Buscar

Controladoria - Curso EaD

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 176 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 176 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 176 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTROLADORIA
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
Google Play App Store
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; ALMEIDA, Rodrigo Gaspar de. 
Controladoria. Rodrigo Gaspar de Almeida. 
Reimpresso em 2021.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 
176 p.
“Graduação - EaD”.
1. Controladoria. 2. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1671-0
CDD - 22 ed. 657.4
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Juliana Moraes da Silva
Designer Educacional
Bárbara Neves
Ana Claudia Salvadego
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Qualidade Textual
Ariane Andrade Fabreti
Ilustração
Marta Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois, quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal, seja 
profissional, transformam-nos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar, mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois, conforme Freire (1996) “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma, possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimen-
to e construção do conhecimento deve ser apenas ge-
ográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que 
o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Acesse
regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual
de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, as-
sista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além
disso, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e
segurança sua trajetória acadêmica.
CU
RR
ÍC
U
LO
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá 
(2018), Especialista em Administração pela Universidade Paranaense (2010), 
possui duas graduações: Gestão Estratégica pela Universidade Paranaense 
(2010) e Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2015). 
Atuou em organizações industriais e prestadoras de serviço: controladoria, 
planejamento, orçamento, auditoria interna e jurídico (gestão de contratos). 
No ano de 2017, realizou o curso nível profissional de Relato Integrado na 
BSD Consulting em São Paulo/SP. A partir de 2018, ministrou disciplinas nos 
cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira da Educação a Distância 
(EAD) do Unicesumar. 
<http://lattes.cnpq.br/6488559129142413>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, prezado(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) ao livro de Controladoria. Meu nome é 
Rodrigo Gaspar de Almeida, fiquei lisonjeado em receber o convite para escrever este 
material, que foi organizado visando a aperfeiçoar os seus estudos em Ciências Contábeis, 
Gestão Financeira, Administração, entre outras áreas do conhecimento relacionadas.
Os tópicos das Unidades deste livro contribuirão para a sua formação enquanto acadê-
mico(a), para a sua atuação no mercado de trabalho ou para gerenciamento e controle 
da sua própria organização. Para tanto, foram reunidas perspectivas teóricas de autores 
renomados das áreas da Contabilidade, Administração, Economia, entre outros.
Na Unidade I, você compreenderá a relação entre estratégia, controladoria e Controller. 
Inicialmente, serão abordados os conceitos de organizações e a sua relação com a estra-
tégia. Em seguida, serão expostos os tópicos sobre funções e fontes de informações da 
controladoria e sobre o Controller, que é o profissional que atua na Controladoria.
Em seguida, na Unidade II, serão apresentados os conceitos de missão, valores e visão 
que são os mecanismos pelos quais a organização comunica os seus objetivos aos fun-
cionários, gerentes, investidores e demais stakeholders. A missão, a visão e os valores 
também são úteis para nortear as estratégias da organização e contribuir para o proces-
so de planejamento estratégico e planejamento operacional.
A Unidade III apresentará os temas: orçamento e descentralização. Para tanto, serão ex-
postos os conceitos de orçamento, descentralização (processo de delegar a tomada de 
decisão aos centros de responsabilidade) e avaliação de desempenho dos centros de 
responsabilidade (centro de receitas, de despesas, de lucros e de investimentos).
Prosseguindo, a Unidade IV argumentará sobre a gestão das organizações e os meca-
nismos de controle que assessoram no cumprimento dos objetivos das organizações. 
Neste sentido, serão abordados os temas: governança corporativa, controles internos e 
gerenciamento de riscos.
Por fim, na Unidade V, serádiscorrida a avaliação de desempenho da organização, ou 
seja, verificar se a organização cumpriu, ou não, os seus objetivos (ou estratégias) e iden-
tificar oportunidades de melhoria dos processos da organização. Nesta perspectiva, se-
rão abordadas as informações financeiras e não financeiras e apresentado o Balanced 
Scorecard (BSC) com as suas quatro perspectivas: financeira, dos clientes, dos processos 
internos e de aprendizagem e crescimento.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
CONTROLADORIA
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
15 Introdução
16 As organizações e a estratégia 
21 Definições e funções da controladoria 
27 Fontes de informações da controladoria 
31 Funções do controller 
33 Considerações finais 
41 Referências 
42 Gabarito 
UNIDADE II
A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO
47 Introdução
48 Missão, valores e visão 
52 Análise do ambiente interno e externo 
54 Formulação da estratégia e planejamento estratégico 
57 Benefícios e limitações do planejamento 
59 Tipos de planejamento 
63 Considerações finais 
70 Referências 
71 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
ORÇAMENTO E DESCENTRALIZAÇÃO
75 Introdução 
76 Definições de orçamento 
80 Tipos de orçamento 
101 Descentralização e avaliação de desempenho 
107 Considerações finais 
113 Referências 
114 Gabarito 
UNIDADE IV
GOVERNANÇA CORPORATIVA, CONTROLES INTERNOS E RISCOS
117 Introdução
118 Governança corporativa 
125 Controles internos 
130 Riscos 
136 Considerações finais 
145 Referências 
147 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
INDICADORES DE DESEMPENHO FINANCEIROS E NÃO FINANCEIROS
151 Introdução
152 Indicadores financeiros e não financeiros 
155 Balanced scorecard 
158 Perspectiva financeira 
161 Perspectiva do cliente 
163 Perspectiva dos processos internos 
165 Perspectiva da aprendizagem e crescimento 
167 Considerações finais 
174 Referências 
175 Gabarito 
176 CONCLUSÃO 
U
N
ID
A
D
E I
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
ESTRATÉGIA, 
CONTROLADORIA E 
CONTROLLER
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender a relação entre as organizações e a estratégia.
 ■ Apresentar definições e funções da Controladoria.
 ■ Entender quais são as fontes de informação da Controladoria.
 ■ Conhecer as funções do Controller.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ As organizações e a estratégia
 ■ Definições e funções da Controladoria
 ■ Fontes de informações da Controladoria
 ■ Funções do Controller
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na Unidade I deste livro, serão discorridos a Estratégia, a 
Controladoria e o Controller (profissional que atua na Controladoria) no âmbito 
organizacional. Destarte, você compreenderá a relação entre esses conceitos.
Inicialmente, será compreendida a relação entre as organizações e a estratégia. 
As organizações são um conjunto de recursos humanos, tangíveis e intangíveis, 
interdependentes, que interagem para a consecução de um ou mais objetivos. 
Por sua vez, a estratégia é a direção geral na qual uma organização planeja se 
mover para obter as suas metas (ou objetivos). 
No tópico posterior, serão apresentadas definições e funções da Controladoria. 
A Controladoria será vista sob duas perspectivas: (i) área do conhecimento e 
(ii) departamento de organização. Na primeira perspectiva, serão dispostas as 
relações da Controladoria com outras áreas do conhecimento e o seu objeto de 
estudo. Quanto à segunda perspectiva, serão relacionados as funções e os exem-
plos de atividades da Controladoria para os demais departamentos.
Em seguida, buscou-se propiciar o entendimento de quais são as fontes de 
informação da Controladoria, que estão no âmbito interno e externo da organiza-
ção. No âmbito interno, a Controladoria obtém informações, principalmente, da 
Contabilidade, da Gestão Financeira e da Administração. No ambiente externo, 
têm-se dados sobre os concorrentes, como: relatórios da indústria e das asso-
ciações, além de relatórios publicados em sites governamentais (base de dados).
Por fim, você conhecerá as funções do Controller, que é o profissional que 
atua na Controladoria. O Controller deve ter perfil analítico, visão sistêmica e 
multidisciplinar. Este profissional tem a função de assessorar as atividades de 
planejamento, de controle e de análise das demonstrações contábeis, assim como 
estrutura os dados de modo que estes conduzam as tomadas de decisões dos ges-
tores e administradores.
Bons estudos! 
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
15
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
AS ORGANIZAÇÕES E A ESTRATÉGIA
Caro(a) aluno(a), para compreender a relação entre estratégia, controladoria e 
Controller, inicialmente, serão abordados os conceitos acerca das organizações e 
a sua relação com a estratégia. Em seguida, nesta unidade, serão expostos os tópi-
cos sobre funções e fontes de informações da Controladoria e sobre o Controller.
As organizações são um conjunto de recursos humanos, tangíveis e intangí-
veis, interdependentes, que interagem para a consecução de um ou mais objetivos. 
A integração e a interação dos recursos organizacionais propicia a criação de 
valor. Destarte, as organizações influenciam e são influenciadas por aspectos 
socioambientais, como Produto Interno Bruto (PIB), inflação, concorrência, 
crises, culturas e novas tecnologias (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).
Os objetivos organizacionais são os direcionadores do futuro da organização, 
ou seja, a situação idealizada (desejada) em curto, médio e longo prazos. A ausên-
cia de objetivos descaracteriza uma organização, pois, passa a ser apenas a soma 
de recursos (humanos, tangíveis e intangíveis). Ademais, sem estipular objetivos, 
a organização corre o risco de investir incorretamente seus recursos e não obter 
lucros. Em longo prazo, a situação se agrava (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 
2008; KAPLAN; NORTON, 1997).
Os autores Atkinson et al. (2011, p. 80) afirmaram que os objetivos da orga-
nização “definem o seu propósito existencial que, por sua vez, fornece a base para 
avaliar tudo que ela faz”. Em seguida, salientaram que um objetivo (propósito) 
As organizações e a estratégia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
17
bem definido é um importante ingrediente para o sucesso da organização e que 
os objetivos devem englobar as expectativas dos stakeholders da organização 
(clientes, funcionários, investidores, governo, credores etc.).
Tipicamente, os objetivos das organizações são: aumentar a lucratividade, 
maximizar o valor para o acionista (ou proprietário), reduzir a exposição aos 
riscos e gerenciar o relacionamento com os stakeholders (clientes, fornecedores, 
concorrentes, governo, mídia, agências reguladoras). A busca pela maximização 
do capital (ou lucro), entretanto não está presente em todas as organizações. Por 
exemplo, as organizações não governamentais (ONGs) objetivam prestar servi-
ços de qualidade e promover o bem-estar da sociedade (ATKINSON et al., 2011; 
ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).
Conforme Kaplan e Norton (1997), nas últimas décadas do século XX, o 
ambiente no qual as organizações estão inseridas se transformou. A seguir, alguns 
exemplos dessas alterações. 
 ■ Processos interfuncionais: as organizações operam por meio de proces-
sos integrados (produção, compras, logística, marketing e tecnologias), 
os quais focam em agilidade, eficiência e qualidade.
 ■ Relacionamentos com clientes e fornecedores: devido às inovações tec-
nológicas, as organizações mantêm sistemas produtivos em função das 
necessidades (demandas) dos clientes e possuem sistemas integrados de 
fornecimento de matéria-prima,reduzindo custos e tempos de resposta.
 ■ Segmentação de clientes: as organizações fornecem produtos e serviços 
customizados aos clientes, ao contrário do foco nos ganhos em escala e 
na produção de produtos padronizados.
 ■ Escala global: as organizações precisam considerar padrões de eficiên-
cia e competitividade do mercado internacional ou global, com ajustes 
às necessidades dos clientes locais.
 ■ Inovação: o ciclo de vida dos produtos diminuiu, deste modo, as orga-
nizações buscam prever as necessidades dos clientes e se antecipar às 
inovações tecnológicas dos produtos. As organizações que têm produtos 
com ciclo de vida longo (aviação, construção civil etc.) buscam melhoria 
contínua dos processos para assegurar a sobrevivência em longo prazo.
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
 ■ Funcionários do conhecimento: as organizações captam ideias dos fun-
cionários para a melhoria dos processos e investem no conhecimento por 
meio de capacitação e treinamento. As funções automatizadas (ou rotinei-
ras) estão diminuindo e dando espaço para funções analíticas (engenharia, 
marketing, administração e controle).
Essas transformações no ambiente organizacional advêm da Era da Informação 
(período pós-Revolução Industrial), que emergiu em meados de 1980. A sobrevi-
vência das organizações na Era da Informação depende da (i) utilização de novas 
tecnologias em seus ativos tangíveis (corpóreos); (ii) gerenciamento de ativos e 
passivos financeiros e (iii) exploração de ativos intangíveis (incorpóreos), alia-
dos ao comprometimento dos recursos humanos (KAPLAN; NORTON, 1997).
A utilização de novas tecnologias no processo produtivo permite reduzir 
os custos operacionais, aumentar a eficiência dos processos e a automação. A 
gestão financeira propicia ganhos financeiros, adimplência, gerenciamento de 
capital de giro, aplicações financeiras rentáveis e aumento dos prazos de vendas 
(promoções). Os ativos intangíveis focam nos relacionamentos com clientes e 
fornecedores; na produção de produtos e serviços customizados (com preços 
competitivos); na mobilização e utilização do conhecimento dos funcionários; 
na análise dos bancos de dados e dos sistemas informacionais e na criação de 
valor (marca) (KAPLAN; NORTON, 1997).
É salutar que as organizações necessitam de informações financeiras e não 
financeiras para mensurar o seu desempenho, utilizar conscientemente os seus 
recursos (humanos, tangíveis e intangíveis) e responder às transformações ocor-
ridas no ambiente. Deste modo, as informações financeiras e não financeiras 
corroboram para a organização atingir os seus objetivos e, neste âmbito, inserem-
-se os conceitos da Teoria de Estratégia (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008; 
KAPLAN; NORTON, 1997; MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
A Teoria da Estratégia teve a sua origem nas ciências políticas e sociais. 
Os registros da história da humanidade demonstram que as estratégias foram 
utilizadas pelos imperadores chineses, pelos gregos e pelos exércitos milita-
res nas Guerras Mundiais para atingirem os seus objetivos. Com o passar do 
tempo, os conceitos de estratégia foram adaptados às organizações por meio 
da Administração Estratégica (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
As organizações e a estratégia
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
19
Anthony e Govindarajan (2008, p. 56) definiram estratégia como “a direção 
geral na qual uma organização planeja se mover para obter suas metas”. Os auto-
res Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010) definiram estratégia como um plano 
formal e detalhado para atingir um objetivo (Figura 1).
Estratégia Pretendida
Estratégia Deliberada Estratégia Realizada
Estratégias
Emergentes
Figura 1 - Processo de elaboração e implementação da estratégia
Fonte: adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010).
Na Figura 1, observa-se que as estratégias podem ser adaptadas para serem alcan-
çadas. Entre a Estratégia Pretendida (cenário almejado pela organização) e a 
Estratégia Realizada (desempenho obtido), têm-se as Estratégias Deliberadas e as 
Estratégias Emergentes. De acordo com Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010):
 ■ Estratégias Deliberadas: são as intenções estratégicas plenamente 
realizadas. A organização antecipou (ou previu) um cenário e desenvolveu 
um plano de ação para maximizar o seu desempenho e atingir os obje-
tivos. Têm como característica o foco no médio e longo prazo. O ponto 
fraco é a inflexibilidade.
 ■ Estratégias Emergentes: são as estratégias formuladas em curto prazo 
para responder às oportunidades (ou ameaças) do ambiente, as quais não 
haviam sido previstas na Estratégia Pretendida e tampouco na Deliberada.
As Estratégias Deliberadas e Emergentes são complementares, dado que as pri-
meiras (foco no médio e longo prazos) são incapazes de prever com exatidão 
todas as mudanças do ambiente que ocorrem em curto prazo. Nenhuma delas é 
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
pior ou melhor, as Estratégias Emergentes propiciam conhecimento à organiza-
ção (adaptação) e as Estratégias Deliberadas almejam que a organização possua 
altos níveis de desempenho (são estipuladas para padrões superiores do mer-
cado) (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
Exemplo
Para exemplificar os tipos de estratégias e a sua relação com as organizações, 
considere uma organização varejista que comercializa artigos de vestuário e 
tenha como estratégia pretendida obter aumento gradativo do lucro nos próxi-
mos cinco exercícios sociais (Figura 2).
Obter aumentos
gradativos nos lucros
(próximos 5 anos)
Estratégia (ou
Objetivo) Pretendida Aumentar VendasEstratégia Deliberada
Lucro em 21x1: 5%
Lucro em 21x2: 7%
Lucro em 21x3: 8%
Lucro em 21x4: 8,5%
Lucro em 21x5: 10%
Estratégia
Realizada
• Diminuir Cu
sto dos Produ
tos.
• Atuar em nic
hos de merca
do e 
aumentar par
ticipação de 
mercado (ma
rket-share).
• Investiment
os em Market
ing.
• Elaborar pla
no para reduz
ir 
despesas.
• Entre outras
.
Estratégias
Emergentes
Figura 2 - Exemplo de elaboração e implementação de uma estratégia
Fonte: adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010).
Os resultados das estratégias (ou objetivos) de médio e longo prazo podem deman-
dar ajustes durante a sua implementação no curto prazo. Destaca-se que, para 
corrigir os desvios e ajustar as estratégias, são necessárias informações finan-
ceiras e não financeiras, as quais são providas pela Controladoria (ANTHONY; 
GOVINDARAJAN, 2008; BORINELLI, 2006).
No exemplo da organização varejista (Figura 2), o objetivo de aumentar 
Definições e funções da controladoria
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
21
as vendas (Estratégia Deliberada para aumentar lucros) demandará informa-
ções relativas às vendas por ano, à Demonstração do Resultado, entre outros. 
As Estratégias Emergentes necessitarão de controles e informações relativas 
aos custos, às despesas e à participação no mercado. Por fim, a mensuração da 
estratégia realizada (lucro anual) necessitará de controles e informações. Nada 
obstante, quem gera e fornece tais informações (assessora) é a Controladoria.
Cabe realçar que as estratégias devem ser condizentes com as habilidades, 
competências ou capacidades da organização (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 
2008). Imagine uma organização que tenha capacidade produtiva de mil unidades 
de produtos, como esta empresa estipulará um planejamento cujo faturamento 
deverá corresponder à venda (em curto prazo) de 2 mil unidades? Então, como 
uma organização pode oferecer produtos customizados aos clientes se desco-
nhece os gostos e as preferências destes?
DEFINIÇÕES E FUNÇÕESDA CONTROLADORIA
Não há unanimidade na literatura (sobretudo na área contábil) quanto às defi-
nições de Controladoria. Alguns autores a definem como ciência, outros como 
uma mera ferramenta administrativa, alguns a definem como um departamento 
da organização. Neste tópico, serão apresentadas duas perspectivas distintas da 
Controladoria: (i) área do conhecimento (ciência em construção) e (ii) um con-
junto de funções e atividades responsáveis por assessorar a organização a cumprir 
os seus objetivos (BORINELLI, 2006). A definição de Controladoria como ape-
nas uma ferramenta ou uma técnica administrativa não será enfatizada, por ser 
considerada uma visão míope.
O tipo de estratégia interferirá nos tipos de controles (ou informações) para 
a sua realização?
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
A CONTROLADORIA COMO CIÊNCIA MULTIDISCIPLINAR
Na primeira perspectiva, a Controladoria é definida como uma ciência de cunho 
multidisciplinar que tem como objetivo auxiliar as organizações a cumprir os 
seus objetivos (ou estratégia) fornecendo controles e informações para subsidiar 
as tomadas de decisões. O Quadro 1 reuniu áreas do conhecimento (ou ciências) 
que possuem relações com a Controladoria:
Quadro 1 - Áreas do conhecimento e a sua relação com a Controladoria
ÁREA DO 
CONHECIMENTO
RELAÇÃO COM A CONTROLADORIA
Contabilidade
Propicia identificar, classificar, registrar e sumarizar as transações e, 
deste modo, a Controladoria obtém informações financeiras e não 
financeiras para os controles internos.
Administração
Conhecimentos dos modelos de gestão (centralizada, descentrali-
zada), controle patrimonial e accountability (prestação de contas do 
desempenho dos gestores, dos departamentos e das unidades de 
negócios).
Gestão financeira
Tem-se a gestão de contas a pagar, contas a receber, aplicações 
financeiras e investimentos.
Definições e funções da controladoria
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
23
Economia
Fornece indicadores monetários, subsídios para mensurações 
monetárias, análise de oferta, demanda e renda, bem como os 
mecanismos para apurar o valor econômico da organização.
Direito
A organização deve conduzir os seus negócios baseada no Direito 
Comercial, do Trabalho, Civil, do Consumidor, Tributário, Ambiental etc.
Estatística
Por meio de técnicas estatísticas (média, mediana, moda, desvio-
-padrão) é possível coletar, organizar, descrever, analisar e interpre-
tar os dados que se tornarão informações e controles internos da 
Controladoria.
Matemática
Fornece símbolos, métodos, valores e números para quantificações 
físicas e monetárias.
Psicologia
Compreensão do comportamento dos tomadores de decisão e 
dos funcionários e das reações dos usuários internos e externos da 
informação. 
Sociologia
Fornece subsídios para relações sociais dos membros da organização: 
funcionários, investidores, fornecedores e demais stakeholders.
Fonte: adaptado de Borinelli (2006).
A Controladoria é, portanto, o conjunto de conhecimentos relativos ao controle 
de aspectos operacionais, econômicos, financeiros e patrimoniais da organização 
(BORINELLI, 2006). Nessa perspectiva, a Controladoria contribui para formular 
e mensurar os objetivos (ou estratégias) das organizações, principalmente nas eta-
pas de planejamento e análise das informações (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 
2008; KAPLAN; NORTON, 1997).
De acordo com Borinelli (2006), quando a Controladoria é tida como uma 
área do conhecimento multidisciplinar (em construção), os seus objetos de 
estudo são:
 ■ O processo de gestão como um todo.
 ■ Necessidades informacionais de tomada de decisão dos usuários inter-
nos e externos.
 ■ Informações para mensurar o desempenho (além do financeiro). 
Isto significa que a Controladoria busca soluções ou visa a compreender tais 
fenômenos organizacionais (BORINELLI, 2006).
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
A CONTROLADORIA COMO DEPARTAMENTO DA 
ORGANIZAÇÃO
A segunda perspectiva é aquela em que a Controladoria é vista como um depar-
tamento da organização, o qual é responsável pelas atividades relativas aos 
controles e à assessoria (BORINELLI, 2006). No Quadro 2, estão relacionados 
os departamentos da organização que a Controladoria assessora e quais as res-
pectivas funções do departamento. 
Quadro 2 - Exemplos de departamentos assessorados pela Controladoria
DEPARTAMENTO DA 
ORGANIZAÇÃO
FUNÇÃO DA 
CONTROLADORIA
EXEMPLOS DE ATIVIDADES DO 
DEPARTAMENTO DE CONTROLADORIA
Contabilidade Socie-
tária
Contábil
Analisar as demonstrações contábeis, de-
senvolver políticas contábeis e de controle, 
atender as demandas informacionais dos 
stakeholders, garantir o processamento de 
todos os fatos e transações.
Contabilidade Ge-
rencial
Gerencial-
Estratégica
Fornecer análises e informações para 
subsidiar as decisões estratégicas da orga-
nização, que são as ações que permitem 
atingir os objetivos. Estruturar informações 
financeiras, operacionais, patrimoniais 
e econômicas, que estão no ambiente 
interno ou externo da organização. Efetuar 
projeções com séries temporais (passado) e 
cenários prospectivos.
Planejamento, Orça-
mento e Controle
Gerencial-
Estratégica
Assessorar os gestores na elaboração do 
planejamento, dos planos orçamentários e 
propiciar condições para efetuar o con-
trole das operações da organização para 
atingir os objetivos (cumprir os orçamentos 
e planejamentos). Analisar as variações 
orçamentárias e dos indicadores do plane-
jamento.
Definições e funções da controladoria
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
25
Contabilidade de 
Custos
Custos
Mensurar, analisar, controlar e avaliar os 
custos de produção, bem como apurar 
os custos por métodos de custeio distin-
tos como custeio variável, custeio meta 
etc. Nada obstante, fornece informações 
sobre o custo por produto e por linha de 
produção.
Contabilidade Tribu-
tária
Tributária
Assessoria para cumprir as obrigações fis-
cais ou tributárias. Realizar o planejamento 
tributário. Garantir que a organização vai 
atender a todas as obrigações acessórias e 
legais.
Seguros e Controle 
Patrimonial
Proteção e controle 
dos ativos
Analisar as opções de mercado (preços de 
concorrentes) para salvaguardar os ativos 
e os interesses da organização, incluindo o 
prédio, as instalações e os equipamentos 
da produção. 
Controles Internos Controle Interno
Estabelecer e monitorar os controles inter-
nos da organização.
Riscos Controle de Riscos
A Controladoria fornece indicadores 
(informações financeiras e não financeiras) 
para reduzir a exposição das entidades aos 
riscos. As atividades relativas ao controle de 
riscos são: avaliação, mensuração, medição, 
prevenção e análise dos riscos envolvendo 
a organização.
Sistemas de Infor-
mação
Gestão da infor-
mação
Envolve as atividades para gerar as infor-
mações, o que inclui gerenciar os sistemas 
de informação e a infraestrutura (não visa 
a operacionalização da infraestrutura tec-
nológica, apenas garantir o funcionamento 
adequado destas áreas).
Fonte: adaptado de Borinelli (2006).
Além das funções relacionadas no Quadro 2, alguns autores da literatura con-
sideram a Controladoria responsável pelas funções de auditoria interna e de 
tesouraria. Devido à complexidade e à necessidade de segregação dessas duas 
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E26
funções na organização (para garantir independência), a auditoria interna e a 
tesouraria são de responsabilidade de departamentos específicos e de outrosprofissionais diferentes do Controller, haja vista que as suas atividades também 
precisam ser fiscalizadas (BORINELLI, 2006).
Nada obstante, Borinelli (2006) destacou que, a Controladoria pode ser 
definida como o órgão responsável pelo controle do processo de gestão e pelo 
fornecimento de informações operacionais, econômicas, financeiras e patrimo-
niais úteis e relevantes para:
 ■ Assessorar os gestores das demais unidades organizacionais (usuários 
internos). 
 ■ Suprir a necessidade informacional dos agentes externos (usuários exter-
nos da informação).
A missão do departamento de Controladoria perpassa pela continuidade e 
sobrevivência da organização por meio de um processo permanente, coorde-
nado e integrado que assegure a eficácia e a otimização do resultado econômico 
da organização. Conforme Borinelli (2006), os objetivos do departamento de 
Controladoria são:
 ■ Subsidiar o processo de gestão em todas as suas fases (planejamento, exe-
cução, controle e avaliação).
 ■ Garantir informações adequadas ao processo decisório dos usuários inter-
nos e externos.
 ■ Monitorar os efeitos das tomadas de decisões dos gestores.
 ■ Administrar as sinergias existentes entre as áreas da organização.
 ■ Zelar pelo bom desempenho da organização.
 ■ Viabilizar a gestão econômica.
 ■ Criar condições para exercer o controle.
Fontes de informações da controladoria
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
27
 ■ Contribuir para o contínuo aperfeiçoamento de processos internos.
 ■ Desenvolver relações com os stakeholders.
Uma importante ênfase deve ser dada: o Controller (profissional que atua na 
Controladoria) não toma as decisões da organização. A função de investir os 
recursos da organização, contratar serviços, e as demais decisões que determinam 
os rumos da organização cabem aos administradores e gestores. A Controladoria 
tem o papel de assessorar todo o processo decisório, o que difere de tomar as 
decisões da organização (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).
FONTES DE INFORMAÇÕES DA CONTROLADORIA
As fontes de informações da Controladoria estão no ambiente interno e externo 
da organização. A Controladoria estrutura as informações nos relatórios em fun-
ção do modelo decisório dos usuários para subsidiar as suas decisões.
Na Figura 3, tem-se uma representação das fontes de informações da 
Controladoria e a sua relação com os objetivos (ou estratégias), os quais devem 
considerar aspectos internos e externos da organização.
Os profissionais responsáveis pela auditoria interna devem atuar com inde-
pendência em relação aos demais funcionários e aos demais departamentos 
da organização, incluindo os Controllers e a Controladoria. A independência 
do auditor interno visa a preservar a qualidade do trabalho de auditoria inter-
na. Ademais, a independência do auditor é um dos princípios dessa auditoria.
Fonte: adaptado de Almeida (2012).
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
Ambiente Externo
(PIB, in�ação, concorrência,
governo, leis, etc.)
Ambiente Interno
Bens Tangíveis, Intangíveis e
Recursos Humanos.
Objetivos da
Organização
Interdependência
Integração
Interação
Controladoria
Figura 3 - Fontes de Informações da Controladoria
Fonte: o autor.
No âmbito interno da organização, a Contabilidade, a Administração e a Gestão 
Financeira são os principais provedores de informações para a Controladoria. 
As informações desses setores são financeiras, operacionais, produtivas e de 
investimento. Por exemplo: quantidade de novos projetos de produtos do setor 
de pesquisa e desenvolvimento (P&D), faturamento por período, vendas por 
Fontes de informações da controladoria
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
29
período, compras por período, inadimplência etc. (BORINELLI, 2006; ANTHONY; 
GOVINDARAJAN, 2008).
No âmbito externo, destacam-se relatórios divulgados pelos concorrentes, 
publicações de agências setoriais, relatório de analistas, base de dados mercado-
lógicos, livros, artigos científicos, pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE). São informações macroeconômicas, sociais, setoriais e 
mercadológicas, as quais são estruturadas nos relatórios (BORINELLI, 2006; 
ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).
Exemplo
No âmbito interno da organização, a Contabilidade Gerencial fornece valo-
res relativos aos estoques e montantes de compras de matéria-prima, e a gestão 
financeira propicia os desembolsos de caixa futuros da entidade com matéria-
-prima. No ambiente externo, por meio de relatórios dos fornecedores, tem-se 
os preços comparativos de matérias-primas, e com base nos índices de inflação, a 
organização pode estimar o seu poder de compra. A Controladoria vai compilar 
(ou estruturar) essas informações e fornecer relatórios aos tomadores de decisão 
para estes analisarem se a organização fez boas compras, se está pagando maior 
ou menor preço de matéria-prima (em relação a outros fornecedores), além de 
avaliarem a eficiência dos prazos de negociação com fornecedores.
A Contabilidade Gerencial fornece indicadores sobre o custo de o setor 
produtivo, a qual apurou que o tempo empregado na montagem dos produ-
tos aumentou. Com base em estudos de engenharia de produção e nos estudos 
dos processos produtivos da concorrência, a organização verificou que o seu 
tempo de montagem está alto. A Controladoria elabora os controles para bai-
xar o tempo da montagem e indica quais ações serão necessárias. Por exemplo, 
o treinamento dos funcionários.
As informações fornecidas pela Controladoria propiciam a análise da con-
corrência. Sobre isto, no Quadro 3, há algumas fontes de dados brutos, baseadas 
em Porter (1991) para análise da concorrência das indústrias. 
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E30
Quadro 3 - Fontes de dados brutos utilizados para análise da concorrência
CATEGORIAS DOS DADOS COMPILAÇÃO
Linhas de produtos Por companhia (ou organização)
Compradores e seus comportamentos Por ano
Produtos complementares Por área funcional
Produtos substitutos
 
Crescimento (por índice, padrão, sazonal e 
cíclico)
Tecnologia de produção e distribuição (es-
trutura de custo, economias de escala, valor 
agregado, logística e mão de obra)
Marketing e vendas (segmentação do mer-
cado, práticas de marketing)
Fornecedores
Canais de distribuição (se indiretos)
Inovação (tipos, fontes, índices e economia 
de escala)
Concorrentes (estratégia, metas, pontos 
fracos, pontos fortes e hipóteses)
Meio social, político e legal
Meio macroeconômico
Fonte: adaptado de Porter (1991).
Ressalta-se que o Quadro 3 relacionou fontes de dados brutos, que precisam ser 
estruturados e transformados em informações úteis e relevantes para os gestores e 
os administradores, ou seja, devem ser inseridos em um contexto da organização. 
Porter (1991) relacionou possíveis fontes de informações publicadas sobre os 
concorrentes: estudos de indústrias, associações comerciais, revistas especializadas, 
imprensa comercial, repertórios e relatórios das companhias e dados estatísticos, 
banco de dados governamentais, jornais locais e registro de tributos locais.
Os autores Atkinson et al. (2011) afirmam que os avanços tecnológicos, 
principalmente a Internet, propiciam acesso às informações de distintas fontes 
instantemente e, muitas vezes, sem grandes custos (ou gratuitamente).
Funções do controller
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
31
FUNÇÕES DO CONTROLLER
O Controller (ou controlador) é o profissional responsável por implementar a 
Controladorianas organizações. Os autores Atkinson et al. (2011, p. 799) definem 
o Controller como “um executivo sênior de finanças e contabilidade que prepara e 
interpreta as informações financeiras para os administradores, investidores e credo-
res”. Anthony e Govindarajan (2008) discorreram que o Controller prepara os planos 
estratégicos e os orçamentos para que as organizações possam atingir os seus objetivos.
De acordo com Borinelli (2006), dadas as funções da Controladoria, o 
Controller deve ser apto a realizar:
 ■ Planejamentos: estabelecimento de objetivos, metas e planos (estratégi-
cos e operacionais).
 ■ Orçamentos: transformações dos planos em orçamentos, operacional e 
financeiro.
 ■ Execução: implementação dos planos (realização das ações).
 ■ Controle: mensuração do desempenho organizacional, comparar o desem-
penho real com o esperado e analisar as variações e as suas causas.
 ■ Medida corretiva: sugerir, implementar e acompanhar medidas corretivas.
ESTRATÉGIA, CONTROLADORIA E CONTROLLER
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E32
 ■ Avaliação de desempenho: atribuir conceitos aos desempenhos.
Os autores Anthony e Govindarajan (2008) apontaram outras funções do 
Controller nas organizações:
 ■ Projeto e operação de informações e sistemas de controle.
 ■ Preparação de demonstrações e relatórios financeiros.
 ■ Supervisão da auditoria interna (principalmente no que tange aos controles 
internos), indiretamente, salvaguardar os ativos e passivos da organização.
 ■ Supervisão do desenvolvimento do conhecimento dos funcionários e cap-
tação de novas ideias para controles.
Cabe mencionar que, em algumas organizações, o Controller pode assumir as 
funções de gerente financeiro, contador (incluindo questões tributárias), adminis-
trador e supervisionar o setor de Tecnologia da Informação (TI). Nada obstante, 
o Controller não toma as decisões (implementa as estratégias), de modo que asses-
sora o processo decisório. Quem decide são os administradores, proprietários, 
investidores, diretores etc (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).
O Controller é um profissional multidisciplinar que deve ter a capacidade 
de compreender todo o processo de criação de valor de negócio e assessorar a 
administração em todas as etapas da gestão da organização. O Controller for-
necerá os subsídios para os gestores avaliarem se os objetivos (ou estratégias) 
definidos pela organização foram (ou não) cumpridos.
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), na Unidade I, discorreu-se sobre a estratégia, a Controladoria 
e o Controller. Destarte, você compreendeu a relação entre esses conceitos.
Em um primeiro momento, vislumbrou-se que as organizações estão inse-
ridas na Era da Informação e, para aumentar as suas chances de sobrevivência, 
elas podem estipular estratégias (ou objetivos) visando a alocar os seus recursos 
na busca de maximização de capital ou a objetivar a prestação e a identificação 
de serviços de qualidade. Assim, foi compreendido que algumas estratégias de 
longo prazo necessitam sofrer ajustes em curto prazo para serem cumpridas.
Em seguida, foram apresentadas as definições e funções da Controladoria. 
Na primeira perspectiva, ela foi vista como uma área do conhecimento multi-
disciplinar (em construção), que busca compreender o processo de gestão como 
um todo, as necessidades informacionais de tomada de decisão dos usuários 
internos e externos e as informações para mensurar o desempenho (além do 
financeiro). Em um segundo momento, a Controladoria foi tida como o depar-
tamento responsável por assessorar os demais departamentos da organização 
com informações econômicas, patrimoniais, financeiras e não financeiras (índi-
ces de produtividade, satisfação do cliente etc.).
Prosseguindo, foi entendido que as fontes de informação da Controladoria 
estão no âmbito interno e externo da organização. Ademais, as informações 
propiciadas pela Controladoria subsidiam as decisões de investimento da orga-
nização. Com o advento da Internet, muitas fontes de informações podem ser 
acessadas gratuitamente, diminuindo custos com pesquisa.
Por fim, foram conhecidas as funções do Controller, que é o profissional com 
perfil analítico, visão sistêmica e multidisciplinar. Tem a função de assessorar as 
atividades de planejamento, de controle e as análises das demonstrações contá-
beis, além de estruturar os dados de modo que estes conduzam as tomadas de 
decisões dos gestores e administradores. O Controller não toma as decisões na 
organização. 
34 
1. Qual a relação entre uma organização e a estratégia? 
2. Cite e explique a relação da Controladoria enquanto área multidisciplinar com 
quatro distintas áreas do conhecimento (ou ciências). 
3. Cite e explique quatro funções da Controladoria para os outros departamentos 
quando ela é tida como um departamento da organização. 
4. Diferencie os conceitos de Estratégias Pretendidas e Estratégias Realizadas.
5. As Estratégias Emergentes são as estratégias formuladas em curto prazo para 
responder às oportunidades (ou ameaças) do ambiente em que a organização 
atua, as quais não haviam sido previstas na Estratégia Pretendida e tampou-
co na Deliberada (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010). Considerando o 
enunciado e as Estratégias Emergentes, avalie as afirmativas a seguir.
I. Um exemplo de Estratégia Emergente seria: ser líder do segmento de atua-
ção em cinco anos.
II. Um exemplo de Estratégia Emergente seria: captar novos clientes na região 
Sul em cinco anos.
III. Um exemplo de Estratégia Emergente seria: a organização previu aumentar 
o seu volume de vendas em 10% em três anos, mas devido à crise econômi-
ca no segundo ano do planejamento, essa organização resolveu baixar os 
seus preços de venda em 5% e aumentar os prazos de recebimentos para 
30 e 60 dias.
IV. Um exemplo de Estratégia Emergente seria: ser o segundo lugar do seg-
mento de atuação em cinco anos.
É correto o que afirma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II e III, apenas.
6. As fontes de informação da Controladoria estão no ambiente interno e externo 
da organização. Ressalta-se que a Controladoria estrutura as informações de 
modo a se tornarem úteis e relevantes para a tomada de decisão dos usuários 
(ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008). Considerando as fontes de informação 
internas e externas da Controladoria, avalie as afirmações a seguir e assinale 
verdadeiro (V) ou falso (F). 
35 
 )( O custo da mercadoria vendida é um exemplo de informação obtida de 
fonte externa à organização, uma vez que o montante dos custos das mer-
cadorias é obtido no departamento de Contabilidade.
 )( O montante apurado como receitas é um exemplo de informação obtida 
de fonte externa à organização, uma vez que o montante de vendas da 
organização é obtido no departamento de Contabilidade.
 )( O custo da mercadoria vendida e o montante apurado como receitas são 
exemplos de informação obtidas de fontes internas à organização, uma 
vez que os montantes dos custos e receitas são obtidos no departamento 
de Contabilidade.
 )( A produtividade dos funcionários do setor de produção é um exemplo de 
informação obtida de fonte interna de informação, qual seja, o departa-
mento de produção. 
A sequência correta para a resposta da questão é:
a) V, V, F e F.
b) F, V, F e F.
c) V, F, V e F.
d) F, F, V e V.
e) F, V, F e V.
7. O Controller é o profissional responsável por implementar a Controladoria 
nas organizações. Destarte, ele tem atribuições específicas para assessorar a 
organização a cumprir os seus objetivos (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008). 
Considerando as funções do Controller, avalie as afirmações a seguir e assinale 
verdadeiro (V) ou falso (F). 
 )( O Controller é responsável pelas atividadesde planejamento: estabelecer 
os objetivos, as metas e os planos. Quando ele identifica a necessidade 
de aumentar a capacidade produtiva, ele mesmo contrata os funcionários.
 )( O Controller é responsável pelas atividades de planejamento: estabelecer 
os objetivos, as metas e os planos. Quando ele identifica a necessidade de 
aumentar a capacidade produtiva, ele repassa essa informação aos geren-
tes de produção e de recursos humanos, os quais são responsáveis pela 
contratação dos funcionários.
 )( O Controller tem a função de avaliar o desempenho dos demais gestores e 
departamentos. Quanto ele identifica que o departamento de vendas foi 
ineficiente, ele próprio modifica todas as políticas de venda da organiza-
ção sem a necessidade de autorização superior (conselho de administra-
ção, diretoria ou proprietário da organização).
36 
 )( O Controller tem a função de efetuar os orçamentos, incluindo os orça-
mentos operacionais e financeiro. No processo orçamentário, o Controller 
estipula todas as metas da organização e todas as políticas dos departa-
mentos, sem a necessidade de autorização superior (conselho de adminis-
tração, diretoria ou proprietário da organização).
A sequência correta para a resposta da questão é:
a) V, V, F e F.
b) F, V, F e F.
c) V, F, V e F.
d) F, F, V e V.
e) F, V, F e V.
8. Menciona-se que são diversas as funções do Controller nas organizações, 
podendo ser citadas: ____________, a qual tem como objetivo auditar os 
controles internos e proteger os ativos da organização, a ___________, que 
consiste em preparar os relatórios financeiros para os tomadores de decisão 
e _________. Neste último caso, quando o Controller identifica que o desem-
penho pode ser melhorado e sugere efetuar treinamentos (ANTHONY; GOVIN-
DARAJAN, 2008). Em relação às palavras que completam o sentido desta frase, 
assinale a alternativa correta.
a) Orçamento, planejamento, supervisionar a auditoria interna.
b) Supervisionar a auditoria interna, supervisor do conhecimento dos funcio-
nários, preparação dos relatórios financeiros.
c) Supervisionar a auditoria interna, preparação dos relatórios financeiros, su-
pervisor do conhecimento dos funcionários.
d) Orçamento, supervisionar a auditoria interna, demissão dos funcionários.
e) Supervisionar a auditoria interna, demissão dos funcionários, preparação 
dos relatórios financeiros.
9. A organização deve estipular objetivos em curto, médio e longo prazos para co-
ordenar os seus recursos tangíveis, intangíveis e humanos. Ressalta-se que os 
objetivos das organizações nem sempre são maximizar o seu capital, ou a bus-
ca incessante pelo lucro. Um exemplo são as organizações não governamentais 
(ONGs) (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008). Considerando o enunciado, em rela-
ção a um exemplo de objetivo de uma ONG, assinale a alternativa correta. 
37 
a) Satisfazer os stakeholders com prestação de serviços eficazes, gerando bem-
-estar social.
b) A cada ano, aumentar 10% do faturamento da organização.
c) Investir os lucros em aplicações financeiras rentáveis.
d) Captar doações de outras empresas e de membros influentes da sociedade, 
e investir em fundos de investimentos rentáveis para otimizar o capital.
e) Aumentar o preço dos serviços em 30% para a população carente visando a 
aumentar os lucros e a investir em marketing.
10. A Controladoria pode ser reconhecida como uma ciência multidisciplinar, pois 
emprega conceitos de outras áreas do conhecimento para abordar os seus ob-
jetos de estudo (BORINELLI, 2006). Considerando o enunciado, a respeito de 
um exemplo da relação da Controladoria com outras ciências, assinale a alter-
nativa correta. 
a) A Controladoria possui relação com a Psicologia, principalmente no empre-
go dos indicadores econômicos e na valorização das transações da organi-
zação.
b) A Controladoria utiliza conceitos da Matemática para empregá-los no rela-
cionamento com os funcionários, com a sociedade e com os tomadores de 
decisão, principalmente nas relações sociais.
c) A Controladoria emprega conhecimentos da Contabilidade para a mensura-
ção dos ativos, dos passivos e do resultado no estabelecimento das políticas 
contábeis.
d) A Controladoria nunca empregará conhecimentos da Administração, pois 
não cabe à primeira assessorar nas decisões de modelos de gestão e na 
prestação de contas, que são conhecimentos oriundos da Administração.
e) A Controladoria utiliza conhecimentos da Estatística para verificar se a atu-
ação da organização é condizente com normas e legislações do Direito Co-
mercial, por exemplo.
38 
Ciclo de Vida das Organizações 
Caro(a) aluno(a), na Unidade I foi demonstrada a relação entre as organizações e os 
objetivos, destarte, foram apresentadas perspectivas teóricas da Teoria da Estratégia. 
Menciona-se que, além da Teoria da Estratégia, existem outras que podem auxiliar a 
compreender as organizações. Um exemplo é a Teoria do Ciclo de Vida das Organizações 
(Organizational Life Cycle).
A Teoria do Ciclo de Vida das Organizações faz uma analogia da organização com um ser 
humano, que nasce, se desenvolve ao longo do tempo e morre (FREZATTI et al., 2009).
Os pesquisadores da Teoria do Ciclo de Vida das Organizações tentam identificar quais 
são as estratégias e os mecanismos de controles internos que se ajustam a cada etapa 
do ciclo de vida. Nada obstante, identificam quais as interferências do ambiente externo 
em cada fase do ciclo.
Beuren e Pereira (2013) analisaram 39 estudos (nacionais e internacionais) que aplica-
ram a Teoria do Ciclo de Vida das Organizações e identificaram os seguintes estágios do 
ciclo de vida delas: 
• Com três fases: 1) estágio de empreendimento, 2) estágio de formalização, 3) 
estágio de flexibilização.
• Com quatro fases: 1) estágio empresarial, 2) estágio de coletividade, 3) estágio 
de formalização e controle, 4) estágio de elaboração e adaptação da estrutura. Ou 
1) nascimento, 2) crescimento, 3) maturação (institucionalização), 4) renovação.
• Com cinco fases: 1) criatividade, 2) orientação, 3) delegação, 4) coordenação, 5) 
colaboração. Ou 1) namoro, 2) infância, 3) toca-toca, 4) adolescência, 5) plenitude. 
Ou 1) criatividade, 2) orientação, 3) delegação, 4) coordenação, 5) colaboração. 
• Com nove fases: 1) conceitual, 2) organizativo, 3) produtivo, 4) caçador, 5) admi-
nistrativo, 6) normativo, 7) participativo, 8) adaptativo, 9) inovativo. 
39 
Na mesma perspectiva que Beuren e Pereira (2013), Frezatti et al. (2009) afirmaram que 
existem diversos modelos para representar os ciclos de vida das empresas. Os autores 
expuseram o seguinte modelo da Teoria do Ciclo de Vida das Organizações. 
• Crescimento: atua em um ambiente competitivo e heterogêneo. A organização 
é marcada pela formalização dos processos e das funções, pela baixa diferencia-
ção dos produtos e pela redução da centralização nas tomadas de decisão. A es-
tratégia visa a ampliação da atuação em mercados, ao incremento de inovações 
e ao crescimento acelerado.
• Maturidade: o ambiente possui maior competitividade e heterogeneidade que 
no estágio de crescimento. A estrutura da organização torna-se burocrática e for-
mal, com média diferenciação dos produtos e uma centralização moderada das 
tomadas de decisão. A estratégia visa a consolidação em mercados estratégicos e 
ao foco na eficiência e na demanda de mercados definidos.
• Renascimento: o ambiente é muito competitivo, heterogêneo e dinâmico. A 
organização é estruturada em funções, com alta diferenciação dos produtos, 
controles sofisticados para análises e decisões formalizadas. A estratégia busca a 
diversificação de produtos e mercados, possui alto grau de risco e planejamento, 
assim como de inovação substancial. 
Em cada ciclo de vida da organização há uma transformação nos produtos, nas estraté-
gias e no posicionamento do mercado, maior ou menor burocracia, entre outros fatores. 
Ressalta-se que a Teoria do Ciclo de Vida Organizacional ainda está em processo de evo-
lução e consolidaçãonos âmbitos nacional e mundial (BEUREN; PEREIRA, 2013).
Fonte: Beuren e Pereira (2013) Frezatti et al. (2009).
MATERIAL COMPLEMENTAR
A Revista Contabilidade & Finanças (RC&F) é uma publicação quadrimestral, de acesso aberto, 
gratuita para autores e leitores. É feita pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação 
Instituto de Pesquisas Contábeis (FIPECAFI). Divulga a produção científica inédita e relevante na 
área de Contabilidade, Controladoria, Atuária e Finanças. 
Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rcf>.
Fome de Poder (2016)
Retrata a vida de Raymond Albert Kroc, também conhecido como Ray Kroc 
(Michael Keaton) e o seu encontro com os irmãos McDonald, que culminou 
na expansão da rede mundial de fast-food de mesmo nome. Neste filme, 
são retratadas as decisões estratégicas e gerenciais que transformaram 
este modelo de negócios.
Safári de Estratégia - Um Roteiro pela Selva do 
Planejamento Estratégico
Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel
Editora: Bookman
Sinopse: com um texto provocativo, instigante e livre de jargões, Henry 
Mintzberg e os seus coautores ajudam o leitor a conhecer as dez grandes 
escolas do planejamento estratégico. Este livro é feito tanto para os 
acadêmicos como para os gerentes e planejadores.
REFERÊNCIAS
41
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2012.
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de Controle Gerencial. 12. ed. São 
Paulo: McGraw-Hill, 2008.
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. Trad. André Olímpio Mosselman Du 
Chenoy Castro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
BEUREN, I. M.; PEREIRA, A. M. Análise de artigos que relacionam ciclo de vida orga-
nizacional com controles de gestão. RAI - Revista de Administração e Inovação, São 
Paulo, v. 10, n. 2, p. 123-143, 2013.
BORINELLI, M. L. Estrutura conceitual básica de controladoria: sistematização à 
luz da teoria e da práxis. 2006. 352 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabili-
dade: Contabilidade) - Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de Eco-
nomia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. 
FREZATTI, F. et al. Controle gerencial: uma abordagem da contabilidade gerencial 
no contexto econômico, comportamental e sociológico. São Paulo: Atlas, 2009.
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Trad. Luiz 
Euclydes Trindade Frazão Filho. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de Estratégia: um roteiro pela 
selva do planejamento estratégico. Trad. Lene Belon Ribeiro. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2010.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: Técnicas para análise de indústria e da con-
corrência. Trad. Elizabeth Maria de Pinto Braga. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
REFERÊNCIAS
GABARITOGABARITO
1. As organizações são um conjunto de recursos tangíveis, intangíveis e humanos, 
interdependentes e integrados, que interagem para atingir um objetivo. A estra-
tégia trata-se de um plano detalhado para atingir um objetivo. Nada obstante, 
uma organização deve atuar utilizando os seus recursos da melhor maneira pos-
sível. Por sua vez, a estratégia busca o melhor caminho a ser percorrido, a trajetó-
ria ideal para atingir o objetivo. 
2. Nesta atividade, foram solicitadas quatro áreas distintas, as quais podem ser:
• Contabilidade: a relação com a Controladoria é que a Contabilidade propi-
cia identificação, classificação, registro e sumarização das transações e, deste 
modo, fornece informações financeiras e nãofinanceiras para os controles in-
ternos. 
• Administração: a relação com a Controladoria é que a Administração fornece 
conhecimentos relativos aos modelos decisórios (centralização, descentraliza-
ção, unidade de negócio), controle e gestão dos ativos.
• Gestão financeira: pode ser considerada dentro da Administração e da Conta-
bilidade, mas especificamente, trata-se da gestão financeira da Controladoria. 
Contas a pagar, receber investimentos e aplicações financeiras.
• Economia: a relação pode ser vista nos indicadores monetários, nos subsídios 
para mensurações monetárias, na análise de oferta, demanda e renda, bem 
como os mecanismos para apurar o valor econômico da organização.
• Direito: a relação com a Controladoria está no fato de que as operações da or-
ganização devem ser conduzidas dentro do âmbito legal, ou seja, respeitando 
toda a legislação.
• Estatística: a Controladoria emprega técnicas estatísticas como média, media-
na, moda e desvio-padrão. É possível coletar, organizar, descrever, analisar e 
interpretar os dados que se tornarão informações e controles internos.
• Matemática: A Controladoria utiliza símbolos, métodos, valores e números 
para quantificações físicas e monetárias.
• Psicologia: envolve a atuação do Controller e o comportamento dos tomado-
res de decisão e dos funcionários e as reações dos usuários internos e externos 
da informação. 
• Sociologia: fornece subsídios para relações sociais dos membros da organiza-
ção: funcionários, investidores, fornecedores e demais stakeholders. 
GABARITO
43
3. Nesta atividade, foram solicitados quatro departamentos, os quais podem ser:
• Contabilidade societária (função contábil). Envolve analisar as demonstra-
ções contábeis, desenvolver políticas contábeis e de controle, atender as de-
mandas informacionais dos stakeholders, garantir o processamento de todos 
os fatos e transações.
• Contabilidade gerencial (função gerencial e estratégia). Fornecer análises e 
informações para subsidiar as decisões estratégicas da organização, que são 
as ações que permitem atingir os objetivos. Estruturar informações financei-
ras, operacionais, patrimoniais e econômicas que estão no ambiente interno 
ou externo da organização. Efetuar projeções com séries temporais (passa-
do) e cenários prospectivos (futuro).
• Planejamento, orçamento e controle. Assessorar os gestores na elaboração 
do planejamento, dos planos orçamentários e propiciar condições para efe-
tuar o controle das operações da organização para atingir os objetivos (cum-
prir os orçamentos e planejamentos). Analisar as variações orçamentárias e 
dos indicadores do planejamento.
• Contabilidade de custos (função de custos). Compreende mensurar, analisar, 
controlar e avaliar os custos de produção, bem como apurar os custos por 
métodos distintos, como custeio variável, meta etc. Fornece informações so-
bre o custo por produto e por linha de produção. 
• Contabilidade tributária (função tributária). Assessoria para cumprir as obri-
gações fiscais ou tributárias, realizar o planejamento tributário e garantir que 
a organização vai atender a todas as obrigações acessórias e legais.
• Seguros e controle patrimonial (função de salvaguarda de ativos). Análise de 
opções de seguros para a proteção dos ativos.
• Controles internos (função de controle). Estabelecer e monitorar os controles 
internos da organização.
• Riscos (função de controle de riscos). Minimizar a exposição da entidade aos 
riscos fornecendo informações.
• Sistemas de informação (função de gestão da informação). Garantir que as 
transações serão processadas e resultarão nas informações necessárias para 
compor os resultados. 
GABARITO
4. As Estratégias Pretendidas são as situações almejadas pela organização em cur-
to, médio e longo prazos. Tratam-se das metas futuras traçadas pelos adminis-
tradores. Por sua vez, as Estratégias Realizadas são os resultados alcançados em 
comparação ao resultado pretendido. Apura-se o desempenho das atividades 
da organização e o confronta com os objetivos traçados anteriormente. 
5. B) III, apenas. 
6. D) F, F, V e V.
• A primeira e a segunda afirmativas são falsas (F) porque são exemplos de fon-
tes de informações internas à organização. 
7. B) F, V, F e F.
• A primeira, a segunda e a quarta afirmativa são falsas (F) porque o Control-
ler não toma as decisões da organização, apenas assessora os processos com 
informação. Quem toma as decisõese estipula os objetivos são os gestores, 
administradores, investidores ou proprietários. 
8. C) Supervisionar a auditoria interna, preparação dos relatórios financeiros, su-
pervisor do conhecimento dos funcionários.
9. A) Satisfazer os stakeholders com prestação de serviços eficazes, gerando bem-
-estar social. 
10. C) A Controladoria emprega conhecimentos da Contabilidade para a mensu-
ração dos ativos, dos passivos e do resultado no estabelecimento das políticas 
contábeis.
U
N
ID
A
D
E II
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida.
A CONTROLADORIA E 
O PLANEJAMENTO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar os conceitos de missão, valores e visão.
 ■ Compreender a análise do ambiente interno e externo.
 ■ Diferenciar a formulação da estratégia e o planejamento estratégico.
 ■ Discorrer sobre os benefícios e as limitações do planejamento.
 ■ Apresentar os tipos de planejamento.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Missão, valores e visão
 ■ Análise do ambiente interno e externo
 ■ Formulação da estratégia e planejamento estratégico
 ■ Benefícios e limitações do planejamento
 ■ Tipos de planejamento
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
47
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na Unidade II deste livro, discorreremos sobre a Controladoria 
e o processo de planejamento. Para tanto, serão expostos os conceitos de mis-
são, valores e visão, a análise do ambiente interno e externo da organização, a 
formulação da estratégia e o planejamento estratégico.
Em um primeiro momento, serão apresentados os conceitos de missão, visão 
e valores, que são os mecanismos pelos quais a organização comunica os seus 
objetivos aos stakeholders. A missão refere-se à razão da existência da organi-
zação. Os valores são os princípios e as crenças dos funcionários, presentes na 
relação da organização com seus stakeholders. A visão refere-se a como a orga-
nização espera ser vista por estes.
No próximo tópico, você compreenderá a análise do ambiente interno e 
externo. Será apresentada a análise SWOT e demonstrado um exemplo de sua 
aplicação. A análise SWOT permite que a organização identifique as forças e fra-
quezas (ambiente interno) e as oportunidades e ameaças (ambiente externo). É 
uma ferramenta que pode auxiliar na formulação da estratégia.
Em seguida, buscou-se diferenciar as funções de formulação da estratégia e 
o planejamento estratégico. A formulação da estratégia é um processo criativo, 
disruptivo e inovador. O planejamento estratégico, por sua vez, é a operaciona-
lização da estratégia escolhida, além de ser sistemático. 
O próximo tópico apresentará os benefícios e as limitações do planejamento. 
Ressalta-se que o planejamento propicia aprendizado, além de forçar os gestores 
a pensarem em longo prazo. Como principais limitações, tem-se que o plane-
jamento é realizado com estimativas e previsões as quais congregam o risco de 
não serem realizadas ou cumpridas.
Por fim, serão apresentados dois tipos de planejamento das organizações, 
quais sejam: planejamento estratégico e planejamento tático e operacional. O pri-
meiro caracteriza-se por ser de longo prazo, enquanto o último, de curto prazo.
Bons estudos!
A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E48
MISSÃO, VALORES E VISÃO
Caro(a) aluno(a), anteriormente, foi argumentado que as organizações são orien-
tadas por objetivos, os quais devem ser condizentes com as suas capacidades 
(recursos humanos, bens tangíveis e intangíveis). Neste tópico, serão apresenta-
dos os conceitos de missão, valores e visão, que são os mecanismos pelos quais 
a organização comunica os seus objetivos aos funcionários, gerentes, investido-
res e demais stakeholders. Esses conceitos são úteis para nortear as estratégias da 
organização, bem como orientar a Controladoria.
Kaplan e Norton (2004) argumentaram que a Missão fornece o ponto de 
partida para a organização, é quando se conhece o motivo da sua existência. Os 
valores são as crenças e os costumes presentes nas relações dos funcionários 
da organização com os stakeholders (por exemplo, princípios éticos). A visão 
refere-se à projeção de como a organização espera ser vista no futuro por seus 
stakeholders. A estratégia refere-se ao plano estruturado para atingir a missão 
da organização, consonante aos valores, para então a empresa ser vista por seus 
stakeholders conforme as suas aspirações (Figura 1).
Missão, Valores e Visão
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
49
Missão
Por que existimos?
Valores
O que é importante para nós?
Visão
O que queremos ser?
Estratégia
Plano estipulado pela organização para cumprir sua missão, preservando
seus valores e ser vista por seus stakeholders como almeja.
Figura 1 - Missão, valores, visão e estratégia
Fonte: adaptado de Kaplan e Norton (1997).
Menciona-se que os stakeholders são os indivíduos ou as instituições que influen-
ciam e são influenciados pelas atividades da organização, como os proprietários, 
os investidores, os funcionários, os clientes, o governo, a comunidade, os forne-
cedores etc. (ATKINSON et al., 2011).
A missão pode ser entendida como uma declaração concisa da razão da existên-
cia da organização. Refere-se ao propósito que norteia as suas atividades e pelo qual 
ela foi constituída. Ademais, expressa a maneira como a organização espera compe-
tir e criar valor aos stakeholders (além do financeiro) (KAPLAN; NORTON, 2004).
São exemplos de missão das organizações:
 ■ Ser um fornecedor confiável.
 ■ Prestar serviços de qualidade.
 ■ Desenvolver as atividades sob uma gestão financeira eficaz.
 ■ Promover retorno aos investidores.
 ■ Atrair e reter funcionários qualificados e motivados.
 ■ Firmar parcerias para a criação de valor aos stakeholders da organização.
A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
Os valores são as crenças e os costumes das pessoas da organização, e estão pre-
sentes em todas as relações internas e externas. Podem ser entendidos como os 
princípios da organização. 
São exemplos de valores organizacionais: ética, transparência, integridade, hones-
tidade, responsabilidade socioambiental, entre outros. São implementados por códigos 
(sistemas formais) ou por sistemas informais (quando os valores não são implanta-
dos, mas são percebidos na prática organizacional) (KAPLAN; NORTON, 2004).
A visão é uma declaração concisa sobre as metas em médio e longo prazo 
das organizações. Pode ser entendida como a maneira pela qual a organização 
espera ser vista no futuro por seus stakeholders. A visão é orientada para o mer-
cado e, em alguns casos, para o âmbito mundial (KAPLAN; NORTON, 2004).
Citam-se como exemplos de visões das organizações:
 ■ Ser o líder de vendas do segmento de atuação.
 ■ Ser uma organização líder em tecnologia e inovação dos produtos.
 ■ Promover o desenvolvimento sustentável da comunidade na qual a orga-
nização está inserida.
Os autores Atkinson et al. (2011) argumentaram que a organização pode incluir 
as expectativas dos stakeholders nos seus objetivos, ou seja, na sua missão e na sua 
visão (inclusive nos valores). Ressalta-se a importância de incluir tais expectati-
vas, dado que as organizações estão inseridas em um ambiente macroeconômico 
e podem sofrer influência desses stakeholders.
Para exemplificar como a missão, os valores e a visão podem ser comunica-
dos pelas organizações, observe o Quadro 1, o qual relaciona tais atributos da 
instituição de ensino Centro Universitário de Maringá (Unicesumar).
Missão 
Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for-
mando profissionaiscidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária. 
Valores essenciais 
• Respeito ao ser humano de forma integral.
• Excelência intelectual e profissional.
 
Missão, Valores e Visão
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
51
• Promoção do desenvolvimento emocional e espiritual.
• Compromisso com o conhecimento, com a aprendizagem e com a transfor-
mação da sociedade.
• Ética, cidadania, integridade e transparência.
• Inovação tecnológica permanente.
• Desenvolvimento e valorização da cultura e da arte.
• Responsabilidade com o meio ambiente e a promoção do desenvolvimento 
sustentável. 
Visão 
• Ser reconhecida como uma instituição universitária de referência nacional 
pela qualidade de ensino na modalidade presencial e a distância (EAD), exten-
são e pesquisa.
• Consolidar os programas de lato sensu e stricto sensu.
• Promover a qualidade e inovação da gestão acadêmica e administrativa.
• Manter o relacionamento permanente com os egressos, incentivando a 
educação continuada, proporcionando a internacionalização e o ingresso no 
mundo do trabalho.
Quadro 1 - Missão, valores e visão da Unicesumar
Fonte: Unicesumar ([2018], on-line)1.
A formulação da estratégia deve ser condizente com a missão, os valores e a visão das 
organizações, uma vez que tais conceitos podem ser entendidos como os objetivos da 
organização (KAPLAN; NORTON, 2004; MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 
2010). Conforme foi enfatizado na Unidade I, as estratégias devem ser consonan-
tes às habilidades e competências da organização, deste modo, no próximo tópico, 
serão discorridas as análises internas e externas (forças, fraquezas, oportunidades e 
ameaças). Essa análise pode auxiliar a organização no planejamento da estratégia.
Caro(a) aluno(a), foram apresentados, neste tópico, exemplos de missões, vi-
sões e valores de algumas organizações. Menciona-se que estas geralmente 
apresentam tais conceitos em seus sites. Algumas organizações, entretanto 
podem apresentar estes elementos nos relatórios de administração e de sus-
tentabilidade, entre outros.
Fonte: o autor.
A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO E EXTERNO
O desempenho das organizações é influenciado por aspectos microeconômicos ou 
internos (como produtividade da mão de obra, tecnologia, localização geográfica) 
e macroeconômicos ou externos (como a taxa de crescimento do Produto Interno 
Bruto, taxa de inflação, oferta e demanda do produto). Outrossim, a formula-
ção dos objetivos ou das estratégias deve considerar tais fatores, os quais podem 
ser controláveis, ou não, pelas organizações (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 
2008; KAPLAN; NORTON, 2004).
Uma ferramenta útil para as organizações realizarem uma análise ambien-
tal interna e externa é a análise SWOT, que se refere à sigla de strengths (forças), 
weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). A aná-
lise SWOT surgiu na década de 60, proposta pelos professores Kenneth Andrews 
e Roland Christensen da Harvard Business School (MINTZBERG; AHLSTRAND; 
LAMPEL, 2010). No Quadro 2, tem-se um modelo de análise SWOT.
Quadro 2 - Modelo de análise SWOT
FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS
Fatores internos Strengths (forças) Weaknesses (fraquezas)
Fatores externos Opportunities (oportunidades) Threats (ameaças)
Fonte: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010).
Análise do ambiente interno e externo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
53
Conforme demonstra o Quadro 2, tem-se, no ambiente interno, as forças e fraque-
zas, as quais têm maiores chances de serem controladas pela organização. Por sua 
vez, no ambiente externo estão as oportunidades e ameaças, as quais a organização 
possui pouca (ou nenhuma) influência. Desta forma, a análise SWOT pode ser utili-
zada para análise interna e externa (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
As informações que compõem a análise SWOT são apenas indicadores e, na 
sua maioria, qualitativos (ou descritivos). A aplicação da análise SWOT é um pro-
cedimento que antecede o planejamento da as organização, haja vista que ambos 
têm o mesmo objetivo: maximizar as forças e oportunidades e, ao mesmo tempo, 
reduzir as fraquezas e minimizar as ameaças (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 
2008; MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
No Quadro 3, tem-se um exemplo da aplicação da análise SWOT de uma 
organização fictícia.
Quadro 3 - Exemplo de aplicação da análise SWOT
FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS
Fatores 
internos
Strengths (forças)
• Qualidade do produto.
• Adimplência.
• Lucratividade.
• Salários altos para o funcionários.
Weaknesses (fraquezas)
• Baixo retorno para os acio-
nistas.
• Custo de estocagem.
• Alta taxa de depreciação.
Fatores 
externos
Opportunities (oportunidades)
• Novas certificações de qualidade.
• Financiamento do governo.
• Novas tecnologias de estocagem 
para baixos custos.
Threats (ameaças)
• Desconhecer a legislação.
• Crises econômicas.
• Novos concorrentes.
Fonte: o autor.
A aplicação da análise SWOT pode ser considerada simples, todavia os profissio-
nais que a aplicam nas organizações precisam possuir um conhecimento avançado 
e adequado das suas operações e atividades (modelo de negócios), bem como dos 
aspectos mercadológicos que interferem no desempenho organizacional. A grande 
falácia da SWOT ocorre quando os responsáveis por sua elaboração acreditam que 
A CONTROLADORIA E O PLANEJAMENTO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
conhecem a organização e, na verdade, nunca visitaram o chão de fábrica e desco-
nhecem os processos produtivos (ficam presos em seus escritórios e nos relatórios 
empresariais) (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO 
ESTRATÉGICO
Caro(a) aluno(a), antes de adentrarmos nas especificidades do planejamento, é 
de suma importância diferenciar duas funções (conjunto de atividades), quais 
sejam: (i) formulação da estratégia e (ii) planejamento estratégico.
A formulação da estratégia é um processo criativo, intuitivo, disruptivo, ino-
vador, ou pode ser apenas imitação, replicação e adaptação de uma estratégia de um 
concorrente. Pode ser realizada com bases sistemáticas e racionais (situação ideal), 
ou conforme o feeling do empresário (atitude empreendedora) recomendada para 
novos produtos ou novos mercados (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010).
O planejamento estratégico, necessariamente, é um processo sistemático 
que auxilia as organizações a decidirem quais programas ela estimulará ou encer-
rará nos próximos anos (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008). 
Conforme Kaplan e Norton (1997), o planejamento estratégico permite que 
a organização: 
 ■ Quantifique os resultados pretendidos em longo prazo. 
 ■ Identifique mecanismos e forneça recursos para alcançar os resultados.
A formulação da estratégia não implica em sua implementação. Ao mesmo 
tempo, efetuar um planejamento estratégico não é formular estratégia.
(Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel)
Formulação da Estratégia e Planejamento Estratégico
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
55
O planejamento estratégico, portanto, é um processo formal, e a formalização é 
justamente o principal motivo de sua decadência na década de 80. A formula-
ção da estratégia, por sua vez, tem uma essência criativa, disruptiva (realizar a 
mesma ação de outra forma). É oportuno mencionar que, em algumas organi-
zações, o mesmo profissional que formula a estratégia elabora o planejamento 
estratégico. Tal acúmulo de funções pode ser prejudicial à capacidade

Continue navegando