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BIOLOGIA CELULAR_RESUMO

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2014 
CLEBSON P. PIMENTEL 
FIBRA 
21/08/2014 
NOÇÕES DE BIOLOGIA CELULAR E 
MOLECULAR. Parte i 
2 
 
 
 
BIOLOGIA CELULAR 
HISTÓRICO 
Citologia, ou biologia celular, é a ciência que estuda os vários sistemas celulares, a 
maneira como as células são reguladas e a compreensão do funcionamento de suas estruturas. 
A construção dos microscópios ópticos foi um passo decisivo para a descoberta das células, e 
acredita-se que o primeiro tenha sido inventado em 1592, por Jeiniere da Cruz e seu pai, 
Zacharias Jansen(figura 1), dois holandeses fabricantes de óculos. Tudo indica, porém, que o 
primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos foi o holandês Antonie 
van Leeuwenhoek (1632-1723). O microscópio simples com apenas uma lente, construído 
por Leeuwenhoek, foi aprimorado por Robert Hooke em 1665, ganhando mais uma lente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Da esquerda para direita; Zacharias Jansen, Antonie van Leeuwenhoek e Robert Hooke 
 
A partir dos estudos de Robert Hooke em biologia, publicados em um livro intitulado 
Micrographia (1665), que analisou cortes finos de cortiça obtidos da casca do sobreiro, se 
verificou que estes eram constituídos por pequenas cavidades poliédricas (no latim, cella), as 
quais foram denominadas células. Estes compartimentos representavam as paredes das células 
vegetais mortas. Em 1838, o botânico alemão Matthias Jakob Schleidendescreveu que a 
célula era a unidade básica de todas as plantas e, mais tarde, em 1839, o zoólogo alemão 
Theodor Schwann(figura 2) chegou a mesma conclusão para os animais. Com basenestes 
conhecimentos, elaborou-se a teoria celular que foi proposta por Schleidene Schwann. 
Posteriormente, a associação de técnicas de coloração e de citoquímica foi capaz de revelar as 
estruturas e a fisiologia das células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Imagem da M. J. Schleiden e T. Schwan 
 
3 
 
 
 
O grande avanço no conhecimento da biologia celular, sem dúvida, foi a invenção dos 
microscópios eletrônicos em 1931, por dois engenheirosalemães:Ernst Ruska e Max 
Knoll(figura 3 e 4), o que possibilitou a visualização dasorganelas celulares em grande detalhe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Ernst Ruska (1906-1987) Figura 4: Max Knoll (1897-1969) 
 
A célula é uma unidade funcional que estabelece interação entre seuscomponentes, sob 
o aspecto fisiológico, biossintético e reprodutivo. A dinâmica celular para a manutenção da vida 
é regida por um processo deauto-manutenção, que compreende a modificação de estruturas, a 
substituição de componentes, de tal forma articulada que garanta a sua organização estrutural 
e funcional. 
 
A Teoria Celular atual têm três idéias principais: 
 
 Todos os seres vivos, exceto os vírus, são formados por uma ou mais células e pelos seus 
produtos. Portanto, as células são as unidades morfológicas dos seres vivos; 
 
 As atividades fundamentais (metabolismo) que caracterizam a vida ocorrem dentro da 
célula. Portanto, as células são também as unidades funcionais ou fisiológicas dos seres 
vivos 
 
 Novas células formam-se pela reprodução de outras células preexistentes, por meio da 
divisão celular. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
NOÇÕES DE MICROSCOPIA 
 
Microscopia de luz 
 
Microscópios são aparelhos nos quais lentes de vidro são associadas detal forma que se 
consiga reproduzir para o olho humano, uma imagemaumentada e detalhada de objetos, 
células, tecidos e órgãos, que a “olho nu” não seria possível de observar com detalhes. 
O microscópio de luz é assim chamado devido sua fonte luminosa que éuma luz branca 
oriunda de um filamento de tungstênio. O conjuntode lentes é formado pelas objetivas e 
oculares. A objetiva, a primeira lente e aque está mais próxima do objeto, capta a luz filtrada 
pelo condensador e projetauma imagem real, invertida e aumentada da estrutura. A lente 
ocular,presta-se aaumentar a imagem projetada pela objetiva, para ser captada pelo olho 
doobservador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O microscópioapresenta componentes mecânicos (base,braço, revólver, platina, 
charriot, parafusos macro e micrométrico e parafuso deregulagem do condensador) e um 
sistema de iluminação (parte óptica) (fonte luminosa,diafragmas, condensador e filtros). O pé 
ou Base é responsável por suporta omicroscópio, assegurando a sua estabilidade; o braço ou 
Coluna é uma peça fixa à base,na qual estão aplicadas todas as outras partes constituintes do 
microscópio. 
Figura 5. Esquema da formação da imagem num microscópio óptico. AB – objeto iluminado e colocado 
sobre a platina; A’B’ – imagem real e invertida, formada ao nível do foco da ocular; A’’B’’ – imagem 
captada na retina do observador (na realidade forma-se uma imagem virtual no infinito); F – foco da 
objetiva; fobj – distância focal da objetiva; foc –distância focal da ocular. (Adaptado de Mello e Vidal, 
1980 citado por Parreira, 2005). 
 
5 
 
 
 
Tuboou Canhãotem forma de um cilindro, o qual suporta os sistemas de lentes, 
localizando-se naextremidade superior a ocular e na inferior o revólver com objetivas; 
APlatina ou mesa é uma peça circular, quadrada ou retangular, paralela à base, onde se coloca 
apreparação a observar, possuindo no centro um orifício circular ou alongado quepossibilita a 
passagem dos raios luminosos concentrados pelo condensador. 
O ParafusoMacrométricoé a engrenagem que permite a movimento da platina ou 
mesa, indispensável para fazer a focagem; ParafusoMicrométrico imprime à platina 
movimentos de amplitude muitoreduzida, completando a focagem (focalização ou regulação 
fina). Revólveré uma peça em forma de disco, adaptado à zona inferior do tubo, que 
suportaduas a quatro objetivas de diferentes ampliações: por rotação é possível trocarrápida e 
comodamente de objetiva. 
 
Principais componentes do microscópio óptico ou de luz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Partes constituintes do microscópio de luz, em verde os compõem o sistema ótico e emvermelho 
os constituintes do sistema mecânico (Reis, 2003). 
6 
 
 
 
Resumos dos principais componentes do microscópio óptico e suas respectivas funções. 
 
Tubo ou canhão: nos microscópios que possuem uma só ocular (monoculares), o tubo é 
um cilindro metálico reto ou oblíquo. Nos microscópios que possuem duas oculares 
(binoculares) o tubo pode ser inclinado, com ajuste para os diferentes espaços entre os olhos 
de cada observador. 
Estativa, braço ou coluna: Suporte pesado que sustenta os tubos, a mesa, o porta-
condensador e os parafusos micro e macrométrico. 
Charriot: Peça opcional localizada na mesa e que serve para movimentar a lâmina para 
localização do campo de observação desejado. 
Parafuso micrométrico: a movimentação deste parafuso permite uma focalização mais 
limitada e mais fina, pois o tubo desloca no máximo dois milésimos de milímetro. 
Parafuso macrométrico: Sua movimentação permite uma focalização grosseira do 
material. Possui um percurso vertical com cerca de 7,5 cm. 
Lente ocular: encaixada na extremidade superior do tubo, sua função é ampliar a 
imagem formada pela objetiva. O aumento fornecido pela ocular está, geralmente, gravado nela 
própria. Por exemplo: 5x, 8x, 10x, etc. 
Revólver ou tambor: Nele estão inseridas as lentes objetivas que podem ser 
movimentadas quando o tambor é girado. Este movimento deve ocorrer sempre no sentido da 
objetiva de menor para a de maioraumento. 
Lente objetiva: Permite a ampliação da imagem de um objeto qualquer. Pode também 
corrigir os defeitos das cores dos raios luminosos. Para se utilizar a objetiva (100x) de imersão, 
coloca-se entre ela e a lamínula uma gota de óleo de cedro ou de imersão. Isto permite um 
maior aproveitamento da quantidade de luz com maior ampliação, pois com esse processo, 
captam-se os feixes luminosos que com as objetivas secas são desviados. Os aumentos 
fornecidos pelas objetivas encontram-se gravados nas mesmas. 
Platina ou mesa: Pode ser fixa, móvel ou giratória no plano horizontal. A lâmina com o 
material a ser observado é colocada sobre a platina que apresenta uma abertura no seu centro 
permitindo a passagem dos raios luminosos, coletados pelo espelho. Estes são convergidos 
pelo condensador e pelo diafragma, passando pelo material que está na lâmina, pela lente 
objetiva do tubo e da ocular até atingir a retina do globo ocular do observador. 
Condensador ou diafragma: Localizado abaixo da platina cuja função principal é o 
fornecimento de uma grande quantidade de luz. Ao utilizar as objetivas de pequeno aumento, o 
diafragma deve ser fechado para eliminar osraios laterais. Em maiores ampliações, abre-se 
proporcionalmente o diafragma. 
Espelho ou fonte de luz: Peça encaixada por baixo do condensado. O espelho, quando 
presente, possui duas faces: uma plana e outra côncava. A face plana, usada nas grandes 
ampliações e na observação com sistema de imersão, colhe e projeta os raios paralelos e 
divergentes. A face côncava colhe e projeta os raios convergentes sendo usada nas pequenas 
ampliações. 
Pé ou base: É o local de apoio do aparelho feito de ligas de metais pesados. 
 
 
7 
 
 
 
No microscópio ótico, a luz que chega aos nossos olhos para formar aimagem, atravessa 
primeiro o objeto em estudo. Por isto, o material a serobservado não pode ser opaco. Muitas 
vezes, para se obter material biológicotranslúcido o suficiente para ser bem observado ao 
microscópio, é precisopreparar convenientemente o material que quer estudar. Para isto são 
feitoscortes muitos finos, de preferência com uma máquina, chamada micrótomo. Omaterial a 
ser cortado recebe um tratamento de desidratação e inclusão emparafina que facilita o 
manuseio e permite que sejam cortadas fatias muito finas. 
Na microscopia de luz existem vários tipos de aparelhos, os quaisapresentam sistemas 
de lentes e filtros que selecionam um ou outro tipo de luz,diversificando as imagens formadas. 
Estes aparelhos são chamados microscópiosespeciais, a saber: microscópio de campo claro, 
campo escuro,fluorescência, invertido, confocal (microscopia de varredura confocal) e 
depolarização. Estes tipos de microscópios especiais, não serão discutidos, pois estão além dos 
nossos objetivos imediatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações 
8 
 
 
 
CÉLULAS PROCARIONTES E EUCARIONTES 
 
 
Os principais critérios paraclassificar as células em dois grupos (procariontes e 
eucariontes) são: Acomplexidade e o tamanho. As células procarióticas ou procariontes(do 
latim pro-primeiro e cario-núcleo) (figura 7 e 8) sãorelativamente simples e se caracterizam 
por não apresentarem membrana nuclear (carioteca, cariomembrana, envelope ou envoltório 
nuclear). Este grupo de células é menor que as células eucariontes, não possui citoesqueleto 
(esqueleto celular), seu DNA é circular, e não apresentaorganelas membranosas tais como: 
retículo endoplasmático liso e rugoso, complexo de golgi, lisossomos, mitocôndrias e 
peroxissomos. Algumas células deste grupo apresentam uma membrana plasmática circundada 
externamente pela parede celular, a qual tem como função básica de proteção. Além disso, as 
células procariontes possuem ribossomos 70S e não 80S, como as células eucariontes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 Figura 7: figura esquemática de uma célula procarionte (bactéria) observa-se a presença de 
ribossomos 70S, parede celular, cápsula, plasmídeos, flagelos, fimbrias, nucleóide. 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURA E FUNÇÕES DAS CÉLULAS PROCARIONTES OU PROCARIOTAS 
 
A) Cápsula: Está presente em algumas bactérias elocaliza-se por fora da parede celular. A 
cápsula é uma estrutura mucosa, composta principalmente por polissacarídios. Este 
revestimento externo é uma das principais causas de resistência das bactérias, 
principalmente aoataque dos glóbulos brancos (ex: neutrófilos e macrófagos) 
do sistema imunitário (“escape da fagocitose). A cápsula também protege a bactéria da 
desidratação, e pode servir para bactéria aderir a outras células (aumento da capacidade 
invasiva da bactéria). A cápsula não é essencial á vida da célula uma vez que, as bactérias 
podem sobreviver sem estas. 
 
B) Parede Celular:localizada no exterior da membrana citoplasmática, é responsável pela 
forma e rigidez bacteriana. Tambémcontribui para a divisão celular e muitas vezes 
manutenção osmótica. A parede celular apresenta uma espessura de aproximadamente 10 
a 20 mm, sendo formada, entre outras substâncias, por um complexo macromolecular, 
conhecido como mucocomplexo (também chamado de peptidoglicano, mureína, 
mucopeptídio ou glicopeptídio). 
Nas bactérias chamadas Gram-negativas (figura 09), este complexo representa uma 
fração menor do total da parede em relação às Gram-positivas(figura 10). A parede celular 
nas bactérias Gram-negativas é quimicamente mais complexa,possuindo maior quantidade 
de aminoácidos e de lipídeos. Sua fração de LPS (lipopolissacarídio) externa determina 
sua toxigenicidade e antigenicidade. As bactérias Gram-positivas possuem como porção 
característica os ácidos teicóicos. 
Figura 8: Células procariontes (bactéria). Observe algumas estruturas bacterianas tais como o 
mesossomo ou mesossama, enzimas relacionadas com a respiração e os plasmídeos. 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10. Estrutura básica da parede celular Gram-positiva 
 
C) Plasmídeos: SãoPequenosDNA circular, extra-cromossomoais, de duplicação 
independente, localizados no citoplasma da célula. Geralmente se apresentam com várias 
cópias, não possuindo homologia com o cromossomo,entretanto possuemcapacidade de 
conferir várias vantagens seletivas às bactériastais como resistência a 
antibióticos,podendo, inclusive, ser transferidos para outras bactérias durante 
oprocesso de conjugação bacteriana. Essas estruturas têm sido largamente utilizadas, na 
atualidade, na engenharia genética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Bactérias realizando o processo de Conjugação. A conjugação consiste na união de duas 
bactérias, por meio de pontes citoplasmáticas, havendo a troca de material genético (plasmídeos). A bactéria 
doadora injeta parte de seu material genético na outra, a bactéria receptora. Então, as duas bactérias 
separam-se e, no interior da bactéria receptora, ocorrem recombinações gênicas. Posteriormente, a bactéria 
reproduz-se assexuadamente por cissiparidade (divisão binária) dando origem a nova bactéria portadora de 
material genético recombinado. A conjugação possibilita o aumento de variabilidade genética da bacteriana, o 
que contribui para a sua adaptação á determinado ambiente. 
Figura 09. Estrutura básica da parede celular Gram-negativa 
11 
 
 
 
D) Mesossomos ou Mesossomas: São dobras da membrana plasmática, cuja funçãoestá 
relacionada com a divisão celular e com a produção de energia (esta última função é 
semelhante à exercida pelas mitocôndrias nas células eucariontes). 
 
E) Flagelos: São estruturas de locomoção compostas pela proteínaflagelina e estãopresentes 
em algumas bactérias. O flagelo (Figura 12) apresenta três componentes: uma estrutura ou 
corpo basal (estrutura composta por vários anéis que ancora o flagelo à membrana 
citoplasmática), uma curta, similar a um gancho e um longo filamento externo à parede celular. 
O seu comprimento geralmente é várias vezes o da célula, contudo, seu diâmetro é uma 
pequena fração do diâmetro celular (10 a 20 nm). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Estrutura do flagelo. 
 
F) Pili ou Fímbrias (singular Pilus): São apêndices filamentosos compostos pela 
proteínapilina, sendo encontrados em algumas bactérias Gram-negativas. São mais finos, 
curtos e geralmente mais numerosos que os flagelos. De acordo com sua estrutura, podem 
desempenhar duas funções:a aderência a superfícies (através das adesinas localizadas em 
suas extremidades) e como pili sexuais, permitindo a trocade material genético na conjugação 
bacteriana. 
 
G) Nucleóide (semelhante ou parecido ao núcleo): É a região onde se concentra o 
cromossomo bacteriano, o qual é constituído por uma molécula circular de DNA. É o 
equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Vale salientar, obviamente, que o 
nucleóide não possui carioteca ou envoltório nuclear. 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO CLÍNICA 
 
 1. Antibióticos Que Agem Sobre a Parede Celular 
 
Estes antibióticos possuem um anel Beta-lactâmico (anel ativo) em sua estrutura 
química, que interfere com a síntese do peptidioglicano da parede celular bacteriana. 
Após a sua fixação em sítios de ligação na bactéria, os antibióticos Beta-lactâmicos inibem 
a enzima de transpeptidação que forma ligações cruzadas das cadeias peptídicas ligadas 
ao arcabouço do peptidioglicano. O evento bactericida final consiste na ativação do 
sistema autolítico na parede celular, levando à lise da bactéria e posterior morte. 
 
2. Antibióticos que agem sobre a DNA-girase 
 
Elas inibem a topoisomerase II, uma DNA-girase, impedindo o enrolamento das 
fitas de DNA para formar a dupla-hélice da bactéria. Com a inibição da duplicação e da 
transcrição do DNA não há síntese protéica. Portanto, têm efeito bactericida. 
 
3. Antibióticos que agem sobre a subunidade 50S dos ribossomos 
bacterianos 
 
Estes tipos de antibióticos têm ação semelhante, com atividade bacteriostática 
pela inibição da síntese protéica bacteriana. Ligam-se à porção 50S do ribossomo e 
inibem a síntese protéica. Podem atuar como bacteriostáticos e bactericidas, de acordo 
com sua concentração, densidade populacional bacteriana e a fase de crescimento. 
Costumam apresentar maior atividade em pH alcalino. 
 
4. Antibióticos que agem sobre a subunidade 30S dos ribossomos 
bacterianos 
 
Após penetrar na célula, o medicamento liga-se à subunidade 30S do ribossomo 
bacteriano e interfere no complexo de iniciação da formação de peptídeo. Induzem a uma 
leitura equivocada do código-molde de RNA mensageiro, ocasionando a incorporação de 
um aminoácido incorreto no peptídeo e causando a ruptura de polissomas (ou 
polirribossomos) em monossomas não funcionais. 
 
5. Antibióticos que agem sobre produção do ácido fólico 
 
Os microorganismos sensíveis exigem a presença de ácido p-aminobenzóico 
(PABA) extracelular para a síntese de ácido fólico. As sulfonamidas podem entrar no 
lugar do PABA, competindo pela enzima diidropteroato sintetase e formando análogos 
não funcionais do ácido fólico. Em conseqüência, não ocorre crescimento dos 
microorganismos. 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14. Principais locais nas bactérias que servem como alvos para os antibióticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA BACTERIANA 
 
A resistência microbiana aos antibióticos vem aumentando rapidamente em todo o 
mundo e, em particular, no ambiente hospitalar. O uso indiscriminado e equivocado de 
antibióticos facilita o surgimento de bactérias e outros microorganismos cada vez mais 
resistentes, reduzindo a eficácia dos medicamentos. Internações mais longas, o uso de 
antibióticos mais caros e mais tóxicos são algumas das conseqüências do uso inadequado 
dessas drogas, o que, além de dificultar e encarecer os tratamentos, pode até impossibilitá-
los. 
A resistência pode ocorrer de duas maneiras, através de forma natural ou inata, 
quando a bactéria já possui um mecanismo de defesa para determinado antibiótico, e 
adquirida, quando o antibiótico seleciona as bactérias mais resistentes e possibilita seu 
crescimento e desenvolvimento. Essa seleção acontece porque em uma população de 
microorganismos existem diferenças genéticas que conferem características diferentes a 
cada um deles, assim, as bactérias mais sensíveis são eliminadas pelo antibiótico e aquelas 
resistentes se desenvolvem e transferem essa informação às suas células-filhas. O que 
também pode ocorrer é uma bactéria tornar-se resistente à determinada concentração de 
antibiótico e sobreviver à concentração atingida no sangue e, no entanto, ser destruída por 
essa mesma droga ao se localizar, por exemplo, nas vias urinárias, onde a concentração é 
mais elevada. 
É muito importante que o paciente procure um médico quando apresentar uma 
infecção, para que, assim, seja diagnosticado a origem e o tipo de bactéria presente para 
então utilizar o antibiótico mais adequado e evitar o surgimento de bactérias resistentes. 
14 
 
 
 
ESTRUTURAS E FUNÇÕES DAS CÉLULAS EUCARIONTES OU EUCARIOTAS 
 
As células eucariótas (do latim eu-verdadeiro e cario-núcleo) constituem o tipo celular 
da constituição dos fungos, protozoários, animais e plantas (esquema 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema 1. Observe que somente o reino morena (ex:bactérias) possuem seres formados por células 
procariontes, enquanto todos os outros reinos: Protista, Fungi, Vegetais e Animais (ex: incluindo o 
homem) são formados por células eucariontes. 
 
Quando comparamos com as células procariontes; as células eucariontessão 
células mais complexas, maiores, ricas em organelas membranosas que formam 
compartimentos, ou seja, uma divisão de funções metabólicas entre as organelas 
citoplasmáticas e o núcleo. O genoma das células eucariontes é lineare está circundado pelo 
envoltório nuclear ou carioteca. Além disso, estas células apresentam ribossomos 80S e não 
70S como ocorre nas células procariontes. 
Os componentes das células eucariontes compreendem: a membrana citoplasmática 
(membrana plasmática, membrana celular ou plasmalema), o citoplasma, o núcleo, o retículo 
endoplasmático liso e rugoso, o complexo de Golgi, os lisossomos, as mitocôndrias, os 
peroxissomos, as inclusões lipídicas, o citoesqueleto, os centríolos, o centrossomo, os 
cloroplastos (os últimos encontrados em vegetais)(figura 16)e a parede celular, sendo esta 
última encontrada em fungos(parede celular formada por quitina) e vegetais (parede celular 
formada basicamente de celulose). 
As características morfológicas e fisiológicas das principais estruturas encontradasnas 
células eucarióticas animais (figura 13) e vegetais estão apresentadas abaixo. 
 
15 
 
 
 
As células animal e vegetal são células eucariontes que se assemelham em vários 
aspectos morfológicos, como a estrutura molecular da membrana plasmática e de várias 
organelas, e são semelhantes em mecanismos moleculares, como a replicação do DNA, a 
transcrição em RNA, a síntese protéica e a transformação de energia via mitocôndrias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15:Principais estruturas da célula animal. Observe a ausência de parede celular, de cloroplastos e 
plasmodesmos.E presença de centríolos. 
 
ESTRUTURAS TÍPICAS DE CÉLULAS VEGETAIS 
 
A presença de parede celular, de conexões celulares (plasmodesmos), grande vacúolo, 
plastídios (ex: clorolastos), o tipo de reserva energética (amido) e a realização de fotossíntese 
são as principais características que fazem da célula vegetal diferente da célula animal. 
O citoplasma das células vegetais contémplastos e grande vacúolo, além das mesmas 
organelas da célula animal. Aparentemente, tanto o retículo endoplasmático liso quanto o 
granular e os ribossomos exercem funções semelhantes nas células animais e vegetais. 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16: Principais estruturas da célula vegetal. Note a presença de estruturas como cloroplastos, 
parede celular, grandes vacúolos e plasmodesmos.; e ausência de centríolos 
 
A) PAREDE CELULAR DE VEGETAIS 
 
A parede celular é uma estrutura semirrígida que circunda a célula vegetal e têm como 
funções conferir proteção e apoio mecânico à célula, visto que esta estrutura deforma-se à 
medida que a célula cresce e se diferencia. A parede celular, composta principalmente de 
celulose, determina a estrutura da célula, a textura dos tecidos vegetais, dando resistência às 
plantas.Uma parede celular completa é formada por uma parede primária, uma parede 
secundária e uma lamela média, separando as células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 17 Constituição da parede celular. 
17 
 
 
 
As principais características da parede celular são: 
 
 É resistente à tensão e à decomposição por ação de organismos vivos. Raros são os 
seres vivos capazes de produzir enzimas que digerem a membrana celulósica; 
 É permeável, deixando-se atravessar facilmente por substâncias que entram e saem 
da célula. 
 É morta: os materiais componentes da parede celular são inertes. 
 É dotada de certa elasticidade. 
 
A celulose é um polissacarídeo, formado por moléculas de glicose,unidas pelas 
extremidades e que terminam formando microfribrilas. Associada à celulose, aparece outros 
carboidratos, como a hemicelulose, pectinas e proteínas estruturais chamadas 
glicoproteínas. A celulose forma fibras, enquanto as outras constituem uma espécie de 
cimento; juntas formam uma estrutura muito resistente. 
 
B)PLASMODESMOS (PONTES CITOPLASMÁTICAS OU CONEXÕES CELULARES) 
 
Plasmodesmosão conexões celulares, também denominadas pontes citoplasmáticas, as 
quais são característicasde células vegetais. Tem como função fazer a conexão entre as células 
vizinhas. Nas células animais, as junções comunicantes são responsáveis por esse papel. 
 
C) VACÚOLOS VEGETAIS 
 
Vacúolossão organelas localizadas no interior das células vegetais e geralmente 
ocupam posição central, deslocando o citoplasma e o núcleo para a parte periférica da célula.Os 
vacúolos derivam do retículo endoplasmático e são separados do citoplasma por 
umamembrana lipoproteica denominada tonoplasto. 
O interior do vacúolo é preenchido pelo suco vacuolar ou suco celular (solução de várias 
substâncias). O tamanho dos vacúolos está associado à idade da célula, sendo que em células 
envelhecidas chega a ocupar até 95% do volume celular. A grande importância dos vacúolos 
para os vegetais é que eles acumulam substâncias de reserva no suco vacuolar, tais como 
vários sais, açúcares, pigmentos, armazenam metabólitos, quebram e reciclam macromoléculas 
e regulam a pressão osmótica da célula. 
 
D) PLASTÍDEOS 
 
Plastídeosou Plastos são organelas citoplasmáticas encontrados nas células de plantas 
e de algas. Sua forma e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada 
célula possui um ou poucos plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras 
algas e nas plantas em geral, os plastos são menores e estão presentes em grande número por 
célula. O plasto mais famoso é o cloroplasto (ver abaixo). 
 
18 
 
 
 
Cloroplastos (figura 18) são orgânulos citoplasmáticos discóides com cerca de 10 
micrometros de diâmetro. Eles apresentam duas membranas envolventes (externa e interna) e 
uma terceira membranaque forma pequenas bolsas discoidais e achatadas, os tilacóides(do 
grego thylakos, bolsa).Os tilacóides se organizam uns sobre os outros, formando estruturas 
cilíndricas que lembram pilhas de “moedas”. Cada pilha é chamada de granum, que significa 
grão, em latim. O conjunto de granum denomina-se de grana. 
O espaço interno do cloroplasto é preenchido por um fluido viscoso denominado 
estroma, que corresponde à matriz das mitocôndrias, e contém, como estas, DNA, enzimas e 
ribossomos.As moléculas de clorofila ficam dispostas organizadamente nas membranas dos 
tilacóides, de modo a captarem a luz solar com a máxima eficiência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18. Estrutura geral de um cloroplasto típico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19: Estruturas constituintes do cloroplasto. 1.Membrana externa, 2.Espaço intermembranar, 
3.Membrana interna, 4.Estroma, 5. Lúmen (interior) do tilacóide, 6. Membrana tilacóide, 7.Granum, 
8.Lamela, 9. Grânulo de amido, 10.Ribossomos, 11. DNA e 12.Glóbulo lipídeico. 
 
19 
 
 
 
Funções do cloroplasto 
 
Os cloroplastos produzem moléculas orgânicas, principalmente glicose, que servem de 
combustível para as mitocôndrias de todos os organismos que se alimentam, direta ou 
indiretamente, das plantas. 
Os cloroplastos produzem substâncias orgânicas através do processo de 
fotossíntese (Figura 20). Nesse processo, a energia luminosa é transformada em energia 
química, que fica armazenada nas moléculas das substâncias orgânicas fabricadas. As matérias-
primas empregadas na produção dessas substâncias são, simplesmente, gás carbônico e água. 
Durante a fotossíntese, os cloroplastos também produzem e liberam gás oxigênio (O2), 
necessário à respiração tanto de animais quanto de plantas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20. A figura acima representa apenas uma visão geral do processo de fotossíntese, uva vez que, o 
processo todo envolve várias etapas, sendo mais complexo. 
20 
 
 
 
A clorofila corresponde a umgrupo de pigmentos fotossintéticos produzidos nos 
cloroplastos das folhas e em outros tecidos vegetais. Estes pigmentos, responsáveis pela cor 
verde das plantas,funciona como fotorreceptor da luz visível utilizada no processo da 
fotossíntese.A clorofila absorve muito bem a luz das regiões azuis e vermelhas, refletindo a luz 
verde. 
Em cada molécula de clorofila existe um átomo de magnésio (Mg) que se encontra no 
centro de uma estrutura em anel (anel porfirínico) que é estimulado pela luz. Há também uma 
"cauda" na molécula, formada por cadeias hidrofóbicas. 
Existem,basicamente, quatro tipos de clorofilasdenominadas a, b, c e d. As clorofilas 
“a” e “b” estão presentes em plantas verdes. Nas algas e cianobactérias são encontradas as 
clorofilas “c” e “d”.As diferenças entre clorofila a e b são poucas, apenas na composição de 
uma cadeia lateral, onde na clorofila a é -CH3 e na b é - CHO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
MEMBRANA CELULAR, MEMBRANA PLASMÁTICA OU PLASMALEMA 
A membrana plasmática (figura 21) e a membrana das diferentes organelas 
celularesmedem cerca de 7 a 10 µm de espessura e são visíveis somente ao microscópio 
eletrônico. Trata-se de uma estrutura trilaminar constituída de duas camadaselétron-densas 
(escuras) e uma camada elétron-lúcida (clara) central. A membrana das células e organelas são 
fosfoglicolipoprotéicas, ou seja, são formadas por lipídeos (principalmente fosfolipídios e 
colesterol) carboidratos (glicídeos ou açucares) e proteínas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 21: componentes da membrana plasmática. Observe os fosfolipídeos com as regiões hidrofóbicas e 
hidrofóbicas. Note a presença das proteínas intrínsecas e extrínsecas, bem como o colesterol de cor 
amarela. 
 
Os fosfolipídios das membranas são moléculas anfipáticastambém chamadas de 
anfifílicas, pois possuem uma região polar e uma região apolar. A região polar ou hidrofílica é 
representada pela cabeça (possuem afinidade e interagem bem como a água), a qual está 
voltada para o exterior da membrana; enquanto que a região apolar ou hidrofóbica formada 
pelas duas caudas (pouca ou sem afinidade com a água), as quais estão voltadas para o interior 
da membrana. 
A cabeça polar é composta pelo glicerol (um triálcool), um fosfato e um álcool, como a 
colina, a etanolamina, serina etc. As caudas apolares são compostas pelas cadeias carbônicas 
dos ácidos graxos. 
 
22 
 
 
 
AS PROTEÍNAS DAS BIOMEMBRANAS 
 
Embora a estrutura básica de uma biomembrana seja dada pela bicamada fosfolipídica, 
a maioria das funções específicas é realizada por proteínas. Entre essas funções, pode-se citar o 
transporte de íons e moléculas polares, interação com hormônios, tradução de sinais por meio 
de membranas e até estabilização estrutural. A razão entre proteínas e lipídios nas membranas 
varia de acordo com atividade funcional da mesma. 
As proteínas localizadas na membrana plasmática são classificadas em dois tipos: 
Proteínas intrínsecas ou integrais e proteínas extrínsecas ou periféricas. As proteínas 
intrínsecas estão inseridas na bicamada lipídica e apresentam, comumente,domínios 
citoplasmático e transmembrana. Os domínios que passam pelo interior das membranas e que 
fazem parte de um ambiente hidrofóbico possuem, em sua maioria, resíduos de aminoácidos 
hidrofóbicos. 
As proteínas intrínsecas, geralmente, interagem muito fortemente com as porções 
hidrofóbicas dos lipídios de membrana. Essas proteínas só podem ser extraídas com o uso de 
agentes que quebrem essas interações, solubilizando as membranas, como os detergentes. 
As proteínas extrínsecas ou periféricas, como o próprio nome sugere, são proteínas 
que estão localizadas nas superfícies externa na membrana plasmática. Essas proteínas estão 
associadas mais fracamente com a membrana, logo podem ser removidas mais facilmente. 
 
CARBOIDRATOS OU GLICÍDEOS DA MEMBRANA 
 
Os carboidratos são de grande importância para a fisiologia das biomembranas. 
Eles ocupam espaço relevante da superfície das membranas. No caso da membrana 
plasmática, os carboidratos estão localizados somente na superfície extracelular da 
membrana. Na superfície externa da membrana os carboidratos unem-se com lipídeos 
formando os glicolipídeos; combinam-se também como proteínas formando as 
glicoproteínas. 
A camada localizada na face externa da membrana plasmática, formada por 
glicoproteínas e glicolipídeos é conhecida como cobertura celular,glicocálix ou glicocálice. 
Uma vez que os carboidratos carregados negativamente, em especial o ácido siálico, 
apresentam-se em quantidades significativas, o glicocálix é, em grande parte, responsável pela 
carga elétrica negativa encontrada na superfície da célula. 
As funções mais importantes do glicocálice são é o reconhecimento de células e 
moléculas, o que permite a comunicação intercelular. Além disso, o glicocálice tem função de 
proteção química e física da membrana. 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações 
23 
 
 
 
O MODELO DE MOSÁICO FLUIDO 
 
O Modelo de Membrana mais aceito atualmente é conhecido como modelo do mosaico 
fluido. Este modelo foi proposto em 1972 por Jonathan Singer e Garth Nicholson (Singer e 
Nichlson). 
De acordo com este modelo a membrana plasmática é formada por uma bicamada de 
fosfolipídios na qual existem proteínas mergulhadas totalmente (proteínas integrais ou 
intrínsecas) ou parcialmente (proteínas periféricas ou extrínsecas).Esta membrana não é uma 
estrutura estática, ao contrário, é uma estrutura dinâmica visto que apresenta movimento lateral de 
seus componentes, como um mosaico fluido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES DA MEMBRANA PLASMÁTICA 
 
A) A Fluidez das membranas:corresponde àcapacidade queos componentes da 
membrana possuem de se movimentar ao longo do plano horizontal (lateralmente).A 
movimentação dos lipídios é de extrema importância. Além de diminuir a rigidez das 
membranas biológicas, ela permite a difusão dos seus diferentes constituintes. Na verdade, a 
maior parte dos fenômenos associados à fisiologia das membranas, entre eles a atividade 
enzimática e o transporte de solutos, é profundamente afetada pela fluidez. 
A fluidez é uma característica dada pela composição lipídica. Dentre os fatores que 
podem interferir na fluidez estão (1) a presença ou não de insaturações nas cadeias dos ácidos 
graxos, (2) a temperatura ambiental, (3) a presença de moléculas interpostas na bicamada 
lipídica como o colesterol, e (4) a própria dieta alimentar. 
Presença de insaturações: as cadeias carbônicas dos ácidos graxos podem ser 
saturadas ou insaturadas. As insaturações fazem com que os ácidos graxos ocupem um maior 
espaço no plano da membrana, possibilitando desse modo, uma maior movimentação dos 
lipídios e conseqüentemente das proteínas, logo quanto maior a número de insaturações maior 
será a fluidez da membrana. 
24 
 
 
 
Temperatura: a temperatura interfere na fluidez das membranas porque os ácidos 
graxos que os compõem apresentam um determinado ponto de fusão e, conseqüentemente, 
uma transição de fase. O ponto de fusão dos ácidos graxos é a temperatura em que a molécula 
passa do estado gel para um estado líquido-cristalino. Em uma biomembrana no estado gel, os 
fosfolipídios estão completamente estendidos e alinhados, agrupando-se de forma bastante 
fechada e perpendicular ao plano da bicamada. 
A movimentação dos lipídios, nesse caso, fica bastante restrita, o que torna a membrana 
bastante rígida, compacta e impermeável. Por outro lado, o estado líquido–cristalino é 
caracterizado por uma intensa movimentação dos ácidos graxos, o que representa uma maior 
fluidez e maior permeabilidade. 
 
Presença de moléculas interpostas: a presença de moléculas entre os fosfolipídios, 
como o colesterol, é capaz de interferir na fluidez, pois altera o grau de compactação normal 
dos ácidos graxos e dificulta a movimentação destes no plano da bicamada. O colesterol quebra 
a estrutura altamente ordenada das cadeias dos ácidosgraxos. Assim, em uma dada 
temperatura, por impedir a aproximação e a associação lateral, o colesterol mantém as cadeias 
de hidrocarbonetos dos fosfolipídios em um estado fluido intermediário entre o gel e o líquido-
cristalino. 
 
Dieta alimentar: outro fator que pode interferir na composição lipídica das membranas 
celulares e, como conseqüência, na sua fluidez, é a dieta. Os lipídios obtidos via cadeia 
alimentar, entre eles ácidos graxos saturados, insaturados, poliinsaturados e o próprio 
colesterol, são incorporados às membranas. Desta forma, a dieta observada em uma dada 
população, seja animal ou humana, é capaz de interferir de forma bastante acentuada na 
fisiologia das membranas biológicas. 
 
B) Reconhecimento e comunicação. A membrana plasmática é o primeiro contato 
entre os meios intra e extracelular. Seus componentes permitem que a membrana tenha a 
capacidade de reconhecimento de células e moléculas traduzindo informações para o interior 
da célula e permitindo que ela responda a estímulos externos que podem influenciar nas suas 
funções biológicas, participando decisivamente das interações célula-célula e célula-matriz 
extracelular (funções reconhecimento e sinalização celular). 
 
C) Assimetria da membrana é uma propriedade que corresponde às diferenças 
estruturais e funcionais entre as faces interna e externa da membrana, ou seja, a membrana 
possui componentes estruturais (proteína e lipídeos), bem como funções quesão específicas de 
uma determinada face da membrana. 
D) Permeabilidade seletiva. Se analisarmos a permeabilidade de membranas lipídicas 
sintéticas, veremos que elas bloqueiam a passagem da maioria das moléculas polares, de 
moléculas apolares grandes (de alta massa molecular) ou moléculas carregadas eletricamente. 
Essa barreira é de crucial importância, pois permite à célula manter diferentes concentrações 
de solutos no citoplasma em relação ao fluido extracelular. 
25 
 
 
 
Logo a Permeabilidade seletiva possibilita que a membrana plasmática selecione o 
que entra e o que sai do interior da célula, uma vez que atua na manutenção de 
microambientes, formando uma barreira que impede o conteúdo celular de escapar e se 
misturar com o meio circundante. Esta membrana confere individualidade a cada célula, 
definindo os meios intra e extracelulares. 
 
E) TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA PLASMÁTICA 
 
Os diferentes tipos de transportes realizados pela membrana plasmática estão descritos 
de forma resumidas abaixo. 
A) Transporte passivo: Otransporte passivo não envolve o consumo de energia do 
sistema, sendo utilizada apenas a energia cinética das moléculas. Os principais tipos de 
transporte passivo são: osmose, difusão simples e difusão facilitada. 
A.1) Osmose: é passagem de água (solvente)de um meio hipotônico (menos 
concentrado de soluto, “logo mais concentrado de água”) para um meio hipertônico (mais 
concentrado de soluto, portanto menos concentrado de água”), através de uma membrana 
semipermeável, sem gasto de energia (figura 23). 
Se a célula estiver num ambiente mais concentrado (hipertônico) que o seu interior, ela 
perde água e murcha, fenômeno osmótico chamado plasmólise ou murchamento. Se o 
ambiente externo for menos concentrado (hipotônico) que o interior da célula, ela ganha água, 
aumenta de volume, podendo ocorrer lise celular, fenômeno osmótico chamado plasmoptise 
para as células animais em geral. Quando ocorre lise das hemáciasdenominamos o fenômeno 
de hemólise. 
No caso de célula vegetal, quando está ganha água, aumenta de volume e fica túrgida, o 
fenômeno osmótico é chamado turgência ou turgescência. Neste caso não ocorre lise celular 
devido a proteção exercida pela parede celular. 
Veja que dependendo da solução e do tipo de célula (animal ou vegetal) podem ocorrer 
diferentes fenômenos osmóticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23: Observe os fenômenososmóticos em células animais e vegetais quando submetidas a meios 
com diferentes concentrações (hipotônico, isotônico e hipertônico). 
26 
 
 
 
A.2) Difusão simples: Na difusão simples (figura 24) as moléculas hidrofóbicas (Ex.: 
benzeno),gases (O2, CO2),e pequenas e polares (Ex.:H20) passam pela membrana plasmática 
através da bicamada lipídica de um meio de maior concentração (hipertônico) para um meio 
de menor concentração (hipotônico), ou seja, a favor de uma gradiente de concentração, sem 
gasto de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24. Passagem de algumas moléculas (Ex.: CO2 e O2) por difusão simples pela membrana plasmática, 
através da bicamada lipídica. Note que moléculas grandes (Ex.:glicose) e moléculas carregadas são 
barradas (EX.: Na+, Ca2+, Cl-, H+, aminoácidos). 
 
A.3) Na difusão facilitada(figura 25 e 26) moléculas ou íons passam pela membrana 
plasmática, de um meio de maior concentração para um meio de menor concentração, através 
de uma proteína transmembrana, que pode ser uma permease ou canal protéico, sem gasto 
de energia. A figura abaixo mostra o mecanismo de difusão facilitada realizada através de 
proteína carreadora também chamada de permease. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 25: Transporte por difusão facilitada. Note que esse tipo de transporte (por permease) se dá em 
três etapas: 1. Ligação da molécula (a ser transportada) à permease; 2. Mudança conformacional da 
permease, que permite a passagem da molécula através da membrana plasmática; 3. Retorna da 
permease à sua forma inicial. 
 
27 
 
 
 
A figura abaixo mostra o mecanismo de difusão facilitada realizada por canal 
protéico. Estes canais protéicos podem ser controlados por ligantes, voltagens etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26: Esquema de um canal protéico (ou proteína canal). Veja que as moléculas estão sendo 
transportadas do meio mais concentrado para o menos concentrado. 
 
A velocidade de transporte por difusão simples e facilitada apresenta características 
diferentes. A velocidade por difusão simples é representada por uma reta ascendente. Na 
difusão facilitada a velocidade aumenta até certo ponto, no qual a partir dele não se observa 
aumento. Esse ponto de manutenção da velocidade corresponde ao momento da saturação das 
proteínas (carreadoras e canais), no qual por mais que se aumente a diferença de concentração 
entre os meios intra e extracelulares a velocidade não se altera (gráfico 1 abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
B) Transporte ativo. É um tipo de transporte que necessita de aporte (gasto) de 
energia, isto é, consumode energia (direta ou indiretamente) pelo sistema, na forma de ATP. No 
transporte ativo (figura 27 e 27.1 e 27.2) a movimentação das substâncias se dá contra o 
gradiente de concentração, ou seja, do meio hipotônico (menos concentrado) para o 
hipertônico (mais concentrado). 
 
Há basicamente dos tipos de transporte ativo: transporte ativo primário e 
transporte ativo secundário. 
 
B.1) Transporte ativo primário: utiliza a energia diretamente do ATP para realizar o 
processo de transporte. Temos como exemplo clássico a bomba de sódio e potássio, a qual 
tem como funções básicas manter o potencial eletroquímico das células, e ajudar no 
controle osmótico e do volume celular. Esta bomba chega a gastar 25% de energia de 
algumas células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27: Observe que há grande diferença de concentração dos íons Na+ e K+ entre os meios intra e 
extracelular. Há muito mais Na+ no meio extracelular em relaçãoao meio intracelular; enquanto que, há 
mais K+ no meio intracelular quando comparado ao meio extracelular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27.1: Esquema da bomba de sódio e potássio (Na+ - K+ ATPase). Observe que há dois sítios de 
ligação para o K+ na face extracelular da membrana plasmática, e três sítios para a ligação do Na+ na face 
intracelular (citoplasmática). Note a presença do ATP, o qual é utilizado como fonte de energiapara o 
funcionamento da bomba. 
29 
 
 
 
Transporte ativo secundário: É o transporte de uma molécula ou íon, apartir da 
utilização da energia do transporte acoplado à uma segunda molécula que esta sendo 
transportada. Temos como exemplo desse tipo de transporte a Internalização da glicose 
apartir do lúmen intestinal(figura 27.2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27.2: a glicose é internalizada a apartir do lúmen intestinal através da utilização da energia gerada 
pelo transporte de sódio (transporte acoplado). Note que a glicose está sendo transportada contra o 
gradiente de concentração, logo não poderia ser feito de formam passiva. 
 
O transporte mediado por proteínas nas membranas pode ser feito de três formas 
diferentes: 
 
Uniporte:quando uma única molécula é transportada unidirecionalmente através da 
membrana; 
simporte: quando duas moléculas são transportadas simultaneamente em uma mesma 
direção; 
Antiporte:quando duas moléculas são transportadas, simultaneamente, em direções 
opostas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIPORTE SIMPORTE ANTIPORTE 
30 
 
 
 
TRANSPORTE EM GRANDE QUANTIDADE OU TRANSPORTE EM BLOCO 
 
Partículas maiores não conseguem atravessar a membrana, mas podem ser 
incorporadas à célula pela própria estrutura da membrana celular, ocorrendo, assim, a 
formação de vesículas. A este processo, no qual a membrana celular envolve partículas ou 
fluido do exterior, dá-se o nome de endocitose. Ele ocorre por dois mecanismos: 
 
a) Fagocitose. É o processo de captação de moléculas maiores, partículas, células 
ou microrganismos para o interior da célula. Neste processo, a partícula a ser ingerida toca 
na membrana celular, a qual emite projeções da membrana plasmática chamadapseudópodes 
para realizar o processo.A fagocitose é realizada basicamente para nutrição e defesa do 
organismo (figuras 28, 28.1, 28.2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Pinocitose. É o processo utilizado pela célula para englobar porções de fluidos 
extracelulares (moléculas solúveis). Neste caso, a membrana sofre um processo de 
invaginação, ocorrendo à formação de pequenas vesículas (figura 29). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 29. Englobamento de partículas solúveis para o meio intracelular através do processo de 
pinocitose. Note que a vesícula formada pelo fragmento da membrana plasmática mais o seu conteúdo é 
chamado de vesícula pinocítica ou pinossomo. 
Figura 28. Amoeba englobando 
um material para nutrição. 
 
Figura 28.1. Macrófago (cinza) 
fagocitando um esporo de fungo 
(laranja). 
 
Figura 29.2. Neutrófilo lançando 
pseudópodes para fagocitar 
bactérias. 
 (laranja). 
 
Pinossomo 
31 
 
 
 
PROCESSO DE EXOCITOSE. 
 
Para eliminar substâncias residuais, a célula utiliza o processo de exocitose, no qual uma 
vesícula, vinda do citoplasma contendo material que deve ser eliminado, se funde à membrana 
plasmática, lançando o seu conteúdo no meio extracelular (figura 30). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 30: esquema mostrando a endocitose e a exocitose. Note o lisossomo se fundindo com a vesícula 
endocitada, formando um vacúolo digestivo. Em seguida (nº 4) processo de exocitose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
32 
 
 
 
POLARIZAÇÃO E ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA 
 
O pólo da célula voltado para a superfície livre é denominado de região apical, e o pólo 
voltado para o tecido conjuntivo subjacente é denominado de região basal. Essa polaridade 
celular não é exclusiva das células epiteliais. A polaridade é utilizada para classificar 
morfológicamente os epitélios. 
Os epitélios possuem três domínios: domínio apical – está exposto para o lúmen ou 
para o meio externo; domínio lateral – está em contato com as células epiteliais vizinhas 
unidas mutuamente por moléculas de adesão celular e complexos juncionais; domínio basal – 
está associado a membrana basal que separa o epitélio do tecido conjuntivo subjacente. 
 
A. Especializações da superfície apical da membrana plasmática. 
 
A.1. Microvilosidades ou microvilos (figura 31): são pequenas projeções cilíndricas 
do citoplasma (ou em forma de dedos) revestidas por membrana que aumentam a superfície 
apical (superfície voltada para o lúmem), o que permite maior absorção.O conjunto de 
microvilosidades vista ao microscópio óptico representam a planura estriada das células 
absortivas intestinais e a borda em escova das células dos túbulos proximais dos rins. 
Cada microvilosidade contem um eixoformado por 25 a 30 filamentos de actina, 
contendo ligações cruzadas fortemente por Vilina, e presos em uma região amorfa na sua 
extremidade se estendendo daí até o citoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 31. Microvilosidade presentes nas células intestinais. Neste local, realizam a absorção de grande 
quantidade de nutrientes. 
33 
 
 
 
A.2. Estereocílios (figura 32): sãotipos especiais de microvilosidades. São longas 
estruturas encontradas apenas no epitélio de revestimento de epidídimo (onde eles absorvem 
os restos citoplasmáticos dos espermatozóides provenientes do processo de 
morfodiferenciação das espermátides em espermatozóides) do canal deferente, além das 
células pilosas sensoriais da cóclea (ouvido interno). 
Os estereocílios são estruturas não móveis, provavelmente por causa doseu eixo de 
filamentos de actina. No epitélio, os estereocílios possuem a função de aumentar a área de 
superfície da célula, enquanto que no ouvido estas estruturas são responsáveis pela geração de 
sinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 32. Figura de um estereocílio. Note que diferente das microvilosidade comuns, os 
estereocílios apresentam ramificações em torno de uma estrutura central. 
 
A.3. Cílios: são estruturas móveis, semelhantes a pêlos, que emanam (surgem ou 
aparecem) da superfície apical de certas células epiteliais. Seu eixo é composto por um 
complexo arranjo de microtúbulos conhecidos como axonema. 
O axonema é composto de um número constante de microtúbulos longitudinais 
arranjados em uma consistente organização de 9 + 2 (figura 33). Esta notação representa 
dizer que os 2 microtúbulos localizados centralmente (mônades) são regularmente 
circundados por 9 pares (ou díades) de microtúbulos periféricos. 
Os cílios são especializados para a função de propulsão do muco e outras substâncias na 
superfície do epitélio, através de rápidas oscilações rítmicas. Por exemplo, no epitélio do trato 
respiratório, os cílios movem muco e restos celulares em direção orofaringe, onde podem ser 
deglutidos ou expectorados. Já os cílios presentes na tuba uterina movem o ovo fertilizado em 
direção ao útero. 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 33. Observe a disposição dos microtúbulos na formação do axonema (9 + 2). Note que há várias 
proteínas envolvidas na formação do axonema, além da coberturafeita pela membrana plasmática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 34. Cílios nos bronquíolos. Através de movimentos rítmicos, retiram bactérias e outras partículas 
capturadas pela mucosa e as transportam para a garganta, onde são expulsadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
B. Especializações da superfície lateral da membrana plasmática 
 
A microscopia óptica revela linhas laterais chamadas barras terminais, onde células 
epiteliais estão em contato e, presumivelmente, ligadas umas as outras. A microscopia 
eletrônica revelou que as barras terminais são compostas de intrincados complexas 
juncionais (figura 35). Este complexo, que mantém unidas as células epiteliais contíguas, são 
formados por diferentes tipos de junções intercelulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 35. Mostra em destaque os diferentes tipos de complexos juncionais. Note que além da estruturas, 
estas junções se diferenciam pela localização na superfície lateral da membrana plasmática. 
 
 
B.1 Junção apertada, estreita ou oclusiva (tight junctions).(figura 36) É um tipo de 
junção realizada entre as membranas plasmáticas adjacentes, e possuem localização na região 
mais próxima da superfície apical entre as células epiteliais. Elas formam uma junção 
semelhante ao um “cinturão” que envolve toda a circunferência apical da célula. 
Nos sítios de fusão proteínas juncionais transmembranares chamadas claudinas e 
ocludinas se unem umas as outras formando uma espécie de lacre de fechamento, ocluindo o 
especo intercelular. 
As funções básicas das junções de oclusão são: Prevenir ou impedir o movimento de 
proteínas de membrana do domínio apical para o domínio basolateral e vice-versa; promovem 
a fusão das membranas plasmáticas das células adjacentes de modo a proibir que moléculas 
hidrossolúveis passem por entre as células. 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 36. Mostra em detalhes da junção oclusiva ou apertada. Note que proteínas tais como claudina 
ocludina e cingulina são importantes na sua formação estrutural. Observe que essa junção ossocia-se aos 
filamentos de actina 
 
B.2 Junção Aderente ou Zônulas de Adesão: são complexos juncionais os quais estão 
localizados logo abaixo das junções de oclusão e também envolvem todo o perímetro apical da 
célula.Estes tipos de junção têm como função auxiliar as células adjacentes a se aderir umas as 
outras. 
 
B.3 Desmossomos, desmossomas ou Mácula de adesão (figura37): são junções 
semelhantes a pontos de soldas, parecem ser distribuídos aleatoriamente ao longo da 
membrana lateral das células epiteliais e por toda superfície das membranas plasmáticas das 
células do epitélio estratificado pavimentoso, especialmente na epiderme. 
Cada desmossomo apresenta duas placas de adesão em formato de disco, de aspecto 
bastante eletro-denso, localizadas opostas uma á outra nas faces citoplasmáticas da membrana 
plasmática das células epiteliais adjacentes. 
Cada placa é constituída por uma série de proteínas de adesão ou ancoragem, das quais 
as mais bem conhecidas são as desmoplaquinas e pecoglobinas. Os filamentos 
intermediários de quitoqueratina (ou citoqueratina) encontram-se inseridos na placa, onde 
formam alças semelhantes ao grampo de cabelo, em seguida se estendem de volta para o 
citoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 37. Estruturas dos desmossomos. Além de unir duas células adjacentes, o 
desmossomo, também é responsável pela célula resistir ao estresse ou tensão mecânica. 
37 
 
 
 
Na região das placas de adesão oposta o especo intercelular contém materiais 
filamentosos formados por desmogleínas e desmocolinas, as quais são componentes da 
família de caderinas, proteínas transmembranares de ligação ao Ca2+ dependente. Os domínios 
citoplasmáticos das proteínas transmembranares de ligação se acoplam a desmoplaquinas e 
placoglobinas constituintes das placas elétron-densa. 
 
Correlações Clínicas 
 
O Pênfigo Vulgaré uma doença rara, estimado em 5:1.000.000, diagnosticada 
geralmente aos 50 anos de idade. A etiopatogenia ainda não está totalmente esclarecida, 
entretanto, os autores são unânimes em afirmar sua natureza auto-imune.Os autoanticorpos, 
principalmente do tipo IgG, mais especificamente IgG1 e IgG4, agem contra as glicoproteínas 
desmogleína 1 e desmogleína 3, dos desmossomos do epitélio da pele, mucosas o que culmina 
no rompimento da adesão celular, o que caracteriza o fenômeno da acantólise (perda de coesão 
ente as células espinhosas, com formação de espaço, vesículas ou bolhas intra-epidérmica). 
O pêndigo vulgar caracteriza-se pela formação de bolhas ou vesículas de diâmetros 
variáveis, de ocorrência superficialou profunda de conteúdo seroso claro, purulentoou 
sanguinolento, que uma vez rompidas, originam erosõessuperficiais irregulares, com coloração 
avermelhada e comsintomatologia dolorosa. Essas lesões acometem pele emucosas oral, 
faríngea, laríngea, esofágica, nasal, conjuntivae genital. 
Em relação à sintomatologia, o indivíduoportador da doença, apresenta ardor intenso, 
odor fétidoe sialorréia (perda excessiva de saliva), resultando em dificuldade de deglutição e 
fonação.O elemento semiotécnico para um diagnóstico mais simplesdo pênfigo vulgar é a 
verificação do sinal de Nikolsky.Este é positivo quando ocorre a formação de uma bolha aose 
friccionar o epitélio nas proximidades das lesões já existentes,devido à facilidade de separação 
das células epiteliais.Embora este sinal seja de grande valia, não é patognomônicodo pênfigo 
vulgar, podendo ser observado na grande maioriadas lesões vesículo-bolhosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem 1, 2 e 3. Mostrando lesões na mucosa e cavidade oral em paciente acometido por pêndigo vulgar. 
 
O tratamento da pêndigo vulgar geralmente é feito com esteróides sintéticos e com 
agente imunossupressores, além de medicamentos coadjuvantes para tratar as infecções 
secundárias e para amenizar os efeitos colaterais dos corticosteróides. 
 
38 
 
 
 
B.4 Junções comunicantes (Gap juntions) (figura 38): são amplamente 
distribuídasnos tecidos epiteliais por todo corpo, como em células musculares cardíacas, 
células musculares lisas e neurônios; mas não em células musculares esqueléticas. 
As junções comunicantes se diferenciam das junções oclusivas e de adesão, pelo fato de 
mediar a comunicação intercelular, uma vez que, permite a passagem de pequenas moléculas e 
íons entre os citoplasmas de células adjacentes. 
As junções comunicantes são formadas por 6 proteínas transmembranares chamadas de 
conexinas, as quais organizam-se para formar um canal chamado de conexon. Quando um 
conexon de uma membrana está emparelhado com o seu par na membrana da célula 
adjacente, eles se fundem e formam um canal hidrofílico funcional que permite a passagem de 
íons, aminoácidos, vitaminas, AMPcíclico, certos hormônios, e moléculas menores do que 1 kDa 
de tamanho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 38. Mostra a junção de duas células feita por junções comunicantes. Note que são 6 proteínas 
conexina que se juntam para formar um conexon. Observe a união de dois conexons, forma uma canal 
entre as duas células, o que permite o trânsito de determinados íons ou moléculas. 
 
 
39 
 
 
 
C)Especializações da Superfície Basal da membrana plasmática 
 
As especializações da membrana basal incluem a lâminabasal, invaginações da 
membrana plasmática (invaginação de base) e hemidesmossomos. 
 
C.1) As invaginação da membrana basal (ou de base) são especializações 
semelhantes a dedos na membrana basal, as quais aumentam a área de superfície da 
membrana plasmática e promovem no citoplasma basal uma separação de compartimentos 
citoplasmáticos ricos em mitocôndrias. 
As mitocôndrias fornecem a energia necessária para o transporte ativo dos íons com o 
estabelecimento de gradientes osmóticos para assegurar o movimento de água através do 
epitélio, tal como nos túbulos renais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C.2) Os hemidesmossomos (figura 39) são especializações que se assemelham a 
metades de desmossomos e servem para aderir a superfície basal da membrana plasmática, à 
lâmina basal. As placas de adesão formadas por desmoplaquitinas, plectinas e outras proteínas 
associadas estão presentes na face citoplasmática da membrana plasmática. 
 
 
‘ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 39: visão geral de um hemidesmossomo (à esqueda) e visão detalhando as estruturas que formam 
os hemidesmossomo (à esquerda). Veja que a função básica do hemidesmossomo é unir uma célula à 
lâmina basal. 
40 
 
 
 
4. ESTUDO DO CITOPLASMA 
 
O citoplasma(figura 40) das células eucariota é formado por uma solução coloidal, 
viscosa e de aspecto relativamente uniforme, que contém água (80%), íons diversos, 
aminoácidos e proteínas. No citoplasma estão localizados o núcleo e as organelas celulares 
membranosas (Ex.: retículo endoplasmático, o complexo de Golgi, os lisossomos, as 
mitocôndrias, os peroxissomos) e, ainda, as inclusões lipídicas, os grânulos de glicogênio e os 
ribossomos (organela não membranosa). Estas estruturas são responsáveis pelas funções 
celulares, como digestão, respiração, secreção, síntese e transporte de proteínas. No citoplasma 
estão também os elementos do citoesqueleto, responsáveis por várias atividades dinâmicas das 
células, e os centríolos, estruturas geradoras dos microtúbulos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 40. Esquema de uma célula mostrando as principais estruturas que constituem o citoplasma. 
 
41 
 
 
 
4.1. Ribossomos 
 
Os ribossomos (figura 41) são organelas complexas que funcionam como local para a 
produção de cadeias polipeptídicas. Esta organela foi descoberta em 1953 por George Emil 
Palade, razão pela qual foram inicialmente conhecidos como grânulos de Palade. O estudo 
que possibilitou a descoberta dos ribossomos foi de grande importância, visto que, no ano de 
1974 o biologista celular George Emil Palade, juntamente com o citologista norte-americano 
Albert Claude e com o bioquímico e citologista belga Christian Duve, foram agraciados com o 
prêmio Nobel de fisiologia e medicina. 
Os ribossomos são pequenas organelas não membranosas que funcionam como fábrica 
de proteínas, tanto em células procariontes como em células eucariontes. São constituídos por 
proteínas e rRNA. Os ribossomos são comumente designados de acordo com o seu coeficiente 
de sedimentação expressa na unidade svedberg(S).70S para os ribossomos de procariontes 
(bacterianos) e 80S para os ribossomos de células eucariontes. 
Tanto os ribossomos das células procariontes como de eucariontes são compostos por 
duas subunidades distintas (uma subunidade maior e um menor), cada uma contendo 
proteínas características e RNA ribossomal. O fato de as células conterem muitos ribossomos 
reflete a importância da síntese protéica no metabolismo da célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura41: ribossomos e suas subunidades, menor e maior. 
 
 
 
42 
 
 
 
Nos ribossomos de células procariontes, a subunidade menor (30S), é formada por 21 
proteínas e rRNA 16S; enquanto que a subunidade maior (50S) é constituída por 34 
proteínas e rRNA 5S e 23S. 
Nas células eucariontes a subunidade menor (40S) é formada por 33 proteínas e um 
rRNA 18S; enquanto que a subunidade maior (60S) é constituída por 49 proteínas e rRNAs 
5S; 5,8S e 28S. Alguns rRNA da subunidade maior são chamados de ribozimas, uma vez que, 
tem atividade enzimática e catalisam a formação de ligações peptídicas. 
As subunidades ribossomais maior e menor são produzidas no núcleo celular pelo 
nucléolo. Após a produção, as subunidades ribossomais prontas, migram para o citoplasma 
através do complexo de poros nuclear. Nos citoplasma, as subunidades ribossomais menores a 
maiores, ficam separadas e não formam ribossomos até que a síntese protéica seja iniciada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 42. Comparação entre ribossomos de procarionte e eucarionte. 
 
 
Vários ribossomos podem se reunir a uma fita de mRNA formando um complexo 
Ribossomos-mRNA, o qual é chamado de polirribossomo ou polissomo (figura 43). A leitura 
feita, por vários ribossomos ao mesmo tempo, de um mesmo mRNA, possibilita que uma 
determinada célula possa produzir uma grande quantidade de uma determinada proteína. Isso 
ocorre em certas células, tas como células do pâncreas, queem determinado momento, 
necessitam produzir uma grande quantidade de proteínas com ação de enzimas e hormônios, 
os quais são utilizados em vários processos celulares como a digestão. 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 43. Polirribossomos, união de vários ribossomos a uma fita de RNAm. 
 
Os ribossomos são encontrados livres no citosol e aderidos na face citoplasmática do 
retículo endoplasmático rugoso. Os ribossomos livres no citosol são responsáveis pela síntese 
de proteínas que terão como destino o próprio citosol, os cloroplastos, mitocôndrias, 
peroxissomos ou o núcleo celular. Enquanto que os ribossomos aderidos ao retículo 
endoplasmático rugoso são responsáveis pela síntese de proteínas que terão como destino o 
complexo de golgi, lisossomos, a membrana plasmática ou então o meio extracelular, através 
da exocitose (figura 44). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
4.2. Retículo endoplasmático 
 
O retículo endoplasmático (RE) é a maior organela encontrada na maioria das células, 
ocupando cerca de 10% do volume celular. OR.E é formado por uma rede de membranas 
interconectadas na forma de tubos ou cisternas. Dois tipos de retículo endoplasmático são 
observados: liso (ou agranular) e rugoso (ou granular), os quais apresentam características 
morfológicas e funcionais distintas. 
O retículo endoplasmático lisoou agranular (REL OU REA) (figura 45)é 
caracterizado pela ausência de ribossomos aderidos à sua membrana e apresenta-se como uma 
rede de delgados túbulos que se anastomosam entre si. 
A maioria das células não possui grande quantidade de REL. No entanto, em células 
onde há intenso metabolismo lipídico, e detoxificação, essa organela é abundante. 
Nas células dos ovários o REL é responsável pela produção de hormônios sexuais 
femininos (Ex:estrogênio e projesterona) e nas células dos testículos o REL produz 
hormônio sexual masculino (testosterona). 
Nas células do fígado (hepatócitos) o REL contém enzimas que permite que seja 
detoxificado uma série de substancia tóxica como álcool, medicamentos, e outras drogas. A 
detoxificação consiste em transformar substâncias tóxicas em compostos hidrossolúveis, os 
quais possam ser eliminados através da urina. 
Nas células musculares oREL é chamado de retículo sarcoplasmático. Neste tipo de 
célula o REL é responsável pelo seqüestro e armazenamento de cálcio, elemento 
fundamental no processo de contração muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 45. Retículo endoplasmático liso (REL) em cor laranja. Note a ausência de ribossomos. 
45 
 
 
 
O retículoendoplasmático rugoso (Figura 46), ou granular(RER ou REG), é contínuo 
com a carioteca ou membrana nuclear. Esta organela é caracterizada pela presença de 
polirribossomos aderidos ao lado citoplasmático de sua membrana. Esta organela apresenta 
formas variadas, freqüentemente, em forma de túbulos achatados e longos, ou bem dilatados, 
podendo estar localizada em vários pontos da célula ou concentrada em determinadas áreas do 
citoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 46. Observe que o RER é contínuo com a carioteca. Note a presença de polirribossomos e a síntese 
de proteínas. 
 
O RE rugoso, em parceria com os polirribossomos, tem um importante papel na 
síntese, modificaçãoe transporte de proteínas. As proteínas são capturadas pelo RER, por 
receptores presentes na sua membrana, assim que começam a ser sintetizadas pelo complexo 
de ribossomos e RNAm. 
46 
 
 
 
As proteínas sintetizadas podem ter dois destinos: como proteínas transmembranares 
ou proteínas hidrossolúveis. As proteínas transmembranares podem permanecer na 
membrana do retículo ou serem destinadas à membrana plasmática e à membrana de outras 
organelas. Por outro lado, proteínas hidrossolúveis, quando sintetizadas, podem ser 
direcionadas para o complexo de Golgi ou encaminhadas ao lúmen de alguma organela, ou 
secretadas no meio extracelular. 
Figura abaixo mostra as vias secretoras, as quais compreendem o transporte de lipídeos, 
proteínas e polissacarídeos aos destinos finais e o empacotamento das macromoléculas em 
diferentes vesículas de transporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 47: As vias secretoras iniciam com o transporte de proteínas/lipídeos/hormônios do retículo 
endoplasmático para o complexo de Golgi, através de vesículas de transporte que se fundem com a face 
cis (face de entrada), no interior com complexo de golgi as moléculas sofrem modificações adicionais, e 
em seguida saem pela face traz (face de saída) dentro de vesículas de secreção. A partir do momento que 
são secretadas, as moléculas poderão tem diferentes destinos: podem integrar os lisossomos, serem 
adicionadas a membrana plasmática ou serem exportadas para o meio extracelular. 
47 
 
 
 
4.3. Complexo de Golgi 
 
O complexo de Golgi, também denominado complexo golgiense,aparelho de Golgi ou 
simplesmente Golgi (figura 48) foi descrito em 1898, pelo biólogo italiano Camilo Golgi. Esta 
organela é formada por vesículas e túbulos achatados empilhados e organizados, chamados de 
cisternas (cerca de 4 a 8 cisternas). As cisternas voltadas para oretículo endoplasmático são 
convexas (cisternas cis, face cis ou face de entrada). As centrais são denominadas cisternas 
medianas, e as mais próximas ao sítio de secreção são côncavas (cisternas trans, face trans 
ou face de saída). 
O complexo de Golgi apresenta como principais funções o processamento 
adicional de lipídeos e proteínas (denominados de glicosilação, sulfatação e fosforilação), 
formação de lisossomos, produção do acrossoma dos espermatozóides, além da separação e 
secreção (endereçamento)de moléculas sintetizadas. Logo o complexo de golgi faz parte da via 
biossintética secretora (RE síntese; Golgi processamento e seleção; vesículas 
transporte), já descrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 48. Via de secreção de moléculas a parte do REG. 
48 
 
 
 
4.4. Lisossomos 
 
Os lisossomos (figura 48) são estruturas geralmente esféricas, delimitados por uma 
membrana, que apresentam uma grande variação no seu tamanho. A membrana dos 
lisossomos são formados no complexo de Golgi, e em seu interior se encontram acumuladas 
mais de 40 enzimas hidrolítica com propriedade de digerir uma grande gama de substratos, 
incluindo ácidos nucléicos (nucleases), proteínas (proteases), glicídios ou carboidratos 
(glicosidases), lipídeos (lípases). 
O interior dos lisossomos apresenta as hidrolases, as quais realizam suas funções em pH 
ótimo igual à5, e, assim, o interior dos lisossomos é ácido. A acidificação é realizada por 
bombas de H+, que gastam ATP. As suas enzimas são glicoproteínas provenientes do Golgi, que 
saem da sua face trans em vesículas específicas. A compartimentalização destas enzimas 
impede a lise indiscriminada dos conteúdos celulares. 
A principal função do lisossomo é a digestão intracelular, permitindo, assim, que a célula 
seja capaz de degradar partículas, macromoléculas, microrganismos ou outras células 
provenientes da endocitose. Além disso, os lisossomos agem na eliminação de organelas sem 
função, e em partes danificadas da própria célula, por um processo denominado autofagia. 
Quando uma organela que deve ser destruída, forma-se uma vesícula em seu redor. Esta 
vesícula é posteriormente acidificada e funde-se com um lisossomo primário, que inicia a 
degradação. Na heterofagia, os lisossomos fundem-se com endossomos (provenientes da 
endocitose) ou fagossomos (provenientes da fagocitose). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 49. Digestão de materiais e organelas nos lisossomo. 
49 
 
 
 
4.5. Mitocôndria, cloroplastos e a hipótese endossimbiótica (lynn margulis) 
 
A teoria endossimbiótica, proposta por Lynn Margulis, busca explicar a origem das 
mitocôndrias e dos cloroplastos, as únicas organelas, além do núcleo, que possuem genoma 
próprio (DNA próprio). 
Esta hipótese defende que as mitocôndrias, provavelmente, são derivadas de células 
procariotas aeróbias (bactérias primitivas), que foram englobadas por células eucariotas há 
milhões de anos. Tais bactérias desenvolveram uma relação de simbiose com as células 
eucariotas hospedeira, as quais agora tinham uma fonte mais eficiente de energia. Já a 
bactéria conseguia proteção e nutrientes da célula hospedeira. Essa associação teria 
perdurado ao longo do tempo, e as bactérias teriam dado origem às mitocôndrias. 
Os cloroplastos, provavelmente, descendem de cianobactérias (procariontes 
autótrofos), em um processo muito semelhante àquele que ocorrera com as mitocôndrias. 
Nesse caso, a cianobactéria realizava fotossíntese e produzia matéria orgânica para a célula 
eucariota hospedeira. Em troca, a cianobactéria adquiria proteção e matéria prima para a 
fotossíntese. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura X. Esquema que tenta descrever a associação simbiótica entre mitocôndria, cloroplasto e células 
eucariontes primitivas. 
 
A Hipótese Endossimbiótica é apoiada pelos seguintes fatos ou evidências: 
 
 Mitocôndrias e Cloroplastos são similares às bactérias; 
 Estes reproduzem por divisão binária 
 Contem o seu DNA circula e sem proteínas histonas, semelhantes aos das bactérias; 
 Tem ribossomos próprios semelhantes aos das bactérias; 
 Os seus Ribossomos e rRNA são mais semelhantes aos das bactérias do que aos dos 
eucarióticas. 
 
50 
 
 
 
4.6. Mitocôndrias 
 
As mitocôndrias (Figura 50 e 51) estão presentes no citoplasma das células eucarióticas, 
sendo caracterizadas

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