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RESUMO DE CINESIOTERAPIA (Monitoria) Kisner Exercícios Terapêuticos Fundamentos e Técnicas 5 Exercício terapêutico é o treinamento planejado e sistemático de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com vistas a proporcionar ao paciente meios de: Tratar ou prevenir deficiências. Melhorar, restaurar ou potencializar a função física Prevenir ou reduzir fatores de risco ligados à saúde. Otimizar o estado de saúde geral, seu preparo Físico ou sensação de bem-estar. A habilidade de agir de forma independente cm casa, no trabalho, na comunidade ou durante atividades de lazer e recreação depende tanto da função física quanto psicológica e social. Os aspectos multidimensionais da função física englobam áreas de desempenho diversas. Equilíbrio: A habilidade de alinhar os segmentos do corpo contra a gravidade para manter ou mover o corpo (centro de massa) dentro da base de apoio disponível, sem cair; a habilidade de mover o corpo em contraposição à força da gravidade por meio de interações entre os sistemas sensorial e motor. Preparo cardiopulmonar: A habilidade de realizar movimentos corporais completos repetitivos e de baixa intensidade (caminhar, correr, pedalar, nadar) durante um longo período de tempo. (Sinônimo de resistência cardiopulmonar à fadiga). Coordenação: A cadência e sequenciamento correto dos disparos musculares combinados com a intensidade apropriada de contração muscular que leva ao início, condução e graduação efetiva do movimento. Baseia-se no movimento suave, preciso e eficiente e ocorre de forma consciente ou inconsciente. Flexibilidade: A habilidade de mover-se livremente sem restrições; termo usado com o mesmo sentido de mobilidade. Mobilidade: A habilidade de estruturas ou segmentos do corpo de se moverem ou serem movidos de modo a permitir a ocorrência da adequada amplitude de movimento (ADM) para as atividades funcionais (ADM funcional). A mobilidade passiva depende da extensibilidade dos tecidos moles (contráteis e não contráteis); a mobilidade ativa requer também ativação neuromuscular. Desempenho Muscular: A capacidade do músculo de produzir tensão e realizar trabalho físico. O desempenho muscular engloba força, potência e resistência muscular à fadiga. Controle neuromuscular. A interação dos sistemas sensorial e motor que possibilita aos músculos sinergistas, agonistas e antagonistas, assim como aos estabilizadores e neutralizadores, prever ou responder às informações proprioceptivas e cenestésicas e. subsequentemente, trabalhar na sequência correta para criar o movimento coordenado. Controle postural, estabilidade postural e equilíbrio. Termos usados com o mesmo sentido de equilíbrio estático ou dinâmico. Estabilidade. A habilidade do sistema neuromuscular de manter um segmento corporal proximal ou distal em uma posição estacionária ou de controlar uma base estável durante o movimento sobreposto, por meio de ações musculares sinérgicas. Amplitude de movimento É uma técnica básica usada para examinar a mobilidade e iniciar o movimento nos programas de intervenção terapêutica. O movimento necessário para realizar atividades funcionais pode ser entendido, em sua forma mais simples, como a ação de forças musculares ou externas que movem os ossos em diferentes padrões ou amplitudes de movimento. Tipos de Exercícios de ADM ADM passiva: A ADM passiva é o movimento de um segmento dentro da ADM livre, que é produzido inteiramente por uma força externa; ocorre pouca ou nenhuma contração muscul.ar voluntária. Essa força externa pode ser a gravidade, um aparelho, outra pessoa ou outra parte do corpo da própria pessoa. Tenha em mente que ADM passiva e alongamento passivo não são sinônimos A principal meta da ADM passiva é diminuir as complicações que poderiam ocorrer em virtude da imobilização, tais como degeneração da cartilagem, formação de aderências e contraturas e má circulação. Especificamente, as metas são: Manter a mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo. Minimizar os efeitos da formação de contraturas. Manter a elasticidade mecânica do músculo. Auxiliar a circulação e a dinâmica vascular. Favorecer o movimento sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de materiais dentro da articulação. Diminuir ou inibir a dor. Auxiliar o processo de cicatrização após lesão ou cirurgia. • Ajudar a manter no paciente a percepção dos movimentos. Limitações do movimento passivo A verdadeira ADM passiva, relaxada, pode ser difícil de obter em um músculo inervado e com o paciente consciente. O movimento passivo: Previne a atrofia muscular. Aumenta a força ou resistência à fadiga. Auxilia a circulação na mesma extensão de ativação que a contração muscular voluntária. ADM ativa: A ADM ativa é o movimento de um segmento dentro da ADM livre produzido pela contração ativa dos másculos que cruzam aquela articulação. Se não houver inflamação ou contraindicação ao movimento ativo, as mesmas metas da ADM passiva podem ser alcançadas com a ADM ativa. Além disso, há benefícios fisiológicos que resultam da contração muscular ativa e do aprendizado motor decorrente do controle muscular voluntário. As metas especificas são: Manter a elasticidade fisiológica e a contratilidade dos músculos participantes. Fornecer feedback sensorial proveniente dos músculos cm contração. Fornecer estímulos para a integridade dos ossos e dos tecidos articulares. Favorecer a circulação e prevenir a formação de trombos. Desenvolver a coordenação e as habilidades motoras para atividades funcionais. Limitações da ADM ativa Para os músculos fortes, a ADM ativa não mantém ou aumenta a força; também não desenvolve habilidade ou coordenação, exceto nos padrões de movimento usados. ADM ativoassistida: A ADM ativoassistida é um tipo de exercido de ADM ativa no qual uma força externa manual ou mecânica oferece assistência quando os músculos mobilizadores primários precisam de ajuda para completar o movimento. Alongamento O termo mobilidade pode ser descrito com base em dois parâmetros diferentes, porém inter- relacionados. Normalmente, é definido como a habilidade das estruturas ou segmentos do corpo de se moverem ou serem movidos, permitindo que haja amplitude de movimento para atividades funcionais (ADM funcional).Pode também ser definido como a habilidade de uma pessoa de iniciar, controlar ou manter movimentos ativos do corpo para realizar tarefas motoras simples e complexas (mobilidade funcional). Hipomobilidade refere-se a uma mobilidade diminuída ou restrita. Muitos processos patológicos podem restringir o movimento e comprometer a mobilidade. Há muitos fatores que podem contribuir para a hipomobilldade e a rigidez dos tecidos moles, a perda potencial da ADM e o desenvolvimento de contraturas. Alongamento estático: Alongamento estático é um método comumente usados, no qual os tecidos moles são alongados apenas um pouco além do ponto de resistência do tecido e, então, mantidos na posição alongada com uma força constante durante certo período. Outros termos usados para isso são alongamento sustentado, mantido ou prolongado. A duração do alongamento estático é predeterminada ou baseia-se na tolerância do paciente e em sua resposta durante o procedimento. “Alongamento estático" tem sido vinculado a durações de um ciclo único de alongamento que variam de apenas 5 segundos até 5 minutos por repetição Quando se emprega um procedimento de alongamento manual ou autoalongamento. Alongamento estático progressivo: Alongamento estático progressivo é outro termo que descreve como o alongamento estático é aplicado para conseguir máxima efetividade. Os tecidos moles encurtados são mantidos em uma posição alongada de modo confortável até que um grau de relaxamento seja sentido pelo paciente ou pelo fisioterapeuta. Então, os tecidos encurtados são alonga· dos um pouco mais e mantidos na nova posição máxima por um tempo adicional. Alongamento cíclico (intermitente):Uma força de alongamento com duração relativamente curta, que é aplicada de modo repetido, porém gradual, então liberada e depois reaplicada, é descrita como alongamento cíclico (intermitente). O alongamento cíclico é, por natureza Aplicado cm múltiplas repetições (ciclos de alongamento) durante uma única sessão de tratamento. Com o alongamento cíclico, a força de alongamento no final da amplitude é aplicada com baixa velocidade, de forma controlada e com intensidade relativamente baixa. Alongamento balístico: Um alongamento intermitente rápido e forçado - ou seja, um alongamento com alta velocidade e alta Intensidade - é comumente chamado de alongamento balístico caracterizado por movimentos rápidos e em alta velocidade que criam um impulso para conduzir o segmento do corpo pela ADM até alongar as estruturas encurtadas. Técnicas de alongamento com facilitação neuromuscular proprioceptiva As técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) também chamadas de alongamento atívo'" ou alongamento facilitativo, Integram de propósito contra· ações musculares ativas nas manobras de alongamento, para facilitar ou inibir a ativação muscular e aumentar a possibilidade de que o músculo a ser alongado permaneça o mais relaxado possível durante o procedimento. A explicação tradicional para os mecanismos que fundamentam o alongamento com FNP é a ocorrência de um relaxamento reflexo durante as manobras de alongamento, decorrente da inibição autogênica ou recíproca. Tipos de alongamento FNP Há vários tipos de procedimentos de alongamento FNP e todos resultam na melhora da ADM. Eles incluem: Manter-relaxar (MR) ou contrair-relaxar (CR). Contração do agonista (CA). Manter-relaxar com contração do agonista (MR-CA). Na FNP clássica, essas técnicas são realizadas com grupos musculares combinados que agem em padrões diagonais, se mas isso tem sido modificado cm muitos estudos e publicações, com alongamentos nos planos anatômicos ou em oposição à linha de tração de um grupo muscular especifico. Outra técnica de alongamento FNP é o procedimento de contração do agonista (CA). Termo tem sido usado por vários autores mas pode ser mal compreendido. Agonista" refere-se ao músculo oposto ao músculo que limita a amplitude. Desse modo, "antagonista é efetivamente o músculo que está limitando a amplitude. O músculo encurtado (o antagonista) que impede o movimento completo do movimentador primário (o agonista). Amplitude de movimento dinâmica (ADM-D) e alongamento ativo são termos que têm sido usados para descrever o procedimento de CA. Para fazer o procedimento de CA, o paciente contrai concentricante (encurta) o músculo oposto no que está limitando a amplitude e, então, mantém a posição final por pelo menos alguns segundos. Os procedimentos básicos para a Facilitação são: Resistência: auxilia a contração muscular e o controle motor, aumenta força e incrementa a aprendizagem motora Irradiação e reforço: utilizam a propagação da resposta ao estímulo. Contato Manual: aumenta força e guia o movimento com o toque e pressão Posição Corporal e biomecânica: guiam e controlam o movimento ou a estabilização Comando Verbal: utiliza palavras e tom de voz apropriados para direcionar o paciente Visão: guia o movimento e aumenta empenho Tração e aproximação: o alongamento ou compressão dos membros e do tronco facilitam o movimento e a estabilidade Estiramento: o alongamento muscular e o reflexo de estiramento facilitam a contração e diminuem a fadiga muscular Sincronização de movimentos: promove o sincronismo normal e aumenta a força da contração muscular através da “sincronização por ênfase”. Padrões: os movimentos sinergéticos em massa são componentes do movimento funcional normal. Tipos de Exercícios quanto à contração muscular Estático ou Isométrico contração sem variação de comprimento muscular e articular Dinâmico ou Isotônico contração com variação de comprimento muscular e deslocamento articular Dinâmico Concêntrico tensão maior que a resistência Dinâmico Excêntrico tensão menor que a resistência Tipos de Exercício Quanto a Execução a) Passivo sem contração muscular voluntária b) Ativo com contração muscular voluntária Livre contração ativa dos músculos Assistido contração ativa com auxílio Resistido contração contra resistência Tipos de Exercício quanto a aplicação Amplitude de Movimento auxilio “reaprendizagem”do movimento Fraturas; descoordenação após desuso; paralisia Exercícios de Resistência à pressão força de músculos ou grupos musculares Resistência resistência e repetitivos da resistência Coordenação melhora da precisão; músculo adequado, momento adequado, força necessária Relaxamento alívio das tensões musculares Postural relação adequadas entre várias estruturas Condicionamento manter ou aumento da força Alongamento ou Estiramento reestabelecimento da ADM ativos ou passivos perda da elasticidade limitação Respiratório correção e diminuição das deficiências respiratória TIPOS DE MOVIMENTOS PRESENTES NOS EXERCÍCIOS CINESIOTERAPEUTICOS PASSIVO Movimento realizado inteiramente por força externa, onde não há contração muscular voluntária, dentro do alcance da ADM. São exercícios realizados pelo fisioterapeuta, o paciente tendo ou não possibilidade de realiza-los sozinho. ATIVO Movimento realizado inteiramente pelo próprio indivíduo, onde há contração muscular voluntária, dentro do alcance da ADM. O paciente realiza o movimento por conta própria, sem ajuda com o aumento da força, podendo usar ou não resistências. ASSISTIDO Movimento ativo-assistido, onde há a contração muscular que necessite de auxílio de uma força externa para completar o movimento, dentro do alcance da ADM. O paciente necessita do auxílio do fisioterapeuta para realizar completamente o movimento executado. RESISTIDO Exercício realizado de forma ativa com uma contração mecânica ou estática sendo resistida por uma força externa. Esta resistência pode ser feita manualmente ou mecanicamente, visando a melhora da função física. Objetivo: aumento da força, aumento da resistência à fadiga, aumento de potência. TIPOS DE EXERCÍCIOS CINESIOTERAPÊUTICOS Melhora a força, a potência, a resistência à fadiga muscular e melhora a estabilidade, equilíbrio, coordenação e agilidade. Pode -se usar resistência mecânica, manual ou simplesmente o peso do corpo. REEDUCAÇÃO MUSCULAR Exercícios voltados para auxiliar o grupo muscular a reaprender a executar sua função normal. Muito utilizado quando o paciente passa muito tempo com o membro imobilizado por fratura, perda da coordenação por desuso (pessoas acamadas por muito tempo) paralisia ou intervenções cirúrgicas EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA À PRESSÃO Exercício para aumentar a resistência, realizados manualmente ou com aparelhos a fim de aumentar a força de um músculo, grupo de músculos ou estruturas de sustentação ao redor de uma articulação RESISTÊNCIA Exercícios que visam aumentar a resistência muscular através de movimentos Repetitivos com baixa resistência COORDENAÇÃO Exercícios destinados a melhorar a precisão dos movimentos musculares, Adequando a utilização do músculo no momento apropriado e com a exata quantidade de força necessária para executar o movimento. RELAXAMENTO Promove alivio em contrações musculares prolongadas, onde o paciente começa a perceber tensões musculares e como controla -las e inibi-las através de exercícios. Método de Codman (Ombro) Baseia-se no ganho de mobilidade com exercícios específicos: o paciente em pé, como o tronco fletido, a articulação do quadril a cerca de 90 graus. O braço fica pendurado solto em uma posição entre 60 a 90 graus de flexão ou flexão no plano escapular. Depois fará movimentos para a extensão, mais tarde para a abdução e adução, e finalmente movimentos circulares para a rotação externa. O objetivo destes exercícios é ganhar flexibilidade e aumentar o movimento articular. ➢ Deve ser realizado um movimento de pendulo ou balanço do braço fazendo o paciente mover levemente o tronco para frente e para trás. Podem ser feitos movimentos de flexão, extensão, abdução e adução horizontal e circundução. Devemos ir aumentando o arco de movimento conforme o tolerado. Essa técnica não deve causar dor. ➢ Se os pacientes não puderem produzir o balanço inclinados para frenteou o paciente relatar dor na coluna por causa da inclinação para frente deve-se então apoiar em algo sólido ou deitar em decúbito ventral sobre uma mesa ➢ Acrescentando um peso à mão ou usando caneleiras no pulso, consegue-se uma força de separação maior na articulação glenoumeral. Os pesos só devem ser usados quando são indicadas manobras de alongamento ou se a escapula for estabilizada pelo fisioterapeuta de modo que a força de alongamento seja direcionada para a articulação e não para os tecidos moles da região escapulotorácica. Precauções Alguns paciente podem ficar com a sensação de vertigem quando se levantam depois de terem estado inclinados para frente; se isso acontecer, faça -os sentar e descansar. 2) Se ocorrer aumento da dor ou a diminuição da amplitude de movimento, a técnica pode ter sido uma escolha inapropriada. 3) Os exercícios pendulares são também inapropriados para pacientes com edema periférico. Após o controle da inflamação e do quadro e a restauração da amplitude articular iniciaremos o trabalho de fortalecimento muscular. É nesse ponto que se usa o protocolo de Rockwood. Método de Rockwood O protocolo de Rockwood consiste em exercícios que representam as fases do Fortalecimento muscular para o ombro, com a utilização de uma resistência (Elástico ou tubos), na qual o paciente realiza todos os movimentos do complexo do ombro com a manutenção da isometria. Os movimentos realizados pelo protocolo: (10 movimentos em três series): Flexão Extensão Rotação interna Rotação externa Abdução Atenção a isometria, a velocidade e a postura. Método McKenzie (Coluna) Pelo método de Robin McKenzie, a coluna vertebral possui curvaturas que foram determinadas através de um processo de adaptação da evolução humana. Com o intuito de absorver os choques e permitir maior flexibi lidade. A dor lombar, segundo McKenzie, é causada pela tensão muscular ou estiramento dos ligamentos e outros tecidos moles. Isso geralmente ocorre com a manutenção dos maus hábitos posturais, excesso de flexões e posições relaxadas, ou seja, qualquer posição onde a coluna lombar tende a reti ficar-se. Outras causas comuns que podem ocorrer são as forças externas aplicadas na coluna, provocando tensão nas estruturas, levantamento de objetos excessivamente pesados e posição curvada enquanto se trabalha. Entre todas esta causas, a posição sentada de forma incorreta representa a maior causa de dor lombar. Segundo McKenzie, as protusões do disco intervertebral são uma conseqüência do estiramento excessivo do ligamento que envolve o disco, causando perda da capacidade de estabi lização, gerando o deslocamento do disco. Durante o movimento de flexão, McKenzie acredita que o núcleo do disco desloca posteriormente, a pressão no disco aumenta e o sistema ligamentar posterior fica tensionado. Na extensão o anel posterior fica protuberante (fisiologia normal), o disco desloca anteriormente, reduz a pressão no IV disco intervertebral e o sistema ligamentar fica relaxado. McKenzie apresenta a flexão e a má postura sentado, como os maiores responsáveis pelos casos de protusões, fissuras, rupturas, tensões, estiramentos e compressões das estruturas da coluna lombar. O próprio método possui sua forma de diagnóstico. Existe uma anamnese onde é colhida a história da lesão. É realizado um exame objetivo e, posteriormente, são feitos testes dos movimentos, confirmando o diagnóstico mecânico. Em caso de have r irradiação da dor durante os testes, o teste neurológico também é efetuado. Lembrando que, segundo Mckenzie, a dor lombar pode ser uma síndrome de postura, disfunção ou desarranjo. De acordo com o diagnóstico, o tratamento segue princípios conforme o aco metimento. No caso de uma síndrome de postura, o tratamento será a correção postural, numa disfunção de flexão uti liza-se o princípio da flexão, disfunção da extensão o princípio da extensão, no desarranjo posterior o princípio da extensão, no desarranjo a nterior o princípio da flexão e na aderência nervosa o princípio de flexão. Outros casos, como a articulação sacri líaca e do quadri l, são uti lizados métodos não abordados neste trabalho. Nas fases mais avançadas do tratamento, é introduzida a flexão com a finalidade de reorganizar o colágeno, que é depositado de forma desordenada no anel fibroso. McKenzie, através do seu método, segue as três fases do processo de recuperação do disco, que são: o processo natural de cura, o mecanismo auto -selante e a recuperação carti laginosa. Em alterações do disco por laceração anular, é seguido por um processo de cura natural. O encravamento de vasos sangüíneos, através da placa terminal do corpo vertebra l, promove a formação de novo tecido de granulação. Com a contração da cicatriz invasora, a disfunção desenvolve dentro do seguimento intervertebral. Quando for aplicado suficiente estresse mecânico à coluna, o tecido cicatricial fibrótico tende a fragment ar- se, repetindo-se o ciclo Também existe um mecanismo auto-selante dentro do disco que aparece pouco tempo depois da lesão. Os discos lesionados através da parede anular, foram submetidos a testes por carga de compressão. O auto-selamento ocorre durante os primeiros ciclos de carga por um fluxo de material nuclear para dentro da fissura. Os discos parecem voltar ao comportamento de compressão normal após poucos ciclos de carga. Isso demonstra a rapidez com que se pode instalar uma recuperação temporária, a ntes que se complete uma recuperação a longo prazo pela formação de tecido cicatricial fibroso. McKenzie argumenta que, num distúrbio posterior, a execução de exercícios de extensão passiva repetidos pode dar início a um fenômeno de auto -selamento. Pesquisas avaliaram os efeitos da imobilização, da mobilização ativa e passiva sobre as articulações do joelho de coelhos, que continham carti lagens danificadas como resultado de fratura intra-articular. Concluiu que o movimento passivo contínuo, da fratura intra - articular cirurgicamente fixado, durante pelo menos uma vez por semana após a lesão, induz à regeneração da carti lagem ao invés da substi tuição por tecido fibroso. Além disso, ele descobriu que a carti lagem se regenerasse até a normalidade e não era encontrada nenhuma artri te póstraumática seis meses após a lesão. McKenzie argumenta que a execução regular de exercícios de extensão passiva no distúrbio posterior, pode acentuar a qualidade ou melhorar a natureza dos tecidos curativos no anel posterior. Método Williams(Coluna) Os exercícios de flexão de Williams são bastante uti lizados para o tratamento de grande variedade de problemas lombares. Em muitos casos o método é uti lizado quando a causa da desordem ou as características não são bem compreendidos por fisiatras e fisioterapeutas. Constantemente os exercícios são ensinados com modificações próprias dos terapeutas. Qualquer modificação dos exercícios devem ser feitos sob muita consideração da ação muscular, porque os exercícios que violam o mecanismo de inclinação posterior da pelve, podem ser suficientes para prolongar os sintomas clínicos. Os exercícios em geral visam o fortalecimento dos músculos abdominais, glúteos e o alongamento de parte da cadeia posterior. Todos os exercícios de Williams são acompanhados de flexão do quadri l, gerando tração dos músculos ísquio-tibiais que levam a retroversão pélvica. Este movimento é conhecido por contra-nutação. O movimento de flexão é limitado pela tensão exercida sobre as estruturas do arco posterior (cápsula e ligamentos da articulação interapofisária, ligamentos amarelo, interespinhoso, supraespinhoso e o ligamento vertebral comum posterior). Williams tem contradições próprias em seu método. Por exemplo, em um dos seus exercício básicos, o indivíduo toca o pé com as mãos. Ao mesmo tempo ele condena a flexão do corpo em pé para tocar o chão. É o mesmo exercício, mas com postura diferente. Escala de Força Muscular de Oxford Técnicas de DeLorme e Oxford As técnicas de treino de DeLorme e de Oxford são a génese das atuais pirâmide ascendente e decrescente, respectivamente. A técnica de DeLorme provem da reabilitação física e foi introduzida pelo Dr. Thomas L. DeLorme que era profissional do exercício físico do exercito Americano. Esta consistia num protocolo de 3 séries de 10 repetições, em que na primeira série usava-se uma carga correspondente a 50% da 10 RM, na segunda 75% da 10RM e na terceira 100% da 10RM. Quando o máximo de repetições era quebrado (10) efetuava-se um incremento adequado de carga. O autor fundamentou esta técnica com a necessidade de os grupos musculares exercitados serem sujeitos a um “aquecimento” inicial para efetuar a última série de 10 repetições. Por sua vez, Zinovieff (1954), apresenta a técnica de Oxford que consiste na inversão da técnica de DeLorme, nomeadamente realização das mesmas 3 séries, de 10 repetições cada, com a utilização da 10RM na primeira, 75% da 10RM na segunda e 50% da 10RM na terceira e última série. A justificação para esta inversão era que devido à fadiga muscular proporcionada pelas primeiras séries seria difícil chegar às 10 repetições na última série quando usado o método de DeLorme. Será importante referir que estas técnicas usavam um ativação geral prévia, normalmente com um exercício predominantemente aeróbio de baixa intensidade, e um tempo de descanso entre séries de cerca de 3 minutos. Vários foram os estudos que foram realizados para comparar as duas técnicas e foi observado respostas idênticas nos incrementos de força (Fish et al., 2003; Razmjou et al. 2010; Da Silva et al., 2010), no volume de repetições (De Salles et al., 2008), no dano muscular, medido pela CK (Razmjou et al. 2010; Da Silva et al., 2010) e na mesma resposta da IGF-I (Razmjou et al. 2010). Tendo como base estas duas técnicas, as pirâmides que usualmente são efetuadas nos ginásios, academias e health-clubs utilizam ou um aumento progressivo da carga e uma diminuição do número de repetições, de série para série, ou o inverso. Esta técnica é defendida pelo mítico Joe Weider nos seus princípios para os bodybuilders de nível intermédio. Podemos observar como exemplo a Figura 1 Figura 1 – Pirâmide Ascendente ou Clássica e Pirâmide Decrescente, respetivamente Outro aspeto importante é o tempo de descanso entre séries. Embora não seja consensual alguns defendem o uso de períodos mais curtos (30 a 90s) enquanto outros mais longos (120 a 180s) e segundo a revisão de Henselmans & Schoenfeld, (2014) a auto regulação do tempo talvez seja a mais eficaz para aumentos de hipertrofia muscular. Desta forma, o uso destas duas técnicas pode ser escolhida tendo em conta o tempo de descanso entre séries. Mais uma vez pela lógica se for usado tempos mais curtos a pirâmide invertida ou descendente parece a ideal. Um último estudo que comparou, entre outros factores, os ganhos de força e a hipertrofia muscular entre a pirâmide crescente e as técnicas de treino de força tradicional e Drop-set verificou que todos são eficazes, e de igual forma, nos aumentos de força muscular e hipertrofia (Angleri et al, 2017). De salientar que o volume foi equalizado entre técnicas nesse estudo. Assim, em termos práticos podemos usar ambas as técnicas para obter aumentos de força muscular e hipertrofia. Contudo, devemos ter em conta como manipulamos as variáveis do treino (por ex, tempo de descanso entre séries e volume). Lesões Nervosas Periféricas De acordo com Seddon, as lesões nervosas periféricas são classificadas em: a) Neuropraxia — lesão leve com perda motora e sensitiva, sem alteração estrutural; b) Axonotmese — é comumente vista em lesões por esmagamento, estiramento ou por percussão. Há perda de continuidade axonal e subseqüente degeneração Walleriana do segmento distal. Nesse tipo de lesão não ocorre perda de célula, e a recuperação irá depender do grau de desorganização do nervo e também da distância do órgão terminal; c) Neurotmese — separação completa do nervo, com desorganização do axônio causada por uma fibrose tecidual com conseqüente interrupção do crescimento axonal. A recuperação espontânea é pobre sem intervenção cirúrgica. Além da classificação de Seddon, há uma outra conhecida pouco utilizada na prática, a classificação de Sunderland.Este refinou a classificação de Seddon dividindo-a em cinco tipos ou graus. A neuropraxia foi classificada como tipo I; Já a axonotmese foi dividida em três tipos, que variam de acordo com o grau da lesão, Enquanto que a neurotmese foi classificada como tipo 5. É raramente possível, através da classificação de Sunderland, classificar com exatidão uma lesão axonotmética com base em dados clínicos e eletromiográficos. O subtipo é geralmente discriminável pelo exame histológico da lesão do nervo. Manobras de reposicionamento no tratamento da vertigem paroxística posicional benigna (VPPB) A VPPB é auto-limitada, na maioria dos casos regride espontaneamente, sem qualquer tratamento, num período de tempo muito variável em cada caso. Manobras de reposicionamento – ultimamente, esta forma de tratamento vem, cada vez mais, ganhando espaço em relação às demais. Isso se deve à sua praticidade, facilidade na realização, associada a altos índices de sucesso. Duas manobras clássicas surgiram: A manobra de Epley (ME), também designada de procedimento de reposicionamento dos canalitos, ganhou popularidade entre a comunidade médica pela sua relativa simplicidade quer para o clínico quer para o doente. Consiste, essencialmente, em deslocar as partículas da endolinfa (designadas por canalitos) retidas no canal semicircular posterior para o utrículo, onde ficam livres e inertes. O procedimento decorre segundo cinco etapas simples, descritas por JM Epley: 1. O paciente é colocado sentado na ponta da maca/ /mesa e com a cabeça rodada a 45º para o lado afectado (correspondente ao lado em que o teste de DH foi positivo). 2. O paciente é rapidamente levado para uma posição supina com a cabeça rodada e pendente para além da margem da mesa. Assim se mantém durante 20- -30 segundos. 3. A cabeça é rodada 90º para o outro lado (não afectado) e assim permanece 20 segundos. 4. A cabeça faz nova rotação de 90º para o mesmo lado, apenas se conseguindo tal com a rotação concomitante do corpo do paciente de uma posição supina para decúbito lateral. Assim, estabiliza por mais 20- -30 segundos. 5. O doente volta à posição sentada, com os pés pendentes para além da margem da mesa no lado não- -afectado. Manobra de Semont Patologias Neurológicas Labirintite Labirintite (inflamação do labirinto da sua orelha interna) ocorre quando o nervo que segue dentro da sua orelha interna é infectado por um vírus ou uma bactéria. Seu médico pode determinar qual a causa da sua infecção e lhe prescrever o medicamento correto se for visto precocemente. Lesões no nervo da sua orelha interna afeta seu equilíbrio e sua audição. Você também pode ter tonturas, vertigem (sensação que você está girando ou que os objetos estão girando), equilíbrio reduzido e alterações na sua audição. Os sintomas podem variar de médio à severo. No início (3 primeiros dias), as pessoas podem relatar sensação de estarem “girando/rodando”, dificuldade para focalizar os objetos, zumbido nos ouvidos ou redução da audição, e também podem queixar- se de náuseas e vômitos. Com o passar do tempo, a tontura pode deixar de ser rotatória e passa a acontecer somente durante movimentos rápidos da cabeça. Mudanças no equilíbrio também são observadas. Corea De Huntington A Doença de Huntington (DH) é uma desordem hereditária do cérebro que afeta pessoas de todas as raças em todo mundo. A DH é uma doença degenerativa cujos sintomas são causados por perda marcante de células em uma parte do cérebro denominada gânglios da base. Este dano afeta a capacidade cognitiva (pensamento, julgamento, memória), os movimentos e o equilíbrio emocional. Os sintomas aparecem gradualmente, em geral nos meados da vida, entre as idades de 30 e 50 anos. Entretanto, a doença pode atingir desde crianças pequenas, até idosos. Atetose Movimentos involuntários mais lentos, sinuosos, frequentemente contínuos, lembrando uma contorção, que envolvem predominantemente as extremidades, A coreia e a atetose não são doenças, mas trata-se antes de sintomas que podem ser consequência de várias doenças diferentes. As pessoas com coreia e atetose apresentam anomalias nos gânglios basais do cérebro. Os gânglios basais intervêm na precisão e uniformidade dos movimentos que se iniciam depois de receber as ordens do cérebro. Na maioria das formas da coreia verifica-se a disfunção devido a um excesso do neurotransmissor dopamina nos gânglios basais. A coreia pode piorar devido a fármacos ou a doenças que alterem os valores de dopamina ou que modifiquem a capacidade do cérebro para reconhecer a dopamina. Patologia da Imobilidade Síndrome do Imobilismo A síndrome do imobilismo trata-se de um conjunto de alterações que ocorrem em indivíduos que permanecem acamados por um longo período. Essas alterações podem afetar todos os sistemas do corpo e seus efeitos comprometem a funcionalidade do paciente. Considera-se que de 7 a 10 dias de imobilização é um período de repouso, não trazendo grandes alterações sistêmicas. De 12 a 15 dias já é considerada imobilização propriamente dita, podendo já apresentar algumas alterações na funcionalidade do organismo. Períodos de imobilização acima de 15 dias já são considerados decúbitos de longa duração e podem apresentar alterações sistêmicas irreversíveis, caso não tratadas corretamente. Independente da condição que levou o paciente ao decúbito prolongado, esta síndrome evolui para problemas circulatórios, dermatológicos, respiratórios, digestórios, neuromioarticulares e, muitas vezes, psicológicos. É objetivo fundamental da fisioterapia a busca por meios de proporcionar um retorno das atividades da vida diária no menor tempo possível aos pacientes expostos à imobilização prolongada. A utilização de técnicas de mobilização passiva, que devem evoluir o mais rápido possível para mobilizações ativas, se mostra fundamental na redução do tempo de imobilização no leito. A mobilização precoce diminui a incidência de TVP e tromboembolismo, além de permitir melhor oxigenação e nutrição dos órgãos internos. O tratamento fisioterápico de pacientes com imobilização prolongada deve: Estimular a movimentação precoce no leito e a independência nas atividades; Estimular a deambulação; Prevenir complicações pulmonares; Auxiliar na resolução de patologias pulmonares já implantadas; Promover um padrão respiratório mais eficaz; Evitar complicações respiratórias; Reduzir a dor; Manter força muscular e amplitude articular; Evitar encurtamentos, atrofias e/ou contraturas musculares; Melhor mobilidade, flexibilidade, coordenação e equilíbrio; Promover relaxamento; Prevenir e tratar possíveis edemas; Promover a reeducação postural; Prevenção de escaras. Patologias do Ombro Capsulite Adesiva A capsulite adesiva, conhecida popularmente como “ombro congelado”, é um quadro que se caracteriza por limitação dos movimentos e intensa dor no ombro, que pode durar de vários meses até anos. A capsulite adesiva é provocada por uma inflamação da cápsula que reveste a articulação do ombro. A extremidade superior do úmero, chamada de cabeça do úmero, tem a forma de um globo e se encaixa na cavidade glenoide, que é uma fossa em formato esférico na lateral da escápula. O encaixe de um osso com extremidade convexa em uma fossa côncava cria uma articulação que permite ao osso mover-se de forma multiaxial, nos possibilitando uma grande amplitude de movimentos.A articulação do ombro é envolvida pela cápsula articular do ombro, que é uma membrana que ao mesmo tempo cria estabilidade e permite a livre movimentação da articulação.A capsulite adesiva é uma doença que provoca inflamação, fibrose, espessamento e rigidez da cápsula articular, levando à dor e à impotência funcional do ombro. A capsula, que normalmente é um tecido elástico, torna-se rígida e bastante dolorosa.A capsulite adesiva é uma lesão ombro diferente da bursite e da tendinite do ombro. A bursite do ombro é provocada pela inflamação da bursa sinovial, que é uma espécie de almofada localizada no interior da articulação. Já a tendinite do ombro, como o próprio nome diz, é uma inflamação dos tendões do ombro. Síndrome Do Impacto A Síndrome do Impacto é uma patologia inflamatória e degenerativa que se caracteriza por impactação mecânica ou compressão de determinadas estruturas que se localizam no espaço umerocoracoacromial, especialmente o tendão do supraespinhal, o tendão da cabeça longa do bíceps, a Bursa subacromial e a articulação acromioclavicular. Essa síndrome progride com o efeito acumulativo do impacto, podendo causar microlesões nas estruturas supracitadas com possibilidade de fibrose da Bursa subacromial, tendinite ou até mesmo ruptura do manguito rotador. Sendo de natureza microtraumática e degenerativa, se caracterizando por tendinite do manguito rotador, compossíveis rupturas tendinosas parciais ou totais. As inúmeras passagens do manguito rotador sob o arco coracoacromial resultam na irritação contínua do tendão do supraespinhal, estrutura com maior acometimento, com aumento da espessura da Bursa subacromial por fibrose, desta forma, o espaço, já comprometido, se torna cada vez mais reduzido. A degeneração ocorre pelos constantes atritos causados pela compressão das partes moles contra o arco coracoacromial e a permanência do mecanismo de impacto pode causar lacerações parciais ou totais no manguito rotador. Portanto, o uso excessivo do membro superior em elevação, durante determinadas atividades esportivas ou profissionais, favorece o surgimento da síndrome do impacto. Outro mecanismo que pode predispor um indivíduo para a Síndrome do impacto é a formação anatômica, pois pessoas com acrômio plano e pouca inclinação, presença de esporões na articulação acromioclavicular ou que possuam cabeça umeral posicionada mais superiormente apresentam maiores chances de desenvolvera patologia. Estudos em cadáveres mostram incidência de 80% de rupturas no manguito, associadas com as formas acromiais curvas e ganchosas. A fraqueza dos músculos do manguito rotador também pode levar a uma superiorização do úmero, ocasionando o impacto, além disso, uma hipovascularização tendinosa pode ocorrer, enfraquecendo o tendão do supraespinhal em sua inserção. Cadeias Musculares A definição clássica de cadeia muscular dada por Françoise Meziéres (conhecida como Madame Meziéres) é: “Conjunto de músculos de mesma direção e sentido, geralmente poliarticulares que se comportam como se fossem um só músculo e se recobrem como telhas de um retalho”. A partir de observações práticas e estudos anatômicos, nossa Madame pioneira neste campo, descreve também três leis relacionadas às cadeias musculares, que seguem: - Toda tentativa de correção local irá gerar uma compensação à distância; - Toda tentativa de tensionamento de uma cadeia muscular, resulta em uma tendência de rotação interna dos membros; - Toda tentativa de tensionamento de uma cadeia muscular, leva a tendência de um bloqueio respiratório em apneia inspiratória. O que segura o nosso corpo em pé é a cadeia dos músculos estáticos. Os músculos que compõem esta cadeia possuem maior quantidade de tecido conjuntivo e um tônus mais elevado, pois exercem uma função antigravitacional, exigindo uma contração parcial constante. São músculos que tendem a ser mais tensos, hipertônicos, encurtados e menos flexíveis, e são os mais atingidos nos casos de patologias. Quando os músculos estáticos encurtam-se demasiadamente, podem ocorrer desvios ósseos e compressões das articulações. Quando um músculo de uma cadeia muscular é afetado, todos os outros músculos da mesma cadeia são afetados. Para os nossos principais movimentos, utilizamos a cadeia dos músculos dinâmicos. Estes músculos têm uma quantidade menor de tecido conjuntivo e tônus muscular mais baixo, por esta razão, podem tornar-se extremamente flácidos e hipotônicos. Um exemplo clássico disso são os músculos abdominais de pessoas sedentárias. Músculos locais: Multífidios, diafragma, transverso abdominal (TA) e assoalho pélvico. Esses músculos formam o cilindro da estabilidade, por isso, devem estar sempre contraídos durante os exercícios de pilates; Músculos Globais: Cadeia longitudinal - é formado pelo eretor espinhal, ligamento sacrotuberoso, bíceps femoral e fibular; Cadeia Oblíqua anterior: é formada pelo oblíquo interno, adutor e oblíquo externo contralateral; Cadeia Oblíqua posterior: formada pelo latíssimo do dorso, glúteo máximo contralateral; Cadeia lateral: tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo, adutores contralaterais. Nossos grupos musculares são, na maior parte, pluriarticulares, ou seja, passam por mais de uma articulação, e sobem uns nos outros, constituindo assim as cadeias musculares. Como exemplo, podemos falar assim: numa fila de pessoas de mãos dadas, se uma delas tropeça, seu desequilíbrio se transmitirá às outras. Da mesma forma, qualquer tração efetuada em uma extremidade de uma cadeia muscular se traduz imediatamente por uma compensação em um ponto qualquer da cadeia. Colocando esse exemplo em nosso corpo, vejamos os músculos espinhais; uma tentativa de alongamento da nuca traduz-se por uma agravação da lordose lombar ou por uma diminuição da cifose torácica. Da mesma forma, uma correção da lordose lombar “achata” a nuca e acarreta uma flexão do quadril. Resumindo, cadeias musculares são músculos que exercem a mesma função, tendo muita influência nas alterações posturais. Podem ser estáticas ou dinâmicas e dividem-se em grupos: Cadeia Mestra Anterior: é subdividida em quatro cadeias menores – a inspiratória, antero-interna do ombro, anterior do braço e antero-interna do quadril. É composta pelos seguintes músculos: escalenos, intercostais, diafragma e seus pilares, psoas, adutores pubianos (pectíneo, adutor curto, adutor longo, reto interno e pequena porção do adutor magno), músculos anteriores da perna, peitoral menor, subescapular e coracobraquial. Obs: a retração desses músculos causa projeção da cabeça para frente, dorso curvo, enrolamento dos ombros para frente, joelhos em valgo, pés planos, tórax elevado, rotação interna do braço e hiperlordose lombar. Também ocorre o desabamento do arco plantar. Cadeia Mestra Posterior: também subdividida em quatro cadeias menores – póstero superior, póstero inferior, superior do ombro e superior lateral do quadril. Os músculos que a compõem são: músculos da planta dos pés, bíceps, ísquios tibiais, pélvico-trocanterianos, glúteos, espinhais, fáscia lata, tibiais anterior e posterior. Obs: a retração desses músculos causa dorso plano, projeta o tronco para frente, nuca ou região lombar escavada, genu varo, pés cavos, retração muscular do posterior da coxa e retificação das curvaturas da coluna. No entanto, os praticantes do RPG consideram outra cadeia mais ampla, que engloba todos os músculos que passam pelas três curvaturas principais da coluna. Trata-se da Cadeia Cérvico- tóraco-abdominopélvica. No pescoço, ela começa pela aponeurose profunda ou pré-vertebral, as aponeuroses intra e peri-faringianas que se tornam mais abaixo as bainhas vasculares e viscerais, a aponeurose média. Todas essas formações ligam-se à base do crânio. Na caixa torácica, a aponeurose pré-vertebral prolonga-se pelo reforço posterior da fáscia endocárdica. Por meio de todo esse conjunto aponeurótico, fascial e ligamentar, o diafragma encontra-se de certa forma suspenso à base do crânio e coluna cervicodorsal até T4. Os autores comparam o corpo humano com uma marionete, cuja fáscia são os fios que fazem com que se mova. Nada representa melhor essa imagem do que a cadeia cérvico-tóraco-abdominopélvica. Ela seria a cadeia central de suspensão, na qual se ligam os quatro membros. Receptores corporais (Sensoriais) Os receptores sensoriais podem ser classificados de acordo com a natureza do estímulo que captam e também de acordo com o local onde captam os estímulos. Veja a seguir detalhadamente. Natureza do estímulo De acordo com a natureza do estímulo captado, os receptores podem ser classificados em quatro tipos básicos: Quimiorreceptores: São receptores que captam estímulos químicos. Estão localizados na língua e no nariz e são responsáveis, respectivamente, pelos sentidos do paladar e do olfato. Termorreceptores: São receptores que captam estímulos térmicos. Estão distribuídos por toda a pele, ligeiramente mais concentrados nas regiões da face dos pés e das mãos. Mecanorreceptores: São receptores que captam estímulos mecânicos, como a compressão ou o estiramento da pele e de órgãos internos. Existem dois tipos especiais desses receptores: os fonorreceptores, que captam variações na pressão do ar; e os estatorreceptores, que detectam a posição do corpo em relação à força de gravidade. Fotorreceptores: São receptores que captam estímulos luminosos. São encontrados nos olhos. Local de captação Conforme o local de onde captam estímulos, os receptores sensoriais podem ser classificados em três tipos básicos. Exteroceptores: Receptores que captam estímulos provenientes do ambiente, como luz, calor, sons e pressão. Proprioceptores: Receptores que captam estímulos provenientes do interior do corpo. São encontrados nos músculos, tendões, juntas e órgãos internos. Interoceptores: São receptores que percebem as condições internas do corpo, como grau de acidez, pressão osmótica, temperatura e composição química do sangue, entre outros. Movimentos Osteocinemáticos Os movimentos osteocinemáticos são os movimentos fisiológicos ou clássicos da diáfise óssea. Estes movimentos podem ser realizados voluntariamente pelo paciente de acordo com os planos cardeais do corpo e seus eixos. Os eixos unem as partes que os planos separam. Plano Sagital ou Mediano / Eixo Frontal: Divide o corpo em lados direito e esquerdo. Os movimentos realizados neste plano são os de flexão e extensão. Plano Frontal / Eixo Sagital: Divide o corpo em partes anterior(ventral) e posterior(dorsal). Os movimentos realizados neste plano são os de abdução e adução. Plano Transversal / Eixo Longitudinal: Divide o corpo em partes superior e inferior. Os movimentos que ocorrem neste plano são as rotações interna e externa. Movimentos Artrocinemáticos Os movimentos artrocinemáticos são os movimentos que ocorrem no interior da articulação e, eles descrevem a distensibilidade na cápsula articular permitindo que os movimentos fisiológicos ocorram ao longo da amplitude de movimento sem lesar as estruturas articulares. Estes movimentos não podem ser realizados ativamente pelo paciente, geralmente são muito utilizados para restaurar a biomecânica articular normal diminuindo a dor , alongando ou liberando com menos trauma determinadas estruturas. São cinco os movimentos artrocinemáticos: giro, rolamento, tração, compressão e deslizamento. Rolamento: Durante o rolamento um osso rola sobre o outro com a seguintes características : – As superfícies são incongruentes. – Novos pontos de uma superfície encontram novos pontos na superfície oposta. – Nas articulações com a biomecânica normal o rolamento só ocorre em combinação com os movimentos de deslizamentos e giro, porém quando o rolamento ocorre sozinho causa compressão nas superfícies do lado que o osso esta se movendo, o que pode provocar uma lesão articular, e uma separação no outro lado. – A superfície que se move seja ela convexa ou côncava não influencia a direção do movimento ósseo . Deslizamento: Durante o deslizamento um osso desliza sobre o outro com as seguintes características: – As superfícies articulares são congruentes. – O mesmo ponto em uma superfície faz contato com novos pontos na superfície oposta. – O deslizamento não ocorre sozinho devido as superfícies articulares não serem totalmente planas, ou seja, completamente congruente. – Diferentemente do rolamento, a superfície articular que se move influência a direção do deslizamento, o que é chamado como regra convexo-côncava . – Quando a superfície articular que se move é convexa o deslizamento ocorre na direção oposta à do movimento angular do osso. – Quando a superfície que se move é côncava o deslizamento ocorre na mesma direção do movimento angular do osso. Compressão: Durante a compressão uma superfície articular se aproxima uma da outra com as seguintes características: – A compressão causa diminuição no espaço articular entre as partes ósseas, – Ocorre normalmente nos membros inferiores e na coluna durante a sustentação do corpo, – Ocorre compressão com a contração muscular gerando estabilidade articular, impedindo lesões articulares, – Com a compressão o líquido sinovial move-se para as estruturas articulares avasculares nutrindo- as e lubrificando-as, – Cargas excessivas de compressão causam lesões articulares, principalmente na cartilagem articular. Tração: Durante o movimento de tração as superfícies articulares afastam-se uma da outra com as seguintes características. – Ocorre separação das superfícies articulares quando são puxadas distalmente uma da outra. – Pode ocorrer tração no eixo longo do osso resultando em deslizamento caudal . – Pode ocorrer tração em ângulo reto onde resulta na separação articular propriamente dita.
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