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UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética Giovana Beatriz Ferreira ACNE E HIPERCROMIA: CAUSAS, TRATAMENTOS E RESULTADOS Capão Bonito 2023 Giovana Beatriz Ferreira ACNE E HIPERCROMIA: CAUSAS, TRATAMENTOS E RESULTADOS Trabalho da disciplina Projeto Integrador I, do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética apresentado pela Universidade Santo Amaro – UNISA, como requisito parcial para obtenção de nota. Orientador(a): Prof.ª Darlete Ferreira Gomes Capão Bonito 2023 3 RESUMO Introdução: A acne e a hipercromia generalizada são provocados por diversos fatores e são queixas muito comuns. Apesar de serem disfunções diferentes, ambos se relacionam com o fato de poderem ser evitados com uma rotina de cuidados corretos da pele, e seus tratamentos sugerem protocolos realizados por profissionais. Objetivo: Estudar um caso clínico, apresentar as principais queixas que são a oleosidade, formações sólidas e hipercromias generalizadas, e apontar procedimentos estéticos para controle e prevenção desses problemas. Método: Pesquisas em livros, artigos científicos, sites e documentos da internet que abordem as tipologias, patologias e tratamentos das queixas apresentadas. Estudo do caso: A escolha do estudo está baseada no aprofundamento de pesquisas realizadas em trabalhos acadêmicos que apresentam temas como acne e manchas faciais. Resultados e Discussão: A discussão identifica quais são especificamente as queixas da paciente, apontando possíveis causas a partir do material disponibilizado e sugerindo os tratamentos mais adequados de acordo com a realidade imposta. Conclusão: Os tratamentos para essas ocorrências podem não gerar resultado imediato – ou resultado nenhum, mas com as várias opções de protocolos a serem utilizados, certamente o problema poderá ser amenizado. E mesmo realizando procedimentos estéticos, é essencial alinhá-los a rotinas saudáveis e boa alimentação. Palavras-chave: Acne, Manchas Hipercromicas, Peeling Químico, Hiperpigmentação. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 5 2. OBJETIVO GERAL .......................................................................... 6 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................ 6 3. MÉTODOS ....................................................................................... 7 3.1 ESTUDO DO CASO ......................................................................... 7 3.2 METODO .......................................................................................... 7 3.3 TIPO DE ESTUDO ........................................................................... 7 4. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................ 8 4.1 PRODUÇÃO SEBÁCEA ................................................................... 8 4.2 CAUSAS DA ACNE E TIPOLOGIAS ................................................ 9 4.3 HIPERCROMIAS ............................................................................ 10 4.4 POSSÍVEIS TRATAMENTOS PARA HIPERCROMIAS ................. 12 5. DISCUSSÃO E RESULTADOS ...................................................... 14 6. CONCLUSÃO ................................................................................. 15 REFERÊNCIAS .................................................................................. 16 5 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se do estudo de um caso clínico que apresenta o Sujeito T, sexo feminino, que relata as características de sua pele, seus cuidados e traz suas queixas. Considerando o histórico do Sujeito T, este projeto apresentará as possíveis causas destes aspectos patológicos e respectivamente seus tratamentos, de acordo com a realidade e necessidades da paciente. O estudo do caso terá como seu foco principal identificar as causas das queixas, uma vez que a partir disso pode-se constatar o tratamento mais eficaz. Este trabalho é de grande relevância, presumindo que os aspectos patológicos apresentados pelo caso clínico acometem muitas mulheres desde a adolescência até a menopausa. 6 2. OBJETIVO GERAL Analisar e estudar um caso clínico 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ✓ Identificar as principais queixas do Sujeito T; ✓ Detectar as possíveis causas destes aspectos por meio de estudos e bases literárias; ✓ Apontar tratamentos adequados a partir da descoberta das causas e considerando o histórico da pessoa do estudo. 7 3. MÉTODOS 3.1 ESTUDO DO CASO “O sujeito T, 26 anos, sexo feminino, estudante, casada, renda familiar de 2 a 5 salários mínimos, pele afrodescendente (fototipo 4), biotipo cutâneo misto, discreto foto envelhecimento. Relata que sua pele é oleosa, manchada e acneica. Usa protetor solar duas vezes ao dia, presença de hipercromia generalizada, com formações sólidas de comedões e pápulas. A pele está hidratada, espessa; relata nunca ter realizado tratamentos estéticos anteriores. Utiliza cosméticos (creme anti- idade), qualidade de sono regular, com até 7hrs/noite, faz ingestão de água 8 copos/dia, não usa pílula anticoncepcional e nunca engravidou. Queixa-se de formações sólidas, manchas e oleosidade." 3.2 METODO Para desenvolvimento deste projeto foi realizado um levantamento de dados através de artigos científicos, google acadêmico e sites da internet, além dos materiais de estudo disponibilizados pela instituição, bem como vídeo aulas e a biblioteca virtual, com o objetivo de obter o maior número de informações sobre pápulas, hipercromia generalizada e produção lipídica. 3.3 TIPO DE ESTUDO O tipo de estudo realizado trata-se de uma revisão de literatura acadêmica, associando os elementos presentes no caso às pesquisas e aprendizados até o momento. A escolha deste método ressalta a importância da compreensão do tema “Tipos de Hipercromia e Acne”. Este projeto visa apresentar relações e tratamentos para as queixas. 8 4. REVISÃO DE LITERATURA 4.1 PRODUÇÃO SEBÁCEA A produção sebácea se dá a partir das glândulas sebáceas, estando localizadas na derme e são anexas aos pelos, formando unidades pilos sebáceas. As glândulas sebáceas são glândulas tipo acinosas pois apresentam porção secretora de formato redondo, e holócrinas, visto que essa secreção é eliminada levando junto toda a célula, o que significa que a própria célula se dá como secreção.[1] Como seu nome sugere, estas glândulas são as responsáveis pela produção do sebo presente em todas as partes do corpo humano, com exceção de palmas das mãos e nos pés. Esse sebo, assim chamado, é rico em lipídios (conhecidos como gorduras) como triglicerídeos e ácidos graxos, e é também o responsável por evitar o ressecamento dos pelos e da pele e impedir a perda de água excessiva. Na infância a produção sebácea de uma pele saudável é baixa, ocorrendo mudanças ao atingir a puberdade por conta de hormônios como a testosterona, que aumenta a oleosidade da pele tanto em mulheres quanto em homens. 9 4.2 CAUSAS DA ACNE E TIPOLOGIAS A acne é uma afecção dermatológica que atinge as unidades pilos sebáceas de algumas áreas do corpo, sendo bastante comum entre os adolescentes em fase de puberdade (80%).[2] Todavia, pode acometer todas as faixas etárias, tendo suas tipologias bem definidas para cada estágio da vida: • Acne Neonatal: aparece nos primeiros dias de vida e se origina a partir da troca de hormônios da mãe com o bebê [3]; • Acne vulgar: comum na adolescência e juventude; • Acne infantil: até o 3° ano de vida, caracterizada por pápulas; • Acne medicamentosa: surge da utilização de alguns remédios compostos por hormônios, comopor exemplo anticoncepcionais; • Acne tardia: comum após a juventude, na maioria das vezes a partir dos 25 anos; • Acne cosmética: causada por cosméticos comedogênicos; • Acne mecânica: causada pela utilização de máscara, chapéus, capacetes e demais acessórios/equipamentos de proteção individual (EPI). A acne surge devido à obstrução nos folículos pilosos com acúmulo de sebo, ou seja, o sebo é produzido em larga escala elas glândulas, porém não consegue ser liberado, porém a causa dessa produção pode vir de muitos fatores, como hormonais, alimentação ou até mesmo higiene e cuidados com a pele. A presença de microrganismos da flora bacteriana da pele também é um fator determinante para a formação da acne. Quando se fala sobre a acne, é necessário avaliar qual grau está a inflamação, para assim recorrer ao tratamento, existem 5 graus: • Acne comedogênica não inflamatória, ou Grau I; • Acne pápulo-pustulosa inflamatória, ou Grau II; • Acne nódulo-cística inflamatória, ou Grau III; • Acne conglobata, ou Grau IV; • Acne fulminante, ou Grau V. Além do grau também existe uma outra “divisão”, que são as formas como essas obstruções se apresentam, sendo elas: • Os comedões: popularizados com o nome de “cravos”; • As pápulas: lesões sólidas com relevo, formato arredondado, endurecidas e de coloração vermelha ou branca; 10 • As pústulas: são pápulas, mas com secreção, as famosas espinhas. 4.3 HIPERCROMIAS No geral, as pessoas não possuem o corpo todo de uma única cor, havendo mais ou menos pigmentação de formas e causas variadas. De maneira geral, a hiperpigmentação da pele é devida a diversos fatores, como gestação, distúrbios hormonais, tratamentos com hormônios sexuais, exposição solar e fatores externos.[4] Existem diversas manifestações do hipercromismo na pele, sendo as mais comuns: melasmas, efélides e nevos. O melasma está relacionado a níveis altos de hormônios ou estresse oxidativo, sendo de tratamento mais delicado, demorado e sem “cura”, apenas tratamentos e cuidados. Essa hiperpigmentação está presente em mulheres adultas e nota-se certa predisposição genética como um dos fatores, visto que 40% das pacientes relatam casos na família.[5] As efétides são sardas, comuns em peles claras e podem acometer toda a face do indivíduo. Não há tratamento, mas protocolos para clareamento. Nevos são as pintas presentes no corpo. Podem variar de cor, e algumas são mais elevadas, em sua maioria são benignos, porém é importante se atentar em alguma modificação de cor ao longo do tempo.[6] 11 12 4.4 POSSÍVEIS TRATAMENTOS PARA HIPERCROMIAS ✓ LASER CONTRA O MELASMA O Melasma pode ser tratado com fotoproteção e administração de agentes despigmentantes para clareamento das manchas; mesmo com o tratamento, é recomendável o uso de filtro solar, para não haver complicações e evitar que as manchas retornem. [7] ✓ PEELING QUÍMICO Muito procurado para tratar o melasma e sardas, este processo utiliza-se substâncias ácidas para ter efeito esfoliante. Algumas desses ácidos são o ácido glicólico, ácido tricloroacético, ácido retinóico (derivado da vitamina A), ácido lático.[8] Essas substâncias tem capacidade de absorção e atuam inibindo a formação de melanina através de diferentes mecanismos como esfoliação do estrato córneo que libera melanina na camada basal da pele.[9] ✓ MICRODERMOABRASÃO – PEELING DE CRISTAL Refere-se a esfoliação da pele através de microcristais, podendo ter diferentes resultados conforme o a camada da pele alcançada. ✓ ÁCIDO TRANEXAMICO E MELASMA Sua utilização pode ser realizada por via oral ou injetável. Os mecanismos do AT que ajudam no tratamento do melasma incluem: inibição da proliferação de melanócitos, inibição da formação de melanina nos melanócitos, recuperação acelerada da barreira da pele prejudicada; diminuição do número de vasos sanguíneos na derme. Um estudo apresentou resultados positivos com o tratamento com AT associado ao microagulhamento semanal por 12 semanas, demonstrando assim um novo protocolo para melasma.[10] 13 14 5. DISCUSSÃO E RESULTADOS O presente trabalho apresenta o estudo do caso clínico mostrado na página 07, e para aprofundamento deste estudo foram realizadas diversas pesquisas e consultas sobre as queixas da pessoa do caso. Tratamos dessa paciente como sujeito T, uma mulher de 26 anos, estado civil casada, sem filhos, renda familiar de 2 a 5 salários mínimos, suas características são fototipo cutâneo 4, biotipo misto, com um discreto fotoenvelhecimento, e suas queixas se dão por formações sólidas, manchas (hipercromia generalizada) e oleosidade da pele. Sendo seu biotipo misto, compreende-se que as formações sólidas relatadas são comedões e pápulas ocorrentes da oleosidade da pele, que por sua vez pode derivar de fatores como hábitos alimentares e uso de cosméticos comedogênicos, como o filtro solar e creme anti-idade utilizados pela paciente. O recomendável para tratamento desta acne tardia e oleosidade apresentadas é um protocolo de limpeza de pele para extração dos comedões, além da melhora na alimentação como restrição de alimentos gordurosos e uma rotina de cuidados adequada para o biotipo misto, com géis de limpeza específicos, por exemplo. Além disso, é essencial saber se os cosméticos utilizados têm propriedades comedogênias, sendo necessário para isso consultar um profissional e suspender o uso caso de fato possuam estes ingredientes. Focando em outro ponto, seu fototipo (4) apesar de ter maior pigmentação do que os fototipos mais baixos, não é imune a hiperpigmentação causada pelo sol, nesse caso, as efétides, famosas sardas; ao aplicar o protetor solar duas vezes ao dia, ela pode não estar utilizando a quantidade de produto recomendada para uma proteção eficiente, tendo como consequência essas pequenas manchas acometendo seu rosto. A efétide não tem uma “cura”, mas há tratamentos para clareá-las, como a Luz Intensa Pulsada, peelings químicos e uso do ácido retinóico, entretanto, é de suma importância lembrar que a paciente nunca fez tratamentos estéticos e não faz uso de ácidos, então ir direto para o tratamento com o ácido retinóico pode ser muito agressivo para essa pele. O ideal para ela seria um tratamento com peeling químico, que utiliza de substâncias ácidas para esfoliação, porém com concentrações menores. A utilização correta do protetor solar é imprescindível durante os tratamentos contra a acne e hiperpigmentação, uma vez que protege dos raios ultravioletas e evita que as efétides retornem e que as acnes deixem manchas, tornando assim o tratamento inútil. 15 6. CONCLUSÃO Ao final deste estudo, compreende-se que é necessário cultivar uma boa rotina de cuidados com a pele, além da prática de hábitos saudáveis. Conclui-se que todos os fototipos cutâneos estão propensos a desenvolver hiperpigmentações, uma vez que estas se dão por diversos fatores, e que os tratamentos podem ser frustrantes uma vez que as hiperpigmentações são difíceis de se tratar e não apresentam chance de cura. Nota-se também que existem diferentes níveis e formas da acne, e mesmo que os níveis menos severos não necessitem de tratamento dermatológico e uso de remédios, é de grande importância buscar por um profissional qualificado para tratar destas formações. Apesar de gerar incomodo nas pessoas, também é válido lembrar que essas ocorrências são em sua maioria das vezes naturais para os seres humanos, uma vez que podem estar relacionadas à hormônios e exposição solar. 16 REFERÊNCIAS 1. SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Glândulas sebáceas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/glandulas-sebaceas.htm. Acesso em 23 de maio de 2023. 2. MANFRINATO, G.L. Acupuntura estética no tratamento da acne (estudo de caso).2009. 58f.Monografia (Especialização em Acupuntura) – Instituto Brasileiro de Therapiase Ensino, Maringá, 2009 3. Acne neonatal: o que é? Quais são as causas? Como tratar as espinhas no bebê; 2021 Apr 22. Acne neonatal: o que é? Quais são as causas? Como tratar as espinhas no bebê; acesso em 21 de maio de 2023; Disponível em: https://www.dermaclub.com.br/blog/todos-os-temas/acne-neonatal-o-que-e- quais-sao-as-causas-como-tratar-as-espinhas-no-bebe_a9966.html 4. NICOLETTI, Maria Aparecida et al. Hipercromias: aspectos gerais e uso de despigmentantes cutâneos. Cosmetics & Toiletries, v. 14, n. 3, 2002. 5. HANDEL, Ana Carolina. Fatores de risco para melasma facial em mulheres: um estudo caso-controle. 2013. 100 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu, 2013. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/108638>. 6. Gerson J, D'angelo JM, Lotz S, Deitz S, Frangie CM, Halal J. Fundamentos de Estética Vol. 3 - Ciências da pele - Tradução da 10ª edição norte-americana. Cengage Learning Brasil; 2012. 7. CESÁRIO, G. R. Principais ativos utilizados no tratamento do melasma. Tocantins: Centro Universitário Luterano de Palmas, 2015. 8. Sarkar, R., et al., Chemical Peels in Melasma: A Review with Consensus Recommendations by Indian Pigmentary Expert Group. Indian J Dermatol, 2017. 62(6): p. 578-584. 9. Chaves, J.R. and P.C. Pereira, Efeitos do Peeling Químico no Tratamento de Melasma: Impacto na qualidade de vida. Revista Científica da FEPI-Revista Científic@ Universitas, 2018. 5(2). 10. Bressiani, P.d.S.M. and P.F. Silva, A eficácia e segurança do ácido tranexâmico no tratamento do melasma: revisão bibliográfica. Tecnologia em Cosmetologia e Estética-Pedra Branca, 2018 http://www.dermaclub.com.br/blog/todos-os-temas/acne-neonatal-o-que-e- http://hdl.handle.net/11449/108638 çç 17
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