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Resumo Societário

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CURSO: 
SOCIETÁRIO ACADEMY
Gabriela Burle – 2022
Anotações das aulas
Aula 1
Introdução ao Direito Societário
Sociedades Anônimas
Luiz Felipe Spinelli
O Direito Societário é um ramo do Direito Privado que busca defender os interesses de grupos de pessoas e não de pessoas específicas. Estuda organizações finalísticas de pessoas, associações de sentido amplo, tanto as sociedades, quanto as associações em sentido estrito. Mesmo no Brasil, o Direito Societário regularia o Direito das Associações em sentido amplo. Todavia, ao analisar o Direito Societário, vemos que o foco do estudo é nas Sociedades. 
Liberdade para Constituir uma Associação de Pessoas: 
Os membros têm liberdade para constituir uma associação de pessoas, que é baseada em um ato de fundação (sendo que a entrada e a saída da associação se dão por negócios jurídicos privados). O ordenamento jurídico estabelece as espécies societárias que podem ser constituídas e, dentro delas, podem ser estabelecidos um número mínimo ou máximo de membros. Exceção: nas sociedades unipessoais não há uma associação de pessoas. O Direito Societário busca proteger o direito de terceiros e dos sócios, principalmente dos minoritários. 
Fim Comum: 
O fim comum pode ser livremente estabelecido (desde que não seja proibido nem contra a ordem pública), além de poder ser alterado de forma unânime (salvo previsão em contrário no contrato ou estatuto social ou na lei, concedendo-se direito de retirada ao membro dissidente) e não pode ser confundido com as motivações pessoais de cada um dos membros. O fim comum abrange o (i) escopo-meio, i.e., a atividade explorada e (ii) o escopo-fim, i.e., realização de lucro (lucro objetivo) e sua distribuição (lucro subjetivo) ou a realização de um fim ideal. Escopo fim, lucro, seriam tipos societários com fins lucrativos e, por sua vez, o fim ideal estaria presente nos tipos societários sem fins lucrativos. 
O fim comum acarreta a determinação da forma jurídica e da natureza da organização societária. O fim comum possui eficácia funcional, pois a relação entre os membros e a sociedade é pautada pelo fim comum. Assim, estabelece o fim comum: 
(i) as diretrizes dos órgãos sociais;
(ii) os direitos e deveres dos sócios e administradores; e
(iii) um “guia” ao estágio da vida da associação. 
(Por exemplo: quando não pode mais ser atingido o fim comum ou quando sua busca não é mais permitida, tem-se o caso de dissolução da sociedade). 
Contribuição dos sócios:
Varia dependendo do tipo societário, cada tipo tem regras específicas do que se aceita ou não, ou seja, a liberdade de contribuição pode variar a depender do tipo societário. Pode se dar de diversas formas: não há uma interpretação restrita para a contribuição dos sócios, podendo ser desde dinheiro até bens e direitos, bem como serviços. 
Princípios: 
O Direito Societário é pautado por alguns princípios, podendo-se citar: 
(i) o Princípio da Lealdade, que é a introdução do Princípio da Boa-fé objeto do Direito Societário, as partes buscam um objeto comum. O Princípio da Lealdade dura enquanto o vínculo societário durar, mas pode perdurar mesmo após a saída da sociedade.
(ii) o Princípio da Proporcionalidade: Exemplo: A exclusão de sócio por descumprimento de seus deveres é considerada remédio extremo, somente podendo incidir em caso de falta “grave” que traga ou que possa trazer algum dano à sociedade (Código Civil 1.030 e 1.085). 
(iii) o Princípio da Igualdade de Tratamento: Exemplo: Igualdade de Tratamento para os acionistas titulares de ações da mesma classe (arts. 44, § 4º, e 109, § 1º, da LSA).
Obs: 
Tanto o Princípio da Proporcionalidade e o Princípio da Igualdade de Tratamento são pouco estudados no Brasil, todavia são tidos como estruturantes do Direito Societário. Eles funcionam como uma forma de proteger os sócios. Limitando o exercício de direitos e permitindo coibir os seus desvios, funcionado, assim, como mecanismos de proteção dos sócios. 
(iv) o Princípio da Preservação da Empresa. 
Fortemente reconhecido no Direito Falimentar (art. 47 da Lei nº 11.101 de 2005), mas também existe no Direito societário. 
Exemplos: 
a) Regras de dissolução parcial da sociedade (CC, arts: 1.028 e LSA, art. 137); 
b) Conversão da dissolução total em dissolução parcial para manutenção do ente coletivo (dissolução parcial stricto sensu), pois não faria sentido se acabar com um determinado ente coletivo, como, por exemplo, por um evento que atinge apenas um dos sócios. O falecimento de um dos sócios não necessariamente deverá acarretar na dissolução total da sociedade, podendo os demais sócios decidirem pela manutenção da sociedade. 
; e
c) Possibilidade de sanar os vícios que enserjaram a dissolução da sociedade (LSA, art. 285, parágrafo único).
Distinções Necessárias: 
O termo “sociedade” não se confunde com os outros termos que muitas vezes podem possuir características comuns, quais sejam: 
1. Associação – possui um fim ideal enquanto a sociedade possui uma finalidade lucrativa; 
2. Fundação – é um patrimônio jurídico destinado a um fim ideal ao qual se atribui personalidade jurídica, todavia não possui sócios ou associados, um patrimônio ao qual se atribui personalidade jurídica, como um museu ou alguns projetos sociais;
3. Pessoa jurídica – uma técnica de separação patrimonial. Nem toda pessoa jurídica é uma sociedade e nem toda sociedade é uma pessoa jurídica, como uma scp.; 
4. Sujeito de direito – tem capacidade jurídica, capacidade de agir, capacidade de ser titular de processos jurídicos ativos e passivos. Distintos de seus sócios. Um condomínio edilício, por exemplo, é um sujeito de direito e não é uma pessoa jurídica. 
5. Empresa – Seja na lei ou no uso comum, “Empresa” é utilizado em diversos significados. Mas nos termos do art. 966, a empresa é a atividade econômica que é explorada. 
6. Empresário – Quem exerce atividade, também nos termos do art. 966, econômica organizada para produção e circulação de bens ou de serviços. 
7. Estabelecimento – o complexo de bens organizado para o exercício da empresa.
“Empresa se exerce, empresário se é e estabelecimento se tem.”
8. Comunhão – comunidade de interesses, por exemplo, uma comunidade de credores. Criada por um destino ou por uma determinação legal. Uma sociedade é uma comunhão de interesses por excelência. Está relacionado a uma relação de direitos em relação a interesses. 
9. Condomínio – Está relacionado a uma relação de direitos em relação a um bem. O condomínio é constituído de forma involuntária, como, por exemplo, uma herança. Tem como pressuposto o uso do bem. Não possui personalidade jurídica. Existem condomínios de bens produtivos e, nesse caso, existe uma zona mais cinzenta da distinção entre sociedade e condomínio, todavia essa distinção é extremamente importante, pois traz regras específicas. 
10. Trust – Tem como pressuposto o uso do bem. A administração do patrimônio em benefício de alguém. É uma organização patrimonial, mas não tem uma associação finalística de pessoas. 
11. Negócio Fiduciário – A transferência de direitos ou bens a outrem, o fiduciante transfere o bem ao fiduciário para fins de garantia, quando realizada alguma condição ou atingido determinado termo. O objetivo de um negócio fiduciário é apenas para fins de garantia ou de administração e os bens devem ser devolvidos ao fiduciário após o término do negócio jurídico. 
12. Mútuo Parciário – O mutuante empresta uma coisa fungível ao mutuário e deve receber restituição do bem. 
13. Comissão – O comissário faz compra e venda em nome próprio, com sua conta em risco em favor do comissário. Não há um fim comum, o comissário é apenas um intermediário, não sendo um sócio. 
14. Contrato de trabalho – Mesmo com participação no lucro, um contrato de trabalho é diferente de uma Sociedade. Há subordinação, remuneração, contrato de trabalho etc. Não se garante retorno ao sócio em uma Sociedade, mas em um contrato de trabalho existe a garantia de uma remuneração.
15. Casamento -

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