferenciadas. Uma das experiências ofertadas tem sido as aulas coletivas, não só nas academias tradicionais, mas também nos estúdios e nas academias boutiques (segmentadas e especializadas em poucos ou em um único serviço), que vêm investindo e apostando em aulas coletivas, em algumas modalidades e também nas “tribos” (pessoas que têm gostos e desejos em comum). “Nos últimos três anos a procura pelas aulas coletivas reaqueceu o mercado, trouxe os participantes de volta para as salas de aulas nas academias, criou novos nichos de modalidade indoor e outdoor e muitas oportunidades para os profissionais desse setor empreenderem”, disse Andréa Vidal, Diretora da Fitness Mais e Palestrante na última IHRSA Brasil Fitness Convention. Certamente, as pessoas que ainda se mobilizam coletivamente, procuram esse tipo de atividade, esperando se divertir, encontrar outras pessoas que também gostam de se exercitar em grupo, de dançar com pessoas, participar de uma tribo, de um , 19 movimento, de uma manifestação, e por isso, frequentam e procuram por aulas coletivas. Com esse cenário, listamos alguns fatores que contribuem para a crescente das coletivas no mercado: Menor custo: aulas em grupos incidem em menor custo para as academias em relação à própria sala de musculação, onde um Profissional consegue atender um maior número de pessoas dentro de uma atividade, o que aumenta o número de participantes por metro quadrado; Aulas interessantes: as atividades são mais divertidas, e, até lúdicas, o que atrai diversos públicos, quebrando a rotina e entregando serviço de exercício físico ao cliente; As tribos: as aulas começaram a criar identidades e assim aproximando e conectando as pessoas que têm os mesmos objetivos e interesses, formando assim as tribos; Curtas e eficientes: olhando a necessidade do cliente, surgiram aulas e protocolos de treinamentos que são eficientes com pouco tempo de treinamento e mais intensidade. O Profissional de Educação Física que atua nas coletivas é responsável por diversas situações com o serviço que entrega. É importante conectar as pessoas e o exercício físico. Sendo assim, o mesmo é responsável dentro das aulas coletivas, identificando as características individuais de seus participantes, fazer ajustes de suas aulas de acordo com o perfil da turma, considerando os objetivos, a escolha da música, metodologias coreográficas, protocolos, repertório, execução dos exercícios, intensidade, entre outros. Torna-se imprescindível na atualidade que o profissional busque aprimoramento profissional, ou seja, cursos e formações específicas para atuar nas coletivas com excelência emais eficiência. Para isso, seguem algumas dicas para você que queira aproveitar esse mercado e atuar nas coletivas, sendo um profissional de sucesso: , 20 1. O profissional precisa desejar sempre uma sala cheia. Não é rentável ter aulas com pequenas quantidades de participantes, deve-se ter a ambição em ter as aulas cheias e mais desejadas em seu trabalho. 2. Ter conhecimento técnico das modalidades ministradas, sejam elas no campo fisiológico, biomecânico, e, até mesmo, nas estruturas técnicas que respeitem a modalidade e a sua autenticidade, podendo ser um programa, ou uma aula padronizada na academia. 3. Ser pontual e respeitar os horários e cronogramas são pontos imprescindíveis para o profissional de coletivas. Atentar-se para nunca atrasar nas aulas, respeitando a sua e/ou de outro profissional e, principalmente, o cliente, pois ele se programou para fazer essa aula naquele horário. 4. Ao saber que irá se ausentar, providenciar algum profissional substituto. Isso facilita a sua relação com a gestão sem causar a falta da entrega do serviço para o cliente. 5. Estar sempre atento às expectativas de entrega do serviço ao cliente, e o percebendo como um todo. 2.2 Modalidades de estilo livre, pré e pró-coreografado Para garantir maior adesão às aulas, é importante promover uma aula possível para todos os níveis de condicionamento físico e consciência corporal, que atenda a homens e mulheres de diversas faixas etárias. Para atingir esses objetivos, o papel do profissional é fundamental. Nas coletivas, além das modalidades e dos tipos de aulas, temos modelos que podem ser empregados em todas elas, que são diretrizes e princípios que auxiliam o profissional de Educação Física na montagem até na aplicação de suas aulas. Com isso, o profissional tem a possibilidade de ministrar as suas aulas no estilo livre, pré- coreografado ou pró-coreografado (VIDAL; RIBEIRO; KERJEB; 2018). Estilo Livre: o próprio profissional de Educação Física é o autor da aula, planejando-a segundo as características, os objetivos e as necessidades dos seus participantes e da modalidade. O profissional de Educação Física é quem escolhe as músicas, os exercícios, as coreografias, o número de repetições, as estratégias didáticas, os recursos materiais, entre outros fatores relacionados à construção da aula. , 21 Pré-coreografado: o profissional de Educação Física não participa da elaboração da aula, recebendo o material contendo vídeo, músicas e um roteiro predeterminado e bastante detalhado com exercícios, coreografias, número de repetições, estratégias didáticas, dicas de execução e de instrução para estudar passo a passo e reproduzi-los para seus participantes, sem modificações. Esse tipo de aula, em geral, é comercializado por empresas especializadas, o que leva o profissional de Educação Física a participar de um treinamento inicial capacitando-o para ministrar essa aula, e a cada período, que pode ser, por exemplo, de três meses, participar de cursos ou workshop de reciclagem obrigatório, em que existe uma taxa a pagar pelo profissional de Educação Física, o qual receberá um novo kit de material para que aprenda uma nova aula. Dependendo da empresa fornecedora de aulas pré-coreografadas, a academia deve efetuar pagamento de taxas de licenciamento. Pró-coreografado: nesse caso, segue-se o mesmo padrão da aula pré-coreografada, contudo, o profissional de Educação Física pode realizar pequenas mudanças na estrutura da aula, adaptando-se aos diferentes grupos e níveis de participantes, respeitando sempre as diretrizes preestabelecidas. O quadro abaixo relaciona a categoria da modalidade, a qual aprenderemos em seguida, as aulas ministradas no estilo livre com as suas aulas correspondentes no estilo pré e pró-coreografados, de acordo com as características e os objetivos apresentados por cada uma. Tabela 2.1 – Modalidades nos variados estilos MODALIDADE ESTILO LIVRE PRÉ-COREOGRAFADO PRÓ-COREOGRAFADO Neuromuscular Localizada Body pump Power Mix Aeróbia Aerofight Body combat Fight Do e Ki Max Aeróbia Step Body step Extreme 55 Aeróbia Ritmos Body jam e SH'BAM Fit Dance e Zumba Body & Mind Alongamento e Pilates Body balance Oxygen Aeróbia Ginástica Aeróbica Body attack *** Aeróbia Jump Power Jump Jump Fit Neuromuscular Core e Funcional CX WORK Factor F Aeróbia Ciclismo Indoor RPM Top Ride Fonte: Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). , 22 2.3 Modalidades Aeróbias Dentro das coletivas, existem categorias que guiam as modalidades em suas predominâncias fisiológicas. As mais conhecidas, são as atividades aeróbias. Com o objetivo principal de um trabalho cardiovascular e cardiorrespiratório, as modalidades apresentam características de aumento da frequência cardíaca, ritmo e coordenação motora. Esse tipo de modalidade pode causar a sensação de cansaço (maior consumo de oxigênio) e esse efeito é causado pelo estímulo das funções cardiorrespiratórias e vasculares na utilização do oxigênio para gerar energia para os músculos em atividade. Geralmente, os movimentos são de intensidade baixa ou moderada, embora durem mais tempo. O metabolismo volta à atividade normal logo após o término do exercício, o que não traz a sensação de esgotamento, diferente dos exercícios anaeróbicos de alta intensidade como HIIT, por exemplo. Abaixo, você irá conhecer as modalidades mais tradicionais e principais das aulas coletivas com predominância aeróbia. 2.3.1 Ginástica aeróbica Diferente do que muitas pessoas imaginam, a Ginástica Aeróbica é uma modalidade própria, que ao combinar movimentos de membros inferiores e superiores, forma uma coreografia e promove o desempenho da aptidão cardiorrespiratória. Nessa modalidade, não existe a utilização de nenhum material, apenas a música. A Ginástica Aeróbica é constituída por dois tipos de movimentos: os de baixo e os de alto impacto. Além disso, a maioria desses passos é utilizada e reaproveitada em outras modalidades. Os movimentos de baixo impacto são caracterizados quando um dos pés mantém contato com o solo; já nos movimentos de alto impacto existe uma fase aérea, onde os dois pés perdem, momentaneamente, o contato com o solo. Abaixo, exemplos de movimentos utilizados na Ginástica Aeróbica: , 23 Tabela 2.2 – Movimentos Básicos da Ginástica Aeróbica BAIXO IMPACTO ALTO IMPACTO Step Touch Saltito Marcha Tcha Tcha Passo V Twist Mambo Corrida Grapevine Pêndulo Lunge Lateral/Frontal Polichinelo Toque de Calcanhar Polissapato Elevação de Joelho Chassé Elevação de Calcanhar Chute Frontal/ Lateral Pivô Cancan Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). As aulas de Ginástica Aeróbica geralmente são aulas de 45 a 60 minutos que são estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento: de 4 a 7 minutos; Parte Principal: 35 a 43 minutos; Coreografia Final: 3 a 5 minutos; Esfriamento: 3 a 5 minutos. Durante a parte principal, o profissional de Educação Física desenvolve em blocos (de dois a quatro) todo o processo pedagógico para que possa chegar à coreografia final, que acaba sendo a junção dos blocos, realizada sem alguma interrupção. , 24 2.3.2 Jump O Jump é uma aula com características aeróbicas com pequenos saltos, corrida estacionária e movimentos coreografados sobre uma minicama elástica individual. Essa aula enfatiza o trabalho cardiovascular por meio de variações e combinações de membros superiores e inferiores, e em virtude de sua superfície elástica, promove a redução do impacto. Nas aulas de Jump, os exercícios podem ser divididos em dois grupos, de acordo com a forma que é feita a aterrissagem sobre a lona: apoio alternado dos pés também , 25 conhecido como exercício de família 1 e apoio simultâneo também conhecido de família 2. Movimentos de apoio alternado:são aqueles em que ocorre a transferência constante de peso de um pé para o outro. São considerados de menor intensidade e necessitam de maior equilíbrio pela diminuição da base de apoio. Movimentos de apoio simultâneo: são aqueles executados com apoio de ambos os pés, simultaneamente. Apresentam maior intensidade do que os de apoio alternado, porém, demandam menor equilíbrio. Abaixo, exemplos de movimentos de liderança de apoio alternado e apoio simultâneo utilizados nas aulas de Jump: Tabela 2.3 – Movimentos Básicos do Jump APOIO ALTERNADO – F1 APOIO SIMULTÂNEO – F2 Tap Passo Básico Pré-Corrida ou Marcha Twist Hop ou Skip Polichinelo Step Touch Polissapato Cowboy (baixo e alto) Canguru Elevação de Joelho Grupado Femoral *** Elevação de Calcanhar Frente *** Galope *** Sprint *** Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). As aulas de Jump atualmente são aulas de 30, 45 e até 60 minutos que são estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento: de 3 a 8 minutos; Parte Principal: 25 a 45 minutos; Esfriamento: 2 a 7 minutos. , 26 , 27 2.3.3 Step A aula de Step trata-se de uma aula que enfatiza o condicionamento aeróbio, de baixo impacto, usando habilidade de locomoção, estabilização, entre outros. Ela consiste em subir e descer de uma plataforma de altura variável (step), utilizando, também movimentos de membros superiores dentro de uma sequência coreografada com acompanhamento musical, para marcação do ritmo. Os movimentos fundamentais do step podem dividir-se em dois tipos, dependendo do tipo de liderança: simples ou alternados. A liderança está relacionada com a perna que inicia o movimento, ou seja, se um passo tem início com a perna direita, dizemos que essa é a perna líder, sendo assim: Liderança Simples: quando um movimento é executado diversas vezes, de forma consecutiva, sem modificação no padrão de movimento, e a perna líder sempre permanece a mesma, ou seja, não permite a troca natural da perna, recaindo sobre a mesma perna. Todo movimento de liderança simples inicia com uma perna e termina com a outra. Liderança Alternada: quando um movimento é executado diversas vezes de forma consecutiva, sem modificação no padrão de movimentos, e ocorre a alternância de perna líder (ora direita, ora esquerda), ou seja, permite a troca natural da perna, não recaindo sempre sobre a mesma perna. Todo passo de liderança alternada inicia e termina com a mesma perna. Abaixo, exemplos de movimentos de liderança simples e de liderança alternada utilizados nas aulas de Step: , 28 Tabela 2.4 – Movimentos Básicos do Step LIDERANÇA SIMPLES LIDERANÇA ALTERNADA Básico Elevação de Joelho Passo V Elevação de Calcanhar Reversão Chute Lunge – Frontal/Lateral Abdução Montaria Quadril Mambo Toque no Chão Pivô Galope Atravessa Baby Mambo Passo T Step Touch Pêndulo Passo L Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). As aulas de Step atualmente são aulas de 30 a 45 minutos que são estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento: de 3 a 5 minutos; Parte Principal: 25 a 35 minutos; Esfriamento: 2 a 5 minutos. Assim como outras modalidades, durante a parte principal, o profissional de Educação Física desenvolve em blocos (de dois a quatro) todo o processo pedagógico para que possa chegar à coreografia final, que acaba sendo a junção dos blocos, realizada sem alguma interrupção. , 29 2.4 Modalidades neuromusculares Outra categoria que possui diversas modalidades nas coletivas são as neuromotoras. As aulas neuromotoras têm o objetivo do trabalho de força, hipertrofia e tonificação muscular. Essas aulas são realizadas com uma carga externa, como: halteres, barras, elásticos e também o próprio peso corporal. O intuito é que o participante vença uma força externa, resistindo ao peso. Os exercícios resistidos são os mais eficientes para aumentar a capacidade contrátil e o volume dos músculos esqueléticos. A realização desses exercícios está diretamente relacionada ao recrutamento das fibras musculares, tanto as fibras brancas quanto as , 30 vermelhas. O treinamento resistido, assim como qualquer outro tipo de atividade, contribui para a redução do tecido adiposo por meio do gasto calórico gerado pelo treinamento. No entanto, ele também potencializa esse efeito, em razão do aumento da taxa metabólica basal, fruto do aumento da massa magra. Abaixo, você irá conhecer as modalidades mais tradicionais e principais das aulas coletivas com predominância neuromuscular. 2.4.1 Ginástica Localizada A famosa Ginástica Localizada como um método de condicionamento físico tem por objetivo o desenvolvimento ou a manutenção da força muscular e da resistência muscular localizada (RML) por meio de exercícios analíticos livres ou com sobrecargas externas. Ela é caracterizada por gestos motores analíticos e voluntários, devidamente orientados pelo profissional de Educação Física, que, na maioria das vezes, realiza o movimento e o exercício junto ao participante. A aula é muito procurada principalmente pelas mulheres, como uma estratégia de fugir da monotonia da musculação, e tonificar o corpo fazendo força. Um dos fatores é que o participante realiza os movimentos de acordo com a batida da música, fator estimulante, além do fato de que uma aula não costuma ser igual à outra. Tendo como objetivo trabalhar o corpo inteiro, o profissional de Educação Física desenvolve sequências para todas as partes do corpo. No quadro abaixo, exemplos de movimentos por grupo muscular utilizados nas aulas de Ginástica Localizada: , 31 Tabela 2.5 – Movimentos e Exercícios Localizados MEMBROS INFERIORES MEMBROS SUPERIORES TRONCO Agachamento Desenvolvimento Flexão de Tronco Afundo Flexão de Braços Flexão de Quadril Abdução de Quadril Rosca Direta Rotação de Tronco Adução de Quadril Coice - Tríceps Extensão de Coluna Extensão de Quadril Remada Aberta Abdominal Remador Stiff Elevação Lateral Abdominal Crunch Tríceps Sural Supino Abdominal Infra Agachamento Sumô Rosca Martelo Flexão Lateral do Tronco Lunges Tríceps Francês Abdominal Oblíquo Cruzado Glúteo 6 Apoios Remada Fechada Nadador Fonte: elaborado pelo autor com base em Costa (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). As aulas de Ginástica Localizada atualmente são aulas de 30, 45 minutos e até 60 minutos que são estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento: de 3 a 8 minutos; Parte Principal: 25 a 45 minutos; Esfriamento: 2 a 7 minutos. Diferente das outras modalidades, durante a parte principal, o profissional de Educação Física possui diversas possibilidades para desenvolver a sua aula, e a escolha da sua sequência pode ser baseada nos seguintes modelos: Alternada por Segmento: exemplo: o 1º Exercícios para o ombro (MMSS); o 2º Exercício para a coxa (MMII); o 3º Exercício para o abdômen (tronco). Localizada por Segmento Simples: exemplo: o 1º Rosca direta; o 2º Abdução de ombro; o 3º Agachamento; o 4º Abdução do quadril. , 32 Localizada por Segmento Direto: exemplo: o 1º Agachamento; o 2º Afundo; o 3º Tríceps Francês; o 4º Tríceps Coice. Localizada por Segmento Agonista/Antagonista: exemplo: o 1º Abdução do quadril; o 2º Adução do quadril; o 3º Tríceps francês; o 4º Rosca direta. Localizada por Segmento Pré-Exaustão: exemplo: o 1º Crucifixo; o 2º Supino; o 3º Flexão de braço. Localizada por Segmento Completo por Articulação: exemplo: o 1º Agachamento; o 2º Extensão de quadril; o 3º Abdução de quadril; o 4º Adução do quadril. Outra estratégia que faz com que a aula seja mais dinâmica e também desafiadora é a quantidade de possibilidades e de materiais que podem ser utilizados durantea aula. Seguem abaixo alguns exemplos de materiais mais utilizados nessas aulas: Halter; Barra com anilhas; Tornozeleiras; Elásticos (Mini Band, Rubber Band, Super Band); Step; , 33 Colchonete; Fitball (Bola Suíça); Bastão; Medicine Ball; Kettlebell; Fita de Suspensão (TRX), entre outros. , 34 2.4.2 Abdômen ou ABS As aulas de abdômen são tradicionais nas academias, e têm como objetivo todo o trabalho da região do abdômen. Atualmente, dentro dessas aulas, também vêm sendo realizados exercícios para quadrado lombar, paravertebrais e todo o tronco, também conhecido como Core. É comum os professionais de Educação Física utilizarem a denominação de supraumbilical e infraumbilical para se referir à determinada porção do abdômen; sendo assim, eles utilizam a flexão de tronco para caracterizar a porção supra e a flexão do quadril para infra. Mas sabemos que não existe essa divisão do ponto anatômico. Estudos confirmam que, na prática, ela também não é valida, e é percebido que muitos exercícios utilizados para a região supraumbilical geram maior ativação muscular na região infraumbilical em comparação aos exercícios utilizados para esse fim (ESCAMILLA et al., 2006). No quadro abaixo, veremos possibilidade em colunas de movimentos, planos, estímulos e ativação predominante que o profissional de Educação Física poderá utilizar nas aulas de abdômen: , 35 Tabela 2.6 – Variações e Ativação do Abdômen ESTÍMULO VARIAÇÃO DE PLANOS VARIAÇÃO DE MOVIMENTO ATIVAÇÃO PREDOMINANTE Isometria Decúbito Ventral Mobilidade de Coluna Preparação e Aquecimento Excêntrica Decúbito Dorsal Flexão de Tronco Supra-Abdominal (Reto) Concêntrica Decúbito Lateral Flexão de Quadril Infra-Abdominal Insistência Ajoelhado Rotação de Tronco Oblíquos e Quadrado Lombar Exaustão Sentado Extensão de Coluna Quadrado Lombar e Paravertebrais *** Em Pé Combinado - Integrado Varia com o Exercício Fonte: elaborado pelo autor com base em Costa (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). Para facilitarmos a sua compreensão, mais um quadro relacionando as variações de movimentos e exemplos de exercícios: Tabela 2.7 – Variações e Exercícios do Abdômen VARIAÇÃO DE MOVIMENTO EXERCÍCIO Mobilidade de Coluna Gato (CAT) Flexão de Tronco Abdominal Curto Flexão de Quadril Abdominal Infra Simples Rotação de Tronco Oblíquo Cruzado Extensão de Coluna Perdigueiro Combinado - Integrado Abdominal Canivete Isometria Prancha Ventral Exaustão Abdominal Remador (até a falha) Fonte: elaborado pelo autor com base em Costa (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). As aulas de abdômen muitas vezes são utilizadas como estratégias de complemento de um treino anterior, seja na musculação, ou até mesmo, uma aula cardiovascular. Sendo assim, existem aulas express de 15 minutos e também aulas específicas como a que trabalha a região de Core que geralmente são de 30 minutos. As aulas podem ser estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento/Preparação: de 2 a 5 minutos; Parte Principal: 12 a 23 minutos; Esfriamento: 1 a 2 minutos. , 36 Essas aulas também podem contar com a utilização de materiais, para resistência de força, ou, até mesmo, gerar instabilidade para ativação do Core. Conheça alguns exemplos de materiais mais utilizados nessas aulas: Anilhas; Tornozeleiras (no peito); Step; Colchonete; Fitball (Bola Suíça); Medicine Ball; Bosu; Disco de Equilíbrio; , 37 2.5 Modalidades Body & Mind (Zen) As modalidades Body & Mind, também conhecidas como Zen, vêm aumentando a procura e expansão de novas modalidades nas últimas décadas. Essas aulas têm o objetivo de desenvolver a consciência corporal, postural, a conexão consigo mesmo e , 38 com o próprio corpo através de técnicas de concentração, flexibilidade, controle e equilíbrio. A seguir, você irá conhecer as modalidades mais tradicionais e principais das aulas coletivas com predominância Zen. 2.5.1 Alongamento e Flexibilidade As aulas de alongamento também são tradicionais nas academias, porém existem algumas características que fazem com que essas modalidades possam ter objetivos diferentes. O mais comum são aulas de alongamento e flexibilidade, utilizando métodos também de relaxamento e mobilidade, envolvendo grandes e pequenos grupos musculares, respeitando o alinhamento corporal. O objetivo dessas aulas é levar aos participantes o desenvolvimento e a manutenção da flexibilidade, mobilidade, alívio de tensões e alongamento muscular, trazendo assim a melhora na capacidade funcional. Abaixo, você irá compreender a diferença de cada estímulo: • Alongamento: é um exercício físico com o objetivo de manter e/ou desenvolver com baixa intensidade a flexibilidade, que é uma capacidade física; • Flexibilidade: é uma capacidade física que oportuniza o máximo de amplitude em uma ou mais articulações sem lesioná-las, geralmente de média a alta intensidade; • Relaxamento: envolve variação de técnicas que servem para os alívios de tensões musculoarticulares ou solturas, visando à aquisição de bem-estar e conforto; • Mobilidade: é a capacidade para executar movimentos dentro de grande amplitude de movimentação. A mobilidade pode ser dividida em dois componentes: flexibilidade e capacidade de extensão. , 39 Assim como as aulas de abdômen, as aulas de alongamento/flexibilidade são utilizadas como estratégias de complemento de um treino anterior, seja na musculação, ou até mesmo, numa aula cardiovascular ou neuromuscular. Possibilita aulas express de 15 minutos e também aulas de 30, 45 e 60 minutos. As aulas podem ser estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento/Preparação: de 2 a 7 minutos; Parte Principal: 12 a 48 minutos; Esfriamento/Relaxamento Final: 1 a 5 minutos. No quadro abaixo, veremos em colunas as possibilidades de materiais, estratégias e métodos de flexibilidade: Tabela 2.8 – Possibilidades e Variáveis para Flexibilidade e Alongamento MATERIAIS ESTRATÉGIAS MÉTODOS DE FLEXIBILIDADE Colchonete Individual Método Passivo Mat Pilates em Duplas Método Ativo Step Individual com Automassagem Método Balístico Fitball (Bola Suíça) em Duplas, com Técnica de Massagem Método FNP (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva) Fita de Alongamento Individual com técnicas de Relaxamento FNP - Contração e Relaxamento Rolo de Massagem Meditação Guiada FNP - Contração - Relaxamento / Contração - Agonista Toalha *** *** Bolinha de Tênis *** *** Massageadores *** *** Fonte: elaborado pelo autor com base em Santos (1994) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). , 40 , 41 2.5.2 Mat Pilates − Solo O tradicional Mat Pilates é uma aula baseada no método autêntico Pilates, onde há uma mescla de exercícios de flexibilidade e força a partir do trabalho da musculatura que envolve nosso centro de gravidade e equilíbrio. Essa modalidade é composta por princípios originais do Pilates, como concentração, respiração, centramento (Power House), controle, precisão e fluidez. É um sistema de exercício físico e reorganização postural, que procura integrar o corpo e a mente, com aplicação de princípios básicos fundamentais desenvolvidos por Joseph Hubertus Pilates. O objetivo dessa aula é levar aos participantes uma maior compreensão dos seus corpos, aumentando, dessa forma, sua consciência corporal, para que possam usufruir de uma melhor qualidade de vida, resultante do aprimoramento da sua capacidade funcional. , 42 Nas aulas, existe a possibilidade de executá-las apenas com o próprio corpo e um colchonete ou com a utilização de materiais. Conheça alguns exemplos de materiais mais utilizados nessas aulas: Colchonete; Tapete de Yoga ou Mat; Fitball (bola suíça); TonningBall; Faixa Elástica; Disco de Rotação; Rolo de Pilates ou Yoga; Círculo Mágico; Soft Ball; Over Ball; Por ser modalidade tradicional e referência mundial, os exercícios são padrões com nomenclatura de língua inglesa e você poderá acompanhar, no quadro abaixo, exemplos de movimentos, na nomenclatura original e a sua tradução: Tabela 2.9 – Nomenclatura Original e Traduzida do Mat Pilates EXERCÍCIOS NOMENCLATURA ORIGINAL EXERCÍCIOS − NOMENCLATURA TRADUZIDA The Hundred O Cem Roll Up Rolamento Para Cima One Leg Circle Círculo com uma Perna Rolling Like a Ball Rolando como uma Bola Double Leg Stretch Alongamento das Duas Pernas Single Straight Leg Stretch Alongamento de uma Perna Estendida Shoulder Bridge Ponte sobre os Ombros Roll Over Rolamento por Cima Single Leg Kick Chute de uma Perna Spine Twist Torção da Coluna Saw Serrote Teaser Desafio Swimming Nadando Seal Foca Side Bend Inclinação Lateral Fonte: elaborado pelo autor com base em Pilates (1998) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). , 43 As aulas de Mat Pilates atualmente são aulas de 30, 45 e até 60 minutos que são estruturadas da seguinte maneira: Aquecimento: de 3 a 8 minutos; Parte Principal: 25 a 45 minutos; Esfriamento: 2 a 7 minutos. Essa modalidade exige que o profissional de Educação Física possa por muitas vezes demonstrar e executar, orientando ao mesmo tempo os seus participantes. É necessário estar atento para evitar a troca de planos desnecessária (em pé/ sentado/ em pé/ deitado) para seguir uma fluidez na ordem dos exercícios escolhidos pelo profissional de Educação Física. , 44 , 45 Conclusão As aulas coletivas são as atividades que mais envolvem pessoas ao mesmo tempo, pois estão todos no mesmo local realizando a mesma aula. Contudo, elas também sofrem diversas atualizações com novas modalidades e inovação nas modalidades que já são tradicionais, como Jump, Step, Ginástica Localizada, Mat Pilates, entre outros. As coletivas se tornam acessíveis pelo fato de haver diversos métodos e tipos de treinamentos, com objetivos específicos diferentes, que vão desde o emagrecimento ao participante que procura se movimentar de forma leve e conectar-se consigo mesmo. E com isso o profissional de Educação Física tem autonomia de decisão em qual estilo de aula pretende atuar. REFERÊNCIAS CAPINUSSÚ, J. M. Academias de ginástica e condicionamento físico: origens. In: DA COSTA, Lamartine (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006. COSTA, M. G. Ginástica localizada. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. ESCAMILLA, R. F. et al. Eletromyographic analysis on tradicional and nontradicional abdominal exercise: implications for rehabilitation and training. Physical Therapy, v. 86, n. 5, p. 256-71, 2006. PEREIRA, M. M. F. Academia: estrutura técnica e administrativa. Rio de Janeiro: Sprint, 1996. PILATES, J. H. Your health. New York: Presentation Dynamics, 1998. SANTOS, M. A. Ginástica de academia. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. VIDAL, A. B; RIBEIRO, C. A; KERJEB, M. H. Ginástica de academia: aprendendo a ensinar. São Paulo: Phorte, 2018. , 46 Bibliografia complementar CORBIN, C. B., LINDSEY, R. Physical fitness concepts. Brown & Benchmark, 1996. GALLAGHER, S. P.; KRYZANOWSKA, R. O Método Pilates de condicionamento físico. São Paulo: The Pilates Studio do Brasil, 2000. GHAROTE, M. L. Técnicas de Yoga. Guarulhos: Phorte, 2000. PILATES, J. H.; MILLER, J. W. Return to life through contrology. New York: Presentation Dynamics, 1998. SILVA, G.A. Curso Básico de Yoga: teórico pratico. São Paulo: Phorte, 2009. , 47 3 PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NAS COLETIVAS Apresentação A ginástica coletiva está viva no mercado fitness do mundo todo. Com toda essa mudança de cenário em nosso mercado, vão sair na frente os que perceberem onde estão as oportunidades e realmente optarem por fazer diferente, não esquecendo a essência da modalidade e de se conectar com ela. A prática com estratégias e processos pedagógicos se faz obrigatória diante esse momento. Neste bloco, nos tornaremos responsáveis pelos conhecimentos técnicos, pelos resultados no aprendizado dos participantes, por desenvolver as pessoas com as suas aulas e sempre cuidar muito bem de todas as relações humanas em volta (participante, coordenadores, outros professionais de Educação Física). Cabe ao profissional de Educação Física identificar em qual estágio encontram-se cada participante objetivando a eficiência na execução do movimento e no seu aprendizado. Além do conhecimento técnico, serão apresentadas técnicas de comunicação e expressão durante as aulas, o que facilitará o processo de ensino-aprendizagem e tornando-o satisfatório a ambas as partes envolvidas. Os pontos apresentados neste bloco se fazem imprescindíveis e obrigatórios para os profissionais que queiram atuar nesse segmento, pois são bases introdutórias consideradas básicas e necessárias no processo prático de ministrar aulas coletivas no segmento fitness e wellness. 3.1 Musicalidade O uso da música é muito comum e se tornou uma característica das aulas de ginástica coletiva. E a mesma sendo utilizada, possibilita definir a velocidade da execução do movimento, o que diretamente influencia a intensidade da aula, além de torná-la alegre e motivadora. A música é uma poderosa ferramenta estratégica, para que torne a aula muito mais agradável, evitando a concentração de atenção no cansaço físico, dor, e, até mesmo, tensão psicológica durante a aula. Por isso, a música é utilizada também como , 48 possibilidade de aumentar a motivação do participante, facilitando a execução dos movimentos, tornando a atividade muito mais dinâmica e positiva. Outra possibilidade que facilita ao profissional de Educação Física é a utilização da musicalidade para definir a intensidade da aula e o padrão de movimento de execução, o que faz com que os participantes estejam todos executando os movimentos ao mesmo tempo, padronizados, e facilitando ao profissional de Educação Física para possíveis correções e manter próxima a intensidade para todos que estão praticando. Para que o profissional de Educação Física possa utilizar para criar padrões de movimentos coletivos e também a intensidade, são necessários alguns conhecimentos básicos da estrutura musical. Com base na teoria musical, tempo (ou batida) é cada unidade marcada pela cadência ou ritmo. A batida é chamada de tempo quando sua intensidade é de média a forte, e é chamada de contratempo quando é bem suave, com uma intensidade menor. Essas batidas são constantes, e, quanto mais próximas estiverem umas das outras, maior será a velocidade da música, que é medida pelas batidas da música por minuto (bpm) (PAHMEIER; NIERDERBAUMER, 1998). Desse modo, a métrica determinada pela divisão das unidades de tempo, podendo ser classificadas em simples ou compostos binários (dois pulsos ou tempos musicais), ternários (três pulsos ou tempos musicais) ou quartenários (quatro pulsos ou tempos musicais). No entanto, em aulas coletivas, geralmente são utilizados dois quartenários, compondo assim uma oitava musical (1x8 ou 8 tempos musicais) (AMARAL, 2017). 3.1.1 Oitava Musical A oitava musical é a combinação de quatro passos binários ou dois compassos quaternários, o que totaliza oito tempos. Essa nomenclatura é muito utilizada nas aulas de ginástica coletiva para facilitar a elaboração de aulas. Podemos representá-la da seguinte maneira: OITAVA = | = 8 tempos , 49 3.1.2 Frase Musical A frase musical é formada pela união de 4 oitavas ou 32 tempos. Geralmente, a cada mudança de frase musical, ocorre uma modificação na música, podendo ser a entrada de um instrumentoou da voz do cantor, por exemplo. Em geral, nos últimos quatro tempos da frase musical ocorre uma mudança que avisa do início de uma nova frase (antecipação). A frase musical transmite uma ideia de início, meio e fim. Podemos representá-la da seguinte maneira: FRASE MUSICAL = |||| = 32 tempos (4 oitavas) 3.1.3 Contagem Rápida A contagem rápida considera a contagem de todos os tempos musicais (ímpares e pares). Ela tem maior utilização durante as montagens de uma aula coreografada ou no processo de ensino de uma sequência coreográfica onde exista uso de movimentos sincronizados com a música. Podemos representá-la da seguinte maneira: |||||||| = 8 tempos 3.1.4 Contagem Lenta A contagem lenta só considera os tempos musicais ímpares. Geralmente, mais utilizada em aulas neuromusculares para a marcação rítmica do movimento. Podemos representá-la da seguinte maneira: |||||||| = 8 tempos , 50 Todas essas possibilidades auxiliam durante as aulas de ginástica coletiva. Principalmente quando falamos da frase musical, pois ela nos remete a início, meio e fim. Recomenda-se que o profissional de Educação Física, durante a aula, só use a contagem – tanto a rápida quanto a lenta – como recurso didático, ou seja, para auxiliar na marcação rítmica do movimento. Dessa forma, evita-se que ele fique contando durante toda a aula, o que impossibilita de fornecer outras informações relevantes. Abaixo, uma tabela com a contagem musical: Tabela 3.1 – Variáveis da contagem musical TEMPOS CONTAGEM RÁPIDA CONTAGEM LENTA Nº DE OITAVAS MUSICAIS Nº DE FRASES MUSICAIS 1x8 8 tempos 4 tempos 1 0 4x8 32 tempos 16 tempos 4 1 8x8 64 tempos 32 tempos 8 2 Fonte: elaborado pelo autor com base em Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 3.1.5 Contagem das BPM O ideal é que durante as aulas de ginástica coletiva você possa escolher músicas editadas profissionalmente, ou específicas para as aulas, pois as bpm já estarão identificadas, mas é importante verificar se elas correspondem ao mencionado e se são uniformes e adequadas para o tipo de aula que será ministrada. Uma das estratégias para realizar a sua contagem é feita de seguinte maneira: você deverá contar o número de batidas por determinado tempo, por exemplo, cronometrar 10 segundos de batidas (contando elas) e multiplicar o resultado por 6, ou cronometrar 30 segundos de batidas (contando elas) e multiplicar o resultado por 2. Cada tipo de aula tem uma recomendação de bpm respeitando os objetivos, as características e os padrões de segurança, conforme a tabela abaixo: , 51 Tabela 3.2 – Recomendações de músicas e BPM RECOMENDAÇÕES MUSICAIS − AULA/BPM/ESTILO TIPO DE AULA BPM ESTILO MUSICAL Localizada/ Abdômen 120 a 138 Dance, Pop, Pop Rock Aeróbica 140 a 160 Tribal, Dance, Flashback Step 132 a 140 Dance, Pop Dance, Tribal Aerofight 135 a 145 Hard Dance Jump 138 a 145 Dance, Pop Dance, Tribal Circuito 135 a 145 Pop, Rock, Black Music Street Dance 105 a 115 Black Music, Hip Hop Ritmos Latinos 132 a 140 Reggaeton, Salsa, Merengue Body and Mind Abaixo de 100 MPB, New Age, Instrumental Fonte: elaborado pelo autor com base em Amaral (2017) e Vidal, Ribeiro e Kerjeb (2018). 3.1.6 Seleção Musical Cada tipo de aula depende de um estilo musical diferente. Você deverá escolher as músicas de acordo com o gosto musical dos participantes, e não exclusivamente o seu gosto pessoal. Pode ser uma estratégia de sucesso você utilizar em aulas heterogêneas vários ritmos para agradar e motivar todos os participantes. Mas existem algumas instruções importantes às quais você deve ficar atento: BPM inadequado: descaracteriza o trabalho, além de colocar em risco a segurança na execução dos movimentos e dificultar a assimilação por parte dos participantes; Mudança de BPM durante a aula: tomar muito cuidado para mudar o BPM durante a aula, pois compromete a execução física e segurança dos participantes. O ideal é aumentar de forma progressiva respeitando o BPM ideal para a prática da modalidade. Também é utilizada para aumentar ou diminuir a intensidade do exercício; Organizar uma sequência musical antecipada: procure não trocar muitas vezes de CD ou playlist, ou, até mesmo, ficar procurando na hora música no aparelho eletrônico durante a aula, pois perderá o ritmo da aula e a motivação dos participantes; Variação de músicas: é muito importante variar as músicas para sempre manter sua motivação e a dos participantes; , 52 Volume do som: cuidado com o volume do som, e também do microfone quando utilizado. Lembre-se de que o som tem que ser agradável e não pode incomodar os participantes e nem o restante da academia. Nosso intuito é trazer benefícios para os participantes; Qualidade do som: evitar sons chiados, muito agudos, sem qualidade ou com comerciais durante a música. O som precisa ser o mais limpo e agradável possível. 3.2 Blocos coreográficos Podemos definir coreografia como a soma de movimentos combinados e fluentes entre si, cuja ordem de execução é determinada pelo profissional de Educação Física e organizada de acordo com uma estrutura musical. Para que possamos montar uma coreografia, independentemente do tipo de aula, precisamos conhecer os movimentos fundamentais de cada modalidade, assim como a quantidade de tempos musicais que cada movimento ocupa. Todas as coreografias são estruturadas em oitavas e, consequentemente, em frases musicais. A construção de uma coreografia em uma aula ocorre com a conjugação gradual de movimentos fundamentais, que são agrupados em partes relativamente independentes, as quais chamamos de blocos. Para que haja equilíbrio muscular, articular, motor e cognitivo, as coreografias devem ser estruturadas de forma simétrica, ou seja, todo movimento realizado para um lado do corpo deve ser repetido para o outro lado, ocupando a mesma ordem em que ele aparece na sequência elaborada pelo profissional de Educação Física. Essas coreografias são chamadas simétricas, e temos como exemplo as modalidades como step, ginástica aeróbica, jump, entre outras, que exigem simetria em suas coreografias. Os blocos coreográficos são exercícios ou movimentos que somados completam uma ou mais frases musicais. Temos como exemplo: bloco bilateral, bloquinho e blocão. O que difere um do outro é o número de tempos, ou seja, a duração. , 53 3.2.1 Bilateral – 32 tempos Essa é a forma mais fácil de combinação de movimentos. Ela é composta por 1 frase musical, ou seja, 32 tempos; os primeiros 16 tempos se iniciam com a perna direita e os 16 tempos seguintes se iniciam com a perna esquerda, repetindo a mesma sequência já executada. Importante ressaltar que após ter iniciado a sequência coreográfica com a perna direita, somente depois de finalizado os 16 tempos é que a mesma sequência coreográfica será repetida com a perna esquerda. Essa é a mais utilizada em aulas voltadas para o público iniciante, pois, como estrutura de menor duração, comporta quantidade menor de movimentos, o que facilita o processo de aprendizagem e de memorização. Podemos representá-la da seguinte maneira: D|| = E|| 1 frase musical = 4 oitavas (IIII) = 32 tempos = 16 tempos iniciados para direita e 16 tempos iniciados para esquerda 3.2.2 Bloquinho – 64 tempos O bloquinho tem a duração de 2 frases musicais, totalizando 64 tempos. Os primeiros 32 tempos se iniciam com a perna direita e os 32 tempos seguintes se iniciam com a perna esquerda, repetindo a mesma sequência já executada. Importante ressaltar que após ter iniciado a sequência coreográfica com a perna direita, somente depois de finalizado os 32 tempos é que a mesma sequência coreográfica será repetida com a perna esquerda. Esse é o tipo de bloco mais utilizado nas aulas que têm coreografia simétrica, e pode serusado tanto com participantes iniciantes como com avançados. Nesse caso, o que diferenciará uma sequência da outra é o nível de complexidade e/ou de intensidade. Podemos representá-lo da seguinte maneira: D|||| = E|||| 2 frases musicais = 8 oitavas (IIII-IIII) = 64 tempos = 32 tempos iniciado para direita e 32 tempos iniciados para esquerda , 54 3.2.3 Blocão – 128 tempos O blocão tem a duração de 4 frases musicais, totalizando 128 tempos. Os primeiros 64 tempos se iniciam com a perna direita e os 64 tempos seguintes se iniciam com a perna esquerda, repetindo a mesma sequência já executada. Importante ressaltar que após ter iniciado a sequência coreográfica com a perna direita, somente depois de finalizado os 64 tempos é que a mesma sequência coreográfica será repetida com a perna esquerda. Como esse bloco é composto por uma grande quantidade de tempos, permitindo um número maior de movimentos e tornando sua memorização mais difícil, o blocão só deve ser utilizado com participantes avançados. Podemos representá-lo da seguinte maneira: D|||||||| = E|||||||| 4 frases musicais = 16 oitavas (IIII-IIII-IIII-IIII) = 128 tempos = 64 tempos iniciado para direita e 64 tempos iniciados para esquerda A coreografia de uma aula simétrica é composta por um ou mais blocos. O primeiro movimento de um bloco deve ser sempre realizado no primeiro tempo de uma frase musical, será mais difícil para os participantes acompanharem a aula, e haverá a sensação de que alguma coisa está errada. Após definir o formato do bloco, o profissional de Educação Física deverá escolher os movimentos que irá utilizar em cada música, diferenciando os movimentos nos diversos blocos, pois facilita a assimilação e memorização por parte dos participantes. 3.2.4 Montagem Coreográfica O profissional de Educação Física deverá primeiramente definir o tamanho da estrutura coreográfica que irá usar. A quantidade de blocos que irão compor a coreografia dependerá do nível de habilidade dos participantes, duração da aula, do tamanho da estrutura escolhida e dos objetivos a serem alcançados. Logo em seguida, o profissional de Educação Física deverá escolher os movimentos que irá utilizar em cada estrutura obedecendo a critérios de segurança musculoarticular, eficiência, fluência e plasticidade, sempre respeitando o objetivo da aula em questão. Uma dica importante é que você pode diferenciar os movimentos , 55 nos diversos blocos, pois isso facilita a assimilação e a memorização por parte dos participantes. A fluência do movimento deve ser respeitada em todos os tipos de aula, uma vez que se o profissional de Educação Física quebrar a movimentação natural do exercício, o participante só executará a sequência se pensar no movimento antes de executá-lo, o que fará perder o tempo de execução desse movimento. A fluência necessária em aulas de ginástica coletiva, principalmente as coreografadas, é proporcionada pelo que chamamos de principio da perna pronta (PPP). Esse princípio está relacionado com a fluência dos movimentos, em que o encadeamento entre os passos deverá obedecer aos princípios mecânicos mais elementares, tornando os movimentos mais naturais. 3.3 Processos Pedagógicos O processo pedagógico é o meio pelo qual o profissional de Educação Física irá ensinar, passo a passo, todos os movimentos que compõem a coreografia, de forma coerente, lógica e ordenada, até chegar ao produto final, ou seja, a coreografia que foi elaborada. O ideal é que esse processo ocorra de forma natural e fluida, sem que interfira na intensidade da aula, possibilitando ao participante aprender a coreografia sem muita dificuldade e de forma mais constante, ou seja, sem interrupções na aula, para observação e assimilação dos movimentos. Existem várias técnicas para realizar o processo pedagógico, e a maioria se baseia em um processo de ensino, que ocorre de forma gradativa dos pré-passos (movimentos da própria modalidade) de forma que tenham a mecânica de execução o mais semelhante possível às dos movimentos que compõem a coreografia final. Abaixo, técnicas que são utilizadas para ensinar os passos e combiná-los com o objetivo de chegar ao produto final: 3.3.1 Adição A técnica da adição é a soma de movimentos que vão formando a coreografia, e ocorre na ordem em que serão executados, somados entre si. Assim, ensina-se o primeiro , 56 movimento, e após sua aprendizagem completa, ensina-se o segundo movimento. Depois, somam-se os dois, e assim sucessivamente, até se formar cada bloco que irá compor a coreografia. 3.3.2 Pirâmide A técnica da pirâmide é a combinação de dois movimentos iniciando com um grande número de repetições, que serão reduzidas gradualmente, respeitando a frase musical, até atingir a quantidade de repetições desejada. Essa técnica é interessante para participantes que tenham dificuldade de memorização, já que repete várias vezes o mesmo movimento. Porém, devemos tomar cuidado para não gerar um desequilíbrio muscular. 3.3.3 Esqueleto A técnica do esqueleto trata-se da sequência de padrões de movimentos que são modificados em cima de estrutura pré-elaborada contendo movimentos mais simples (pré-passos), podendo durar 32 ou 64 tempos, levando em consideração que essa soma de tempos já representa a execução da estrutura para ambos os lados. Os pré- passos são movimentos da própria modalidade. Sua execução é simples e são mais similares aos movimentos da coreografia final, que serão transformados um a um, fazendo que o participante mantenha a movimentação de forma constante, favorecendo a manutenção da intensidade. As modificações podem ocorrer para aumentar a complexidade (introdução de giros, figuras, deslocamentos) ou a intensidade (movimentos mais amplos, com propulsões), ou ainda, um pouco de ambas. Seguem abaixo os erros mais comuns no processo pedagógico: Não respeitar as frases musicais; Construção muito distante do produto final; Realizar tudo somente para o um único lado; Não ter processo pedagógico escolhido na construção coreográfica; Não se atentar as estratégicas didáticas que estão no tópico a seguir. , 57 3.4 Estratégias didáticas Para que você possa facilitar o processo de ensino-aprendizagem, ou seja, ensinar o seu participante no melhor processo para que ele possa aprender, você deverá fazer o uso de algumas estratégias; assim, suas aulas serão mais assimiláveis, dinâmicas e agradáveis para os participantes. 3.4.1 Posicionamento do profissional de Educação Física Recomendamos que o profissional de Educação Física permaneça na maior parte de sua aula de frente ao participante, mesmo na presença de espelhos. Em todo o momento, devemos ter contato visual direto com os participantes. O ideal é que antes de iniciar a aula, você possa orientar os seus participantes com relação ao posicionamento. Podemos posicionar os participantes em 3 estratégias. Uma delas é a tradicional, onde o profissional de Educação Física atua de frente, e em seu comando de voz, começa pelo lado esquerdo (formato espelho) e do lado direito do participante. Os participantes ficam intercalados, sempre mantendo no mínimo um braço de distância. Fonte: Amaral (2017). Figura 3.1 − Posicionamento Tradicional. Temos também a posição da diagonal, onde o profissional de Educação Física atua lateralmente aos participantes. Caso a sala possua espelho atrás do profissional de Educação Física, o mesmo poderá ser utilizado como recurso para visualizar todos os , 58 participantes. Os participantes são divididos em dois grupos, onde o profissional de Educação Física está no centro. Os grupos direcionam o corpo para diagonal oposta do profissional, para facilitar a visualização, principalmente se a aula ocorre em maior parte no chão. Fonte:
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