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Direito Empresarial A - Sociedades

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25/08/2016
Sociedades
O art. 981 estabelece a natureza jurídica do contrato societário, sendo este celebrado pelas
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens e serviços, para exercício de
atividade econômica e partilha entre si.
O conceito de sociedade não é um conceito voltado para a atividade econômica em si. É um
conceito geral. Assim, o art. 981 apresenta um conceito mais geral de sociedade, que será derrogado
ante normas mais específicas de conceituação de sociedade no direito brasileiro. 
A lição geral do direito societário cobra conhecimento também da regra do art. 982. É
empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a
registro. As demais sociedades são considerdas simples. Decorre de tal distinção consequências
juŕidicas importantes, tendo a sociedade empresária certos direitos que a sociedade simples. Por
exemplo, a sociedade simples não pode fazer uso da recuperação judicial. Da mesma forma, o nome
da sociedade simples não é protegida como o da sociedade empresária. 
O parágrafo único do art. 982 considera a sociedade anônima como empresária,
independente do seu objeto, bem como a cooperativa como simples. A sociedade cooperativa se
caracteriza por uma expressão democrática, onde o poder de cada sócio não depende de seu poder
econômico. Isso conduz a situações interessantes, como a regra constitucional que determina que a
lei dará ao ato cooperativo tratamento privilegiado – tal lei jamais foi promulgada. Isso resulta num
não tratamento tributário diferente dado à sociedade cooperativa, situação indesejosa diante das
peculiaridades de tal sociedade. Na condição de sociedade simples, a sociedade cooperativa não tem
direito a recuperação judicial. 
O artigo 983 vincula a constituição da sociedade empresarial a um dos tipos regulados no
direito brasileiro, presentes nos artigos 1039 a 1092. Ressalta-se que as sociedades anônimas não
estão neste rol, uma vez que são tratadas em legislação especial. A sociedade simples também pode
se constituir conforme um desses tipos – não o fazendo, se subordina às normas próprias. 
São cinco tipos societários tratados. Tais tipos servem de vestimenta tanto para as sociedades
empresárias quanto para as sociedades simples. Por outro lado, a lei estabelece também um tipo
societário detalhado que trata da sociedade simples. Temos portanto que as sociedades simples
podem ser simples puras, ou constituídas sob outro tipo societário, sem deixar de ser simples.
Contudo, a sociedade simples não pode ser anônima, porque esta é necessariamente empresária.
A regra do artigo 985 afirma que a sociedade ganha personalidade jurídica com a inscrição
no registro próprio na forma da lei dos atos constitutivos. Tal artigo se liga ao 44, 45 e 1050, que
trata da inscrição. Uma sociedade que não seguiu adequadamente a formalidade do registro não
adquire peronsalidade jurídica, ficando em um ambiente indeterminado, donde se extraem conceitos
importantes para o direito brasileiro. 
Assim, entre as sociedades não perosonificadas, existem dois tipos: sociedade em comum e
sociedade em conta de participação. 
A sociedade de fato sequer é reduzida a contrato, sendo desorganizada, ainda que funcione
em torno de atividade empreśaria. Ao lado desta, havia a sociedade irregular, que chegou a celebrar
contrato societário, mas por alguma razão, como ausência de requisitos formais, conduz ao não
registro, e consequente não personalização. Estes dois tipos se consolidaram atualmente como
sociedade em comum no Código de 2002. Portanto, tanto a sociedade sem contrato quanto a com
contrato, não registrada, é sociedade em comum. 
Esta é regida pelo disposto nos artigos 986 e seguintes. O próprio artigo 986 atribui a
aplicação do regimento das sociedades simples às sociedades em comum, em caráter subsidiário,
suprindo eventuais lacunas que venham a surgir em situações específicas. Tal subsidiariedade do
regramento das sociedades simples é válido para todos os tipos societários. O 987 dispõe que a
existência da sociedade, pelos sócios, só é provada por escrito. Terceiros, contudo, podem provar de
qualquer modo. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são
titulares em comum, nos termos do 988. Todos os sócios respondem ilimitadamente pelas
obrigações sociais, sem o benefício de ordem previsto pelo art. 1024 (subsidiariedade da
responsabilidade – que primeiro sejam excutidos os bens sociais) para quem contratou pela
sociedade. 
29/08/2016
A segunda sociedade não personificada que aparece no CC é a sociedade em conta de
participação. Trata-se de sociedade com sócios de responsabilidade limitada e sócios de
responsabilidade ilimitada. Os sócios ostensivos são sócios que aparecem. Por outro lado, os sócios
ocultos são os que, perante terceiros, não aparecem, guardando total e qualquer ausência de
referência quanto à titularidade de direitos. Há portanto apenas uma relação jurídica contratual
existente entre os sócios ostensivos e os sócios ocultos.
Esta sociedade tem na sua concepção a ideia de que alguém negocia, e se reparte o resultado
para demais sócios, sejam eles positivos ou negativos. O art. 991 estabelece que nestas sociedades,
a atividade objeto é exercida apenas pelos sócios ostensivos, em seu nome individual e sobre sua
exclusiva responsabilidade. Apenas este obriga-se perante a terceiros. O sócio oculto obriga-se
apenas perante o sócio ostensivo. 
A constituição desta independe de qualquer formalidade, e pode ser provada por qualquer
meio de direito. Na constituição de uma sociedade a qual se exija personificação, a formalidade
deve ser rigorosamente cumprida. Isso não ocorre aqui. A ausência de informalidade não
necessariamente conduz ao não reconhecimento do vínculo societário, no que diz respeito à
sociedade de conta de participação. 
O art. 993 estabelece que o contrato social produz efeito somente entre os sócios. Os efeitos
não se projetam para o mundo exterior. Além disso, sua inscrição em qualquer registro público não
confere personalidade jurídica à sociedade. Ainda, diz o parágrafo único do artigo que o sócio
oculto não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo, sob pena de responder solidariamente
com este pelas obrigações em que intervier. O sócio ostensivo pode revestir-se de qualquer tipo
societário, e os efeitos da sociedade em conta de participação não se alterará.
A falência do sócio ostensivo acarreta dissolução da sociedade e liquidação da conta, cujo
saldo constitui crédito quirografário, nos termos do §2º do Art. 994. Assim como não há projeção de
efeitos para terceiros, também não existe cosnequências jurídicas decorrentes da falência para os
sócios participantes, a menos que seja provado o previsto no parágrafo único do art. 993.
Entre as sociedades personificadas, temos primeiramente a sociedade simples, sem
empresarialidade. A primeira abordagem da lei diz respeito ao contrato social. Assim, o Art. 997
estabelece que constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que menciona as
informações presentes em rol apresentado. A celebração deste instrumento deve levar em
consideração a manifestação das partes, o que desejam individualmente, e o que será objeto
segundo o consenso destas. O preenchimento de requisitos formais é tão importante quanto o
preenchimento dos elementos específicos estabelecidos pela lei. A importância do preenchimento de
tais requisitos provém da dependência da personificação. Portanto, é elemento vinculado à ideia de
personificação.
O contrato deve ser necessariamente escrito, portanto. Em segundo lugar, está-se diante da
possibilidade aberta pela lei de que esse documento seja particular, ou público. O contrato público é
celebrado perante agente público. O contratopúblico é de conhecimento público. O fato de este ser
público comprova a própria existência.
O rol mencionado traz oito exigências para a celebração do contrato. A alteração de cada
dispositivo exige a unanimidade dos sócios. O primeiro deles diz respeito à informações de cada
sócio. 
Em segundo lugar, é exigido a denominação, o objeto, a sede e o prazo da sociedade.
Denominação decorre da necessidade de identificação da sociedade. O objeto social serve para a
disciplina interna do sócios, bem como para que haja um posicionamento daquela atividade perante
a comunidade. A identificação da sede é importante para fins de obtenção de certas vantagens
reservadas aos empresários, de modo que a recuperação judicial e falência só podem ser acessadas
onde está o estabelecimento. Por fim, tem-se também o prazo da sociedade, que pode ser
determinado ou indeterminado. 
Em terceiro lugar, menciona-se o capital social. A contribuição de cada sócio. Via de regra, é
imultável, intangível, não podendo ser arranhado. O que se altera é o patrimônio líquido, decorrente
do lucro obtido. Deve ser expresso em moeda corrente, embora possa compreender qualquer
espécie de bens, suscetívies de avaliação pecuniária. Aqui, a lei estabelece procedimentos que
impõe responsabilidade pessoal, sobre a avaliação dos bens cedidos, aos sócios que contribuem com
bens avaliados. 
Em quarto, a cota de cada sócio deve ser explicitada, bem como o modo de realizá-la. Nas
sociedades onde não houve total integralização do valor prometido torna os sócios solidariamente
responsáveis, até o total pagamento relacionado ao mesmo. 
Em quinto, as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços. 
Em sexto, as pessoas naturais incubidas da administração da sociedade.
Em sétimo, a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas. Aqui, veda-se a sociedade
leonina. 
Por fim, se os sócios respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais.
O parágrafo único torna ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado contrário a
disposto no contrato social. 
O Art. 998 diz que nos trinta dias subsequentes à constituição, deve requerer a inscrição do
contrato social no RCPJ do local da sede. Deve ser acompanhado de instrumento autenticado do
contrato. Modificações do contrato social que tenham po objeto um dos oito incisos do art. 987
dependem do consentimento unânime dos sócios.
No art. 1000, afirma-se que a sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência deve
inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Aqui entra a questão da proteção do nome
empresarial, limitado ao âmbito estadual. 
Tais noções gerais evidenciam a necessidade das formalidades a serem cumpridas.
05/09/2016
Destacamos hoje na lei as relações existentes entre os sócios, a partir do art. 1001 do CC. A
participação dos sócios está atrelada ao poder político decorrente da cota que cada sócio detém
sobre o capital social. Tal circunstância é destacada em todo o direito societário. A lei estabelece
limites no que diz respeito ao exercício dos direitos e cumprimento de obrigações derivadas da vida
societária. Identificam-se portanto limites entre o que é direito dispositivo, limites das
manifestações de vontade, que leva à prevalência da regra legal. 
O Art. 1001 afirma que as obrigações começam com o contrato, se este não fixar outra data,
e terminam com a liquidação da sociedade. Observam-s duas coisas. O início da obrigação dos
sócios entre eles está imediatamente ligado ao início da sociedade. Assim, todas as obrigações
começam com o contrato, e não com o registro público. Adicionalmente a isso, antes da
personalização, não há o que se falar de efeitos em relação a terceiros. Para que isso ocorra, deve o
contrato social cumprir a formalidade do registro. 
A segunda observação diz respeito à sequencia necessária para que se considerem as
relações jurídicas definitivamente encerradas. As obrigações do sócios terminam quando, liquidada
a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. A dissolução da sociedade em pleno
direito não significa que as obrigações restam inexistentes. Tais obrigações integram o processo que
se denomina liquidação. Uma vez liquidadas tais obrigações, estas restam inexistentes.
O sócio não pode ser substituído sem consentimento dos demais sócios, nos termos do Art.
1002. Ressalta o fato de que o negócio jurídico existente entre os sócios, pela natureza contratual
que apresenta, só pode ser modificada desde que haja por parte de todos os śocios a respectiva
manifestação.
Questão delicada diz respeito à cessão de quotas. O artigo 1003 afirma que a cessão total ou
parcial, sem modificação no contrato social com consentimento dos demais sócios não possuem
eficácia. Fica claro que não é possível a cessão parcial ou total sem a concordância dos demais
sócios. Não falamos da possibilidade de que o sócio que detém maior parte do capital social possa
fazer valer a sua vontade sobre a maioria. Os demais sócios devem estar de acordo. O parágrafo
único afirma que o cedente responderá solidariamente por até dois anos após a averbação da
modificação do contrato, perante a sociedade e terceiros, perante as obrigações que tinha como
sócio (lembra-se que a sociedade simples tem sócios de responsabilidade ilimitada). Ressalta-se
aqui a presença da subsidiariedade da responsabilidade dos sócios.
O art. 1004 obriga os sócios ao cumprimento das obrigações estabelecidas no contrato
social. Do contrário, o sócio é considerado devedor, nos termos do contrato social. Se não pagar nos
trinta dias seguintes ao da notificação, responderá por danos emergentes da mora.
O Art. 1.005 trata da evicção. O 1008 anula a estipulação contratual que exclua qualquer
sócio da participação dos lucros.
12/09/2016
Passamos a tratar da administração das sociedade. Há uma separação. Nem todos os sócios
exercem a administração da sociedade. O termo gestão poossui aqui significados disitntos. Há por
um lado a gestão no sentido de administração da atividade empresarial. O segundo sentido, legal,
diz respeito à atribuição a determinados sócio para exercer determiandos atos. Assim, questiona-se
se é possível a atribuição de responsabilidade a um adminsitrador. 
As sociedades, como já visto, devem registrar sua finalidade. Assim sendo, o adminitrador
deve guardar estrita obediência a tal finalidade. Se o administrador pratica atos que vão além do
estabelecido no contrato social, há consequências jurídicas. 
Neste sentido, pelo 1010, as deliberações são tomadas por maioria de votos, cujo peso
corresponde ao valor das quotas de cada um. Aqui, é perceptível que da quantidade de quotas,
derivam direitos financeiros e políticos. No caso de empate, prevalece a decisão sufragada por
maior número de sócios. Se tal configuração ainda mantém o empate, a decisão é dada pelo juiz,
nos termos do § 2º. Quando há colidência entre os interesses da sociedade e interesses pessoais de
um sócio, eventualmente administrador, ou sócio majoritário, e este decide uma votação com o peso
do seu voto, o mesmo se responsabiliza por perdas e danos, conforme o § 3º. Ou seja, os demais
sócios não são, neste caso, responsabilizados.
Quem pode ser o administrador? O art. 1011 diz que o administrador da sociedade deverá
ter, no exercício das funções, cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar
na administração de seus próprios negócios. Temos um tipo aberto. Se o administrador aja de forma
que o judiciário considere fora do art. 1011, há ato ilícito pelo administrador. O § 1º proibe que
pessoas em determinadas condições sejam administradoras de sociedades. Aplicam-se à atividade
dos adminsitradores, no que couber, as disposições concernentes ao mandato – a administração não
é equivalente ao mandato, havendo para esta natureza própria. Esta regra portanto não recomenda a
funçãode administrador ao mandatário. Contudo, se regras concernentes ao mandato puderem
completar o regramando da administração, em caráter subsidiário, assim o será. Tal dispositivo se
atrela ao art. 1020, que será abordado adiante.
O administrador pode receber poderes tanto pelo contrato social quanto por ato separado.
Assim, na segunda hipótese, o instrumento deve ser averbado à margem da inscrição da sociedade.
Antes da averbação, o adminsitrador responde pessoal e solidariamente com a sociedade. 
Se nada for disposto em contrato social, compete speradamente a cada um dos sócios. Neste
caso, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo decisão aos sócios por
votação. O administrador que realizar operações sabendo ou devendo saber que estava agindo em
acordo com a maioria também responde por perdas e danos. 
15/09/2016
A responsabilidade do administrador não é simples, uma vez que na medida em que
identifica-se a responsabilidade, esta pode se dar por modo direto (a lei atribui a responsabilidade
diretamente ao administrador), ou por modo indireto. O primeiro modo está presente em questões
tributárias, ambientais, consumeristas, etc.
19/09/2016
A manifestação de vontade realizada pela sociedade se dá por ato praticado por
administradores, sendo inválido e ineficaz ato praticado por quem não deveria desempenhar tal
papel. Em contrapartida, há a responsabilidade que a lei atribui àquele que, na qualidade de
administrador, pratique atos lesivos eventualmente aos sócios, à própria sociedade e a terceiros.
Neste quadro, portanto, o ato do adminsitrador pode atingir os sócios, a sociedade ou terceiros.
Portanto, há uma comunidade de destinatários da norma que resopnsabiliza o administrador. A
partir do art. 1011 do Código Civil, temos o regramento da responsabilização do administrador.
Afirma o art. 1015 que no silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os
atos pertinentes à gestão da sociedade. Se não houver objeto social, a oneração ou venda de bens
imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. No entanto, há quem defenda que tal
dispositivo, para alienação de bens imóveis, está referido apenas e tão somente a aspectos não
operacionais da sociedade empresária. 
No direito velho, se o administrador praticasse ato para além dos poderes da sociedade, pela
teoria da aparência, a sociedade respondia perante a terceiro. Tal regra caiu pelo parágrafo único do
art. 1.015 do novo CC. A sociedade só responderá se ocorrer uma das seguintes hipóteses: limitação
de poderes estiver inscrita ou averbada no registro da socidade; se se prova que a limitação era
conhecida do terceiro; e tratando-se de operação evidenetemente estranha aos negócios da
sociedade. A primeira hipótese decorre da regra que afirma que o que está registrado gera efeito
erga omnes. Se não há registro da limitação, mas o terceiro conhecia, temos a segunda hipótese
configurada. Por último, a operação evidentemente estranha ao objeto da sociedade gera efeito ao
terceiro. 
O art. 1.016, válido para todas as sociedades, estabelece que os administradores respondem
solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas
funções. Ordinariamente, a responsabilidade do adminsitrador não é objetiva: a lei vincula a
configuração da culpa. Há, contudo, caso de responsabilização do administrador sob forma objetiva.
O art. 1017 atribui responsabilidade de ressarcimento do administrador por aplicação de
créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, devendo pagar o equivalente com
lucros resultantes ou eventuais prejuízos. Essa atitude configura escapamento da cédula do
administrador ativo e probo. O administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário
ao da sociedade toma parte na correspondente deliberação, fica sujeito á sanções. 
O art. 1021 estabelece o direito do sócio de examinar os livros e documentos, bem como o
estado da caixa e da carteira da sociedade. É possível essa situação na produção antecipada de
prova. 
Relação com terceiros
Nas relações com terceiros, conforme o CC, a sociedade adquire direitos, assume obrigações
e procede judicialmente por administradores com poderes especiais, ou qualquer administrador.
Quando os bens não cobrem as dívidas, cada sócio responde na proporção do capital social, a menos
que algum sócio não tenha condições de pagar, havendo nesse caso responsabilidade solidária.
Ressalta-se que a subsidiariedade é rechaçada para as sociedades comuns ou em conta de
participação. 
O art. 1027 estabelece que os herdeiros do cônjuge do sócio, ou cônjuge do que se separou
judicialmente, não podem exigir desde logo parte que lhes couber na quota social. Concorrem antes
à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade. 
22/09/2016
Resolução em relação a um único sócio
Possui um regime geral aplicado em caráter supletivo, complementando a regra presente no
tipo especial. Assim, afirma-se em primeiro lugar que na morte do sócio, sua quota é liquidada, a
menos que o contrato disponha de modo diferente. Neste caso, eventuais conflitos entre sócios
podem ser resolvidos por cláusula arbitral. Isso também não ocorre na hipótese de os sócios
optarem pela dissolução da sociedade, comum em casos onde não há sentido no seguimento da
atividade econômica sem o sócio falecido. Ainda, se por acordo com os herdeiros, se regular
substituição do sócio falecido, também não há liquidação.
Além dessa hipótese, alguém pode querer sair da sociedade. Para tal hipótese, o artigo 1.028
estabelece que qualquer sócio pode se retirar da sociedade, com 60 dias de antecedência, mediante
notificação (se não houver prazo determinado), ou provando judicialmente justa causa (se houver
prazo determinado). 
No mesmo sentido, o art. 1.030 a exclusão judicial, mediante iniciativa da maioria dos
sócios, por falta prática. O problema prático é que a averiguação judicial da falta grave pode
demorar. Processualmente, isso é solucionado pelas tutelas de urgência. Nos termos do parágrafo
único desse artigo, se o sócio é declarado falido, sua condição implica de pleno direito (sem
necessidade de declaração judicial) a sua exclusão. O sócio está excluído desde a data da declaração
da falência. 
A quota do sócio retirado é liquidada. Nestes caso, a redução do capital social exige a
acordância dos credores quanto tal redução. A responsabilidade do sócio retirado é mantida,
conforme o art. 1.032. 
29/09/2016
A dissolução da sociedade está vinculada à separação terminológica entre o que se deve
entender por dissolução, liquidação e extinção de obrigações. Estamos a falar de um contrato de
sociedade que terá a peronsificação como pressuposto, donde decorrem obrigações. No CC, a ideia
de sociedade é indissociável da ideia de contrato. Temos portanto neste ponto questões de teoria
geral dos contratos, bem como do direito obrigacional. 
A sociedade tem motivos para se dissolver, e tais motivos estão divididos em dois grandes
pedaços. A dissolução determinada na lei por decorrência de determinado evento, de um lado, e a o
grupo de hipóteses onde a dissolução se dá judicialmente, sendo necessária investigação judicial, de
outro.
O art. 1033 fala da dissolução de pleno direito direito. A primeira hipótese é a do
vencimento do contrato, sem oposição do sócio. Há aqui a possibilidade de prorrogação, tácita, se
não tiver havido oposição de sócio, quando a sociedade não entrou em liquidação.
A segunda hipótese é a do consenso unânime dos sócios. Uma vez que falamos em
condições do contrato, autonomia da vontade, etc., tal hipóteses faz muito sentido. Não havendo
consenso, a deliberação por maioria absoluta dos sócios (em sociedade de prazo determiando)
também pode resultar na dissolução. Se a sociedadeficar com apenas um sócio e não se reconstituir
em 180 dias, também há resolução. Por fim, nas sociedades que dependem de autorização, ante a
extinção de tal autorização, restam dissolvidas.
Diferente das hipóteses de dissolução de pleno direito, as hipóteses de dissolução judiciais, a
requerimento de qualquer sócio, ocorrem ante anulação do ato constitutivo, ou o exaurimento do
fim social, verificada a inexequibilidade. A primeira hipótese pode decorrer tanto da nulidade
quanto da anulabilidade. Na segunda, se verifica que o objeto da sociedade não faz mais sentido no
seu contexto, é possível a dissolução judicial.
É possível também a dissolução por causas previstas em contrato. Uma vez dissolvida a
sociedade, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante,
restringindo a gestão própria aos negoçios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais
responderão solidária e ilimitadamente.
Na hipótese de autorização governamental, a liquidação judicial é promovida pelo
Ministério Público, caso os administradores não tenham feito tal liquidação nos trinta dias seguintes
à perda da autorização, ou se não tiver execido faculdade do § único do art. 1.033. 
Prova: Dissertação sobre a responsabilidade dos administradores e os atos praticados para além dos
poderes contratuais mais questões de conhecimentos gerais
QUARTO BIMESTRE
A sociedade empresária deve se constituir segundo um dos tipos regulados no Código Civil,
conforme art. 983. Tal realidade importa na medida em que se refere também à sociedade simples,
não empresária, ainda que faça uso de um dos tipos da sociedade empresária. Só se fala em
sociedade empresária a partir das sociedades em nome coletivo, em comandita simples, e as
sociedades limitadas. Tais sociedades são tipos raríssimos na vida prática. 
Sociedade em nome coletivo
A sociedade em nome coletivo é o tipo societário mais antigo, existindo já na Idade Média.
Em um primeiro momento, havia uma vinculação apenas familiar. Mais tarde, passa a ser possível a
integração de estranhos, embora o vínculo de confiança se mantenha. Se ampara apenas em razões
de natureza comercial, sem se pautar sobre questões mais contratuais. 
Os sócios da sociedade em nome coletivo possuem responsabilidade ilimitada, mas reside
aqui também a subsidiariedade. É também importante estabelecer que a responsabilidade é também
solidária, o que permite que o credor insatisfeito se volte contra qualquer sócio. Convém registrar
que as sociedades em nome coletivo, em seu âmbito interno, permite a criação de regra de limitação
da responsabilidade. Tal possibilidade não descaracteriza os efeitos perante terceiros. Ou seja, de
acordo com o estipulado internamente, um sócio que tenha arcado com uma obrigação da sociedade
sozinho, em função da solidariedade, terá assegurado o seu direito de regresso contra os demais
sócios. 
As sociedades em nome coletivo são constituídas exclusivamente por pessoas naturais. Não
é possível pessoa jurídica como sócia. Por fim, essas sociedades só podem ser administradas pelos
sócios. Além disso, a firma social deve representar o nome de sócios administradores, apenas. 
Os tratamentos do adminsitrador, da resolução sobre um único sócio, da dissolução, etc.,
estão tratados já nos dispositivos da sociedade simples, que são aqui consagrados de forma
subsidiária.
Nas sociedades simples, há a possibilidade de que alguém contribua com seu trabalho na
formação de uma sociedade. Essa opção não está rechaçada para a sociedade empresária. O
fundamento jurídico dessa ideia está no art. 1.040 do CC.
Ainda, é importante chamar a atenção para o uso da razão social, referido no capítulo
próprio do nome empresarial. Uma das hipóteses de nome empresarial na sociedade em nome
coletivo é pela utilização da expressão “e cia”. Tal termo também é possível para as sociedades
anônimas. 
Por fim, o art. 1.043, afirma-se, contrariamente a toda a construção teórica acerca da
dissolução, que o credor particular de sócio não pode pretender a liquidação da quota antes da
dissolução da sociedade. As exceções são para a prorrogação tacita da sociedade, quando esta tinha
prazo determiando, ou no caso de prorrogação contratual acolhida judicialmente. O credor pode
penhorar a cota, desde que no prazo de noventa dias após o acolhimento. 
13/10/2016
Também a sociedade em comandita simples apresenta características que podem ser
extraídas da classificação referente a estrutura econômica, bem como da responsabilidade dos
sócios. Quanto à estrutura econômica, é uma sociedade de pessoas, contratual, que decorre da
previsão de atribuir a característica da pessoalidade. Sobre a responsabilidade dos sócios, por outro
lado, é ilimatada para alguns sócios, e limitada para outros. É central portanto a figura da confiança.
Mas aqui, diferentemente da sociedade em conta de participação, todos os sócios respondem
a terceiro, e não apenas o ostensivo. Assim, são comanditos os com responsabilidade ilimitada, e os
comanditários, responsabilizados no limite de sua contribuição para o capital social. Tal
discriminação deve ser explícita no contrato.
Embora seja sociedade personificada, à esta sociedade, se aplicam subsidiariamente as
normas da sociedade em nome coletivo, bem como as normas da sociedade simples.
O código garante que ambas as espécies de sócios participem das deliberações, votando cada
um de acordo com a cota do capital social. Por outro lado, no que diz respeito à gestão e
participação na qualidade de adminsitrador, a lei respeita a diferenciação da qualidade de sócios.
Portanto, não pode o comanditário cometer atos de gestão, ou ter seu nome na razão social.
O comanditário pode ser constituído, contudo, como procurador da sociedade, para
determinados negócios. O administrador não é mandatário, não recebendo poderes no contrato
social. Aqui, no art. 1.047, falamos em mandato, que possibilita que terceiros exerçam determiandos
terceiros. Assim sendo, a lei permite que o comanditário exerça ato que seria de administrador, por
meio do mandato.
A diminuição de quota de comanditário só gera efeitos perante terceiros após a averbação. É
necessária portanto a publicidade, obtida a partir do registro público na junta comercial. Assim
sendo, o que temos aqui é uma diminuição do capital social. 
O sócio comanditário, nos termos do art. 1.049, não é obrigado à reposição de lucros
recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço. No caso de diminuição do capital social, não pode o
comanditário receber lucros, antes que o capital seja reintegrado.
A dissolução é possível de pleno direito por causas previstas no art. 1.044, ou quando por
mais de 180 dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio. 
17/10/2016
Sociedade limitada
Trata-se do tipo societário majoritariamente escolhido, por uma série de motivos. A
sociedade nasce com caráter familiar na história ocidental. Com as revoluções burguesas e a
revolução industrial, resultam novas reflexões acerca do pensamento econômico. As atividades
industriais em massa derrubam a ideia do empreendimento com finalidade de mera subsistência,
passando-se a produzir para o excedente. 
A competitividade do mercado exige um tipo societário que limite a responsabilidade dos
sócios, diante dos riscos existentes. Surge então no direito inglês as privates corporates, sociedades
criadas entre os que desejam a exploração de determianda atividade, completamente livres de
buscar autorização da Coroa Britânica, sem dependência de autorização governamental. Essa
iniciativa do direito inglês, de 1862, provoca outras modificações societárias ocorridas no direito
continental europeu. 
Assim, na Alemanha, em 1892, criam-se as sociedades intermediárias, em vanguarda para o
direitobrasileiro. Intermediárias por estarem entre as sociedades estritamente pessoais e as
sociedades de capitais. Afirmava-se na época que não era nem uma sociedade de pessoas, nem de
capitais. A lei alemã trazia como características a natureza mercantil, o valor mínimo de capital
social, necessidade de integralização do capital em ¼ no ato da constituição (circunstância não
adotada pelo direito brasileiro), a livre possibilidade de transferência da cota social, salva se o
contrato estabelecesse o contrário (possibilidade de solução absolutamente inovadora à época), e
possibilidade de exclusão do sócio inadimplente. Tais pilares deixados pela lei alemã para a
construção de um novo tipo societário estão presentes na lei brasileira, recebendo uma modelação
compatível com a possibilidade de solução fácil, descolada das exigências estatais, que encurtasse
responsabilidade limitada para os sócios, e trouxesse uma facilidade no exercício das atividades
empresariais, muito pela facilidade de ingresso e saída de sócios de maneira livre.
A lei português de 1901 inspirou o legislador o brasileiro para o regramento das sociedades
limitadas. Tal regramento acrescentou a expressão “por quotas” para separar a O regime das
sociedades limitadas, no Brasil, vigiu durante 90 anos sob uma lei lacônica, que encontrou seu fim
no Código Civil de 2002. 
Estamos diante de uma abordagem conceitual, que diz respeito à diferença entre a sociedade
de pessoas e de capital. Embora se critique tal distinção, o direito brasileiro está profundamente
apegado a esta, conforme demonstra a jurisprudência brasileira. As sociedades limitadas
representam ferramenta que pode estar a serviço das sociedades de pessoas, ou a serviço as
sociedades de capital. Não é um tipo intermediário, mas uma ferramente que permite a utilização
das duas características. Essa é a mais notável característica conceitual das sociedades limitadas. Tal
observação se liga à livre cessão de cota, um dos pilares deixados pela lei alemã. É possível o
vínculo personalíssimo, mas também a sua recusa.
Uma segunda questão da conceituação decorre da responsabilidade dos sócios. A sociedade
atribui responsabilidade limitada aos sócios, estamos apenas levando em consideração que o sócio
emprestará a sociedade uma responsabilidade compatível e limitada à contribuição que tenha feito.
Há circunstâncias, no entanto, que devem ser levadas em consideração. A não integralização do
capital subscrito enseja responsabilidade solidária pela parte faltante, de todos os sócios. Portanto,
não é sempre que a responsabilidade dos sócios é limitada; é limitada desde que tenha havido a
integralização do capital social. Outra questão: o capital social pode ser constituído em dinheiro ou
bens. Quando formado por bens, a responsabilidade sobre avaliação que os sócios tenham dado aos
bens fica atrelada a estes. 
É possível a escolha entre razão social e denominação. A primeira é compatível com as
sociedades de pessoa, enquanto a denominação diz respeito às sociedades de capital.
O capital social da sociedade limitada é formado por cotas (e não por ações, como na SA).
Enquanto não havia modo virtual de representação de riquezas ou títulos, dizia-se que as ações eram
títulos de crédito, que estão corporificadas em documento exibido pelo acionista não apenas no
momento em que colhe os resultados financeiros e econômicos da operação, bem como
demonstração do poder político nas assembleias. Tais circunstâncias permitiam que se
caracterizasse as ações da sociedade anônimas. Por outro lado, as cotas da sociedade limitada são
representações meramente abstratas. Uma ação poderia ser transferida para terceiros por meio da
tradição. Isso não é mais possível, com requisitos exigidos pela Lei das SAs para que ocorra a
transferência. Nas sociedades limitadas, as transferências de participações societárias levam em
consideração a qualidade ideal e abstrata da cota, que não se transfere senão por meio de alteração
de contrato social. É fácil portanto a compreensão dos mecanismos das ferramentas colocadas à
disposição dos sócios.
Por último, é importante termos a ideia de como funciona a responsabilidade limitada. A
responsabilidade limitada confere ao sócio uma responsabilidade ordinariamente limitada. Se o
capital está totalmente integralizado, a responsabilidade ordinária é limitada ao valor da
contribuição que cada um fez. Tal responsabilidade ordinária determina que em uma relação
jurídica com um banco, sob realização de mútuo, se a sociedade não pagar, o credor só terá a sua
disposição os bens sociais. É possível, contudo, a estipulação de garantia responsabilizando
determiandos sócios ilimitadamente. Tal é a situação da responsabilidade ordinária.
Mas é possível também a atribuição de uma responsabilidade extraordinária. A primeira
delas é a do art. 50 do Código Civil: a desconsideração da personalidade jurídica. Em matéria
trabalhista, existe a possibilidade de que o sócio, em determinadas circunstâncias, seja atingido com
a responsabilidade que a lei especial dá. No direito tributário, também há responsabilidade direta,
quando estes pratiquem atos contrários à lei ou ao contrato social. O direito criminal também pode
implodir as barreiras da limitação da responsabilidade para penalizar o ilícito. É por conta da
extraordinariedade, que a estrutura é quebrada. Mas são necessários todos os elementos cobrados
pelo direito para a quebra da limitação.
Assim sendo, a sociedade “contaminada” pelas responsabilidades, pode contaminar o sócio
ingressante. Tal situação exige portanto auditorias.
20/10/2016
A sociedade limitada é a mais utilizada. A inauguração deste tipo socitário no direito
brasileiro vem em 1919, em Decreto de 17 artigos que auxiliou as críticas, por não conter soluções,
mas provocou a jurisprudência. A construção jurisprudencial, a partir disso, foi consolidada no CC-
2002. A principal demonstração desta circunstância vem dos primeiros dispositivos relativos às
sociedades limitadas.
O art. 1053 atribui às sociedades limitadas o regimento pelas normas das sociedades
simples. Na tarefa de compreender a omissão e preencher as lacunas, não podemos demonstrar
ansiedade, e tentar resolver o problema da lacuna já com a recomendação deste artigo. Isso porque,
na tarefa de completar eventuais omissões do contrato celebrado, a primeira ferramenta de solução
de eventual antinomia, ou complentar-se lacunas, advirá do próprio contrato. Tal precipitação
poderia resultar em soluções mais inadequadas para os problemas surgidos. Este mecanismo de
interpretação das sociedades limitadas é um dos exemplos de construção jurisprudencial a partir da
lei de 1919. 
O parágrafo primeiro do dispositivo estabelece que o contrato social poderá prever a
regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. É necessário
examinar se, sobre tal atalho, não haverão regras no regime das sociedades limitadas que resolva a
questão. A utilização de tais regras, que atribuem ao juiz a possibilidade de usar um ou outro
regramento, é definitiva na solução de questões envolvendo liquidação da quota.
Em lei onde a produção jurisprudencial é importante, cada vez mais tipos de interpretação
passam a ganhar importância. 
O art. 1.054 afirma que, o contrato social, no que couber, mencionará as informações do art.
996 – que por sua vez, estabelece os elementos que devem constar no contrato social da sociedade
simples. Deve-se observar a limitação da responsabilidade existente nestas sociedades, contudo.
O capital social é elemento específico da formação do contrato social. A ruptura do capital
social significa a avaria do casco de um navio que navega – perde-se a substância para exercício da
atividade social, perde-se a oferta de garantia que o capital social dá aos credores, e compromete-sea relação que existe entre os sócios. Enquanto não há integralização total do capital social, todos os
sócios são responsáveis solidários pelas obrigações contraídas pela sociedade.
A quota recebe que tratamento pela lei? A primeira observação vem imputada da aula
anterior: sua natureza jurídica é abstrata, em contraposição à concretude (ao menos antes da era da
virtualização) da ação, que representa crédito. Trata-se de uma representação abstrata do capital
social. Mesmo que as ações estejam virtualizadas, segue existindo uma diferenciação, porque nas
sociedades anônimas, o capital é divido em ações, que são objeto de tratamento individualizado,
como se bens móveis fossem; além disso, as ações são registradas individualmente, em livro de
registro de ações ordinárias, e suas transferêncais são individualizadas, seguindo modelo quase
anônimo de registro do que acontece na vida da ação. A representação abstrata da quota, e o fato de
ela pertencer a uma expressão do capital registrada em contrato social determina que as
transferências de quota venham a ser tratado de modo contratual.
Assim, o capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a
cada sócio. O §1º do art. 1.055 estabelece que pela exata estimação conferida pelos bens do contrato
social, respondem solidariamente todos os sócios, até cinco anos do registro da sociedade. Temos
aqui uma das exceções da limitação da responsabilidade do sócio. Veda-se contribuição que consista
em prestação de serviços – veda-se portanto a regra da sociedade de capital e indústria. 
A quota é indivisível em relação á sociedade, salvo para efeito de transferência. Trata-se de
um princípio antigo. Contudo, é possível o condomínio sobre a quota. Teríamos aqui uma abstração
ao quadrado. 
Na omissão de contrato, o sócio pode ceder sua quota, de maneira total, ou em condomínio,
a qualquer sócio, independente de audiência. Pode ser cedida também a estranho, se não houver
oposição de titulares de mais de ¼ do capital social. 
O parágrafo único do art. 1.057 afirma que, na modificação do contrato social que envolva
cessão de quotas, os efeitos da cessão só ocorrerão entre as partes a partir do registro – temos
portanto uma exceção em relação a regra que estabelece que os efeitos entre as partes se dão desde a
alteração do contrato. 
24/10/2016
Nestas sociedades, não há restrição quanto à integração de quotas de sócios pessoas
jurídicas.
A observação da administração das sociedades limitadas permite a conclusão de que há uma
sofisticação maior, em relação às demais sociedades abordadas. Apenas as sociedades anônimas
possuem uma sistemática mais complexa. O estudo da administração passa pela adequação dos atos
a serem praticados pelo administrador, mas também pela atribuição de responsabilidades ao
administrador, e determiandos efeitos que decorrerm do exercício dessa função.
Toda e qualquer manifestação que venha a ser realizada pelo administrador reclamará da sua
parte obediência a lei. Trata-se de uma óbvia referência. Mas além da lei, deve haver obediência ao
contrato social. Assim, a atividade do administrador é balizada pela lei e o contrato social. Mas
além disso, estes definem a nomeação, a responsabilidade solidária, a competência, etc. Assim, os
sócios estão limitados por normas dispositivas e impositivas. 
O estudo da administração também se vincula à ideia trazida pela teoria do órgão. A maneira
pela qual a pessoa jurídica manifesta a sua vontade é trazida da experiência do direito público.
Assim, nas sociedades empresárias, há uma ideia de manifestação de vontade em relação a estas. Há
um conjunto de situações onde se observa a manifestação da vontade da sociedade.
A primeira delas é a deliberação dos sócios. Esta permite uma manifestação coletiva, que
pode ser livre ou qualificada (caso de quórum). É possível a adoção de diferentes formas para a
formação de deliberação, respeitando o espaço deixado pelas normas dispositivas, bem como as
vinculações das regras impositivas. Não é necessária a unanimidade para qualquer decisão, por
exemplo. 
Dentro dessa estrutura toda, há atribuição de competências. Tais competências determinarão
os efeitos dos atos que venham a ser praticados pelos administradores. Se um administrador
responde por tudo, os atos por este praticado podem atingir a sociedade, os sócios ou terceiros. A
administração é feita segundo competência estabelecida pela lei e contrato social. É possível
inclusive a responsabilidade objetiva pelo administrador. A competência para prática de
determiando ato pode ser coletiva, dependendo da deliberação da diretoria (cabe aqui
responsabilidade solidária), ou individualizada. 
Temos também a questão da legitimidade: quem é legitimado para afastar o adminsitrador
que cometeu ato ilícito. 
27/10/2016
Seis artigos tratam da administração das limitadas. A administração das limitadas pode ser
realizada por uma ou mais pessoas (não necessariamente sócios), designadas no contrato social ou
em ato separado. Dois aspectos importantes: há a possibilidade de a administração ser entregue a
quem não seja sócio, característica de sociedade de capitais, e nos termos do contrato social, o que
resulta na publicidade do status do administrador, ou por ato separado. Neste caso, o livro de atos da
adminsitração deve ter a referência de que o administrador foi indicado para exercer o cargo por ato
em separado.
Se o contrato social atribui a todas os sócios a adminsitração, no posterior ingresso de
demais sócios, estes não adquirirão o status de administrador desde logo, nos termos do parágrafo
único do art. 1.060.
Há, no art. 1.061, questão relacionada a preenchimento de quórum para alcançar desiderato
especial em relação aos administradores. A regra geral diz que eventual alteração do contrato social
(art. 1.071, V e 1.076), exige o mínimo de 75% do capital votante para alteração do contrato social.
O art. 1.061 exige, por outro lado, a aprovação unânime para definição de administrador não sócio,
na hipótese de não integralidade do capital, ou 2/3, no caso de integralização do capital social.
Decorre que temos uma situação especial. 
O administrador designado em ato separado se investe no cargo mediante termo de posse no
livro de atas da adminsitração, vide art. 1.062. Seu exercício cessa pela destituição, em qualquer
tempo, ou pelo término do prazo, se fixado no contrato ou em ato separado. Portanto, os sócios
podem despedir o administrador a qualquer tempo. Contudo, no caso de sócio nomeado
administrador no contrato social, são necessários 2/3 do capital votante para destituí-lo. O ato de
destituição deve ser registrado para anúncio erga omnes. Assim, é possível que a sociedade não seja
responsabilizada por ato de administrador afastado, após o registro do afastamento. Assim tem
entendido a jurisprudência, conforme entendimento do STF na MC 14561/2008. Ressalta-se que a
afastamento do sócio administrador não o retira a condição de sócio.
Ao mesmo tempo, pode ocorrer que o próprio administrador deseje se desvincular. Diz a lei
que a renúncia do administrador torna-se eficaz em relação a sociedade desde que essa toma
conhecimento da notificação escrita do renunciante. A notificação deve se dar nas pessoas dos
sócios. Em relação a terceiros, exige-se registro.
O uso da firma ou denominação é privativa do administrador que tenha competência
atribuída pelo contrato social para tal. 
O término de cada exercício social procede-se à elaboração do inventário, balanço
patrimonial e balanço do resultado econômico. O administrador é obrigado a prestar contas, por
meio destas três figuras citadas no art. 1.065.
31/10/2016
As deliberações sociais estão reguladas a partir do art. 1.071. Tal tema possui intransponível
importância, dadas as criações de obstáculos nas discussões societárias. 
A primeira observação aser feita é que as deliberações partem da ideia de órgão societário.
Tal órgão societário não está alinhado para a execução ou fiscalização dos atos do administrador,
mas voltado para a própria expressão da vontade social. A rigor, dentro das sociedades, há sempre
um órgão que se sobreporá aos demais, no que diz respeito à manifestação da vontade dos sócios.
No caso das sociedades limitadas, há a composição de um órgão máximo, chamado de reunião de
sócios, ou assembleia de sócios, ou simplesmente conjunto de sócios. A reunião de sócios, qualquer
que seja a configuração, possui uma qualidade orgânica. Tal órgão societário, que expressa a
vontade social, o faz através de deliberações sociais. Temos portanto que a deliberação é a
consequência da manifestação de vontade da sociedade. 
Em segundo lugar, é necessária a compreensão da natureza jurídica da deliberação. Sendo
um órgão societário, que traduz manifestação de vontade, deve ter atribuição de natureza jurídica.
Assim, a deliberação é tratada como um negócio jurídico, que pode assumir fórmulas variadas.
Resulta deste entendimento que é possível a atribuição de consequências jurídicas semelhantes às
de outros negócios jurídicos. Portanto, assembleias mal instaladas, não convocação de determinados
sócios, ou não publicação do edital podem conduzir à invalidade da deliberação enquanto negócio
jurídica, minando a produção de efeitos da mesma.
Há uma competência própria estabelecidas em lei e no contrato social. Assim, as
deliberações podem ser de sócios ou de administradores. Em ambos os casos, portanto, as
deliberações resultam em decisões colegiadas, e funcionam segundo a competência definida pela
norma. Para a deliberação dos sócios, há normas muito rídigas que não podem ser desviadas por
manifestação de vontade. A competência mal estabelecida pode resultar em deliberação de
adminsitradores se dando como deliberação dos sócios, que resultaria em decisão importante que
não seria tomada pelos sócios.
A deliberação é, na verdade, um concurso de vontades. Tal concurso, pode ser o concurso de
vontade de todos os sócios, de alguns dos sócios, ou de apenas um dos sócios. Essas três situações
devem ser perseguidas pela regra geral do direito societário, visto que é a determinação do capital
social que determina quem pode mais. Assim, um único sócio, com sua grande parcela do capital
social, pode, sozinho, decidir pela sociedade nas deliberações. A vontade social pode emanar
também de parte dos sócios, que somem maior capital. Por fim, para determinados casos, a vontade
social só pode ser determinada pela unanimidade dos sócios.
Outra percepção diz respeito ao quórum de sócios na deliberação. Para determinadas
matérias, as decisões devem ser unânimes, com a presença de todos os sócios. Em uma segunda
possibilidade, pode-se exigir uma maioria, simples ou qualificada, conforme as regras que estejam
estabelecidas. Nestes casos, pode-se exigir a presença de determinada quantidade de sócios
presentes, nos temos da lei e do contrato social. Em terceiro lugar, pode-se trabalhar com o conceito
de maioria parcial, onde apenas certos grupos de sócios sejam convocados, como conselho de
ficalização, por exemplo.
O art. 1.071 traz oito incisos a respeito das matérias deliberadas. Trata-se de um rol
exemplificativo, sendo ampliável pela lei ou pelo contrato. A primeira observação é a no sentido de
que, não há por parte do legislador, uma lista taxativa, o que significa que há outras matérias
passíveis de deliberação. 
Isso no retira a importância relativa da lista trazida nesta norma. A partir de certa
participação no capital social (75%), o sócio pode deliberar sozinho, sobre qualquer matéria.
Protege-se aqui o interesse jurídico da manifestação de vontade social. 
A primeira matéria no rol diz respeito à aprovação das contas da administração. Tal
aprovação cabe a todos os sócios, nos termos do art. 1.076. 
Em segundo lugar, devem deliberar os sócios sobre a designação dos administradores,
quando feita em separado. O inciso II e o V são basicamente geminados, vivendo em conjunto.
Quando alguém delibera pela indicação de um adminsitrador, o faz modificando o contrato social.
No entanto, verificamos que tal circunstância não é verdadeira, visto que os adminsitradores podem,
a qualquer tempo, serem demitidos por ato dos sócios. Mesmo assim, o inciso II fala que a
assembleia é necessária para a designação dos administradores por ato separado.
Em terceiro, a destituição dos administradores, que está legalmente vinculada aos sócios. 
Em quarto, temos o modo de remuneração, se não estabelecido em contrato. A ausência
desta possibilidade resultaria na alteração do contrato social toda vez que a questão fosse decidida. 
Em quinto lugar, evidentemente, tem-se a modificação do contrato social. Na formação do
contrato, todos os sócios estão alinhados. A modificação exige uma composição especial para a
deliberação, nos termos do art. 1.076. 
Em sexto, temos a incorporação, fusão e dissolução da sociedade, ou cessação do estado de
liquidação. Os sócios podem desejar a venda da atividade econômica, ou a compra de outra
sociedade. Exige-se uma reunião para tal finalidade.
Em sétimo, os sócios podem nomear ou destituir os liquidantes, bem como o julgamento das
contas. 
Por fim, é objeto de deliberação o pedido de concordata. A concordata não existe mais no
direito brasileiro, mas sim a recuperação judicial. Seja na concordata, ou na recuperação judicial (o
conjunto de mecanismo dados ao devedor empresário para apresentar aos seus credores, e dele
extrair deliberação), é necessária a insolvência do devedor. Assim, em ambos os casos, é necessária
a deliberação de sócios.
O art. 1.072 estabelece que o poder convocatório originário pertence aos administradores. O
conselho fiscal também tem o poder de convocar a assembleia. No entanto, a convocação se dá na
forma dos dispostivos presentes no artigo. Assim, a deliberação em assembleia é obrigatória se o
número de sócios for superior a dez. A lei separa a assembleia da reunião. Assembleia traz a
obrigatoriedade de que certas formalidades relativas à convocação e à instalação sejam preenchidas.
A reunião não exige publicação, cumprimento de prazo, etc. Ainda no art. 1.072, dispensam-se as
formlaidades de convocação previstas no §3º do art. 1.152 quando todos os sócios comparecerem
ou se declararem cientes do local, data, hora e ordem do dia. A reunião ou assembleia tornam-se
dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.
As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, mesmo
que ausentes ou dissidentes. Por fim, aplica-se às reuniões dos sócios, quando omisso o contrato, o
disposto no art. 1.074. 
O dispositivo trata dos poderes de convocação originário e derivado. O primeiro é do
adminsitrador, na forma das disposições antecedentes. As hipóteses de convocação derivada
determina estão nos incisos do art. 1.073. Assim, se os administradores retardarem a convocação
por mais de sessenta dias, em casos previstos por lei ou contrato, cabe convocação dos sócios. Da
mesma forma, é possível a convocação pelo conselho fiscal, nos casos do V do art. 1.069. 
Ler p. 440-452 – 20 e tantas hipóteses específicas para deliberação
03/11/2016
O art. 1.076 diz que as deliberações são tomadas por votos correspondentes em no mínimo
¾ do capital social, para casos de modificação do contrato social e dissolução, transformação ou
fusão da sociedade (incisos V e VI do art. 1.071). 
É necessária mais da metade do capital social, para desginação de adminsitradores,
destituição de administardores, a remuneraçao e a questão relacionada à insolvência (incisos II, III,
IV, e VIII do art.1.071). 
Para as demaiscircunstâncias, a maioria dos votos presentes. 
Para a cessão de quotas de sócio para sócio, não há necessidade de deliberação, salvo
disposição em contrário no contrato. Neste sentido, vai o art. 1.051. A transformação da limitada em
sociedade de outro tipo impõe a aprovação unânime, salvo disposição contratual diversa. Nesse
caso, a ausência de disposição contratual implica a aplicação da lei – não cabe aqui a suplência da
lacuna contratual por autoridade jurisdicional, a menos que seja para a preservação da empresa. A
exclusão de sócio inadimplente, ou que tenha cometido falta grave, pode ser deliberada por maioria,
contada dentre os que tenham o restante do capital social. As contas da administração são aprovadas
por sócios que representem maioria do capital presente. 
Um dos temas mais importantes, negligenciado, é o direito de retirada. Aparece no art.
1.077. As hipóteses do regramento de resolução com relação a um único sócio não tratam da
hipótese referente aos sócios contrariados em deliberação. O direito de retirada, assim, só existe
diante de manifestação objetiva em deliberação onde foi vencido. Não diz respeito, portanto, à
renúncia, onde o sócio deixa de ser sócio dentro das hipóteses estabelecidas pelo contrato social, e
não pelo art. 1.077. O direito de retirada decai em 30 dias subsequentes à reunião, e aplica-se o
disposto no art. 1.031, referente aos procedimentos de liquidação. Deve ficar claro que o instituto
do direito de retirada é legal, e se sobrepõe sobre questões contratuais. 
A assembleia de sócios deve se realizar ao menos uma vez por ano, nos quatro meses
seguintes ao término do exercício social. Trata-se de figura análoga à assembleia ordinária. Às
reunião, aplica-se o regramento das assembleias, no caso de lacunas contratuais, conforme art.
1.079. 
Por fim, deliberações infringentes do contrato ou lei tornam a responsabilidade ilimitada dos
que expressamente as aprovaram. Trata-se de tema discutido pela doutrina, que se complementa
com o dispositivo do art. 1.072, §5º, que diz que as deliberações vinculam os sócios. Assim, passa a
haver responsabilidade solidária e ilimitada entre os que participaram de deliberação infringente. 
07/11/2016
Os arts. 1.072 e 1.080 tratam do tema da licitude da deliberação. Mesmo os que não estejam
de acordo com a maioria da deliberação ilícita, mas estejam presentes nesta, se vinculam aos efeitos
do art. 1.080. 
Ordinariamente, falamos de decisões que, por descambar da lei, ou estar para fora dos
limites do contrato social, conduz ao efeito jurídico de invalidade ou ineficácia. Não se produzem
os efeitos desejados, portanto. Contudo, desta deliberação, é possível que determiandos efesitos
sejam produzidos, aos sócios, sociedade, ou terceiros. Portanto, nas circunstâncias onde a
sociedade, sócios ou terceiros, venham a suportar efeitos de deliberação ilícita, dá-se
responsabilidade pessoal e ilimitada do sócio que tenha aprovado tal deliberação. 
Decorre disso a seguinte indagação: qual a natureza de tal responsabilidade? Constata-se,
primeiramente, que há a hipótese de ato ilícito. Decorre portanto a responsabilidade civil decorrente
de ato ilícito. Em segundo lugar, além de ilimitada a responsabilidade do sócio, investiga-se se tal
responsabilidade é solidária entre os sócios que participaram da deliberação ou não. Tal questão não
é enfrentada pela lei explicitamente. Uma vez que não se está diante de ato societário, e que tal
responsabilidade tenha que se opor a sociedade ou demais sócios prejudicados, ou mesmo terceiros,
perante os terceiros lesados, não há conclusão mais lógica do que a atribuição de responsabilidade
solidária. Entre os sócios, é possível outras determinações. Em terceiro, deve se evidenciar a
circunstância de que o ato que venha a ser eventualmente praticado possa estar no limiar da ilicitude
que venha a ser reconhecida. Por fim, temos a percepção do conceito de sociedade limitada,
confrontado ao dispositivo do art. 1.080. Assim, confrontando-se com a regra geral de limitação de
responsabilidade do sócio, temos tal regra especial, que impõe ao sócio responsabilidade ilimitada e
solidária. Ressalta-se que qualquer ato ilícito resulta em imputação de responsabilidade ilimitada ao
sócio. 
Aumento e redução do capital social
O capital social é foramado com contribuição dos sócios, para que a sociedade tenha fundo
suficiente para o desenvolvimento da atividade. A formação lícita do capital social é necessária para
a formação lícita do contrato social. Além disso, é permeado pelo princípio da higidez do capital
social, garantia de imutabilidade do capital social no exercício da atividade social. Também integra
o tema a possibilidade de o capital social ser constituído por bens materiais ou imateriais, desde que
suscetíveis de avaliação, e que possam ser quantificados na formação do capital social.
Dito isso, passamos a tratar das normas especiais. Estas permitem que tal capital social
estabelecido seja aumentado ou reduzido. Portanto, ao princípio da intangibilidade do capital social,
adiciona-se tais regras do art. 1.081 e seguintes, que permitem a modificação de tal capital. Ainda
que atreladas a este princípio, estas normas permitem a alteração, embora imponham rigidez a tal
processo, justamente pelo mesmo princípio.
O aumento de capital social pode ser necessário em situações onde há expansão da atividade
econômica da sociedade. Se dá por meio de alteração do contrato social, que exige no mínimo ¾ do
capital votante, com contribuição a mais dos sócios. Também pode se dar por meio de ingresso de
novos sócios, sem alienação de capital dos sócios já presentes. Também é possível a conversão de
empréstimos dos sócios em integração de capital social.
A oferta de cotas para aumento do capital social só pode se direcionar aos sócios da
sociedade. Apenas após, é que é possível que tal oferta se direcione a estranhos, nos termos da lei
(art. 1.057). Há um negócio jurídico prévio (oferta e negociação relacionada as participações
societárias decorrentes do aumento de capital). Decorrido tal negócio prévio, realiza-se o negócio
posterior correspondente à modificação do contrato e do capital social.
A redução do capital social é possível em duas hipóteses, nos termos do art. 1.082. Na
primeira, o capital social pode ser reduzido depois de integralizado se houver perdas irreparáveis,
ou, na segunda hipótese, se excessivo em relação ao objeto da sociedade. 
Quando há insolvência de um empresário, há lista de credores, e a lei estabelece mecanismos
para criar ordem preferencial entre tais credores. No fim da fila, ficam os credores sem garantia,
chamados de credores quirografários, que concederam crédito apenas pela operação comercial
desempenhada. Enquanto não inaugurado tal concurso, a ordem de pagamento é “por chegada”. Nos
casos de redução do capital social, o credor quirografário é o único que a lei atribui legitimidade
para impugnar a redução.
No caso da primeira hipótese de diminuição, esta deve ser proporcional no valor nominal
das quotas. No caso da segunda hipótese, a redução é feita mediante restituição de parte do valor
das quotas aos sócios, dispensando-se prestações ainda devidas, com diminuiãço proporcional ao
valor nominal das quotas.
Resolução da sociedade em relação a sócios minoritários
A qualidade de sócio é adquirida por meio de negócio jurídico. O sócio ingresso possui
poderes políticos (participação nas decisões) e patrimoniais (de receber a parte do capital). A
afirmação de que pela manisfestação de vontade, pode o sócio, se desassociar. As diferentes
modalidades de desassociação possuem consequências jurídicas particulares.
Se o sócio deseja deixar a sociedade, deve seguir as regras estabelecidas no contrato social.
Temos também o direito de retirada, configurado a partir de deliberação de certasmatérias, que
atribuem ao sócio minoritário dissindente um direito próprio de se retirar. Por fim, há circunstâncais
onde há exclusão independente da vontade. A primeira delas é a morte.
O art. 1.030 fala das circunstâncais em que o sócio pode ser excluído judicialmente,
mediante iniciativa dos demais sócios, por falta grave. Especificamente, para as sociedades
limitadas, o art. 1.085 acrescenta uma hipótese à já estabelecida no art. 1.030: se o sócio se
comporta contrariamente aos destinos da própria sociedade, colocando em risco esta. A exclusão de
sócio é deliberada mediante maioria do capital social, em assembleia de sócios. Se dá mediante
alteração do contrato social, desde que prevista a exclusão por justa causa. A assembleia deve ser
convocada para este fim, e ciente o acusado em tempo hábil, para permitir seu comparecimento e
exercício do direito de defesa. Assim, sócio com mais de 75% do capital social só poderá ser
excluído judicialmente, mediante propositura de ação antes deliberada sem o sócio majoritário, mas
não de pleno direito, em assembleia.
O novo CPC estabelece data para que os efeitos da resolução da sociedade. A data da
resolução da será, no caso de falecimento do sócio, a do óbito. Na retirada imotivada, o sexaégsimo
dia seguinte ao do recebimento da notificação. No recesso (direito de recesso), o dia do recebimento
da notificação do sócio dissidente. Na retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e
na exclusão judicial de sócio, a data do trânsito em julgado da decisão que dissolver a sociedade.
Por fim, na exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da reunião de sócios que a tiver
deliberado. Quaisquer deliberações posterior a tais datas não são oponíveis ao sócio que saiu.
10/11/2016
Sociedade anônima
Saímos de ambiente da sociedade contratual, e entramos no ambiente de uma sociedade
formada por ações. São regidas pelo regramento da sociedade anônima a sociedade de comandita
por ações e cooperativa.
Temos primeiramente a sociedade de comandita por ações. Tal sociedade permite que o
capital seja dividido não por quotas, mas por ações. Terão responsabilidade ilimitada os acionistas
aos quais for atribuída a qualidade de administradores. Tal circunstância permite a utilização do
mesmo modelo já estudado. As questões da sociedade em comandita por ações estão supletivamente
acomodadas na lei das sociedades anônimas. A única diferença está na atribuição da
responsabilidade ilimitada ao administrador. 
As sociedades cooperativas também são tratadas como sociedades anônimas. Estas são
diferentes na medida em que nas cooperativas vale cada voto para uma pessoa. O capital social aqui
não significa poder, econômico ou político. Aqui, cada sócio recebe os lucros na medida do seu
trabalho, mas a participação no capital não é proporcional a participação política nas decisões
administrativas. Se caracteriza pela variabilidade do capital social, o concurso de sócios em número
mínimo necessário, a limitação do valor da soma das quotas que cada sócio perra tomar, a
intransferibilidade das quotas, quóruns específicos para deliberações, direito a um único voto,
distribuição dos resultados proporcional, indivisibilidade e fundo de reserva. A responsabilidade dos
sócios pode ser limitada ou ilimitada. 
É recorrente a questão trabalhista referente ao reconhecimento ou não do vínculo
empregatício na sociedade cooperativa. A utilização da cooperativa sobre determinada roupagem se
apresenta ilícita. A cooperativa que mais tem tido projeção em termo da percepção da sociedade são
as cooperativas médicas, tal como as UNIMEDs. As cooperativas tem modelos muito diferentes de
organização e comprovação de finanças, o que periodicamente gera problemas graves de tributação
sobre as fazendas, pois há certa incompreensão desses modelos por parte da administração pública.
A título de exemplo, a cooperativa repassa a maior parte dos lucros para os cooperadores que
produzem, retirando apenas uma taxa administrativa. A administração pública, no entanto, por vezes
tenta exigir tributos das cooperativas em relação ao total do valor produzido, ignorando o repasse
feito para os cooperadores. Uma das hipoteses utilizadas foi se utilizar da formula cooperativa para
obter benefícios em determinadas corporações. Por vezes, essa utilização pode ser lícita, por outras
vezes, isso pode ser interessado como forma de lesão aos interesses dos trabalhadores, já que
poderia se evitar certos encargos trabalhistas utilizando desse tipo societário.
Sobre a sociedade coligada, Lamartine trouxe as soluções jurídicas que relacionam as
pessoas jurídicas de forma análoga às pessoas físicas. A coligação, sobre forma de controle,
participação ou relação meramente de troca de participações societárias pode trazer consêequncias
jurídicas à sociedade e aos sócios. Temos diferentes tipos sociearios, com diferentes modos de
atribuição de responsabilidade.
Assim, lei das sociedades anônimas traz regramento para os chamados grupos societários. O
CC traz as primeiras informações genéticas. Acrescenta-se o fato de que tais entidades jurídicas,
para além de se misturarem em ambiente nacional, podem ter vínculos com sociedades estrangeiras,
que admitem tipos societários não previstos nesta lei. Se associarmos tal fenômeno a tipos
societários de outros sistemas jurídicos, fica clara a ideia do quão árduo é o trabalho de quem
investiga desvios de recursos públicos, por exemplo, sendo essencial o controle do fluxo financeiro.
21/11/2016
Há crescente preocupação da doutrina em relação as soluções do novo CPC quanto a
dissolução parcial das sociedades anônimas. Ficou demonstrado que há três momentos importantes
quando se inicia o desfazimento dos laços: a dissolução (por pleno direito ou por decisão judicial,
parcial ou total), a liquidação (extrajudicial ou judicial), e por fim a extinção das obrigações que
encerra por completo os vínculos societários. Historicamente, a dissolução era tratada pelo Código
Comercial, e posteriormente por regras complementares do CC, remetendo-se o regramento
procedimental ao CPC de 1939.
O Novo CPC abre uma nova abordagem no que diz respeito a este procedimento voltado à
dissolução parcial das sociedades, como também estabelece uma ruptura em certos aspectos com
aquilo que havia se construído na doutrina e na jurisprudência. A notação que se faz é que há uma
certa ligação entre as regras de dissolução, liquidação e extinção sob o ponto de vista do direito
material, bem como regras processuais que vinculam tais momentos ao desiderato exigido pelas
partes, e que de alguma maneira, precisam ou podem precisar de judicialização. Há uma necessária
abordagem crítica desses dispositivos a ser feita, por conta da circunstância determinante que é a
adoção por parte do legislador de direito material de regras que pertencem ao direito processual,
bem como o contrário – a adoção de regras materiais pelo direito processual. Verificamos isso,
atualmente, em disposições referentes à liquidação no CC, bem como em disposiçõs no CPC.
Encontramos conversa frequente entre as soluções de direito societário e os dispositivos
inseridos em outros microssistemas, como direito de família e direito de sucessões. A verdade é que
os sócios das sociedades empresárias possuem relações familiares, e morrem. A sujeição a tais
relações familiares deixa, na hipótese de morte, patrimônio a ser dividido entre os cônjuges e filhos.
Os conflitos nestes ambientes passam para além da solução societária, recebendo a influência do
direito de família e sucessões. Garante-se, portanto, alguns critérios de solução de antinomia. 
Tal abordagem parece ser ideal, para a percepção de determinados dispositivos processuais.
Tome-se o art. 420 do CPC. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, exibiçãointegral dos
livros empresariais e documentos do arquivo em três hipóteses: liquidação da sociedade, sucessão
por morte de sócio e quando a lei determinar. Da mesma forma, o art. 861, que determina que o uma
vez penhoradas as quotas ou ações de sócio em sociedade, o juiz assina prazo não superior a três
meses para apresentação de balanço especial, oferecer quotas ou ações a demais sócios e
precedência da liquidação das quotas ou ações. É possível também, nos termos do §5º, a
determinação pelo juiz do leilão judicial das quotas ou ações. 
No entanto, o CPC traz a novidade da ação de dissolução parcial de sociedade, a partir do
art. 599. Um ou mais sócios desejam ou são obrigados a se retirar da sociedade, carregando consigo
o direito de haver a parte que lhes cabe segundo critérios minimamente estabelecidos por lei que
lhes tragam segurança jurídica. 
O art. 599 diz que a ação de dissolução pode ter como objeto a resolução da sociedade em
relação a sócio falecido, excluído ou que exerceu direito de retirada ou recesso. Também a apuração
dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada ou recesso. Por fim,
também pode ter como objeto somente a resolução ou apuração de haveres. 
A novidade está no §2º: “A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também por
objeto a sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado, por acionista ou acionistas que
representem cinco por cento ou mais do capital social, que não pode preencher o seu fim”. Como é
possível dissolver parcialmente uma sociedade sob o fundamento de impossibilidade de atingir o
fim social? Se a sociedade não pode atingir seu fim social deve ser dissolvida totalmente. Seria
inaceitável, a luz dos princípios do direito societário, que uma sociedade seja dissolvida
parcialmente por não cumprir seu fim social.
O art. 600 estabelece o rol de possibilidades para o polo ativo na ação de dissolução parcial:
espólio do sócio falecido, sucessores (após conclusão da partilha de sócio falecido), sociedade (se
os sócios sobreviventes não admitirem ingresso do espólio ou sucessores do falecido na sociedade),
sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, sociedade (casos em que lei não autoriza
exclusão judicial), ou o sócio excluído.
Cônjuge ou companheiro cujo casamento, união estável ou convivência terminou poderá
requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social titulada
por este sócios, nos termos do parágrafo único do art. 600. Ou seja, na qualidade de cônjuge ou
companheiro separado de sócio, é possível a exigência à sociedade de seus haveres. Temos aqui
típica norma de direito material. E mais grave do que isto, tal dispositivo contraria o art. 1.027 do
Código Civil de 2002, que dispõe exatamente o contrário. Fica a pergunta: há derrogação da norma
velha pela norma nova? Já há quem diga que sim. 
Ainda, outras regras processuais precisam ser compreendidas. A sociedade pode formular
pedido de indenização, nos termos do art. 602. Tal ação segue o procedimento comum, mas a
liquidação se dá em regime processual especial estabelecido neste capítulo. Diz o art. 604 que para
a apuração dos haveres, o juiz fixará a data da resolução da sociedade (quando de fato houve
resolução, tratada no art. 605). Em segundo lugar, além da data, diz o art. 604 que definirá o critério
de apuração dos haveres à vista do disposto no contrato social, e em terceiro, nomeará o perito.
Como diz o art. 607, a data da resolução e o critério de apuração dos haveres podem ser revistos
pelo juiz, a pedido da parte, a qualquer tempo, antes do início da perícia. 
A data da resolução, por outro lado, definida no art. 605, pode variar. Cinco são as hipóteses,
como já tratado em aula anterior. Até a data da resolução, integram o valor devido ao ex-sócio, ao
espólio ou sucessores, a participação nos lucros ou juros sobre o capital próprio declarados pela
sociedade. Após a resolução, há direito apenas à correção monetária dos valores apurados e juros
contratuais ou legais.
A partir de 2015, qualquer sociedade que busque escapar das surpresas reservadas pelo
procedimento deve realizar um acordo preliminar ou cláusula de contrato social estabelecendo o
modo pelo qual quer realizar as questões referentes à resolução. 
Conclui-se que 1) o fim da vida societária pode se processar de modo total ou parcialmente,
judicial ou judicalmente; 2) há convívio entre normas de direito processual e material que se
socorrem; 3) há uma impropriedade quando se permite que uma sociedade incapaz de cumprir seu
objeto social está sujeita à dissolução parcial; 4) uma norma de direito processual está a derrogar
solução de direito material; 5) no que diz respeito a questões patrimoniais, a partir da apuração de
haveres é que se encontra as soluções para a questão ação de dissolução parcial. 
24/11/2016
A ideia de liquidação diz respeito a tornar líquido – chegar à condições de encerrar as
obrigações societárias. A liquidação portanto é conjunto de procedimentos e formalidades previstos
no CC brasileiro a partir do art. 1102, orientados a apuração do ativo e ao pagamento dos passivos.
As circunstâncias se originam de solução de sócios ou circunstâncias jurídicas. 
Que solução é possível estudar nos casos em que a liquidação encontre um determiando
valor positivo? A primeira é a que do procedimento legal estabelecido para a liquidação, dos valores
resultantes a crédito, deve haver a partilha entre os sócios, de acordo com as participações sociais. A
outra consequência decorre do resultado negativo – se não houver recursos suficientes para o
pagamento do passivo, devem os sócios serem provocados pelo liquidante para que componham e
completem os fundos sociais até o limite necessário para o completo pagamento do passivo. Os
problemas decorrentes dessas soluções são os mais variados. 
Há sempre uma última prestação de contas pelo liquidante, perante assembleia de sócios, na
forma legalmente estabelecida. 
As operações que ocorrem na estrutura das sociedades estão reguladas a partir do art. 1.113.
Assim, uma sociedade pode se transformar em EIRELI, por exemplo. A primeira regra estabelece
que a transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade. 
Por conta da operação de compra e venda de operações societárias, movimentação de
capitais e aquisição de empresas, ou pela identificação de circunstâncias que permitam ao
empresário a separação de atividades, as sociedades podem se submeter a mutações estruturais
desde logo admitidas pela lei, a partir de incorporação ou modificações. Por exemplo, a aglutinação
de duas sociedades. A sociedade pode ser também dividida, ou cindida, permanecendo uma e
criando-se uma nova. Ainda, podem várias sociedades se incorporar a uma outra sociedade. A
realização dessas operações segue o que a lei determina.
A título de exemplo, destaca-se o art. 1.114, que condiciona a transformação ao
consentimento de todos os sócios, salvo a previsão em ato constitutivo, onde o dissidente poderá
retirar-se da sociedade, aplicando-se o disposto no art. 1.031. 
O art. 1.116 versa sobre a incorporação. A fusão está no art. 1.119, e determina a extinção
das sociedades que se unem, e a nova sucederá as obrigações. Por último, temos as operações
relacionados à cisão, que implica que o patrimônio sera dividido entre as duas sociedades (a já
existente e a nova).

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