Buscar

Direito do trabalho e FGTS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ 
CAMPUS PROFESSOR BARROS ARAÚJO 
ADMINISTRAÇÃO / BLOCO III (PERÍODO ESPECIAL) / TARDE 
PROFESSORA MARIA JOSÉ 
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
 
PAULA MOURA DOS SANTOS VERAS DE LIMA 
 
 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
E 
FGTS 
 
 
 
 
 
 
 
 
PICOS – PI 09/02/2015 
INTRODUÇÃO 
Este trabalho resultará na abordagem de assuntos referentes ao direito 
do trabalho e ao Fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS). Serão 
estudados tópicos como suas definições, denominações, conteúdos e funções. 
Examinaremos a área do Direito em que o Direito do trabalho se situa e a 
divisão interna que caracteriza o ramo justrabalhista, serão analisados os 
traços que envolvem a relação desse ramo especializado com o conjunto geral 
do Direito, trataremos de problemas como: autonomia do Direito do Trabalho, 
seu posicionamento no plano jurídico geral (natureza jurídica), seus princípios e 
fontes, uma rápida análise das relações de emprego e contratos e suas 
relações com outros ramos do universo do Direito e por fim a retrospectiva de 
sua evolução histórica, quer no mundo ocidental quer no Brasil. Estudaremos 
também as vantagens e desvantagens do FGTS, quem são seus beneficiários 
e sua natureza jurídica. 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
 É subjetivista a definição exposta por Hueck e Nipperdey."... o Direito 
do Trabalho e o direito especial de um determinado grupo de pessoas, que se 
caracteriza pela classe de sua atividade lucrativa (...) e o direito especial dos 
trabalhadores.(...) O Direito do Trabalho se determina pelo circulo de pessoas 
que fazem parte do mesmo”. 
 É objetivista a definição exposta por Messias Pereira Donato: “corpo de 
princípios e de normas jurídicas que ordenam a prestação do trabalho 
subordinado ou a este equivalente, bem como as relações e os riscos que dela 
se originam”. 
É definição mista, por sua vez, esta construída por Octavio Bueno 
Magano. Expõe o autor que Direito do Trabalho é o “conjunto de princípios, 
normas e instituições, aplicáveis a relação de trabalho e situações 
equiparáveis, tendo em vista a melhoria da condição social do trabalhador, 
através de medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais” 
O Direito Individual do Trabalho define-se como o complexo de 
princípios, regras e institutos jurídicos que regula, no tocante as pessoas e 
matérias envolvidas, a relação empregatícia de trabalho, além de outras 
relações laborais normativamente especificadas. 
Já o Direito Coletivo do Trabalho pode ser definido como o complexo 
de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam as relações laborais de 
empregados e empregadores, além de outros grupos jurídicos normativamente 
especificados, considerada sua ação coletiva, realizada autonomamente ou 
através das respectivas associações. 
O Direito Material do Trabalho, compreendendo o Direito Individual e o 
Direito Coletivo — e que tende a ser chamado, simplesmente, de Direito do 
Trabalho, no sentido lato —, pode, finalmente, ser definido como: complexo de 
princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de 
trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, 
também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às relações 
coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através de 
suas associações coletivas. 
 
 
DENOMINAÇÃO 
 
 A denominação Direito do Trabalho tomou-se hegemônica no plano 
atual dos estudos jurídicos; está consagrada na doutrina, na jurisprudência e 
também nos inúmeros diplomas normativos existentes na área, já recebeu 
diferentes denominações desde o inicio de sua existência, no século XIX, a par 
da hoje consagrada Direito do Trabalho. Trata-se, principalmente, de: Direito 
Industrial, Direito Operário, Direito Corporativo, Direito Sindical e Direito Social. 
Nenhum desses epítetos alternativos, contudo, prevaleceu ou afirmou-se 
hegemonicamente no tempo, certamente em face de cada um deles apresentar 
tantos ou mais problemas e insuficiências quanto os perceptíveis no 
consagrado titulo Direito do Trabalho. 
 Esta, portanto, consagrada a prevalência da expressão Direito do 
Trabalho para identificar esse ramo jurídico especializado surgido no século 
XIX. Reconheça-se, porem, que a expressão não e perfeita. Afinal, a palavra 
trabalho refere-se a objeto mais amplo (trabalho autônomo, por exemplo) do 
que o objeto próprio ao ramo justrabalhista, que regula, basicamente, o 
trabalho empregaticiamente contratado. Sob esse enfoque, a expressão Direito 
Empregatício talvez fosse mais precisa. Entretanto, ainda assim, mesmo do 
ponto de vista teórico, deve-se preservar o epiteto Direito do Trabalho. 
 
CONTEÚDO 
 
 O conteúdo do Direito do Trabalho molda-se também a partir de sua 
característica sistemática especifica. Assim, será em torno da relação 
empregatícia que será firmado o conteúdo principal do ramo justrabalhista. Sob 
esse ponto de vista, o Direito do Trabalho despontara, como o Direito de todo e 
qualquer empregado. Este é o conteúdo básico desse ramo jurídico: todas as 
relações empregatícias estabelecem-se sob sua normatividade. Esclareça-se, 
porem, que existem relações empregatícias que, embora se situando dentro do 
ramo justrabalhista, regula-se por normatividade jurídica especialíssima, 
distinta dos demais empregados. 
 Sob o ponto de vista de seu conteúdo, o Direito do Trabalho e, 
fundamentalmente, portanto, o Direito dos empregados, especificamente 
considerados. Não é, porem, o Direito de todos os trabalhadores, considerados 
em seu gênero. Excluem-se da área de abrangência desse ramo jurídico 
especializado, em consequência, inúmeras categorias especificas de 
trabalhadores não empregatícios. Citem-se, ilustrativamente, os trabalhadores 
autônomos, os eventuais, os estagiários, além do importante segmento dos 
servidores públicos não empregaticiamente contratados (servidores sob regime 
administrativo). 
 Ha categorias de trabalhadores não empregados que ingressaram no 
Direito do Trabalho, não pela natureza de sua relação jurídica particular (que 
não e empregatícia), porém em decorrência de expressa determinação legal 
(os trabalhadores portuários avulsos). De fato, embora não sendo, 
tecnicamente, empregados, tem recebido, desde inicio do século XX, a 
extensão do manto justrabalhista sobre suas relações com seus tomadores de 
serviços. Sinteticamente, o Direito do Trabalho abrange todo e qualquer 
empregado (embora a categoria domestica seja absorvida neste ramo jurídico 
mediante normatividade especial e restritiva). Abrange ainda determinados 
trabalhadores que não são empregados, mas que foram legalmente 
favorecidos pelo padrão geral da normatividade trabalhista (caso dos avulsos). 
 
FUNÇÕES 
 Todo Direito, como instrumento de regulação de instituições e relações 
humanas, atende a fins preestabelecidos em determinado contexto histórico. 
Sendo as regras e diplomas jurídicos resultado de processos políticos bem-
sucedidos em determinado quadro sociopolítico, sempre tenderão a 
corresponder a um estuário cultural tido como importante ou até hegemônico 
no desenrolar de seu processo criador. Todo Direito é, por isso, teleológico, 
finalístico, na proporção em que incorpora e realiza um conjunto de valores 
socialmente considerados relevantes. 
 O ramo justrabalhista incorpora, no conjunto de seus princípios, regras e 
institutos, um valor finalístico essencial, que marca a direção de todo o sistema 
jurídico que compõe. Este valor — e a consequente direção teleológica 
imprimida a este ramo jurídico especializado — consiste na melhoria das 
condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica. Sem 
tal valor e direção finalística, o Direito do Trabalho sequer se compreenderia, 
historicamente,e sequer justificar-se-ia, socialmente, deixando, pois, de 
cumprir sua função principal na sociedade contemporânea. Tal função decisiva 
do ramo justrabalhista realiza, na verdade, o fundamental intento democrático e 
inclusivo de desmercantilização da força de trabalho no sistema 
socioeconômico capitalista, restringindo o livre império das forças de mercado 
na regência da oferta e da administração do labor humano. 
 Uma segunda função notável do Direito do Trabalho é seu caráter 
modernizante e progressista, do ponto de vista econômico e social. A 
legislação trabalhista, desde seu nascimento, cumpriu o relevante papel de 
generalizar ao conjunto do mercado de trabalho aquelas condutas e direitos 
alcançados pelos trabalhadores nos segmentos mais avançados da economia, 
impondo, desse modo, a partir do setor mais moderno e dinâmico da economia, 
condições mais modernas, ágeis e civilizadas de gestão da força de trabalho. 
 Retomando-se o exame das funções juslaborativas gerais, e evidente 
que seria ingenuidade negar-se que o Direito do Trabalho não tenha, também e 
de modo concomitante, uma função politica conservadora. Esta existe a 
medida que esse ramo jurídico especializado confere legitimidade politica e 
cultural a relação de produção básica da sociedade contemporânea. O 
reconhecimento dessa função, entretanto, não invalida o diagnostico de que a 
normatividade autônoma e heterônoma justrabalhista e que assegurou, ao 
longo dos dois últimos séculos, a elevação do padrão de gestão das relações 
empregatícias existentes e do próprio nível econômico conferido a retribuição 
paga aos trabalhadores por sua inserção no processo produtivo. Cabe 
acrescer-se, por fim, a função civilizatória e democrática, que e própria ao 
Direito do Trabalho. Esse ramo jurídico especializado tomou-se, na Historia do 
Capitalismo Ocidental, um dos instrumentos mais relevantes de inserção na 
sociedade econômica de parte significativa dos segmentos sociais 
despossuídos de riqueza material acumulada, e que, por isso mesmo, vivem, 
essencialmente, de seu próprio trabalho. Nesta linha, ele adquiriu o caráter, ao 
longo dos últimos 150/200 anos, de um dos principais mecanismos de controle 
e atenuação das distorções socioeconômicas inevitáveis do mercado e sistema 
capitalístas. Ao lado disso, também dentro de sua função democrática e 
civilizatória, o Direito do Trabalho consumou-se como um dos mais eficazes 
instrumentos de gestão e moderação de uma das mais importantes relações de 
poder existentes na sociedade contemporânea, a relação de emprego. 
 
 
ABRANGÊNCIA DA ÁREA JURÍDICO-TRABALHISTA 
 
 O estudo do Direito do Trabalho, na qualidade de ramo jurídico 
delimitado, deve ser acompanhado da visão panorâmica dos segmentos 
jurídicos originados em função de sua categoria socioeconômica básica (a 
relação empregatícia), os quais, apos desenvolvidos, se estruturaram, contudo, 
em ramos próprios e distintos, verdadeiramente autônomos do segmento 
justrabalhista. 
Deve ser acompanhado, desse modo, pela identificação de área jurídica mais 
ampla, composta de ramos jurídicos próximos, dotados de certa afinidade entre 
si, embora com autonomia claramente preservada. Essa afinidade resulta do 
fato de todos eles, de um modo ou de outro e com intensidade diferente, 
relacionarem-se com a categoria básica do Direito do Trabalho, a relação de 
emprego. Todos esses ramos jurídicos afins formam aquilo que pode ser 
chamado de área jurídico-trabalhista em sentido lato, no interior da qual ocupa 
posição de destaque o Direito do Trabalho. 
A área justrabalhista, no sentido lato — compreendida como a área de 
estruturação e dinâmica de ramos jurídicos especializados construídos a partir 
da indução básica propiciada pela relação de emprego —, e, desse modo, 
significativamente larga. Nesta área encontram-se, portanto, não somente os 
princípios, regras e institutos jurídicos característicos do Direito do Trabalho, 
como também regras, princípios e institutos jurídicos dirigidos a regular a 
estruturação e dinâmica de relações sociojurídicas que se desenvolvem com 
dinamismo próprio, mesmo que a partir da indução inicial propiciada pela 
relação empregatícia. 
Nessa lata acepção, a área jurídico-trabalhista abrange, pelo menos, os 
seguintes grupos de ramos jurídicos: 
 Direito Material do Trabalho, englobando, o Direito Individual do 
Trabalho e o Direito Coletivo do Trabalho; 
 Direito Internacional do Trabalho; 
 Direito Público do Trabalho, englobando o Direito Processual do 
Trabalho, o Direito Administrativo do Trabalho, o Direito Previdenciário e 
Acidentário do Trabalho e, finalmente, o Direito Penal do Trabalho. 
 
Na acepção restrita, o Direito do Trabalho, como conjunto de princípios, 
regras e institutos jurídicos dirigidos a regulação das relações empregatícias e 
outras relações de trabalho expressamente especificadas, não abrange, 
obviamente, ramos jurídicos em que a categoria básica não seja a relação 
empregado-empregador, mas relações nucleares próprias. Por essa razão, 
não abrange, ilustrativamente, o Direito Previdenciário, que trata de relações 
tanto de empregado como empregador, enquanto sujeitos específicos, com o 
Estado/Previdência. Também não abrange o Direito Processual do Trabalho, 
que se estrutura em torno da relação processual trilateral e angular, autor-réu-
Estado/juiz. 
 
DIVISÃO INTERNA DO DIREITO DO TRABALHO 
 
A divisão interna do Direito do Trabalho (ou Direito Material do Trabalho) 
compreende dois segmentos jurídicos: o Direito Individual do Trabalho e o 
Direito Coletivo do Trabalho. 
 O Direito Individual do Trabalho estrutura-se a partir de dois 
segmentos claramente diferenciados: 
1. Parte geral, compreendendo a Introdução e Teoria Geral do 
Direito do Trabalho. 
2. Parte especial, Nessas situações justrabalhistas especiais 
encontram-se o trabalho da mulher, o trabalho do menor, o 
trabalho em circunstancias insalubres, perigosas e penosas, e, 
finalmente, o trabalho pactuado mediante contratos empregatícios 
especiais. 
 O Direito Coletivo e uno, não comportando divisões internas 
significativas, respeitadas suas varias matérias componentes. 
 
 Esquematicamente, assim se enunciaria a área jurídica trabalhista, lato 
sensu: 
 Área justrabalhista no sentido amplo 
1. Direito Material do Trabalho (Direito Individual do Trabalho e Direito 
Coletivo do Trabalho) 
2. Direito internacional do Trabalho 
3. Direito Publico do Trabalho (Direito Processual do Trabalho, Direito 
Administrativo do Trabalho, Direito Previdenciário e Acidentário do 
Trabalho Direito Penal do Trabalho) 
Esquematicamente, o Direito do Trabalho (isto e, Direito Material do 
Trabalho), em sua acepção restrita, assim se enunciaria: 
 Direito (Material) do Trabalho 
1. Direito Individual do Trabalho 
2. Direito Coletivo do Trabalho 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DO TRABALHO 
 A síntese das características do Direito do Trabalho conduz a um 
conjunto de traços mais notáveis, que podem ser classificados em 
conformidade com: 
 Sua origem e evolução historico - ramos especializados do Direito, 
oriundo do segmento obrigacional civil, porem dele se apartando e se 
distanciando de modo pronunciado. 
 Suas funções e atuação na comunidade circundante - Cumpre 
objetivos fortemente sociais, embora tenha também importantes 
impactos econômicos, culturais e políticos. Trata-se de segmento 
jurídico destacadamente teleológico, finalístico, atado a meta de 
aperfeiçoar as condições de pactuação da forca de trabalho na 
sociedade capitalista. 
 Sua estrutura jurídica própria - Composto essencialmente por normas 
imperativas (e não dispositivas). Possuir, internamente, duas dimensões: 
a individual (que gira em torno da regulação do contrato de trabalho) e a 
coletiva (que gira em torno das relações e seres coletivos trabalhistas.)Finalmente, sua estrutura jurídica evidencia a presença de normas oriundas 
de três sítios principais, o nacional heterônomo (normas estatais internas), o 
nacional autônomo (normas coletivas negociadas internas) e o internacional 
heterônomo (normas oriundas de Tratados e Convenções Internacionais, 
principalmente da Organização Internacional do Trabalho.) 
 
 
AUTONOMIA E NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO 
 
O jurista italiano Alfredo Rocco sintetizou, com rara felicidade, a tríade de 
requisitos necessários ao alcance de autonomia por certo ramo jurídico. Trata-
se, de um lado, da existência, em seu interior, de um campo temático vasto e 
especifico; de outro lado, a elaboração de teorias próprias ao mesmo ramo 
jurídico investigado; por fim, a observância de metodologia própria de 
construção e reprodução da estrutura e dinâmica desse ramo jurídico 
enfocado. 
O Direito do Trabalho, cotejado com o conjunto desses quatro requisitos 
a conquista de sua autonomia, atende largamente ao desafio proposto. De fato, 
são obvias e marcantes a vastidão e especificidade do campo temático desse 
ramo jurídico especializado. Basta enfatizar que a relação empregatícia — 
categoria central do ramo justrabalhista—jamais foi objeto de teorização e 
normatização em qualquer época histórica, antes do advento da moderna 
sociedade industrial capitalista. Bastam aduzir, ainda, institutos como 
negociação coletiva e greve, além de temas como duração do trabalho, salário, 
com sua natureza e efeitos próprios, poder empregatício, além de inúmeros 
outros assuntos, para aferir-se a larga extensão das temáticas próprias ao 
Direito do Trabalho. 
É amplo também o numero de teorias especificas e distintivas do ramo 
justrabalhista. Ressaltem-se, ilustrativamente, as fundamentais teorias 
justrabalhistas de nulidades e de hierarquia das normas jurídicas — ambas 
profundamente distantes das linhas gerais hegemônicas na teorização do 
Direito Civil (ou Direito Comum). 
É também clara a existência de metodologia e métodos próprios ao ramo 
jurídico especializado do trabalho. Neste passo, a particularidade justrabalhista 
e tão pronunciada que o Direito do Trabalho destaca-se pela circunstância de 
possuir até mesmo métodos próprios de criação jurídica, de geração da própria 
normatividade trabalhista. E o que se ressalta, por exemplo, através dos 
importantes mecanismos de negociação coletiva existentes. Por fim, o Direito 
do Trabalho destaca-se igualmente pelo requisito de incorporar perspectivas e 
questionamentos específicos e próprios. 
Encontrar a natureza jurídica do Direito do Trabalho consiste em se 
fixarem seus elementos componentes essenciais, contrapondo-os ao conjunto 
mais próximo de segmentos jurídicos sistematizados, de modo a classificar 
aquele ramo jurídico no conjunto do universo do Direito. À medida que esse 
universo do Direito tem sido subdividido em dois grandes grupos (Direito 
Publico versus Direito Privado), a pesquisa da natureza jurídica do Direito do 
Trabalho importa em classificar tal ramo especializado em algum dos grandes 
grupos clássicos componentes do Direito. 
 
ORIGEM E EVOLUÇÃODO DIREITO DO TRABALHO 
 
O Direito do Trabalho e produto do capitalismo, atado a evolução 
histórica desse sistema, retificando-lhe distorções econômico-sociais e 
civilizando a importante relação de poder que sua dinâmica econômica cria no 
âmbito da sociedade civil, em especial no estabelecimento e na empresa. A 
existência de tal ramo especializado do Direito supõe a presença de elementos 
socioeconômicos, políticos e culturais que somente despontaram, de forma 
significativa e conjugada, com o advento e evolução capitalistas. Porém o 
Direito do Trabalho não apenas serviu ao sistema econômico deflagrado com a 
Revolução Industrial, no século XVIII, na Inglaterra; na verdade, ele fixou 
controles para esse sistema, conferiu-lhe certa medida de civilidade, inclusive 
buscando eliminar as formas mais perversas de utilização da força de trabalho 
pela economia. 
As proposições de método colocadas no momento do exame da 
formação histórica do Direito do Trabalho nos países de capitalismo central, 
também auxiliam a compreensão do processo correlato ocorrido no Brasil. 
Nessa linha, a busca da categoria básica em torno da qual se construiu o ramo 
justrabalhista — a relação empregatícia — é o ponto fundamental a delimitar a 
pesquisa da evolução histórica desse ramo jurídico na realidade brasileira. 
Embora a Lei Aurea não tenha, obviamente, qualquer caráter justrabalhista, ela 
pode ser tomada, em certo sentido, como o marco inicial de referência da 
Historia do Direito do Trabalho brasileiro. De fato, constituiu diploma que tanto 
eliminou da ordem sociojurídica relação de produção incompatível com o ramo 
justrabalhista (a escravidão), como, em consequência, estimulou a 
incorporação pela pratica social da fórmula então revolucionária de utilização 
da força a de trabalho: a relação de emprego. Nesse sentido, o mencionado 
diploma sintetiza um marco referencial mais significativo para a primeira fase 
do Direito do Trabalho no país do que qualquer outro diploma jurídico que se 
possa apontar nas quatro décadas que se seguiram a 1888. 
 
ORDENAMENTO JURÍDICO TRABALHISTA 
 
Ordenamento jurídico e o complexo de princípios, regras e institutos 
regulatórios da vida social em determinado Estado ou entidade supranacional. 
É a ordem jurídica imperante em determinado território e vida social. A jurista 
Maria Helena Diniz chama de ordenamento o “conjunto de normas emanadas 
de autoridades competentes vigorantes num dado Estado". Para a autora, 
ordem jurídica, que se trata “do ordenamento jurídico”, constitui o “conjunto de 
normas estabelecidas pelo poder politico competente, que se impõem e 
regulam a vida social de um dado povo em determinada epoca”. 
As noções de ordem e ordenamento jurídicos referem-se, como visto, ao 
complexo unitário de dispositivos regulatórios das organizações e relações 
sociais em um determinado contexto histórico, geográfico e politico-
institucional. O ordenamento jurídico compõe-se de fontes normativas, que são 
os meios de revelação das normas jurídicas nele imperantes. 
 
FONTES DO DIREITO 
 
 Fontes Materiais — As fontes materiais dividem-se, por sua vez, em 
distintos blocos, segundo o tipo de fatores que se enfoca no estudo da 
construção e mudanças do fenômeno jurídico. Pode-se falar, desse 
modo, em fontes materiais econômicas, sociológicas, politicas e, ainda, 
filosóficas (ou politico-filosóficas), no concerto dos fatores que 
influenciam a formação e transformação das normas jurídicas. 
 Fontes Formais — Na pesquisa e conceituação das fontes formais, 
procura-se o fenômeno de exteriorização final das normas jurídicas, os 
mecanismos e modalidades mediante os quais o Direito transparece e 
se manifesta. Portanto, são fontes formais os meios de revelação e 
transparência da norma jurídica — os mecanismos exteriores e 
estilizados pelos quais as normas ingressam, instauram-se e cristalizam-
se na ordem jurídica. 
 
Heterônomas seriam as regras cuja produção não se caracteriza pela 
imediata participação dos destinatários principais das mesmas regras jurídicas. 
São, em geral, as regras de direta origem estatal, como a Constituição, as leis, 
medidas provisórias, decretos e outros diplomas produzidos no âmbito do 
aparelho do Estado. 
Autônomas seriam as regras cuja produção caracteriza-se pela 
imediata participação dos destinatários principais das regras produzidas. São, 
em geral, as regras originárias de segmentos ou organizações da sociedade 
civil, como os costumes ou os instrumentos da negociação coletiva privada 
(contrato coletivo, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho). As 
regras autônomas — caso coletivamente negociadas e construídas — 
consubstanciam um autodisciplinamentodas condições de vida e trabalho 
pelos próprios interessados, tendendo a traduzir um processo crescente de 
democratização das relações de poder existentes na sociedade. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
 
1. Princípios Descritivos (ou Informativos) — Na fase jurídica, os 
princípios atuam, em primeiro lugar, como proposições ideais que 
propiciam uma direção coerente na interpretação da regra de Direito. 
São veios iluminadores a compreensão da regra jurídica construída. 
Cumprem, aqui, sua função mais clássica e recorrente, como veiculo de 
auxilio a interpretação jurídica. Nesse papel, os princípios contribuem no 
processo de compreensão da regra e institutos jurídicos, balizando-os a 
essência do conjunto do sistema de Direito. São chamados princípios 
descritivos ou informativos, na medida em que propiciam uma leitura 
reveladora das orientações essenciais da ordem jurídica analisada. Os 
princípios informativos ou descritivos não atuam, pois, como fonte formal 
do Direito, mas como instrumental de auxilio a interpretação jurídica. 
2. Princípios Normativos Subsidiários — Podem os princípios, 
entretanto, em segundo lugar, cumprir o papel de fontes formais 
supletivas do Direito. Atuam como fontes normativas subsidiárias, a falta 
de outras regras jurídicas utilizáveis pelo interprete e aplicador do Direito 
em face de um singular caso concreto. A proposição ideal 
consubstanciada no principio incide sobre o caso concreto, como se 
fosse regra jurídica especifica. E o que se passa em situações de 
recurso necessário a integração jurídica, em decorrência de falta de 
regras jurídicas aplicáveis no conjunto das fontes normativas principais 
existentes. Denominam-se princípios normativos subsidiários, na medida 
em que atuam como verdadeiras regras jurídicas em face de casos 
concretos não regidos por fonte normativa principal da ordem jurídica. A 
função normativa subsidiaria dos princípios, embora mais rara do que 
sua função interpretativa, corresponde, curiosamente, aquela 
especialmente citada por texto expresso da legislação. E o que se passa 
quando a lei autoriza o recurso, pelo juiz, a integração jurídica. 
3. Princípios Normativos Concorrentes — Parte importante da doutrina 
jurídica ocidental mais notável agrega outra função as duas tradicionais 
já amplamente reconhecidas: trata-se da função normativa própria dos 
princípios. 
 
FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO (FGTS) 
 
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS foi criado em 
SET/66, objetivando regularizar a relação Empregado x Empregador, tendo em 
vista os conflitos de interesse existentes à época, como também, constituir um 
pecúlio para o trabalhador quando de sua aposentadoria, ou ainda, por ocasião 
da rescisão de seu contrato de trabalho. A partir de novembro de 1986, passou 
a ser administrado pela CAIXA, ocasião em que apresentava patrimônio da 
ordem de US$ 15,2 bilhões. Nessa época, os recursos do FGTS se confundiam 
com os recursos do Gestor, já que os ativos não eram segregados. Por outro 
lado os recursos arrecadados pela rede bancária nunca haviam sido 
conciliados. A partir da Lei nº 7839/89, o FGTS teve um incremento em sua 
arrecadação e foi possível, pela primeira vez, com o aperfeiçoamento dos 
instrumentos de controle financeiro, elaborar um balanço do Fundo. Desde 
então, os saldos das contas ativas e passivas do FGTS são controlados 
também contabilmente. 
Em 1990, o Ativo do Fundo registrava a importância de US$ 22,8 bilhões 
aplicados em habitação, saneamento básico e infra-estrutura urbana. Em 1991, 
as contratações superaram as do ano anterior em 147%, resultando em 
liberações/desembolsos de 3,57 vezes a arrecadação líquida de contribuições, 
gerando enorme desequilíbrio financeiro para o Fundo. Com o excesso de 
contratações, as disponibilidades, que em fevereiro de 1991 eram da ordem de 
US$ 1,4 bilhões, incluindo as rendas e arrecadações a receber, foram 
exauridas em um ano. Também a partir de 1991, por determinação legal, as 
contas vinculadas do FGTS foram transferidas, pelos bancos depositários, à 
CAIXA, favorecendo, sobremaneira, sua gestão e controle. 
Em 1992, já com a arrecadação líquida negativa de US$ 34 milhões, o 
Fundo experimentou um nível de desembolsos semelhante ao de 1991, o que 
comprometeu ainda mais o seu equilíbrio financeiro. Apesar de terem sido 
suspensas novas contratações a partir de 1992, o Fundo recebeu aporte de 
recursos da CAIXA e do Fundo de Desenvolvimento Social - FDS (US$ 172 
milhões em 92/93) a fim de que pudesse honrar os compromissos firmados nas 
áreas de habitação popular e de saneamento e infra-estrutura urbana. Parte 
das dificuldades financeiras do FGTS deveu-se a fatores exógenos que 
atingiram suas aplicações. Na área habitacional, essa questão tem sua origem 
nos subsídios institucionais concedidos aos mutuários finais, iniciados em 
meados da década de 80 e agravados pelos efeitos de todos os planos 
econômicos, a partir de 1986, à exceção do Plano Real, cujas prestações, 
deforma geral, não cobriam sequer 15% dos juros contratuais. 
Nas demais áreas, o baixo índice de recebimentos relacionava-se com a 
inadimplência do setor público que, ao longo de toda a existência do Fundo, 
rolava parte significativa de seus débitos. Com isso, os órgãos públicos 
tornavam-se legalmente adimplentes e habilitados a receber novos créditos, 
sem a obrigação de honrar todos os compromissos anteriormente assumidos. 
A Lei nº 8.727/93, sancionada em 05/11/93, estabeleceu diretrizes para a 
consolidação e o reescalonamento de dívidas internas das administrações 
direta e indireta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Assim, 
foram refinanciados contratos referentes a mais de 200 entidades, no valor de 
US$ 16,8 bilhões, sendo que a renegociação abrangeu, em termos de valores, 
74% dos contratos refinanciáveis com recursos CAIXA e 89% dos contratos 
refinanciáveis com recursos do FGTS. 
O Fundo de Liquidez do FGTS foi recomposto e a sua recuperação 
financeira permitiu que, a partir de julho de 1993, fossem iniciados os 
procedimentos visando a regularização dos desembolsos de compromissos 
assumidos anteriormente a 1992 nas áreas de habitação popular, saneamento 
e infraestrutura. Com isso, foi regularizado, a partir de março de 1994, o fluxo 
de retorno das operações realizadas com o setor público. FGTS.doc 16/03/01 
15:07 Fl. 3/8. 
A criação de uma Diretoria específica para tratar dos Fundos e 
Programas na CAIXA, ocorrida em 11 de fevereiro de 94, contribuiu para uma 
melhor organização na administração dos Fundos e Programas, trazendo 
significativas evoluções nos controles operacionais e nos serviços oferecidos à 
sociedade. A partir daí, a CAIXA conseguiu otimizar a transparência às contas 
do FGTS, prestando tempestivamente todas as informações exigidas pelos 
diversos agentes integrantes do sistema. 
A CAIXA, na busca de oferecer melhores serviços aos trabalhadores, 
descentralizou o atendimento para todas as suas unidades, que hoje 
compreendem mais de 1.900 Pontos-de-Venda, o que propiciou expressiva 
melhoria na qualidade dos serviços prestados ao trabalhador. Na qualidade de 
Agente Operador do FGTS, compete também, à CAIXA, zelar pela boa 
aplicação e retorno dos investimentos com recursos do Fundo. 
Desde a sua criação, os recursos do FGTS têm sido a principal fonte de 
recursos para implementação de políticas e programas governamentais nos 
setores de habitação, saneamento e infra-estrutura urbana, gerando, ao longo 
dos trinta e quatro anos de sua existência, importantes benefícios para a 
população brasileira, priorizando sempre as camadas mais humildes e de 
menor renda. 
 
Quem tem direito ao FGTS? 
Todos os trabalhadores regidos pela CLT que firmaram contrato de 
trabalho a partir de 05/10/1988. Antes dessa data, a opção pelo FGTS era 
facultativa. Tambémtêm direito ao FGTS os trabalhadores rurais, os 
temporários, os avulsos, os safreiros (operários rurais, que trabalham apenas 
no período de colheita) e os atletas profissionais (jogadores de futebol, vôlei, 
etc.). O diretor não-empregado poderá ser equiparado aos demais 
trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. É facultado ao empregador 
doméstico recolher ou não o FGTS referente ao seu empregado. A opção pelo 
recolhimento estabelece a sua obrigatoriedade enquanto durar o vínculo 
empregatício. O FGTS não é descontado do salário, é obrigação do 
empregador. 
O empregador ou o tomador de serviços faz o depósito na conta 
vinculada ao FGTS do trabalhador. O depósito pode ser feito até o dia 7 de 
cada mês. O depósito equivale a 8% do valor do salário pago ou devido ao 
trabalhador, cujo contrato é regido pela CLT. No caso de contratos de menores 
aprendizes, o percentual é de 2%. 
REFERÊNCIAS 
 
http://www.fgts.gov.br/perguntas/index.asp 
 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso do Direito do Trabalho. 
11º. Ed. São Paulo: Ltr, 2012. 
 
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico, v.3. São Paulo: 
Saraiva, 1998. p. 462 
 
IBIDEM, p.460 
 
DONATO, Messias Pereira. Curso de Direito do Trabalho. 5º. 
Ed. São Paulo: Saraiva, 1982. P.6 
 
HUECK, Alfred e NIPPERDEY, H. C. Compêndio de Derecho del 
Trabajo. Madrid: Revista de Derecho Privado, 1963. P 21-22 
(Tradução Efetuada) 
 
MAGANO, Octavio Bueno. Manual de Direito do Trabalho. Parte 
Geral, 4º.Ed. São Paulo:LTr,1991. P.59 
 
ROCCO, Alfredo. Corso di Diretto Commerciale – Parte 
Generale. Pandova: La Litotipo – Editrice Universitaria, 1921. p. 
76.

Continue navegando